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A ação supervisora numa escola pública: um estudo exploratório.

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Academic year: 2021

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xmivmsimm fmrnAi

M PAPAIBA CSNTRO PE FOHMAQAG P E PHOF^SSOIES

CAMPUS V - QMM%mAS-m

VALDILENE PA SILVA PEHR"EIHA

A Acao Supervisora numa escola p u b l i c a : uni estudc e x r j l c r a t o r i c .

HELAT&JIO PE ESTAGIC SUP13RVTSGNAD0 PEPAPTA^ENTO BE EPUCAOj^C*

SET13MBH0 - 10 Q2

********** ********** ******* ********************-**********.* ******************************* *********-x-*.**.-*.*^

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CAMPUS V - CAJAZT5IRAS-PB

VAEDIOTP5 DA S I L V A STORISTRA

A Acao Supervisora numa escola p u b l i c a : um estudo e x p l o r a t o r i o *

^TOHMSRIO Df? ESTAGIO SuPlfftVISIONAlX)

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ma doacao de s i p r o p r i o aos gran-des i d e a i s da humanidade, todos c o n t r i b u i r a o para o s u r g i r de uma sociedade mais humana. "

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I I . J U S T I F I C A T I V E 0 6 I I I . OBJETIVOS 1 0 I V . MUTODOLOGIA ... 1 1 V. FORMAQlO PC P S P ^ C I A L I S T A : C SUPERVISOR 1 4 V I . CONCLUSlO PCS TPABAUTOS 23 V I I . RTSFERSNCIA B I B L I O G R A F I C A 2 4

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INTRODUCES 0

0 tenia desse estudo e Agao Supervisora numa esccla de 1? e 2^ gravis da 9* Pegiao de Ensino da Paraiba. Esta r e g i a o esta s i t u a d a na cidade de Cajazeiras - Paraiba.

Pretendemos a q u i , a n a l i s a r a p r a t i c a educativa dessa a t i v i -dade p r o f i s s i o n a l no contexto s o c i o - p o l i t i c o e economico da socieda-de b r a s i l e i r a / p a r a i b a n a .

Nosso i n t e r e s s e pela fungao supervisora na r e f e r i d o e s c c l a , o r i g i n o u ~ s e de estudos e discusoes r e a l i z a d a s em s a l a de a u l a . I s t o despertou em nos o desejo de buscar informagoes mais s u b s t a n c i a i s , que encontram as -supervisora no desenvolvimento de seu t r a b a l h o , po-i s sabemos que esta p r a t po-i c a se da num spo-istema educacpo-ional que apre-senta v a r i a s d i f i c u l d a d e s .

A educagao, durante os u l t i m o s anos, nao tern merecido a a-tengao necessaria das autoridades competentes de modo a f a v o r e c e r una p r a t i c a educativa de qualidade. Alem d i s s o , e x i s t e todo um cuidado 1

por p a r t e do p r o p r i o Estado para que a Educagao nao seja. u t i l i z a d a ' como instrumento que permita o desvelar das relagoes que se dao no i n t e r i o r da sociedade b r a s i l e i r a , a uma t e n t a t i v a de i n i b i r as possi b i l i d a d e s de transform?, gao desta sociedade*

Nesse s e n t i d o , a Supervisao Educacion1, na forma como t r a -dicionalmente vem sendo exercida,. tern se c o n s t i t u i d o numa f o r t e a l i a da dos governos Federal e Estadual, para o cumprimento de seus prop<5 s i t o s p o l i t i c o s e d u c a c i o n a i s , o que j u s t i f i c a i n c l u s i v e a sua i n t r o -dugao no seio das pscolas p u b l i c a s .

Porem, no momento a t u a l de transformagao por que passa a so ciedade e a educagao b r a s i l e i r a , a ccmunidade e s c o l a r , em g e r a l e a Supervisao Educacional em p a r t i c u l a r , procura, no movimento de sua agao e r e f l e x a o , r e v e r sua p r a t r i c a pedagogica deslocando o eixo de sua agao i n d i v i d u a l para o c o l e t i v o , o s o c i a l e o g l o b a l , ao t r a t a r * da questao do ensino aprendizagem de modo que possa c o n t r i b u i r , e f e -tivamente, para um t r a b a l h o educativo transformador.

Pesee modo, como alunas do V I I Periodo do Curso de Pedagogia do Centro de Formagao de Professores do Campus V da Pniversidade

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Fe-d e r a l Fe-da Paraiba, tentanFe-do recponFe-der as exigencies impostas pelo pro cesso de mudangas no campo educacional, pretendemos com esta propos-t a de propos-t r a b a l h o para o espropos-tagio supervisionado em Supervisao Fscolar,* i n v e s t i g a r de que modo se r e a l i z a a Agao-Superviscra numa escola de 1 ? e 2? graus da Pede Estadual de Ensino, a r t i c u l a d a na 9* Pegiac de Ensino e como e percebida pelo corpo docente, discente e t e c n i c c a d -m i n i c t r a t i v o .

Entendemos que, r e f l e t i r sobre a questao acima pro posts, t o r na-se r e l e v a n t e na medida em que buscamcs eompreender a p r a t i c a edu-c a t i v a da soedu-ciedade, edu-como eopago s i g n i f i edu-c a t i v e na l u t a por uma esedu-co- esco-l a p u b esco-l i c a , g r a t u i t a e de quaesco-lidade, ao tempo em que, teremos experi^ encia educativa de natureza t e o r i c o - p r a t i c a enquanto e s t a g i a r i a s de h a b i l i t a g a o em Supervisao Pscolar*.

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I T . JUSTIFICATIVE

Para cempreendermos a origem da supervisao no campo edu c a c i o n a l b r a s i l e i r o , e necessario compreende-la, analisando o cont e x cont o hiscontoric© n a c i o n a l e i n cont e r n a c i o n a l da epoca era que e l a f o i i n s e r i d a , como a t i v i d a d e p r o f e s s i o n a l . Segundc NOGUEIEA (1989) "a o r i -gem da supervisao educacional na r e a l i d a d e b r a s i l e i r a , tern a ver com o seu contexto h i s t o r i c o , suas vinculagoes com o contexto i n t e r n a c i o n a l e ao encaminhamento dado as questoes nacionais no cenario mundi-a l " . ( p . 33)

Naquela epoca, i n i c i o dos anos 40, o mundo se d i v i d i a * em dois blocos: O c i d e n t a l , l i d e r a d o pelos americanos e o O r i e n t a l formado p e l a UPSS* Nesse contexto i n t e r n a c i o n a l ocorre a chamada guerra f r i a e n t r e estas duas potencies do mundo, uma vez que o suces_ so e a expansao do s o c i a l i s m o r e p r e s e n t a l p e r i g o para o bloco c a p i t a l i s t a , Frente ao crescimento Comunismo os americanos t r a t a r a m de i n -v e s t i r nos peises c a p i t a l i s t e s , oferecendo-lhes a s s i s t e n c i a t e c n i c a , com a f i n a l i d a d e de " a j u d e - l o s " . Em verdade, a inten§ao era mesmo a de manter esses paises sob seu dominio e longe da i d e o l o g i a comunis-ta« Para t a n t o , firmaram acordos com a m a i o r i a dos paises da America L a t i n a , e n t r e eles o B r a s i l .

0 governo b r a s i l e i r o representado por G e t u l i o Vargas -1950-1954, mantfiendo-se no coder, apoiando em bases p o p u l i s t a s , defen de o deaenvolvimento n a c i o n a l i s t a numa t e n t a t i v e de, c e r t a forma, im p e d i r a entrega de c a p i t a i s i n t e r n a c i o n a i s . Tal p o l i t i c a gera grande c o n f l i t o s e tensoes e n t r e as classes dominantes: de um l a d o , a defesa do desenvolvimento i n t e r n a c i o n a l i z a d o e do o u t r o , do desenvolvi -mento independente. I s t o c o n t r i b u i para o desgaste da p o l i t i c a de Var gas, pois nao conta com o apoio nem da classe dcminante e nem da c l & se o p e r a r i a , o que provoca a sua deposiao, e p o s t e r i o r m e n t e , seu sui_ c i d i o .

E l e i t o p r e s i d e n t e , J u s c e l i n o Kubitscheck - 1956, que m© mo assumindo uma p o l i t i c a de masses, seu governo destaca-se p e l a im-plantegeo d e f i n i t i v e do c a p i t a l i n t e r n a c i o n a l no p a i s . Pesse modo i n t e n s i f i c a a entreda de investimentos externos, h a j a v i s t a ser e l e um defensor da i n t e r n a c i o n a l i z a c a o do desenvolvimento. Por isso,os acor

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dos firmados entre o B r a s i l e os Estados TJnidos so vigcraram o f i e i a l mente a p a r t i r do seu governo, embora, teriham s i d o aoordados, o p r i -i n e -i r o , em 1950, chamado Acordo Geral de Cooperagao Tecn-ica e o Segun do, Acordo Especial de Servicos Tecnicos, data de 1953.

No bojo destes acordos na area educacional f o i c r i a d o o Programa de A s s i s t e n c i a B r a s i l e i r a Americana ao Ensino Elementar PABAEE, i n s t a l a d o na cidade de Belo Horizonte~MG, em 1957 e, com e l e a supervisao no campc educacional " b r a s i l e i r o .

0 PABAEE t i n h a t r e s o b j e t i v o s basicos que o fundamentava. 0 p r i m e i r o deles merece destaque porque e e s s e n c i a l para a com -preensao do surgimentc da supervisao, j a que t r a t a basicamente de sua formagao e do seu papel no contexto p o l i t i c o <£ educacional brasi_ l e i r o , assim formuladc: repasse "aos educadores b r a s i l e i r o s dos meto_ dos e t e c n i c a s u t i l i a a d a s na educagao p r i m a r i a norte-americana, pro-movendo a a n a l i s e , aplicagao e adaptagao dos mesmos, a f i m de atender

as necessidades comunitarias em relagao a educagao, por meio de e s t f mulo a. i n i c i a t i v a dos p r o f e s s o r e s . " (N0GUEIPA, 1989,pag. 3 7 ) . Nele,

vemos a causa e a razao da supervisao, dos centres de formagao do destaque metodologico, da p r i o r i d a d e aos metodos e t e c n i c a s , da atua gao no ensino p r i m a r i o e da sua t a r e f a f i s c a l i z a d o r a .

I n i c i a - s e a formagao das supervisoras em Indiana - Esta dos TJnidos para onde v a r i a s professoras foram se e s p e c i a l i z a r regres_ sandc, p o s t e r i o r m e n t e , para Belo Horizonte a f i m de m i n i s t r a r e m c u r -sos para novas s u p e r v i s o r a s . Expande-se assim a p r a t i c a da supervisao por todo o p a i s .

A p a r t i r de entao, as escolas passam a t e r uma nova f i g u r a , a s u p e r v i s o r a , c u j a formagao f o i i n t e n c i o n a l , tendo s i d o a c r i -t i c a e a p o l i -t i c a para a-tender i n -t e r e s s e s p o l i -t i o o s e s e g u i r os manda mentos do sistema p o l i t i c o i n s t i t u i d o , onde a meta era p l a n e j a r e c o n t r o l a r . Seu papel era f i s c a l i z a r , v a l o r i z a r a metodologia, o e n s i no t e c n i c i s t a , nao dar i m p o r t a n c i a ao POT? QU$ e PAPA QUE PAZEP mas apenas ao COMO PAZER.

Assim, a supervisao i n s e r i u - s e no sistema educaional bis s i l e i r o i n t e n c i o n a l m e n t e por razoes p r i o r i t a r i a m e n t e p o l i t i c a s .

E n t r e t a n t o , passa-se uma imagem de que a fungao supervii sora e inovadora, moderna, i n t r o d u t o r a dG® novos metodos e t e c n i c a s *

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de ensino, numa t e n t a t i v e de mascarar sua verdadeira funcao, ou seja, a de ser transmissora da i d e o l o g i a da classe dominance que v i s a enco b r i r seu descomprometimento com uma educagao democratica, v o l t a d a pa ra os i n t e r e s s e s da grande m a i o r i a da populagao b r a s i l e i r a . De f a t o , a supervisao educacional atua numa escola ainda e l i t i s t a e s e l e t i v a , que tem acentuado o prccesso de marginal!zacao das classes populares, do ponto de v i s t a q u a n t i t a t i v e e q u a l i t a t i v e *

Acrescamos a tudo que f o i d i t o , o f a t o de o pensamento conservador ser uma c a r a c t e r i s t i c a g e r a l dos educadores, em todos os n i v e i s , compromisso p o l i t i c o ."6 e v i d e n t e , e nao p o d e r i a ser de o u t r o modo, que a supervisao desenvolva um t r a b a l h o onde o pensar c r i t i c o , a transformagao, o replanejamento, o questionamento, a busca por i n -teresses comuns nac estao presentes em sua p r a t i c a e d u c a t i v a .

Embora a s u p e r v i s o r a tenha t i & o e, ainda tenha, uma f o r magao a c r i t i c a , a p o l i t i c a , ao organizar-se como c a t e g o r i a , nos movi-mentos s i n d i c a i s e s o c i a i s , nos Encontros Nacionais de Supervisoras'

Educacionais-ENSES, e na l u t a do d i a - a - d i a , comega a t e r uma visao 1

c r i t i c a da r e a l i d a d e , passando a r e f l e t i r sobre a funcao de agente r e p r o d u t o r da i d e o l o g i a dominante que desempenha a fungac de agente de transformagao, ou s e j a , de agente da c o n t r a - i d e o l o g i a que podera desempenhar.

Neste s e n t i d o , pode a l a r g a r sua v i s a o , t e r consciencia da sua verdadeira r e a l i d a d e , da p o s s i b i l i d a d e de desenvolver d e n t r o1

da escola um t r a b a l h o v o l t a d o para a transformagao sem q u e s t i o n a - l a s .

Nao apenas obedecer, mas c r i a r , i n o v a r , repensar, nao ver os f a t o s 1

como accntecimentos n a t u r a i s e c o r r e t o s ; a tomar decisoes; a c r e r as decisoes do Estado burgues so beneficiam a e l e p r o p r i o e p r e j u d i c a r1

alunos e p r o f e s s o r e s .

So assim, conseguira uma educagao v o l t a d a para todos,sen d i s t i n g o e s entre dominantes e dominados.

Para i s s o , o pensar c r i t i c o , o e s p i r d t o de l u t a , o t r a -b a l h a r c o l e t i v a c i e n t e , torna-se parte i n t e g r a n t e e f o r g a propulsorads sua agao e d u c a t i v a .

"Repensar a p r a t i c a da supervisao educacional s i g n i f i c a , e n v i d a r esforgoes, ao lado dos demais p r o f i s s i o n a i s da educagao, pa-ra c o n q u i s t a r uma escola democpa-ratica que assume, de f a t o , sua fungao

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p o l i t i c a , como um espago de l u t a , j u n t o a outras i n s t i t u i g o e s s o c i a -i s , para a superagao das contrad-igoes e x -i s t e n c e s , porque "a l u t a pe~ dagogica nao e, senao, uma forma de l u t a , ao lado da l u t a economica, s o c i a l e p o l i t i c a . " (CHARM, 1983, pag. 302)

Segundo Marilena Chaui, o que f a l t o u a. formagao dada a s u p e r v i s o r a educacional f o i uma visao p o l i t i c a do contexto h i s t o r i c o no qual se i n s e r e a agao e d u c a t i v a . $ necessario que a s u p e r v i s o r a ad q u i r a uma c o n s c i e n c i a c r i t i c a da r e a l i d a d e b r a s i l e i r a , f o r j a d a nas l u t a s e redimensionando a sua agio educativa incorporando a esta,sua agao p o l i t i c a .

Por tudo i s s o , pretendemos neste t r a b a l h o a n a l i s a r a p r a t i c a e as bases t e o r i c a s da agao s u p e r v i s o r a numa escola de 12 e 2^ graus da rede estadual a r t i c u l a d a s na 9* e 10» Regioes de Ensino' da Paraiba, com v i s t a s a d e l i n e a r seu p e r f i l e d e s c o b r i r p e r s p e c t i v e para seu f a z e r pedagogico.

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I I I . OBJETIVOg

GTsTRAL:

- Ccnhecer e r e f l e t i r sobre a p r a t i c a educativa da Acao Supervisora numa escola da 9* Regiao de "Ensino da Pa-r a i b a e a aceitacao que tePa-rn a ccPa-raunidade e s c o l a Pa-r pelo e x e r c i c i o dessa supervisao.

ESPECJPICCS:

- Aprofundar nossos conhecimentos sobre Supervisao Edu-c a Edu-c i o n a l de modo g e r a l e, em p a r t i Edu-c u l a r nesta esEdu-cola publican

- C a r a c t e r i z a r a dimensao educativa da funcao supervise r a na. r e f e r i d a escola;

- R e f l e t i r , numa p e r s p e c t i v a c r i t i c a , a avaliacao e ou propostas apresentadas pela ccmunidade e s c o l a r para a p r a t i c a educativa na escola s u p r a / c i t a d a .

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IV. METCSOLOGIA

0 r e f e r i d o t r a b a l h o engloba as c a r a c t e r i s t i c a s de um estudo e x p l o r a t o r i o , cujo o b j e t i v o fundamental e buscar esclarecimentos,res postas para um problema mediante o emprego de procedimentos c i e n t f f i cos* V5RGT3R (1983) e SELTZ (1967) mostram que:

"a pesquisa no seu n i v e l e x p l o r a t o r i o e um t r a b a l h o que tern como f i nalidade desenvolver e e s c l a r e c e r os f a t o s , visando a m o d i f i c a r con c e i t o s e i d e i a s para a formulagao de novos problemas e hipoteses pa r a estudos p o s t e r i o r e s " . ( p . 1 3 4 ) . Envolve ainda, este t i p o de estudo levantamento b i b l i o g r a f i co e documental, e n t r e v i s t a s nao padronizadas e estudo, com o o b j e t i vo de p r o p o r c i o n a r uma visao g e r a l e a p r o x i m a t i v a dos f a t o s .

Diante dessa visao e ccmpreesao sobre estudo e x p l o r a t o r i o , i u s t i f i c a m o s a escolha por essa metodologia, em v i r u t d e da natureza* do problema ora proposto, q u a l s e j a , o de ccnhecer a p r a t i c a p o l i t i -co/pedagogica da Supervisora numa escola p u b l i c a na cidade de Cajaza ras-PbB

Desse modo, analisamos aqui a concepgao t e o r i c o m e t o d o l o g i -ca subjacente a p r a t i c a edu-cativa do s u p e r v i s o r na r e f e r i d a e s c o l a ,1

suas relagoes com os elementos do processo ensino-aprendizagem, suas relagoes com os elementos do processo, d i g o , suas cojidigoes de traba_ I h o , sua relagao pessoal e p r o f i s s i o n a l , sua concepgao de escola pu-b l i c a , Enfim, como se da a relagao entre s u p e r v i s o r e comanidade es-c o l a r , es-como esta a v a l i a sua atuagao e es-coino g o s t a r i a que fosse exeres-ci^ da, desta forma tragados seu p e r f i l e apontamos p e r s p e c t i v a s ,

Assim, p e l a necessida.de de r e a l i z a r m o s um t r a b a l h o d i r e t o 1

no campo onde se da a agao s u p e r v i s o r a , com o i n t u i t o de melhor com-preendermos a questao propesta para estudo e elaborarmos um r e l a t o r i o contendo o desenvolvimento da e x p e r i e n c i a .

Por i s s o , este t r a b a l h o e centrado na f i g u r a do s u p e r v i s o r , mas ensrolve tambem outros elementos i n s e r i d o s no processo ensino-ap

aprendizagem, como p r o f e s s o r e corpo t e c n i c o a d m i n i s t r a t i v o , que d i -r e t a ou i n d i -r e t a m e n t e , c o n t -r i b u i -r a m pa-ra a comp-reensao do ofenomeno 1

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-n i f i c a t i v o .

Consta neste t r a b a l h o , o numero de v i n t e s u j e i t o s desse es-t u d o . Tses-to so f o i d e f i n i d o medianes-te alguns c c n es-t a es-t o s com a area es-t r a b a l h a d a . Todavia, levando em consideracao os c r i t e r i o s adotados, s e l e -cionamos uma amostra que d e l i m i t o u o campo da i n v e s t i g a g a o , de forma que p o s s i b i l i t o u a consecucao dos o b j e t i v o s desejados e que, acima 1

de tudo f o i s i g n i f i c a t i v e em relagao ao universe SUPER VTSjO da r e f e -r i d a Regiao de Ensino*

Para e f e t i v a g a o desse t r a b a l h o optamos pelos procedimentos1

metodologicos adequados a um estudo dessa natureza, como observagao 1

simples e e n t r e v i s t a s nao e s t r u t u r a d a s , pois so a t r a v e s do c o n t a t o <3L r e t o do d i a - a - d i a do t r a b a l h o da s u p e r v i s o r a , temos condigoes de en-t e n d e r como se da na p r a en-t i c a , a Agao Supervisora na escola onde esse t r a b a l h o f o i r e a l i z a d o *

Escolhemos a observagao por ser um instrumento adequado pa-r a appa-reendepa-rmos o nosso o b j e t i v o de estudo, na medida em que acompa-nhamos i n loco o d i a - a - d i a dos s u j e i t o s , o s i g n i f i c a d o que eles dao a r e a l i d a d e que os r e d e i a e as suas p r o p r i a s a t i t u d e s .

Iniciamos nos dias 11 e 12 de margo de 1992 cbservando a ma t r f c u l a . Observamos dois d i a s , no h o r a r i o da manha e t a r d e , sendo e-f e t u a d a por e-f u n c i o n a r i o s da 9* Regiao de Ensino. Era r e a l i z a d a p o r d o i s grupos, um de novatos e outro de veteranos* Nao houve nenhum i m p r e v i s t o ou f a t o incomum durante o tempo em que o b s e r v e i .

Durante os dias 30 e 31 de margo do mesmo ano, p a r t i c i p a n t s dc planejamento. Este planejamento deu-se com todas as Escolas Esta-duais de 1 ^ grau, com a p a r t i c i p a g a o do corpo docente de cada escola e o pessoal da 9* Regiao de Ensino de C a j a z e i r a s . Observamos o plane_ jamento da 1«, 2» e 3* s e r i e s .

Apos esse contato i n i c i a l com o pessoal da escola passamos*

para as e n t r e v i s t a s , que por sua vez ajudaram-nos no aprofundamento1

da i n v e s t i g a g a o , pela p o s s i b i l i d a d e que nos ofereceu, de, captarmos1

de forma imediata e coerente a informagao desejada*

Iniciamos as e n t r e v i s t a s no d i a 22 de junho e f i n a l i z a m o s no d i a 31 de j u l h o as quais foram f e i t a s em numero de v i n t e , com a dura

gao de 30 minutos para cada entrevistado envolvendo a d i r e t o r a , a su p e r v i s o r a , o i t o p r o f e s s o r e s , duas pessoas do corpo tecnico-administra t i v o e o i t o alunos.

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l h o da s u p e r v i s o r a , seu relacionamentc com cs s u p e r v i s o r e s , as con-t r i b u i g o e s desse p r o f i s s i o n a l para a e s c o l a , sua concepgao de esco-l a p u b esco-l i c a e t c . As e n t r e v i s t a s foram f e i t a s na p r o p r i a escoesco-la,

sen-do gravadas, sumariadas e a n a l i s a d a s , propiciansen-do assim, melhores 1

condigoes de entender como se d e f i n e a p r a t i c a da Agao S u p e r v i s o r a1

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V. POPMACAO DO ESPgCIALISTA; 0 SUPggVISQg

Com a c o n s c i e n c i a dos f a t o s estudados durante todo esse pe-r i o d o do Cupe-rso, ppe-rocupe-ramos examinape-r opgces e p pe-r i n c i p i c s que se mani-festsm sobre a questao do conhecimento de uma dada realidade,como fcr ma de se estabelecer uma base mais c o n s i s t e n t e ao desenvolvimento do

presente t r a b a l h o *

Em estudos f e i t o s sobre Ensino P u b l i c o , f o i necessarios de-poimentos de autores e professores l i g a d o s a Educagao para melhor ex p l i c i t a r nossa problematizacao.

Cabe a todos a missao de responder q u a l a escola p u b l i c a 1

que o pais quer ver funcionando para atender as suas geragoes de c r i a n c a s e jovens, que ainda esperam a chance para se i n t e g r a r ao processo de aprendizado permanente.

Ensino, segundo o mestre A u r e l i o Buarque de Holanda F e r r e i -r a , em seu d i c i o n a -r i o , e a t-ransmissao de conhecimentos u t e i s e indjs pensaveis a, educagao* E p u b l i c o e a q u i l o pertencente ou destinado ao povo, a. c o l e t i v i d a d e , que e de uso de todos. Ja na d e f i n i g a c do pro-f e s B o r A n i s i o T e i x e i r a (1988), ensino p u b l i c o , "e aquele que o govsr no deve dar a todos, indiscriminadamente, para que a eacola s e j a uma grande i n s t i t u i g a o popular de educagao comum." (p*04)

Diante dos depoimentcs c o l h i d o s j u n t o ao corpo docente,dis-cente, t e c n i c o - a d m i n i s t r a t i v o e todos os membros da escola sobre ES-001x1 PfeLICA, f i c o u constatado que e l a se d e t e r i o r o u * P r o j e t o s para uma e s c c l a p u b l i c a popular e e f i c i e n t e existem, alguias divergem em nuances, em detalhes t e c n i c o s ou p o l i t i c o s * Mas a verdade e que c b r a s i l e i r o quer ver a escola p u b l i c a resgatada. Sim, houve uma epoca em que alguns segmentos de populagao que frequentaram a escola publi_ ca a imagem de um ensino r i c o e de boa qualidade. A classe media,por exemplo, formou seus pais e f i l h o s g r a t u i t a m e n t e8

"No meu tempo, bom mesmo era estudar na escola p u b l i c a * Eu e s t u d e i no i n t e r i o r da Bahia, na escola A n i s i o T e i x e i r a * Uma p r o f e s -s o r a que veio de f o r a , me deu muita compo-sigao para e-screver, me bo-t o u para escrever*" (1988 - p. 04) Lembra o e s c r i bo-t o r Anbo-tonio Torres, engrossando o coro dos que sentem saudades de uma escola p u b l i c a que ensinava bem*

(16)

A problematica da escola p u b l i c a e n f r e n t a uma dura r e a l i d a -de*

Cada qual com o seu p r o j e t o de educagao democratica. Enquan t o i s s o , o B r a s i l se debate entre v e r i e s mudengas. Em um c u r t o

espa-50 de tempo, deixou de ser um pais r u r a l , com 75^ de sua populacao 1

v i v e n t e no campo, para ser um pais essencialmente urbano, com mais ce 80^ de seus h a b i t a n t e e vivendo nas cidades. Cidades que evidentemen-t e nao esevidentemen-tavam preparadas para o inchaco provocado pela implanevidentemen-tageo* das i n d u s t r i e s . I n d u s t r i e s que c r i a r a m e&pregos, que a t r a i r a m gente do campo, que trouxeram r i q u e z a e m i s e r i a , c o n f o r t o e p o l u i g a o .

No campo de t r a b a l h o onde houve constatagao das d e f i c i e n c i -es abeixo c i t e d a s , pode-se imaginer que d i f i c i l sera para os governm t e s e demais interessados em former uma nova escola p u b l i c a de q u a i l da.de •

"Pelo que eu ve j o , a escola p u b l i c a nao forma a gente pra 1

nada, mal tern aula e os professores nao se manifestem pare mudar,faz e e o n t i n u a r na mesma c o i s e , e n t r e dig. e s a i d i a e e e mesma c o i s a : • chega na escola, abre o cederno, es vezes e professore pede pre a l -guem c o p i a r no quadro, a gente acompanha e p r o n t o ! A i assim posso di^ zer que a escola. p u b l i c a e de qualidade?" ( E n t r e v i s t a n9 08)

"..•Aqui tem muitos professores que nao se q u a l i f i c e d o s pa-r a ensinapa-r. Simplesmente pa-reppa-roduz o que esta e s c pa-r i t o nos l i v pa-r o s dida t i c o s .1' ( E n t r e v i s t a n« 06)

"Os conteudos nao dizem r e a p e i t o a nossa r e a l i d a d e , porque' os l i v r o s d i d a t i c o s quando tern p r o f e s s o r que t r a s , mostram que nao

tem nada a ver com a v i d a da gente a q u i . (...) nao existem r e c u r s o s1

d i d a t i c o s nessa escola, pelo menos que eu s e i b a . (*••) professores 1

so falam de s a l a r i e s e nao ensinam nada, por exemplo: M a t e r i a do dia: "e porque os professores ganham muito pouco e nao tem obrigageo de ae matar para e n s i n a r . . . " (...) Quanto a questao de autonomia a d m i n i s t a t i v a , eu nao tenho certeza se e x i s t e , porque aqui an coises so

acon-tecem se a S e c r e t a r i a da Educagao em Joao Pessoa d e i x a r , e eu vejo 1

que 0 Governo nao que melhorar 0 ensino nas escoles...(Ent. n$ 07).

(17)

demos indagar: 0 que dizer de um sistema educacional que cresce de-formado em meio a "burocracia e s t a t a l e que nao atende de forma prima r i a as necessidades de saber do jovem da populagao b r a s i l e i r a ?

Nestes anos todos, d i t o s de progresso e desenvolvimento pa-r a a economia b pa-r a s i l e i pa-r a , a escola f o i confundida com tpa-reinamento.lfec acompanhou a r a p i d e z das mudangas. Em pesquisas f e i t a pelo MEC no a-no de 1987, r e g i s t r o u - s e um d e f i c i t muito grande nas escolas publicsB nao muito d i f e r e n t e do momento a t u a l , a r e s p e i t o do 19 grau - dever do Estadc e d i r e i t o de todos* Ha mais de 100 anos -, os dados sao alarmantes. 30,9^ da populagao urbana e 50,77^ da populagao rural,com 7 anos imcompletos, estavam fo^a da escola em 1986. Mais de 50*S dos alunos matriculados na 1 * s e r i e nao conseguem passar a d i a n t e . uma especie de " V e s t i b u l a r o c u l t o " * Segundo documentc elaborado pelo Mi-n i s t e r i o da Educagao*

Em "0 Quadro Negro da Educagao B r a s i l e i r a " MEC, 1987 ape_ nas 20 c r i a n g a s , de cada 100 m a t r i c u l a d o s na 1 * s e r i e do 1 ^ grau, em

1972, chegaram a 1 * s e r i e do 2? grau. Apenas 11 concluiram 0 c o l e g i

-a l , e dest-as, somente 8 ingress-ar-am no curso s u p e r i o r . Aind-a segundo o MEC, de toda populagao b r a s i l e i r a que frequenta as escolas,

somen-t e 3 alunos conseguem c o n c l u i r o 39 grau, ou TJniversidade.

Analisamos, p o r t a n t o , um pais de analfabetos ou semi, ou ainda como costuma denominar o educador Darcy ^ i b e i r o : "de analfabe-t o s f u n c i o n a i s " * Oomo d i z o educador Paulo F r e i r e : "esanalfabe-tas criangas e

jovens foram "demitidas" da v i d a , estao como se estives-sem perdido o seu enderego no mundo". (1988 - p. Q>7)

A escola p u b l i c a x, t r a b a l h a d a , mostrou anteriormente a l g u -mas de suas d e f i c i e n c i e s e acrescenta que:

"A escola p u b l i c a de c e r t a forma e l a cresceu de andar, sabe que esquecendo de l e v a r a escola pra onde e l a deve i r , e l a parou e nessa parada dela esta v o l t a d a , d i g o , nessa parada dela e l a esta v o l tando, que voce nao tem na escola a q u i l o que voce p r e c i s a . l a voce '

tem m a t e r i a l humano t a ! Mas esse m a t e r i a l humano nao esta preparado1

pra i s s o , pra essa r e a l i d a d e que a gente t a vivendo. Veja bem, enquan too p r o f e s s o r , e l e e "preparado" ate que a c r e d i t o que muitos estao 1

preparados agora, pra e n t r a r numa TJniversidade pra depois se former e i r pra s a l a de a u l a , enquanto eles estao preparados pra i s s o , eles

(18)

nao tem o que e importante que e a f o r g a de vontade de t r a b a l h a r . 0 p r o f e s s o r esta a l i apenas pra gannar c seu s u s t e n t o ; o aluno esta a l i porque tem que t e r o canudo na mao e as condigoes das escolas mo t r i s t e s . 0 c e r t o s e r i a quetivessemos uma esccla p u b l i c a mais e f i c i e n t e , com boa qualidade de ensino, que e s t i v e s s e a s e r v i g o dos i n t e r e s ses das classes populares, que fosse um espago de l u t a e que c o n t r i -buisse para a transformagao da sociedade, so que nao e„ A escola pu-b l i c a tem sido nada mais que um cenario t r i s t e e cheio de marasmo,on de o descaso, a omissao, o desinteresse e a desmotivagao tem side os personagens mais a t u a n t e s ; onde temos como p l a t e i a pessoas alienadas que nada fazem a nao ser esperar que as c o r t i n a s se fechem e o espet a c u l o cansaespetivo e angusespetianespete acabe, onde so quern l u c r a e o produ -t o r desse c r u e l espe-taculo, que esconde nos b a s -t i d o r e s aqueles perso nagens vivos que q u e r i a tambem escrever e i n t e r p r e t e r o seu papel.Ca da d i a f i c a mais c l a r o que a escola p u b l i c a nada mais e do que uma simples pega t e a t r a l * " ( E n t r e v i s t a n? 20)

Enquanto tentamos caminhar, para melhor resgatarmos o e n s i -no p u b l i c o , os governantes aparecem com medidas nada c o n s t r u t i v a s pa r a essa mudanga, pois a q u i l o que esta e s c r i t o nao esta sendo cumpri-do«

Podemos apresentar como exemplo o P r o j e t o "CHAMADA ESCOLARM

elaborado no Governo Cunha Lima (neste ano). P r o j e t o de i n t e n s e d i -vulgageo que tomava conta da s a t i s f a g e o pessoal enquanto sonho,porqu> v i s t o pelo prisma de elaboregao f o r a tudo muito b o n i t o . Seria r e a l

-mente a e s c c l a p u b l i c a de qualidade que todos almejam. So que tudo 1

este bem longe da r e a l i d a d e , f o i o que conseguimos c o n s t a t a r de a l -guns depoimentos f e i t o s no campo de t r a b a l h o .

"A chamade e s c o l a r t i n h a muita coisa b o n i t a que nao p a s s o u1 1

do papel e da t e l e v i s e o , porque pra gente nao melhorou nada, f e z f o i f i c a r p i o r porque os professores tem mais aula e so falam que tao ge nhando poueo." ( E n t r e v i s t a n? 04)

"A. chamede e s c o l a r nao passou de um golpe p o l i t i c o pre fezer uma media com o povo, porque esse governo a i nao tem compromisso com a educageo j u n t o com o u t r o s , que j e entrerem e seiram do poder.A edu cageo pode mudar a i d e o l o g i a das pessoas e i s s o pode p r e j u d i c e - l o s 1

(19)

"..•a chamada e s c o l a r esta rezando muita coisa b o n i t a , que s e r i a a t e , se fosse executado, muito bom, muita c o i s a , mas co que esta e s c r i t o na p r a t i c a sendo totalmente d i f e r e n t e , os c r i t e r i o s , a s normas, a t r i b u i g o e s d i t a s na chamada nao estao sendo respeitadas e mesmo assim esta. sendo a c e i t a por eles l a em Joao Pessoa, mesmo sa-bendo que esta saindo tudo t o s t a d o . E sinceramente eu ainda nao con segui d i s t i n g u i r , se e i n c o e r e n c i a ou i r r e s p o n s a b i l i d a d e desse go-verno que p r o j e t o u essa chamada e s c o l a r . " ( E n t r e v i s t a n^ 12)

Ao f i n a l d'esses r e l a t o s acima c i t a d o s , f i c a cla.ro que a Educagao esta mesmo a merce dos descompromissados„ Go que nao acaba a q u i , vamos adiante com um dos pontos desse P r o j e t o da Chamada Esco l a r , o qual veio p r e j u d i c a r mais um dos e s p e c i a l i s t a s , o supervisor, que e o caso do AGENTE EDUCACIONAL*'

Esse mais novo e s p e c i a l i s t a que s u r g i u de um p r o j e t o p o l i -t i c o , por nao assumir ainda nes-ta regiao sua fungao, f i c a uma i n c o g n i t a de como sera sua atuagao na escola, mas por antecedencia nota-mos que este apareceu para s u b s t i t u i r o s u p e r v i s o r educacional*

A p a r t i r de depoimentos c o l h i d o s na escola x, podemos per-ceber que o agente educacional ainda e um e s p e c i a l i s t a desconhecido da i n s t i t u i g a o - escola - por ser o mesmo, produto de uma l e i gover namental*

".• *nac conhego nenhum agente educacional, e aqui nessa es_ c o l a ainda nao houve nenhuma informagao ou aviso sobre e l e * " (Entr£ v i s t a n^ 06)

"So c u v i f a l a r de agente educacional atraves de amigas,por causa da propaganda da chamada e s c o l a r , mas aqui na escola nao o u v i nem f a l a r - " ( E n t r e v i s t a n^ 08)

".Ainda nao s e i bem o que esse agente v a i f a z e r na escola, porque ainda nao vieram a q u i , mas imagine pelo que j a ouvi d i z e r , ' que vao ser os " p o l i c i a i s da Escola"*" ( E n t r e v i s t a n51 0 )

Enquanto v a r i o s dos e n t r e v i s t a d o s nao conhecem o agente e-d u c a c i o n a l , j a existem outro que f a z ate relagao com o s u p e r v i s o r , ' mostrando s u i ) e r f i c i a l m e n t e que o mais novo e s p e c i a l i s t a chegou para

ocupar um cargo a mais no Estado*

"***o s u p e r v i s o r tem a ferramenta e a mao-de-obra e o agen t e tem o s a l a r i o aumentado; o s u p e r v i s o r •caminha ao lado do p r o f e s

(20)

-s o r ; o agente -se coloca acima; o -s u p e r v i -s o r ace-s-sora, aeompanha,a-s- aeompanha,as-s i aeompanha,as-s t aeompanha,as-s ; o agente f i aeompanha,as-s c a l i z a ; o aeompanha,as-s u p e r v i aeompanha,as-s o r quer t r e b a l h a r e nao tem con digoes, nem dispoe de meios, mas sabe t r a b e l h e r , a t u a r ; o agente tem condigoes, meios, mas nao tem bagagem para a u t a r , mas nao f e z . Os supervisores nao querem ser agentes, mas os agentes nunca poderao ' ser s u p e r v i s o r e s . " ( E n t r e v i s t a n^ 20)

Diante de estudos e pesquisas sobre s u p e r v i s a o / s u p e r v i s o r , podemos c o n s t a t a r , que nao sera a e x i s t e n c i a de uma l e i que t r a n s -fcrmere um determinado p r o f i s s i c n a l numa pega importante dentro da' d s c o l a . Ao c o n t r a r i o , e o e x e r c i c i o de uma p r a t i c a coerente e com -prometida que p o s s i b i l i t e r a aos v a r i o s e s p e c i a l i s t a s o reconhecimen t o de sua fungao.

A supervisao educacional b r a s i l e i r a f o i , e e' toda e s t r u t u rada em cima de t e c n i c a s norte-americanas, a t r a v e s da "ajuda" pres-tada aos paises da America L a t i n a *

atraves desta e s t r u t r a f i c a obvio i d e n t i f i c a r porque o pa-p e l do s u pa-p e r v i s o r e de mero r e pa-p r o d u t o r do sistema, 0 que ocorre e que, se coloca f i m n a q u i l o que d e v e r i a ser um meio.

Na r e a l i d a d e b r a s i l e i r a , ainda hoje o papel da supervisee, e o de c o n t r o l a r , de v i g i l a n c i a , por isso a sua formagao e conserve dora. Com e reforma do curso s u p e r i o r - L e i n^ 5.540/68 c o n s o l i d o u ' a presenga da supervisao no contexto para todo o ensino de 1 ? e 29 graus, garentindc sua formageo conservadora.

Na a i a l i s e de Naura S y r i a sobre o Parecer 252/69, a Supervi sao tem fungao c o n t r o l a d o r a e meramente executora. Atraves desta a-n e l i s e , sabemos que o s u p e r v i s o r educacioa-nal f o i i a-n s e r i d o a-no coa-ntex t o educacional n r a s i l e i r o de forma i n t e n c i o n e l e, consequentemente, e sua formagao pare desenvolver uma p r e t i c e conservadore, pera garai t i r os o b j e t i v o s e i n t e r e s t s do Estado burgues.

Pela formagao a c r i t i c a , o s u p e r v i s o r educacional no d i a a -d i a -da sua p r a t i c a e-ducativa como r e p r o -d u t o r , v i v e as c o n t r a -d i g o e s1

de sua p r a t i c a , uma vez que, era e o r i e n t a d a pela S e c r e t e r i a de Edu cagao, algumas vezes, por associagoes um pouco mais c r i t i c a .

A supervisao e v i s t a como algo acabado, sem p r e c i s a r de quK tionamento, um f a z e r t e c n o b u r o c r a t i c o , formados por r e g r e s , normas 1

(21)

determine-do, i d e n t i c o s a s i mesmo, i n c l u s i v e baseado na e x p e r i e n c i a e nao em estudos, onde a evolucao nao passa de um mero desenfronhar de algc a b s t r a t o , o c u l t o , nao sendo pensa.de, mas apenas colocado em p r a t i c a *

Enqunato p r a t i c a , a supervisao na escola x, e exercida de forma o c u l t a , i n e x i s t e n t e , como mostra os depoimentos:

"**.0omo e que vou responder sobre o t r a b a l h o de uma pessoa. ou eu nunca v i , e o u t r a , nem o u v i f a l a r , t o aqui desde 89 e aqui mesmo nao, eu nunca o u v i f a l a r nessa s u p e r v i s o r a *H ( E n t r e v i s t a n§04)

"Descchhego qualquer t r a b a l h o de supervisao nessa escola. desde o ano de 1985 ate esses dias„" ( E n t r e v i s t a n^ 09)

"Desconhego qualquer atuacao dessa ou de o u t r a s u p e r v i s o r a nesse e o l e g i o desde que vim ensinar aqui e isso j a f a z quase 10 anos

-**" ( E n t r e v i s t a n? 11)

Concluimos p o r t a n t o , que nao havendo "supervisao" na esco-l a f i c a d i f i c i esco-l a constatacao de sua p r a t i c a , sua atuacao.

Agora, ccntrapondo os depoimentos a n t e r i o r e a , surge um en-t r e v i s en-tado que f a l a de uma c e r en-t a aen-tuacao na escola como s u p e r v i s o r a , onde diz:

"***como os alunos, havia um grupo que eu t r a b a l h a v a com elas e e l s s f a l a vain sempre nos nossos encontros que era muito d i f i c i l t e r dialogo com os professores ou qualquer membro da a d m i n i s t r a gao, porque o d i a l o g o que e x i s t i a e n t r e o e o l e g i o e aluno era se t i -nha prova ou nao; estava reprovado ou nao e coisas desse t i p o * Os ' nossos encontros eram quinzenais com os a l u n o s , ( * . . ) cada turma esco I h i a seus representantes e j u n t o com o gremio l i v r e eles lam pra

sa-l a pra gente comegar a d i s c u t i r , e sa-l a esa-les t r a z i a m todos os seus pro

blemas, era muita gente r e v o l t a d a , s a i a muita gente com b a i x a r i a , p o r que a gente tem aluno l a da p e r i f e r i a e isso i n f l u e n c i a baatante• So o r g a n i z e i as horas departamentais com os professores que nao eram pa

•A.

gos. (•••) a f r e q u e n c i a no i n i c i o f o i pequena, mas aos poucos f c i me_ Ihorando* (*.*) nos organizamos a b i b l i o t e c a que estava

completamen-t e desorganizada* (***) comecei a completamen-t r a b a l h a r com a s a l a de educagao ' f i s i c a que nao estava mais acontecendo* (*.*) nos discutiamos formas de t r a z e r coisas d i f e r e n t e s pro e o l e g i o , mas i n f e l i z m e n t e a Secreta.-r i a , a b e n d i t a em Jcao Pessoa nunca deu apoio pSecreta.-ra gente melhoSecreta.-raSecreta.-r em nada***" ( E n t r e v i s t a n? 20$

(22)

Diante do depoimento a n t e r i o r , percebemos uma c e r t a atuacao no espago de tempo na escola. So que, ac buscar fintes de sua f a l a c a o com os membros a qual d i z t e r t r a b a l h a d o , nada f o i p o s s i v e l ccmc a-f i r m a t i v a s .

Nao houve constatagao dessa atuagao por f a l t a de s u b o i d i o , ' pois os membros com os quais realizamos o t r a b a l h o nada conseguem f a l a r desse t r a b a l h o na escola. Simplesmente dizem:

"...Ja faz muito tempo, eu nao me lembro de quase nada* so de uma reuniao que p a r t i c i p e i , onde falmos sobre a organizagao da sa l a de educagao f i s i c a , mas nada f o i r e s o l v i d o , nao passcu d i s s c * " f

( E n t r e v i s t a n$ 04)

"...nao s e i nao, nao lemhro de nada que f o i f e i t o , porque' eu nunca f u i chamado para nenhuma reuniao, e eu era r e p r e s e n t a t e de c l a s s e . " ( E n t r e v i s t a 07)

So que, aparece um depoimento no meio deste, que contrapon-do d i z o que f o i afirmacontrapon-do anteriormente como:

"...trabalhavamos j u n t o s buscando me^horias para essa esco-l a come: organizagao depa-tamentaesco-l; organizagao da b i b esco-l i o t e c a ; come-gamos um t r a b a l h o para a t i v a r a s a l a de educagao f i s i c a ; so que nao

podiamos f a z e r muita c o i s a sem o apoio da Sesrretaria de Educagao." 1

( E n t r e v i s t a n9 1 4 )

Concluimos p o r t a n t o , que o por que da nao r e a l i z a g a o de uma p r a t i c a s u p e r v i s o r a , com base no depoimento acima, acontece por f a l -t a de i n c e n -t i v e dos governan-tes e i n e x i s -t e n c i a de apoio da Secre-tarja de Educagao do Estado*

Apesar de tudo que f o i d i t o anteriormente, a e n t r e v i s t a d a 1

l a s t i m a - s e de sua nao r e a l i z a g a o na escola:

"5Ju queria por em p r a t i c a aquela supervisao c o o p e r a t i v a , a-quela que p r o f e s s o r , aluno, s u p e r v i s o r a e a u x i l i a r de s e r v i g o , todo mundo j u n t o para dinamizar aquela c o i s a l a dentro* (•••) Olhe, a ca-da novo t r a b a l h o ha uma nova r e a l i z a g a o * Sentimos a valorizagao e o' r e s p e i t o dos professores pelo nosso t r a b a l h o , poder c o n t r i b u i r para' uma melhoria na p r a t i c a docente, ajudando o outro a c r e s c e r , i s s o e para mim uma grande r e a l i z a g a o . " ( E n t r e v i s t a n^ 20)

(23)

go para t r a n s f o r m a r , dinamizar todo o corpo da e s c o l a , mas f a l t c u apoio da 3 e c r e t a r i a de Educagao e maior i n t e r e s s e dos alunos, p r o f e s -sores e do p r o r p i o d i r i g e n t e da escola, para combater as dificuldades que o sistema impoe as escolas p u b l i c a s , alienando a todos para se-g u i r a sua i d e o l o se-g i a dominants.

(24)

0 presente t r a b a l h o c o n s i s t e num. r e l a t o r i o das a t i v i d a d e s de senvolvidas durante a execugao da d i s c i p l i n a e s t a g i o supervisicnado -H a b i l i t a g a o em Supervisao Escolar do Curso de Pedagogia do Campus V, levado a e f e i t o na escola x durante o periodo 92.1, compreendido en -t r e os meses de j u n h o / j u l h o de 1992.

A orientacao do r e f e r i d o e s t a g i o supervisicnado, f i c o u a car go da professora K a r i l e n e Dantas V i g o l v i n o , que acompanhou a execugao do t r a b a l h o de forma e f e t i v a , atraves de uma o r i e n t a c a o permanente.

Atraves das e n t r e v i s t a s efetuadas, f i c o u evidenciada em p r i -meiro l u g a r , a i n e x i s t e n o i a do s u p e r v i s o r e s c o l a r na escola, bem como o t o t a l descohhecimento do seu papel dentro da i n s t i t u i g a o * A f a l t a • do s u p e r v i s o r e a t r i b u i d a , dentre outros f a t c r e s , a uma questao meramente p o l i t i c a , conforme se pode comprovar, atraves de e n t r e v i s t a i n -t e g r a n -t e do presen-te r e l a -t o r i o .

Entendemos que a p a r t i c i p a g a o do s u p e r v i s o r escolar nos t r a balhos escolares e de a l t a i m p o r t a n c i a , tendo em v i s t a a r e a l c o n t r i -buigao deste p r o f i s s i o n a l da educagao no processo ensino-aprendizagem,. a medida em que p r o p i c i a a escola a implementagao de uma nova dinamica de execugao dos seus t r a b a l h o s de forma i n t e g r a n t e , d i g o , i n t e g r a -da.

A e x p e r i e n c i a a d q u i r i d a durante a r e a l i z a g a o do presente es-t a g i o , s e r v i u a medida que levou a e s es-t a g i a r i a - f u es-t u r o p r o f i s s i o n a l 1

em supervisao escolar - a conhecer a r e a l i d a d e da i n s t i t u i g a o ; v i v e n c i _

a r as suas d i f i c u l d a d e s ; comparer a t e o r i a recebida na escola de 3g

grau e a sua a p l i c a b i l i d a d e na escola de 1? e 25 graus.

Constatamos uma contradigao entre o ensinar a f a z e r , o que f a z e r e a r e a l i d a d e do poder f a z e r ^ Tornando necessario uma campanha1

de conscientizagao, no s e n t i d o de e s c l a r e c e r que cada p r o f i s s i o n a l ten um papel fundamental a desempenhar dentro da e s c c l a sem que h a j a a a-meaga de c o m p e t i t i v i d a d e .

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V I I * REFERlSNCIA BIBLTOGrRAPICA

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