NTS 084
REVESTIMENTO - GUIA
Especificação
São Paulo
Maio - 2001
S U M Á R I O
1 OBJETIVO... 1
2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS ... 1
3 DEFINIÇÕES... 2
4 GENERALIDADES... 2
5 CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS ... 2
5.1 PREPARO DA SUPERFÍCIE... 3
5.2 APLICAÇÃO DO REVESTIMENTO... 3
5.3 REVESTIMENTO DE REFORÇO... 3
6 PROCEDIMENTOS... 6
7 CUIDADOS ESPECIAIS ... 6
8 INSPEÇÃO, ENSAIOS E CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO ... 6
ANEXO A – ESQUEMA DE PINTURA PARA REPAROS EM PEÇAS REVESTIDAS COM BORRACHA CLORADA ... 7
REVESTIMENTO - GUIA
1 OBJETIVO
Estabelecer as diretrizes básicas para:
•
Especificação de revestimentos anticorrosivos;•
Identificação cromática de dutos, reservatórios e silos de armazenagem;•
Especificação de revestimentos de reforço;•
Qualificação de produtos e materiais para revestimento;•
Aplicação de manutenção de revestimentos processados em fábrica e no campo;•
Inspeção, testes e ensaios de revestimentos.Esta norma deve ser utilizada como um guia geral para os serviços de aplicação de revestimentos, sendo necessária a utilização dos documentos complementares listados no item 2 – Referências Normativas, aplicáveis aos procedimentos específicos.
2 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
Os documentos relacionados a seguir contêm prescrições válidas para esta norma, e devem ser considerados em suas versões mais recentes:
NTS 036:1998 - Qualificação de produtos e materiais para revestimento NTS 039:1999 - Tintas - Medição de espessura de película seca
NTS 041:1999 - Inspeção de aderência em revestimentos anticorrosivos NTS 042:1999 - Inspeção de revestimentos com Holiday Detector via seca NTS 085:2001 - Preparo de superfícies metálicas para pintura
NTS 086:2001 - Aplicação de coal tar epóxi poliamida NTS 087:2001 - Aplicação de coal tar enamel
NTS 089:2001 – Manuseio, estocagem e transporte de materiais para revestimento, tubos, peças e equipamentos revestidos
NTS 090:2001 - Reparos em revestimento de tubos e peças
NTS 144:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos e sujeitos à umidade freqüente
NTS 145:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais metálicos não-ferrosos sujeitos à umidade freqüente
NTS 146:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido pintados e sujeitos à umidade freqüente
NTS 147:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos sujeitos a ambientes úmidos e quimicamente agressivos
NTS 148:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais metálicos não-ferrosos sujeitos a ambientes úmidos e quimicamente agressivos
NTS 149:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido pintados e sujeitos a ambientes úmidos e quimicamente agressivos
NTS 150:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos e sujeitos à abrasão e desgaste
NTS 151:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais metálicos não-ferrosos e sujeitos à abrasão e desgaste
NTS 152:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido pintados e sujeitos à abrasão e desgaste
NTS 153:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais plásticos expostos a raios solares
NTS 154:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos instalados em ambiente não-agressivo
NTS 155:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais metálicos não-ferrosos instalados em ambiente não-agressivo
NTS 156:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido pintados e instalados em ambiente não-agressivo
NTS 157:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido novos, em contato direto com esgoto
NTS 158:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais metálicos não-ferrosos em contato direto com esgoto
NTS 159:2001 - Esquema de pintura para equipamentos e materiais em aço-carbono ou ferro fundido pintados e em contato direto com esgoto.
3 DEFINIÇÕES
Executante: empresa responsável pela aplicação do material de revestimento. Substrato: material a ser revestido.
4 GENERALIDADES
Antes do início dos serviços, o executante deve enviar o seu “procedimento executivo de aplicação” para a unidade de controle tecnológico da Sabesp para apreciação e julgamento. Esse procedimento deve estar de acordo com requisitos mínimos contidos no correspondente documento normativo da Sabesp relacionado no item 5 desta norma. Os materiais e produtos utilizados devem ser previamente qualificados pela Sabesp conforme documento normativo NTS 036 - Qualificação de produtos e materiais para revestimento.
Todos os materiais utilizados devem possuir certificado de qualidade fornecidos pelo fabricante discriminando o produto, lote e prazo de validade. Os materiais para revestimento interno devem apresentar também atestado de não-toxicidade.
Alterações nos procedimentos executivos de aplicação, nos tipos de revestimentos ou nos materiais e produtos utilizados só serão possíveis mediante prévia autorização da unidade de controle tecnológico da Sabesp.
A execução dos serviços de revestimento deverá ser realizada por profissionais treinados e supervisionada por pessoas especializadas e experientes, sujeitos à prévia aprovação da Sabesp.
A Sabesp se reserva o direito de paralisar, a qualquer tempo, todos os serviços que estejam sendo executados em desacordo com esta norma, as práticas recomendadas, procedimento executivo aprovado, e as normas de segurança aplicáveis.
5 CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO DE REVESTIMENTOS
Estas condições orientam a aplicação de materiais para revestimentos anticorrosivos em substratos metálicos ferrosos sujeitos, quando em operação, à temperatura do fluido ou do ambiente (– 10°C a 60°C).
Os materiais de revestimento podem ser aplicados na fábrica, canteiro de obras ou no campo.
A relação com o nome comercial e fabricante dos produtos de revestimentos qualificados pela Sabesp pode ser obtida na unidade de controle tecnológico da Sabesp.
Todos os serviços, desde o preparo da superfície até a cura final da última camada de revestimento aplicado, só poderão ser executados em situação de absoluta limpeza, e nas seguintes condições atmosféricas:
Umidade relativa do ar: máxima 85% Temperatura ambiente: mínima 5°C Temperatura do substrato:
•
mínima 3°C acima do ponto de orvalho•
máxima 60°C.5.1 Preparo da superfície
O preparo da superfície a ser revestida deve ser executada por pessoas treinadas, e supervisionadas por profissional experiente, dentro das condições estabelecidas na norma NTS 085 – Preparo de superfícies metálicas para pintura.
5.2 Aplicação do revestimento
A aplicação do material de revestimento deve seguir as recomendações do procedimento de aplicação específico do produto, e do esquema de pintura aceitável.
Na tabela 1 são apresentados os sistemas de pintura para várias aplicações em estações de tratamento de água e de esgoto da Sabesp.
Na tabela 2 são apresentados os sistemas de pintura aplicáveis às partes externas de tubulações de aço destinadas à condução de água ou esgoto, para cada tipo de ambiente encontrado na Sabesp.
Na tabela 3 são apresentados os sistemas de pintura aplicáveis às partes internas de tubulações de aço destinadas à condução de água ou esgoto para ambientes encontrados na Sabesp.
5.3 Revestimento de reforço
Nos trechos em que a tubulação passa da situação de enterrada (com revestimento “coal tar enamel”) para aérea (com revestimento esmalte alumínio fenólico) é necessário executar um revestimento de reforço.
O revestimento de reforço deve ser executado na região de transição mais um metro para cada lado, com a aplicação de uma camada de fita de polietileno revestida com alumínio. A aplicação dessa fita deve ser executada conforme as recomendações do fabricante.
Tabela 1: Sistemas de pintura
Características do local de
instalação
Sistema de
pintura Exemplos de aplicação NTS
Equipamentos ou componentes sujeitos à imersão em água potável ou umidade freqüente
Epóxi amida comportas, tubulações e componentes ferrosos;
castelos, manoplas, válvulas em geral, filtros, medidores de vazão, cavaletes, suporte de comportas, bombas, motores, base dos motores, redução do recalque, flanges, tubulações, exaustores, guarda-corpos, pontes rolantes, pedestais, caixas de comando, tampas, bocais de inspeção, tubos, suportes dos tubos e outros equipamentos metálicos
144 145 146 Equipamentos ou componentes sujeitos a ambientes úmidos e quimicamente agressivos. Não se aplica a equipamentos imersos ou semi-imersos no esgoto Epóxi modificado
equipamentos e estruturas instalados nas galerias subterrâneas, que são muito úmidas e altamente contaminadas com cloroaminas;
extintor e dosador de cal;
equipamentos instalados próximo a tanques e tubulações que conduzem cloreto férrico;
salas de cloração;
castelos, manoplas, válvulas em geral, filtros, bombas, motores, flanges, tubulações, exaustores, tampas e outros equipamentos metálicos auxiliares que estão sujeitos aos vapores e gases emanados pelo esgoto.
147 148 149 Equipamentos ou componentes sujeitos à abrasão ou desgaste Alcatrão de hulha epóxi-amina
grades de retenção de sólidos;
comportas instaladas na entrada de água bruta;
pisos, grades, laterais de trilhos, degraus de escadas metálicas e outros equipamentos metálicos sujeitos à abrasão e desgaste. 150 151 152 Equipamentos ou componentes confeccionados em plásticos expostos a raios solares.
Poliuretano tubulações, válvulas em geral, eletrodutos, garras, tubos, suportes de fixação, caixinhas de passagem e qualquer outro equipamento confeccionado em material polimérico e exposto a raios solares. 153 Equipamentos ou componentes instalados em ambientes não-agressivos Esmalte sintético
escritórios, salas de comando, salas de filtros de ar, salas de compressores e outros ambientes onde não haja umidade ou agressividade química. 154 155 156 Equipamentos ou componentes sujeitos a contato ou imersão em esgoto Alcatrão de hulha curado com poliamida
comportas, raspadores, tubulações, válvulas, flanges, aeradores, suportes, placas defletoras, calhas, grades, caixas coletoras e outros equipamentos que trabalhem imersos em esgoto ou em contato direto com ele
157 158 159 Equipamentos ou componentes já pintados com borracha clorada Borracha clorada
equipamentos, estruturas, tanques de armazenamento e tubulações instaladas em qualquer condição de uso e que já estão pintadas com borracha clorada *
*Nota: A pintura à base de borracha clorada (Anexo A) só deve ser aplicada em situações de manutenção de equipamentos e estruturas já pintados com essa tinta e que ainda estejam em boas condições. Caso a pintura esteja em mau estado, remover toda a tinta e escolher um dos esquemas da tabela 1.
Para o procedimento de aplicação de pintura à base de borracha clorada, seguir os passos descritos no anexo A.
Tabela 2: Sistemas de pintura externa para tubulações de aço
Características do local de aplicação Sistema de pintura Especificação Tubulação enterrada em solo natural
isento de elementos perfurantes (rochas)
• Coal tar enamel
• Fita de polietileno a frio
• Polietileno tripla camada
0100-400-E45 NTS 087
Tubulação enterrada em solo rochoso, embutida em concreto ou argamassa vibrada
• Coal tar enamel reforçado com “Rock Shield”
Tubulação cravada • Coal tar enamel reforçado com
concreto estruturado
• Polietileno tripla camada Tubulação aérea em ambiente
industrial, com insolação direta, sem abrasão ou impacto (tráfego de pedestres ou veículos)
• Epóxi mastic alumínio
• Esmalte alumínio fenólico
• Poliuretano tar sem solvente
0100-400-E46
Tubulação aérea em ambiente marítimo, sujeita a vapores de cloro, com insolação, sem abrasão ou impacto
• Epóxi mastic alumínio
• Poliuretano tar sem solvente
• Poliuretano líquido sem solvente
Tubulação abrigada em caixas, não sujeita à insolação ou intempérie
• Coal tar epóxi
• Epóxi puro sem solvente
0100-400-E47 NTS 086
Tabela 3: Sistemas de pintura interna para tubulações de aço
Características do local de aplicação Sistema de pintura Especificação Tubulações enterradas, abrigadas ou
submersas, destinadas ao transporte de água
• coal tar epóxi
• coal tar enamel
0100-400-E47 NTS 086 0100-400-E45
NTS 087 Tubulação aérea destinada ao transporte de
água
• coal tar epóxi 0100-400-E47 NTS 086 Tubulações enterradas, abrigadas, aéreas ou
submersas, destinadas ao transporte de esgoto
• coal tar epóxi 0100-400-E47 NTS 086
6 PROCEDIMENTOS
Os procedimentos a serem utilizados devem ser previamente aprovados pela SABESP através de sua unidade de controle tecnológico.
Os serviços de aplicação de revestimentos só poderão ser iniciados após aprovação pela Sabesp do procedimento executivo a ser utilizado.
O procedimento executivo deve conter no mínimo as seguintes informações:
• nome do aplicador;
• nome comercial do produto a aplicar;
• preparo de superfície adotado;
• descrição detalhada da técnica de aplicação;
• cuidados com a segurança durante a aplicação. 7 CUIDADOS ESPECIAIS
Após a execução dos serviços de revestimento, deve-se obedecer o tempo e condições de cura recomendados pelo fabricante do produto aplicado. Qualquer movimentação com a peça revestida só deve ser feita após a cura completa do revestimento aplicado.
Nos produtos para revestimento que entram em contato com água potável, devem ser tomados cuidados adicionais quanto à cura (por exemplo: o tempo necessário para cura total do coal tar epóxi é de 7 dias).
O manuseio, transporte e estocagem de peças revestidas devem ser feitos de acordo com a norma NTS 089 – Manuseio, estocagem e transporte de materiais para revestimento, tubos, peças e equipamentos revestidos.
Pequenos danos no revestimento decorrentes do manuseio, montagem ou testes devem ser reparados conforme o esquema de pintura original e as orientações gerais descritas na norma NTS 090 – Reparos em revestimento de tubos e peças, observando sempre a compatibilidade entre os revestimentos já aplicados e os do reparo.
8 INSPEÇÃO, ENSAIOS E CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO
Os procedimentos de inspeção, ensaios e critérios de aceitação estão descritos nos esquemas de pintura específicos. Entretanto, é muito importante destacar que cada passo do processo de pintura requer acompanhamento cuidadoso desde o preparo da superfície até a aplicação da camada final de acabamento.
ANEXO A – Esquema de pintura para reparos em peças revestidas com borracha clorada
Substrato: aço já pintado com tinta à base de borracha clorada. Tinta de fundo: “primer” à base de borracha clorada.
Tinta intermediária: borracha clorada. Tinta de acabamento: borracha clorada. Procedimento de Aplicação
As superfícies a serem pintadas devem ser preparadas conforme as recomendações contidas na norma NTS 085 – Preparo de superfícies metálicas para pintura.
Seqüência para aplicação deste esquema de pintura:
a) Se for verificada a presença de óleos e graxas, esfregar a superfície contaminada com panos limpos embebidos em xilol ou em outro solvente aromático não-oleoso.
b) Lixar as regiões do substrato de aço que apresentam corrosão vermelha até remover a coloração avermelhada.
c) Lixar as regiões em que se verifica dano da camada de tinta até remover as películas soltas de tinta. Continuar o lixamento para arredondar as bordas da película de tinta que permaneceu. Finalmente deve-se lixar levemente toda a superfície pintada, para quebra de brilho.
d) Limpar a superfície lixada com ar comprimido seco.
e) Fazer uma limpeza final das regiões de exposição do substrato com uso de solventes, de maneira a eliminar qualquer oleosidade residual presente na superfície.
f) Aplicar uma demão de tinta “primer” à base de borracha clorada com 70 µm de espessura de película seca, somente nas regiões de exposição do substrato de aço. g) Aguardar o tempo recomendado pelo fabricante para repintura.
h) Aplicar uma demão de tinta intermediária à base de borracha clorada com 70 µm de película seca, somente nas regiões com “primer” recentemente aplicado.
i) Aguardar o tempo recomendado pelo fabricante para repintura.
j) Aplicar uma demão de tinta de acabamento à base de borracha clorada com 40µm de película seca em toda a superfície do componente.
REVESTIMENTO – GUIA Considerações finais:
1) Esta norma técnica, como qualquer outra, é um documento dinâmico, podendo ser alterada ou ampliada sempre que for necessário. Sugestões e comentários devem ser enviados à Divisão de Normas Técnicas - TDGN.
2) Tomaram parte na elaboração desta Norma:
ÁREA UNIDADE DE
TRABALHO
NOME