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XXXIII Exame de Ordem Unificado - Prova Prático-Profissional - Direito Civil

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Academic year: 2022

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

DIREITO CIVIL

P ROVA P RÁTICO - P ROFISSIONAL

Informações gerais

• Essa prova é focada na 2ª fase do XXXIII Exame de Ordem da OAB;

• A peça prática-profissional e as questões são inéditas e foram elaboradas pelos nossos professores com base no perfil da banca do certame, a FGV;

• 5 horas é o tempo disponível para a realização da prova, incluso o tempo para preenchimento do caderno de textos definitivos, tente realizar este simulado respeitando este limite de tempo conforme ocorrerá no dia de seu exame.

• Se possível realize a transcrição dos textos respostas para um outro papel, respeitando o número de linhas, assim poderá exercitar o seu tempo.

• Esse simulado não é uma das rodadas de correção de peças e questões individualizadas, que serão disponibilizadas futuramente somente aos alunos que efetuaram a compra do nosso curso.

• Esse simulado é uma auto avaliação! Você mesmo (a) vai corrigir, a partir da aula em vídeo, sua peça e suas questões.

• A partir das 14h, os nossos professores iniciarão a Correção da Prova AO VIVO, no canal do Estratégia OAB no YouTube comentando e resolvendo todos os itens das questões. Aproveite para assisti-la AO VIVO e corrigir os erros.

Siga as nossas Redes Sociais Estratégia OAB no YouTube instagram.com/estrategiaoab

ATENÇÃO!

Esse caderno de prova é disponibilizado de maneira gratuita, para que os candidatos à 2ª Fase do XXXIII Exame possam praticar. Por isso, será importante para nós que você dê o máximo de publicidade a esse simulado. Envie para os seus amigos, mande em listas de e-mails, WhatsApp, etc. Assim, mais gente tem acesso a ele! =) O objetivo é difundi-lo ao máximo!

O fato de o simulado ser gratuito, não significa que ele não seja protegido pela Lei de Direitos Autorais. A cópia ou distribuição não autorizada, sujeita o infrator às sanções previstas nos arts. 101 e ss. da Lei 9.610/1998.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

C ONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nessa aula, vou apresentar a vocês o gabarito do 2º simulado com autocorreção. Lembre-se, essa é uma autoavaliação, tente sempre fazer com o máximo de realismo.

E aí, como foi?

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

C ORREÇÃO DO S IMULADO

P EÇA PRÁTICO - PROFISSIONAL

Paulo Sousa

Fábio, proprietário de um automóvel, ao acelerar seu carro em um cruzamento na Avenida Brasil, no bairro Jardim dos Estados, em Vitória, capital do Espírito Santo, acaba colidindo com a motocicleta de Matheus, entregador de comida por aplicativo, em razão de não ter visto que a pista estava interditada. Este, posteriormente, alegando a imprudência do primeiro, ajuizou em seu desfavor ação de indenização por danos materiais, visando a receber os valores necessários ao conserto de sua motocicleta, a qual passou a tramitar na 13ª Vara Cível daquela Comarca nos autos eletrônicos sob o nº 78/2019.

Fábio, ao receber a citação da ação, entendeu que a responsabilidade de pagamento era da Seguradora Iluminada, em virtude de contrato de seguro que havia pactuado para seu veículo, onze meses antes do acidente. Diante de tal situação, Fábio apresentou sua contestação, juntando a apólice do seguro, bem como demonstrando o adimplemento das prestações securitárias. Promove, assim, a denunciação da lide à seguradora, bem como pleiteia a obtenção de justiça gratuita.

A magistrada da causa rejeitou o pedido de justiça gratuita e entendeu que não havia justificativa para ampliar a lide, considerando a conduta dolosa de Fábio, e, consequentemente, indeferiu a denúncia. Na mesma decisão, marcou a audiência de instrução e julgamento, instando as partes a especificarem e justificarem as provas que pretendiam produzir. Já intima as partes a respeito da sentença que será prolatada em audiência.

Na condição de advogada(o) de Fábio, você deverá manejar, tempestivamente, a medida judicial mais célere e adequada para resolver a situação, sabendo que há urgência de seu cliente no encaminhamento da resolução mais favorável, em razão de não possuir condições para arcar com os danos pleiteados pelo autor.

RESOLUÇÃO

Apontamentos teóricos

A Seguradora Iluminada não faz parte da relação processual estabelecida entre Fábio e Matheus. No entanto, há uma relação de direito material entre o Réu e a Seguradora Iluminada, comprovada por meio de uma apólice de seguro, razão pela qual o cliente entende cabível a denunciação da lide, uma das possibilidades de intervenção de terceiros.

E ele tem razão mesmo! Isso porque o artigo 125, inc. II, do CPC prevê essa possibilidade do determinar que “É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes (...) àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo”.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Veja que Fábio possui a comprovação da cobertura por acidentes em relação a terceiros e, diligentemente, traz aos autos a comprovação de sua assiduidade no adimplemento das prestações, cumprindo com a demonstração do art. 757 do CC.

Além disso, a magistrada da causa age com equívoco ao entender que a conduta de Fábio foi dolosa, provavelmente diante da redação do art. 762 do CC. No entanto, o próprio autor da indenizatória afirma que ele agiu com imprudência ao acelerar sem cuidar dos avisos de interdição da pista, afastando a aplicação do referido dispositivo.

O que fazer, então, nesse caso, já que o enunciado pede para tratarmos a questão com urgência?

Do indeferimento de alguma decisão interlocutória, é importante verificar se possível é o cabimento do agravo de instrumento. E casos como o presente, o inc. IX do art. 1.015 do CPC aloca expressamente como hipótese de agravo!

Se há urgência na tratativa do problema, então é o caso de pleitearmos antecipação dos efeitos da tutela recursal, em virtude do indeferimento na origem.

Além disso, o inc. V do referido artigo ainda prevê que é hipótese de agravo a rejeição do pedido de gratuidade da justiça. Também deve ser impugnado o ponto.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Modelo de resposta

MERITÍSSIMO(A) DESEMBARGADOR(A) DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

AUTOS DE ORIGEM Nº.

FÁBIO, estado civil, profissão, portador do CPF nº ..., residente e domiciliado em ..., CEP ..., com endereço eletrônico ..., por intermédio de seu(sua) advogado(a), devidamente qualificado(a), com endereço profissional à Rua ..., nº ..., Cidade ..., onde recebe as devidas notificações e intimações, nos autos da Ação de Indenização por Danos Materiais, movida em seu desfavor por MATHEUS, estado civil, profissão, portador do RG nº..., inscrito no CPF sob o nº... residente e domiciliado em...

vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 1.015, incisos V e IX do Código de Processo Civil de 2015, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO

Em face da decisão da 13ª Vara Cível da Comarca de Vitória, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.

I – DA JUSTIÇA GRATUITA

Considerando o indeferimento gratuidade processual e a possibilidade de o pedido ser formulado em grau recursal, conforme o caput do art. 99, do CPC, o Agravante pleiteia o benefício, em virtude de não possui condições para arcar com custas processuais, acostando a declaração de hipossuficiência, a qual possui presunção de veracidade, nos termos do art. 99, §3º do CPC.

II – DA TEMPESTIVIDADE

O presente Agravo de Instrumento é tempestivo, tendo em vista a observação ao prazo de 15 dias úteis, conforme preveem os artigos 1.003, §5º e 219, caput, ambos do CPC.

III – NOME E ENDEREÇO COMPLETO DOS(AS) ADVOGADO(AS)

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Advogado(a) do Agravante: Nome, inscrito na OAB sob o nº ……., com escritório profissional estabelecido a (Endereço completo com o CEP).

Advogado(a) do Agravado: Nome, inscrito na OAB sob o nº ……., com escritório profissional estabelecido a (Endereço completo com o CEP).

IV – DOS DOCUMENTOS NECESSÁRIOS

O art. 1.017, §5º preconiza que são desnecessários os documentos obrigatórios quando os autos são eletrônicos, o que ocorre no presente caso.

Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO OAB/….

RAZÕES DO RECURSO

EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA

A respeitável decisão interlocutória agravada merece ser reformada, visto que proferida em patente confronto com a legislação civil e processualista.

I – FATOS

Sendo concreto o direito do Recorrente e por receio de perder o imóvel, é que vem por meio desta via se insurgir em face da decisão agravada, conforme o art. 1.015, inc. IX do CPC. [3-5 linhas, no máximo]

II – ANTECIPAÇÃO DA PRETENSÃO RECURSAL

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

[Neste tópico deve ser demonstrada a urgência do direito pleiteado e a necessidade de deferir a antecipação da tutela, conforme art. 1.019, inc. I, do CPC. Falar da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo, conforme caput do art. 300 do CPC]

Assim, entendendo a necessidade de apreciar o pleito previamente ao início da fase instrutória no processo de origem, requer a imediata citação da denunciada para que compareça ao processo e para que produza as provas que entender cabíveis.

III – RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA

O CPC, no seu art. 125, inc. II, prevê a possibilidade de denunciação em casos como o presente, pois há obrigação da denunciada em reparar o dano que o agravante causou perante terceiros, o que se infere da apólice de seguro juntada, preenchendo os requisitos do art. 758 do CC. Comprovado está, ainda, o adimplemento das prestações referentes ao seguro contratado.

Nesse sentido, o art. 757 do preconiza que no contrato de seguro, o segurador se obriga, mediante pagamento do prêmio, a garantir interesse do segurado, contra riscos predeterminados fixados.

Além disso, como se percebe da própria narrativa do agravado, verifica-se que o agravante agiu com culpa, jamais tendo a intenção de causar dano a outrem, de modo que não se enquadra na hipótese do art. 762 do Código Civil.

Reitera-se, assim, que o agravante não quer se esquivar de sua obrigação de indenizar o agravado;

apenas busca obter o resguardo de seu direito, já devidamente consagrado pelo ordenamento jurídico pátrio.

IV – PEDIDOS

Pelo exposto, requer o agravante:

I – o conhecimento do presente recurso e o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela recursal, como autoriza o art. 1.019, inc. I do CPC, no sentido se determinar imediatamente a citação da denunciada;

II – também em sede de antecipação dos efeitos da tutela recursal, a fixação da gratuidade de justiça em favor do agravante

III – o provimento do presente recurso para reformar a decisão atacada, confirmando-se a tutela de urgência, nos termos da fundamentação acima;

IV – a condenação da contraparte ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, na forma da lei processual

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Pede deferimento.

Local, Data.

Assinatura OAB

[NUNCA ESQUEÇA desses detalhezinhos do final, eles contam MUITOS PONTOS!!! São os pontos fáceis, que eu vim mencionando ao longo das nossas aulas: cabeçalho com endereçamento,

“assinatura”, data, pedidos etc.]

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO

Endereçamento: ao Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (0,10).

0,00/0,10 Indicação do agravante (0,10) e do agravado (0,10). 0,00/0,10/0,20 Nome (0,10) e endereço completo (0,10) dos(as) advogadas(os)

do Agravante (0,10) e do Agravado (0,10)

0,00/0,10/0,20/0,40 Assinalar a desnecessidade de juntada das peças obrigatórias

(0,10), em virtude de os autos serem eletrônicos (0,10), conforme art. 1.017, §5º do CPC (0,10).

0,00/0,10/0,20

Cabimento do agravo de instrumento: art. 1.015, inciso e IX (0,10)

0,00/0,10 Preenchimento dos pressupostos recursais: tempestividade,

uma vez que protocolado em 15 dias úteis (0,10), conforme art.

1003, §5º (0,10) e 219, caput, CPC (0,10)

0,00/0,10/0,20/0,30

Pedido de justiça gratuita, em virtude do indeferimento (0,10), com base no artigo 99, caput do CPC (0,10), dispensando o preparo

0,00/10/0,20

Fundamentação jurídica:

1. Pedido da antecipação dos efeitos da tutela recursal (0,20):

demonstração de preenchimento dos requisitos para a obtenção, nos termos do art. 300, CPC (0,10) quais sejam, probabilidade do direito (0,10) e perigo de dano OU risco ao resultado útil do processo (0,10)

0,00/0,10/0,20/0,30/0,40/0,50

1.A. Pedir, em caráter de urgência/antecipação dos efeitos da tutela recursal (0,10), e em conformidade com o artigo 1.019, I, CPC (0,10), a determinação da citação da denunciada (0,20), previamente ao início da fase instrutória no processo de origem (0,20)

0,00/0,20/0,40/0,60

2. A pretensão do agravante está respaldada pelo artigo 125, inciso II, do CPC (0,20), que prevê a possibilidade de denunciação nos casos em que há obrigação da denunciada em reparar o dano que o agravante causou perante terceiros (0,20), conforme se infere do artigo 757 do CC (0,10).

0,00/0,20/0,40/0,50

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

2.B. A apólice de seguro está devidamente acostada nos autos, comprovando o contrato estabelecido entre denunciante e denunciada (0,10), nos termos do artigo 758 do Código Civil (0,10). Comprovado está, ainda, o adimplemento das prestações referentes ao seguro contratado (0,10).

0,00/0,20/0,30

2.C. Além disso, tendo em vista o agir com imprudência do agravante (0,10), verifica-se que não houve dolo do agravante por ocasião do acidente (0,10), de modo que não se enquadra na hipótese do artigo 762 do Código Civil (0,20)

0,00/0,10/0,30/0,40

Formular corretamente os pedidos:

Pugnar pelo conhecimento do recurso (0,10), para, preliminarmente, deferir o pedido de antecipação dos efeitos da tutela recursal (0,10), determinando a citação da denunciada (0,20)

0,00/0,10/0,20/0,40

Deferir a gratuidade processual desde pronto (0,10) 0,00/0,10 Determinar a intimação do agravado, para apresentar

contrarrazões (0,10), nos termos do artigo 1.019, inciso II, do CPC (0,10)

0,00/0,10/0,20

Pedir pelo provimento do recurso, para o fim de confirmar a tutela de urgência (0,10), acatando-se a denunciação à lide da Seguradora (0,10), bem como determinando a sua citação (0,10)

0,00/0,20/0,30

Condenação da contraparte a custas processuais e honorários advocatícios (0,10)

0,00/0,10 Fechamento da peça: local, data, assinatura e OAB (0,10). 0,00/0,10

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Q UESTÃO 1

Em 25 de setembro de 2019, Paola, dermatologista renomada no estado do Rio de Janeiro, que nos últimos 18 meses dividia domicílio entre inúmeros municípios fluminenses, lamentavelmente vem a falecer em um acidente durante a viagem que realizava em Búzios (RJ), para um congresso de sua área de atuação. Em vida, a médica de 68 anos, mostrava-se preocupada com os bens de sua titularidade, sendo dois deles imóveis localizados na capital – os únicos que lhe eram pertencentes - , razão pela qual, ao completar 45 anos, decidiu fazer um testamento. Na época, a falecida havia consignado em um testamento público a disposição de todo o seu acervo patrimonial para uma de suas irmãs, Renata. Entretanto, 5 anos após a celebração do negócio jurídico em questão, Paola adotou Pietra, engenheira de produção que hoje conta com 25 anos e mora em Recife (PE).

Procurada(o) pela filha de Paola para uma consulta sobre a situação sucessória que lhe toca, você deverá responder as seguintes questões por ela levantadas:

a) Pietra herdará os bens de Paola?

b) Pietra poderá requerer a abertura do inventário da mãe na cidade onde mora? Justifique?

RESOLUÇÃO

Apontamentos teóricos

A questão envolve testamento, portanto, importante já sair na busca pela parte do CC que trata sobre sucessão testamentária.

Quase chegando no título que versa sobre inventário e partilha, você localizará duas figuras bastante importantes para a nossa questão: a revogação e o rompimento. Elas não se confundem, considerando que a primeira refere-se a atos praticados pelo próprio testador enquanto a última, também conhecida como ruptura ou rupção (e até mesmo “revogação legal”) se trata da perda da eficácia do testamento em razão de: i) superveniência de descendente do testador; ii) ignorância da existência de herdeiro necessário à época da facção do instrumento testamentário, ou: iii) aparecimento ulterior de descendente que o testador julgava morto.

No caso em tela, temos a superveniente adoção de Pietra anos após o testamento público ter sido redigido. Pietra é herdeira necessária de Paola, pois é sua descendente, portanto, já verificamos a hipótese de rompimento do testamento, nos termos do art. 1.973 do Código Civil.

Quanto ao foro de competência para se requerer a abertura do inventário, vejamos que Paola vivia

“pulando” de uma cidade para outra no RJ, ou seja, não possuía um domicílio certo. No entanto, possuía dois imóveis em seu nome. Nesse sentido, o artigo 48, parágrafo único, inciso I do CPC vai dizer que o foro competente para se processar inventário quando o autor da herança não possui domicílio certo vai ser o da situação dos bens imóveis. Portanto, o inventário deverá ser processado na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Modelo de resposta

a) Sim, considerando que Pietra foi adotada posteriormente à data em que realizado o testamento público, e, sendo ela descendente de Paola, ocorrerá o rompimento do testamento, por previsão expressa no artigo 1.973 do Código Civil.

b) Não, pois Paola não possuía domicílio certo, razão pela qual o inventário deverá ser processado no foro de situação dos bens imóveis que lhe pertenciam, ou seja, no Rio de Janeiro, em virtude do que dispõe o art. 48, parágrafo único, inciso I do CPC.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO

A) Sim, considerando que Pietra foi adotada posteriormente à data em que realizado o testamento público (0,20) e, sendo ela descendente de Paola (0,20) ocorrerá o rompimento do testamento (0,25), por previsão expressa no artigo 1.973 do Código Civil (0,10).

0,00/0,20/0,40/

0,65/0,75 B) Não, pois Paola não possuía domicílio certo (0,10), razão pela qual o

inventário deverá ser processado no foro de situação dos bens imóveis que lhe pertenciam (0,20), ou seja, no Rio de Janeiro, em virtude do que dispõe o art. 48, parágrafo único, inciso I do CPC (0,20)

0,00/0,10/0,30/0,50

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Q UESTÃO 2

Miguel, após ser processado penalmente, é condenado à pena de regime fechado por 5 anos. Silvia, sua ex-esposa, vem passando por diversas dificuldades financeiras e o sustento dos filhos advindos do casamento, Alana e Diego, gêmeos que atualmente contam com 15 anos de idade, encontra-se ainda mais prejudicado em virtude da ausência de qualquer contribuição do pai por conta da prisão.

Diante de tal cenário, Silvia procura Jonas e Aldacy, pais de Miguel, para obter deles algum tipo de auxílio financeiro para fazer frente às despesas dos filhos. No entanto, o casal se nega, alegando que Silvia deve buscar primeiro a ajuda de seus próprios pais.

Diante deste cenário, responda:

a) Há fundamento para eventual ajuizamento de demanda alimentar em face dos avós paternos?

Qual é a natureza desta obrigação?

b) Se ajuizada ação em face de Jonas e Aldacy, poderão os pais de Silvia ainda ser demandados?

RESOLUÇÃO

Apontamentos teóricos

Estamos diante de uma hipótese de alimentos avoengos!

Quanto ao item A, sabe-se que, segundo a Súmula 596 do STJ, “A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso da impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais”. No caso, há impossibilidade total de Miguel em relação ao cumprimento da obrigação alimentar, razão pela qual os avós paternos poderão ser demandados, sim. Além disso, a primeira parte do artigo 1.698 do Código Civil também justifica a proposição da demanda, na medida em que dispõe que “Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato”.

Já o item B pode ser respondido justamente com a segunda parte do artigo 1.698 do Código Civil, que assim preconiza: “sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide”.

É importante lembrar, no entanto, que há discussão jurisprudencial e principalmente doutrinária se há a imposição de litisconsórcio necessário ou se estamos diante de hipótese de litisconsórcio facultativo. No entanto, o STJ entende que estamos diante de uma hipótese de litisconsórcio passivo NECESSÁRIO, como se infere de julgados como o REsp 1.711.199 – DF. Entende-se, nesse sentido, que a obrigação alimentar deverá ser diluída entre avós paternos e maternos na medida de seus recursos, diante de sua divisibilidade e possibilidade de fracionamento.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

No caso, se intentada a ação somente em face dos avós paternos, poderão estes chamar ao processo os maternos, caso entendam não conseguir suportar sozinhos o encargo. Assim, deverá ser definido quanto caberá cada um de acordo com as suas possibilidades financeiras.

Modelo de resposta

a) Sim, os avós poderão ser demandados. Considerando a impossibilidade total do pai em arcar com os alimentos dos filhos, caberão os alimentos avoengos (ou caberá a obrigação alimentar avoenga), conforme artigo 1.698 do Código Civil ou Súmula 596 do STJ. A obrigação dos avós é complementar subsidiária, de acordo com a Súmula 596 do STJ.

b) Sim, pois, de acordo com o artigo 1.698 do Código Civil, se intentada ação somente em face de parte dos coobrigados, poderão os demais ser chamados a integrar a lide, devendo cada um concorrer na medida de seus recursos.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO

A.1) Sim, os avós poderão ser demandados. Considerando a impossibilidade total do pai em arcar com os alimentos dos filhos (0,20), caberão os alimentos avoengos (ou caberá a obrigação alimentar avoenga) (0,10), conforme artigo 1.698 do Código Civil ou Súmula 596 do STJ (0,10).

0,00/0,20/0,30/0,40

A.2) A obrigação dos avós é complementar subsidiária (0,20), de acordo com a Súmula 596 do STJ (0,15).

0,00/0,20/0,35 B) Sim, pois, de acordo com o artigo 1.698 do Código Civil (0,10), se

intentada ação somente em face de parte dos coobrigados, poderão os demais ser chamados a integrar a lide (0,20), devendo cada um concorrer na medida de seus recursos (0,20).

0,00/0,10/0,30/,50

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Q UESTÃO 3

Jacqueline é mulher com espectro de autismo que, apesar de sua condição, relaciona-se bem em sua comunidade local, realizando atividades diárias que lhe permitem garantir seu próprio sustento. No entanto, após o falecimento de sua mãe, única pessoa com quem mantinha parentesco, encontra dificuldades para lidar com a venda do apartamento que lhe foi deixado como herança, uma vez que a situação foge do seu escopo de interação social e comunicação. Sabendo de suas limitações, Jacqueline busca auxílio de suas vizinhas de longa data e amigas de confiança, Mariana e Cristiane, ambas professoras universitárias do curso de Letras, para seguir adiante com a alienação do imóvel.

Sensibilizadas com a situação da amiga autista, as professoras procuram orientação jurídica para saber se há como formalizar algum vínculo para constarem como consultoras de Jacqueline para situações negociais.

Levando em consideração tais fatos, responda:

a) De que instrumento jurídico podem as amigas se valer no caso concreto, tendo em vista que Jacqueline, em que pese ser pessoa com deficiência, é capaz de exprimir sua vontade para os atos da vida civil?

Sb) e, diferentemente, Jacqueline possuísse condição mental permanente que lhe inviabilizasse para exprimir sua vontade, a medida a ser aplicada seria a mesma? Além disso, de acordo com a legislação pátria, seriam Mariana e Cristiane legitimadas para requerê-la em juízo?

RESOLUÇÃO

Apontamentos teóricos

De início, precisamos nos lembrar que a Lei 13.146/2015, o Estatuto da Pessoa com Deficiência provocou uma mudança na leitura da teoria das incapacidades e, além disso, trouxe uma série de alterações para a legislação brasileira no trato com a pessoa com deficiência, incluindo, é claro, o Código Civil.

Algumas dessas alterações dizem respeito aos instrumentos que podem ser manejados pela pessoa com deficiência que se encontra com dificuldades em lidar com questões atinentes à vida civil. No entanto, a preservação de sua autonomia e pessoa capaz deve ser sempre priorizada, diante da revogação inciso II do art. 3º do CC.

No caso, o enunciado deixa bem desenhadinho que nossa amiga Jacque é pessoa com deficiência que vive tranquilamente desempenhando atividades em sua comunidade, porém, possui certas limitações que dificultam a compreensão e a relação com situação que envolvem questões negociais.

Ela precisa ser curatelada por isso? Não! Isso porque a curatela é medida excepcional, extraordinária, a ser adotada somente quando e na medida em que for necessária.

O artigo 1.783-A do Código Civil, por sua vez, traz hipótese que bem se adequa ao caso concreto:

Jacque possui duas amigas – duas pessoas idôneas, com as quais mantém vínculo e que gozam de sua confiança - que poderão lhe prestar apoio necessário para exercer atos da vida civil e, portanto, exercer sua capacidade. Trata-se da tomada de decisão apoiada.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Entretanto, se Jacqueline não contasse com discernimento suficiente para exercer os atos da vida civil, aliás, se fosse incapaz de exprimir sua vontade, aí, sim, poder-se-ia cogitar da curatela – art.

1.767, I, CC. Contudo, veja que o CPC, em seu artigo 747, traz um rol de legitimados para requerer a curatela e, neste caso, as amigas não o integram.

Modelo de resposta

a) Sendo as amigas de Jacqueline pessoas idôneas, com quem possui vínculos e que gozam de sua confiança, poderiam instaurar processo de Tomada de Decisão Apoiada, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade, conforme o art. 1.783-A do CC.

b) Não. Caso Jacqueline, em virtude de condição permanente que lhe impedisse de exprimir sua vontade, poder-se-ia aplicar a curatela, nos termos do art. 1.767, inc. I, do CC. Além disso, de acordo com o art. 747 do CPC, Mariana e Cristiane não poderiam propor a ação de curatela, por não constar previsão de pessoas com vínculo semelhante no rol de legitimados.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO

A) Sendo as amigas de Jacqueline pessoas idôneas, com quem possui vínculos e que gozam de sua confiança (0,10), poderiam instaurar processo de Tomada de Decisão Apoiada (0,20), para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade (0,20).

0,00/0,10/0,30/0,50

B.1) Não. Caso Jacqueline, em virtude de condição permanente que lhe impedisse de exprimir sua vontade, poder-se-ia aplicar a curatela (0,20), nos termos do artigo 1.767, I, do Código Civil (0,10).

0,00/0,20/0,35

B.2) Não. De acordo com o artigo 747 do Código de Processo Civil, Mariana e Cristiane não poderiam propor a ação de curatela (0,20), por não constar previsão de pessoas com vínculo semelhante no rol de legitimados (0,20).

0,00/0,20/0,40.

(17)

3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Q UESTÃO 4

Capitão América Sousa e Homem Aranha Nogueira, filhos de fãs de histórias em quadrinhos, conhecem-se na confraternização da matrícula para o curso de Direito, na USP, no início de 2019.

Homem Aranha, com 18 anos recém-completados, passa a pesquisar possíveis soluções para alterar seu prenome, considerando que desde a infância sofre constrangimentos na escola em razão dele.

Empolgado com a possibilidade da alteração, comunica seu amigo, Capitão América, dos resultados encontrados para encorajá-lo a fazer o mesmo. Capitão, cujo aniversário de 19 anos ocorreu em dezembro do ano anterior, no entanto, demonstra a Homem Aranha que é indiferente ao seu prenome e que, em verdade, encontra-se mais preocupado com a inserção dele no SERASA, a qual é comprovadamente indevida, pois a fatura que originou a negativação já está paga. Entretanto, após diversos contatos com a empresa cobradora do débito, não obteve sucesso na resolução do problema. Ambos o(a) procuram para obter orientação jurídica.

Considerando algumas dúvidas por eles levantadas, responda:

a) Ainda que não houvesse motivação, poderiam tanto Capitão América como Homem Aranha alterar seu prenome?

b) No tocante ao problema específico de Capitão América, que ação judicial melhor servirá para poupá-lo e repará-lo da inscrição indevida? Há alguma medida para intentar a imediata retirada de seu nome?

RESOLUÇÃO

Apontamentos teóricos

Primeiramente, muito embora ainda se preconize o princípio da imutabilidade do nome, há hipóteses que autorizam sua alteração. Neste caso, considerando a hipótese levantada pelo item A, para alteração do prenome, independentemente de motivação, apenas quem se encontra no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá realizá-la, pessoalmente ou por procurador bastante, desde que não prejudique os apelidos de família. Ainda, a averbação, nesse caso, será publicada pela imprensa. Esta é a única hipótese de modificação imotivada, em que basta a vontade do titular.

Esgotado o prazo decadencial, a alteração só poderá ser realizada judicialmente e mediante adequada fundamentação.

No caso concreto, apenas Homem Aranha poderia realizar a alteração imotivada, já que ainda está no primeiro ano após atingida a maioridade civil. Como Capitão América possui mais de 19 anos, não mais se enquadra na hipótese legal.

No tocante ao problema de Capitão América, para poupá-lo da negativação, a ação a ser ajuizada deverá se consubstanciar em uma obrigação de fazer – visando a retirar seu nome do SERASA -, além da indenizatória por danos morais, esta última com vistas a reparar (ou melhor dizendo, compensar) Capitão pela inscrição indevida.

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3º Simulado Inédito - 2ª Fase do XXXIII Exame de Ordem – 27/11/21

Como o direito de Capitão está amplamente demonstrado, em virtude da comprovação do pagamento da fatura, a tutela de evidência poderá ser manejada, em razão do que dispõe do art.

311, inc. IV, do CPC, o qual preconiza que “A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando (...) a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável”.

Modelo de resposta

a) Não, apenas Homem Aranha poderia alterar o prenome imotivadamente, tendo em vista que possui 18 anos e, em relação a ele, não foi esgotado o prazo decadencial previsto no art. 56 da Lei 6015/1973 – Lei de Registros Públicos.

b) A ação ajuizada deverá ser uma obrigação de fazer cumulada com uma indenização por danos morais, com vistas a retirar o nome de Capitão América do SERASA e a repará-lo pelo prejuízo sofrido.

O autor poderá pleitear tutela de evidência, em virtude da alegação de inscrição indevida estar amparada por comprovante de pagamento da fatura, pleiteando a imediata retirada do nome, nos termos do art. 311, inc. IV, do CPC.

Distribuição de pontos

ITEM PONTUAÇÃO

A) Não, apenas Homem Aranha poderia alterar o prenome imotivadamente (0,10), tendo em vista que possui 18 anos e não foi esgotado o prazo decadencial previsto no artigo 56 da Lei de Registros Públicos (0,20).

0,00/0,10/0,30

B.1) A ação ajuizada deverá ser uma obrigação de fazer cumulada com uma indenização por danos morais (0,20), com vistas a retirar o nome de Capitão América do SERASA e a repará-lo pelo prejuízo sofrido (0,15)

0,00/0,20/0,35

B.2) O autor poderá pleitear tutela de evidência (0,30), em virtude da alegação de inscrição indevida estar amparada por comprovante de pagamento da fatura (0,20), pleiteando a imediata retirada do nome, nos termos do artigo 311, inciso IV do CPC (0,10).

0,00/0,30/0,50/0,60

Assinatura OAB: até a aprovação

http://bit.ly/Assinatura-OAB

Referências

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