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Projeto Temático Lideranças Políticas no Brasil: características e questões institucionais

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Academic year: 2021

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REAPRESENTAÇÃO DO RELATÓRIO CIENTÍFICO

Projeto Temático – Lideranças Políticas no Brasil: características e questões institucionais

Nº do processo – 2012/50987-3

No primeiro Relatório Científico - período de 01/07/2013 a 30/08/2014, apresentamos a estruturação da pesquisa, a montagem das equipes, alguns resultados parciais possíveis em um primeiro momento da pesquisa e esclarecimentos sobre as participações e publicações dos pesquisadores. Embora já tivéssemos alguns dados e pesquisas desenvolvidas neste curto período de tempo, nos restringimos a apresentar, sucintamente a estrutura de um Banco de Dados sobre Lideranças Políticas no Brasil e as linhas de estruturação teórica. Convém lembrar que desenvolvemos um grande esforço para montar a estrutura e a estratégia da pesquisa, de modo a avançar de forma consistente nas quatro linhas do projeto.

Este primeiro relatório foi avaliado e, em consequência, solicitadas complementações ao mesmo. Neste sentido, atendendo às recomendações do parecerista, complementamos o relatório científico, conforme as indicações dadas no parecer. Seguimos de forma sistemática as indicações emitidas no parecer.

GRUPO 1: LIDERANÇAS POLÍTICAS NAS TEORIAS E SISTEMAS DE PENSAMENTO

Procuramos sistematizar os estudos realizados neste primeiro ano de trabalho acerca das abordagens teóricas que esperamos responder às solicitações do parecerista. A conexão entre pensadores de teorias e épocas distintas se dará no sentido contrastante, com base na formulação do problema. Nosso objetivo é construir um campo teórico conceitual que dê conta da diversidade do comportamento político, estilos de atuação, procedência das lideranças em contextos históricos distintos. Essa delimitação teórico-conceitual é imprescindível para a análise das lideranças políticas brasileiras selecionadas.

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Divisamos inicialmente três grandes linhas de desenvolvimento analítico que estão em processo de construção, mas já apresentaram produtos efetivos para a construção conceitual.

I. Com base no pensamento político a partir das leituras de autores clássicos e modernos discernimos algumas abordagens contrastantes entre o pensamento da antiguidade greco-romana, medieval e a época moderna.

Um traço distintivo do período antigo (inclusive medieval) é o predomínio de uma concepção de governo como um exercício da arte de comando. A dimensão institucionalizada do poder soberano não configura um aspecto central. Platão no seu diálogo a República define o governante como aquele dotado de uma arte específica adquirida num longo processo de educação. O governante se distingue pela techné regida por normas justas do agir.

Aristóteles, diferentemente de Platão, nos livros IV, V e VI da Política empreende uma separação entre os domínios teóricos e a ação (práxis), inaugurando um campo de saber prático. Assim, uma forma de governo deve ser pensada não somente do ponto de vista da sua idealidade, mas como exequível. Temos, então, uma gênese do que, mais tarde, nas épocas modernas e contemporâneas constituiria os estudos específicos da ciência política. Trata-se da busca de uma estabilidade política ou fixar um ordenamento ou taxis que imprima racionalidade ou previsibilidade às ações políticas. Em Max Weber o êthos político da responsabilidade se aproxima da phronesis (uma práxis prudencial) aristotélica. Embora a Constituição da cidade ou a forma do governo, em Aristóteles, não se distingue do modo de ordenamento da vida política dos cidadãos, o problema político do filósofo é de evitar a corrupção ou stásis de uma forma de governo: de uma forma legítima com base na lei para uma forma corrupta com base nas paixões pessoais dos governantes. A aproximação dos pensamentos de Weber e Aristóteles é profícua e vai merecer uma atenção especial neste próximo ano de pesquisa.

Longe de reduzir a tradição antiga em Platão e Aristóteles, temos que registrar a corrente de pensamento do estoicismo que exerceu grande influência nas artes de comando nos períodos helenístico e do Império romano. Trata-se de um pensamento político importante para definir um êthos de atuação política que deve orientar os governantes ou liderança política.

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O pensamento medieval, com destaque para a diversidade das correntes do cristianismo, fez uma releitura da antiguidade imprimindo um sentido próprio. Cabe destacar que a centralidade no exercício do governo, ou poder político, conferido pelos pensadores, toma a forma de deveres a serem cumpridos segundo uma tábua de valores prévios. Durante um longo período, o governo dos reis se colocou como submisso ao governo eclesiástico, numa clara separação de funções entre o governo das almas e dos corpos, com a superioridade do primeiro em relação ao segundo.

Seguindo as sugestões de Michel Senellart (2006), os modos de exercício do governo implicam em diversos tipos de regime político. As artes de governar ganham destaques nos períodos em que não se configura o Estado como detentor da soberania. Até Maquiavel no século XVI o termo stato é empregado no sentido de exercício do poder político. Já com Hobbes, no século XVII, as práticas de governo se submetem às exigências de uma poder soberano.

Grosso modo, em que pesem as nuanças dos pensadores políticos antigos e medievais, a concepção de governo como uma arte de comando, transmuta, com a razão de Estado no século XVII, na capacidade de fazer-se obedecer (SENELLART, 206, p. 37).

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A partir de um problema do presente, a governamentalidade nas democracias contemporâneas, Foucault retoma a Antiguidade grega do período clássico para a análise do termo parresía que compõe, segundo Políbio, juntamente com o termo isegoria, a definição da Democracia. Por governo, Foucault entende o conjunto das instituições e práticas através das quais se guiam os homens desde a administração até a educação. Trata-se de um conjunto de procedimentos, técnicas, métodos que garantem a orientação dos homens, uns pelos outros (FOUCAULT, 2010b p. 345). Tendo em vista a sugestão do autor, entendemos ser importante para a delimitação de um campo analítico da liderança política a retomada de suas pesquisas sobre o exercício do governo na antiguidade.

Silvana Tótora e Miguel Chaia apresentaram o grupo de Teoria Política do IX Encontro da Associação Brasileira de Ciência Política, o trabalho intitulada, Liderança política: parresía e virtù. Elaboramos um texto publicado nos anais do Encontro e para a apresentação oral na Sessão da Área Temática, Democracia, liderança e teoria política

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na América Latina, em Brasília no dia 05 de agosto de 2014. Este texto foi o produto de discussões no grupo de pesquisa com vistas à delimitação de um campo teórico conceitual para a liderança na atualidade. O texto integral será trabalhado para a publicação em um Periódico no próximo ano, como um primeiro produto consistente da pesquisa. (anexo o texto integral em sua primeira versão não revisada).

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Do artigo Liderança política: parresía e virtù, gostaríamos de destacar uma primeira elaboração de linhas de análises das lideranças políticas tendo em vista a construção de tipologias organizadas em dois grandes blocos.

No primeiro bloco podemos reunir diferentes atuações políticas de liderança tendo como diferencial a ascendência de uns sobre os outros, pelos seguintes fatores: dar início a algo novo, a fundação de novas instituições e arranjos políticos, catalisar grandes mudanças sociais; um êthos expresso na coragem da verdade (parresía) no enfretamento dos que governam, pondo em risco sua vida. Essa opção analítica é profícua em razão de seu sentido aberto ao contexto histórico que inclui também o fluxo do pensamento e os valores adotados.

No segundo bloco estão os líderes como efeitos do dispositivo de poder e que por sua vez fazem com que esses mecanismos funcionem. Cumpre salientar que essas tecnologias não são estruturas generalizáveis que se aplicam igualmente em diferentes contextos históricos. Ao contrário, elas exigem um minucioso estudo descritivo de seu funcionamento, elas sofrem mutações e tem uma história descontínua. Tais lideranças podem variar numa escala que vai do tipo grotesco 1 (descrito por Foucault [2001] no

seu curso “Os anormais”)ao governante burocrata. Um mesmo personagem poderá, em determinado contexto e momento da história, se configurar como liderança que afronta

      

1Para uma formulação conceitual de liderança política seria profícua a sugestão de Foucault (2001 p. 15-17) sobre o funcionamento do “soberano infame”. Se situarmos o problema da liderança política como um conjunto de mecanismos para fazer funcionar o governo e produzir efeitos de poder, o líder infame, grotesco, a autoridade ridícula e todos os graus do que se poderia nominar de “indignidade do poder”, passam a ser relevantes para a análise e formulação conceitual. Além dos exemplos óbvios de Mussolini, Hitler, Bush, podemos acrescentar, no caso brasileiro, os de Jânio Quadros, Paulo Maluf e Collor de Melo. Acerca dos “governantes infames”, ou no caso desse estudo, de precisar um tipo de “liderança infame”, podemos adotar a analítica de Foucault, mostrando explicitamente o poder como abjeto, infame, ubuesco ou simplesmente ridículo, não se trata, de limitar os seus efeitos (...). Parece [segundo o autor] que se trata, ao contrário, de manifestar da forma mais patente a incontornabilidade, a inevitabilidade do poder, que pode precisamente funcionar com todo rigor e na ponta extrema da sua racionalidade violenta, mesmo quando está nas mãos de alguém efetivamente desqualificado (FOUCAULT, 2001, p. 17). 

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os próprios mecanismos de governo e tornar-se, em outro momento, um líder que faz funcionar esses mesmos mecanismos.

Esses blocos analíticos podem nos servir de orientações para uma pesquisa com enraizamento na realidade histórica cujas especificações apontam para diferentes possibilidades de lideranças políticas.

Desses blocos analíticos elaboramos dois conceitos distintos para liderança política, a partir dos problemas em pauta.

O primeiro deles foi retomado dos estudos de Foucault sobre a governamentalidade 2, situamos o problema da liderança política com base nos mecanismos, procedimentos e técnicas que fazem funcionar uma dada relação de poder, ou exercício de governo de uns sobre os outros. A liderança, neste caso, consistiria numa tecnologia de poder, mais precisamente, do exercício do governo do Estado.

Outro conceito de liderança veio dos estudos do pensamento antigo, especificamente dos estudos de Foucault (2010). Foucault recupera dos gregos o conceito de aleturgia, cujo significado diz respeito ao conjunto de procedimentos de manifestação da verdade. Esse termo é empregado para todo o exercício de poder que se realiza pela enunciação da verdade. Segundo LEME, José Luis Câmara, “a crise da governamentalidade e o poder ubuesco”(2008, p. 184-185), com o emprego desse termo Foucault pode desvencilhar-se da dicotomia entre verdade e poder e desenvolver a ideia de “governo pela verdade” e, com isso, realizar um deslocamento do eixo do poder para o êthos. No seu curso de 1983, Foucault dedica-se ao estudo da parresía. Segue uma formulação conceitual deste termo:

A parresía (...) é uma certa maneira de falar. Mais precisamente, é uma maneira de dizer a verdade. (...) Uma maneira de dizer a verdade tal que abrimos para nós mesmos um risco pelo fato de dizer a verdade. (...) A parresía é uma maneira de abrir esse risco vinculado ao dizer-a-verdade constituindo-nos de certo modo como parceiros de nós mesmos quando falamos, vinculando-nos ao enunciado da verdade e vinculando-nos à enunciação da verdade. Enfim, a parresía é uma maneira de se vincular a si mesmo no enunciado da verdade, de vincular livremente a si mesmo e na forma de um ato corajoso. A parresía é a livre coragem pela qual você       

2 Foucault empregou pela primeira vez o termo governamentalidade no curso de 1978, Segurança,

Território e População, para designar o governo das condutas dirigido à população com os recursos da economia política e dos dispositivos de segurança (FOUCAULT, 2008). Trata-se, portanto, de conceito construído para a análise do exercício do governo na época moderna.  

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se vincula a si mesmo no ato de dizer a verdade. Ou ainda a parresía é a ética do dizer-a-verdade em seu ato arriscado e livre. Nessa medida, para essa palavra parresía (...) poderemos (...) propor [como tradução] o termo “veridicidade”. O parresiasta, aquele que utiliza a parresía, é o homem verídico, isto é, aquele que tem a coragem de arriscar o dizer-a-verdade e que arrisca esse dizer-a-dizer-a-verdade num pacto consigo mesmo, precisamente na medida em que é o enunciador da verdade. Ele é o verídico. (FOUCAULT, 2010, P. 63-64).

Foucault retoma a definição de democracia cunhada por Políbio. Trata-se de uma combinação de parresía e isegoria. Esse caráter indissociável entre a parresía e a democracia significa que o uso da parresía como a fala franca, o dizer-a-verdade, pressupõe a constituição da cidade (politeía) que assegure o direito à palavra, a isegoria, que é constitutivo da cidadania. Mas a parresía é algo diferente de isegoria. Afirma Foucault:

[A Parresía] é um elemento que, no interior desse âmbito da politeía democrática que dá a todos o direito de falar, permite que os indivíduos adquiram certa ascendência uns sobre os outros (...). A isegoria define simplesmente o marco constitucional em que a parresía vai atuar como sendo livre e, consequentemente, corajosa atividade de alguns que se adiantam, tomam a palavra, tentam persuadir, dirigem os outros, com todos os riscos que isso comporta. (2010, p. 147).

Com o sentido acima de parresía no interior de uma constituição democrática podemos formular um enunciado de liderança política. Por liderança política entendemos

alguém que assume ascendência sobre os demais e exerce o comando sobre eles pelo uso da palavra franca com todos os riscos que isso comporta. Trata-se de um

exercício do governo das condutas com base num êthos.

O governo pela verdade não se restringe ao contexto histórico grego, mas se manifesta em outros pensadores modernos e contemporâneos, como por exemplo, respeitando as diferenças históricas e teóricas, no marxismo. Também constitui a atuação de lideranças políticas revolucionárias no século XIX. O desdobramento desta concepção de governo para o mundo moderno será desenvolvida nesta próxima etapa da pesquisa.

Podemos divisar pelo menos dois tipos de lideranças políticas. Primeira uma liderança que emerge no interior das tecnologias de poder, trata-se de um efeito desses mecanismos. Lideranças partidárias, parlamentares, governantes.

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Segundo, uma liderança parresiasta cujo móvel é a coragem da verdade no afrontamento dos poderes instituídos. Emerge nos interstícios da política, em situações de confronto e resistência, arrisca a vida na luta, cria algo novo, afronta as estruturas de poder. Essa liderança se move em meio a situações de risco e insegurança. Lideres revolucionários, líderes de movimentos minoritários, insurrecionais.

II. Uma segunda linha de abordagem teórica corresponde aos autores que priorizam a ação da liderança política no âmbito das instituições políticas.

Destacam os pensamentos de Max Weber e a especialização da liderança política com base numa vocação que se profissionaliza na atuação política: trata-se, pois, dos políticos profissionais. Para Weber o Parlamento seria o lócus privilegiado para a emergência de uma liderança política. Schumpeter, na esteira de Weber, refere-se ao acesso destas lideranças aos cargos políticos por meio dos partidos que disputam o voto no mercado eleitoral para a obtenção do poder político. Há uma combinação entre o conflito político e a racionalidade jurídico-política que assegura a vigência não disruptivas dos afrontamentos conflitivos.

A liderança política, neste caso, depende do bom funcionamento das instituições da democracia representativa. Assim, o problema da liderança política deverá ser analisado à luz do ordenamento político institucional da democracia liberal representativa, particularmente da perda da legitimidade de seus mecanismos na atualidade: parlamento, partidos políticos e eleições. Cabe a pergunta: não estaria estas instituições padecendo de um esgotamento e com elas o próprio sentido da liderança profissional? Os sinais desse esgotamento, nas duas últimas décadas, tornaram-se visíveis a partir das mobilizações, protestos e revoltas emergentes nos vários continentes, particularmente no Brasil, no que ficou conhecido como as Jornadas de Junho de 2013. Não podemos desvincular os impasses entre a vigência das lideranças institucionais no regime democrático e a dinâmica capitalista neoliberal de gerenciamento da economia. Este será o foco da nossa investigação para o segundo ano da pesquisa. Assim poder contemplar à sugestão do parecerista sobre a articulação dos pensamentos de Weber e Foucault

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Selecionamos além dos autores considerados seminais uma extensa bibliografia de abordagem das instituições políticas.

II 1. excurso

Realizamos uma extensa discussão com o pesquisador da equipe Carlos Melo com base no seu texto publicado na Aurora. Melo (2012) sugere uma colocação do problema com base na ética entendida no sentido que lhe confere Aristóteles, as virtudes que orientam o agir político. Combina na construção da análise da liderança política a ética da responsabilidade de Weber própria da racionalidade moderna, em que se articulam meios e fins, com princípios do agir da ética aristotélica. Sugere uma tipologia da liderança política com base nas seguintes qualidades: a virtude aristotélica do senso de proporção que evita os extremos, trata-se do justo meio ou justa medida; a disposição para agir e o carisma. Essas qualidades deverão ser balizadas por uma análise da realidade concreta e da história.

Numa direção distinta, mas igualmente profícua para a discussão da liderança política no mundo moderno, Chaia no referido texto, construído com Tótora: “Liderança política, parresía e virtú”, destaca o pensamento de Maquiavel, particularmente o conceito de virtù.

A virtù possibilita que o príncipe se defronte com a fortuna e, simultaneamente dê vazão às qualidades ou às energias que são próprias do homem em ação. Portanto, há uma especificidade no agir político do príncipe ao se considerar a virtù, pois supõe um gasto de energia potencializadora da ação, do cálculo e da estratégia selecionada.

Assim, imbuído da virtù, e ampliando o conceito de liderança, pode-se pensar o príncipe como um líder inovador e fundador na esfera política, elaborando um projeto significativo fora do âmbito das instituições. O príncipe novo em Maquiavel desafia as leis e os costumes tradicionais (cap. VI). O príncipe se move em meio ao perigo e ameaças permanentes ao seu governo não só dos poderosos, mas do conjunto dos súditos que não desejam ser governados. Daí a habilidade pessoal do príncipe em reunir meios da fortuna e da virtù para um governo razoavelmente seguro.

III. O pensamento político brasileiro e latino americano. Destacamos o estudo específico da obra de vários autores que conferiram destaque à

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liderança política ou forjaram conceitos para a análise da ação política de governantes.

1. Destaque para os conceitos: bonapartismo, cesarismo e populismo. Com base nestes conceitos selecionamos, dentre outros autores, para um a primeira abordagem: Gino Germani, Laclau, Octávio Ianni e Francisco Weffort.

2. Selecionamos teses, dissertações e monografias específicas sobre uma liderança política. Realizamos um seminário com o objetivo de leitura e exposição destes trabalhos.

3. Elegemos alguns estudos de autores de destaque no pensamento político brasileiro que abordaram o tema da liderança política. Dentre eles: Azevedo Amaral, Plínio Salgado.

Predomina entre os pensadores conservadores do período de 20 e 30 uma concepção elitista da liderança política com base nos pensamentos de Mosca e Pareto. Para Mosca, a massa tem um papel bem definido de obedecer e legitimar uma minoria que nascera para o mando. Observável desde as primeiras civilizações. Com base na presença deste tipo de liderança que Amaral diferencia uma revolução de uma rebelião das massas. Estas sem uma liderança só destroem e nada edificam, pois a massa é o conjunto de indivíduos que se encontra no mundo sem condição de pensar a sua realidade circunstancial por meio de sua própria singularidade.

Se uma concepção de liderança com base no pensamento elitista vinha acompanhada da defesa de regimes autoritários. No Pós-1945 o elitismo combina-se com procedimentos democráticos. Os lideres são selecionados em processos eleitorais de livre competição pelo voto do eleitorado. As democracias liberais representativas ensejam uma profissionalização da liderança política.

No Brasil particularmente emerge uma liderança populista. O líder se relaciona com as massas trabalhadoras urbanas por meio de comícios, manifestações públicas, políticas sociais e trabalhistas sem um vínculo partidário ou institucional consistente. Trata-se de um fortalecimento do Poder Executivo Federal e dos executivos estaduais na figura do Presidente da República e dos governadores.

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Esta terceira linha de pesquisa encontra-se em processo de construção. Ressaltamos, entretanto, uma vasta produção de teses e dissertações dos pesquisadores integrantes deste projeto temático.

Esperamos que com este texto tenhamos respondido às solicitações do parecerista. Bibliografia

I. primeira linha analítica

ARISTÓTELES. Política. Brasilia: Editora UNB, 1985. Livros IV, V, VI

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

FINLEY, Moses. I. “Lideres e liderados”. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988.

FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FOUCAULT, Michel. (2010b). “Conversa com Michel Foucault”. Manoel Barros da Motta (Org.). Ditos e Escritos V.. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

FOUCAULT, Michel. (2008). Segurança, território, população. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes.

FOUCAULT, Michel. (2004). “Política e ética: uma Entrevista”. Ditos e Escritos V. Org. Manoel Barros da Motta. Rio de Janeiro: Forense Universitária.

FOUCAULT, Michel. Os anormais. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo, Martins Fontes, 2001.

FOUCAULT, Michel. “O que são as luzes?”. Ditos e Escritos II – Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. MOTA, Manoel de Barros (organizador). Trad. Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2000.

FOUCAULT, Michel. “Nietzsche, a genealogia e a história”. Roberto Machado (org.). Microfísica do poder. 10ª edição. Rio de Janeiro: Graal, 1992a.

FOUCAULT, Michel. “sobre a história da sexualidade”. Roberto Machado (org.). Microfísica do poder. 10ª edição. Rio de Janeiro: Graal, 1992.

GROS, Frédéric. “Situação do curso”. FOUCAULT, Michel. O governo de si e dos outros. Trad. Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

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LEME, José Luis Câmara, “a crise da governamentalidade e o poder ubuesco”. ALBUQUERQUE; VEIGA-NETO; SOUZA (Orgs.). Cartografia de Foucault. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

PLATÃO. A República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 5ª Edição. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, s/d. Livros VIII, IX

SENELLART, Michel. As artes de Governar. Trad. De Paulo Neves. São Paulo: Editora 34, 2006.

EXCURSO:

MACHIAVELLI, Nicolo. O Príncipe. Trad. Lívio Xavier. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1972.

MELO, Carlos. “Notas e reflexões sobre ‘Liderança Política’: contribuição para delimitação de um campo de estudo”. Aurora: revista de arte, mídia e política, São Paulo, v.5, n.14, p.11-30, jun.-set. 2012.

II. Segunda linha analítica: WEBER, M, A política como vocação. WEBER, M. Parlamento e governo.

SCHUMPETER, Joseph. Capitalismo, socialismo e democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 1984.

GRUPO 2 - LIDERANÇAS POLÍTICAS NOS DISTINTOS PERÍODOS HISTÓRICOS

DIVISÃO CRONOLÓGICA

Às atividades do grupo ‘Lideranças políticas nos distintos períodos históricos’ foram concentradas no estabelecimento das diretrizes necessárias para o desenvolvimento das fichas biográficas, concomitante ao desenho inicial do banco de dados onde são tabulados os dados constantes destas fichas. Antes, no entanto, foi estabelecida pelos pesquisadores do grupo uma divisão cronológica dos distintos períodos políticos brasileiros. Para a concepção desta divisão cronológica utilizou-se o critério institucional das mudanças políticas no Brasil considerando, pois, as alterações de

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forma e/ou sistema político do período colonial aos dias atuais. Assim, chegou-se a uma divisão cronológica de 13 códigos:

1. Período colonial (1500-1808)

2. Transição para a Independência (1808-1822) 3. I Reinado (1822-1831)

4. Regência (1831-1840) 5. II Reinado (1840-1889) 6. I República (1889-1930)

7. Era Vargas/Governo Provisório (1930-1934) 8. Era Vargas/Constitucional (1934-1937) 9. Era Vargas/Estado Novo (1937-1945) 10. República Nova (1946-1964)

11. Regime Militar (1964-1985) 12. Redemocratização (1985-1989) 13. Período Democrático (1990 - ...)

SELEÇÃO INICIAL DAS LIDERANÇAS POLÍTICAS

Uma vez definida a divisão cronológica a pesquisa, então, realizou um levantamento inicial das lideranças políticas em cada período, constituindo uma lista inicial de 158 nomes. É certo que nem todos os nomes serão trabalhados em profundidade nas metas futuras do projeto, bem como deverá haver, também, recorte mais profundo na análise do período contemporâneo. Em todo caso, neste primeiro momento da pesquisa, a fim de que se possa analisar os diversos casos e reunir material suficiente para realizar comparações e justificar exclusões ou inclusões, bem como recortes futuros, o grupo tem arrolado tudo que julga ser historicamente pertinente para constituição de uma tipologia de liderança política em cada período da cronologia política do Brasil, independentemente da liderança ser parlamentar, popular, de um determinado grupo e etc.. Daí que foram incluídas, também, lideranças do campo das artes, como Mário de Andrade e Glauber Rocha e lideranças de grupos específicos, tal como Edson Carneiro representando uma liderança política negra e etc. Assim, registra-se, pois, que esta lista inicial deve aumentar e em etapas posteriores, após farta comparação que o banco de dados permitirá, poder-se-á justificar o recorte mais aprofundado para períodos mais importantes para a compreensão do presente, bem como será possível escolher na plêiade de lideranças aquelas mais representativas e historicamente mais substanciais para análises mais profundas. Os critérios desta seleção posterior deverão, pois, estar fundamentados na pesquisa. De todo modo, registramos abaixo a lista inicial das lideranças políticas elencadas para concepção do banco de dados:

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1. Abdias Nascimento 2. Ademar Pereira de Barros 3. Aécio Neves

4. Afonso Arinos de Melo Franco Filho 5. Afonso Penna

6. Alberto Sales

7. Alceu de Deus Collares 8. Almino Afonso

9. Aloízio Mercadante Oliva 10. André Franco Montoro

11. Antonio Aureliano Chaves de Mendonça 12. Antonio Carlos Magalhães

13. Antonio Carlos Magalhães Neto 14. Antony Garotinho

15. Apolonio de Carvalho 16. Armênio Guedes 17. Artur da Costa Silva 18. Artur da Silva Bernardes 19. Benedito Valadares Ribeiro

20. Benjamin Constant Botelho de Magalhães 21. Bernardo Pereira de Vasconcelos

22. Berta Lutz 23. Brás Florentino 24. Café Filho 25. Carlos Lacerda 26. Carlos Lamarca 27. Carlos Luz 28. Carlos Marighella 29. César Epitácio Maia 30. Chico Alencar 31. Ciro Gomes 32. Clóvis Moura

33. Delfim Moreira da Costa Ribeiro 34. Dilma Vana Rousseff

35. Diogo Antonio Feijó 36. Dom Paulo Evaristo Arns 37. Duarte da Costa

38. Eduardo Campos 39. Eduardo Cunha

40. Eduardo da Costa Paes 41. Eduardo Matarazzo Suplicy 42. Emílio Garrastazu Médici

43. Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa 44. Ernani Peixoto

45. Ernesto Geisel

46. Evaristo de Moraes Filho

47. Fernando Affonso Collor de Mello 48. Fernando Haddad

49. Fernando Henrique Cardoso 50. Fernando Paulo Nagle Gabeira

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51. Floriano Peixoto

52. Francisco de Assis Chateubriand Bandeira de Melo 53. Francisco de Paula Rodrigues Alves

54. Francisco Julião 55. Geraldo Alckmin

56. Getúlio Dornelles Vargas 57. Gilberto Kassab

58. Glauber Rocha 59. Golbery Couto Silva 60. Gregório Bezerra 61. Guilherme Boulos 62. Heloísia Helena 63. Hermes da Fonseca

64. Humberto Alencar Castelo Branco

65. Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon

66. Itamar Augusto Cautiero Franco 67. Ivan Valente 68. Jackson de Figueiredo 69. Jacob Gorender 70. Jacques Wagner 71. Jânio Quadros 72. Jarbas Passarinho 73. Jean Willys

74. João Amazonas de Souza Pedroso 75. João Figueiredo

76. João Goulart 77. João Mangabeira

78. João Maria José Francisco Xavier de Paula Luiz Antonio Domingos Rafael de Bragança

79. João Pessoa

80. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo 81. Joaquim da Silva Rabelo

82. Joaquim José da Silva Xavier 83. José Bonifácio de Andrada e Silva 84. José Carlos do Patrocínio

85. José da Silva Lisboa

86. José Dirceu de Oliveira e Silva 87. José Genoíno Guimarães Neto 88. José Linhares

89. José Martiniano de Alencar 90. José Oiticica

91. José Sarney 92. José Serra 93. Júlio Prestes

94. Júlio Prestes de Castilhos

95. Juscelino Kubitschek de Oliveira 96. Leonel de Moura Brizola

97. Luciana Genro 98. Luis Carlos Prestes

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99. Luis Inácio Lula da Silva 100. Luiza Erundina de Souza 101. Manuel Deodoro da Fonseca 102. Manuel Ferraz de Campos Sales 103. Manuel Ferraz de Campos Sales 104. Manuela Dávila

105. Marcelo Freixo

106. Márcio Emanuel Moreira Alves 107. Marco Antonio de Oliveira Maciel 108. Maria Leopoldina de Áustria

109. Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima 110. Mário Covas Júnior

111. Mário de Andrade 112. Mario Palmério

113. Mário Xavier Andrade Pedrosa

114. Marta Teresa Smith Vasconcelos Suplicy 115. Mem de Sá 116. Michel Temer 117. Miguel Arraes 118. Miro Teixeira 119. Moreira Franco 120. Mota Assunção 121. Nereu Ramos 122. Nilo Peçanha

123. Olívio de Oliveira Dutra 124. Onyx Lorenzoni

125. Orestes Quércia 126. Padre Cícero 127. Paulino José Soares 128. Paulo Salim Maluf 129. Pedro Aleixo

130. Pedro de Alcantara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paulo Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Paschoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon

131. Pedro Jorge Simon

132. Pedro Ventura Filipe de Araújo Pomar 133. Petrônio Portela Nunes

134. Plínio de Arruda Sampaio 135. Plínio Salgado

136. Prudente José de Moraes Barros 137. Ranieri Mazzilli

138. Regente Araújo

139. Roberto Costa de Abreu Sodré 140. Roberto Freire 141. Roberto Requião 142. Robson Rodovalho 143. Rodrigues Alves 144. Roseana Sarney 145. Rui Barbosa 146. Rui Costa Pimenta

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147. Sérgio Cabral Filho 148. Silas Malafaia 149. Silva Jardim

150. Tancredo de Almeida Neves 151. Tarso Fernando Herz Genro 152. Tasso Jereissat

153. Teotônio Brandão Vilela 154. Tomé de Souza

155. Ulisses Silveira Guimarães 156. Venceslau Brás

157. Washington Luís

158. Zacarias de Góes e Vasconcelos

DIRETRIZ PARA ELABORAÇÃO DAS BIOFICHAS

Concomitantemente à definição da cronologia e o levantamento dos nomes, a pesquisa desenvolveu um modelo básico para orientar os pesquisadores do projeto na concepção das fichas biográficas. Esta diretriz foi transmitida a todos os integrantes da pesquisa, bem como discutida e aprimorada coletivamente em reunião. A seguir segue o modelo final da diretriz:

______________________________________________________________________ _______________

Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política (NEAMP) – PUC/SP Projeto Temático FAPESP - Lideranças políticas no Brasil: características e

questões institucionais (2013-2018)

FICHA BIOGRÁFICA – LIDERANÇAS POLÍTICAS BRASILEIRAS

Nome: Nome de registro completo

Nome(s) político(s): Nomes e/ou alcunhas e apelidos políticos ao longo da carreira Data de nascimento: dd/mm/aaaa

Data de falecimento: dd/mm/aaaa ou ‘não se aplica’ Cidade natal: nome da cidade

Cidade de falecimento: nome da cidade ou ‘não se aplica’ Estado natal: UF ou nome da província quando for o caso

Estado de falecimento: UF ou nome da província quando for o caso (se falecido em outro país colocar o nome do país no próximo campo) ou ‘não se aplica’

País de falecimento: nome do país no qual a liderança faleceu Causa da morte: causa ou ‘não se aplica’

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Formação: curso de formação superior quando for o caso ou ‘não se aplica’ Instituição de formação: nome e sigla da instituição ou ‘não se aplica’ Ano de ingresso: ano ou ‘não se aplica’

Ano de conclusão: ano ou ‘não se aplica’

Nota biográfica com no mínimo 1500 e no máximo 3000 caracteres com espaço. A nota biográfica deve ser original de modo que não se pode simplesmente copiar e colar o texto de outras referências. O texto não deve conter citações e/ou referências (as referências de consulta vão abaixo em item específico) e deve ser feito levando-se em consideração os itens biográficos da lista acima, bem como contexto político em que desenvolveu sua trajetória e quais cargos políticos e/ou institucionais ocupou e por ou em quais organizações. Se político e intelectual, deve-se compor a nota considerando estas duas esferas na trajetória. Reitera-se que é importante frisar os partidos e instituições pelas quais passou, bem como alianças e relações mais próximas com outras lideranças quando for o caso. A composição do texto deve ser realizada em formato dissertativo; não utilizar tópicos, portanto.

No caso das atuações políticas e/ou institucionais deve-se colocar entre parênteses de frente ao cargo e/ou posição ocupada o ano de início e fim. Quando se tratar de cargo eletivo deve-se considerar o ano da eleição como o ano de início e o término de mandato como ano de fim no seguinte formato ex.: Presidente da República (2002-2006).

A nota deve ser feita em Calibri, corpo 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, alinhamento justificado, espaçamento de 1,25 na primeira linha (parágrafo). Formato do arquivo A4 (não carta), margens superior e inferior 2,5cm e esquerda e direita 3,0 cm. Páginas numeradas no canto inferior à direita. Utilize esse modelo como base uma vez que já há o cabeçalho.

Nos campos abaixo, as referências bibliográficas devem seguir as normas da ABNT. Nestes campos devem ser inseridas todas as referências que forem encontradas.

Seguir a padronização é importante para que o trabalho posterior de indexação do arquivo ao banco de dados seja uniforme e facilitado. Abaixo segue uma ficha pronta como modelo.

O arquivo deve ser salvo individualmente, isto é, uma liderança por arquivo, em extensão .doc (word). O título do arquivo deve ser o principal nome político da liderança separado por underline, ex.: Tancredo_Neves

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Referências utilizadas para composição da nota biográfica

Neste item deve-se listar as referências, sites e etc (no padrão ABNT) que foram utilizados para compor a nota biográfica original. Atenção: não há limites de caracteres para as referências.

Referências da liderança

Neste item deve-se listar as referências de todo material textual produzido pela liderança (no padrão ABNT). Caso não tenha escrever: ‘Não consta’. Atenção: não há limites de caracteres para as referências.

Referências sobre a liderança

Neste item devem-se listar as referências de todo material textual, possível de ser consultado, produzido sobre a liderança (no padrão ABNT). Devem ser separados pelas categorias abaixo… Caso não tenha escrever: ‘Não consta’. Atenção: não há limites de caracteres para as referências.

Livros

Dissertações e teses

Artigos

Outros (audiovisual, internet, artes e etc...)

ELABORAÇÃO DAS BIOFICHAS

Com o objetivo de pré-testar o modelo desenvolvido verificando sua viabilidade o grupo desenvolveu 10 biofichas. Uma vez desenvolvidas foi possível identificar as principais dificuldades na concepção, bem como estipular metas e prazos para o desenvolvimento das fichas posteriores. Como ainda podem ser arrolados novos nomes à lista e, também, como há diversos nomes com pouca informação disponível para pesquisa foi definido que o grupo trabalhará com levas de 40 nomes distribuídos a cada

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2 meses de atividades. Desse modo espera-se que até o fim do primeiro semestre de 2015 todas as biofichas estarão completas. Abaixo registramos as dez biofichas desenvolvidas que, como explicitaremos no próximo tópico, foram tabuladas nos primeiros testes do banco de dados. Deve-se registrar que ao final dos trabalhos, antes de qualquer disponibilização do material, serão estudados aspectos formais de diagramação, bem como o material passará por revisão de texto.

______________________________________________________________________ _______

Nome: Afonso Arinos de Melo Franco Filho Nome(s) político(s): Afonso Arinos

Data de nascimento: 11/11/1930 Data de falecimento: não se aplica Cidade natal: Belo Horizonte

Cidade de falecimento: não se aplica Estado natal: MG

Estado de falecimento: não se aplica País de falecimento: Brasil

Causa da morte: não se aplica Formação: Direito

Instituição de formação: UFRJ Ano de ingresso: 1949

Ano de conclusão: 1953

Afonso Arinos de Melo Franco Filho é formado em Direito (Ciências Jurídicas e Sociais) pela antiga Universidade do Brasil, atual UFRJ. Depois graduou-se no Instituto Rio Branco (1951) iniciando sua carreira diplomática. Em seu histórico familiar constam parentes que exerceram cargos políticos e diplomáticos e um tio-avô escritor, Afonso Arinos de Melo Franco, homônimo de seu pai e membro da Academia Brasileira de Letras. Por sua vez, seu pai foi deputado federal por Minas Gerais (1946-1959); senador pelo Distrito Federal (1959-1967); Ministro das Relações Exteriores (1961-1962) e membro da Academia Brasileira de Letras.

Sua carreira seguiu uma trajetória comum ao seu meio familiar tendo sido parlamentar, diplomata e escritor, a exemplo de parentes próximos. Foi eleito deputado estadual

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constituinte no Estado da Guanabara, atual Rio de Janeiro, pela União Democrática Nacional (UDN). Em seu primeiro mandato como deputado estadual (1960-1963) foi presidente da Comissão de Educação da Assembleia. Após o golpe militar de 1964 e com a implantação do bipartidarismo em 1966 filiou-se ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição ao regime autoritário.

Seu primeiro posto diplomático foi exercido na Embaixada do Brasil em Roma, como primeiro secretário (1956-1959), depois ocupando o mesmo cargo em outras importantes representações diplomáticas do país no exterior. Foi o Embaixador do Brasil na Venezuela (1983-1985), no Vaticano (1986-1990) e em Haia (1990-1994). Encerrou a carreira diplomática em 1994 quando filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidatou-se a deputado federal pelo Rio de Janeiro, não sendo eleito. Em 2002 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras e quatro anos mais tarde, em 2006, publica seu livro de memórias, Mirante, onde relata suas experiências na diplomacia internacional e fatos políticos vividos como parlamentar no início dos anos 1960.

Referências utilizadas para composição da nota biográfica

Portal Academia Brasileira de Letras. Disponível em <www.academia.org.br>. Acesso em 19 de junho de 2014.

Verbete Afonso Arinos de Melo Franco Filho. Disponível em <www.fgv.br/cpdoc>. Acesso em 19 de junho de 2014.

Referências da liderança

ARINOS FILHO, A. Primo canto: memórias da mocidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1976.

ARINOS FILHO, A. Atrás do espelho: cartas de meus pais. Rio de Janeiro: Record, 1994.

ARINOS FILHO, A. Perfis em alto relevo. São Paulo: Paz & Terra, 2002.

ARINOS FILHO, A. Diplomacia independente: um legado de Afonso Arinos. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

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Referências sobre a liderança Livros Não se aplica Dissertações e teses Não se aplica Artigos Não se aplica

Outros (audiovisual, internet, artes e etc...)

Não se aplica

______________________________________________________________________ _______

Nome: Armênio Guedes

Nome(s) político(s): Armênio Guedes; Lázaro Feitosa (codinome utilizado durante exílio no Chile, entre 1971 e 1973); Júlio (codinome utilizado durante exílio na França, em 1973)

Data de nascimento: 30 de maio de 1918 (96 anos) Data de falecimento: Não se aplica

Cidade natal: Mucugê

Cidade de falecimento: Não se aplica Estado natal: Bahia - BA

Estado de falecimento: Não se aplica País de falecimento: Não se aplica Causa da morte: Não se aplica

Formação: intelectual autodidata com produção nas áreas de História e Política, iniciou o curso de Direito em 1934

Instituição de formação: Faculdade de Direito da Bahia Ano de ingresso: 1934

Ano de conclusão: Não se aplica

Nota biográfica:

Nascido em 1918, um ano após a Revolução Russa, aos três anos de idade, Armênio Guedes, baiano de Mucugê, se mudou para Salvador com o pai, a mãe e seus dez

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irmãos. Com estímulo do pai, iniciou os estudos pelos livros de ciências jurídicas e, aos dezesseis anos, entrou na Faculdade de Direito da Bahia, para se formar bacharel. Tomou contato com as ideias comunistas por influência do irmão mais velho, Enéas, e se filiou ao grupo baiano do Partido Comunista, em 1935, levando consigo o irmão mais novo, Celito. Em 1941, fugindo da perseguição que o Estado Novo de Getúlio Vargas havia imposto aos comunistas, Armênio Guedes veio para São Paulo e, em seguida, foi para o Rio de Janeiro. Com vários líderes comunistas presos, Armênio articulou entre companheiros paulistas e cariocas a Conferência da Mantiqueira, que praticamente refundou o PCB, em 1943. Com a queda de Getúlio Vargas em 1945, o Partido Comunista foi legalizado. Os líderes presos, incluindo o secretário geral Luís Carlos Prestes, foram soltos e Armênio se tornou integrante do quadro profissional do PCB ao ser indicado secretário particular de Prestes. No entanto, a legalidade dos comunistas durou pouco. O partido foi cassado e a ilegalidade o levou ao isolamento. Com a saúde abalada por uma doença pulmonar, Armênio Guedes foi se tratar em Moscou, em 1952, onde viveu três anos, período que coincide com a morte de Stalin e com os preparativos do vigésimo Congresso do Partido Comunista Soviético, onde Nikita Kruschev (1894-1871), secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética por onze anos, considerado um líder político mundial, denunciou os crimes do stalinismo. Em Moscou, Armênio Guedes já questionava a cartilha soviética. De volta ao Brasil, torna-se um dos principais articuladores da Declaração de Março, de 1958, que colocou a democracia como objetivo da ação política do Partido Comunista. Nessa época, atuou como assessor parlamentar e dirigiu a revista Estudos Sociais, junto ao escritor e jornalista Astrojildo Pereira (1890- 1965), um dos fundadores do partido. Depois de 1964, mesmo com a repressão do governo militar aos movimentos de esquerda, Armênio ficou no Brasil clandestinamente até 1971. Saiu do país depois de ser abordado por um agente da Agência Central de Inteligência Americana (CIA) em frente da casa onde morava e se exilou no Chile. Com o codinome Lázaro Feitosa, se juntou aos outros exilados como José Serra, Fernando Gabeira, Almino Afonso, Maria Conceição Tavares e Betinho, em ações políticas para denunciar a repressão no Brasil. Nesse período, perde o irmão mais próximo, Celito Guedes, que foi preso torturado e morto no Rio de Janeiro. Com o golpe militar de Pinochet e a morte de Allende em 1973, Armênio buscou exílio na França, onde chegou com o codinome Júlio. Com os exilados em Paris, entre eles Oscar Niemeyer, Miguel Arraes, Aloysio Nunes Ferreira, Luiz Hildebrando Pereira, José Leite Lopes, Armênio também organiza um esquema de denúncia da ditadura brasileira. E se

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torna o responsável pelo jornal do partido, Voz Operária, levando seu grupo a consolidar o princípio de que a democracia é um valor permanente e não apenas tático. Em 1979, com a Lei de Anistia, retorna ao Brasil. No ano seguinte, Prestes rompe com o PCB, que já mostrava outra divisão: de um lado, os que pregavam a democracia e criticavam o modelo soviético, como Armênio, de outro, os que discordavam dessa linha. A divergência levou mais gente a deixar o partido. Armênio Guedes saiu em 1986. Encerrou ali a militância de cinquenta anos. Continuou como ele mesmo diz, um comunista. Mas sem partido e sem carteirinha. Em 30 de março de 2012, recebeu o título de Cidadão Paulistano, oferecido pela Câmara Municipal de São Paulo.

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Referências utilizadas para composição da nota biográfica:

VAIA, Sandro. Armênio Guedes: sereno guerreiro da liberdade. São Paulo: Barcarolla, 2013.

Programa Roda Viva da TV Cultura: entrevista com Armênio Guedes (11 de agosto de 2008). Disponível em:

http://www.rodaviva.fapesp.br/materia_busca/573/marxismo/entrevistados/armenio_gue des_2008.htm

Referências da liderança:

Não encontrado

Referências sobre a liderança:

Livros

VAIA, Sandro. Armênio Guedes, sereno guerreiro da liberdade. São Paulo: Editora

Barcarolla, 2013.

Dissertações e teses

Não encontrado

Artigos

LUA NOVA. Revolução hoje? In: Lua Nova, vol.3 n.1, São Paulo, jun. 1986. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64451986000200009

Outros (audiovisual, internet, artes e etc...):

Programa Roda Viva da TV Cultura: entrevista com Armênio Guedes (11 de agosto de 2008). Disponível em:

(25)

http://www.rodaviva.fapesp.br/materia_busca/573/marxismo/entrevistados/armenio_gue des_2008.htm

Vídeo Armênio Guedes, da série Os Protagonistas, de julho de 2010, no You Tube. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=FEogXxn3NUQ

Nome: Artur da Silva Bernardes Nome(s) político(s): Artur Bernardes Data de nascimento: 08/08/1875 Data de falecimento: 23/03/1955 Cidade natal: Viçosa

Cidade de falecimento: Rio de Janeiro Estado natal: Minas Gerais - MG

Estado de falecimento: Rio de Janeiro - RJ País de falecimento: Brasil

Causa da morte: ‘não se aplica’ Formação: Direito

Instituição de formação: Faculdade de Direito de São Paulo - Largo São Francisco (atual USP)

Ano de ingresso: ? Ano de conclusão: 1900

Artur Bernardes nasceu em Viçosa cidade mineira da Zona da Mata. Como quase todos os Presidentes da República de então, formou-se em Direito pelo Largo São Francisco. Começa advogando em sua cidade natal e atuando na imprensa local como colaborador e diretor do jornal A Cidade de Viçosa (1903-1905).

Exerce o cargo de vereador em sua cidade (1905-1906) pelo Partido Republicano Mineiro (PRN). Posteriormente exerceu dois mandatos como Deputado Federal (1909-1910) e (1915-1918). Entre 1910 e 1914 foi secretário de finanças do Estado de Minas Gerais e entre 1918 e 1922 tornou-se presidente do mesmo Estado.

Com eleições diretas, em 15 de novembro de 1922 é eleito Presidente do Brasil sucedendo Epitácio Pessoa até 1926.

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O seu governo se desenvolveu sobre forte instabilidade política e com diversas crises sociais e internas proveniente das mudanças ocorridas no país durante este período. As revoltas tenentistas iniciadas no Rio Grande do Sul e que se estenderam até São Paulo forçou um governo em Estado de Sítio.

Em 1927, foi eleito Senador e tornou-se um dos responsáveis pela Revolução de 1930 em Minas Gerais sendo um das principais reivindicações o não reconhecimento da a eleição de Júlio Prestes. Liderou a Revolução Constitucionalista em seu Estado em 1932, sendo preso e exilando-se em seguida. Com a Anistia de 1934 retorna ao Brasil elege-se Deputado Federal (1935-1937) e no ano de 1946 tornou-se Deputado Constituinte.

Com o golpe do Estado Novo, sua atuação restringe-se ao Rio de Janeiro e Viçosa. Em 1943, é um dos articuladores da candidatura do Brigadeiro Eduardo Gomes à Presidência da República.

Em 1945, torna-se membro da comissão provisória da União Democrática Nacional (UDN) e também participa da fundação do Partido Republicano (PR), sendo seu primeiro presidente. Falece na cidade do Rio de Janeiro em 1955.

Referências utilizadas para composição da nota biográfica

http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur-bernardes http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/artur_bernardes

Referências da liderança

Mensagem do Presidente Artur Bernardes ao Congresso Nacional na abertura da terceira sessão da décima primeira legislatura - 1923

Disponível em: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur- bernardes/mensagens-presidenciais/mensagem-ao-congresso-nacional-na-abertura-da-terceira-sessao-da-decima-primeira-legislatura-1923/download>. Acesso em:08/2014. Mensagem do Presidente Artur Bernardes ao Congresso Nacional na abertura da terceira sessão da décima segunda legislatura - 1924

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Disponível em: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur- bernardes/mensagens-presidenciais/mensagem-ao-congresso-nacional-na-abertura-da-primeira-sessao-da-decima-segunda-legislatura-1924/download>. Acesso em: 08/2014. Mensagem do Presidente Artur Bernardes ao Congresso Nacional na abertura da terceira sessão da décima segunda legislatura - 1925

Disponível em: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur- bernardes/mensagens-presidenciais/mensagem-ao-congresso-nacional-na-abertura-da-segunda-sessao-da-decima-segunda-segunda-legislatura-1925/download>. Acesso em 08/2014.

Mensagem do Presidente Artur Bernardes ao Congresso Nacional na abertura da terceira sessão da décima segunda legislatura - 1926

Disponível em: <http://www.biblioteca.presidencia.gov.br/ex-presidentes/arthur- bernardes/mensagens-presidenciais/mensagem-ao-congresso-nacional-na-abertura-da-terceira-sessao-da-decima-segunda-segunda-legislatura-1926/download>. Acesso em: 08/2014.

Referências sobre a liderança

Livros

________, Quatriennio Arthur Bernardes 1922-1926, Jornal do Commercio, Editora Typ. Jornal do Comércio, 1926.

AMORA, Paulo, Bernardes: O Estadista de Minas na República, Companhia Editora Nacional, 1964.

BARATA, Júlio, A Palavra de Arthur Bernardes, 1934.

BERNARDES, Arthur da Silva, Discursos e Pronunciamentos Políticos, Editora Belo Horizonte, 1977.

BRANDT, Antônio, Arthur Bernardes e a Revolução Constitucionalista, Editora Academia Letras Viçosa, 1999.

CHATEAUBRIAND, Assis, A vocação Revolucionária do Presidente Arthur Bernardes, Editora O Jorna, Rio de Janeiro, 1926.

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GÓES MONTEIRO, Norma de, Organizadora, Idéias Políticas de Artur Bernardes, Editora do Senado Federal, 1984.

JÚNIOR, Amaurílio, Arthur Bernardes e a Revolução, Editora São Benedicto, 1931. KOIFMAN, Fábio (org.) - Presidentes do Brasil, Editora Rio, 2001.

LIMA, Alberto de Souza, Arthur Bernardes Perante a História, Editora: I. H. G, Belo Horizonte, 1983.

MAGALHÃES, Bruno de, Arthur Bernardes Estadista da República, Editora Loje, 1973. PAVÃO, Ary, Arthur Bernardes e o Brasil, Editora Moderna, Rio de Janeiro, 1931.

Dissertações e teses

Não se aplica

Artigos

Não se aplica

Outros (audiovisual, internet, artes e etc…)

http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/artur_bernardes

Nome: Benjamin Constant Botelho de Magalhães

Nome(s) político(s): Benjamin Constant; “Fundador da República Brasileira” Data de nascimento: 18/10/1833

Data de falecimento: 18/01/1891 Cidade natal: Niterói

Cidade de falecimento: Rio de Janeiro Estado natal: Rio de Janeiro

Estado de falecimento: Rio de Janeiro País de falecimento: Brasil

Causa da morte: Complicações derivadas da malária adquirida na Guerra do Paraguai Formação: Militar/Engenheiro e Doutor em Ciências Matemáticas e Físicas

Instituição de formação: Escola Militar do Rio de Janeiro/Real Academia Militar/ Observatório Astronômico do Rio de Janeiro

Ano de ingresso: 1852 Ano de conclusão: 1859

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Nascido na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, Benjamin Constant ingressa na Escola Militar do Rio de Janeiro em 1852 e em 1854 começa sua carreira como professor de matemática naquela instituição.

Em 1862 é nomeado professor de matemática do Instituto dos Meninos Cegos, que fora fundado em 1854 por Dom Pedro II. Dada à atuação de Benjamin Constant, que chegaria a ser seu terceiro diretor, o instituto recebe, em 1891, o nome Instituto Benjamin Constant. Foi ainda professor de matemática no Imperial Colégio de Pedro II e fundou a Escola Normal Superior (1880).

Na década de 1870, sua atuação para divulgação do positivismo no Rio de Janeiro e no Brasil se torna mais efetiva. Em 1876 participa da fundação da Sociedade Positivista do Rio de Janeiro.

Sua atuação de apenas um ano na Guerra do Paraguai (1865-1870) - a malária contraída o fez retornar ao Brasil - foi suficiente para que percebesse as iniquidades do campo de batalha, que não se circunscreviam somente ao inimigo, mas na precariedade em que as tropas brasileiras se viam enredadas.

Com essa amálgama de ideias e vivências, mescla do cientificismo do positivismo, do liberalismo e do pacifismo advindo de sua experiência na Guerra do Paraguai, Benjamin Constant conduziu sua atuação como liderança enquanto docente no meio militar e positivista distinto da ortodoxia sectária de outros partidários de Comte, sobretudo no campo político.

Daí vem a sua perspectiva do cidadão soldado, e a formação da geração de “bacharéis soldados” em oposição a simples fazedores de guerras e de sua independência em relação ao positivismo na medida em que abraça a liberdade oriunda do liberalismo. Em 1887 Benjamin Constant funda o Clube Militar, instituição que se dedicou à propaganda republicana. A sessão de 9 de novembro de 1889, que decidiria pela queda da Monarquia, foi presidida por Constant, que após a proclamação da república ocupa o cargo de Ministro da Guerra do Governo Provisório, com o posto de General-de-brigada. Segundo seus biógrafos, por discordar das ideias de Deodoro da Fonseca, é afastado do cargo e assume a pasta, para ele criada, da Instrução Pública, Correios e Telégrafos.

Muitos dos seus ex-alunos iriam assumir cargos junto à República recém-fundada, o que aponta que sua liderança se dava, sobretudo no plano das ideias que divulgava como docente.

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Com o Decreto nº 981 de 8 de novembro de 1890 – concebido na sua gestão junto ao Ministério da Instrução Pública, Correios e Telégrafos – aprova-se o regulamento da instrução primária e secundária do Distrito Federal, que pretendia dar ao Rio de Janeiro - e por conseguinte influenciar o país - uma perspectiva de educação, neste dois níveis, mais próxima ao seu ideário. Diz o Decreto n. 981, que a educação será: “...Livre, gratuita e leiga, com disciplinas concentradas na matemática, português, geografia, história, instrução moral e cívica, língua francesa, ciência físicas, noções de direito e economia politica....”.

Referências utilizadas para composição da nota biográfica

(http://www.e-biografias.net/benjamin_constant/) último acesso 20/06/2014

http://educacao.uol.com.br/biografias/benjamin-constant.jhtm último acesso 20/06/2014

Lemos, Renato Luís do Couto Neto e (1997) Benjamin Constant: Biografia e Explicação Histórica. Estudos Históricos. Rio de Janeiro.

Referências da liderança

Nada consta (Sem publicação passível de citação)

Referências sobre a liderança

Livros

Lemos, Miguel. (1943) Heróis Brasileiros – Benjamin Constant. Rio de Janeiro. Editora Globo.

Lemos, Renato Luís do Couto Neto e. (1997) Benjamin Constant – vida e historia. ToopBooks Editora.

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Guelere, Gabriela Doll. (2008)A liberdade individual para Benjamin Constant. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. USP.

Artigos

Lemos, Renato Luís do Couto Neto e (1997) Benjamin Constant: Biografia e Explicação Histórica. Estudos Históricos. Rio de Janeiro.

Outros (audiovisual, internet, artes e etc...)

Não consta

Nome: Manuel Ferraz de Campos Sales Nome(s) político(s): Campos Sales Data de nascimento: 15/02/1841 Data de falecimento: 28/06/1913 Cidade natal: Campinas

Cidade de falecimento: Santos Estado natal: São Paulo

Estado de falecimento: São Paulo País de falecimento: Brasil

Causa da morte: natural Formação: Direito

Instituição de formação: Faculdade de Direito de São Paulo Ano de ingresso: 1859

Ano de conclusão: 1863

Campos Sales ingressa na política em 1867, filiando-se ao Partido Liberal. Em 1873 participa da fundação do Partido Republicano Paulista (PRP) criado durante a Convenção de Itu. Entre as ideias estabelecidas pela convenção estava o fim da monarquia e da escravidão.

Durante o Império foi vereador em São Paulo (1872), deputado provincial em São Paulo (1867- 1871; 1882-1883 e 1888-1889) e deputado geral entre 1885-1888 (um dos três únicos republicanos eleitos para a função no período).

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Com o advento da República em 1889 tornou-se ministro da Justiça do governo provisório de Deodoro da Fonseca (1889-1991) e simultaneamente Senador da República pelo estado de São Paulo para a Assembleia Nacional Constituinte. Entre 1892 e 1893 parte para a Europa e atua como colaborador para o jornal Correio Paulistano.

Foi presidente do estado de São Paulo de 1894 até 1898, quando o estado enfrentou um grande surto de febre amarela ao mesmo tempo em que enviava tropas do estado para a Guerra de Canudos.

Em 1898 ocorreram as eleições diretas para a Presidência da República e Campos Sales sai vencedor e assume a presidência no dia 15 de novembro de 1898, governando até 1902. Apoiou a agricultura com o cultivo de café. Recusou adotar medidas de proteção à indústria brasileira em decorrência da política de encilhamento criada por Ruy Barbosa. Sales renegocia a dívida brasileira com os banqueiros ingleses, o que ficou conhecido como

funding loan, caracterizado pelo combate à inflação e a desvalorização da moeda, além da

retirada de grande quantia de circulação e não permissão de emissão de papel-moeda pelos bancos.

Foi responsável por afastar os militares da República e estabeleceu a chamada política dos governadores. Com isso, emerge o pacto oligárquico caracterizado num acordo entre o poder central e o local, na prática a não intervenção do poder do Estado nacional no mando dos partidos e dos coronéis nos estados e municípios. Em troca, o presidente recebia apoio no âmbito federal.

Este cenário tornou possível a criação da “política do café-com-leite”. Mineiros e paulistas revezavam a presidência e a vice-presidência da República. Sales indicou o paulista Rodrigues Alves como seu sucessor à presidência, o que veio a ocorrer 1º de março de 1902.

Referências utilizadas para composição da nota biográfica

CORRÊA, Arsênio Eduardo. O Pensamento Político de Campos Sales. Londrina: Humanidades, 2009.

Referências da liderança

SALES, Campos., Mensagem apresentada ao congresso nacional na abertura da terceira sessao da quarta legislatura pelo presidente da republica m. Ferraz de Campos Sales em 15 de novembro de 1898. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1898.

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Referências sobre a liderança

Livros

CORRÊA, Arsênio Eduardo. O Pensamento Político de Campos Sales. Londrina: Humanidades, 2009.

DEBES, Célio. Campos Salles: perfil de um estadista. Livraria F. Alves Editora, 1978.

MARCONDES, Ayrton. Campos Salles: uma investigação da República Velha. Bauru: EDUSC, 2001.

GUANABARA, Alcindo. A presidência Campos Salles politica e finanças, 1898-1902 Rio de Janeiro : Laemmert & co., 1902.

MENEZES, Raimundo de. Vida e obra de Campos Salles. Campinas, Secretaria de Educação, Cultura Esportes e Turismo, 1974.

MONTEIRO, Tobias, O Presidente Campos Salles na Europa. Editora F. Briguiet, 1928. Salles, Antônio Carlos. O idealismo republicano de Campos Salles. Rio de Janeiro: Z. Valverde,[1944.

VILLEGAS, Maria Zelia de Camargo de El gobierno de manuel ferraz de campos salles, el restaurador de las finanzas (1898-1902) Caracas : Instituto de Altos Estudios de America Latina, 1993.

Dissertações e teses Não consta

Artigos Não consta

Outros (audiovisual, internet, artes e etc...) Não consta

Nome: Carlos Marighella

Nome(s) político(s): Carlos Marighella Data de nascimento: 05/12/1911 Data de falecimento: 04/11/1969 Cidade natal: Salvador

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Cidade de falecimento: São Paulo Estado natal: Bhaia - BA

Estado de falecimento: São Paulo - SP País de falecimento: Brasil

Causa da morte: Assassinado Formação: Engenharia Civil

Instituição de formação: Escola Politécnica da Bahia Ano de ingresso: 1929

Ano de conclusão: não concluiu

Nasceu em Salvador, capital do estado da Bahia, em 5 de dezembro de 1911. Filho de uma família pobre com sete filhos, sua mãe era baiana, descendentes de escravos e seu pai, mecânico de origem italiana. Seu pai teria sido um dos influenciadores das ideias socialistas em Marighella. Cursou o primário e o secundário em Salvador e em 1929 ingressou na Escola Politécnica da Bahia para cursar Engenharia Civil. No início da década de 30, ingressa no então PCB (Partido Comunista do Brasil) e é preso. Embora tenha abandonado a universidade em 1932, continuou na militância estudantil. Passa a ser um dos principais articuladores do partido até 1936 quando parte para o Rio de Janeiro para ajudar na direção nacional do PCB.

Nesse mesmo ano (1936), é preso mais uma vez após o fracasso da Intentona Comunista e a prisão de diversos líderes comunistas. Em 1937 sai da prisão e parte para São Paulo tentar reorganizar o PCB. Em 1939, é preso novamente, onde permanece em reclusão até 1944, divididos entre o presídio de Ilha Grande e Fernando de Noronha.

Com o fim do Estado Novo em 1945 e o surgimento de uma nova organização política, incluindo a legalização do PCB, Marighella é eleito para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC). Em 1947, o registro do PCB é cancelado pelo TSE e, mais tarde, seus deputados seriam cassados pela Câmara Federal. Volta para a clandestinidade junto com seu partido. Na década de 50 exerceu vários cargos dentro do partido, sempre na ilegalidade, atuando ao lado de sindicalistas e outros militantes nas atividades políticas. Nesse período apoiou a greve de abril/maio de 1953 que, embora com a paralisação de milhares de trabalhadores não obteve grandes resultados, a par os aumentos parciais nos salários. Durante a década de 50 o PCB viveu grande crise interna de reorientação devido à publicação do relatório Kruschev que denunciava os crimes de Stálin.

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Na passagem da década de 50 para 60, o PCB aprova uma nova resolução que prega um caminho para o socialismo pelas vias institucionais. Após o Golpe de 64, Marighella não acreditava mais no caminho pacífico para o socialismo. No dia 9 de maio do mesmo ano, recebeu voz de prisão por policiais do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em uma sessão de cinema no Rio de Janeiro, resistiu à prisão e foi alvejado com 3 perfurações por arma de fogo. EM 31 de julho de 1964 foi solto graças a um habeas corpus defendido pelo seu advogado, Sobral Pinto. As divergências entre Marighella e o PCB tornam-se cada vez mais insustentáveis. Em fins de 1966, deixa a comissão executiva do PCB e defende a luta revolucionária para por fim à ditadura militar. Em 1968, funda a Aliança Libertadora Nacional, difundindo a guerrilha urbana no Brasil com sequestros e assaltos à banco para angariar fundos para seu desenvolvimento que recrudesceram a partir do AI-5, em 13 de dezembro de 1968.

Em 15 de agosto de 1969, um grupo liderado por Marighella ocupa a Rádio Nacional em São Paulo, propriedade das Organizações Globo, e emite um manifesto escrito pelo dirigente da ALN. Na noite de 4 de novembro do mesmo ano, em confronto com policiais chefiados por Sérgio Paranhos Fleury, Carlos Marighella foi assassinado, na Alameda Casa Branca em São Paulo. Até hoje existem divergências sobre o fato de ele estar armado ou não e a presença de frades dominicanos na ação que resultou em sua morte.

Referências utilizadas para composição da nota biográfica

MARIGHELLA, Carlos. (verbete). Disponível em:

<http://www.fgv.br/cpdoc/busca/Busca/BuscaConsultar.aspx>. Acesso em: 01/09/2014.

MAGALHÃES, Mário. Marighella, o querrilheiro que incendiou o mundo. 1ª ed. São Paulo: Cia das Letras, 2012.

MAGALHÃES, Mário. Disponível em:

<http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2014/07/31/ha-50-anos-com-ajuda-de-sobral-pinto-marighella-se-despedia-da-cadeia/>. Acesso em: 01/09/2014.

_____________. Disponível em:

<http://blogdomariomagalhaes.blogosfera.uol.com.br/2014/05/09/ha-50-anos-baleavam-marighella-no-cinema-leia-gratis-relato-da-biografia/>. Acesso em 02/09/2014.

_____________. Disponível em:

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Referências da liderança Livros

MARIGHELLA, Carlos. Poemas: rondo da liberdade. 1ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

_________________. Manual do guerrilheiro urbano e outros textos. 2ª ed. Lisboa: Assírio & Alvin, s/d.

_________________. Escritos de Carlos Marighella. 1ª ed. São Paulo: Livramento, 1979.

_________________. Por que resisti à prisão. s/ed. São Paulo/Salvador: Brasiliense/Edufba, 1994 [1965].

_________________. A questão agrária no Brasil. s/ed. s/local: Editora Brasil Debates, 1980.

_________________. Escritos de Carlos Marighella. s/ed. s/local: Editora Livramento, 1979.

_________________. A crise brasileira. 1966. (não foram encontradas mais informações bibliográficas).

_________________. Minimanual do guerrilheiro urbano. 1969. (não foram encontradas mais informações bibliográficas).

Referências sobre a liderança

Livros

BETTO, Frei. Batismo de Sangue: Guerrilha e Morte de Carlos Marighella. 14ª ed. rev. e ampliada. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.

JOSÉ, Emiliano. Carlos Marighella - O Inimigo Número Um Da Ditadura Militar. 1ª ed. São Paulo: Editora Casa Amarela, 2004.

MAGALHÃES, Mário. Marighella, o querrilheiro que incendiou o mundo. 1ª ed. São Paulo: Cia das Letras, 2012.

MARINGONI, Gilberto; CAMARGOS, Marcia; SACCHETTA, Vladimir (org). A imagem e o gesto: fotobiografia de Carlos MArighella. 1ª ed. São Paulo: Perseu Abramo, 1999.

NOVA, Christiane & NOVOA, Jorge (org). Carlos Marighella: o homem por trás do mito. 1ª ed. São Paulo: UNESP, 1999.

Referências

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