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Direito Notarial e Registral

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Academic year: 2022

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Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão Milena Barbosa de Melo

Direito Notarial e Registral

Unidade 3

Registro das pessoas naturais

e jurídicas

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Diretora Editorial

CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA Autoras

ELLEN THAYNNÁ MARA DELGADO BRANDÃO MILENA BARBOSA DE MELO

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Ellen Thaynná Mara Delgado Brandão

Eu, Ellen, possuo graduação em Direito pela Unifacisa – Universidade de Ciências Sociais Aplicadas e pós-graduanda em Docência do Ensino Superior. Atualmente sou professora conteudista e elaboradora de cadernos de questões. Como jurista atuo nas áreas de Direito Penal, Direito do Trabalho e Direito do Consumidor.

Milena Barbosa de Melo

Eu, Milena, possuo graduação em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba (2004). Doutora em Direito Internacional pela Universidade de Coimbra. Mestre e Especialista em Direito Comunitário pela Universidade de Coimbra. Atualmente sou Professora Universitária e Conteudista. Como jurista atuo principalmente nas seguintes áreas: Direito à Saúde, Direito Internacional público e privado, Jurisdição Internacional, Direito Empresarial, Direito do Desenvolvimento, Direito da Propriedade Intelectual e Direito Digital.

Desse modo, fomos convidadas pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estamos muito felizes em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte conosco

AS AUTORAS

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Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

ICONOGRÁFICOS

INTRODUÇÃO:

para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência;

DEFINIÇÃO:

houver necessidade de se apresentar um novo conceito;

NOTA:

quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento;

IMPORTANTE:

as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você;

EXPLICANDO MELHOR:

algo precisa ser melhor explicado ou detalhado;

VOCÊ SABIA?

curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias;

SAIBA MAIS:

textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento;

REFLITA:

se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre;

ACESSE:

se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast;

RESUMINDO:

quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens;

ATIVIDADES:

quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada;

TESTANDO:

quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas;

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SUMÁRIO

Registro civil das pessoas naturais ... 10

Pessoas Naturais ...10

Registro Civil das Pessoas Naturais ...12

Registro de nascimento e casamento ... 21

Atribuições do registro de pessoas naturais ...21

Registro de nascimento ...22

Registro de casamento ...25

Registro do casamento religioso para efeitos civis ...29

Registro de óbito, emancipação e interdição ...31

Registro de óbito ... 31

Emancipação ...35

Interdição ... 38

Registro Civil das Pessoas Jurídicas ... 42

Pessoas jurídicas ...42

Atribuições e livros do Registro Civil das Pessoas Jurídicas 45 Requisitos formais do Registro de Pessoas Jurídicas ... 46

Matrícula de jornais, oficinas impressoras, empresas de radiodifusão e agências noticiosas ... 50

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REGISTRO DAS PESSOAS NATURAIS E JURÍDICAS

UNIDADE

03

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O Direito é um ramo que possui uma extensão de disciplinas, todas possuindo fundamental importância. Estudaremos nesta unidade sobre o Registro das Pessoas Naturais e Jurídicas.

Muito se escuta falar sobre os registros, mas para que o registro possa ser de fato efetuado, deverá seguir certos requisitos e preencher determinados fatores. Além disso, existem as pessoas certas elencadas pela lei para a efetivação do registro. São esses pontos que estudaremos nesse capítulo.

Assim, compreenderemos a finalidade dos registros das pessoas naturais e o das pessoas jurídicas, além de esclarecer como se dá para que eles possam acontecer.

Vamos juntos embarcar nesse conhecimento!

INTRODUÇÃO

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Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3 – Registro das pessoas naturais e jurídicas. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender a finalidade do registro civil das pessoas naturais e os tipos de atos;

2. Definir o registro de nascimento e de casamento;

3. Esclarecer o registro de óbito, a emancipação e a interdição;

4. Discernir o registro civil das pessoas jurídicas.

Então? Preparado para adquirir conhecimento sobre um assunto fascinante e inovador como esse? Vamos lá!

OBJETIVOS

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Registro civil das pessoas naturais

OBJETIVOS:

Você já deve ter ouvido falar no registro civil das pessoas naturais, mas provavelmente você não deve saber todas as finalidades dele. Estudaremos então neste capítulo essas finalidades e ainda os atos que esses registros podem praticar. Vamos Lá!!

Pessoas Naturais

Antes de estudarmos o que vem a ser o registro civil das pessoas naturais, nos cabe estudar sobre essas pessoas.

De acordo com Loureiro (2017) a pessoa natural corresponde ao indivíduo dotado de consciência e vontade que, em vez de se esgotar num conjunto de ações/reações com a realidade exterior, como acontece com os animais, é dotado de livre-arbítrio e capaz de não só integrar- se ao mundo, como também de modificá-lo para atingir seus próprios fins. Deste modo, a pessoa natural constitui mais do que uma entidade biológica, ela é uma entidade ética, com seus sonhos, desejos e projetos a realizar.

Assim, cada pessoa possui características próprias, mesmo sendo consideradas iguais perante a lei.

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Figura 1 – Pessoa natural

Fonte: Pixabay

Pode-se então considerar pessoas todo ser humano que nasce com vida.

Loureiro (2017) aponta que a identidade da pessoa constitui um elemento de seu estado civil, assim como do lugar em que ela ocupa durante sua vida na sociedade e na família em que ela pertence.

Este estado pode ser traduzido por algumas características que são permanecentes ao indivíduo, sendo elas: o nome, a filiação, o sexo, o casamento e a nacionalidade.

NOTA:

Sabendo que cada indivíduo possui características próprias é incumbência do Oficial do Registro Civil constatar as qualidades da pessoa. Sendo importante ressaltar que essas qualidades existem qualquer que seja a maneira como o oficial as constate e ainda que ele não as constate de forma integral.

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Loureiro (2017, p. 129) traz uma colocação interessante a respeito do ser humano, sendo ela:

O ser humano deve ser considerado na sua tripla condição de indivíduo, de sujeito e de pessoas, esses três pilares da constituição do ser humano na cultura ocidental têm em comum uma profunda ambivalência. Como indivíduo ele é ao mesmo tempo único e semelhante aos demais; como pessoa é corpo e intelecto e, como sujeito o homem é ao mesmo tempo o soberano e o sujeitado.

Assim, cada pessoa possui uma particularidade, mas ao mesmo tempo são considerados todos iguais.

Registro Civil das Pessoas Naturais

Ao se falar em registro de pessoas, pode-se vir a mente duas espécies de registros: o registro das pessoas naturais e os registros das pessoas jurídicas.

O foco deste capítulo é o Registro Civil das Pessoas Naturais, sendo ele, como o próprio nome já diz, responsável pelas pessoas naturais.

Pessoas essas que vimos no item anterior, em suma, são as pessoas que nascem com vida.

Foi com a promulgação da lei nº6015 de 1973 que o registro civil ganhou vez, sendo traça seu perfil no Código Civil de 2002.

É de competência do registro civil registrar e da publicidade aos fatos e aos negócios jurídicos específicos da pessoa física, isto porque, esses atos repercutem não só na vida do indivíduo, mas também na sociedade. Desta forma, o registro civil deve registrar e da publicidade dos atos da pessoa natural desde o seu nascimento até a sua morte.

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Loureiro (2017) aponta que o registro da pessoa natural tem como função fixar o estado civil ou estado de família da pessoa natural, provando seu nome, filiação, idade e capacidade para os atos da vida civil, o casamento ou a viuvez, entre outros fatos e atos importantes para a identificação e proteção da pessoa natural e para sua vida jurídica e social.

O Registro civil das pessoas naturais possui o condão de gerar direitos e obrigações relacionados ao estado civil das pessoas, a contar do ponto em que se comprova a existência de fatos e atos que possibilidade atribuições e responsabilidades a pessoa.

No que tange o estado civil, podemos dizer que o sujeito de direito por ser definido pelo Estado, sua situação jurídica deve se tornar pública.

Esse fato se justifica porque as pessoas frequentemente devem fazer prova das circunstâncias e elementos que definem a sua posição jurídica, até mesmo para o exercício dos seus direitos.

Exemplo: Para emitir a carteira de identidade, é necessário que a pessoa apresente a sua certidão de nascimento.

Sobre o estado civil, Loureiro (2017, p.139) aponta que

Os atos de estado civil são os escritos nos quais são constatados, de uma maneira autêntica, os principais eventos de onde deriva o estado das pessoas, vale dizer, o nascimento, o casamento, a morte, e que são consignados em um registro – o Registro Civil das Pessoas Naturais – por um oficial de registro que age por delegação do Estado. Estes escritos, ou assentos, são dotados de fé pública e por isso fazem prova contra todos.

Outro ponto que deve ser citado, que também é importante com relação ao Registro Civil das pessoas naturais, além do estado civil, é no que se refere a publicidade. Loureiro (2017) diz que é por meio da publicidade que é permitido que qualquer interessado possa conhecer o estado das pessoas e suas alterações.

A publicidade registral traz efeitos. Podemos dizer que o primeiro desses efeitos é que os fatos possuem efeitos para todos. Geralmente,

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as pessoas utilizam a publicidade do Registro Civil de Pessoas Naturais como prova, por esse registro possuir credibilidade.

Loureiro (2017) aponta que os atos de estado civil são modos de prova pré-constituída, onde o registro constitui prova pré-constituída do estado da pessoa e ninguém pode reivindicar estado diverso daquele que esteja constando no assento público.

O segundo efeito que pode ser apontado da publicidade desses registros é que ele constitui prova de veracidade do registro. A pessoa interessada sabe que o que constitui no registro de pessoa natural é verídico, pois a lei estabelece essa presunção de veracidade dos fatos que constam no registro. No entanto, caso o interessado note que os fatos não são verídicos, ele pode reclamar que seja retificado ou anulado.

O terceiro e último efeito que pode ser descrito, se refere a fé pública que o registro possui. Loureiro (2017) dispõe que os atos de estado civil, como os todos outros documentos públicos, constituem em prova plena dos fatos dos fatos que ocorrem na presença do oficial competente e que foram por este constatados e mencionados nos assentos, devendo ser observadas as formalidades legais.

IMPORTANTE:

É mister salientar que como documento público que é, o registro só pode ser impugnado através de um processo particular de arguição de falsidade. Ele continua produzindo seus efeitos até que eventualmente seja reconhecido o falso por meio de sentença transitada em julgado.

Somente pode ser impugnado por meio de sentença as enunciações que o registrador civil tem a obrigação de constatar. Como exemplo disso, Loureiro (2017) traz os casos de nascimento e de óbito, em que o registrador civil reveste de fé pública a afirmação de que determinadas pessoas compareceram e lhe declararam o fato sujeito a registro. Assim a responsabilidade do registrador vai até este ponto, que seja: a fé pública

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do Oficial não abrange o conteúdo das declarações, de forma que não responde ele por eventual falsidade.

É importante ressaltar que o registro civil das pessoas naturais produz uma publicidade formal, isto é, qualquer pessoa pode ter acesso às informações que nele estão contidas. Essa publicidade pode se manifestar de duas formas diferentes, sendo elas de acordo com Loureiro (2017):

1. Manifestação por exibição dos livros de registro;

2. Manifestação do conteúdo do registro mediante expedição de certidão.

Essa publicidade formal é assegurada pelo art. 16 da lei nº 6015/73 que dispõe que os oficiais e os encarregados das repartições em que se realiza os registros são obrigados a fornecer às partes as informações solicitadas e ainda, o art. 17 da referida lei traz que qualquer pessoa pode requerer certidão de registro, não sendo necessário informar ao oficial ou ao funcionário o motivo ou o interesse do pedido.

Como pode-se notar pelos artigos supramencionados, o que o terceiro tem direito de obter devido a publicidade é a certidão, não possuindo desta forma, o direito de exame direto no livro.

Você sabe o que vem a ser certidões?

Loureiro (2017) traz que certidões corresponde a cópias ou fotocópias que representam de forma fiel e autêntica os atos ou fatos constantes de processo, livro ou documento que se encontra na repartição pública.

Existem três formas em que as certidões podem ser lavradas:

Em inteiro teor – certidão que reproduz de forma literal todas as informações que constam no registro, na averbação e na anotação, incluindo, inclusive, os fatos ou títulos que determinaram a realização do assento.

Em resumo – certidão que faz menção aos dados do estado civil que constam no registro, sem fazer menção a origem do assento.

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Em relatório – certidão em que o registrador responde em forma de relatório os quesitos que são apresentados pelo interessado, desde que esses quesitos sejam pertinentes, devendo ser limitados a fatos ou informações que conste nos livros e nos documentos arquivados no serviço e também sendo observado a garantia da privacidade e da intimidade.

Sabendo desses pontos relativos à publicidade do registro, é necessário trazer que o registro civil da pessoa natural é de suma importância para o reconhecimento da pessoa natural.

IMPORTANTE:

O ordenamento jurídico reconhece as pessoas naturais a partir do instante em que acontece o seu registro no Cartório de Registro Civil.

Sabendo a finalidade do registro das pessoas naturais, devemos perguntar: quais são os registros que esse cartório poderá fazer?

O Código Civil estabelece não só os registros, como também as averbações que devem ser realizadas por esse cartório. Assim, o art. 9º do Código Civil estabelece que deverão ser registrados em registro público:

Os nascimentos;

Os casamentos;

Os óbitos;

A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

A interdição por incapacidade absoluta ou relativa;

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IMPORTANTE:

O art. 4º, §1º da Lei nº 8935/94 dispõe que o serviço de registro civil das pessoas naturais deverá ser prestado, também, nos sábados, domingos e feriados pelo sistema de plantão.

A sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

E o art. 10 do Código Civil dispõe que deve ser realizada a averbação em registro público:

Das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;

Dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.

É importante destacarmos a diferença entre registro e averbação.

Padoin (2011) aponta que o registro serve para firmar os elementos originais de um ato ou fato jurídico, sendo por meio dele que se constituem, se modificam e se extinguem os direitos e as obrigações. Já no que diz respeito a averbação, o mesmo autor dispõe que ela constitui na ação de anotar, à margem do assento existente, fato jurídico que vier a modificá- lo, desta forma, ele constitui a um ato acessório, vindo depois do registro, tendo como objetivo acrescentar fatos aos elementos originais.

Via de regra, o cartório cobra taxa para que possa realizar esses registros, no entanto, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu em seu art. 5º, LXXVI que o registro civil de nascimento e a certidão de óbito devem ser gratuitos para os reconhecidos pobres. Em seguida, a lei nº 8935/94 em seu art. 45 estendeu esse direito a todas as pessoas, trazendo em seu texto “São gratuitos os assentos do registro civil de nascimento e o de óbito, bem como a primeira certidão respectiva” (BRASIL, 1994)

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Para organizar os registros, eles são lavrados em diversos livros.

De acordo com Loureiro (2017) os livros de registro em formato papel ainda são obrigatórios, uma vez que a serventia também possua banco de dados eletrônicos com todos os registros de nascimento, casamento, óbito, entre outros.

O art. 33 da Lei nº 6015/73 dispõe que em cada cartório deverá conter os seguintes livros, todos devendo conter 300 folhas, sendo eles:

Livro “A” – de registros de nascimento;

Livro “B” – de registro de casamento;

Livro “B Auxiliar” – de registro de casamento religioso para efeitos civil;

Livro “C” – de registro de óbitos;

Livro “C Auxiliar” – de registro de natimortos;

Livro “D” – de registro de proclamas;

Livro “E” – Livro de Registros especiais.

Podemos frisar que no que diz respeito ao livro “E” ele é responsável pela lavratura dos registros especiais, mas quais seriam esses registros especiais?

Loureiro (2017) aponta que o no Livro “E” devem ser lavrados os registros de:

Emancipação;

Interdição;

Declaração de ausência e de morte presumida.

Opção de nacionalidade;

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Transcrição de assentos estrangeiros.

Loureiro (2017) ainda aponta que o Livro “E” pode ser desdobrado em livro em tantos quantos forem os registros especiais que nele são acolhidos, se isso for conveniente para o serviço.

Além dos chamados livros comuns, a Unidade de Serviço do Registro Civil das pessoas naturais deverá possuir os livros de Lavratura de Procurações, Revogações de Procurações, Renúncias e Substabelecimento (salvo se não lavrar procurações) e de Visitas do Juiz Corregedor (livro de correições) e do Ministério Público. (LOUREIRO, 2017, p. 150)

Assim, sabendo o que vem a ser o registro civil das pessoas naturais e de que forma ele é organizado, nos próximos capítulos vamos estudar sobre cada um dos tipos de registro que são de competência do registro civil da pessoa natural.

RESUMINDO:

Começamos este capítulo estudando o quem vem a ser a pessoa natural, sendo ela o indivíduo dotado de consciência e vontade que, em vez de se esgotar num conjunto de ações/reações com a realidade exterior, como acontece com os animais, é dotado de livre-arbítrio e capaz de não só integrar-se ao mundo. (LOUREIRO, 2007)

Em seguida, vimos que o registro civil das pessoas naturais tem a competência de registrar e da publicidade aos fatos e aos negócios jurídicos específicos da pessoa física, tendo ainda como função fixar o estado civil ou estado de família da pessoa natural, provando seu nome, filiação, idade e capacidade para os atos da vida civil, o casamento.

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ou a viuvez, entre outros fatos e atos importantes para a identificação e proteção da pessoa natural e para sua vida jurídica e social. É de competência do registro civil das pessoas naturais o registro de: nascimento, casamento, óbito, emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz, interdição por incapacidade absoluta ou relativa, sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

Ainda deve ser realizada a averbação das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal e dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou reconhecerem a filiação.

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Registro de nascimento e casamento

OBJETIVOS:

Todos os tipos de registro são importantes no dia a dia das pessoas, entre esses tipos vamos estudar dois deles neste capítulo, o registro de nascimento e o de casamento.

Estudaremos pontos importantes do serviço de registro desses documentos e os seus documentos necessários.

Vamos lá!!

Atribuições do registro de pessoas naturais

Como vimos o art. 9º do Código Civil estabelece que deverão ser registrados em registro público:

Os nascimentos;

Os casamentos;

Os óbitos;

A emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;

A interdição por incapacidade absoluta ou relativa;

A sentença declaratória de ausência e de morte presumida.

Neste capítulo vamos estudar sobre o registro de nascimento e o de casamento.

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Registro de nascimento

Podemos trazer que constituem direitos de todas as pessoas, sendo considerados direitos personalíssimos de acordo com o Código Civil:

Direito ao corpo e às partes do corpo;

Direito ao nome;

Direito à honra;

Direito à imagem;

Direito à palavra;

Direito à privacidade.

Entre esses direitos personalíssimos, o que interessa ao registro civil das pessoas naturais é o direito ao nome. Loureiro (2017) aponta que o nome, em conjunto com outros atributos, possui a missão de assegurar a identificação e individualização das pessoas e, por isso, é como se fosse uma etiqueta colocada sobre cada um de nós. Além de constituir um direito da personalidade, o nome da pessoa natural constitui um elemento de identificação, que tem a natureza de fazer a individualização do ser humano, onde pode ser distinguido dos demais membros da família e da sociedade.

NOTA:

De forma sucinta, Loureiro (2017) aponta que o nome é um meio de individualização que consiste no uso de palavras ou de uma série de palavras que participam do sistema de identificação.

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NOTA:

Deve-se ser ressaltado que o prazo de quinze dias para registro pode ser prorrogado para trinta dias, caso os pais residirem em lugar distante. Sendo considerado lugar distante o local que for a mais de trinta quilômetros do cartório mais próximo.

Assim, uma das formas de se adquirir o nome é através do nascimento.

Devemos trazer que é pelo nascimento com vida que se inicia a vida humana, de acordo com o direito brasileiro.

O registro de nascimento é de interesse público pelo acervo estatístico da nacionalidade, pelo começo de identificação de todos os cidadãos, para garantia do exercício de seus direitos.

Respeitada a igualdade em direitos e obrigações, entre homem e mulher, bem como a garantia igual de exercício de seus direitos e deveres, referentes à sociedade conjugal, a declaração de nascimento pelo pai, ainda subsiste, em primeiro lugar, dada a condição pós-parto da mãe, exigida a certidão de casamento. Sendo caso de união estável o registro depende do comparecimento e assinatura de ambos os pais.

(CENEVIVA, 2010, p.181)

Quando o nascimento ocorre no nosso território nacional, o registro de nascimento deve ser feito no lugar onde aconteceu o parto ou caso preferir, no local onde o pais da criança residem, devendo esse registro ser feito no prazo de quinze dias.

De acordo com o art. 52 da Lei nº 6015/73 as pessoas que são obrigadas a fazer a declaração de nascimento, são:

O pai ou a mãe, de forma isolada ou em conjunto;

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Caso falte ou haja impedimento do pai ou da mãe, outro indicado terá o prazo para declaração prorrogado por 45 dias;

Caso o pai e a mãe sejam impedidos de realizar o registro, o parente mais próximo, sendo maior deverá fazê-lo;

Caso haja falta ou impedimento do parente citado no item anterior, deverá fazer os administradores de hospitais ou os médicos e parteiras, que tiverem assistido o parto;

Pessoa idônea da casa em que ocorrer, sendo fora da residência da mãe.

Com relação ao registro de nascimento, este deverá conter: o dia, mês, ano e lugar do nascimento e a hora certa, sendo possível determiná- la, ou aproximada; o sexo do registrando; o fato de ser gêmeo, quando assim tiver acontecido; o nome e o prenome que forem postos à criança;

a declaração de que nasceu morta, ou morreu no ato ou logo depois do parto; a ordem de filiação de outros irmãos do mesmo prenome que existirem ou tiverem existido; os nomes e prenomes, a naturalidade, a profissão dos pais, o lugar e cartório onde se casaram, a idade da genitora, do registrando em anos completos, na ocasião do parto, e o domicílio ou a residência do casal; os nomes e prenomes dos avós paternos e maternos;

os nomes e prenomes, a profissão e a residência das duas testemunhas do assento, quando se tratar de parto ocorrido sem assistência médica em residência ou fora de unidade hospitalar ou casa de saúde; o número de identificação da Declaração de Nascido Vivo; a naturalidade do registrando. (art. 54 da Lei nº 6015/73).

SAIBA MAIS:

O registro de nascimento pode ser realizado nos hospitais de acordo com o provimento nº 13 do CNJ. Saiba mais lendo o provimento disponível em https://atos.cnj.jus.br/files//

provimento/provimento_13_03092010_26102012171643.pdf.

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A importância do registro de nascimento é de que é o nome que assegura a identificação e a individuação das pessoas. Sendo determinado pelo código civil a obrigatoriedade do registro de nascimento.

IMPORTANTE:

Tibães (2015) aponta que o oficial de registro não será obrigado a registrar a criança com nome que lhe exponha ao ridículo. Ao contrário dessa situação, poderão os pais apresentar uma declaração diante do juízo local demonstrando sua insatisfação.

Padoin (2011), por fim, aponta que para evitar falsificação de certidão de registro, o Ministério da Justiça, padronizou o papel que é utilizado nos novos documentos, que deve ser produzido pela Casa da Moeda e fornecer formulários padronizados para a emissão das certidões, utilizando papel com elementos técnicos de segurança que dificultam a falsificação.

Registro de casamento

Loureiro (2017) aponta que o casamento é um dos costumes mais antigos da humanidade, no entanto, ainda corresponde a uma das formas mais comuns de se constituir uma família e sendo um instituto conhecido pela maior parte das pessoas.

Pode-se conceituar o que vem a ser casamento utilizando o código civil, que traz que o casamento constitui em uma união entre pessoas que nasce do acordo de vontades e exige a sua celebração em uma solenidade imposta pelo Estado.

No que diz respeito a natureza jurídica do casamento, ela ainda é um assunto polêmico, onde é considerado por alguns como um contrato, tendo em vista que se centra no acordo de vontade dos nubentes, mas considerando ele como um contrato ele não corresponde a um contrato

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comum, pois ele cria uma família e também estabelece deveres de ordem patrimonial e não patrimonial entre os cônjuges.

As regras para o casamento estão fixadas no Código Civil, contendo do art. 1.511 ao art. 1.582.

Está previsto no Código Civil que podem casar as pessoas que possuam acima de 16 anos, no entanto, as que tiverem 16 e 17 anos necessitam da autorização dos pais ou do responsável legal, podendo os pais ou tutores revogar essa autorização até a celebração do casamento.

SAIBA MAIS:

O Código Civil estabelece hipóteses de impedimento e causas suspensivas com relação ao casamento, estando contidas nos arts. 1.521 a 1.524. Saiba quais são essas causas lendo esses artigos no Código Civil, disponível em http://

www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm Para que possam se casar, os nubentes devem realizar a sua habilitação, que de acordo com Ceneviva (2010) consiste em definir a aptidão jurídica dos nubentes, que atuam no processo juntamente com o oficial, o representante do Ministério Público e o juiz de Direito.

Figura 2 – Casamento

Fonte: Freepik

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Deste modo, o oficial de registro possui uma importante posição com relação ao casamento, pois é por meio da habilitação que pode ser verificada a obediência as normas constantes no Código Civil, normas essas que fixam a capacidade, os impedimentos e as causas suspensivas do casamento.

Os interessados em casar devem tomar as seguintes providências:

1. Apresentar requerimento de habilitação ao oficial, para que este forneça certidão de que estão habilitados para contrair núpcias;

2. Em conjunto com o requerimento deve ser apresentado os documentos que são exigidos pelo art. 1525 do Código Civil, sendo eles:

Certidão de nascimento ou documento equivalente;

Autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;

Declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimentos que os iniba de casar;

Declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;

Certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.

A habilitação deve ser feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, de acordo com o art. 1.526 do Código Civil. Após cumprido todos os requisitos, deve o oficial afixar as informações no edital de proclama matrimonial, devendo ser em lugar visível.

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IMPORTANTE:

Deve o oficial de registro esclarecer aos que desejam se casar os fatos que podem invalidar o casamento, assim como os diferentes regimes de bens.

Padoin (2011) aponta que após estarem os nubentes devidamente habilitados, o casamento poderá ser celebrado. Em regra, essa celebração ocorre na sede do serviço, realizado com as portas abertas, para que seja permitido que qualquer pessoa presencie a cerimônia. Para acompanhar o ato, é necessário que haja duas testemunhas. Assim, após manifestada às partes a sua livre vontade em contrair o matrimônio, o juiz de paz proferirá as palavras solenes da declaração de casados.

Após a celebração do casamento, é de competência do oficial fazer a lavratura do assento no livro de registro. Deverá conter nesse assento, de acordo com o artigo 1.536 do Código Civil:

Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges;

Os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais;

O prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;

A data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;

A relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;

O prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;

O regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial,

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quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.

Esse documento deverá ser assinado pelo juiz que realizou o casamento, pelos cônjuges, testemunhas e pelo oficial.

Registro do casamento religioso para efeitos civis

Muitas pessoas casam no religioso, para evitar duas cerimônias diferentes, é possível que possa haver o registro do casamento religioso no registro civil de pessoa natural, para que assim, o casamento religioso possua os efeitos do casamento civil. No entanto existem duas possibilidades, sendo elas de acordo com Padoin (2011):

Casamento religioso realizado com prévia habilitação no registro civil de pessoa natural – quando há prévia habilitação os nubentes poderão pedir ao oficial que seja fornecida a certidão para que eles possam se casarem perante a autoridade religiosa. Assim, realizado o casamento religioso, as pessoas habilitadas deverão solicitar ao oficial, no prazo de 90 dias, o registro do mesmo para gerar efeitos civis;

Celebrado sem prévia habilitação – quando o casamento religioso for realizado sem prévia habilitação para o casamento civil, deverá ser apresentado no registro civil de pessoa natural o requerimento, a prova do ato religioso e todos os documentos referentes a habilitação.

Esse tipo de registro corresponde a uma forma que as pessoas preferem para não precisarem comparecer a duas celebrações do seu casamento.

Lembra quando falamos em relação ao nome? Falamos que ele constitui um direito personalíssimo. No registro de casamento haverá a possibilidade de alteração do nome.

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O art. 1565, §1º do Código Civil estabelece que se qualquer um dos nubentes desejar pode acrescentar ao seu sobrenome o do outro, isto é, caso uma pessoa case e queira o sobrenome do marido constando em seu nome, a pessoa poderá acrescentar, não podendo, no entanto, retirar sobrenome seu, podendo então somente adicionar o sobrenome desejado.

Caso a pessoa deseje o acréscimo no seu nome, ele deverá ser declarado no processo de habilitação, no entanto, não obsta que seja declarada essa vontade na cerimônia de casamento, mas nesse caso deverá constar no registro de que a declaração foi feita durante a cerimônia.

RESUMINDO:

Começamos o capítulo estudando que o nome corresponde a um dos direitos personalíssimos da pessoa. O nome tem a missão de assegurar a identificação e individualização das pessoas. Uma das formas de se adquirir o nome é por meio do nascimento, sendo o registro de nascimento de interesse público para compor o acervo estatístico do país. Quando o nascimento ocorre no nosso território nacional, o registro de nascimento deve ser feito no lugar onde aconteceu o parto ou caso preferir, no local onde o pais da criança residem, devendo esse registro ser feito no prazo de quinze dias. É o art. 52 da Lei nº 6015/73 que elenca as pessoas que são obrigadas a fazer a declaração de nascimento. Em seguida estudamos sobre o registro de casamento, em que as regras para o casamento estão fixadas no Código Civil, podendo casar as pessoas que possuem acima de 16 anos, no entanto, as que tiverem 16 e 17 anos necessitam da autorização dos pais ou do responsável legal, podendo os pais ou tutores revogar essa autorização até a celebração do casamento. Para que possam casar os interessados devem: apresentar requerimento de habilitação ao oficial, para que este forneça certidão de que estão habilitados para contrair núpcias; em conjunto com o requerimento deve ser apresentado os documentos que são exigidos pelo art. 1525 do Código Civil. Nesse sentido, é que existe também o registro do casamento religioso para efeitos civis.

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Registro de óbito, emancipação e interdição

OBJETIVOS:

O Registro de óbito, a emancipação e a interdição são documentos feitos frequentemente pela população. Você sabia que eles devem ser averbados no Registro Civil das Pessoas Naturais? E que existem requisitos a serem cumpridos para essa averbação? Vamos estudar isso nesse capítulo. Vamos lá!!

Registro de óbito

O fim da personalidade civil se dá com a morte. Deste modo, a morte corresponde ao fato que rompe os laços existentes entre o indivíduo e a sociedade.

Loureiro (2017) aponta que não existe uma definição para morte, sendo ela considerada um fato natural que é perfeitamente reconhecida na maioria dos casos pela cessação da circulação e da respiração. No entanto, os juristas se viram na obrigação de resolver o problema da determinação e da constatação da morte, alegando dois motivos:

1. A possibilidade de assegurar por meios artificiais a circulação de um sangue oxigenado em um organismo em estado vegetativo;

2. A dimensão social do transplante de órgãos.

Assim, é determinado que de maneira geral a morte é considerada um fato natural que produz efeitos jurídicos relevantes, e, devido a esse fato, deve ser tornada pública para a sociedade, isso não só para que seja provado o desaparecimento físico e jurídico da pessoa, mas para que os efeitos jurídicos que derivam desse evento possam ser oponíveis todos.

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Quando for constatada a morte de alguém, deverá então esse fato se tornar público por meio do registro de óbito, antes de tratarmos desse registro propriamente dito, é necessário fazer a distinção entre morte certa e morte presumida.

Tanto na morte certa quanto na morte presumida existe a certeza da morte, no entanto, na morte certa o falecimento pode ser constatado por meio de atestado médico e pela presença do cadáver. No que diz respeito a morte presumida, o art. 7º do Código Civil dispõe que pode ser declarada a morte presumida em dois casos, vide art. 7º:

Art. 7º Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:

I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;

II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.

Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

Destacamos a diferença de morte certa para morte presumida, para podermos trazer que o registro de morte certa é realizado no Livro “C”, já o registro de morte presumida é realizado no Livro “E” do Registro Civil de Pessoa Natural.

IMPORTANTE:

É o registro de óbito que declara então que uma pessoa de fato morreu, deixando de fazer parte da sociedade.

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O art. 77 da Lei nº 6015/73 dispõe que não deverá ocorrer sepultamento sem que tenha sido feita certidão pelo oficial de registro do lugar do falecimento ou do lugar de residência da pessoa que faleceu, no caso do falecimento ocorrer em local diverso do seu domicílio. A lavratura do assento de óbito deve acontecer em vista do atestado de médico ou de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte.

NOTA:

O §1 do art. 77 da referida lei traz uma ressalva no caso do ser de criança de menos de 1 ano. Nesse caso, antes de proceder ao assento de óbito da criança, o oficial deve verificar se houve registro de nascimento, caso não tenha registro de nascimento, deverá ser previamente feito, para que em seguida seja feita a certidão de óbito.

Entretanto, sabemos que existem casos em que o registro de óbito não pode ser lavrado de imediato, podendo ser devido a distância ou a qualquer outro motivo que possua relevância, caso isso ocorra, deverá ser lavrado posteriormente o mais rápido possível, no prazo de 15 dias.

O art. 79 da Lei 6015/73 traz o rol de pessoas que devem fazer a declaração de óbito, sendo elas:

a) Pelo homem, pela mulher, filhos, hóspedes, agregados e familiares;

b) A viúva, a respeito de seu marido e de cada uma das pessoas indicadas no item anterior;

c) O filho, a respeito do pai ou da mãe; o irmão, a respeito dos irmãos, e as demais da casa indicadas na letra “a”; o parente mais próximo maior e presente;

d) O administrador, diretor ou gerente de qualquer estabelecimento público ou particular, a respeito dos que nele falecerem, salvo se estiver presente algum parente em grau acima indicado;

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e) Na falta de pessoa competente, nos termos das letras anteriores, a que tiver assistido aos últimos momentos do finado, o médico, o sacerdote ou o vizinho que do falecimento tiver notícia;

f) A autoridade policial, a respeito de pessoas encontradas mortas.

No que se refere aos pontos que devem conter no assento de óbito, eles fez traçados no art. 80 da Lei nº 6015/73. Desta forma, deverá conter no assento de óbito:

A hora, se possível, dia, mês e ano do falecimento;

O lugar do falecimento, com indicação precisa;

O prenome, nome, sexo, idade, cor, estado civil, profissão, naturalidade, domicílio e residência do morto;

Se era casado, o nome do cônjuge sobrevivente, mesmo quando separado; se viúvo, o do cônjuge pré-morto; e o ofício em que foi realizado o casamento, em ambos os casos;

Os nomes, prenomes, profissão, naturalidade e residência dos pais;

Se o morto faleceu com testamento conhecido;

Se deixou filhos, nome e idade de cada um;

Se a morte foi natural ou violenta, e a causa conhecida, com os nomes dos atestantes;

O lugar do sepultamento;

Se deixou bens e herdeiros menores ou interditos;

Se era eleitor;

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Pelo menos uma das informações a seguir arroladas:

número de inscrição do PIS/Pasep; número de inscrição do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, se contribuinte individual; número do benefício previdenciário – NB, se a pessoa falecida for titular de qualquer benefício pago pelo INSS; número do CPF; número de registro da carteira de identidade e respectivo órgão emissor; número do título de eleitor; número do registro de nascimento, com informação do livro, da folha e do termo; número e série da carteira de trabalho;

A apresentação da declaração de óbito (DO) e o seu número.

Após fazer a lavratura do registro de óbito, o oficial deverá pedir para que a pessoa que comunicou o óbito, ou, caso esse não saiba ou não possa assinar, poderá ser feita por alguém a seu pedido, devendo ser acompanhado de duas testemunhas.

Caso a lavratura do óbito aconteça após o enterro, se não houver atestado médico ou as duas testemunhas qualificadas, deverá assinar junto com o declarante mais duas testemunhas que assistiram o falecimento ou o funeral e que possam atestar a identidade do falecido.

Por força da Lei nº 8212/91 o registrador civil tem a obrigação de comunicar ao INSS, até o décimo dia de cada mês, todos os óbitos que ocorreram no mês anterior, para que possa imediatamente cancelar os benefícios previdenciários.

Emancipação

Você já deve ter ouvido falar em emancipação, mas você sabe o que ela quer dizer?

Loureiro (2017) conceitua emancipação como o ato que tem como objetivo conferir a um menor o governo de sua pessoa e o gozo

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e administração de seus bens. Em suma, é com a emancipação que o menor adquire capacidade para a realização de atos da vida civil, sem a necessidade de representação ou assistência.

O direito de emancipar o menor pertence, a princípio, a ambos os genitores. É um atributo do poder familiar a ser exercido indistintamente pelos pais. Não obstante, na falta de um deles, pode o outro genitor conceder a emancipação. A falta de um dos genitores pode ocorrer não apenas em virtude de morte ou da ausência: o simples afastamento do domicílio, sem deixar notícias, já permite que o genitor que efetivamente tem a guarda do menor conceda a emancipação. Nesse caso, basta a afirmativa do genitor presente para que possa o notário lavrar a escritura pública de emancipação sem a anuência do outro. (LOUREIRO, 2017, p. 286)

Existem dois tipos de emancipação, sendo elas de acordo com Loureiro (2017):

Emancipação consensual – ela corresponde a emancipação que acontece por meio da concessão dos pais, podendo ser feito por meio de escritura pública ou por sentença judicial, desde que o menor tenha completado 16 anos.

IMPORTANTE:

Não pode o tutor conceder emancipação ao tutelado por meio de escritura pública.

Emancipação legal – ela ocorre quando ocorrer um dos seguintes fatos jurídicos: casamento, colação de grau em curso de ensino superior, estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que o menor com 16 anos completos tenha economia própria.

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IMPORTANTE:

A emancipação não produzirá qualquer efeito antes de haver seu registro no Registro Civil de Pessoa Natural.

A emancipação constará no Livro “E” de registro civil das pessoas naturais, afirmando isso o art. 89 da Lei nº 6015/73 traz que “no cartório do 1° Ofício ou da 1ª subdivisão judiciária de cada comarca serão registrados, em livro especial, as sentenças de emancipação, bem como os atos dos pais que a concederem, em relação aos menores nela domiciliados.”

Deve constar no registro de emancipação, de acordo com Padoin (2011):

a) A data do registro e da emancipação;

b) O prenome, sobrenome, idade, filiação, profissão, naturalidade e residência do emancipado; data e ofício em que foi realizado o registro de nascimento;

c) O prenome, sobrenome, profissão, naturalidade e residência dos pais ou do tutor;

d) A data da sentença, nome do juiz prolator, Comarca e Vara, ou as referências da data, do livro, folha e tabelionato da lavratura do instrumento público.

No caso de a emancipação ter sido concedida pelo juiz, essa decisão deverá ser comunicada, de ofício, ao oficial de registro.

Deste modo, após a emancipação ser registrada, ela deverá ser anotada no assento de nascimento por meio de comunicação que deve ser expedida pelo oficial que registrou a emancipação, visto que a emancipação pode ter ocorrido em lugar diverso do que o emancipado foi registrado.

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Interdição

Padoin (2011) dispõe que a interdição consiste no ato ou efeito que incapacita a pessoa para cuidar de seus próprios bens e direitos, declarado por sentença, sendo então nomeado curador que passa a administrar os interesses do interditado, devendo se limitar ao que foi decidido na decisão judicial.

Acentuando esse conceito, Diniz (2017) traz que:

A curatela é sempre deferida pelo juiz em processo de interdição que visa apurar os fatos que justificam a nomeação de curador, verificando, sempre tendo em vista os fins do instituto, não só se é necessária a interdição e se ela aproveitaria ao arguido de incapacidade, bem como a razão legal da curatela, ou seja, se o indivíduo é, ou não, incapaz de dirigir sua pessoa e seu patrimônio. A pessoa só pode receber curador mediante processo judicial que culmina com a sentença declaratória e constitutiva de seu estado de incapacidade. (DINIZ, 2017, p. 54).

Sabendo o que vem a ser interdição, nos cabe perguntar: você sabe quem pode promover a interdição?

Quem responde essa pergunta é o art. 747 da Lei nº 13105/2015, que dispõe que a interdição pode ser provida:

Pelo cônjuge ou companheiro;

Pelos parentes ou tutores;

Pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;

Pelo Ministério Público.

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É importante ressaltar que só será de competência a interdição a pedido do Ministério Público no caso de doença mental grave, nos casos em que o cônjuge, companheiro, parentes, tutores ou representante do abrigo, não existir ou não promoverem a interdição, ou no caso de incapacidade do cônjuge, companheiro, parente ou tutor.

NOTA:

O maior objetivo da interdição é o de proteger as pessoas que são impossibilitadas de referem suas próprias vidas sozinhas, devido a alguma deficiência física ou mental.

Após o juiz decidir sobre a interdição da pessoa, essa decisão deve ser comunicada ao Registro Civil de Pessoas Naturais pelo curador ou, caso este não o faço no prazo de oito dias, deverá o juízo o fazer, para que assim seja registrada no Livro “E” no Registro, onde esse registro é obrigatório.

No registro da interdição deverá ser declarado de acordo com o art.

92 da Lei nº 6015/73:

a) Data do registro;

b) Prenome, sobrenome, idade, estado civil, profissão, naturalidade, domicílio e residência do interdito, datas e ofícios dos registros de nascimento e de casamento, e nome do cônjuge, se for casado;

c) Data da sentença, nome do juiz prolator, Comarca e Vara;

d) Nome, profissão, estado civil, domicílio e residência do curador;

e) Nome do requerente da interdição e causa desta;

f) Limites da curadoria, quando for parcial a interdição;

g) Lugar onde está internado o interdito.

Loureiro (2017) aponta que cabe ao Oficial promover a qualificação do título judicial para verificar se estão presentes todos os requisitos

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extrínsecos que elencamos, e também a causa da interdição que deu origem ao estado de incapacidade do interditado. Havendo a falta de um dos requisitos, o registrador deve recusar o registro, devendo devolver o título ao interessado em conjunto com uma nota de devolução que deve ser devidamente motivada e contendo as informações sobre as providências que devem ser adotadas pelo interessado.

No entanto, caso a causa da interdição não conste de forma expressa no mandado, mas estiver mencionada na sentença ou no laudo pericial que acompanha o título judicial, seria considerado um excesso de formalismo devolvê-la só porque não consta no mandado, tendo em vista que a informação essencial ao registro pode ser encontrada nas peças oficiais que acompanham o mandado.

IMPORTANTE:

Entre os pontos que devem ser declarados no registro podemos notar que não é necessário da data do trânsito em julgado da sentença que declarou a interdição. Isso acontece porque ela produz efeito desde logo.

Após ser registrada a interdição no Registro Civil da Pessoa Natural, o oficial da unidade de serviço em que ocorreu o registro deverá comunicar o fato a comarca de justiça por onde tenha tramitado o feito, para que deste modo possa o curador assinar o termo de compromisso.

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RESUMINDO:

Estudamos neste capítulo sobre o registro de óbito, a emancipação e a interdição, todos esses documentos devem ser averbados no Registro Civil de Pessoas Naturais.

O registro de óbito deve acontecer após a morte de uma pessoa, devendo a lavratura do assento de óbito acontecer em vista do atestado de médico ou de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte, existindo um rol de pessoas que tem o condão de realizar essa declaração de óbito. Além disso, existem pontos que devem conter no assento de óbito, podemos lembrar alguns dele: hora, lugar de falecimento, prenome, nome, sexo, idade, cor, estado civil, entre outros que estudamos no capítulo. Em seguida, vimos que a emancipação é o ato que tem como objetivo conferir a um menor o governo de sua pessoa e o gozo e administração de seus bens. No registro de emancipação também devem constar alguns pontos, como por exemplo: data, prenome, sobrenome, data da sentença, entre outros como já vimos. Por fim, vimos o instituto da interdição, que consiste no ato ou efeito que incapacita a pessoa para cuidar de seus próprios bens e direitos, declarado por sentença, sendo então nomeado curador que passa a administrar os interesses do interditado, devendo se limitar ao que foi decidido na decisão judicial. No registro de interdição devem conter alguns pontos, como por exemplo: data do registro, data da sentença, nome do juiz, nome, profissão, entre outros. A emancipação e a interdição são registrados no Livro “E” do Registro Civil das Pessoas Naturais.

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Registro Civil das Pessoas Jurídicas

OBJETIVOS:

A pessoa jurídica é uma figura muito conhecida, mas muitas pessoas não sabem ao certo o seu conceito e como elas devem ser registradas. Assim estudaremos esses requisitos neste capítulo. Vamos lá!!

Pessoas jurídicas

Ao se falar em registro de pessoas, pode-se vir a mente duas espécies de registros: o registro das pessoas naturais e os registros das pessoas jurídicas. Neste capítulo estudaremos sobre o Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Padoin (2011) dispõe que as pessoas jurídicas se constituem da união de pessoas naturais ou de patrimônios, que visam à consecução de certos fins, reconhecidas pela ordem jurídica como sujeitas de direitos e obrigações. Para que haja a construção é de suma importância que haja a vontade humana, assim como devem ser observadas as prescrições legais, e que elas tenham como objetivo uma atividade lícita.

Completando esse conceito, Tibães (2015) retrata que a pessoa jurídica se refere a toda empresa ou entidade que possui a responsabilidade perante a lei. Podendo ser universidades, associações, cooperativas, partidos políticos e toda organização que possui fins lucrativos, como as empresas.

Os art. 40 do Código Civil dispõe quais são as pessoas jurídicas existentes, podendo ser elas de direito público, interno ou externo, e de direito privado. Em seguida, o art. 41 estabelece que são pessoas jurídicas de direito público interno:

A União;

Os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;

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Os Municípios;

As autarquias, inclusive as associações públicas;

As demais entidades de caráter público criadas por lei.

No que diz respeito às pessoas jurídicas de direito privado, elas são de acordo com o art. 44 do Código Civil:

As associações;

As sociedades;

As fundações;

As organizações religiosas;

Os partidos políticos;

As empresas individuais de responsabilidade limitada.

O que nos interessa estudar são as pessoas jurídicas de direito privado, pois são elas que são inscritas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas.

Quando estudamos sobre o registro de nascimento, nós vimos que a pessoa natural surge após o seu nascimento com vida, devendo o seu registro ser feito no Registro Civil de Pessoas Naturais. Desta forma, quando é que começa a existir as pessoas jurídicas de direito privado?

Quem responde essa pergunta é o art. 45 do Código Civil que dispõe que a pessoa jurídica de direito privado começa a existir com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, devendo ser averbado no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.

Referências

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