Barroco
Ba rroco
Contexto histórico:
Antigo Regime:
Absolutismo, mercantilismo,
sociedade de ordens
(estamental) e poder da Igreja;
Reformas Protestantes e
Contrarreforma:
Individualismo: relação pessoal com
Deus e preocupação com a salvação
do indivíduo;
Concílio de Trento: uso das imagens
sacras como forma de propaganda
do catolicismo.
O barroco “engloba
tantas
ramificações
do
esforço artístico,
apresenta-se em formas tão diferentes
de país para país e nas
várias esferas da cultura,
que,
à
primeira
vista,
parece duvidoso que seja
possível reduzi-las todas a
umdenominador comum”.
(HAUSER, Arnold. História social da arte e da literatura.)
Ba rroco
Contexto histórico:
Amadurecimento da Revolução
científica:
Galileu, Kepler, Newton,
Descartes...
Desenvolvimento de novas
verdades e abalo das antigas.
Expansão marítima e comercial
europeia:
Criação e expansão da cultura
Ocidental.
Instabilidade econômica,
política e social na Europa.
“Mas, logo em seguida,
adverti que, enquanto eu queria
assim pensar que tudo era falso,
cumpria necessariamente que eu,
que pensava, fosse alguma coisa.
E, notando que esta verdade: eu
penso, logo existo, era tão firme e
tão certa que todas as mais
extravagantes
suposições
dos
céticos não seriam capazes de a
abalar, julguei que podia
aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro
princípio
da
filosofia
que
procurava.”
Ba rroco
Características Gerais:
Século XVI e XVII;
Etimologia: barrueca (pérola de
forma irregular);
Surgida no norte da Itália,
difundindo-se por boa parte da
Europa e América;
Forte
influência
da
obra
de
Michelângelo;
Itália: maneira utilizada pela
contrarreforma para atrair fiéis;
Norte da Europa: busca de uma
linguagem artística protestante.
Ba rroco
Características Gerais:
Dúvidas existenciais;
Ruptura do equilíbrio entre
sentimento e razão e ciência e arte;
Seres sagrados apresentados de
modo terreno;
Dualismo:
Racionalismo humanista X Postura
religiosa.
A glória de Santo Inácio, no teto da Igreja de Santo Inácio, de Andrea Pozzo (1691-94)
Pintura:
Plasticidade das sombras:
Utilização da técnica do
contraste claro/escuro;
Cenas de grande intensidade
dramática;
Simetria diagonal;
Intensa noção de movimento;
Imagens repletas de
simbologias.
As três graças, de Peter Paul Rubens (1638)
Inovações temáticas
Paisagens e Marinhas
Naturezas-mortas
Marinha pela manhã, de Simon de Vlieger (1643)
Natureza-morta, de Pieter Claesz (1627)
Barroco Italiano
Caravaggio:
Também chamado de
Michelangelo Merisi;
Artista independente que se
postava contra os cânones de
sua época;
Tenebrismo: fundo escuro com
focos de luz destacando os
rostos;
Intensa luz amarela, muitas vezes
artificial;
Uso de pessoas comuns como
modelos, para retratar os
aspectos mundanos das
narrativas bíblicas.
Pequeno Baco doente ou Autorretrato como Baco, de Caravaggio (1593-94)
Barroco Italiano
A deposição de Cristo, de Caravaggio (1603-04)
Davi com a cabeça de Golias, de Caravaggio (1609-10)
Barroco Italiano
Barroco Italiano
Barroco Italiano
Barroco Italiano
Escultura:
Exuberância das formas e
movimento;
Contraste:
Cenas sacras e erotismo;
Dramaticidade;
Faces expressivas;
Roupas esvoaçantes;
Destaque para Gian Lorenzo
Barroco Italiano
Barroco Italiano
“Em suas mãos vi uma grande lança de ouro, em cuja ponta de ferro parecia haver um ponto de fogo. Tive a sensação de que ele a cravou em meu coração várias vezes, fazendo-a penetrar até minhas entranhas. Quando a retirou, foi como se as tivesse retirado também deixando-me totalmente inflamada com um grande amor por Deus. A dor foi tão forte, que me fez gemer diversas vezes. A doçura dessa dor é tão extrema que não há como querer que termine, e a alma não se satisfaz com nada menos que Deus. Ador não é física, mas espiritual embora o corpo tenha participação nisso – na verdade, uma grande participação”
(Diário de Santa Teresa d`Ávila)
Barroco Espanhol
Diego Velázquez:
Retratou pessoas comuns
e da corte;
Uso de intenso da
técnica do claro e
escuro;
Sombras utilizadas para
revelar um clima
intimista;
Extremo realismo.
Barroco Espanhol
Vênus ao espelho, de Velázquez (1647-51) Avelha cozinheira, de Velázquez (1618)
Barroco Espanhol
Barroco Espanhol
“É importante destacar que uma radiografia feita pela
vice-diretora do Museu do Prado, aponta que houveram algumas modificações
na tela. [...] Segundo esta radiografia, é possível perceber que a própria
figura de Velázquez não fazia parte do quadro original. O pintor se
insere na imagem devido a um giro do destino que acontece em 1657.
Inicialmente, no lugar do pintor, havia um jovem que dava um bastão a
Infanta Margarida, indicando que esta seria a herdeira do
trono em
virtude da ausência de um filho homem. Contudo, em 1657, nasce Felipe
Próspero (filho do casal real) e como defende Leo Steinberg, a pintura
perde a sua função. Não só a pintura perde a sua função, mas a própria
Infanta Margarida perde o legado do trono e a sua posição enquanto
signo. Através da herança que cai, a memória precisa ser reinventada. A
Infanta, historicamente, já representaria uma falta”
Barroco Holandês
Características gerais:
Reformas religiosas: iconoclastia;
Grande desenvolvimento da
burguesia mercantil;
Representação de cenas populares;
Presença de tronies: pessoas comuns
e/ou desconhecidas;
Extremamente realista;
Utilização da câmara escura;
Principais artistas: Rembrandt e
Barroco Holandês
Rembrandt van Rijn:
Pintor e gravador;
Grande realismo;
Forte influência da luz;
Preocupado em
retratar a
subjetividade de seus
personagens.
Barroco Holandês
Alição de
anatomia do Dr. Tulp, de
Barroco Holandês
Johannes Vermeer:
Biografia pouco
conhecida;
Obras claras;
Grande mestre da
composição;
Justaposição de planos;
Representações do
cotidiano e da vida
privada.
Possível autorretrato em A alcoviteira, de Vermeer (1656)
Barroco Holandês
Barroco Holandês
"O que eu admiro nesse quadro é que ele permite diversas leituras. Muitas vezes ele reflete meus próprios sentimentos. Algumas vezes, a moça parece muito tristonha; outras vezes, extremamente sedutora”
(CHEVALIER, Tracy. Moça com brinco de pérola)
Arquitetura Barroca
Integração com a
pintura e a escultura;
Uso intenso de efeitos
decorativos;
Utilizada de modo
político pela Igreja e
monarcas;
Desenvolvimento do
paisagismo.
Fachada da Igreja de São Carlo alle Quattro Fontane, de Francesco Borromini (1667)
Música Barroca
Prelúdio e fuga nº 8, Johann Sebastian Bach
Profunda revolução musical;
Desenvolvimento científico:
Luthiers e novos instrumentos;
Racionalização da música
(tonalismo);
Contraponto: dois tons musicais
interpostos;
Inserção de novos instrumentos,
notas e timbres;
Harmonização entre cantos e
instrumentais.
Teatro Barroco
Commedia dell’Arte:
Desenvolvida durante o Renascimento
e o Barroco;
Teatro popular, apresentado em
praças públicas;
Personagens caricaturais, com
figurinos e máscaras;
Temas: sátiras dos costumes;
Usos de elementos circenses e música;
Marcado pela improvisação e
Teatro Barroco
“Sobre esses ‘pobres libertinos’
(assim
os
chamava
o
abade
Ca rlo
os
napolitanos
Ba rtolomeo
Pia zza ),
projetavam ta mbém seu sentimento de
frustração, raiva,
ridículo e subversão.
Enquanto os mendigos e seus aparentados
eram caçados e temidos nas praças e ruas,
sua língua,
seus gestos e humor eram
resgatados e traduzidos no teatro popular.
Seus modos, trejeitos e brincadeiras (lazzi)
encaixavam-se na commedia dell’arte, um
estilo de teatro de rua, improvisado por
profissionais
cujo
ideal,
dizia-se,
era
combinar ‘enredos da Lombardia com lazzi
de Nápoles’”
(MANGUEL, Alberto. Lendo Imagens)
Dottore, em ilustração francesa do século XIX
Teatro Barroco
“A cena representada pelos atores mostra Polichinelo que leva consigo Colombina, sob o olhar perplexo de Pantaleão, o tapeado; ao mesmo tempo, Arlequim diverte o público fazendo malabarismos com dois copos cheios de vinho, enquanto um anão dança na parte da frente do estrado, também segurando uma garrafa de vinho e um copo: a embriaguez anunciada acompanha a sedução da beldade. Pantaleão e Colombina estão em trajes burgueses , ao passo que os outros personagens são simples saltimbancos. Arlequim e Polichinelo usam máscaras – que parecem designar sua identidade mais do que escondê-la”
(TODOROV, Tzvetan. Goya à sombra das luzes)