Universidade
Federal
de Santa'Catarina
Curso de
Especialização
em
Formação
de
‹
Professores
de
Matemática
IModelos
Populacionais
Unidimensionais
e
Bidimensionais
aplicados
à
Aqüicultura
uMariana.
Uzeda
Cildoz
Foz
do
Iguaçu
Universidade
Federal
de Santa Catarina
Curso
de
Especializaçao
em
Formaçao
de
Professores
de
Matemática
Modelos
Populacionais
Unidimensionais
e
Bidimensionais
aplicados
à
Aqüicultura
Monografia
de
especializaçãoem
Ma-
temática apresentada
à Pro-Reitoria
de
Pós Graduação
sob a
orientação
da
Profa.Sonia
Palomino
Bean.
Mariana
Uzeda
Cildoz
Foz do Iguaçu
Fevereiro
de 2011
133
-
.‹f*“
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO
DE
CIÊNCIAS
FÍSICAS
E
MATEMÁTICAS
Departamento de Matemática
Curso de
Especializaçãoem
Matemática-Formação
de
Professor
na modalidade
a
distância“Modelos de
População Unidimensionois
e
Bidimensionois
Aplicados na
Aquiculrura
“Monografia submetida
à
Comissão de
avaliação
do Curso
de
Especializaçãoem
Matemática-Formação
do
professorem
cumprimento
parcialpara
a
obtenção
do
títulode
Especialistaem
Matemática.
APROVADA
PELA COMISSAO
EXAMINADORA
em
18/03/2011I' \.
Dr”.
Sonia Palomino
Bean
(CFM/UFSC
- Orientadora) I V _Dr.
Celso Melchiades Doria
(CFM/UFSC
-Examinador)
\_///l
6/
\_ "I
\~
. .Dr. Licio
Hernanes Bezerra
(CFM/UFSC -
Examinador)
_ ..~` ~ \ , _ .› . l *Ú . ¡
Dra.
en
Terezinha
,othCarvalho
Coordenadora
do
Curso de
Especializaçãoem
Matemática-Formação de
Professor“As
idéiassó
podem
sercomu-
nicadas através
de
uma
lingua-gem,
um
conjunto
de
regras
de
descrição associados
a
significa-dos.
Para
descrever
fenômenos
mecamcos
usam-se equaçoes
matemáticas.”
Agradecimentos
A
Deus
e àminha
familia por teremme
apoiado, àminha
orientadora ProfessoraSonia
Palomino
Bean, por ter acreditadoem
minha
capacidade e pelo excelente tra-balho de orientação, paciência e confiança que
me
passou durante o desenvolvimentoResumo
Neste trabalho serão apresentados dois modelos matemáticos aplicados à aqüicul-
tura.
O
primeiro de tipo unidimensional descreverá a relaçaodo
peso e 0 compri-mento
deuma
dada
espécie de peixe, fazendo usodo
modelo
deVon
Bertalanffy.O
segundo, de tipo bidimensional, descreverá. a interação mutualística entre espécies
na
aqüicultura.Ambos
serãoacompanhados
de simulações para a descrição dosmodelos
no
tempo.Palavras-chave:
Modelagem
matemática, equações diferenciais ordinárias,dinâmica populacional, mutualismo.
Conteúdo
Resumo
Introdução
1
Preliminares
1.1
Modelagem
Matemática
. . . _ . . . _ . . _ _1.2
Equaçoes
Diferenciais Ordinárias . . _ . . _ . _ . . _ _ _ _ _ 1.3Modelos Matemáticos na
Aqüicultura _ . _ . . . _ _1.4 Motivação
do
trabalho . . . _ . . . _ . . _ _ . _ . . . _ . . _1.4.1 1.4.2
2
Modelos
U
2.1 Princíp
2.2
Modelo Matemático
devon
Bertalanffy . _ . _ . _ . . _ . _ _2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4 2.2.5 2.2.6
A
Tilápiado
Nilo . . _ _ . _ _ . _ _ . . . _ . . . _ _Modelos
de dinâmica mutualística . . . . _ . . . _ _nidimensionais
na
Aqüicultura
io
da
Alonietria . _ _ . . . _ _ . _ . _ . . . _ _ . . _ _Método
Matemático
_ _ . . . . _ . _ . . . _ . . . . _Equação
de Bertalanffy para o pesodo
peixe _ _ _ _Equação
de Bertalanífy para ocomprimento do
peixeEstimaçao
dos parâmetros . _ . _ _ . . . _ _ . _ _Crescimento
do
pesoem
funçaodo comprimento
_ _Simulações . . _ . . . . _ _ . . . . _ _ . . _ . . _ _ _
3
Modelos
Bidimensionais
na
Aqüicultura
30
3.1
Modelos Matemáticos
paraMutualismo
. . . . _ . . . _ . 35 3.1.1Modelo matemático
deRoughgardem
paraMutua-
lismo não-simbiótico . . . 37
3.1.2
Modelo matemático
deRoughgardem
paraMutua-
lismo simbiótico . . . _ . . . _ . . . 40
3.1.3
Modelo matemático
deRoughgardem
paraMutua-
lismo endossimbiótico . . . _ _ 43
4 Conclusões
47
A
Códigos
Matlab
para
Mutualismo
49
A.l Códigos
para
Matlab
. . . _ . . . . _ . . . _ _ _ 49'
A.1.1
Mutualismo
não-simbiótico . . . 49A.1_2
Mutualismo
simbiótico . . . _ . . . _ 53A.1.3
Mutualismo
endossimbiótico . . . _ . . . 55B
Equações
diferenciais58
B.1 Definições . . _ _ . . . _ . . . _ _ 58
B.1.1
Equações
diferenciais ordinárias(EDO)
. _ . . . _ _ 58B.1.2
Equações
diferenciais parciais . . . _ . . . _ _ _ 58B.l.3 Soluções de
uma
Equação
Diferencial Ordinária . . . _ _ 59B.2
Equações
diferenciais de primeiraordem
. . . _ _ 60B.3 Existência
da
solução única . . . . _ . _ . . . . _ . . . _ . . . _ _ 61C
Análise
de
Estabilidade
63
C_1 Critério de estabilidade para sistemas lineares . . _ . . . _ _ 64
C.2 Critério de estabilidade para sistemas não-lineares . . . _ _ 66
Bibliografia
68
Lista
de
Figuras
2.1 Ajuste Linear dos dados de
comprimento do
peixe . . . 262.2 Crescimento
em
comprimento do
peixe . . . 272.3 Crescimento
em
pesodo
peixe . . . _ . 292.4 Ajuste de curva
do
pesoem
função aocomprimento
. . . _ . 293.1
Mutualismo
não-simbiótico:Um
nó
estável émarcado
com
asterisco. 393.2
Formação da
endossimbiose: Dois equilíbrios estáveis sãomarcados
com
asteriscos. . . 45Lista
de
Tabelas
2.1 Tabela de valores experimentais
Introdução
A
Biomatemática
éuma
áreada Matemática
Aplicada queusando
aModelagem
Matemática
e teoria dasEquações
Diferenciais (ordinárias e parciais)dão
uma
boa
descrição quantitativa e qualitativa de problemas vindos
da
aqüicultura, biologia, ecologia, agricultura, medicina, etc. Neste trabalhonão pretendemos
aprofundaros conceitos
da
Modelagem
Matemática
nem
osda
teoria dasEquações
Diferencias Ordinárias que por si sós jápossuem
vários tratados encontradosna
literatura es-pecializada.
O
nosso intuito será colocarcomo
essas ferramentaspodem
ser úteispara descrever quantitativamente alguns problemas
da
aqüiculturaque
serão aquitratados.
A
demanda
peloconsumo
de peixes e outras espécies aquáticas écada
vez maior,e a pesca extrativa
não
consegue cobrir estademanda,
é assim que a aqüiculturacomeça
a seruma
importanteforma
deprodução
de espécies aquáticas. E,na me-
dida
em
que os anos passam, amodelagem
matemática
tem
cada vez papeis maisimportantes nos diferentes processos envolvidos
no
cultivo de *espécies aqiiíferas.A
Tilápia é a espécie mais cultivada
no
Brasil, e a sua subespécie Tilápiado
Nilo* é amais utilizada para o cultivo por apresentar o melhor
desempenho,
mais especifica-mente
a linhagem Chitralada.Os
modelos
matemáticos desenvolvidosna
aqüicultura são de vários tipos, desdemodelos simples
com
formulações quepodem
ser resolvidas analiticamente, até osmais complexos cujas formulações só
conseguem
ser resolvidas através de cálculos*Oreochromis niloticus _
INTRODUÇÃO
2numéricos e iterações computacionais.
Neste trabalho serão apresentados dois modelos voltados ã aqüicultura.
O
primeiro,de tipo unidimensional, descreverã o crescimento
em
peso ecomprimento
deuma
dada
espécie de peixe. E, o segundo, de tipo bidimensional, descreverá a interaçãomutualística entre duas espécies.
Ambos
serãoacompanhados
de simulações parauma
melhor visualização dosfenômenos
estudados.No
Capitulo 1, as preliminaresdo
trabalho apresentam as justificativas teóricaspara a utilização dos
modelos
de Bertalanfly e deRoughgardem.
Também
veremosalgumas
características importantes dosmodelos
matemáticosem
geral, e explicare-rnos o
porquê
da
importânciada
Modelagem
Matemática
na
aqüicultura. Logo, amotivação para a elaboração
do
trabalho será exposta, assimcomo
uma
descriçãoda
modelagem
de dinâmicas mutualísticas.O
Capitulo 2, introduz omodelo
unidimensional de Bertalanffy, que se argu-menta
em
parteno
Princípioda
Alometria.A
solução destemodelo
proporcionaas equações que descrevem os crescimentos
em
peso ecomprimento do
peixe.Os
métodos
de Ford-Walford e dosMínimos Quadrados foram empregados
para achar osparâmetros das equações de Bertalanify, assim
como
para obteruma
expressão quedescreva o peso
em
funçãodo
crescimentodo
peixe. Posteriormente, apresentare~mos
as simulações destas equações de crescimento utilizando valores experimentaisda
Tilapiado
Nilocom
ajuda softwarematemático Matlab
O
Capitulo 3, apresenta osmodelos
bidimensionais deJoan
Roughgardem
parainterações mutualísticas.
Para
uma
melhorcompreensão
dosmodelos
apresentadospor
Roughgardem
éabordado
introdutoriamente omodelo
de Lotka-Volterra paraCompetição. Posteriormente são introduzidas as formulações matemáticas respecti-
vas, argumentando-se
em
características inerentesa cada
caso de mutualismo, logoisto, analises dos equilíbrios de coexistência são realizados
com
ajudado Matlab
©,
INTRODUÇÃO
3No
Capitulo 4 as conclusõesdo
trabalho são emitidas, nelas sepondera
a im-portância das analises de equilíbrio dos sistemas de equações apresentados, assim
como
dos valores experimentais e das simulações, isto parauma
descrição corretados
fenômenos
biológicos.A
proposta de continuidadedo
trabalho é baseada nasconclusoes.
Para
finalizar, três apêndices são apresentados:O
Apêndice
A
contém
os códigoscomputacionais utilizados tanto
na
analise dos equilíbrios de coexistência dosmod-
elos de
Roughgardem como
nas simulações dosmesmos.
O
Apêndice
B
aborda
brevemente
algumas
definições deEquações
Diferenciais, e oApêndice
C
apresentaos critérios matemáticos usados nas analises de estabilidade dos
modelos
deRough-
gardem.Capítulo
1
Preliminares
1.1
Modelagem
Matemática
A
Modelagem
Matemática
consistena
arte de transformar problemasda
rea-lidade
em
problemas matemáticos e resolvê-los interpretando suas soluçõesna
lin-guagem
do
mundo
real.O
tratamento destes problemas pressupõe multidisciplinarí-dade, e é por isso que a
modelagem
vai ao encontro de diversas áreas de pesquisa.[1]Os
modelos
matemáticospodem
ser:Determinísticos, se caracterizapelo uso de informações precisas
na
construção
do
modelo, o que proporcionará resultados precisos;ou
Prob-abilísticos,
possuim
estadenominação
por trabalharcom
conceitos prove- nientesda
área de probabilidade e estatística.Estáticos,
há
uma
correspondência biunívoca entre as variáveisda
formulação e as variáveis físicas
do
sistema caracterizado, estas utilizamCAPÍTULO
1.PRELIMINARES
5geralmente conceitos ligados à área de geometria
onde
a variáveltempo
não
tem
interesse (são atemporais) e neste tipo de formulação a pre-visão
do
fenômeno
forado
intervalo estudado é garantida;ou
Dinâmicos,o
tempo
é geralmente a sua variável independente, são expressos porA
equações diferenciais e
pretendem
que a sua relação funcional possafazer boas previsões
do comportamento do fenômeno
forado
intervalopesquisado.
M
esoscópácos,há
uma
preocupação explícita de relacionar as tendênciasgerais seguidas pelo
modelo
com
fatores localizados;ou
Macroscópicos,em
que o objetivo é descrever deforma
geral a tendênciado
fenômeno, emuitas vezes
funcionam
como
uma
suavização demodelos
mesoscópicos.[1]Um
dosmétodos
mais utilizados para a estimação de parâmetrosou
ajuste decurvas é o
método
dosQuadrados
Mínimos
ou
Mínimos
Quadrados, e através destemétodo
é possível fazer ajustes lineares e nao-lineares.Na
Modelagem
Matemática, quantidades que influenciamnum
processo dinâmicosão
denominadas
Variáveis,ou
Parâmetros ealgumas
vezes Constantes -não
existediferença precisa entre estes termos - a distinçao é apenas convencional:
z; ._
Varlaveis, sao grandezas que se
modificam
durante 0 processo;Parâmetros,
sãomedidas
auxiliares epodem
ou não
mudar
durante o processo;Constantes,
são quantidades quenão
variam etêm
seus valores fixados a priori.Dependendo
do fenômeno
estudado as variáveispodem
ser contínuasou
discretas.A
modelagem
matematica
defenômenos não
matemáticostem como
característica essencial a evoluçãodo
sistema, e é ali que entra o conceito de tasca de variação.CAPÍTULO
1.PRELIMINARES
ô1.2
Equações
Diferenciais
Ordinárias
As
equações diferenciais sãoadequadas
quando
as situaçõesmodeladas envolvem
variáveis contínuas evoluindo
em
relação a outras variáveis continuas.As
relações existentes entre estas variáveis são definidas através de hipóteses formuladas refer-entes às taxas de variação instantânea.[1]
Se o
modelo matemático
éuma
equação diferencial,nem
sempre
podemos
obterinformações
ou
projeçõesda
realidademodelada
atravésda
solução explícita destaequação, isto acontece
porque
sóalgumas
equações diferenciaistêm
soluçãona
forma
deuma
função analiticamente explícita.Modelos
simples, formulados atravésde equações diferenciais lineares autônomas,
conseguem
obter soluções explícitas,porém
estes só descrevemum
esboçoda
situação estudada.Sendo
assim, quantomelhor
um
modelo matemático
conseguir descreveruma
situação, maiscomplexo
este será. `
,
A
principal estratégia de resolução analítica deuma
equação diferencial não-linear é a
mudança
de variáveis, 0 objetivo destamudança
é transformar a equaçãodiferencial não-linear
numa
equação diferencial linear para assim resolvê-lacomo
tal.
Sem
o uso desta estratégia a resolução de equaçoes diferenciais nao-lineares(com
exceção de alguns casos) só poderia ser obtida através demétodos
numéricoscomputacionais. Por esse motivo o estudo dos
métodos
de resolução de equaçõesdiferenciais lineares san importantes.
Uma
questão fundamentalna
modelagem
matematica
de processos evolutivosé a analogia
na
utilizaçao dos modelos, a sua importânciacomo
instrumento detransferência de conhecimentos é
marcante
em
qualquer situação.Isto implica que
uma
mesma
equação diferencialpode
servir paramodelar
situaçõesdistintas,
mas
que sao fenotípicasem
relaçao à suas manifestaçoes variacionaís. As-CAPÍTULO
1.PRELIMINARES
7 constantes variações evolutivasdo modelo
em
termos matemáticos.[1]A
ordem
deuma
equação diferencial é estabelecida pela maiorordem
das derivadasque
aparecem
em
sua formulaçã0.[1]1.3
Modelos
Matemáticos
na
Aqüicultura
A
aplicação de modelos matemáticosna
Biologiavem
sendocada
vez mais útilno
estudo de
fenômenos
biológicos diversos.No
entanto,uma
formulaçãomatematica
somente
se tornaum
modeloquando
as variáveis inter-relacionadastêm
significadospróprios provenientes
da
situação modelada.[1]Devido
àdemanda
no consumo
de peixes, que vai se incrementando acada
ano, 0 planejamento
da
atividade pesqueira torna-seuma
eficiente alternativa parauma
boa produção
pesqueira.E
éno
planejamento que os modelos matemáticoscontribuem, já seja
no
manejo
de estoques pesqueiros,na
redução de descarte,no
consumo
de espéciesnão
consumidas usualmente,na
intensificaçãoda
aqüicultura,no
estudo de interações biológicasno
ecossistema, etc.Com
modelos
de crescimentoalométrico, por exemplo,
podem
se obter taxas de crescimento, taxas deganho
egraus de maturidade
em
qualquer estágio de desenvolvimentodo
animal, que sãofatores importantes
na
avaliação dedesempenho
produtivo e econômicoda
criação(ALVES,
1986).A
complexidade dos problemas apresentadosdemanda
estudoscom
modelosque integrem os
componentes
biológicos, físicos, ambientais e até sócio-econômicos.Além
disso, as simulações dos modelos sãoum
excelentemétodo
para avaliar e re-finar técnicas de
manejo
em
muitos sistemas de produçao, assimcomo
os impactoseconômicos e ecológicos deste tipo de produção.
A
modelagem
matemática
éuma
ferramenta importante paraaumentar
racional-CAPÍTULO
1.PRELIMINARES
8 respostas biológicas às variações físicasdo
meio
ambiente.Diferentemente
da
pesca extrativa,na
Aqüiculturahá
maior controle dos fa-toresique intervém
na produção
pesqueira, assim as variáveisque
traduzem
estes fatoresconseguem
ser mais precisas, oque
implicano
desenvolvimentode mode-
los matemáticos
também
mais precisos. Atualmente, existe o desafio de introduzirvariáveis sócio-econômicas, as quais são aparentemente subjetivas,
mas
que apósuma
coleta de dadosviram
números
a serem utilizados nos modelos, isto porque osviveiros
onde
os peixes são cultivados são sistemas complexos,onde
fatores bióticos(algas, etc.) e abióticos (vento, etc.) estão
em
constante interação.[8]1.4
Motivação do
trabalho
Uma
variedade de curvas de crescimentotem
sido desenvolvida afim
demodelar
a dinâmica populacional de espécies, tanto isoladas quanto
em
interação.A
maioriadestes
modelos
preditivos são variaçõesda
equação clássica de crescimento logísticode Verhulst. 4
A
Modelagem
Matemática
da
dinâmica populacional deuma
determinada espécie descreve as diferentes variaçõesno
tamanho
populacional dessa espécie. Nessa des- criçao, as variaveis, parâmetros e constantes caracterizam osfenômenos
bióticos e abioticos que afetam otamanho
populacional dessa espécie.A
Engenhariada
Aqüicultura atuano meio
ambiente e fornece projetos e no-vas técnicas de
produção
que explorem deforma
sustentável os produtos aquáticos, nesta áreamodelos
de dinâmicas populacionais são importantes para compreen-der o que ocorre nos ecossistemas
em
equilíbrio,além
de se constituirnuma
fer-ramenta
importante para oaprimoramento
das formas de cultivo, principalmentenos
modelos
de avaliação de estoques pesqueiros, cujo objetivo principal é o deCAPÍTULO
1.PRELIMINARES
9 são renováveis,mas
limitados [16].Este trabalho foi elaborado
com
o objetivo de seruma
introdução ao estudo demodelos
matemáticos n-dimensionais de dinâmicas populacionaisna
aqüicultura, evisa contribuir
com
oaprimoramento
e planejamento desta atividade.1.4.1
A
Tilápia
do
Nilo
O
modelo
de Bertalanffy foi utilizado porquealém
de serum
modelo
simples,tem
uma
qualidade elevada de ajuste,além
de estimativas condizentescom
a realidadequando comparado
a outros modelos.A
sua formulação básica“O
crescimentodo
peso
do
peixe é proporcional à áreada
sua superfície externa (anabolismo) e odecaimento é proporcional a energia
consumida
(catabolismo)”pode ser aplicada aocrescimento de outras espécies.
O
modelo
de Bertalanffy é importanteno
estudodo
crescimento alométrico deseres vivos, e talvez Lun dos mais utilizados. [3]
1.4.2
Modelos
de
dinâmica
mutualística
Nas
últimas décadas, os modelos matemáticos para interações entre espécies secentraram bastante nas interações de predação, competição e parasitismo, deixando
de lado outros tipos de interações
como
o mutualismo.Recentemente, os pesquisadores
começaram
a aprofundar estudosna
dinâmicamutualística,
na
qual existeum
benefíciomútuo
entre as espécies que interagemo
mesmo
que provocaum
ganho na
melhoriada
sua aptidão biológica. Talvez omais notável
exemplo
deste tipo de interação seja oda
entomofiliaou
polinizaçäoinseto-planta.
CAPÍTULO
1.PRELIMINARES
1oevolutiva.
Um
exemplo
disto é a relação micorriza* que é essencial para 070%
dasplantas terrestres.
Outro
papel importantedo mutualismo
estano
incrementoda
biodiversidade. Isto
pode
ser visualizadona
polinização entre insetos e angíosper- masi.Devido
a que estas últimaspossuem
elasticidade morfológica e capacidadede adaptação a diferentes agentes polinizadores, existe
uma
co-evolução ecom
istouma
grande proliferação deambos
os tipos de organismos. [7]Alguns
exemplos empíricos de interações mutualísticasem
espécies aquáticasforam
extraídos de [17] eseguem
a continuação.Em
muitos dos recifes de coralno
mar
Indo-Pacífico, gobies e camarõesvivem
juntos
em
tocas construídas pelos camarões. E, à.medida
que ocamarão
constrói atoca escavando, vai desenterrando microcrustáceos
que
irão servir de alimento paraos gobies. Assim, os
camarões
dessa regiãoproporcionam
habitat e alimento aosgobies.
Em
troca desses benefícios, os gobiesadvertem
aocamarão da
presença depredadores através de
movimentos
decauda
rapida. Se os gobiesnão
fizerem
isto,os camarões
não
continuariam escavando, assimcomo
não
teriam possibilidade desair
da
toca.Por
conseguinte, o crescimento doscamarões
e presumivelmente a suareprodução,
dependem
da
presença de gobies.E
aomesmo
tempo, a quantidade de habitat disponível para os gobies assimcomo
a sua taxa de mortalidade são favorecidas pela presença dos camarões.Muitas
anêmonas, hidróides, e esponjas que se estabelecemem
caranguejos er-mitãos, e vieiras, respectivamente, se
beneficiam
dessa associaçãocom
a aquisiçãode mobilidade para fugir de predadores
ou
condições ambientais adversas.Já
osI
_
hospedeiros invertebrados móveis se
beneficiam
pelas picadasque
os epibiontesdão
*A micorriza éuma
associação mutualística das raízes vegetais superiorescom
fungos.A
plantaauxilia na transferência dos nutrientes do solo à. planta e 0 fxmgo é abastecido por esta com carbono orgânico.
TAS angiospermas representam o grupo de maior diversidade entre as plantas terrestres. Nelas,o surgimento de flores coincidiu com o surgimento de animais polinizadores, e a estrutura reprodutiva
destas plantas foi selecionada de forma a atrair estes animais, surgindo então uma. miríade de
formas, tamanhos, cores, aromas e texturas, cada
uma
de acordo comuma
estratégia mais ou menos específica de atração de polinizadores.CAPÍTULO
1.PRELIMINARES
11em
seus predadores, permitindo assim que os hospedeiros escapem.Em
muitos corais, caranguejos e camarões alfeídosprotegem
as ramificações doscorais beliscando e
mordendo
em
animais quecomem
os póliposdo
coral.Em
contraparte,
além
de proporcionar segurança aos crustáceos, corais queabrigam
caranguejos e
camarões produzem
freqüentementeuma
mucosa que
éconsumida
pelos
mesmos.
As
interações mutualísticaspodem
ser de três tipos: simbióticas, não-simbióticase endossimbióticas.
A
associação bacteriorriza éum
exemplo
demutualismo
simbióticoNela as bactérias
do
gênero rhizobiumcedem
para as plantas leguminosascompostos
nitrogenados, e as leguminosas por sua vez
cedem
às bactériasalgumas
substâncias orgânicas. [2]A
polinização inseto-planta éum
exemplo
demutualismo
não-simbiótico. E, atravésda
sua Teoriada
Endossimbiósei,Lynn
Margulis nos apresentaum
exemplo
do
que seriaum
mutualismo
endossimbiótico.A
modelagem
matemática
paraMutualismo
apresentada neste trabalho foi pro-posta pela bióloga americana
Joan
Roughgardem
[2], e introduz trêsmodelos
di-ferentes,
um
paracada
caso de mutualismo. Estes modelosforam
formuladosem
base ao
modelo
de Lotka-Volterra para competição, elevam
em
conta as carac-terísticas de
cada
uma
das interações mutualísticas.No
caso dosmodelos
deRoughgardem,
os valores experimentais necessários parauma
simulação envolvendo interações mutualísticascom
a espécie Tilápiado
Nilonão
puderam
ser coletados devido à dificuldade de coleta deste tipo de informação,0 que
acaba
também
ocasionandopouca
disponibilidade de publicações que con-tenham
osmesmos§. Porém,
tanto a simulaçãocomo
a análise de estabilidade dosequilíbrios de coexistência serão realizas
com
valores fictícios ecom
a utilizaçãodo
softwarematemático Matlab
©,
além
disso,no Apêndice
A
serão colocados osÍque será abordada na seção 3.1.3
§A validade com dados experimentais sera
uma
questão futura a ser colocadaem
prática comoCAPÍTULO
1.PRELIMINARES
12 códigos computacionaisempregados
assimcomo
uma
esquematização [2]da forma
de
como
foram
construídas tanto a simulação quanto a análise. Depois deabordado
o procedimento, posteriormente,
com
dados experimentais reais a simulaçãopoderá
Capítulo
2
Modelos
Unidimensionais
na
Aqüicultura
2.1
Princípio
da
Alometria
O
Principioda
Alometría émuito
utilizadoem
biomatemática e estabelece que,num
individuo a razão entre os crescimentos espectficos (relativos) de seus órgãos éconstante.
i
Sejam
y(t) e x(t) os“tamanhos”dos
órgãosou
partes distintasdo
corpo deum
individuo,
num
instante t.Então
omodelo matemático
que traduz o Principioda
Alometria é
dado
por:sããwlãflã
iza
ou,
CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA AQÚIOULTURA
14ldy
ldx
com
a:(t) ,y(t)2
0 e t2
0.Em
que
ce é a taxa de proporcionalidadedo
crescimentorelativo,
ou
coeficiente de alometria.Como
as variaveisx
ey
são dependentes de t. Logo,usando
a regrada
cadeia (oudividindo)
podemos
reescrever a equação (2.1)na forma
deuma
equaçãoautônoma,
isto é
sfyzaä
dm
1:' Integrando temos,/
1/_
/
das ff ” (2.2) lny=
Ozlnx+k.
Sendo
lc a constante de integração. Logo, escrevendo kcomo
lc=
ln a,com
a2
0.E, aplicando propriedades de logaritmos temos,
lny
=
ln(a:v°')que
após aplicar a função exponencialem
ambos
os lados ficacomo
CAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA
AQÚICULTURA
15com
a>
0. Assim, a equação (2.3) fornece a relação alométrica entre as variáveisac e y.
A
continuação, 0 Principioda
Alometria será utilizadono
desenvolvimentodo
modelo
de Bertalanffy para estabeleceruma
relação entre o peso e a áreado
peixe.2.2
Modelo
Matemático
de
von
Bertalanffy
2.2.1
Método
Matemático
O
biólogo australianovon
Bertalanffy,no ano
de 1938, formulouum
modelo
matemático
para analisar 0 crescimentoem
peso de peixes.Seu
modelo pode
ser con-siderado
uma
variaçãoda
curva de crescimento logístico de Verhulstcom
a finalidadede
acomodar
características metabólicas baseadasem
argumentações fisiológicas. [3]O
modelo
de Bertalanffy éum
dosmodelos
mais usados para o estudodo
cresci-mento
alométrico de organismos aquáticos, e inclusive serve de base para formulaçãoou melhoramento
de outrosmodelos
matemáticosna
mesma
área de estudo.um
modelo
determinístico,formado
poruma
equação diferencial ordinária não-lineardo
tipo Bernoulli. [3]
Este
modelo
afirma
que:O
crescimento do peso do peixe é proporcional à áreada sua superfície externa (anabolismo) e 0 decaimento e' proporcional à energia con-
sumida
{catab0lismo [1]Assim, é expresso por
CAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA AQÚICULTURA
16em
que:oz é a taxa de anabolismo*
ou
taxa de síntese demassa
por unidade de áreado
peixe;
p
é o pesodo
peixeem
relação aotempo
(unidade de tempo);5
é a taxa de catabolismoou
taxa de diminuição demassa
por unidade de massa;A
representa a superfície externado
peixe.Como
o peso dos peixes é proporcional aovolume do
seu corpo, e ovolume
éproporcional ao
cubo do
seu comprimento, entaop
=
k1l3.Além
disso,como
a superfície é proporcional aoquadrado do comprimento
A =
k2l2,então pelo Princípio
da
Alometría,(25)
A
z
lzpä.Logo, substituindo (2.5)
em
(24) obtemos,*Se considerarmos as taxas de anabolismo e catabolismo como sendo constantes, então o nosso
modelo será. do tipo macroscópico, e terá. como objetivo principal determinar tendências gerais
seguidas pelo fenômeno, sem relacioná,-las com fatores localizados. Por outra parte, se consider-
armos que há períodos
em
que nos seres vivos as taxas de anabolismo e catabolismo são maioresou menores, consideraremos estas como variando
em
relação ao tempo, teremos entãoum
modelomais próximo da realidade e com mais variabilidade, logo obteremos
um
modelo mesoscópico. OsCAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA
AQÚICULTURA
17cl
(2-6)
ÊÊ
=
010%-
5:0a equação diferencial de Bertalanffy.
2.2.2
Equação
de
Bertalanffy
para
o peso
do
peixe
A
equação diferencial de Bertalanffy (2.6) éuma
equação de Bernoullicom
'ri=
š
então sera resolvida
como
tal. [4]Para
isto, inicialmente realizaremosuma
mudança
de variável.Fazendo
z=
p"`ou
seja z=
pšem
(2.6) e logo derívando z=
pš temos,dz' 1 _gClp
logo, substituindo (2.6)
em
(2.7)temos
Q.. N C‹0QCx›1-1 IO M
E
=
-1›`§(¢v1fi-flp)
=
__Ê,,â
3comozzpš,
dz oz ,Õ 2.8-=--_
( ) dt 33Z
1 1CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
18é
uma
equação diferencial linear de primeiraordem
cuja solução é,01 _/Z
zt
()= -+ce
35
_,<ä .__-Ce
3 /% `CbQ gz /'\ D»-^+
QQ L/com
c é constante de integração. Assim,(2.9)
za)
=
(1+
~§¢@"%)
é a solução geral
da
equação diferencial (2.6).Para
achar a solução particular de (2.6),devemos
caracterizam alguns parâmetrosde
forma
a descrever ofenômeno
estudado atravésda
solução encontrada. Assu-mindo
que
no
tempo
t=
O o peso é insignificante,ou
seja, p(())2
40. Logo,p(o)
z
0=
(1+
ge)
assim, a constante de integração c devera serda
forma,(2.1o ) 0
z
-5.
ø
Substituindo (2.10)
em
(2.9),temos
quee
quando
t -› oo,P‹t›=<%>3<1-
Cb e >“[31
CAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA AQÚICULTURA
19(211)
pm
=
=
t1¿1§op(ú).o peso limite
ou
pesomáximo
édado
por (2.l1). Assim, fazendo k=
Ê esubstituindo (2.1l)
em
(2.9) obtemos,(2-12)
PU)
=
P‹›z(1_
@"“t)3a solução particular de (29)
ou
equação de Bertalanfiy para 0 peso do peixe.Análise
da
Estabilidade
Para algumas
espécies oamadurecimento
das gõnadas (que éuma
condiçãonecessária para 0 acasalamento) acontece
quando
a variaçãodo
crescimentoem
peso é
máxima, ou
seja.,quando
a função peso p(t)tem
a suamáxima
variação.Em
termos matemáticos, o valor de p(t) que
maximiza
äf é obtido considerando%'
=
O.[1]
A
primeira derivadada
equação de Bertalanffy (2.12) édada
por,(213)
%
=
31%,
(1-
6-'=*)2 e-'°fe a
segunda
derivada por,CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIQNAIS
NA
AQÚICULTURA
20 Logo, os pontos críticos de (2.13) são,dzp
3ln3
Assim,
como
os pontos críticos de (212) são,dp
-
=
0 t=
O. dt Ç*Analisando os pontos críticos
acima
ecomo
tG
R+,
concluímos queQ
dz>
0 se t>
O Então, 3 ln3 2.15 t*=
-í
( )fl
é
um
ponto
de infiexão de p(t).Alem
deque
t=
t* é 0 instante de maior variaçãodo
pesodo
peixe, já que%
atinge seu valormáximo
em
t=
t*.Desta
forma, 0 ponto de infiexão t* étambém
um
ponto de estabilidadeno
cresci-mento
em
pesodo
peixelFinalmente, o valor
do
peso correspondente ao ponto de infiexão (2.l5) é(2.1õ) p(ú*)
=
p,,,(1-
e-1“3)3=
0.29õp,×,.lNa análise de estabilidade
um
ponto crítico não necessáriamente éum
ponto de infiexâo, eCAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
21Na
prática, muitas vezes 0 controle de pesca é baseadona
equação (216). Porexemplo,
no
pantanal mato-grossenseum
Pacu
sópode
ser pescado se estivercom
peso superior a 3 kg. Então, considera-se
que
se p(t*)=
3 logo,p¿×,=%~10kg.
E
queum
peixe desta espécie,com
menos
de 3 kg. aindanão
procriou. [1]2.2.3
Equação
de
Bertalanffy
para
o
comprimento do
peixe
Como
havíamos
afirrnado anteriormente,A =
kzlz ep
=
k1l3com
kl e kz constantes, então,dp
d
dl 2.17_
=
-
3=
2-.
( ) dt dt (kit ) 3k1l dtLogo, substituindo (2.l7)
em
(2.4) temos,sklfig
=
alzzzz_
ølzlzsou,
dl
2.18 >
_:
_
dt
À
klCAPÍTULQ
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
22(219) ze)
=
2
(1-6-kf).
i
e,
quando
t ~› oo, ocomprimento
limiteou comprimento
máximo
do
peixe é,z\ . loo
=
-. (2 20) k Substituindo (220)em
(2.19) temos, (2121) z(›:)=
l°o(1-
e-kt)a
equaçao de Bertalanfly para 0comprimento
do peixe.2.2.4
Estimação
dos
parâmetros
Parâmetros da Equação
de
Bertalanffy
para o peso
do
peixe
_Com
ajuda deuma
tabelacom
valores experimentais de p(t),podemos
escrevera equação (2.8)
como
segue,Az
ozÚ
.2
_._=___
(22)
Az: 3
32
i
CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚIOULTURA
23Para
determinar os parâmetros oz efl
utilizaremos ajuste linear.Uma
vez en-contrados,
acharemos
os valores de__ 3
_
1 3_
por,-(Ê)
et*-“T,
ondek-Ê.
Parâmetros
da Equação
de
Bertalanffy
para
o
comprimento do
peixe
Para
determinar os parâmetros correspondentes à, equação de Bertalanffy paraO
comprimento
utilizaremos Ométodo
de Ford-Walford, que consisteem
considerarl(t)
=
l(t+
1)quando
0comprimento
esta estabilizado. [1]._ i
Com
uma
tabela de valores experimentais dos comprimentos,podemos
achar osvalores de leo e k.
Para
isto, faremosum
ajuste linear dos valores l(t) e l(t+
1),ou
seja,
(2.23) l(t
+
1)=
ml(t)+
n.Uma
vez obtidos os valores dem
e n, das equações (221) e (223)temos
que,(224) 1°,
-
looe-Me-'“=
mtoo-
mzoozfi*
+
n.Achando
O limite de (224)quando
t -› oo, e isolando lxtemos
(225) zw
z
_”_.
1
-
m
CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
24(226)
m
=
e`k =>k
=
-
lnm
(227) fz
z
zw-
mtoo z>n
=
L×,(1-
erk)2.2.5
Crescimento
do
peso
em
função
do
comprimento
A
continuação, será apresentadauma
expressão que descreve a relação entre os crescimentosem
peso ecomprimento do
peixe. Isto é,como
o peso é proporcionalao
volume
e este é proporcional aocubo do
comprimento,podemos
afirmar
que(228)
p
z
/zlzg.Com
uma
tabela de valores experimentaisdo
peso e comprimento, através deajuste linear
podemos
achar o valorda
constante kl.Para
isto,devemos
determinar o valor de kl queminimiza
asoma
ZL,
-k1lf']2,logo, derívando
em
kl e igualando a zero para encontrar os pontos críticos,temos
j _
22ÍPz'
_
k1lš'l(“¿Ê)=
0 1Ã=1 Í Í2
-az?
+
kl21,5:
0. 12=1 i=1CAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA
AQÚICULTURA
25Por tanto,
Zi-1
Piz?(2.29) kl
=
-i'-.--.
ZÊ=1
5?Uma
vez encontrado 0 valorda
constante kl , substituindo-0em
(2.28)obtemos
a relação procurada.
2.2.6
Simulações
Nesta seção, simularemos os crescimentos
em
peso ecomprimento da
Tilápiado
Nilo. Estes crescimentos estäo representados pelas equações (212), (2.21) e(228).
Para
isto, utilizaremos dados experimentais coletadosno
Centro de PesquisasIctiológicas de Pentecoste localizado
no Ceará
Segueuma
tabela dosmesmos,
Tempo
t (mês)Comprimento médio
l (cm) Pesop
(g)11.0 26.0 15.0 59.5 17.4 105.4 20.6 200.2 22.7 239.5 25.3 361.2 27.4 419.8 28.2 475.4 29.3 488.2 O0\`I®CJ1›ÀOOl\.')b-HG
CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA AQÚICULTURA
Crescimento
em
comprimento da
Tilápiado
Nilo
Utilizando os últimos quatro valores
da
Tabela (2.l) -quando
0 pesodo
peixeesta se estabilizando, aplicamos o
método
de Ford-Walford (223) e, atraves de aJustelinear obtemos, l(t
+
1)=
O, 6775(t)+
10, 0025 cujo gráfico é, Í: Çrasäzxzêszn cafrpr-;=-mto dê ;›1 -s + cízâfzâ E .››;zê~â :La àzâvâ l à ÍÊ* ê 25'» « 'kz J . A 41 ~ -z L..._ _¡ : . : :z ss :â 2; ir -> :â xr: ...¬ ¬. _ .W â › ..._-..,_›., ,._¬_..l.._.- 'E iFigura 2.1: Ajuste Linear dos dados de
comprimento do
peixeLogo, por (225) e (226) temos,
10 0025
2.30 lw
=
-Ji
=
( )
CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
27(2.31) /z
z
-1no,ô775
z
0, 3893.Assim,
obtemos
os parâmetrosda
equação (2.21) para 0 crescimentoem
compri-mento da
Tilápiado
Nilo, logo substituindo esses parâmetros temos,(232) z(z:)
=
31, o1ô4(1-
6-°›3893fi).Cujo
gráfico é apresentadona
Figura 2.2v Ê Á i 1 \ É i 1 i | \ Í ¡ i l z / i J Í
/
_ z 1 Í I .f/
zz‹.z‹a›.~›».z .â-z z»z'¬-z i .z‹»“'^"`fi‹ /K .1 1,./
/ ¡ . š \.__.._.._.l ‹e='r!›z_xFigura 2.2: Crescimento
em
comprimento do
peixeCrescimento
em
peso
da
Tilápia
do
Nilo
Através
da
aproximação linear (222) para 0 pesodo
peixe, acharemos os parâmetrosCAPÍTULO
2.MODELOS
UN1D1MENs1oNA1s
NA AQÚICULTURA
23Fazendo
ajuste de curva de (2.22)na
tabela de valores (2.1) temos,(233)
3Az
=
10, 3133-
1, 2797zque proporciona o valor
do parâmetro
lc,(234) lz
z
š
=
=
0,4266e o valor
do
pesomáximo
poe,3 3
1 3133
(235)
pm
=
=
<%¿-;-57-)=
523, 4673.O
equilibrio de estabilidadeou
ponto de maior variaçãodo
crescimentodo
pesop(t) será
dado
por,1
(236) ú* fé
5?
=
2, 5753.CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA AQÚICULTURA
29 C ~cc‹f¬°'°^ “n sesoée ,Cëëfies _ ....-,‹.... ,..,_._...., .__¿¡'¿.Y__.:ñ.___..,,._._.ñ._:¿4 /‹«‹""""`/(
na/
X/
f na ~__...,../ I _ _ Í . . . aq. j ` '”§ä__Figura 2.3: Crescimento
em
pesodo
peixeCrescimento
do
peso
em
função
do comprimento
Para
a simulaçãodo
pesoem
funçãodo comprimento
partimosda
equação (228),para
achar o valor lg fazemosum
ajusteda
equação (229) utilizando os valoresda
Tabela (2.1).
Logo,
kl
=
0,0206.CAPÍTULO
2.MODELOS
UNIDIMENSIONAIS
NA AQÚICULTURA
f' uz-A Yf‹.-1:‹Í-2§~ ., .. QV É* q ,Q l-4 íê 2. 3 __, ._....-.,_._.~¬_...__...,...-._,...¬___,.._.____, ;.; »\
1: - F! 1_ =:-\
\ \ ' \ ê \_ ' N _ gi 5,31 \. * .s ' À \ \ i › “ '” \;fi `\ ,z \ .› _ Qsf
,//‹ asd-.xflõ -¬ ¬J,. sxawn- c§--pzave.-=\=›‹«z-1; ` '\
Capítulo
3
Modelos
Bidimensionais
na
Aqüicultura
Modelos Matemáticos
para
Interações entre
espéciesNum
habitatcom
mais de duas espéciespodem
se destacar interações de tipoharmônico
e desarmônico.As
interações hafmônicasou
positivas (+) são aquelasonde não
há
prejuízos para as espécies participantes ehá
vantagens para pelomenos
uma
destas. E, as interações desarmônicasou
negativas (-) são aquelasonde
pelomenos
uma
das espécies participantes é prejudicada,podendo
existir benefícios parauma
delas.As
principais interaçõesdo
tipo desarmônico são aCompetição
e a Predação,e
do
tipoharmônico
o Mutualismo.A
idéia darwinianada
sobrevivência domais
apto
como
meio
de seleção natural, dirigiu a atenção aos aspectos competitivosda
natureza,em
conseqüência, a importânciada
cooperaçao entre as espéciesna
natureza foi subestimada.
Até
recentemente, as interações harmônicasnão
têm
recebido tanto estudo quantitativo
como
as interações desarmônicas. [2]Entre os modelos para interações entre
duas
espécies (ou bidimensionais) é pre-CAPÍTULO
3.MODELOS
BIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
32ciso destacar os modelos de
Competição
e Predação de Lotka-Volterra.Muito
foiescrito e pesquisado sobre estes modelos,
dando
lugara
uma
grande quantidade deprodução
científica, o que derivoutambém
em
modelos alternativosou
variações dosmesmos.
Estesmodelos
tiveram sua origem nas pesquisas deLotka
(1925), Volterra(1926) e Kostitzin, entre outros. [1]
Neste trabalho focaremos 0 nosso estudo
na
interação Mutualística.Mas,
antesdisso, a
modo
de introdução e parauma
melhorcompreensão
dos conteúdos des-creveremos 0
modelo
deCompetição
de Lotka-Volterra. [20]Modelo
matemático
de
Lotka-Volterra
para
Presa-Predador
A
matemática do
clássicomodelo
Presa-Predador é baseadano
modelo
malthu-siano* e
na
Lei de ação das massasl.As
variações destemodelo
podem
ser observadasem
diversas áreascomo
nosmodelos
epidemiológicos, biodigestores, crescimento detumores, aplicações quimioterápicas, uso de herbicidas etc. [1]
Neste
modelo
seassume
que, as pressasdispõem
de alimentosem
abundanciae os predadores
tem como
suprimento alimentar exclusivo a população de pressas.Além
disso, se considera quenum
dado
intervalo de tempo, omeio não muda,
favorecendo a população de predadores (e que caso haja
uma
adaptação genética,esta será. suficientemente lenta).
Devido
aque
omodelo
descreve a interação entre duas espécies, omodelo
éconformado
por duas equações:Uma
delas para a variaçãodo
tamanho
populacionaldas presas, e a outra para a variação
do
tamanho
populacional dos predadores.A
formulação mais simples
do modelo
é a seguinte:*Os modelos de Malthus e Logístico contínuo (Verhurst), serviram de base para o desenvolvi-
mento de outros modelos onde o crescimento populacional seja estudado.
lLei da ação das massas (Guldberg-Waage) “A velocidade de
uma
reação é diretamente propor-cional às concentrações molares dos reagentes elevadas a expoentes que são iguais aos respectivos
CAPÍTULO
3.MODELOS
B1D1MENs1oNA1s
NA
AQÚICULTURA
33(31)
%=aa:-bxy
2%
=
-Os/+fl1vy
em
que,aí é a densidade populacional das presas;
y é a densidade populacional dos predadores;
aa: é a taxa intrínseca de crescimento das presas
na
ausência de predadores;ay
é a taxa de mortalidade dos predadoresna
ausência de pressas (esta é propor-cional à. sua população);
xy
é a quantidade de encontros possíveis;b é a taxa de destruição das presas ao interagir
com
predadores;,Õ é a taxa de nascimentos dos predadores ao interagir
com
as presas.Modelo
matemático
de
Lotka-Volterra
para
Competição
Quando
doisou
mais espéciesvivem
em
proximidade ecompartem
algum
recurso (alimento, espaço, território, etc.) que é limitantei, haverá então entre elasuma
competição interespecífica§. [2]
i
Nesta interação,
quando
uma
das espécies é competitivamente superior, ela in-fluencia negativamente a outra espécie, reduzindo assim, o
tamanho
populacionalou
as taxas de crescimentoda
espécie competitivamente inferior.Ao mesmo
tempo,esta espécie competitivamente inferior
também
afeta otamanho
populacional e as*Um
recurso lirnitante é alguma coisa cuja demanda é maior que a sua produção. §Cornpetição interespecífica é aquela que ocorre entre membros de espécies diferentesCAPÍTULO
3.MODELOS
B1D1MENs1oNA1s
NA
AQÚICULTURA
34 taxas de crescimentoda
espécie competitivamente superior. Interações competitivaspodem
ter grande influênciana
evolução de espééies, estruturação de comunidades,e distribuição de espécies. [5]
Através
da
análisedo
equilíbrio de coexistênciado modelo
de Lotka-Volterrapara competição, é possível saber
quando
duas espéciespodem
ou não
coexistir equando
uma
espécie é competitivamente superior a outra levando-la ã extinção. Estemodelo
foi desenvolvido a partirda
equação logística de Verhurst para competiçãointra-específicall, cuja formulação é a seguinte:
(az)
%
=
TN
em
que,K
éa
capacidade de suporte;N
é otamanho
populacional;1" é a taxa intrínseca de variação populacional (ou taxa de crescimento popula- cional).
Nela, a taxa de crescimento populacional
%
é limitada pela competição intra-específica (ou dependência de densídadell), e
com
esta limitação, a taxa decrescimento populacional
%%
diminui amedida
que otamanho
populacionalN
au-menta, até a população alcançar a capacidade de sup01'te**
K.
O
primeirotermo
do
lado direitoda
equação,TN,
descreve a variaçãodo
tamanho
populacionalna
ausência de competiçao (crescimento 'independente da densidade
ou
crescimento ex-ponencial).
¶competição intra-específica é aquela que ocorre entre membros da
mesma
espécie"A Dependência de densidade descreve
um
fator que influencia os indivíduos deuma
populaçãoem
um
grau que variaem
relação a quanto de aglomerada (denso) esta essa população.“capacidade de suporte é o número máximo de indivíduos de
uma
espécie que 0 habitat temCAPÍTULO
3.MODELOS
BIDIMENSIONAIS
NA AQÚICULTURA
35Para
incluir os efeitos de competição interespecífica,além
dos efeitos existentesde competição intra-específica, a equação logística (32)
pode
sermodificada
como
segue:
5~
=
7`2N2 _ wa*lê /_\
5~
E/Assim,
obtemos
omodelo
de Lotka-Volterra para competição interespecífica.Da
equação (3.2) anterior,
foram
acrescentados os termosa1zN2
e-az1N1.
Estes termosacrescentados estão
compostos
pelos coeficientes de competição interespecíficall aijmultiplicados pelo
tamanho
populacional Ni.Quando
o coeficiente de competição ozlz émenor do
que 1, o efeitoda
espécie-2 sobre a espécie-1 émenor
que o efeitoda
espécie-1 sobre seus própriosmembros.
E
quando
o coeficiente de competição ozlz é maiordo
que 1, o efeitoda
espécie-2 sobrea espécie~1 é maior
do
que o efeitoda
espécie-1 sobre seus própriosmembros.
Assim, a12Nz, representa o efeito de
um
número
equivalente de indivíduosda
espécie-2
em
relação ã espécie-1.Analogamente, o coeficiente de competição ozzl
que
representa o efeitoda
espécie-1 sobre a espécie-2, será. interpretado
da
mesma
maneira.Este
modelo assume
quenão
há
migração e que as capacidades de suporte e oscoeficientes de competição são constantes. Isso
não
é realístico,mas
essas simpli-ficações são necessárias para a construção
do
modelo.if Os coeficientes de competição interespecífica
representam o efeito que
uma
espécie tem sobre a outra. E, na denotação o primeiro subscrito representa sempre à espécie sendo afetada.CAPÍTULO
3.MODELOS
BIDIMENSIONAIS
NA
AQÚICULTURA
sô3.1
Modelos
Matemáticos
para
Mutualismo
Mut
ualismo
O
mutualismo
é definidocomo
uma
interação entre espécies que ébenéfica
paraambas
as espécies.O
mutualismo
pode
ser simbiótico (obrigatório), não-simbiótico(facultativo) e endossimbiótico.
O
mutualismo
simbiótico se caracteriza pela necessidade imperativa de associaçãofísica a longo prazo entre as espécies, a tal ponto
que
a sua vida chega a se Verameaçada
casonão
exista tal associação.Além
disso, neste tipo demutualismo
um
individuo que ajuda 0 seu parceiro irá a beneficiar a si própriocom
a condiçãode
melhora do
seu parceiro.Por
exemplo, os Liquens constituem associações entrealgas unicelulares e certos fungos.
As
algas sintetizam matéria orgânica e fornecemaos fungos parte
do
alimento produzido. Esses, por sua vez, retiramágua
e saisminerais
do
substrato, fornecendo-os às algas.Além
disso, os fungosenvolvem
com
suas hifas ogrupo
de algas, protegendo-as contra desidratação. [2]Já
no mutualismo
não-simbiótico, 0 mutualista facultativo éuma
espécie quese beneficia
da
interaçãocom
outra espécie,mas
não
necessariamente requer dessainteração.
Um
exemplo
deste tipo demutualismo
é encontradona
relação entre o pássaro palito e o crocodilo,na
qual o pássaro penetrana boca do
crocodilo paraalimentar-se de restos alimentares e vermes, esta ação é
benéfica
também
para o crocodiloporque
o libera de vermes. [15]Existe
também
omutualismo
endosimbiótico,no
qualalém
de associação físicaentre as espécies, desenvolve-se
também
uma
necessidade de caráter metabólico.É
assim, que os seres vivos crescem, sobrevivem e sereproduzem
auma
taxaCAPÍTULO
3.MODELOS
BIDIMENSIONAIS
NA AQÚIOULTURA
37Um
exemplo
demutualismo
em
Tilápias que foi recentemente descobertofiem
Senegal é aquele entre a Tilápia Eurialina* e nano-algas clorelasl.
Nesta
descobertaomutualismo
foi induzido,ou
seja, se recriaramem
laboratório as situações necessáriaspara o sucesso
da
experiência. Através dela, os cientistas concluíram que a interaçãomutualística entre as espécies citadas para
a produção
em
massa
de fitoplâncton éprometedora
na
otimização de sistemas fotossintéticos de crescimento suspenso. [11]Métodos Matemáticos
Uma
característica importante nos modelos de interações mutualísticas é queas suas formulações
não
podem
ser expressassem
a inclusão de parâmetros queenvolvam
outros tipos de interações. Pois, de ser assim, o crescimento populacionalseria ilimitado e
sem
nenhum
tipo de restrição -em
termos de interações ecológicas.Isto Ocasionaria
que
a sua condição deabundancia
melhorassecada
vez mais, ecom
isso a sua taxa intrínseca de crescimento populacional 1" seriacada
vez maior. Assim,a taxa crescería paralelamente ao
tamanho
populacional,ou
seja, seria proporcionala
este.O
crescimento linearda
taxa seria denotadocomo
segue,(3.4) 'r
=
aN.
E,
como
o Crescimento independenteda
densidadeou
crescimento exponencialé
dado
por,1*Sylvain Gilles, Gérard Lacroix e Xavier Lazzaro do
IRD
(Institute of Research for Develop- ment).*Sarotherodon melanotheron heudelotti. lChlorella sp.