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O ecodesign aplicado ao vestuário masculino

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Academic year: 2021

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CURSO DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

ROGERIO OLIVEIRA

O ECODESIGN APLICADO AO VESTUÁRIO MASCULINO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2017

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O ECODESIGN APLICADO AO VESTUÁRIO MASCULINO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, do Departamento de Design de Moda, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Orientadora: Profª. Dra Valquíria Aparecida dos Santos Ribeiro

Co orientadora: Profª. Dra Patrícia Aparecida de Almeida

APUCARANA 2017

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CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 259 O ecodesign aplicado ao vestuário masculino

por

ROGERIO DE OLIVEIRA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos trinta dias do mês de novembro do ano de dois mil e dezessete, às dezoito horas, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O candidato foi arguido pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

_____________________________________________________________ PROFESSORA VALQUIRIA APARECIDA DOS SANTOS RIBEIRO –

ORIENTADORA

______________________________________________________________ PROFESSORA TAMISSA JULIANA BARRETO BERTON – EXAMINADORA

______________________________________________________________ PROFESSORA CARLA HIDALGO CAPELASSI – EXAMINADORA “A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

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Em meio a este período que me dediquei e me cansei de elaborar o meu tcc, muitas pessoas estiveram ao meu lado para me apoiar e me direcionar no caminho rumo ao meu objetivo.

Agradeço a Deus por sempre me guiar e preparar sempre um bom caminho, as vezes árduo, mas nunca demais a ponto de me fazer desistir.

Minha família que sempre acreditou nos meus sonhos e sempre me incentivava. Agradeço em especial a minha mãe que sem que eu pedisse nada, acordou de madrugada para recolher as peças do varal para poder passar e deixar prontas para que eu pudesse levar para fotografar.

A Professora Mariana Dias Almeida que se dispôs a ser minha primeira orientadora assim que soube sobre meu tema. Me encheu de livros, artigos, materiais e recortes de revistas. A ela minha eterna gratidão por me nortear neste caminho ao qual meu trabalho seguiu

A Profª. Dra Valquíria Aparecida dos Santos Ribeiro, que me encaminhava diversos trabalhos sobre tinturaria química. Que tínhamos boas conversas sobre produção em massa, sobre lavanderias que poluem sem pensar em nada. Sobre a produção em massa de produtos com tempo curto de vida.

A Profª. Dra Patrícia Aparecida de Almeida, que me instruiu na parte de direcionamento mercadológico, que esteve sempre de prontidão para responder meus e-mails com dúvidas.

Agradeço aos amigos do dia a dia e aos amigos de faculdade, que estiveram me apoiando na produção deste trabalho.

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“Sou contra a moda que não dure. É o meu lado masculino.

Não consigo imaginar que se jogue uma roupa fora, só porque é primavera. ”

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OLIVEIRA, Rogério. Ecodesign aplicado ao vestuário masculino. 2017. 121 f. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana. 2017.

A crescente conscientização da degradação ambiental gerada, principalmente, pelo consumo exacerbado, tem gerado um aumento na procura por produtos sustentáveis, alimentação saudável, lazer e atividades físicas ao ar livre, etc. com a preocupação em preservar o meio ambiente. Por outro lado, a indústria de confecção tem se destacado como responsável pelo descarte de grande quantidade de resíduos na natureza. Em busca de atender às expectativas desse público, as empresas têm buscado técnicas de aprimoramento de seus processos produtivos a fim de minimizar o descarte e no uso de matérias-primas sustentáveis. Portanto, este trabalho tem por finalidade analisar as etapas produtivas da confecção e estudar técnicas que reduzam o escoamento de resíduos na natureza através do tingimento natural e da usabilidade e aplicabilidade de matérias-primas ecológicas na confecção de peças do vestuário masculino. Os dados da pesquisa serão obtidos por meio da metodologia exploratória de caráter qualitativo, optando pelo modo dedutivo a fim de adquirir melhor conhecimento quanto aos anseios do público através de questionário com perguntas abertas a praticantes da pesca esportiva e de esportes, preferencialmente, ao ar livre.

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OLIVEIRA, Rogério. Ecodesign applied to men's clothing. 2017. 121 f. Term paper. Federal Technological University of Paraná. Apucarana. 2017.

The growing awareness of the environmental degradation generated, mainly, by the exacerbated consumption, has generated an increase in the demand for sustainable products, healthy food, leisure and outdoor physical activities, etc. with the concern to preserve the environment. On the other hand, the garment industry has stood out as responsible for the disposal of large amounts of waste in nature. In order to meet the expectations of this public, companies have sought techniques to improve their production processes in order to minimize waste and the use of sustainable raw materials. Therefore, the purpose of this work is to analyze the production stages of the preparation and to study techniques that reduce the waste disposal in nature through natural dyeing and the usability and applicability of ecological raw materials in the making of men's garments. The research data will be obtained through exploratory methodology of qualitative character, opting for the deductive mode in order to acquire better knowledge about the public's wishes through a questionnaire with questions open to practitioners of sport fishing and sports, preferably in the open air .

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Figura 1 – Fatores determinantes do desenvolvimento do projeto ...13

Figura 2 – TBL (Triple Botton Line) ...15

Figura 3 – Sequência linear da vida de um produto ...16

Figura 4 – Design sustentável ...18

Figura 5 – Ecodesign para a concepção de novos produtos...19

Figura 6 – Verão 2013 Osklen ...32

Figura 7 – “José”, a linha masculina de Flavia Aranha ...33

Figura 8 – Público Alvo ...34

Figura 9 – Painel de Estilo de Vida ...35

Figura 10 – Evolução, não revolução – Macrotendências 2018/19...36

Figura 11 – Vida terrena ...37

Figura 12 – Tendências 2018...38

Figura 13 – Shapes ...40

Figura 14 – Painel Semântico...41

Figura 15 – Cartela de cores ...42

Figura 16 – Cartela de materiais ...43

Figura 17 – Tie dye...44

Figura 18 – Deep dye...44

Figura 19 – Geração de alternativa 1 – Água L01...45

Figura 20 – Geração de alternativa 2 - Água L02...46

Figura 21 – Geração de alternativa 3 – Água L03...47

Figura 22 – Geração de alternativa 4 – Água L04...48

Figura 23 – Geração de alternativa 5 – Água L05...49

Figura 24 – Geração de alternativa 6 – Ar L01...50

Figura 25 – Geração de alternativa 7 - Ar L02...51

Figura 26 – Geração de alternativa 8 – Ar L03...52

Figura 27 – Geração de alternativa 9 – Ar L04...53

Figura 28 – Geração de alternativa 10 – Ar L05...54

Figura 29 – Geração de alternativa 11 – Fauna L01...55

Figura 30 – Geração de alternativa 12 - Fauna L02...56

Figura 31 – Geração de alternativa 13 – Fauna L03...57

Figura 32 – Geração de alternativa 14 – Fauna L04...58

Figura 33 – Geração de alternativa 15 – Fauna L05...59

Figura 34 – Geração de alternativa 16 – Flora L01...60

Figura 35 – Geração de alternativa 17 - Flora L02...61

Figura 36 – Geração de alternativa 18 – Flora L03...62

Figura 37 – Geração de alternativa 19 – Flora L04...63

Figura 38 – Geração de alternativa 20 – Flora L05...64

Figura 39 – Ficha técnica camisa – Água L03...67

Figura 40 – Ficha técnica calça – Água L03...70

Figura 41 – Ficha técnica camiseta – Ar L01...73

Figura 42 – Ficha técnica jardineira – Ar L01...77

Figura 43 – Ficha técnica camiseta – Fauna L01...81

Figura 44 – Ficha técnica calça – Fauna L01...84

Figura 45 – Ficha técnica camiseta – Flora L03...87

Figura 46 – Ficha técnica bermuda – Flora L03...90

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Figura 51 – Look 1 - Agua...95

Figura 52 – Look 2 - Ar...96

Figura 53 – Look 3 - Fauna...97

Figura 54 – Look 4 - Flora...98

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Quadro 1 – Diferença entre os métodos dedutivo e indutivo ...10 Quadro 2 – Tipos de Obsolescências ...17

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1. INTRODUÇÃO ...6 1.1.DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 7 1.2.OBJETIVOS ... 7 1.2.1.Objetivo Geral ... 7 1.2.2.Objetivos Específicos ... 8 1.3.JUSTIFICATIVA ... 8 2.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO ... 9 3.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 12

3.1.PAPEL DO DESIGNER SOBRE A CONCEPÇÃO DE PRODUTO ... 12

3.2.SUSTENTABILIDADE ... 13 3.3.ECODESIGN ... 17 3.4.ECODESIGN NA MODA ... 23 3.5.INSTITUTO E ... 25 3.6.ECOSIMPLE ... 25 3.7.SELO NOW... 26 3.8.TINTURARIA NATURAL ... 26 4.DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 31 4.1.EMPRESA ... 31 4.1.1.Marca ... 31 4.1.2.Segmento ... 31 4.1.3.Concorrentes ... 32 4.2.PÚBLICO ALVO ... 34 4.3.PESQUISA DE TENDÊNCIAS ... 35 4.3.1.Socioculturais (Macrotendência) ... 35 4.3.2.Estéticas (microtendência) ... 37 5.DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 39 5.1.ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO ... 39 5.1.1.Coleção ... 39 5.1.2.Materiais ... 39 5.1.3.Silhuetas e formas ... 40 5.1.4.Mix de coleção ... 40 5.2.PAINEL SEMÂNTICO ... 41 5.3.CARTELA DE CORES ... 42 5.4.CARTELA DE MATERIAIS ... 43 5.5.PROCESSOS DE TINGIMENTO ... 44 5.6.GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS ... 45 5.7.FICHAS TÉCNICAS ... 65

5.8.PRANCHAS DOS LOOKS ... 91

5.9.LOOKS CONFECCIONADOS ... 95

5.10.CATÁLOGO ... 99

5.11.DESFILE ... 111

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...112

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1 INTRODUÇÃO

A água é um elemento essencial para a vida, e está presente em aproximadamente 70% da superfície terrestre. No entanto, menos de 3% deste volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais para as atividades humanas (KAZAZIAN, 2005, P.70).

O homem desde o início da sua existência tem uma grande dependência das águas para a sua sobrevivência e evolução, além do consumo, a utiliza como fonte de recursos de alimentos através da pesca. Esta prática se estende até os dias atuais. Com o passar dos tempos, a pesca não se tornou apenas o principal meio de extração de alimentos, mas, também, uma forma de lazer.

A pesca amadora tem se destacado como um crescente segmento nos últimos anos, enquanto a pesca esportiva, ou ‘pesque e solte’, tem contribuído muito para a preservação de espécies aquáticas o que resulta na preservação das águas, onde o praticante busca causar o menor impacto ambiental possível a fim de não o degradar.

Com o avanço das tecnologias, o consumo exacerbado e a grande geração de resíduos, devido a produtos descartáveis e o uso de matéria-prima sem qualquer controle, a água do planeta sofre arduamente. A crescente geração humana de resíduos tem contribuído para a poluição constante das águas. Os despejos de produtos químicos oriundos das indústrias de vestuário nas vias fluviais, tem afetado drasticamente a vida presente nela e seu entorno.

Segundo a fundação World Wide Fund for Nature (WWF), o rio Citarum localizado na Indonésia com cerca de 300 km de extensão, é considerado o rio mais poluído do mundo, e dele dependem uma média de 30 milhões de habitantes. Sua poluição foi ocasionada pela grande expansão de desenvolvimento no século 20. Já no Brasil a Bacia do Prata, localizada na região sul do país, é a que mais sofre ameaça.

Para que este quadro seja contido ou, de algum modo amenizado, o presente trabalho busca maneiras eco sustentáveis para a produção de vestuário afim de diminuir o impacto gerado, desde a sua concepção como design, passando pelo

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cultivo e extração de sua matéria-prima, até sua transformação em produto. Tratando de produtos de moda, tem se a necessidade de que seja praticado o bom design, ou seja, um produto voltado as necessidades de seus consumidores sem deixar de manter o foco na sustentabilidade.

1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Devido ao crescimento desenfreado do consumo de produtos de vestuário, questiona-se qual deve ser a maneira menos impactante de se produzir sem agredir o meio ambiente.

Com uma análise de todos os processos para a criação do vestuário, desde o seu projeto até o produto final, verificando minuciosamente cada etapa do processo a fim de reduzir, ou evitar, o uso e descarte de produtos tóxicos, reduzir o impacto ambiental e, principalmente, o acumulo de resíduos após o seu descarte.

Portanto como desenvolver produtos de vestuário casual, para o público masculino praticante da pesca esportiva, causando o mínimo de impacto ambiental possível?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver produtos de vestuário com conceito de ecodesign voltados ao público masculino que tem consciência ambiental.

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1.2.2 Objetivos Específicos

 Pesquisar e analisar a aplicabilidade de matérias-primas ecológicas;

 Analisar os processos de confecção que gerem menos resíduo;

 Experimentar e aplicar técnicas de tingimento natural em tecidos de algodão orgânico;

 Realizar pesquisas sobre o consumo e as necessidades do público alvo;

 Aplicar as técnicas da experimentação, se viáveis, nos produtos de moda.

1.3 JUSTIFICATIVA

Justifica-se pela busca por alternativas que venham a contribuir para o meio ambiente, por meio da concepção do design até o produto acabado, visando causar o menor impacto ao meio. Desde a produção de sua matéria prima, passando pelo processo de produção e tingimento.

A maioria dos Ecofriendly possuem em sua filosofia de vida praticar ações que não causem impacto ao meio ambiente. Não jogam lixos em lugares inadequados, para que o mesmo não acabe indo para as vias fluviais. Buscam consumir produtos que tenham esta mesma consciência. Procuram por empresas que compartilhem de sua filosofia, tanto para aquisição de produtos quanto para prestação de serviços. Assim, este público, necessita de um vestuário que corresponda a sua filosofia sendo fidedigno com sua atitude.

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2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICO

É sabido que o homem desde o início tem buscado explicações para os fatos que ocorrem ao seu redor, buscando uma explicação do porquê. Em alguns casos através de análises dos fatos ocorridos, e em outras associavam estes acontecimentos a forças sobrenaturais.

Lakatos e Marconi (2011, p. 46) descrevem que, a preocupação em descobrir e, portanto, explicar a natureza vem desde os primórdios da humanidade, quando as duas principais questões referiam-se às forças da natureza, a cuja mercê vivia o homem, e à morte.

As mesmas autoras ainda complementam que, a partir do século XVI começou a se ter uma busca de um conhecimento mais real das coisas, para que pudessem ter mais garantias. “Não se buscam mais as causas absolutas ou a natureza intima das coisas; ao contrário, procuram-se compreender as relações entre elas, assim como a explicação dos acontecimentos, mediante a observação cientifica, aliada ao raciocínio.”

Para tanto, afim de se obter uma maior satisfação nos resultados, optou-se por uma pesquisa de caráter exploratório e o levantamento de dados serão baseados na metodologia qualitativa.

Gil (2002 p. 41) descreve os objetivos da pesquisa exploratória como sendo:

Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos.

A opção por usar o método qualitativo ao invés do quantitativo deu-se por ser um método em que os dados serão obtidos de forma mais profunda, gerando assim resultados mais fidedignos à pesquisa. Lakatos e Marconi (2011, p. 269) descrevem, que:

A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano.

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Fornece analise mais detalhadas sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.

As autoras acrescentam ainda que, em caso de pesquisa pelo método quantitativo, os pesquisadores se atém a amostras amplas e informações numéricas, já na pesquisa qualitativa, as amostragens são menores e os dados são analisados mais profundamente em seu conteúdo psicossocial e os dados para a coleta não são estruturados.

Para aprofundar ainda mais no conteúdo e obter resultados ainda mais precisos, o método será de abordagem dedutiva. As autoras destacam a importância deste método.

Para a metodologia, é de vital importância compreender que, no modelo dedutivo, a necessidade de explicação não reside nas premissas, mas, ao contrário, na relação entre as premissas e conclusão. (LAKATOS, MARCONI, 2011, P. 69)

Para um melhor entendimento entre o método dedutivo e indutivo o quadro abaixo relaciona a diferença entre elas.

DEDUTIVOS INDUTIVO

I- Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira.

I- Se todas as premissas são

verdadeiras, a conclusão é

provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

II- Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, nas premissas.

II- A conclusão encerra informação que não estava, nem implicitamente, nas premissas.

Quadro 1: Diferença entre os métodos dedutivo e indutivo Fonte: Adaptado LAKATOS; MARCONI, 2011

O método dedutivo se torna o mais indicado ao processo da pesquisa devido ao fato de trabalhar com o sistema de raciocínio lógico, levando a pesquisa da área geral para a particular.

Lakatos, Marconi, (2011, p. 64) deixam claro que cada método tem finalidades diversas:

O dedutivo tem o propósito de explicitar o conteúdo das premissas; o indutivo tem o desígnio de ampliar o alcance dos conhecimentos. Analisando isto sobre outro enfoque, diríamos que os argumentos dedutivos ou estão corretos ou incorretos, ou as premissas sustentam de modo completo a conclusão, ou quando a forma é logicamente incorreta, não a sustentam de forma alguma; portanto, não há graduações intermediarias. Contrariamente, os argumentos indutivos admitem deferentes graus de força, dependendo da capacidade das premissas de sustentarem a conclusão.

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Esta análise das autoras vem reforçar ainda mais a eficácia do presente projeto dado a sua coleta de dados, visando um conhecimento mais aprofundado do público alvo em questão.

A pesquisa será elaborada com perguntas abertas, e serão aplicadas a praticantes de esportes ao ar livre, assim como a pescadores esportivos profissionais e amadores que praticam frequentemente este esporte. As perguntas serão estruturadas para se passar clareza e questões bem definidas.

Após todo o questionário ser realizado e a coleta de dados ser analisada, a mesma será submetida a uma comissão de ética para a comprovação da veracidade dos dados e para garantir o direito de usos dos dados levantados.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 PAPEL DO DESIGNER SOBRE A CONCEPÇÃO DE PRODUTO

O designer, segundo Löbach (2001), pode ser considerado como um produtor de ideias, recolhendo informações e utilizando-as na solução de problemas. Sua criatividade se expressa quando, o designer é capaz de utilizar seus conhecimentos e experiências para associar determinadas informações com o problema, formando novas relações entre eles.

Ainda de acordo com Löbach (2001), são necessários alguns critérios para que o designer possa desenvolver produtos inovadores, tais como o conhecimento do problema, curiosidade e espontaneidade. Quanto mais ampla for a abordagem do problema, maiores são as chances de combinações para possíveis soluções. O conhecimento do problema, aliado ao desejo de busca e à espontaneidade, aumenta a probabilidade de se chegar a soluções inventivas

Para Bomfim (1995), o design é uma das atividades que se ocupa da configuração dos produtos fabricados em série. De acordo com o autor, cinco são os fatores que determinam o desenvolvimento de um projeto:

O designer como sujeito criador - SCR, que participa do processo de produção de bens de acordo com os objetivos estabelecidos pela sociedade, capacidade técnica produtiva e habilidade para atender esses objetivos; - As empresas como sujeito produtor - SP, que se encarregam da produção dos bens; - Os usuários como sujeito consumidor - SC, a quem se destinam os produtos; - A sociedade como instituição SI, representantes de interesses de grupos que determinam políticas de desenvolvimento econômico, social, etc. através de leis, normas, critérios; - O produto (P), representado pelo conjunto de estruturas e ações.

Para exemplificar o autor descreve através da figura abaixo como os elementos se relacionam:

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Figura 1: Fatores determinantes do desenvolvimento do projeto.

Fonte: Boeira, 2010, p. 78.

A figura 5 mostra o designer no centro como peça chave no desenvolvimento, e ao redor os elementos que influenciam o produto em sua totalidade. Partindo desta análise, o bom designer deve estar sempre conectado com o que o cerca, e a partir de então, projetar produtos que sejam estéticos e funcionais sem deixar de lado o aspecto sustentável de sua criação.

3.2 SUSTENTABILIDADE

Para Manzini e Vezzoli, (2008, p.27) o conceito de sustentabilidade ambiental tem sua origem no ano de 1987, e suas definições foram dadas pela Word Corservation Strategy elaborada pela United Nations Environment Program (UNEP), que se resume em poucas palavras, “o atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (MANZINI; VEZOLLI, 2008, p.27). Ou seja, os recursos naturais existentes atualmente devem ser preservados para que futuramente haja condições de vida na Terra, assim, o homem não deve degradar o ambiente, pois depende dele para viver.

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A fim de obter uma maior compreensão deste conceito, Manzini (2008 p.20) destaca quatro níveis fundamentais para a sustentabilidade;

O primeiro nível se refere ao redesign ambiental existente, pois há a seleção de recursos com baixo impacto ambiental. Conforme os autores, nesse nível se encontram as escolhas de caráter prevalentemente técnico (seleção de materiais com baixa toxicidade, ser ‘natural’, ser reciclável, biodegradável e renovável) e não requer mudanças reais nos estilos de vida e consumo.

O segundo nível é referente ao projeto de novos produtos ou serviços. Dando maior importância para os geradores de serviços, ou criadores de produtos que atendam uma maior abrangência de sustentabilidade. Este nível se baseia mais na qualidade ambiental do que do redesign de produtos existentes. Vale ressaltar também que este é um nível mais difícil de ser alcançado atualmente devido à grande dificuldade de gerar produtos sustentáveis e atrativos a seus usuários, tanto pela estética quanto pelo valor econômico.

O terceiro nível da sustentabilidade traz o projeto de novos produtos/serviços intrinsecamente sustentáveis, este nível é de alto risco para os geradores de produtos/serviços, por serem propostas que dependem da aceitação da sociedade, seja ela cultural ou comportamental.

O quarto nível é o mais complexo deste processo, ele traz a proposta de novos cenários que correspondam ao estilo de vida sustentável, que traz inovações que tendem a ser de cunho dos projetistas, os quais devem sempre buscar formas para tornar seus produtos atraentes e aceitáveis.

Desse modo, para que um produto seja realmente sustentável, este pensamento deve estar presente desde o início de sua concepção, pensando na matéria-prima a ser utilizada, o processo de fabricação que cause menor impacto ambiental, seu reuso e sua reciclagem. Um fator determinante para este processo é o de que há uma grande barreira por parte de grandes empresários, devido ao fato de que estes produtos tendem a ter sua vida útil maior, afetando assim suas economias. A sustentabilidade deve ser um objetivo a ser alcançado, assim Manzini e Vezzoli (2008, p.28), descrevem que para ser sustentável é preciso responder a requisitos como: utilizar recursos renováveis; otimizar o emprego de recursos não renováveis; reduzir o acumulo de lixo e que cada indivíduo respeite as classes sociais e seu espaço.

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Frente a isto para que se atinja a sustentabilidade ambiental, não basta apenas melhorar o que já existe, mas também de se pensar em novos produtos que alterem o modo de vida atual.

Mc Donough e Braungart, (2002) realizaram estudos e chegaram a um gráfico de variáveis o qual por meio de um equilíbrio de ambas as partes os produtos se tornem realmente sustentáveis denominando-o como TBL (Triple Botton Line)1

Figura 2: TBL (Triple Botton Line)

Fonte (adaptado): Guimarães, 2010, p.7.

Almeida (2013, p.38) em sua análise da sustentabilidade no mercado atual, destaca que:

O grande embate desse fator para a sustentabilidade se dá pela forma como, na atualidade, os produtos têm durado menos tempo ou o fabricante informa que o tempo esgotou-se quando na verdade há ainda possibilidades de ajustes e de maior tempo de uso, ou ainda, a oferta publicitária de outros novos e inovadores produtos que terão o custo menor, mesmo em comparação com a manutenção do produto em questão, acaba se tornando um fator de descarte do antigo produto e ocorre a aquisição de um novo (muitas vezes para a mesma função e do mesmo fabricante), que, provavelmente, terá um tempo de vida menor que o produto anterior. Em relação ao ambiente nacional, esta abordagem ambiental se torna mais difícil dado as circunstâncias de que, segundo Guimarães (2010, p.79), tanto o design original quanto o design eficaz sofrem com a falta de uma visão maior dos consumidores brasileiros voltados aos produtos nacionais, visto que ainda há uma grande preferência por produtos importados oriundos dos países com grandes potências produtivas.

A autora ainda destaca o apogeu do design sustentável no Brasil, retratando que:

1 Tripé da sustentabilidade

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Numa retrospectiva do design nacional, considera-se que os primeiros exemplos autênticos são dados pelo mobiliário rural colonial, concebido sobre a premissa” do bom senso e da utilidade”, atendendo à casa e ao meio. (GUIMARÃES, 2010, p.79).

O consumo excessivo de materiais descartáveis, ou ainda o consumo conspícuo, geram um volumoso aumento de descartes e uso cada vez mais constante de matéria-prima de origem não renovável. Leonard (2015), passou 10 anos viajando pelo mundo a fim de entender o processo total de um produto, desde a extração da matéria-prima até o seu descarte. Ela ainda ressalta que este processo é analisado de forma linear, mas não se pode realizar uma análise de modo linear, onde a fonte de matéria-prima não é renovável. A imagem a seguir mostra o processo linear como ela descreveu.

Figura 3: Sequência linear da vida de um produto

Fonte (adaptado): <https://umaquestaoambiental.files.wordpress.com/2013/04/chain1.jpg>. Acesso

em 05 de maio de 2015

Em meio a todo este consumo exacerbado, torna-se imprescindível ter um ponto de partida na reutilização de materiais e no uso consciente da matéria-prima extraída de uma fonte não renovável. Muitas vezes, este consumo é empregado pelas fabricantes de produtos, sempre visando o aumento de vendas e consequentemente o aumento de lucros.

As empresas criam métodos para que seus produtos tenham uma obsolescência em um período muito curto, fazendo assim, que seus consumidores acabem sentindo a necessidade em trocarem por outro novo. Os métodos de obsolescência são:

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PROGRAMADA (planejada)

A obsolescência programada acontece quando há uma ação deliberada da empresa fabricante que força o cliente a adquirir um novo modelo do bem. É o caso dos aparelhos domésticos ou equipamentos eletrônicos.

PERCEPTIVA

A obsolescência perceptiva ocorre quando o produtor lança uma nova versão mais atraente do produto e o consumidor é induzido a comprar a nova versão, mesmo quando o modelo antigo continua operacional.

FUNCIONAL OU TÉCNICA

A obsolescência funcional ocorre quando um produto ou serviço perde a sua utilidade porque foi desenvolvido outro mais prático para o substituir; quando não faz sentido continuar a fabricação devido a uma grande evolução nos outros produtos; quando se torna mais caro consertar o antigo do que adquirir um novo.

Quadro 2: Tipos de Obsolescência

Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (2011)

Com esta ação empresas produzem mais produtos, e consumidores passam a sentir a necessidade de adquiri-los julgando que o seu está ultrapassado. Isto acaba gerando por parte das empresas uma grande extração de matéria-prima não renovável, grande consumo de combustíveis para a produção destes produtos. Na outra ponta o consumidor gera grande quantidade de lixo muitas vezes sem destino adequado.

3.3 ECODESIGN

Dentro deste sistema complexo de sustentabilidade encontra-se o ecodesign, que desempenha um papel proativo na desaceleração do consumo de matérias-primas finitas e geração de resíduos. Através dele pode se originar o bom design. O design pensado no meio ambiente e voltado para a sociedade.

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Fiskel (1996)destaca que:

O conceito de Ecodesign pode ser considerado recente, pois se originou do conceito de projeto para o meio ambiente (DfE - Design for Environment). Ecodesign é definido como sendo um conjunto específico de práticas de projeto, orientadas à criação de produtos e processos eco-eficientes, tendo respeito aos objetivos ambientais, de saúde e segurança, durante todo o ciclo de vida destes produtos e processos. (1996, p.6)

Desta forma o autor projeta o design no centro deste processo como apresentado na figura 4.

Figura 4: Design sustentável

Fonte: Culturamix.com. Em: <http://meioambiente.culturamix.com/projetos/design-sustentavel>. Acesso em 17 de abril de 2015.

Almeida (2013), faz uma análise dos termos eco design e sustentabilidade, comparando os, descreve como sendo:

A associação de ecologia com sustentabilidade vem sendo articulada desde a Rio-92. Esse embate veio para o design, o que gerou os termos design sustentável e ecodesign como sinônimos, porém, enquanto o ecodesign visa observar a parte ambiental, a sustentabilidade se utiliza do ecodesign como ferramenta nos projetos e demais formas para se conseguir a equidade dos pilares (ambiental, social e econômico). Portanto, o debate ecológico é apenas uma das vertentes dentro do complexo universo do design sustentável. (Almeida, 2013 p.42),

Platcheck (2012, p.8) trata o conceito do eco design, no que tange a concepção de novos produtos, que a produção do objeto deve ser elaborada sempre com o pensamento no meio ambiente. Este pensamento deve estar atrelado aos já utilizados como o da funcionalidade, usabilidade, segurança, ergonomia, viabilidade técnica e estética descritos na figura 5.

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Figura 5: Ecodesign para a concepção de novos produtos

Fonte (adaptado): Platcheck, 2012, p.9.

A autora ainda salienta que para que haja um bom design, os termos economia e ecologia deve estar sempre presente e inseparáveis em todo o processo de desenvolvimento de novos produtos. Em resumo, e de maneira sistêmica, ecodesign na concepção de Platcheck (2012, p.8), significa:

Levar a produtos, sistemas, infraestruturas e serviços, que requerem o mínimo de recursos, energia e espaço físico para prover os benefícios desejados do melhor modo possível, e ao mesmo tempo, minimizar a emissão e a geração de resíduos em todo o ciclo de vida do produto. Desta forma nota-se que o ecodesign não é apenas um artesanato de materiais retirados do lixo, ele desempenha um papel de extrema importância no desenvolvimento de produtos para satisfazer as necessidades humanas básicas da sociedade, sempre voltado a minimização dos impactos causados ao meio ambiente. Pazmino (2007, p.10) baseando-se nos métodos e ferramentas de concepção de ecodesign, DFE Design for Environment2; DFLC Design for Life Cycle3; DFD

Design for disassembly4; DFR Design for Reciclability5, se realiza uma análise

qualitativa sobre as diretrizes para que seja alcançado o valor de sustentabilidade relacionados ao ciclo de vida de um produto;

 Reduzir a utilização de recursos naturais e de energia

2 Projeto para o Meio Ambiente 3 Projeto para o Ciclo de Vida 4 Projeto para Desmontagem 5 Projeto para Reciclagem

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 Usar Materiais não exauríveis (esgotáveis);

 Usar Materiais não prejudiciais (danosos, perigosos);

 Usar Materiais reciclados;

 Usar Materiais recicláveis;

 Usar materiais renováveis;

 Usar um só material (monomaterial)

 Codificar os materiais para facilitar a sua identificação;

 Escolha de técnicas de produção alternativas;

 Menos processos produtivos;

 Pouca geração de resíduos;

 Redução da variabilidade dos produtos;

 Reduzir o consumo de energia;

 Utilizar tecnologias apropriadas e limpas;

 Redução de peso;

 Redução de volume;

 Assegurar a estrutura modular do produto;

 Aumentar a confiabilidade e durabilidade;

 Design clássico;

 Eliminar embalagens ou projetar embalagens recicláveis ou reutilizáveis;

 Tornar a Manutenção e reparos mais fáceis;

 Converter os componentes em reposições ou refil;

 Desmaterializar os produtos.

O homem depende totalmente dos recursos naturais que o planeta oferece para a sua sobrevivência. Para tanto, ele o altera para atender às suas necessidades. Porém, estas ações humanas que, cada vez mais avança em um ritmo muito acelerado e sem analisar o impacto negativo que tais atos causam no ciclo natural de recuperação do planeta e reprodução do ecossistema, está fazendo o planeta entrar em colapso. O padrão de vida atual das pessoas é a base para esta crise. Dentro deste padrão de vida estão inseridos o consumo excessivo e descarte, consumo de combustíveis fosseis finito, desmatamento, poluição do ar e água dentre tantos outros que impactam diretamente ao meio ambiente. (GANGSTETTER, 2013)

A relação entre o homem e o meio é o que deve ser analisado para se tomar medidas imediatas e necessárias para a sustentabilidade. Frente a isto na década de

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90, os especialistas William Rees e Mathis Wackernagel, estudavam uma maneira de medir este impacto do homem sobre o meio ambiente. Em 1996, eles publicaram o livro Our ecological footprint6, neste livro, é proposta uma ferramenta de medição

chamada por eles de ecological footprint method7, tal ferramenta consiste em um

indicador de quanto consumimos do planeta em um ano para sustentar a vida de cada pessoa no mundo.

A WWF8 publicou o Relatório Planeta Vivo (RPV 2014) com as análises de

dados sobre a pegada ecológica do planeta, e o Brasil ocupa a 53ª posição no ranking de países que consomem recursos naturais mais do que o planeta é capaz de repor. A pegada ecológica do pais é de 2,9 hectares globais por habitante, acima da média global que é de 2,7 gha, e mais distante ainda da media ideal que é de 1,8 gha.

O cálculo é feito a partir de dados oriundos de vários fatores que causam impacto, onde se obtém os valores de quanto o indivíduo consome para quanto o planeta pode produzir. O site da footprintnetwork9 disponibiliza uma área para calcular

a pegada ecológica de cada um, e como fazer para diminui-la.

É levado em consideração no cálculo de pegada ecológica, as áreas construídas pela mão do homem para locomoção, habitação e geração de energia elétrica. Estoque de pesqueiros, é a estimativa de consumo para peixes de agua salgada e doce. Área de cultivo, são as áreas onde são plantadas os alimentos e todos os tipos de fibras para o uso humano e produção de alimentos para o gado. Carbono, é a parte das florestas que tem a capacidade de absorver o gás carbônico da atmosfera, devido a queima de combustíveis fosseis, excluso o que os oceanos absorvem.

Estudos apontam que no ano de 2015, em apenas oito meses a população mundial consumiu tudo o que o planeta levaria um ano para produzir. Este dia é chamado de Earth Overshot Day10.(Footprintnetwork, 2015).

O planeta vem, cada vez mais, sendo degradado pela extração de matéria-prima para geração de novos produtos e de resíduos descartados cada vez em maiores quantidades, o planeta não consegue se regenerar a mesmo nível do que é consumido. Estima se que é consumido 20% a mais do que a capacidade de produção

6 Nossa Pegada Ecológica

7 Pegada ecológica

8 WWF: World Wide Found for Nature (Fundo Mundial para a Natureza) 9 http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/ 10 Dia de sobrecarga da Terra

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do planeta. Neste ritmo, cada vez mais deixaremos um planeta pobre de recursos para a geração futura. Pensar em uma maneira de se consumir consciente, e produzir produtos que causem o menor impacto possível ao meio ambiente é algo imprescindível nos dias atuais. Discutir modos de como diminuir este consumo desenfreado está cada vez mais fazendo parte do cotidiano das pessoas.

A reciclagem e a reutilização de materiais são medidas que tem sua eficácia neste processo de redução de impacto. Mas se torna uma medida eficazmente tardia, pois parte do pressuposto de que só se recicla e/ou reutiliza, pois já foram gerados os resíduos e descartes. Então para que sejam reciclados e reutilizados, estes materiais já passaram por um processo de produção, geraram custos, poluíram as águas com produtos químicos, gastos de matéria-prima e energia para a sua produção, e voltarão novamente a gerir novos gastos no processo de reaproveitamento.

Para que possa buscar uma solução mais eficaz contra este impacto ao meio ambiente, o ecodesign passa a desempenhar um grande papel neste processo de diminuir o consumismo a fim de que se possa produzir produtos ecoeficientes, sem menosprezar a parte estética, funcional e comprometer seus custos.

Um ponto chave para a presença de produtos ecológicos no mercado devem partir basilarmente das empresas produtoras e pelos consumidores, dado que a inserção de ecodesign na concepção do produto deverá vir das empresas e logo após pelos consumidores, que através de uma consciência de preservação ambiental passem a consumir este produto. (GUELERE, et al, 2008, p.4)

O eco design é um elemento importante presente no produto, mas para que o mesmo tenha eficácia na redução do impacto, ele deve fazer parte de várias outras necessidades a serem atendidas pelo produto. Assim, a funcionalidade, o desempenho, a estética, a qualidade e o custo do produto devem ser levados em consideração na sua fabricação.

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3.4 ECODESIGN NA MODA

O design ecológico, ou ecodesign surgiu nas indústrias de moda a partir da década de 70, impulsionando a preocupação ambiental e, consequentemente, gerando uma crescente demanda por produtos que carreguem esta ideologia. No entanto, foi a partir da década de 90, com a implementação da ISO14000 que as empresas passaram a desenvolver projetos a fim de reduzir os impactos causados ao meio ambiente. (MORAIS; CARVALHO; BROEGA, 2011, p.1) O crescimento dessa conscientização ambiental forçou a indústria da moda a se adequar a essa tendência e ao conceito de respeito ao meio ambiente.

Barros (2010, p.2) afirma que:

A Indústria da Moda sempre esteve entre as indústrias que emitem certa carga de resíduos ambientais. As sobras de tecidos provenientes das atividades de corte, as águas residuais procedentes das atividades de lavagem e “estonagem” de tecidos se constituem em agentes impactantes ao meio ambiente. Desta forma, o processo de produção do vestuário que ocorre ao longo da cadeia produtiva está relacionado intimamente com as variáveis ambientais e podem gerar altos impactos ambientais em vários elos desta cadeia produtiva.

Ferreira (2015, p.20) acrescenta que o consumo exacerbado gera uma dilatação nas vendas que, por conseguinte, causa um excessivo consumo de recursos e o acumulo de resíduos.

Dentre as indústrias de moda, a de confecção de jeans, tem se destacado como uma das que mais degradam o meio ambiente. Sua principal matéria-prima é o algodão, e esta é uma das culturas que mais utilizam agrotóxicos em seu cultivo, o que pode causar, além de agredir o solo, o envenenamento dos trabalhadores que o aplica. As demais etapas da confecção deste produto, não destoa da etapa anterior, até porque, na fase de tingimento, como descrito por Barros (2010), as águas residuais utilizadas, em sua grande maioria, são descartadas em córregos e riachos o que acarreta na poluição de lençóis freáticos

Em contrapartida, o ecodesign pode ser inserido na moda de diversas maneiras, seja no uso de matéria-prima renovável, no desenvolvimento de métodos de produção que consumam menos energia, no reaproveitamento de resíduos e na destinação correta aos resíduos que não podem ser reutilizados. (KONZEN; SCHULTE, 2011, p.7). No caso do jeans, pode-se utilizar do algodão orgânico, ao

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invés do tradicional. Na etapa do tingimento, pode-se reciclar a água e reutiliza-la. Os retraços podem ser usados na confecção de assessórios, artesanatos ou destinados a cooperativas que os separam por cor e novamente o transformam em tecidos.

O reaproveitamento de resíduos por parte das industrias de moda, em muitos casos, tornou-se uma forma de criar novos lucros. Algumas optam por transformar esses resíduos em acessórios ou detalhes que valorizam ainda mais suas peças, enquanto outras optam por destinar esses resíduos a ONGS e entidades filantrópicas o que, além de não degradar, ainda gera renda a comunidades carentes. (SILVA et al, 2011, pag.5). Outra opção para o uso de matéria-prima renovável, é o uso de tecidos a base de poliéster, oriundos de garrafas PET, que também gera um aumento na geração de empregos por parte das cooperativas de reciclagem. O couro vegetal, produzido a partir do látex e os tecidos oriundos de fibras recicladas também são alternativas de inserção do ecodesign na indústria de moda.

Também é necessário que as empresas invistam na obtenção de equipamentos de baixo consumo energético, no treinamento e especialização de sua mão de obra e no desenvolvimento de técnicas e estratégias ecológicas a serem aplicadas em todos os processos de produção.

Outro ponto preocupante é com relação ao ciclo de uso desses produtos e a destinação dada a ele. Afinal, a moda segue tendências e elas mudam constantemente, no entanto essa busca da sociedade por um consumo consciente, tem aberto as portas para uma maior procura por brechós e, em alguns casos, a organização de bazares de troca de roupas usadas, porém em perfeito estado, garantindo assim, uma melhor utilização da vida útil destas peças.

Os problemas encontrados nas indústrias de moda, no entanto, vão muito além dos ecológicos. Esse setor, também é responsável por uma grande incidência na utilização de mão de obra informal e até mesmo escrava, o que denuncia que as fiscalizações ambientais e trabalhistas ainda são muito precárias. Por outro lado, também é o responsável por gerar renda a muitas comunidades carentes.

As empresas que dispõem dessa visão ecológica e se comprometem a gerar produtos ou serviços que não agridam o meio ambiente adquirem uma maior credibilidade junto a seus clientes (SILVA et al, 2011, pag.6). Contudo, a sociedade predispõe-se em continuar a cobrança por produtos cada vez mais sustentáveis e por legislações que estimulem essa pratica.

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3.5 INSTITUTO E

O instituto E é caracterizado como uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que surgiu a partir de um movimento ativista ambiental denominado e-brigade. O instituto visa compartilhar informações que promovam o desenvolvimento humano sustentável e tem como missão, “transformar e posicionar o Brasil como ‘o país do desenvolvimento humano sustentável’.” (www.institutoe.org.br).

Segundo o mesmo site, o instituto “concentra sua atuação nas áreas que compõem o ideário dos seis ‘e’s: Earth, environment, energy, education, empowerment e economics.” Dentre seus projetos, destaca-se o e-fabric que atua como um interlocutor entre os produtores de matéria-prima que estão inseridos no comércio justo e no desenvolvimento sustentável.

3.6 ECOSIMPLE

Outra empresa que partilha dessa ideia de desenvolver produtos de moda sustentável é a EcoSimple. Fundada em 1994 com o objetivo de oferecer tecidos e expertises mercadológicas a partir de seu conhecimento do mercado têxtil, porém, em 2004, essa visão empreendedora e a globalização, mudaram seu posicionamento perante o mercado e, em 2010, criaram a EcoSimple, uma empresa com conceito inovador e completamente sustentável. (www.ecosimple.com.br)

As empresas que dispõem dessa visão ecológica e se comprometem a gerar produtos ou serviços que não agridam o meio ambiente adquirem uma maior credibilidade junto a seus clientes. (SILVA et al, 2011, pag.6).

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3.7 SELO NOW

Pertencente à Empresa Têxtil Coexis P&D LTDA, o selo Now garante “a origem orgânica de matérias-primas e de sua industrialização sob normas e procedimentos socioambientais idôneos” (www.coexis.com.br). Atestando a credibilidade e a veracidade da procedência da matéria-prima, o selo possibilita ao consumidor final colaborar com a redução dos problemas socioambientais.

Todos os produtos identificados com o selo Now, também possuem a certificação do Instituto Biodinâmico (IBD), o que reforça a procedência do mesmo. A Coexis também comercializa produtos confeccionados a partir de malha de algodão orgânico, sarja, tricoline e cambraia fabricados com algodão orgânico, tingidos com corantes vegetais ou estampados com pigmentos naturais.

3.8 TINTURARIA NATURAL

Guaratini & Zanoni (2000, p.71) afirma que o processo de tinturaria em tecidos tem seu início datado há milhares de anos e Frazer (apud PACHECO et. al 2009, p.1084) reitera que o processo de obtenção da cor pode variar de acordo com o nível de desenvolvimento científico e tecnológico e o contexto social, econômico, político da sociedade.

A modificação da cor da fibra por meio da aplicação de corantes é denominada de tingimento. A mesma pode ser realizada tanto por solução ou dispersão, dependendo do tipo de fibra e do corante a ser utilizado. (FRAZER apud PACHECO et. Al, 2009, p.1084)

Os corantes e os pigmentos são utilizados nos processos de tingimento e de estamparia têxtil, no entanto se diferem tal como Ribeiro (2015, p.25) explica:

Os corantes e os pigmentos são substâncias químicas complexas, que proporcionam cor aos artigos têxteis. Os primeiros podem ser dissolvidos ou dispersados em água, já os pigmentos são insolúveis em água e aplicados em forma de pastas de estamparias na superfície do substrato.

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A Companhia Pernambucana do Meio Ambiente – CPRH (2001, p. 26) reconhece a existência de diversas formas de classificar os corantes, porém as mais utilizadas são: quanto a estrutura química, quanto a forma de fixação à fibra e quanto à origem. A classificação conforme a fixação do corante na fibra se dá em quatro tipos de interações: por ligações iônicas, de hidrogênio, de Vander Waals e covalentes. Guaratini & Zanoni (1999, p.72) as descreve da seguinte maneira:

Interações Iônicas - São tingimentos baseados em interações mútuas entre o centro positivo dos grupos amino e carboxilatos presentes na fibra e a carga iônica da molécula do corante ou vice-versa. Exemplos característicos deste tipo.

Interações de Van der Waals - São tingimentos baseados na interação proveniente da aproximação máxima entre orbitais π do corante e da molécula da fibra, de tal modo que as moléculas do corante são “ancoradas” firmemente sobre a fibra por um processo de afinidade, sem formar uma ligação propriamente dita. Esta atração é especialmente efetiva quando a molécula do corante é linear/longa e/ou achatada e pode assim se aproximar o máximo possível da molécula da fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são encontrados na tintura de lã e poliéster com corantes com alta afinidade por celulose.

Interações de Hidrogênio - São tinturas provenientes da ligação entre átomos de hidrogênio covalentemente ligados no corante e pares de elétrons livres de átomos doadores em centros presentes na fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são encontradas na tintura de lã, seda e fibras sintéticas como acetato de celulose.

Interações Covalentes - São provenientes da formação de uma ligação covalente entre a molécula do corante contendo grupo reativo (grupo eletrofílico) e resíduos nucleofílicos da fibra. Exemplos característicos deste tipo de interação são tinturas de fibra de algodão.

A classificação quanto a forma de ligação a fibra, segundo Ribeiro (2015, p.26) se dá em: corantes reativos, diretos, azóicos, ácidos, a tina ou a cuba, ao enxofre e os dispersos.

Corantes Reativos: contém grupo reativo capaz de formar ligação covalente com grupos hidroxila das fibras celulósicas, ou com grupos amino, hidroxila e tióis das fibras proteicas e com grupos amino das poliamidas. Apresenta uma alta solubilidade em água e o estabelecimento de uma ligação covalente entre o corante e a fibra, o que confere maior estabilidade na cor do tecido tingido. (GUARATINI & ZANONI, 2000, p.72)

Corantes Diretos: são corantes aniônicos para celulose, solúveis em água. É constituída principalmente por corantes que contenham mais de um grupo azo ou pré-transformado em complexos metálicos. (GUARATINI & ZANONI, 2000, p.72)

Corantes Azóicos: são insolúveis, obtidos sinteticamente sobre a fibra durante o processo de tingimento. (RIBEIRO, 2015, p.26). Este sistema de produção de

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corante “permite um tingimento de fibras celulósicas com alto padrão de fixação e alta resistência contraluz e umidade. (GUARATINI & ZANONI, 2000, p.73)

Corantes Ácidos: bastante solúveis em água, são utilizados em fibras como a lã, seda, couro e algumas fibras acrílicas. Não possuem afinidade com fibras celulósicas, porém é bastante utilizado na tintura de náilon. (CPRH, 2001, p.27)

Corantes à Tina ou à Cuba: são insolúveis e possuem a presença de um grupo cetônico e a solubilidade se dá por redução em solução alcalina. Assim, o grupo cetônico toma forma reduzida, solúvel em água passando a ter afinidade com fibra celulósica. São subdivididos em indigóides e antraquinônicos. (CPRH, 2001, p.27)

Corantes de Enxofre: altamente insolúveis, são aplicados após pré-redução em banho de ditionito de sódio adquirindo a forma solúvel e são reoxidados sobre a fibra em contato com o ar. São utilizados principalmente em fibras celulósicas, porém produzem resíduos altamente tóxicos. (GUARATINI & ZANONI, 2000, p.73)

Corantes Dispersivos ou Dispersos: são insolúveis em água, tem afinidade com fibras de celulose e outras hidrofóbicas a partir de dispersão aquosa. É usado também para tingir náilon, triacetato, acrílicos e, principalmente, poliéster. (CPRH, 2001, p.27)

Classificando quanto a origem do corante, obtém-se dois grupos: os corantes de origem natural e os sintéticos. Os corantes sintéticos têm a composição definida, uniforme e é submetido a testes toxicológicos antes de chegar ao mercado, o que facilita o conhecimento de informações sobre suas propriedades. Enquanto os corantes naturais, obtidos a partir de vegetais ou substâncias animais, sofrem pouco ou nenhum processo químico. Contudo, os corantes naturais, em sua maioria, pertencem ao grupo dos corantes ácidos, embora existam alguns classificados como à tina, diretos, solventes e pigmentos. No entanto, não há dispersos, azóicos e ao enxofre. (CPRH, 2001, p.28). Os mesmos autores salientam a necessidade de uma grande quantidade de sais minerais para efetuar o tingimento devido a indispensabilidade da presença de certos metais para que o corante natural libere sua cor nas fibras.

Usualmente os corantes não agem sozinhos no processo de tingimento, necessitando de produtos auxiliares para atingirem o grau de qualidade necessário, como é o caso do mordente, utilizado quando da aplicação direta do corante na fibra e não tenha a fixação esperada. Sua aplicação pode ser antes ou durante o processo de tingimento. Este método de aplicação também pode ocasionar variações no

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resultado final, o que aumenta a toxicidade e a geração de efluente degradante e de difícil tratabilidade.

Bechtold et al (2003, apud VIANA, 2012, p.28) observam que a introdução dos corantes naturais nos processos de tingimento moderno pode representar uma redução no consumo de água, energia e produtos químicos e consequentemente o acumulo de resíduos.

No entanto, Ali et al (2009, apud VIANA, 2012, p.30) alerta que “geralmente a eficiência do processo de extração com água dos corantes das plantas não é alta o que acaba afetando o custo de produção e restringindo a utilização de corantes em comparação com corantes sintéticos.” Os mesmos autores estudaram as condições para a extração alcalina e a eficácia do corante de folha de hena em fibras de algodão, verificando que a extração do corante em meio alcalino foi otimizada. Já as propriedades de resistência a lavagem, a fricção e solidez à luz, sem a adição de mordente, ficaram entre boas e moderadas.

Viana (2012, p.36) pontua que uma desvantagem dos corantes naturais é a baixa concentração de corante nos extratos, devido a isso, é recomendável usar o próprio extrato no tingimento. Segundo a mesma autora, outro desafio a ser alcançado é a manutenção do padrão de qualidade para a utilização dos mesmos em escala industrial.

No entanto, o uso de corantes naturais tem se mostrado bastante eficiente. Porém, cuidados são necessários para manter a disponibilidade da matéria-prima corante na natureza. Visto que esse tipo de corante pode ser considerado sustentável tendo em vista que o descarte do resíduo líquido gerado após o tingimento apresenta um menor impacto ambiental em relação aos corantes sintéticos.

Ferreira (2005, p.06) explica que “os corantes naturais são encontrados principalmente nas plantas (folhas, frutos, flores, sementes, líquens, casca e raízes).” O mesmo, cita os seguintes exemplos:

 Cebola (casca): tons de ocre e alaranjados;

 Erva-mate (folhas): tons de verde-musgo e cinza;

 Jatobá (casca): tons de marrom-alaranjado;

 Líquen (mancha vermelha, sem ferir a casca): tons de violeta;

 Urucum (cachos dos frutos e sementes): tom avermelhado;

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 Picão (planta inteira): tom amarelo e cáqui.

Ainda o mesmo autor (p.11) alega haver três tipos de tingimento com plantas: “a frio (ex: jenipapo e anileira); a quente direto (ex: quaresminha-do-campo), sem aplicação de mordentes; a quente com mordentes”. Para se preparar esse corante, deve-se coletar a planta, preparar as fibras, colocar as plantas em baldes separados e nomeá-los antes de preparar a tinta, as fibras e colori-las.

De acordo com a quantidade do corante extraído misturado em água e mordente, quando necessário, alcança-se diversos tons da cor obtida.

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4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO

4.1 EMPRESA

A empresa utiliza Mermaid como nome fantasia, no entanto sua razão social é Think Green Indústria e Comércio de Confecções ME. Tendo como objetivo o desenvolvimento, confecção e vendas do produto final, está lotada na categoria de Empresa de Pequeno Porte.

4.1.1 Marca

A Mermaid é uma marca que surgiu como um clamor de mudança em meio a este consumismo exacerbado, em que o lucro é o ponto de partida sem levar em consideração a fonte motriz de recursos de matérias-primas. Tem em seu apelo a conscientização da preservação do meio ambiente e redução de impacto. Procura levar aos seus clientes uma peça de vestuário que atenda suas necessidades, atrelada a tendências do momento, mas com o diferencial de estar agregado em suas criações o eco design.

4.1.2 Segmento

A marca atuará no segmento activewear, ou seja, atenderá o público masculino que preza pela pratica esportiva, alimentação saudável e que visa o mínimo de impacto possível ao meio por ele causado.

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4.1.3 Concorrentes

As marcas que caracterizam como concorrentes direto são: a Osklen e Flavia Aranha.

A Osklen baseia-se no conceito Eco Friendly, se inspira no dinamismo da metrópole e na exuberância da natureza brasileira, dando vida a um estilo baseado na harmonização dos contrastes, unindo sofisticação e despojamento, conforme visto na coleção verão 2013 da marca (figura 6). A marca representa o estilo de vida contemporâneo, em um mundo onde convivem o urbano e a natureza, o global e o local, o orgânico e o tecnológico. Foi a maior incentivadora para a criação do Instituto E.

Figura 6: Verão 2013 Osklen

Fonte: Pinterest. Disponível em:https://br.pinterest.com/pin/27303141462234465/. Acesso em: 13/09/2017 ás 15:06

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A marca Flavia Aranha trabalha com o seguinte conceito:

Além de vestir a roupa é também registro de seu processo produtivo, que revela uma trama preciosa de saberes, tradições e improvisos, urdidos na produção artesanal. Ater-se a essa memória é valorizar não só o produto final, como também seus materiais e especialmente, quem o produziu.

Com a intenção de fomentar uma cadeia mais justa e humanizada, Flavia Aranha é uma marca brasileira preocupada com o desenvolvimento sustentável da moda e do meio em que está inserida (flaviaaranha.com) Corroborando com este conceito a marca lançou a coleção denominada ‘José’ em sua linha masculina, conforme figura 7.

Figura 7: “José”, a linha masculina de Flavia Aranha

Fonte: Lilian Pace. Disponível em: https://www.lilianpacce.com.br/moda/pra-eles/jose-linha-masculina-da-flavia-aranha/ Acesso em: 13/09/2017 as 15:22

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4.2 PÚBLICO ALVO

Mermaid tem como público-alvo homens com idade entre 30 e 35 anos, independentes, pertencentes a classe B tendo rendimentos entre 5 e 15 salários mínimos. Valoriza sua saúde e bem-estar, por isso mantem uma alimentação saudável, pratica esportes variados, dando preferência aos praticados ao ar livre, pois tem o sentimento de estar conectado ao meio e aprecia a tranquilidade presentes na natureza.

Por estarem sempre em contato com a natureza e engajados com os ideais de sustentabilidade, reciclam os lixos que geram, evitam fazer o uso de produtos que degradem o meio ambiente e valorizam o que é produzido de forma sustentável. Sempre preocupados com a sustentabilidade, são eco friendly e tem vida social ativa. São antenados às tendências de moda e tecnologia apreciando novidades, principalmente as que tem essa pegada de minimização de impactos ambientais.

Figura 8: Público Alvo

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Figura 9: Painel de Estilo de Vida Fonte: adaptado de Google Imagens

4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS

4.3.1 Socioculturais (macrotendência)

A mistura entre tradição e qualidade vem ganhando destaque e serão notados, agora, também nos segmentos mais comerciais. Partindo do princípio de trazer elementos do passado na criação de visuais atemporais com referências de

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décadas anteriores. Diversos nomes do mundo da moda abordarão versatilidade, longevidade e, principalmente, sustentabilidade em suas coleções.

Figura 10: Evolução, não revolução – Macrotendências 2018/19

Fonte: Fashion Bublles. Disponivel em: http://www.fashionbubbles.com/trends/macrotendencias-2018-19-conheca-as-grandes-ideias-que-vao-influenciar-o-universo-da-moda-nos-proximos-anos/ Acesso em: 13/09/2017 as 13:41

A WGSN (Worth Global Style Network), o maior portal de previsões de moda e comportamento lançou um preview sobre as novidades e análises da temporada de moda de 2018. Dentro das análises feitas por ela, a macro que mais tem conexão com a filosofia da marca é a macro vida terrena (figura 11).

O site http://costanzawho.com.br descreve esta tendência da seguinte maneira:

Estamos cada vez mais presos a uma tela, seja ela do celular, do computador ou da televisão, e dependentes da tecnologia. Para reverter essa situação, há uma crescente busca pelo contato com a natureza. Um estudo recente mostra que 67% das pessoas com menos de 25 anos no Reino Unido não sabem ler um mapa. As pessoas querem ser autossuficientes, e começam a investir em cursos de costura, marcenaria e até mesmo sobrevivência na

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selva. A ciência também passa a assumir uma posição cool e ganha um grande número de admiradores especialmente entra a chamada geração Z. Começamos a repensar nosso consumo e a valorizar produtos chamados “do cultivo à mesa”, expressão que começa a se apresentar também como “da fazenda ao provador” à medida que as peças do vestuário se utilizam de materiais caseiros e de fontes locais. Outros produtos de consumo, como tratamentos cosméticos para a pele e cuidados com a casa, também se voltarão cada vez mais para os materiais naturais. É um movimento de resgate da essência.

Figura 11: Vida terrena

Fonte: http://costanzawho.com.br/business/wgsn-4-tendencias-2018// Acesso em: 19/09/2017 as 14:34

4.3.2 Estéticas (microtendência)

Segundo alguns portais de moda como MPH, manual do homem moderno, moda sem censura, ressaltam-se alguns elementos chaves nos desfiles de grandes marcas (Givenchi, Kenzo, Alexandrer McQueen, Dior, Versace entre outros) elementos como listras e estampas que remetem a fauna e flora, bem como o nome das marcas estampados na peça. Looks all White, em tons de rosa e muted colors (cores sem vida). Em relação as modelagens surgem com bastante intensidade o uso de macacões e mini shorts.

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Figura 12: Tendências 2018

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5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

5.1 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO

5.1.1 Coleção

A coleção de verão 2018 da marca, recebe o nome de ‘Ecossistema’.

Ecossistema; é a unidade natural constituída de parte não viva (agua, gases atmosféricos, sais minerais e radiação solar) e de parcela viva (plantas e animais, incluindo os microrganismos) que interagem ou se relacionam entre si, formando um sistema estável.

Tendo isto como base, a coleção se inspira nas parcelas bióticas e abióticas do ecossistema, dividindo-se nas famílias; Agua, Ar, Fauna e Flora.

5.1.2 Materiais

Serão utilizados na coleção Ecossistema o algodão orgânico e tecidos pet reciclados. Materiais como acessórios, fechos e botões serão aplicados à peça buscando assim uma melhor estrutura e valorização do produto.

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5.1.3 Silhuetas e formas

Com modelagens mais amplas, os shapes utilizados são:

Figura 13: Shapes Fonte: do autor

5.1.4 Mix de coleção

O mix de coleção é composto por high basic e basic, que sustenta a empresa, fashion e high fashion formando todo o lucro recebido.

HB – Peças básicas sem detalhes;

B – Básicas com detalhes mínimos (estampas, recortes básicos) F – Peças com mais estilos, porém usuais;

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5.2 PAINEL SEMÂNTICO

Figura 14: Painel Semântico

Fonte: adaptado de Google Imagens

O painel semântico remete a natureza que existe em cada um de nós. A essência que transforma você em um ser, todas as suas decisões para o externo parte da sua natureza interior. É ela que definirá suas ações.

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5.3 CARTELA DE CORES

Figura 15: Cartela de cores Fonte: Do autor

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5.4 CARTELA DE MATERIAIS

Figura 16: Cartela de materiais Fonte: Do autor

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5.5 PROCESSOS DE TINGIMENTO

Na execução deste projeto, os processos de tingimento utilizados são o tie dye, deep dye além do processo de banho por imersão.

O banho por imersão constitui-se no processo de tingimento em que o tecido é imerso em solução aquosa acrescida de corantes. No processo de tie dye (figura 17) o tecido recebe amarrações e nós que preservam as áreas que não devem ser tingidas a fim de formar desenhos. Já o processo de deep dye (figura 18), também conhecida como ombré, consiste no processo onde parte do tecido recebe o banho, formando um degradê devido a absorção da coloração pelos fios.

Figura 17: Tie dye Fonte: Google Imagens

Figura 18: Deep dye Fonte: Google Imagens

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5.6 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS

Figura 19: Geração de alternativa 1 – Água L01 Fonte: Do autor

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Figura 20: Geração de alternativa 2 – Água L02 Fonte: Do autor

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Figura 21: Geração de alternativa 3 – Água L03 Fonte: Do autor

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Figura 22: Geração de alternativa 4 – Água L04 Fonte: Do autor

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Figura 23: Geração de alternativa 5 – Água L05 Fonte: Do autor

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Figura 24: Geração de alternativa 6 – Ar L01 Fonte: Do autor

(57)

Figura 25: Geração de alternativa 7 – Ar L02 Fonte: Do autor

(58)

Figura 26: Geração de alternativa 8 – Ar L03 Fonte: Do autor

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Figura 27: Geração de alternativa 9 – Ar L04 Fonte: Do autor

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Figura 28: Geração de alternativa 10 – Ar L05 Fonte: Do autor

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Figura 29: Geração de alternativa 11 – Fauna L01 Fonte: Do autor

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Figura 30: Geração de alternativa 12 – Fauna L02 Fonte: Do autor

Referências

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