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SAÚDE
Reviravolta nas verdades sobre o
leite
Em vez de aumentar, produto integral reduziria risco de problemas
cardiovasculares. Por outro lado, corrente científica prega: ele é
dispensável para a nutrição humana
POR FLÁVIA MILHORANCE
07/09/2014 6:00/ATUALIZADO 08/09/2014 13:06 PUBLICIDADE RIO - O leite integral talvez não seja um vilão para a saúde como pregam tantos COMPARTILHAR BUSCAR
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nutricionistas. A gordura saturada presente no produto tem sido associada ao aumento do risco de problemas cardiovasculares e à obesidade. Mas uma nova corrente de pesquisadores acredita que não é bem assim. Além de não aumentar esses riscos, o leite poderia até reduzi-los. E essa não é a única verdade sobre o líquido que pode estar com os dias contados. Grupos questionam, por outro lado, se não o consumiríamos em excesso. E vão além: ele é mesmo necessário na alimentação humana?
Desde 2005, o setor da Embrapa Gado e Leite estuda o tema. O que o pesquisador Marco Antônio Gama defende é que novas evidências científicas têm mostrado que os produtos lácteos full-fat (leite integral, queijos e manteiga) não levam a doenças cardiovasculares nem à obesidade. Há algumas justificativas: uma delas é que apenas parte da gordura saturada do leite leva ao aumento dos níveis de colesterol. Desse aumento, parte é do HDL (bom colesterol) e outra parte é de partículas grandes de LDL (mau colesterol), que não estão associadas ao risco cardíaco. Além disso, o leite dos ruminantes (vacas, cabras, ovelhas e búfalas) tem propriedades benéficas à saúde do coração, entre elas, o ácido linoleico conjugado (CLA).
— A gordura do leite é muito mais complexa do que se pensava — afirma.
Pela manipulação da dieta dos animais, os pesquisadores da Embrapa têm conseguido elevar os teores de CLA e outras substâncias no leite para estudar seus efeitos em animais e em humanos. Segundo Gama, os resultados “são promissores”. Num dos estudos, o CLA reduziu em humanos a produção de marcadores pró-inflamatórios, associados à obesidade. Noutro, a substância alterou em ratos biomarcadores do mal de Alzheimer. Com isso, ele defende, por exemplo, produtos lácteos com acréscimo de CLA no mercado brasileiro, o que já vem sendo feito por
cooperativas em países como Espanha, Canadá e Itália.
Outras pesquisas pelo mundo vão na mesma linha. Por exemplo, uma revisão de 16 estudos publicada no “European Journal of Nutrition” descobriu que, na maioria deles, não era possível comprovar que a gordura do leite aumentava o risco cardíaco ou de obesidade. E, pelo contrário,
reduziria a propensão à obesidade,
provavelmente por aumentar a saciedade — mas essa é apenas uma hipótese.
Esse raciocínio, entretanto, ainda não é consenso entre especialistas. A
nutricionista Bia Rique, chefe do serviço de nutrição da enfermaria da cirurgia plástica da Santa Casa do Rio, prefere se basear nas principais diretrizes mundiais, que
orientam, por exemplo, que crianças pequenas podem tomar leite integral e adultos devem preferir laticínios magros e leite desnatado.
— As gorduras saturadas dos laticínios são as que mais tendem a se aglutinar para formar placas de ateroma, o que leva a problemas cardiovasculares — explica. Essa não é a única polêmica com o leite. Algumas correntes científicas consideram seu consumo desnecessário. A Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA), por exemplo, retirou leite e
laticínios da tradicional pirâmide
alimentar. Um dos principais nomes dessa campanha é o pesquisador da universidade Walter Willett, que diz que o cálcio é importante para o organismo, mas que o leite não é a única ou a melhor fonte dele. Um estudo realizado por ele com 96 mil mulheres mostrou que o consumo de leite durante adolescência delas não se traduzia em menor risco de fraturas. Willett garante ainda que humanos não têm necessidade nutricional de leite animal e que o mesmo aumentaria o risco de alguns tipos de câncer. Ainda assim, Willett não é
totalmente contra os laticínios. Ele mesmo diz consumir, de vez em quando, queijo e iogurte.
PUBLICIDADE Um de seus argumentos é que a inclusão do
leite na dieta é novo, do ponto de vista evolutivo. Outros estudos, entre eles um publicado no “International Dairy Journal” sugere que apenas 35% da população consegue digerir a lactose (enzima presente no leite) na fase adulta. E a maioria dos que têm intolerância à lactose sequer saberia disso. Mais uma vez, não há consenso. — A criança pequena tem produção maior de lactase, que é enzima que digere a lactose. À medida que ela vai crescendo, algumas pessoas passam a ter quase zero dessa enzima e desenvolvem a intolerância — explica Bia, que, entretanto, discorda com o corte dos laticínios da dieta. — Acho que não vale a pena abrir mão dos
laticínios, pelo menos não antes de saber se tem alguma intolerância.
Cálcio, proteínas de alto valor biológico, além de vitaminas A, D e potássio são alguns dos nutrientes que estão no leite benéficos para a saúde.
— A proteína de alto valor biológico é uma substância super nobre presente no leite — acrescenta Marco Antônio Gama.
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