PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
PORTO ALEGRE
TERAPIA BIOLÓGICA
Importância do Tema
1.
Doença crônica e incurável.
2.
Difícil aceitação pelo paciente.
3.
Fundamental: conhecer o manejo atual e otimizar
custos da terapia(farmacoeconomia).
4.
Otimizar o alto custo de exames de controle.
Doença Inflamatória Intestinal
Doença de Crohn:
Primeiros Relatos: 1612
1ª Publicação Oficial: 1932 Dr. Crohn em Nova Iorque
Retocolite Ulcerativa:
Crohn
Retocolite
nur Dünndarm 25 – 30 % nur Colon 20 – 25 % Anorektale Erkrankung (Analfisteln, Analfissuren, periproktitische Abszesse u.a.) 30 – 40 % Dünndarm und Colon 40 – 55 % Ösophagus Magen Duodenum 3 – 5 % partielle Colitis 30 – 50 % (sub-)totale Colitis 15 – 20 % Proktosigmoiditis 30 – 50 % „back-wash ileitis“ Beteiligung des Rektums 11 – 26 %COMO DECIDIR O TRATAMENTO
OBJETIVO
Gravidade
Localização
Drogas em uso
Idade
Doenças Associadas
Nº Recidivas
Induzir
Remissão
Remissão
Manter
RECIDIVA
Complicações
Extra-Int.
Aspectos
Nutricionais/Gravidez
Manifestação
Inicial
Situação
Sócio-econômica
Pariente B, et al. Inflamm Bowel Dis 2010; epub 28 Nov 2010
Janela de oportunidade para tratamento:
melhores desfechos na doença de Crohn
Melhor chance de
melhores desfechos
Pré-clínica
Clínica
A
ti
v
id
ade
In
flama
tória
(CD
A
I,
CD
EIS,
PCR
)
Cirurgia
Estenose Estenose Fístula / abscessoInício da Doença Diagnóstico Doença inicial
Les
ão
di
ges
tiv
a
CDAI: Índice de atividade da doença de Crohn;
CDEIS: Índice endoscópico de gravidade da doença de Crohn; PCR: Proteína C-reativa
240 0 12 24 36 48 60 72 84 96 108 120 132 144 156 168 180 192 204 216 228 0 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10
Evolução da DC em Longo Prazo
Cosnes J, et al. Inflamm Bowel Dis. 2002;8:244-250.
Penetrante
Estrangulamento
Pr
ob
abilidad
e
A
cu
mu
la
da
(%
)
Inflamatória
Meses
Courtesy of Edouard Louis, Belgium
Evolução: Remissão Profunda Sustentada
Resposta
Remissão
Remissão
profunda
Meta
Parâmetros clínicos
Melhora dos sintomas
Nenhum sintoma
Exames laboratoriais
normais
Mucosa cicatrizada
Desfechos
Melhora da Q.V.
Diminuição das
hospitalizações
Sem cirurgias
SUSTENTADA
Invalidez mínima
ou ausente
Endoscopia normal
Rituximab Anti-CD20 Roche
RGN-352 Thymosinβ4 RegeneRx
VT-214 Chemokine binding Viron
Tocilizumab Anti-IL6R Roche
Fontolizumab Anti-IFN-ϒ PDL
C326 Anti-IL6 Avidia
AIN457 Anti-IL17 Novartis
MDX1100 Anti-CXLX10 Medarex
Visilizumab Anti-CD3 PDL
cM-T412 Anti-CD4 Centocor
Daclizumab Anti-CD25 PDL/Roche
Basiliximab Anti-CD25 Novartis
ch5D12 Anti-CD40 Tanox
Abatacept Anti-CD28 BMS
rIL18 BP IL18 Serono/Merck
HuMxIL15 IL15 GenMab
Tenovil IL10 Shering-Pl.
Oprelvekin IL11 Centocor
Vedolizumab Anti-α1β7 Millenium
Alicaforsen AntiICAM-1 ISIS
Anti-CD103 Anti-CD103 LigoCyte
RhuMab beta7 Anti-β7 GenenTech
VAP1 Ab Anti-VAP1 BioTie
Pf-00547,659 Anti-MAdCAM Pfizer
Etanercept Anti-TNF Wyett
Onercept Anti-TNF Serono
Teduglutide GLP-2 NPS
Somatropin Epithelial growth Eli Lilly
Natalizumab Anti-α1β4 Elan
Infliximab Anti-TNF Centocor Shering-Plough Adalimumab Anti-TNF Abbott Certolizumab Anti-TNF UCB
Biological Agents
Golimumab Anti-TNF Centocor
Ustekinumab Anti-IL12/IL23 p40 Centocor ABT-874/J695 Anti-IL12/IL23 p40 Abbott Anti-B cells Anti-T cells Anti-cytokines Cytokines Anti-TNF Anti-adhesion Mucosal barrier Other Sargramostim GM-CSF Berlex
Phase I Phase II Phase III Pre-reg Launched
Best WR et al. Gastroenterol 1976:70:439–444.
Atividade da doença:
Índice de atividade da Doença de Crohn (CDAI)
Variável clínica ou laboratorial
Fator de peso
Número de evacuações líquidas ou pastosas a cada dia, por sete dias x 2Dor abdominal (classificadas em gravidade de 0–3) a cada dia, por sete dias x 5 Bem-estar geral, avaliado subjetivamente de 0 (bem) a 4 (péssimo)
a cada dia, por sete dias x 7
Presença de complicações* x 20
Tomando Lomitil ou opiácios para diarréia x 30
Presença de massa abdominal
(0 para não, 2 para questionável, 5 para definida) x 10 Hematrócito de <0.47 em homens de <0.42 em mulheres x 6
Desvio percentual do peso padrão x 1
*Um ponto para cada é acrescentado a cada conjunto de complicações: presença de dores nas juntas (artralgia) ou artrite evidente; inflamação da íris ou uveíte; presença de eritema nodoseo, pioderma gangrenoso ou aftas; fissuras anais, fístulas ou abcessos, outras fístulas,
Definição de Remissão
Best WR et al. Gastroenterol 1976:70:439–444.
"Tóxica"
Altamente Ativa
Moderada
Leve
Remissão
450–600
300–450
150–300
<150
>10
8–10
4–8
<4
CDAI
IAC
ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO
SUB -TRATAR
SUPER TRATAR
Doença
Incapacitante
Doença Leve
Evolução Benigna
Por que otimizar a terapia?
A Doença de Crohn é uma inflamação crônica
A inflamação descontrolada levará a complicações irreversíveis:
Fibrostenose;
Fístulas;
Displasia/câncer;
Perda da função intestinal.
Hanauer SB et al. Am J Gastroenterol 2001;96:5635-643.
A inflamação deveria ser “completamente” controlada,
em tempo hábil, com a terapia adequada.
TERAPIA BIOLÓGICA
ALTERAÇÃO DA EVOLUÇÃO DA DOENÇA
CICATRIZAÇÃO DA MUCOSA
REDUÇÃO DE HOSPITALIZAÇÕES E CIRURGIAS
REMISSÃO PROFUNDA
DESAFIOS:
RISCOS/BENEFÍCIOS DA DROGA
FALHAS DE TRATAMENTO
TOLERÂNCIA ADQUIRIDA
TEMPO DE USO
American Gastroenterological Association Consensus
Development Conference on the use of Biologics in the
Treatment of Inflammatory Bowel Disease
INFLIXIMAB -
REMICADE®
ADALIMUMAB – HUMIRA®
CERTOLIZUMAB – CIMZIA®
INFLIXIMAB
• Remicade® - Janssen
• ANVISA- 2000 DC e 2006 para RCU
• Anticorpo monoclonal
• 75%
proteína
humana
e
25%
camundongo
• Bloqueia a interação do TNF com seus
receptores, impedindo a quimiotaxia de
macrófagos e induzindo apoptose
INFLIXIMAB
•Indução: 5mg/kg aplicados EV nas
semanas 0, 2 e 6
• Manutenção:
5mg/kg
a
cada
8
ADALIMUMAB
• Humira (Abbott®)
• ANVISA 2007
• Anticorpo monoclonal totalmente humano
• Induz apoptose de células T
ADALIMUMAB
• Aplicação SC e dose não é peso-dependente
• Indução:160 mg semana 0 e 80mg semana 2
• Manutenção: 40mg a cada 2 semanas
INFLIXIMAB E ADALIMUMAB:
10-20 dias 8-10 dias Meia-Vida TNF TNF Alvo S.C. E.V. Administração Doença Inflamatória Intestinal 160/80/40mg (4-2-1) 5–10 mg/kg 0/2/4 sem MAb humano MAb quimérico Classe Adalimumabe Infliximabe CaracterísticaCaracterísticas do Cimzia
Cimzia é o único anti-TNF PEGuilado
Fragmento Fab’ PEGuilado de um anticorpo
monoclonal humanizado
Produção em E. Coli
PEGuilação no sítio específico resulta em:
Meia Vida de ~14 dias
Aumento da penetração do Cimzia no
tecido inflamado (em modelo animal)
Sem Região Fc
Pode impedir potenciais efeitos mediados
pela região Fc tais como CDC e ADCC* (In
vitro)
Fab′
PEG
CDC = complement-dependent cytotoxicity
ADCC = antibody-dependent cell-mediated cytotoxicity
Chapman A, et al. Nature Biotech. 1999;17:780-3 Weir N, Athwal D, et al. Therapy. 2006;3:535-45
SELECIONANDO O PACIENTE :
TERAPIA PRECOCE
CRITÉRIOS DE MAIOR AGRESSIVIDADE DA DOENÇA:
1.
Idade menor de 40 anos ao diagnóstico
2.
DC na forma fistulizante (perianal ou abdominal) e estenosante
3.
Grande extensão anatômica e comprometimento do delgado/TGI sup.
4.
Uso de corticoterapia na primeira crise
5.
Perda ponderal > 5Kg antes do diagnóstico (último ano)
6.
Tabagismo
7.
Gravidade nos critérios endoscópicos
8.
Ressecções intestinais prévias World J Gastroenterol2010 V16 2600:2603
9.
Fatores sorológicos – ASCA elevado em jovens/Duplo ASCA positivo
AmJGastroenterol 2002 V02 106
Declaração
Concord.
3. Há evidências de que há uma desconexão entre
sintomas e atividade inflamatória; por este
motivo, uma estratégia para monitorização da
doença além dos sintomas deve ser adotada, e
deve incluir marcadores sorológicos, exames
radiológicos e endoscópicos
(Nível de evidência D).
98 %
TERAPIA BIOLÓGICA
ANTES DEPOIS
A Evolução da Terapia: Rumo ao Tratamento Ideal da Doença de Crohn
Corticosteróides Imunossuppressores (AZA/6-MP, MTX) ANTI - TNFs Cirurgia• Breve exposição
• Identificação mais rápida
de resistência/dependência
Menor N
o. de cirurgias
• Uso disseminado
• Reconhecimento mais
rápido de falha do tratamento
Objetivos da terapia:
Identificação adequada do paciente:
• Quais pacientes devem ser tratados com
anti-TNFs?
• Quais são as diferenças entre os anti-TNFs?
• Qual é o tratamento ideal?
Ordás I et. Al. Gut. 2011;60(12):1754-63.
IMS + TNF
antagonistas
IMS + TNF
antagonistas
IMS + TNF
antagonistas
Corticosteroides
+ IMS
Corticosteroides
Corticosteroides
+ IMS
Gr ave Modera da
Objetivos do Tratamento para a DC:
Além da Remissão dos Sintomas
Melhorar a qualidade de vida (QV) e induzir à
resposta rápida
Manter a remissão livre de esteróides
Evitar complicações, hospitalizações e cirurgias
Prevenir a mortalidade por doenças relacionadas
Alcançar e manter a completa cicatrização da mucosa
Panaccione R, et al. Aliment Pharmacol Ther. 2008;28:674-688.
QUANDO INDICAR TERAPIA BIOLÓGICA
DOENÇA LUMINAL REFRATÁRIA
CORTICODEPENDÊNCIA E RESISTÊNCIA
DOENÇA FISTULIZANTE
MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS – ESPONDILITE
ANQUILOSANTE, PIODERMA, UVEÍTE
RETOCOLITE GRAVE E REFRATÁRIA
POUCHITIS
A TERAPIA “IDEAL” NA DII:
Induz e mantém a remissão a longo prazo
Sem efeitos colaterais
Baixo custo
Evita a progressão da doença
Evita intervenção cirúrgica
Proporciona fácil adesão ao tratamento
Step-Up/Top-Down: Desenho do Estudo
Manejo convencional
(‘step-up’) (n=66)
Imunossupressão
combinada inicial
(‘top-down’) (n=67)
DC recentemente diagnosticada
(N=133)
+ AZA/MTX + IFX Esteroides + (episódico) IFX IFX + AZAD’Haens G, et al. Lancet. 2008;371:660-667.
Esteroides
IFX (0/2/6) + AZA
MTX, metotrexato.
Esteroides Esteroides
Intervenção Inicial :
evidência para a modificação da doença?
73
30
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Po
rc
e
n
ta
g
e
m
d
e
p
a
c
ie
n
te
s
Top-down (n=26)
Step-up (n=23)
Desaparecimento completo da úlcera em 2 anos
75% com
imunomoduladores
25% receberam
infliximabe
D’Haens G, et al. Lancet. 2008;371:660-667.
CHARM:
taxas de duração da doença e de remissão clínica*
Schreiber S, et al. Gastroenterol 2007;132 (Suppl 2):A147. Placebo Todos Adalimumabe
60 40 20 0 <2 anos
51
17
Pa cient es em remi ss ão cl ínica* na Sem ana 5 6 (%) 2 a <5 anos11
≥5 anos44
11
35
4/23 20/39 4/36 25/57 12/111 82/233 Duração da doença *Remissão clínica definida como CDAI <150;
Todos os pacientes receberam terapia de indução com adalimumabe 80/40mg antes que os responsivos (≥ 70 de diminuição no CDAI até a Semana 4) fossem randomizados para adalimumabe 40 mg quer no regime eow ou ew ou para o Placebo;
Dados para responsivos randomizados;
EXTEND:
taxas de duração da doença e de cicatrização completa da mucosa*
Sandborn WJ, et al. Gastroenterology 2012. Placebo Adalimumabe 40mg eow
50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 <2 anos
44
Pa cient es em remi ss ão cl ínica* na s emana 56 (%) 2 a <5 anos7
≥5 anos†40
18
21
4/9 1/14 4/10 7/39 9/430
Duração da doença *Cicatrização completa da mucosa foi definida como a ausência de ulceração da mucosa em exame endoscópico;
† p=0,029 para adalimumabe vs placebo para a duração da doença <5 anos vs ≥ 5 anos;
Todos os pacientes (n=135) receberam terapia de indução com adalimumabe 160/80mg antes da randomização (n=129) para adalimumabe 40 mg eow ou para o placebo; dados para pacientes com ulceração na fase basal (n=123);
Visão endoscópica do paciente com DC ativa
Doença de Crohn
RCU - Tratamento Medicamentoso
Abordagem Tradicional
-
Derivados salicílicos (SSZ, 5-ASA)
- Corticóides
Prednisona
Hidrocortisona
Budesonida
- Antibióticos
- Imunossupressores (AZA, 6-MP, MTX, CICLOSP)
- Terapêutica biológica (Anti-TNF)
Leve
Fatores relevantes na Tomada de Decisão para o Uso
de Terapia ANTI TNF na Retocolite Ulcerativa
Falência e/ou não resposta ou corticodependência
Falência e/ou intolerância aos imunossupressores
Persistência e severidade dos sintomas
Persistência e recidiva das crises
Persistência e gravidade das lesões endoscópicas
Presença e gravidade de manifestações extra intestinais
(espondilite anquilosante)
Frequência evacuatória noturna (urgência,
Exames Pré-tratamento e Monitorização
Hemograma: basal, em 3 meses, depois a cada 6 meses
Creatinina, uréia e eletrólitos: basal, após 3 meses, depois a cada 6
meses
Testes da função hepática
Sorologias Hepatite B e C, Vírus da imunodeficiência
Urina tipo I: basal, em 3 meses, depois a cada 6 meses
Radiografia de tórax e PPD
Teste de gravidez
Avaliação adicional e monitoração podem ser necessárias para
pacientes que recebem terapia concomitante ou em determinadas
circunstâncias clínicas
TERAPIA BIOLÓGICA E COMPLICAÇÕES:
RECONHECIMENTO, PREVENÇÃO, MANEJO
COMPLICAÇÕES:
No momento da infusão
Infecções (patógenos intracelulares, TB ou Ag. oportunistas)
Complicações neurológicas
Neoplasias
Complicações cardíacas
Formação de auto-anticorpos (ANA e Anti-DNA)
Lupus-like
Conclusão: de onde partimos e para onde estamos indo?
Melhores critérios histopatológicos; Cicatrização transmural; Pontuação do dano; Índice de incapacitação; Marcadores de maus resultados;
Marcadores para selecionar pacientes para terapias específicas. Cicatrização da mucosa; “Remissão profunda”; “Tratar tão precocemente quanto possível”; Abordagem intensificada acelerada em todos os pacientes;
Abordagem “top down” em pacientes
selecionados.
Melhora nos sintomas;
Remissão;
Abordagem intensificada;
Terapia biológica apenas quando já se tentou com todas as outras drogas.