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DIREITO ELETRÔNICO. Liliane Krauss 1 (Faculdade de Direito de Salto) RESUMO

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DIREITO ELETRÔNICO

Liliane Krauss1 (Faculdade de Direito de Salto)

RESUMO

Este trabalho tem como finalidade o estudo do direito eletrônico, devido a ser um assunto bastante recente, bem como a sua aplicação nos dias atuais, e sua sistemática com outros ramos do direito.

Palavras chaves: direito eletrônico, internet, crime.

1. INTRODUÇÃO - DIREITO ELETRÔNICO

Desde os primórdios do mundo, as pessoas, as ciências, a tecnologia e a sociedade evoluem.

O direito em decorrência dessa dinâmica regulamenta essas relações, estabelecendo regras de procedimento e punições, pois vivemos em sociedade compostas de pessoas e quando se fala de pessoas, seres humanos, estes tem a tendência de desvirtuar, as finalidades positivas dessa evolução.

Atualmente não é diferente, os avanços tecnológicos depois da Revolução Industrial foram extraordinários, a cada dia se vê novidades nas ciências e tecnologia, porém os problemas caminham junto com essa evolução e nem sempre o direito consegue

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regulamentar, pois este é uma ciência, e como toda ciência é formal, baseada em parâmetros, depende de estudos para se concretizar e estuda determinado período de tempo o comportamento da sociedade, para então criar as normas, um procedimento demorado, quando se fala de tecnologia, pois esta evolui de forma alucinadora.

Quando se fala de direito eletrônico, se fala de um tema muito novo, pois o advento do computador, processamento de dados e internet se originou aqui no Brasil com o início da globalização na década de noventa, século XX, portanto, muito recente, muito discutida, faltando ainda regulamentação referente ao assunto e ainda, pontos de muita divergência, o que se verá a seguir.

2. DIREITO ELETRÔNICO

2.1 Conceito de Direito eletrônico:

É um ramo do direito que consiste no estudo do conjunto de normas, aplicações, processos, relações jurídicas, doutrina, jurisprudência, que surgem como conseqüência da utilização e desenvolvimento da informática, encontrando direcionamento para a consecução de fins peculiares, como os seguintes:

- Evolução ordenada de produção tecnológica, visando sua proliferação e propagação dos avanços da informática, segundo Aurélio (2006, p.478), informática é a “ciência que visa ao tratamento da informação através do uso de equipamentos na área de processamento de dados”.

- A preocupação com a correta utilização dos instrumentos tecnológicos através de mecanismos que regulamentem de maneira correta e eficaz sua aplicação no mundo moderno. (PAIVA, 2010, p. 6)

2.2 O DIREITO ELETRÔNICO COM RELAÇÃO AOS OUTROS RAMOS DE DIREITO

Segundo Paiva (2010, p. 11-23), apesar de várias discussões gerarem em torno da autonomia do direito eletrônico, o autor em seu ensaio, acredita que o tema em questão é autônomo e que interage com os vários ramos do Direito, como por exemplo, o Direito Constitucional, quanto a inviolabilidade do sigilo da correspondência, com o Direito Civil, nos aspectos contratuais, direitos personalíssimo etc, direitos autorais, com o Direito do Consumidor, nas relações de consumos entre o

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site de vendas e o consumidor, e com o Direito Penal, que se torna muito mais evidente devido aos crimes cometidos.

Muitas discussões geram em torno da aplicação da legislação penal nos crimes realizados na internet, alguns doutrinadores entendem que as leis atuais podem ser adaptadas a esses tipos de crime e que não podem ficar sem punição, somente por questões de interpretação. Outros, entendem que precisa de legislação específica, com tipos adequados a esses tipos de crimes, e ainda, pelo fato de não haver lei especial para tratar desses delitos, fere, portanto, o Princípio da Legalidade e Anterioridade”, que se verá a seguir.

3. CRIMES PELA INTERNET

A Internet é a maior rede de computadores do mundo. Ela é uma rede global, de total integração, de centenas de milhares de outras redes locais, regionais e nacionais. Ela é valorizada porque permite que as pessoas se comuniquem de modo fácil, rápido e barato com outras pessoas em quase todos os lugares do mundo, ela praticamente elimina as barreiras de tempo e de espaço. (LANDON e LAUDON, 1999, p. 168)

Como toda tecnologia que surge, que é descoberta, serve para facilitar a vida humana, contudo, como o ser humano tende a desvirtuar as finalidades boas, como por exemplo o uso de celular, que atualmente é usado pelo crime organizado ou filmar cenas, invadindo a privacidade alheia, surgem então os desvios, os excessos, que muitas vezes configuram crimes, como é o caso da Internet.

Os crimes por computador podem variar de uma brincadeira de adolescente à espionagem internacional e ainda crimes sexuais como a pedofilia, furto de dados, organização de crimes, dentre outros.

Primeiramente, deve-se saber o que é crime? Crime é:

(...) ato ou ação, que não se mostra abstração jurídica, mas ação ou omissão pessoal, tecnicamente, diz-se o fato proibido por lei, sob ameaça de uma pena, instituída em benefício da coletividade e segurança social do Estado (...) deve resultar de ação e omissão, voluntária ou intencional, contra a lei penal, a qual constitui sua causa, sem a qual o resultado não teria ocorrido. O resultado da ação

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ou omissão é que pressupõe a existência do crime; a quem lhe deu causa é que se imputa a ação ou omissão criminosa. (SILVA, 2007, p. 399).

Segundo Greco (2007, p.140) “sob o aspecto formal, crime seria toda conduta que atentasse, que colidisse frontalmente contra a lei penal editada pelo Estado. Considerando-se o seu aspecto material, conceituamos o crime como aquela conduta que viola os bens jurídicos mais importantes”.

A lei penal determina se uma conduta praticada por alguém é proibida pelo direito Penal. Cabe a lei a tarefa, em obediência ao princípio da legalidade, de proibir comportamentos sob a ameaça de pena. (GRECO, 2007, p.16)

O princípio da legalidade está previsto no art. 5º da Constituição Federal que diz: Não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia cominação legal.

Segundo Greco (2007, p.94),

É o princípio mais importante do Direito Penal, que também está previsto no art. 1º do Código Penal, onde não se fala na existência de crime se ao houver uma lei definindo-o como tal. O princípio da legalidade possui quatro funções fundamentais: a) proibir a retroatividade da lei penal; b) proibir a criação de crime e penas pelos costumes; c) proibir o emprego de analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas; d) proibir incriminações vagas e indeterminadas.

Quando se fala de crimes cometidos pela Internet alguns doutrinadores entendem que se está utilizando-se da analogia, pelo fato de não existirem tipos penais específicos para esses crimes.

“Define-se a analogia como uma forma de auto-integração da norma consistente em aplicar a uma hipótese não prevista em lei a disposição legal relativa a um caso semelhante”. (GRECO, 2007, p. 46)

Luiz Regis Prado (apud GRECO, 2007, p.94) aduz que:

Por analogia, costuma-se fazer referência a um raciocínio que permite transferir a solução prevista para determinado caso a outro não regulado expressamente pelo ordenamento jurídico, mas que comparte com o primeiro certos caracteres essenciais ou a mesma ou suficiente razão, isto é, vincula-se por uma matéria relevante simili ou a pari.

Segundo Greco (2007, p. 94)

no Direito Penal a analogia deve ser vista a partir da seguinte premissa: é totalmente proibido, em virtude do Princípio da Legalidade, o recurso da analogia quando esta

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for utilizada de modo a prejudicar o agente, seja ampliando o conteúdo dos tipos penais incriminadores, a fim de abranger hipóteses ao previstas expressamente pelo legislador. Pois toda conduta que o mesmo pretende proibir ou impor, devem ser descritas de forma clara e precisa, de modo que o agente entenda de forma clara.

Para uma outra corrente de doutrinadores, os crimes cometidos pela Internet já estão tipificados, alterando só o meio, ou seja, a forma como ele é praticado. Portanto, não haveria necessidade de legislação específica, e também não estaria ferindo o Princípio da Legalidade.

4. CONSIDERAÇÕES GERAIS - ANONIMATO

A internet não tem fronteiras, atua de forma global, o sistema operacional por ela fornecido, favorece uma falsa sensação de liberdade e impunidade.

Essa falsa sensação de liberdade e impunidade, é decorrente do anonimato que ela proporciona. Anonimato segundo Aurélio (2006, p.124) significa: “ anônimo, ou seja, sem nome ou assinatura do autor, sem nome ou nomeada; obscuro”, ou seja, é proibido por lei, contudo na internet, muito se vê manifestações sem a devida autoria.

Em nossa Constituição Federal, art. 5º, IV - “é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato”.

A internet, enseja, muitas vezes o uso de pseudônimo, que significa segundo Aurélio (2006, p.663): “ nome falso ou suposto, geralmente adotado por escritor ou artista”.

Portanto, com o uso de pseudônimo, as pessoas ficam no anonimato, cometendo os crimes pela Internet. Outra situação corriqueira na internet é o uso de dados falsos, tanto no email, como nos sites de relacionamento, bem como, no preenchimento de qualquer dado virtual, favorecendo mais uma vez o anonimato e achando que não serão punidas por seus delitos. Inclusive o uso de uma falsa identidade é crime previsto no art. 307 do Código Penal, ou seja, o agente imputa a si mesmo ou a terceira pessoa, falsa identidade. Segundo Greco (2009, p. 327) “por identidade devemos entender o conjunto de caracteres próprios de uma pessoa, que permite identificá-la e distingui-la das demais, por exemplo: o nome, idade, profissão, sexo, estado civil etc”. A lei pune o agente que se

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identifica incorretamente, com dados que não são seus, ou atribui esses dados falsos a uma terceira pessoa.

Esses comportamentos devem ser dirigidos finalisticamente no sentido de obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou causar dano a outrem (...) Faz-se ressaltar que essa vantagem não poderá possuir natureza econômica, sob pena de ser o agente responsabilizado pelo delito de estelionato. (GRECO, 2009, p. 327).

Ocorre que é possível por meio de perícia, identificar os autores desses crimes, bem como existe o rastreamento por parte da polícia, de dados, que eles consideram passíveis de cometimento de delitos, identificando por meio do ID (registro do computador – identificação) o usuário do computador e o transgressor da lei penal.

Portanto, essa falsa sensação de impunidade não é absoluta!

CONCLUSÃO

Os computadores e a internet, em si, não podem mudar a sociedade. Tudo de bom ou de ruim que vem dos computadores pode ser ligado a decisões básicas de como serão usados pelas pessoas.

A internet é de fato um recurso tecnológico de grandes proporções. Facilita a comunicação, a informação, o comércio, a economia dentre tantas outras, de forma global e dinâmica. Não se consegue imaginar um mundo hoje sem internet tamanha são as facilidades.

As mudanças causadas pela internet e consequentemente pelos computadores não podem ocorrer sem a intervenção humana. Muitos dos usuários, desvirtuam o bom caminho que a tecnologia oferece. As pessoas que utilizam essa tecnologia devem fazê-lo de uma forma que não prejudique as pessoas e nem organizações tanto públicas, bem como, as privadas, sendo, portanto, responsáveis, devendo prestar contas perante a lei, no caso de desvirtuarem o que a tecnologia oferece, ou seja, no cometimento de algum crime ou na provocação de dano.

Muito se discute sobre a regulamentação desses crimes, ou seja, a criação de tipos penais específicos para esses delitos, gerando, portanto muitas discussões a respeito.

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Sem sombra de dúvida que muitos dos crimes cometidos já existem em tipificação como, por exemplo, o furto, a injúria, o estelionato, não necessitando de novos tipos penais. Ocorre que não se pode esquecer que o número de pessoas atingidas no mundo virtual é imensurável, sendo o dano muito maior que nos crimes convencionais, e cada dia mais surgem novas facetas dos criminosos, pois criatividade é o que não falta, em decorrência desse fato, deve-se haver legislação específica, em alguns casos específicos, como no caso dos provedores, que devem ser responsáveis pelas informações contidas e proporcionando ainda mais segurança aos usuários.

Um outro problema que não se pode esquecer é a velocidade com que a tecnologia evolui a cada dia, dificultando a elaboração das leis, pois, como já foi dito, estas decorrem de um processo evolutivo e de elaboração mais demorada do que a tecnologia.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código penal, Processo Penal e Constituição Federal. 5ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa. 6ª Ed. ver. Atual. Curitiba: Positivo, 2006.

GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte geral. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2007.

GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte especial. Vol. 4. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009

LANDON, Jane Price. LAUDON, Kenneth C. Sistemas de Informação. 4ª Ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 27a ed. Rio de janeiro, 2007.

PAIVA, Mário Antônio Lobato de. Direito eletrônico. Disponível em:

<http://www.alfa-redi.com/apc-aa-alfaredi/img_upload/9507fc6773bf8321fcad954b7a344761/paiva.pdf> . Acesso em:

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