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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARIO SÉRGIO MENEGAZ RENAN PAES GASPAR

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MARIO SÉRGIO MENEGAZ

RENAN PAES GASPAR

ESTUDO SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Tubarão 2020

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ESTUDO SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Beatriz Anselmo Pereira, Esp.

Tubarão 2020

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MARIO SERGIO MENEGAZ RENAN PAES GASPAR

ESTUDO SOBRE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Engenheiro Civil e aprovado em sua forma final pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 27 de novembro de 2020.

______________________________________________________ Professora e orientadora Beatriz Anselmo Pereira, Esp

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Gil Felix Madalena, Esp

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Prof. Rennan Medeiro, MSc.

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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, nossos familiares, namorada, amigos, que durante esse período nos apoiaram em todos os momentos com muito amor, carinho e compreensão, e não mediram esforços para estar conosco até que atingíssemos esta etapa de nossas vidas.

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AGRADECIMENTOS

Mario e Renan agradecem, primeiramente, a Deus, por nós dar forças nos momentos mais difíceis. Aos nossos familiares, especialmente aos nossos pais, por todo incentivo, amor e apoio para chegar até aqui.

A nossa professora Beatriz Anselmo Pereira, por todo suporte, disponibilidade, apoio e correções.

Por fim, aos nossos amigos e colegas, que estiveram nos apoiando até nos momentos finais dessa etapa em nossas vidas.

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“A persistência é o caminho do êxito.” (Charles Chaplin)

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RESUMO

A construção civil, vem passando por muitas mudanças, tanto no setor econômico como no produtivo. É um setor que vem, tentando implementar a sustentabilidade em seu segmento, porém, este é um dos maiores desafios enfrentado na construção civil, em especial para o Brasil. O setor da construção civil é totalmente dependente da matéria prima, desde a extração, a produção de materiais de construção, a própria construção, manutenções, reformas e demolição que são os geradores de RCD. Assim, tudo gera um impacto negativo sobre o meio ambiente. Em muitas ocasiões, esses resíduos são destinados em locais inapropriados. Com isso, a determinação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012) passou a responsabilizar a construtora sobre o gerenciamento cabível desses resíduos, a fim de que sejam evitados os descartes de resíduos em terrenos baldios, margens de rios, ou em outros ambientes inadequados. Assim, a Resolução CONAMA Nº 307 estabeleceu que o causador, tem como responsabilidade o gerenciamento desses resíduos, logo é de responsabilidade da construtora, a separação dos materiais em diferentes classes, fazendo o encaminhamento para a devida reciclagem e acomodação adequada. Com isso, foi realizada uma pesquisa com empresas de construção da região da AMUREL, com o intuito de entender o conhecimento das mesmas sobre gerenciamento de RCD e se elas o faziam. Assim, pode-se concluir que há necessidade de um maior conhecimento por parte das construtoras acerca do tema.

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ABSTRACT

Times have changed a lot in construction industry, both the economic viewpoint as the product technology. It is a branch that has been seeking to implement sustainability, however, this is the biggest challenge that the construction industry finding, mainly in Brazil. The construction industry depends on entirely of the raw material, since the extraction, the building supplies manufacturing, the building, maintenance, reconstruction and destruction which are sources that generate RCD. Every step the construction has a negative impact on the environment. Sometimes these waste are discarded in wrong place. Therefore, the National Solid Waste Plan (2012), determines that the construction companies are responsible about the management of the waste, and to avoid discharger in empty lots, riversides or in another inappropriate environment. The CONAMA nº 307, established that the sources that generate the waste, must manage and to apply the right procedure to discarded it. A Survey was carried out with the construction companies in the AMUREL region and the results showed that it was possible to know the level of knowledge of construction companies about the management of RCD, and how these companies are managing their waste. Therefore, it was concluded that construction companies need to have more knowledge about the waste manage.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Práticas de Gerenciamento ... 21

Figura 2- Cadeia da Construção civil ... 23

Figura 3 - Classes de Resíduos da Construção Civil ... 24

Figura 4 - Processo de beneficiamento de RCD ... 25

Figura 5 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos ... 32

Figura 6 - Reaproveitamento RCD ... 33

Figura 7- Conscientização os seus colaboradores ... 33

Figura 8 - Implementação ... 34

Figura 9 - CONAMA ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Perda de materiais em processos construtivos ... 18 Tabela 2- Composição de RCD de obras brasileira ... 19

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais normas relacionadas aos RCD ... 28 Quadro 2 – Questionário ... 29

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LISTA DE ABREVEATURAS E SIGLAS

AMUREL – Associação de Municípios da Região de Laguna ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente CBCS – Conselho Brasileiro de Construção Sustentável RSU – Resíduo Solido Urbano

RCD – Resíduo de Construção e Demolição

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 15 1.1 JUSTIFICATIVA ... 16 1.2 OBJETIVO ... 16 1.2.1 Objetivo geral ... 17 1.2.2 Objetivos específicos ... 17 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 18

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONTRUÇÃO CIVIL ... 18

2.2 GESTÃO DOS RESÍDUOS ... 20

2.3 IMPACTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 22

2.4 RECICLAGEM DOS RCD ... 23 2.5 LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO ... 26 3 METODOLOGIA ... 29 3.1 ETAPA 1 ... 29 3.2 ETAPA 2 ... 31 3.3 ETAPA 3 ... 31 4 RESULTADOS ... 32

4.1 CARTILHA - GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL .... 36

5 CONCLUSÃO ... 37

REFERÊNCIAS ... 38

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1 INTRODUÇÃO

A construção civil com o passar dos anos, vem demostrando um alto índice de crescimento mundial, fazendo dela um importante instrumento para a economia, o que também a torna um dos principais geradores de emprego. Entretanto, esse crescimento do setor de infraestrutura tem acendido um sinal de alerta, relacionado à geração de resíduos sólidos e ao impacto na utilização de recursos naturais (SCARPATO; PIUCCO; 2017).

Assim, este setor tenta implementar a sustentabilidade em seu segmento, porém este é um dos maiores desafios enfrentado na construção civil, em especial para o Brasil, que possui um grande atraso na questão da sustentabilidade, além de problemas políticos, como a desigualdade social que ocorre em todo o país. Logo deve-se tentar assegurar o equilíbrio entre preservar o meio ambiente, proporcionar o crescimento econômico com integração social e propiciar a justiça ambiental em cidades com condições precárias de moradias (CBCS, 2014).

Ainda conforme o autor supracitado, as construtoras utilizam os recursos naturais sem consciência, ou seja, erroneamente, assim ocorre desperdício de materiais e mal-uso de recursos como água e energia. Além disso, Medeiros (2018) destaca que o concreto – fundamental na construção civil – é um dos materiais mais consumidos no mundo. É importante ressaltar que o concreto é feito com cimento Portland, um recurso não renovável e que para sua produção são emitidos gases poluentes. O Sindicato Nacional da Industria do Cimento (SNIC; 2017) afirma que a produção de cimento emite CO2, uma vez que isto é inerente ao processo.

Ainda, enfatiza-se que em 2016 a produção de cimento foi de 57 milhões de toneladas.

Dando continuidade a esse aspecto da construção civil, existem outros fatores que agregam no aumento dos resíduos, como a baixa qualificação de mão de obra, manejo inadequado dos materiais, ausência na reciclagem e reutilização dos materiais anexo ao canteiro de obra (ROHM; NETO; ROHM, 2013).

Com a determinação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012), é de obrigatoriedade da construtora o gerenciamento cabível desses resíduos, a fim de que sejam evitados os descartes de resíduos em terrenos baldios, margens de rios, ou em outros ambientes inadequados.

De acordo com a Resolução CONAMA nº 307, alterada pela Resolução nº 348/04, estabeleceu que o causador, tem como responsabilidade o gerenciamento desses resíduos, sendo um marco legal, afirmando que é de responsabilidade da construtora, a separação dos materiais em diferentes classes, fazendo o encaminhamento para a devida reciclagem e acomodação adequada.

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Assim, nesse trabalho será feita uma pesquisa, através de um questionário com empresas da construção civil que fazem parte da região da AMUREL, afim de se fazer um levantamento de comparativos, visando a forma em que as mesmas estão lidando com o seu gerenciamento de resíduos de construção e demolição, tendo como objetivo mostrar e auxiliar essas empresas a importância de se ter um bom gerenciamento dos resíduos sólidos.

1.1 JUSTIFICATIVA

A construção civil vem aumentando sua participação na economia nacional, o que torna um dos mais importantes ramos de produção do país. Nas últimas décadas, os resíduos de construção e demolição vem recebendo atenção em todo o mundo (YUAN et al.,2012 apud NAGALLI, 2014).

Nos padrões como é hoje conduzida, a construção civil apresenta-se como grande geradora de resíduos. No Brasil, onde boa parte dos processos construtivos é essencialmente manual e cuja execução se dá praticamente no canteiro de obra, os resíduos de construção e demolição, além de potencialmente degradadores do meio ambiente, ocasionam problemas logísticos e prejuízos financeiros (NAGALLI, 2014).

Portanto, esse trabalho tem como objetivo destacar a importância para as empresas do ramo de construção civil sobre a gestão dos resíduos sólidos. Tendo assim como melhorar os processos produtivos, visando sempre estar preocupado com os deveres ambientais. Diante deste fato, viu-se que existe uma preocupação com o excesso de resíduos que as construções produzem, logo, esta pesquisa tem como objetivo apresentar métodos que tragam um resultado positivo, por isso faz-se necessário conhecer toda sua classificação e quantificação.

Diante disto, será aplicado um questionário em algumas construtoras da região da AMUREL para verificação de como é feito o gerenciamento dos resíduos, bem como a apresentação de alternativas sustentáveis para o reaproveitamento deles.

1.2 OBJETIVO

Neste item serão apresentados os objetivos gerais e específicos para a realização deste trabalho.

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1.2.1 Objetivo geral

O estudo presente tem como objetivo verificar o grau de conhecimento e de aplicação do gerenciamento de resíduos das construtoras da região da AMUREL.

1.2.2 Objetivos específicos

Fazer o levantamento sobre os resíduos gerados na construção civil, sua classificação e o impacto causado.

Expor sugestões de reciclagem dos resíduos de construção e demolição.

Informar sobre leis de resolução do CONAMA e normas que tratam diretamente sobre resíduos sólidos na construção civil.

Analisar o grau de conhecimento das construtoras da região da AMUREL em relação ao gerenciamento de resíduos através de um questionário.

Elaborar uma cartilha informativa com base nos principais problemas observados na análise da pesquisa.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Karpinski et al. (2009) afirmam que é atribuído ao setor da Engenharia Civil uma grande responsabilidade em relação aos impactos ambientais, uma vez que esta indústria tem destaque na economia nacional.

Ainda, os resíduos oriundos tanto da construção quanto demolição possuem um complicador, pois há falta de conhecimento por parte das construtoras. Ou seja, falta informação a esse setor sobre os volumes de resíduos sólidos gerados nas obras, as consequências que estes materiais causam quando mal descartados e, além disso, o possível reaproveitamento destes resíduos (PINTO, 1999).

2.1 RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS PELA CONTRUÇÃOCIVIL

Segundo Pinto (1999) antigamente não havia indicadores que apresentassem as perdas na construção civil, e pouco se acompanhava a expressividade da geração de resíduos de construção e demolição, a não ser as grandes quantidades de entulho que iam se formando em ambientes urbanos. Hoje no Brasil as referências acessíveis indicam a relevância das perdas na construção e quantidades de RCD (Resíduos de Construção e Demolição) gerados, em cidades de grande e médio porte que já se comprova domínio na formação dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos).

O autor supracitado ainda afirma que o Brasil tem evoluído constantemente quanto aos processos construtivos, sendo que nos processos de construção a perda de materiais varia de 20% a 30%, conforme o nível técnico do executor. Ainda, o autor traz na tabela 1, a relação de diferentes tipos de materiais, e apresenta a porcentagens da perda de cada um em canteiros de obra brasileiros.

Tabela 1- Perda de materiais em processos construtivos

Materiais FINEP/ITQC (3) Concreto usinado 9 % Aço 11 % Blocos e Tijolos 13 % Cimento 56 % Cal 36 % Areia 44 %

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A tabela 1 traz um estudo de Souza et al (1998, apud PINTO, 1999) feito em diversos canteiros no ano de 1998, e traz informações sobre as principais perdas de materiais nas obras. Com base na tabela, é possível concluir que o cimento é o material que apresenta maior perda, já o concreto usinado fica em último lugar, tendo o menor valor de perda.

Vale destacar que os construtores devem investir em melhorias tecnológicas atendendo as necessidades do mercado, aumentando a competitividade, porém sempre tendo consciência da utilização correta dos recursos não renováveis. Logo, a tabela 2 traz consigo os maiores índice de composição do RCD (PINTO, 1999).

Tabela 2- Composição de RCD de obras brasileira

Material Composição dos RCD em

obras brasileiras típicas (%)

Argamassas 64,0 Concreto 4,2 Madeira 0,1 Componentes cerâmicos 11,1 Blocos de concreto 0,1 Tijolos 18,0 Ladrilhos de concreto 0,4 Pedra 1,4 Cimento amianto 0,4 Papel e orgânicos 0,2 Solo 0,1 TOTAL 100,0

Fonte: Adaptado de Pinto (1999, p. 19).

Conforme a Tabela 2 de Composição dos RCD das obras brasileiras percebe-se que a argamassa é o material mais presente nos resíduos de construção e demolição, representando 64% do RCD de uma obra. Ainda, os tijolos ficam em segundo lugar nesta classificação, representando 18% do total de resíduos. E em terceiro lugar estão os componentes cerâmicos, com 11,1%. Esses três itens representam mais de 90% dos resíduos de construção e demolição, chamando a atenção pelo seu alto índice de desperdício.

Segundo Curitiba (2006, apud NAGALLI, 2014) todo material que é sólido, semissólido ou semilíquido, que se tornam descartáveis passam a ser considerados como lixo. Ressalta-se as divisões dos resíduos, como lixo domiciliar, lixo comercial e lixo público. O primeiro compreende resíduos diários de uma família. Já o lixo comercial refere-se à resíduos

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de todos os estabelecimentos comerciais e de prestações de serviços. E por último, o lixo público, onde compreende os resíduos de origens públicas, oriundas de vias públicas. Outra definição que costuma causar problemas no gerenciamento dos resíduos é o conceito caliça, também conhecido como entulho, refere-se a resíduos da construção civil que veem de demolições ou restos de obras, por sua vez se não houver o gerenciamento correto acaba gerando um amontoado de diversos materiais.

Em seu Artigo 3º, a Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), propõe a classificação dos resíduos da construção civil, que deverão seguir a seguinte divisão:

I - classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:

a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem;

b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;

c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;

II - classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e gesso;

III - classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação;

IV - classe D - são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde (BRASIL, 2002, p. 11).

Com base no que é proposto na resolução é possível afirmar que grande parte dos resíduos oriundos da construção civil podem ser reciclados, e principalmente, reintegrados no próprio setor da construção civil, uma vez que alguns desses resíduos podem ser utilizados como agregado. Comparando esta resolução com o exposto na tabela 2, pode-se concluir que os materiais que mais geram resíduos – argamassas, tijolos e componentes cerâmicos – se enquadram na Classe A, e se corretamente gerenciados podem ser reciclados ou reutilizados.

2.2 GESTÃO DOS RESÍDUOS

Segundo Nagalli (2014) a construção civil é umas das maiores geradoras de resíduos, por isso deve possuir um gerenciamento com o objetivo de assegurar a correta gestão dos resíduos durante todas as atividades cotidianas que existem na execução de uma obra e seus serviços. Assim, as estratégias usadas nesse gerenciamento de resíduos são com o intuito de minimização, reutilização, reciclagem e descarte adequado de cada resíduo sólido figura 8.

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O autor supracitado relata que esse assunto começou a crescer gradativamente após sua importância no destaque nacional da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010 passou a ter toda uma sistematização no setor. Desta maneira o gerenciamento de resíduo deve ser um conjunto de ações operacionais, dos quais evitam o excesso de resíduos, é comum possuir algumas práticas para fazer o gerenciamento.

Para tanto, Nagalli (2014) ressalta as práticas de gerenciamento de resíduos, conforme demostrado na figura 1 abaixo:

Figura 1 – Práticas de Gerenciamento

Fonte: Nagalli (2014, p. 1).

A figura 1 tem como intuito detalhar as práticas de um bom gerenciamento. Assim, inicia-se pela não geração de resíduos, que seria optar por produções de materiais no próprio canteiro de obra. Outro fator seria a minimização, esta tem o objetivo de incluir a tecnologia e capacitação nos métodos construtivos diminuindo o desperdício. Já a reutilização é usar os materiais para outros fins, e beneficiá-los para produção de outros materiais. E por último o descarte correto de acordo com sua classificação.

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Nagalli (2014) destaca que se deve tomar cuidados com os entulhos sujeito a reaproveitamento, isto por causa de sua diferença na composição. Uma vez que em meio aos entulhos podem existir materiais indesejáveis, como metais, plástico, entre outros. Diante disto, sempre que possível é recomendado que os resíduos que compõem os entulhos, sejam expelidos e qualificados ainda na fonte.

O autor ainda afirma que os materiais de construção são classificados em matéria-prima primária e matéria-matéria-prima secundária. Assim, matéria-matéria-prima primária são materiais virgens de origem mineral e vegetal, que precisam ser processados para utilização, são de origem homogenia (não contaminados por outro elemento), tais como: pedra, areia, argila e os derivados de petróleo. Já a matéria-prima secundária são os elementos que já foram recuperados ou passado por algum processo de reutilização, raramente não uniformes.

Para definir se o material é matéria prima ou resíduo, deve estar ligado a intenção do uso do material, diante disso o que é resíduo para um determinado processo produtivo, pode ser matéria prima em outro, por isso fazer o discernimento das matérias em processo produtivo e o correto gerenciamento desses materiais se torna muito importante.

Brasileiro e Matos (2015) destacam que o RCD poderia ser utilizado como agregado nos setores da construção civil, como na produção de tijolos, peças pré-moldadas, camadas de base e sub-base de pavimentos, entre outras funções. Isto só corrobora a necessidade de se fazer a gestão correta destes materiais, para que seja cada vez mais implantada a reciclagem desses materiais nas próprias obras.

2.3 IMPACTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os Resíduos de Construção e Demolição (RCD) representam entre 41 a 70% do total dos Resíduos Sólidos Urbanos, este valor pode variar conforme a localização da obra. Ainda, tais dados tornam a indústria da construção civil a atividade humana com maior impacto sobre o meio ambiente. Também se pode afirmar que a construção civil é responsável pelo consumo de 20% a 50% de todos os recursos naturais disponíveis e não renováveis. A Figura 2 traz a cadeia de ações que constitui os impactos ambientais. (JOHN, 2002, apud KARPINSKI et al, 2009).

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Figura 2-Cadeia da Construção civil

Fonte: SCHENEIDER (2003, apud KARPINSKI et al, 2009, p. 21).

A figura acima demonstra que a construção civil é totalmente dependente da matéria prima, tudo está ligado a ela. Desde a extração, a produção de materiais de construção, a própria construção, manutenções, reformas e demolição que são os geradores de RCD, tudo gera um impacto negativo sobre o meio ambiente. Pode-se dar o exemplo do cimento, conforme citado anteriormente, este é o principal constituinte do concreto, que vem a ser o segundo material mais consumido no mundo. Observando isso, a matéria prima utilizada para fabricação do cimento é basicamente argila e calcário, e considerando que a produção do cimento emite gases poluentes e que o concreto é considerado um RCD, pode-se entender a relação apresentada na figura. Já que tanto a produção do cimento quanto o uso dele na construção civil impactam o meio ambiente.

Ângulo (2000, apud KARPINSKI et al, 2009) ressalta que os resíduos das construções e demolições brasileiras não demonstram tanto risco ambientais, por sua composição química e mineral, sendo semelhantes aos agregados naturais do solo. Entretanto, Brasileiro e Matos (2015) mostram preocupação com os RCD devido ao descarte incorreto destes materiais, uma vez que esse descarte em locais não apropriados pode trazer impactos para a cidade e seu ambiente, além disso, pode contribuir para o aumento das áreas de aterro sanitário público.

2.4 RECICLAGEM DOS RCD

Conforme exposto na Resolução CONAMA nº 307 (BRASIL, 2002), os resíduos de construção civil possuem uma classificação de acordo com sua reutilização ou reciclagem. A figura 3 traz um resumo dessas informações, conforme já exposto neste capítulo.

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Figura 3 - Classes de Resíduos da Construção Civil

Fonte: São José dos Pinhais (2020, p. 1).

Com isso, pode-se constatar que é possível reciclar os Resíduos de Construção e Demolição, que se enquadram na classe A, tornando-os agregados. Ainda, pode-se também fazer a reciclagem de algumas embalagens utilizadas, o que reduziria o desperdício de materiais neste setor.

Além disso, conforme já citado, a tabela 2 apresentada no item 2.1 mostra que a argamassa, o tijolo e os componentes cerâmicos representam mais de 90% dos RCD. Assim, percebe-se a importância de analisar como fazer a reciclagem desses materiais corretamente.

A figura 4 a seguir apresenta um processo comumente utilizado para o beneficiamento do RCD. Segundo Freitas (2018) esse tipo de operação é baseado nas técnicas adotadas para o beneficiamento de minérios. Assim, o processo consiste basicamente na trituração e peneiramento do material.

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Figura 4 - Processo de beneficiamento de RCD

Fonte: Freitas (2018, p. 1).

A figura apresentada traz o processo de beneficiamento do RCD, assim, percebe-se que nesta situação é possível obter dois materiais, o agregado reciclado grosso e o fino. Conforme a figura, o RCD primeiramente é peneirado para separar as partículas conforme seu tamanho, logo, a parte grossa, que ficou retida na peneira, será triturada e retorna ao processo. Já a parte fina, ou seja, a passante pela peneira irá para um separador magnético, a fim de retirar

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qualquer partícula indesejada. Novamente utiliza-se a peneira para separar as partículas conforme sua granulometria. Assim, tem-se o agregado reciclado grosso, que é o material retido na peneira. E o material passante pela peneira irá para um separador pneumático e em seguida para o britador, obtendo-se, então, o agregado reciclado fino.

Logo, conforme exposto por Freitas (2018), este material reciclado poderá ser aplicado em diversas áreas da construção civil, podendo ser utilizado, por exemplo, como agregado constituinte de argamassas, blocos ou outros artefatos de concreto.

Em seu trabalho sobre a análise do uso de resíduos de construção e demolição Sipres (2019) afirma que foi possível substituir o agregado miúdo por RCD para a fabricação de blocos de concreto para piso intertravado. Ainda, o autor destaca que esta é uma alternativa possível de se executar e que também é positiva para o meio ambiente. O que corrobora as informações apresentadas anteriormente.

2.5 LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO

Segundo Nagalli (2014) deve-se ter uma maior fiscalização do setor construtivo para que se faça cumprir as exigências legais relacionadas ao meio ambiente na construção civil. Logo, se faz importante analisar as leis e normas relacionadas ao assunto.

O autor afirma que a Constituição Federal traz alguns pontos relacionados ao gerenciamento dos resíduos da construção civil. Logo, ressalta-se o ART 225 (Cap. VI- do Meio Ambiente)

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial á sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados” Brasil (1988, p. 1).

Em 1990 começou a surgir uma maior consciência ambiental, isto devido a conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e o desenvolvimento, destaca-se que nessa época a Constituição Federal já trazia o artigo 225º, sobre o meio ambiente. Entretanto, apenas em 1998 com a Lei Federal nº 9.605 passou-se a incriminar os degradadores do meio ambiente. Após esse início da Política Nacional do Meio Ambiente vieram outras similares, destaca-se a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelecida pela Lei Federal nº 12.305. Esta tem como prioridade reduzir a geração de resíduos, incentivando a reciclagem e reutilização dos materiais. Ainda, ressalta-se que o responsável pela gestão dos resíduos deve

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estar sempre atento a novas ações impostas pela legislação, tanto no meio federal, como no estadual e municipal (NAGALLI, 2014; BRASIL, 2020)

O autor supracitado destaca a importância do CONAMA, que estabelece algumas normas relacionada ao meio ambiente. Uma das mais importantes resoluções do CONAMA sobre RCD é a Resolução CONAMA n° 307, estabelecida em 2002. Nela determina-se algumas diretrizes, critérios e procedimentos quanto a gestão dos resíduos da construção civil. É nela que se encontram por exemplo a definição de conceitos e diretrizes do gerenciamento, a classificação dos resíduos, além das responsabilidades dos gestores, entre outros.

“A Resolução Conama n° 307 foi posteriormente complementada e alterada pela

resolução Conama n° 448(Conama,2012) -que trouxe a nova nomenclatura para os entes do sistema de gestão de resíduos da construção- pela Resolução Conama n°431(Conama,2011) - que alterou o Art. 3° da referida resolução, estabelecendo nova classificação para os resíduos de gesso- e pela Resolução Conama n°348 (Conama,2004) - que incluiu os resíduos de amianto na categoria de resíduos perigosos.” (NAGALLI, 2014, p. 1)

Ainda, Nagalli (2014) afirma que a ideia de gestão de resíduos de construção começou a fazer parte de alguns municípios, mostrando a importância e relevância deste assunto. Com isso, percebe-se que o setor construtivo deve estar em constante adequação para atender à legislação vigente.

Quanto às normas técnicas elas trazem informações importantes para indicar procedimentos, por exemplo, para que a execução de cada etapa seja feita com responsabilidade. As principais normas relacionadas aos resíduos estão apresentadas no quadro 1, que traz o número da norma, seu título, ano de publicação, e uma breve descrição dela. As informações do quadro foram retiradas do Catálogo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2020)

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Quadro 1 - Principais normas relacionadas aos RCD

Norma Título Ano Descrição

NBR 10004 Resíduos sólidos –

Classificação 2004

Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos seus potenciais ao meio ambiente e à saúde

pública, para que possam ser gerenciados adequadamente.

NBR 10005 Amostragem de resíduos

sólidos 2004

Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para amostragem de resíduos sólidos.

NBR 11174

Armazenamento de resíduos classes II - não

inertes e III - inertes – Procedimento

1990

Esta Norma fixa as condições exigíveis para obtenção das condições mínimas necessárias ao armazenamento de resíduos classes II - não inertes e III - inertes, de forma a proteger a saúde pública e

o meio ambiente. NBR 12235 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos - Procedimento 1992

Esta Norma fixa as condições exigíveis para o armazenamento de resíduos sólidos perigosos de

forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente. NBR 15112 Resíduos da construção civil e resíduos volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação

2004

Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos da construção

civil e resíduos volumosos.

NBR 15113

Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes - Aterros

- Diretrizes para projeto, implantação e operação

2004

Esta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de aterros de

resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos inertes.

NBR 15114

Resíduos sólidos da Construção civil - Áreas

de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação

2004

Esta Norma fixa os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de áreas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil

classe A. NBR 15115 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação – Procedimentos 2004

Esta Norma estabelece os critérios para execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo sólido

da construção civil, denominado agregado reciclado, em obras de pavimentação.

NBR 15116 Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural – Requisitos

2004

Esta Norma estabelece os requisitos para o emprego de agregados reciclados de resíduos

sólidos da construção civil.

Fonte: Autores (2020)

É importante destacar que a NBR 11174 deve ser analisada com atenção, uma vez que a NBR 10004 , que é mais recente teve alteração no nome adotado para classificar os resíduos “[...] na versão de 1996 era I (perigoso), II ( não inertes),e III (inertes), e depois de 2004, passou a ser I (perigoso), IIA (não inertes), e IIB(inertes)” (NAGALLI, 2014, p. 1).

(28)

29

3 METODOLOGIA

Este trabalho se enquadra como uma pesquisa exploratória descritiva. Logo, é exploratória pois traz um referencial teórico a fim de alcançar seu objetivo de estudar os RCD, sua classificação e impactos no meio ambiente. Ainda, é uma pesquisa dita descritiva pois propõe-se realizar uma pesquisa com as construtoras da região a fim de determinar o conhecimento deste grupo acerca da gestão de resíduos (GIL, 2010).

Portanto, para alcançar os objetivos propostos foram determinadas três etapas principais para o programa experimental deste trabalho:

a) Etapa 1: Pesquisa com construtoras sobre gestão de resíduos; b) Etapa 2: Análise dos dados obtidos;

c) Etapa 3: Elaboração da cartilha

3.1 ETAPA 1

Para a primeira etapa deste trabalho realizou-se uma pesquisa com diferentes construtoras na região da AMUREL, abrangendo construtoras de grande a pequeno porte. Assim, foi procurado conversar com o responsável pela gestão de resíduos das empresas, e caso a empresa não possua, o Engenheiro Responsável. O propósito deste estudo é analisar o grau de conhecimento destas empresas em relação ao gerenciamento de resíduos.

Para tanto, foi aplicado o questionário, conforme o quadro 2, a seguir. Quadro 2 – Questionário (continua) QUESTIONÁRIO Responsável Técnico: Empresa: Cidade:

1) A empresa dispõe de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos? Sim ( ) Não ( )

Se sim, com início em: ___/___/____

2) A empresa faz algum tipo de reaproveitamento ou reciclagem dos RCD? Sim ( ) Não ( )

Se sim, comente quais os tipos:

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(conclusão) 3) A empresa conscientiza os trabalhadores com informações sobre o dever de se fazer a separação dos resíduos para uma destinação correta?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, comente-a como é efetuada esta conscientização:

4) A empresa tem consentimento que é de obrigatoriedade da construtora o gerenciamento cabível dos resíduos, a fim de que sejam evitados os descartes de resíduos em lugares inapropriados?

Sim ( ) Não ( )

5) A empresa implementa em seus empreendimentos algum modelo sustentável? Sim ( ) Não ( )

6) A empresa tem entendimento da Resolução CONAMA nº 307, a qual se diz respeito das orientações de destinações e classificação dos resíduos produzido pela construção civil?

Sim ( ) Não ( )

7) De acordo com a Resolução nº 307 do CONAMA o aproveitamento dos RCD deve ser realizado de duas formas, a empresa sabe quais são?

Sim ( ) Não ( )

8) A Resolução CONAMA nº 307 é classificada por quatro diferentes tipos de classes. A empresa tem entendimento de quais são essas classes?

Sim ( ) Não ( )

9) Para as questões ambientais, a empresa dispõe de alguma assessoria especializada?

Sim ( ) Não ( )

10) Para a liberação do licenciamento ambiental, a empresa segue o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos solicitado pelas prefeituras?

Sim ( ) Não ( )

11) A empresa já teve algum empreendimento, fiscalizado pela Prefeitura com relação aos resíduos sólidos?

Sim ( ) Não ( )

Se sim, evidenciar de que modo foi feita a fiscalização:

12) O local onde a empresa responsável descarta os resíduos está de acordo com as normas ambientais?

Sim ( ) Não ( )

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3.2 ETAPA 2

Os resultados obtidos na etapa 1 foram compilados e organizados em gráficos para a análise deles. Com base no questionário (Quadro 2) foi possível determinar se as empresas possuem conhecimento sobre a Resolução CONAMA nº 307 – principal documento que aborda a classificação e destinação dos RCD – e também se já possuem algum tipo de gestão de resíduos da construção civil. Ainda, estes resultados foram comparados com o levantamento bibliográfico realizado, podendo verificar como ocorre a gestão de resíduos nas construtoras da região da AMUREL e como este trabalho poderá auxiliá-las ainda mais. Portanto, essa análise dos dados forneceu as informações necessárias para a elaboração da cartilha informativa, conforme descrito no item 3.3.

3.3 ETAPA 3

Com as informações obtidas nas etapas anteriores, e com base na revisão bibliográfica apresentada neste trabalho foi elaborada uma cartilha sobre a gestão dos resíduos sólidos da construção civil. Logo, esse material tem o objetivo de auxiliar as empresas do ramo a terem um maior conhecimento sobre o bom gerenciamento dos RCD, portanto, nesta cartilha são apresentados os motivos que fazem com que essa gestão seja tão benéfica para o setor e para o meio ambiente.

Este material foi elaborado para apresentar de modo claro as informações levantadas neste trabalho, com o intuito de conscientizar as empresas sobre o bom gerenciamento de seus resíduos. Assim, esta cartilha será ofertada tanto para as empresas participantes da pesquisa, quanto para outras empresas. Ainda, como será um material digital poderá ser distribuída para construtoras de outras cidades.

Destaca-se que os principais assuntos da cartilha são a reciclagem, a reutilização, a minimização, a não geração e o descarte adequado dos RCD. Com isso, prolongando a vida útil dos materiais e contribuindo para uma cadeia de redução do consumo de matéria-prima.

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4 RESULTADOS

Conforme descrito no item 3.1. foi realizada uma pesquisa com 20 empresas do ramo da Construção Civil da Região da AMUREL, dessas, 9 se enquadram em empresa de grande porte, 5 médio porte e 6 pequeno porte. Os resultados obtidos estão apresentados a seguir.

A questão 1 questionou se a empresa possuía plano de gerenciamento de RCD, a fim de analisar melhor as respostas obtidas, os dados foram divididos de acordo com o porte da empresa, conforme apresentado na figura 5.

Figura 5 - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Fonte: Autores, (2020).

Ao observar o gráfico entende-se que as empresa de grande porte investem mais na área de gerenciamento de resíduos, uma vez que 78% das empresas desse porte possuem plano de gerenciamento. Já para as empresas de médio porte 60% delas afirmaram fazer o gerenciamento dos resíduos de construção e demolição. Dando continuidade à análise, um destaque para as empresas de pequeno porte, onde nenhuma empresa entrevistada, possui plano de gerenciamento de RCD, apontando para um grande prejuízo e desperdícios de materiais.

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Figura 6 - Reaproveitamento RCD

Fonte: Autores, (2020).

Ao analisar a Figura 6 observa-se que apenas 40% das empresas abordadas fazem o reaproveitamento do RCD. Para essas empresas foi solicitado que comentassem quais o tipos de reaproveitamento empregados, assim há construtoras que usam os resíduos como reaterro de subsolo, contra piso, baldes de tinta, reutilizados como lixeiras e também para depósito de água ou materiais, água da chuva utilizada nos banheiros dos canteiros de obras e para encher a piscina do condomínio. Ainda, formas são reutilizadas como prateleiras para organização de almoxarifado. Além disso, fazem a separação dos resíduos em espaços tipo baias ou sacas reforçadas.

Figura 7- Conscientização os seus colaboradores

Fonte: Autores, (2020).

Ao observar o gráfico da Figura 7 pode-se inferir que em 70% das empresas abordadas há o envolvimento dos operários na prática de reaproveitamento, uma vez que é feita

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a conscientização dos funcionários acerca da correta separação dos resíduos. Isto é feito através de reuniões e treinamentos, por exemplo. A seguir, alguns modelos de conscientização das empresas entrevistadas:

• Passando informações no diálogo diário de segurança • Treinamentos semestrais e mural fixo no canteiro de obras; • Em organização e limpeza principalmente no canteiro de obras; • Reuniões/treinamentos a cada 6 meses;

• Palestras rápidas exigidas pelo certificado PBQP-H e ISO9000. Figura 8 - Implementação

Fonte: Autores, (2020).

Com base na figura 8, apresentada acima, pode-se inferir que todas as empresas entrevistadas sabem da obrigatoriedade do descarte correto dos resíduos, porém 5% afirmam que o descarte realizado pela empresa responsável pela coleta dos RCD não é de acordo com as normas ambientais, o que gera uma certa preocupação. Ainda, 35% das empresas estão, de alguma forma, implementando algum modelo de gerenciamento sustentável em seus empreendimentos, a fim de minimizar ao máximo os impactos gerados pelos resíduos.

Outro fator a ser analisado com base na figura 8 é a questão 10, onde foi perguntado aos entrevistados se era seguido o plano de gerenciamento de resíduos sólidos solicitado pela prefeitura. Das 20 empresas 80% afirmam aplicar o plano, porém 20% disseram que não, isto mostra a importância e a necessidade de haver uma maior conscientização dessas empresas, a fim de entenderem a importância de um bom gerenciamento de resíduos.

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Figura 9 - CONAMA

Fonte: Autores, (2020).

Conforme observado na Figura 9, 85% das empresas afirmam conhecer a resolução CONAMA nº 307 que apresenta orientações sobre a destinação e classificação dos resíduos gerados pela construção civil. Porém, apenas 75% afirmaram saber quais são as duas formas de se fazer o reaproveitamento do RCD, que são a reutilização e a reciclagem do mesmo. Ainda, 80% das empresas têm conhecimento em relação à identificação dos quatro tipos de classes. Esses resultados mostram que há uma divergência nas respostas, pois entendesse que se há o conhecimento da resolução deveria haver também o conhecimento das formas de aproveitamento e as classificações dos resíduos. Isto posto, é possível reafirmar a necessidade de maior conhecimento das empresas do setor de construção civil sobre o gerenciamento dos RCD.

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36

Figura 10 - Fiscalização

Fonte: Autores, (2020)

Por fim, a Figura 10 apresenta o resultado da questão 11, que é acerca da fiscalização. Com isso, entendesse que há grande falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes, mostrando que 75% das empresas nunca foram fiscalizadas, e somente 25% já tiveram algum tipo de fiscalização.

4.1 CARTILHA - GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Conforme descrito no item 3.3, foi elaborada uma cartilha, apresentada no Apêndice A, com base nas informações levantadas tanto na revisão de literatura deste trabalho, quando nos resultados obtidos com a pesquisa.

A pesquisa trouxe clareza quanto as informações a serem abordadas na cartilha, uma vez que com os resultados obtidos viu-se a necessidade de levar maior conhecimento acerca dos benefícios da gestão dos resíduos para empresas de pequeno porte, uma vez que nenhuma afirmou possuir tal plano de gerenciamento. Assim, optou-se por destacar quais são os principais resíduos gerados na construção civil, uma vez que com isto as empresas podem dar mais atenção ao uso incorreto desses materiais. Além de trazer as informações sobre as práticas de gerenciamento, conforme Figura 1.

Outro ponto importante percebido na pesquisa é acerca da Resolução CONAMA nº 307, assim, optou-se por trazer as informações principais sobre tal resolução, além da classificação dos materiais.

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5 CONCLUSÃO

Com o passar do tempo, a construção civil, vem demonstrando um grande crescimento, sendo de grande importância para a economia do país. Em decorrência desse crescimento o meio ambiente sofre uma série de impacto, entre os principais impactos são eles: o uso abusivo dos recursos naturais sem qualquer fiscalização, e o aumento na geração de resíduos sólidos por parte das grandes empresas.

As empresas do ramo de construção, que geram resíduos sólidos, deveriam ter como objetivo a aplicação da sustentabilidade em seus empreendimentos, fazendo com que os resíduos ali gerados fossem reaproveitados da melhor maneira possível, e os descartes realizados em locais apropriados, de acordo com as suas classes e por empresa qualificadas, evitando dessa formar consequências para o meio ambiente.

Assim, foi elaborada uma pesquisa, com 20 empresas da região da AMUREL, sendo elas grande, médio e pequeno porte, com o intuito de se saber, qual a real situação delas em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos.

Após todo levantamento feito e a análise dos resultados da pesquisa, ficou ainda mais clara a importância de se exercer o planejamento de gestão de resíduos sólidos nas construções civil. Percebe-se com os resultados obtidos que a maioria das empresas (85%) possuem conhecimento sobre a Resolução nº 307 do CONAMA, conforme Figura 9, porém aproximadamente apenas 50% delas possuem um Plano de Gerenciamento de RCD.

Com isso, foi elaborada uma cartilha com intuito de conscientizar as empresas da importância de se fazer um bom gerenciamento, apontando os principais resíduos de construção e demolição gerado nas construções civil, além de informações relacionadas a Resolução nº 307 do CONAMA.

Isto corrobora o objetivo deste trabalho, que é verificar o grau de conhecimento e de aplicação do gerenciamento de resíduos das construtoras da região da AMUREL. Assim, é possível afirmar que o objetivo proposto foi alcançado.

Com isso, pode-se concluir que é de grande importância realizar programas de conscientização nas empresas, uma vez que os resíduos gerados por elas, tem um potencial expressivo de reaproveitamento para diversas finalidades.

Para futuros estudos sugere-se averiguar a obrigatoriedade do gerenciamento dos resíduos de acordo com o plano de licença ambiental do município de Tubarão. Bem como estudar a aplicação da logística reversa para dentro da construção civil.

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Conselho Brasileiro de Construção Sustentável. Aspectos da Construção Sustentável no Brasil. Disponível em: http://www.cbcs.org.br/website/aspectos-construcao-sustentavel/show.asp?ppgCode=31E2524C-905E-4FC0-B784-118693813AC4 Acesso em: 3 junho 2020

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APÊNDICE A – CARTILHA

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Referências

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