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DERMATOFUNCIONAL. Radiação ultravioleta e psoríase Fototerapia e cicatrização de queimaduras

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DERMATOFUNCIONAL

Radiação ultravioleta e psoríase

Fototerapia e cicatrização de queimaduras

DIABETES

Glicemia e parâmetros cardiovasculares em

fisioterapia aquática

COLUNA

Reposicionamento da cabeça e dor cervical

Protocolos de fisioterapia em pós-operatório

de cirurgia cardíaca

TREINAMENTO

Parâmetros eletromiográficos nos exercícios

da articulação glenoumeral

DIABETES

Insulina em fonoforese no tratamento

de úlceras diabéticas

Diabetes e disfunções pélvicas femininas

Fisioterapia

B r a s i l

V. 16 - n

o

2

ISSN 1518-9740

Physical

Therapy

Brazil

www.atlanticaeditora.com.br

16 anos

Fisioterapia Brasil - Ano 2015 - Volume 16 - Número 2

Nessa edição

(2)
(3)

Fisioterapia Brasil

P h y s i c a l T h e r a p y B r a z i l

(Ano 2015, vol. 16, nº 2 - 81-160)

EDITORIAL

E aí vamos publicar? Mario Antonio Baraúna ... 83

ARTIGOS ORIGINAIS

Os efeitos da radiação ultravioleta nas lesões cutâneas de mulheres portadoras de psoríase,

Hedioneia Maria Foletto Pivetta, Caroline Prochnow, Patrícia Hilbig Lucas, Luciana Cezimbra Weis ... 84

O alongamento estático interfere no desempenho da força isométrica e ativação muscular durante o exercício de cadeira extensora? Felipe Heylan Nogueira de Souza, Rodrigo Ramalho Aniceto, Ana Cristina Nóbrega Marinho Torres, José Onaldo Ribeiro de Macêdo,

Maria do Socorro Cirilo de Sousa, Elvis Costa Crispiniano ... 90

Comportamento da glicemia, pressão arterial sistêmica e frequência cardíaca em indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 praticantes de fisioterapia aquática, Marília Gomes da Silva, Caliandra Letiere Coelho Dias, Clarice Zuquetto Viana Roso, Márcia Prado Kettermann,

Muriel Gonçalves de Vargas, Alecsandra Pinheiro Vendrusculo ... 96

Ativação do centro de força e da musculatura respiratória de idosas

com e sem incontinência urinária de esforço, Sinara Porolnik, Melissa Medeiros Braz,

Juliana Falcão Padilha, Enio Júnior Seidel ... 101

Fototerapia acelera cicatrização de queimaduras em ratos desnutridos,

Katiuscia Pereira da Silva, Marcel Nani Leite, Samuel Straceri Lodovichi,

Luciana Maria dos Reis, Saulo Nani Leite, Marco Andrey Cipriani Frade ... 107

Comparação do reposicionamento da cabeça em jovens assintomáticos e com dor cervical,

Felipe José Jandre dos Reis, Bruno Alexandre Mendes Cardoso, Débora Rodrigues Jatobá,

Adriana de Macedo, Leandro Calazans Nogueira ... 113

Análise dos parâmetros eletromiográficos do músculo deltoide posterior nos exercícios crucifixo invertido e remada baixa no pulley da articulação glenoumeral,

Frank Shiguemitsu Suzuki, Bruno Miguel dos Santos, Roberta Luksevicius Rica, Alexandre Lopes Evangelista, Aylton Figueira Junior, César Augusto Souza Casarin,

Andrey Jorge Serra, Francisco Luciano Pontes Junior, Charles Ricardo Lopes, Danilo Sales Bocalini ... 118

Características dos pacientes do sexo masculino com disfunção erétil do município

de Santa Maria/RS, Larissa Fernandes, Letícia Fernandez Frigo ... 123

CADERNO PILATES ...129 Modos somáticos de atenção de praticantes do Método Pilates, Daniela Meirelles Lagranha,

Adriane Vieira, Christiane Garcia Macedo ... 131

Desenvolvimento e validação de um método de avaliação do nível de prática no método Pilates por meio de exercícios do próprio método, Giselen Benedetti, Cláudia Tarragô Candotti,

Kaanda Nabilla Souza Gontijo, Gabriela Manosso Bampi, Jefferson Fagundes Loss ... 137

Comparação da cinemática e atividade muscular e de joelho e tornozelo entre três exercícios

de footwork do Método Pilates, Isabel C.N. Sacco, Ivye L.R. Pereira, Bergson W.C. Queiroz, Daniella R. Gomes ... 145

Efeito de um programa de exercícios baseado no método Pilates sobre a postura de crianças: um estudo piloto, Vanessa Salgado Silva,Joana Cardoso Mascarenhas,

Aline Mendonça de Sá, Cloud Kennedy Couto de Sá ... 152

OPINIÃO

As que se autorizam a ser as pessoas que não querem ser, Marco Guimarães... 158

NORMAS DE PUBLICAÇÃO ...159 EVENTOS ...160

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Editorial

E aí vamos publicar?

Prof. Dr. Mario Antonio Baraúna

Recordo-me quando vi pela primeira vez o entusiasmo de uma colega, ao anunciar o aceite de seu trabalho por uma revista científica. Confesso não ter entendido por que tama-nha alegria e tampouco o “porquê” de valorizar o feito. Isso revelava o sinal dos tempos; naquele tempo a formação de profissionais estava voltada apenas para o “exercer” da profis-são, se bem que até hoje muitas escolas ainda assim procedam.

Muito embora as coisas tenham mudado e evoluído, pouco valor se dá à produção científica e inúmeros são os alunos que não sabem o real valor de uma publicação.  Participar de grupos de pesquisa para quê? Essa lacuna também persiste na formação de alunos. Por vezes esse é o reflexo de inúme-ros membinúme-ros de um corpo docente, que para ser professor acredita-se bastar ser um profissional experiente. O grande número de escolas que abriram também contribuiu para a adesão deste professor, o que é proporcionalmente inverso ao número de mestrados.

Assim criou-se um círculo vicioso. O aluno então fica alheio a este pequeno e seleto grupo de pesquisadores; mas eis que chega o último ano do curso. Fala-se então em TCC, temcece! Não trabalho de conclusão de curso ou me engana que eu gosto; muitos professores nem sequer sabem fazê-lo, mas é “ejijencia” ETA! Esse seria um bom momento para realizar-se um trabalho que teria grandes chances de

publica-ção. Mas é para valer? Será que haverá tempo? Os professores estão preparados para serem orientadores? Eles percebem por este trabalho?  O tempo está passando e o aluno diz: “Eu nem

defini o tema”; outro: “Não consigo dormir”; ainda outro: “Será que teremos mesmo que realizá-lo?”

A metodologia científica então faz falta, porém inúmeros são os currículos que só a proporciona aos alunos nos primei-ros semestres e por vezes os professores não estão adequados aos conteúdos que poderiam de forma prática realizar um trabalho científico. Falar então em estatística é caso de polícia.

Mas eis que surge um santo milagreiro. Faremos um estudo de caso ou uma revisão bibliográfica. O aluno volta a dormir e os colaboradores da seleção de um trabalho científico não, por que publicar se as revistas não aceitam os trabalhos? desculpa esfarrapada, pois quando o caso apresentado é raro merece ser publicado, quando a revisão é boa, artigos recentes e de várias origens, por que não?

E aí não há publicação, mas cumpriram-se as normas, o aluno foi aprovado. Soubesse eu o valor desta publicação, não teria ficado pasmado com o feito da minha colega, e com um currículo competitivo, eu, com certeza, teria muito mais facilidade para conseguir um melhor emprego dentre os demais colegas. E aí vamos publicar?

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Os efeitos da radiação ultravioleta nas lesões

cutâneas de mulheres portadoras de psoríase

The effects of ultraviolet radiation on cutaneous injuries

in women with psoriasis

Hedioneia Maria Foletto Pivetta, D.Sc.*, Caroline Prochnow, Ft.**, Patrícia Hilbig Lucas, Ft.**, Luciana Cezimbra Weis, M.Sc.***

*Docente do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, **Centro Universitário Franciscano – UNI-FRA, ***Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA

Resumo

Introdução: A psoríase é uma doença inflamatória crônica da

pele que causa manchas bem definidas, às vezes levemente salientes, rosadas ou avermelhadas, cobertas de escamas apresentando-se em distintos graus. A radiação ultravioleta (RUV) consiste em recurso terapêutico possível para o tratamento da psoríase. Objetivo: Verificar os efeitos da RUV sobre as lesões cutâneas da psoríase, na qualidade de vida e no stress. Métodos: Pesquisa de caráter quasi experimental com pré e pós-teste, sem grupo controle, em que participaram qua-tro mulheres com idade entre 20 e 51 anos portadoras de psoríase do tipo vulgar. Utilizou-se como instrumentos de pesquisa uma ficha de avaliação para portadores de psoríase, o questionário de qualidade de vida (QV) e o questionário de nível de stress (QE). As participantes foram submetidas a 15 sessões de radiação ultravioleta B (RUVB) de banda estreita. A análise quantitativa dos dados foi realizada através dos testes estatísticos de Kolmogoroff-Smirnov e t de Student. O nível de significância usado foi de p = 0,05.

Re-sultados: Os escores da QV variaram de 5 a 10 (7,58 ± 1,981) no

pré-teste e 8,2 a 9,3 (8,75 ± 0,6351) no pós-teste. Os escores do QE variaram de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no pré-teste, sendo que no pós-teste essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 ± 0,5188). Conclusão: A RUV mostrou-se eficaz no tratamento das lesões psoriáticas, porém não se obteve resultados significativos. Para melhor comprovação, acredita-se que seria necessária a continuidade no tratamento e um maior número de amostra.

Palavras-chave: Fisioterapia, psoríase, qualidade de vida,

radiação ultravioleta.

Artigo original

Abstract

Introduction: Psoriasis is a chronic inflammatory skin disease

which causes well-defined pink or reddish, slightly elevated patches covered with silvery scales presenting different severity levels. The UV radiation consists in a therapeutic measure in the treatment of psoriasis. Objective: To verify the effects of the UV radiation on skin lesions of psoriasis, on quality of live and, ultimately, on stress.

Methods: After the 15th application of the proposed treatment, a

questionnaire was applied. During this quasi-experimental resear-ch, with pre and post-test, with no control group, we performed a quantitative analysis of data obtained through statistical tests of Kolmogorov-Smirnov and Student t test. The significance level used was p = 0.05.  Participants included four women, 20 to 51 years old, with psoriasis vulgaris. The research instruments consisted in an evaluation record for each patient, a quality of life questionnaire and a stress level questionnaire. Results: The statistical analysis identified that the results were different regarding the questionnaires on quality of life and stress levels. The QV scores varied from 5 to 10 (7.58 ± 1.981) on the pre-test and from 8.2 to 9.3 (8.75 ± 0.6351) on the post-test. The QE scores varied from 6 to 2 (1.600 ± 0.6683) on the pre-test and from 5 to 1.6 (1.225 ± 0.5188) on the post--test. Conclusion: The UV radiation was effective in the treatment of psoriatic lesions; however no significant results were obtained. Further investigation, continued treatment and more pacientes would be necessary.

Key-words: Physical therapy, psoriasis, quality of life, ultraviolet

rays.

Recebido em 15 de dezembro de 2012; aceito em 20 de outubro de 2014.

Endereço de correspondência: Hedioneia Maria Foletto Pivetta, Rua Recanto Verde, 5, lot. Santos Dumont, Camobi, 97604-105 Santa Maria RS,

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Introdução

Atualmente observa-se uma ampla variedade de proble-mas relacionados à pele. As afecções cutâneas mostram-se de formas diferentes e atingem várias partes do corpo. Dentre essas afecções a psoríase se destaca como uma patologia com incidência crescente e que está intimamente implicada com a qualidade de vida das pessoas.

A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que causa manchas bem definidas, às vezes levemente salientes, ro-sadas ou avermelhadas, cobertas de escamas apresentando-se em distintos graus. Essas manchas proporcionam desconforto físico e psicossocial e atinge cerca de 1% a 3% da população [1]. É de etiologia desconhecida, tendo períodos de exacerbação que agra-vam no clima seco de inverno e distribuem-se quasi sempre de forma simétrica [2]. Estudos indicam que há forte predisposição genética na psoríase, sendo que a herança é poligênica com risco de cerca de 10 vezes maior para familiares de primeiro grau [1].

Os períodos de exacerbação da psoríase podem estar relacionados aos fatores psíquicos do cotidiano da pessoa e está fortemente ligado aos aspectos emocionais. As lesões provocadas pela psoríase podem causar limitações e dificul-dades no convívio social, pudor, sentimento de discriminação e baixa autoestima, o que vem a repercutir sobre a qualidade de vida dos portadores [2]. A psoríase leva ao aumento da morbidade, influenciando negativamente a qualidade de vida e ocasionando significativo impacto socioeconômico para o sistema de saúde [3].

O tratamento da psoríase pode se medicamentoso e ou tópico, este por sua vez é representado pela fototerapia que tem sido de grande auxílio para tratamento de algumas afec-ções de pele.

Os efeitos da fototerapia estão baseados nas

ações da radiação ultravioleta (UV) de imunossupressão

local, redução da

hiperproliferação epidérmica e apoptose de

linfócitos T [1,4]. A RUVB interfere na produção de proteí-nas e ácidos nucléicos, que leva à redução da proliferação de queratinócitos. O intuito é suprimir a doença por seu efeito antiinflamatório e imunossupressor uma vez que ocorre a redução do número de células de Langerhans, com prejuízo à habilidade de apresentação de antígenos, enquanto há redução de secreção de citoquinas nos macrófagos [1,5

,6].

Assim, com o propósito de minimizar as lesões e as conse-quências físicas e psicossociais provocadas pela psoríase, este estudo teve por objetivo verificar os efeitos da RUV sobre a pele, qualidade de vida e stress de mulheres portadoras de psoríase, colocando-se como questão norteadora da pesquisa: Qual a eficácia da RUV nas afecções cutâneas provocadas pela psoríase? Existe influência da RUV na qualidade de vida e nível de stress dessas pessoas?

Material e métodos

Esta pesquisa teve caráter do tipo quasi experimental com pré e pós-teste sem grupo controle. Pertence ao Grupo

de Pesquisa Promoção da Saúde e Tecnologias Aplicadas a Fisioterapia, Linha “Tecnologias aplicadas à saúde”.

O estudo foi realizado na clínica escola de Fisioterapia da Instituição responsável. Os sujeitos de pesquisa constituíram--se de quatro mulheres procedentes do grupo de autoajuda ao portador de psoríase do Município e também voluntárias que aderiram à pesquisa a partir da divulgação da mesma através da imprensa escrita local.

Como critério de inclusão estipulou-se: mulheres com idade entre 20 e 55 anos, portadoras de psoríase do tipo vulgar, que aceitaram participar da pesquisa. Foi escolhido grupo do sexo feminino devido à aparência estética, por ser um fator de maior relevância para a mulher, assim como as alterações hormonais que podem influenciar os níveis de estresse [2].

As participantes selecionadas assinaram o Termo de Con-sentimento Livre e Esclarecido (TCLE) concordando com sua participação. O projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com Seres Humanos do Centro Universitário Franciscano - UNIFRA, previamente ao início da coleta de dados, conforme a resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 196/96, e aprovado conforme registro 215.2010.2.

Como instrumento de pesquisa foi utilizado uma ficha de avaliação para portadores de psoríase, elaborado pelas autoras, e o diário de campo para anotações consideradas relevantes durante o desenvolvimento da pesquisa. A ficha continha dados de identificação da paciente e informações quanto à psoríase, tais como, localização, fase em que se encontra, se possuía antecedentes familiares, forma das lesões, tempo que foi diagnosticado e se era tabagista.

Após a seleção das pacientes, aplicaram-se os questionários de qualidade de vida e nível de stress [3], também instru-mentos de pesquisa. O questionário de qualidade de vida em dermatologia foi adaptado de Andrew y Finlay, validado para língua portuguesa por Martins, Arruda e Mugnaini [4].

Os questionários foram aplicados no início e ao final das 15 aplicações de ultravioleta nas regiões que a participante elencasse como aquela que mais lhe causava incômodo ou constrangimento, sendo estas: cotovelo e joelho. O instru-mento de qualidade de vida consistiu em questões fechadas, relacionadas às atividades de vida diária, atividades sociais, de lazer e de trabalho. O questionário relacionado ao stress foi composto por afirmações, às quais foram atribuídos valores de 0 a 3. Quanto maior o escore obtido, maior predisposição do paciente para desfiguração, prurido e mais surtos, ou seja, stress.

Inicialmente obteve-se contato com as participantes esclarecendo os objetivos da pesquisa, as condutas a serem realizadas e o preenchimento dos questionários juntamente com o TCLE. Para a coleta dos dados as participantes foram orientadas a não usar nenhum creme na pele, hidratante, pomadas e não se expor ao sol para não alterar os resultados da pesquisa. Foi utilizado Ultravioleta pedestal e lâmpada

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Philips, sendo está uma indicação para o tratamento de psoríase, utilizando-se um saiote para centralizar o foco da radiação UV sobre a área dermatológica de tratamento. Elencou-se a radiação ultravioleta B (RUVB) de pequena faixa, entre 311 e 313 nm, denominada UVB de banda estreita (narrow band).

No segundo momento realizou-se o Teste de Saidman ou teste de eritema mínimo (DEM) para determinar a sensibilida-de sensibilida-de cada paciente frente às radiações sensibilida-de UV e sensibilida-determinar o tempo de aplicação inicial de cada uma. As pacientes iniciaram com o tempo de 7 minutos, quando se percebeu alteração na coloração da pele, exceto a paciente C que obteve coloração rosada aos 5 minutos iniciando com esse tempo; conforme a observação do eritema mínimo, relatos das pacientes e a adaptação da pele, aumentaram-se a cada sessão dois minutos o tempo das aplicações chegando aos 15 minutos, no máximo. Foram realizadas 15 aplicações no total, em dias alternados três vezes por semana, e todas alcançaram o tempo máximo de 15 minutos.

A proposta inicial da pesquisa contemplou o uso da fotodocumentação padronizada como método de avaliação. Entretanto, por problemas técnicos ocorridos no momento de coleta no pré-teste optou-se por descartar os dados. Assim, para a análise da pele com psoríase durante o tratamento optou-se por utilizar as informações contidas no diário de campo usado pelas pesquisadoras no decorrer da pesquisa.

A análise dos dados foi realizada mediante a aplicação do teste t de Student, pois os dados seguiram a normal após a aplicação do teste de Kolmogoroff-Smirnov. As diferenças entre as médias antes e as médias depois foram estudadas pelo teste t de Student considerando amostras pareadas e a hipótese alternativa unilateral. O nível de significância utilizado foi de p = 0,05. Também se realizou a análise descritiva simples para os dados compilados no diário de campo das pesquisadoras.

Resultados

Constituíram-se participantes da pesquisa quatro mulheres portadoras de psoríase vulgar, com idade entre 24 e 51 anos com média de 37,5 anos. Destas, 03 possuíam antecedência de lesões psoriáticas na família de primeiro ou segundo grau de parentesco e 01 não apresentava história familiar dessa natureza. A caracterização das participantes da pesquisa pode ser observada no quadro.

Quadro I - Caracterização geral das participantes.

Características

Paciente Local psoríase

Fase da doença Forma da lesão Tempo da lesão Tempo diag-nóstico Tabagismo A Todo corpo Crônica Placas 14 anos 10 anos Sim

B Todo corpo Crônica Escamas 20 anos 20 anos Sim C Cotovelo, joelhos e mãos Crônica Placas 25 anos 25 anos Não D Tornozelo cotovelos e

coxas Crônica

Placas com

escamas + 40 anos + 40 anos Sim

Percebe-se que as mulheres A, B, possuíam distribuição das lesões em todo o corpo (membros superiores e inferiores e tronco), entretanto para a aplicação da RUV, neste estudo, elencou-se a região dos joelhos para paciente A e a região dos cotovelos para paciente B. A paciente C (com lesões nos coto-velos, joelhos e mãos) elegeu a região dos cotovelos e a paciente D (com lesões em tornozelos, cotovelos e coxas) aplicou-se na região dos cotovelos. Como a distribuição das lesões era extensa, para fins de pesquisa elencou-se uma única região, sendo essa escolhida por motivação pessoal de cada paciente.

Quanto ao exame físico realizou-se teste de sensibilidade utilizando estesiômetro para sensibilidade superficial e pro-funda e gelo para sensibilidade térmica, sendo que nenhuma participante apresentou alterações.

A análise estatística realizada possibilitou identificar que os resultados foram distintos quanto aos questionários de qualidade de vida (QV) e nível de stress (QE). O quadro 2 apresenta esses resultados.

Quadro 2 - Média e desvio padrão dos questionários de qualidade de vida e stress pré e pós-tratamento.

N Minimum Maximum Média DP MQVA 4 5 10 7,58 1,981 MQVD 4 8,2 9,3 8,750 ,6351 MQEA 4 ,6 2,0 1,600 ,6683 MQED 4 ,5 1,6 1,225 ,5188 Valid (listwise) 4

MQVA: média qualidade de vida antes; MQVD: média qualidade de vida depois; MQEA: média questionário stress antes; MQED: média questionário stress depois.

Os escores da qualidade de vida variaram de 5 a 10 (7,58 ± 1,981) no pré-teste. No pós-teste variaram de 8,2 a 9,3 (8,75 ± 0,6351). Observa-se que no pós-teste os escores foram mais altos e com maior homogeneidade, verificado pelo menor desvio padrão. Porém, embora tenha ocorrido aumento dos escores, ou seja, melhora na qualidade de vida, este não foi estatisticamente significativo (observável no quadro 3).

Os escores do QE variaram de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no pré-teste, e no pós-teste essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 ± 0,5188). Esses escores denotam que no pós-teste houve melhora do stress, porém estatisticamente não demonstrou significância.

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Quadro 3 - Diferença entre as médias pré e pós-tratamento de-monstrada pelo teste t de Student.

Média N DP Std. Error Mean Pair 1 MQVA 7,58 4 1,981 ,990 MQVD 8,750 4 ,6351 ,3175 Pair 2 MQEA 1,600 4 ,6683 ,3342 MQED 1,225 4 ,5188 ,2594

MQVA: média qualidade de vida antes; MQVD: média qualidade de vida depois; MQEA: média questionário stress antes; MQED: média questionário stress depois.

O quadro 3 demonstra o resultado do teste t que evi-denciou diferença significativa entre a média pré e pós para a variável MQE (p = 0,044), mas não mostrou diferença significativa para as médias da variável MQV.

Utilizou-se também a análise subjetiva das lesões pso-riáticas a partir dos apontamentos dos diários de campo das pesquisadoras. Neste observou-se melhora nos aspectos cutâneos das lesões psoriáticas. Estes dados são apresentados de acordo com manifestações de cada participante e estão disposta no quadro 4.

No decorrer das aplicações, notou-se nítida melhora das lesões das pacientes A, B e D, enquanto a paciente C não obte-ve grandes alterações. Foi relatado pelas participantes melhora da autoestima, o que pressupõe diminuição do nível de stress. Pode-se dizer que pelos relatos das participantes e pela diminuição da extensão das lesões, diminuição do prurido e escamação a RUV teve efeito positivo na amostra estudada. Acredita-se que esses fatores determinaram a melhora no stress e na qualidade de vida dessas mulheres apesar da cronicidade das lesões.

Discussão

O tratamento da psoríase abrange desde tratamento tópico, fototerapia, agentes imunomoduladores e imunossu-pressores

[9]

. A escolha da modalidade de fototerapia deve basear-se em outros fatores além da eficácia, incluindo segu-rança, resposta prévia ao tratamento, gravidade da psoríase e adesão ao tratamento [10]. A fototerapia pode ser classificada

de acordo com o tipo de irradiação utilizada, sendo UVA ou UVB. Consiste em opção terapêutica de modo isolado ou associado a outros medicamentos tópicos e/ou sistêmicos, com o objetivo de se obter controle rápido das dermatoses [1].

As lesões psoriáticas, neste estudo, apresentaram-se distri-buídas nos cotovelos, joelhos, pés, mãos, região sacral e couro cabeludo. Em outros casos, as lesões podem se espalhar por todo o corpo [2], como é relatado por estudiosos ao referirem que as lesões podem aparecer em todo o corpo, porém sendo mais raro [1]. A generalização por toda a pele denomina-se forma entrodérmica. Formas de difícil controle são represen-tadas pelas psoríases artropática e eritrodérmica [6]as quais não se constituíram foco dessa pesquisa.

O tipo mais comum de psoríase é a denominada vulgar, caracterizada por pápulas e placas róseas e vermelhas que são de tamanhos variáveis, nitidamente demarcadas, secas e usualmente cobertas com camadas de finas escamas prateadas [7,11], o que vem ao encontro dos achados deste estudo, uma vez que a psoríase vulgar apresentou-se na forma de placas e escamas, encontradas nas regiões dos cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região lombo-sacra.

É uma doença de etiologia desconhecida, seu curso varia individualmente, porém, em geral, tende a assumir caráter crônico [6,12]

. Acomete

homens e mulheres, em qualquer idade, com picos de incidência na segunda e quinta décadas de vida, associados a diferentes antígenos de

histocompatibilida-de.

Pesquisadores afirmam que a psoríase possui etiologia

genética, mas também envolve aspectos ambientais,

geográficos e étnicos [1].

Muitos pacientes podem apresentar diversas formas de recidiva e piora do quadro. Existem fatores agravantes para manifestação da psoríase como irritação da pele causada por pressão, traumatismos e queimaduras por exposição ao sol, abuso crônico de álcool, stress físico, alguns medicamen-tos, infecções crônicas ou obesidade [13]. Outros autores [1,14,15]também evidenciam que o estresse emocional, medicamentos, clima e ainda o tabagismo, no qual existe um maior risco para lesões psoriáticas em placa crônica, também podem desencadear ou agravar a doença.

Neste estudo, os escores do questionário de stress variaram de 6 a 2 (1,600 ± 0,6683) no pré-teste, sendo que no pós-teste

Quadro 4 - Dados do diário de campo-avaliação subjetiva das lesões no pré e pós-fototerapia.

Características Paciente Escama-ção Vermelhidão Prurido/ ardor Ressecamento Avaliação da paciente pós fototerapia

A Sim Leve Intenso Sim Ausência de ardor/ prurido. Redução na extensão da lesão e escamação.

B Não Intensa Intenso Não Melhora no aspecto visual e redução das lesões.

C Não Moderada Moderada Sim Pouca mudança nas lesões. Alívio do ardor.

(10)

essa variação foi de 5 a 1,6 (1,225 ± 0,5188), não conferindo resultado estatisticamente significativo. A psoríase tem uma relação muito íntima com a área emocional, no seu fator de-sencadeador ou potencializador, tanto o stress físico ou emo-cional tem repercussões em inúmeras dermatoses [16]. Stress é um estado que ocorre quando a pessoa se depara com eventos que colocam em perigo seu bem-estar físico ou psicológico e quando tentam superá-los excessivamente podem esgotar os recursos do corpo e torná-lo mais vulnerável à doença [17]. Torrezan [18] concorda que o stress excessivo promove des-gaste do organismo e aumenta a suscetibilidade às doenças, tendo relação com seu aparecimento ou agravamento.

Como já mencionado anteriormente, a psoríase é uma doença de distribuição global que acomete ambos os sexos e ampla faixa etária. Optou-se estudar a faixa etária de jovens e adultos que se encontram em períodos de maior estresse físico e emocional. Essa tese se confirma conforme achados [18-20] de que nessa faixa etária o desconforto e uma série de alterações levam a um grande estresse e uma baixa qualidade de vida. Nessa pesquisa a qualidade de vida apresentou escores de 5 a 10 (7,58 ± 1,981) no pré-teste, e após as sessões de fo-toterapia os resultados variaram de 8,2 a 9,3 (8,75 ± 0,6351). Em um estudo clínico que teve por objetivo avaliar as dimensões de experiências estigmatizadoras do paciente com psoríase, foram identificados problemas relativos à autoestima, isolamento social, rejeição, diferenças quanto à idade, tempo de doença e gênero. Problemas associados à aparência física e socialização também foram relatados em estudo de pacientes com psoríase, e o impacto da doença apresentou-se mais intenso na faixa etária de 18 a 45 anos [19]. O que se sabe é que não existe cura para psoríase. A estratégia do tratamento é minimizar a severidade da lesão melhorando a qualidade de vida do paciente [1,3,11].

Existem tratamentos que utilizam agentes terapêuticos tópicos ou sistêmicos, biológicos e fototerapia que não visam cura, apenas mantém a doença em remissão melhorando o bem-estar do paciente. A fototerapia, utilizada neste estudo, é uma modalidade terapêutica empregada para tratamento de várias dermatoses, inclusive a psoríase. A radiação UVB é um tratamento eficaz para a psoríase, pois penetra na pele e retarda o rápido crescimento das células. A luz UV tem propriedades anti-inflamatórias, antiproliferativa e imunossupressora. A radiação UVB que alcança somente a epiderme, assim como o UVA, tem se mostrado mais efetiva nas lesões psoriáticas. Estudo realizado que investigou a indicação de dois tipos de fototerapia no tratamento da psoríase refratária à terapia tópica (UVB banda estreita e UVA) identificou que as pres-crições de UVB banda estreita excederam as de UVA devido ao menor número de contraindicações, menor possibilidade de efeitos colaterais [12].

O efeito da radiação ultravioleta pode ser explicado pela absorção dos raios por cromóforos endógenos, e as reações fotoquímicas resultantes alteram a biologia cutânea, levando ao efeito terapêutico biológico desejado [20,1]. A radiação

UVB interfere no DNA nuclear, levando a formação de fotoprodutos, principalmente dímeros de pirimidina, que interferem na progressão do ciclo celular, diminuindo ou bloqueando sua multiplicação. Tem ação direta sobre os que-ratinócitos, alterando-os na sua estrutura e função por meio de fenômenos imunológicos e maior produção de citocinas imunossupressoras [20-22].

Estudo realizado com pacientes com psoríase tratados com fototerapia mostrou redução de 80% da severidade de área da lesão com redução das lesões na ordem de 70% [23]. Desse modo, como não tem cura, o tratamento visa dimi-nuir as lesões e prolongar o tempo das recidivas, melhorando a qualidade de vida do paciente e, consequentemente, seu convívio social, diminuindo também seu stress [2].

Conclusão

No presente estudo comprovou-se que houve diminuição nas lesões psoriáticas, melhorando a autoestima, o que pro-porcionou resultados significativos sobre os níveis de stress. O efeito da radiação ultravioleta mostrou-se eficaz no tratamento das lesões, porém não apresentou resultados significativos na melhora da qualidade de vida. Para melhor comprovação do resultado sugere-se maior tempo de aplicação da fototerapia tendo em vista a cronicidade das lesões.

Entretanto, considera-se que as melhoras obtidas carecem de maior tempo de acompanhamento, bem como exigem outros estudos com amostras maiores envolvendo ambos os gêneros. Sugerem-se, ainda, estudos que possam averiguar os efeitos de outros recursos terapêuticos que atuem sobre as lesões, mas também sobre os níveis de stress desses pacientes, diretamente implicado com a dermatose estudada.

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(12)

O alongamento estático interfere no desempenho

da força isométrica e ativação muscular durante

o exercício de cadeira extensora?

Static stretching interferes in performance of the isometric force

and muscle activation during knee extension exercise?

Felipe Heylan Nogueira de Souza, Ft., Esp.*, Rodrigo Ramalho Aniceto, M.Sc.**, Ana Cristina Nóbrega Marinho Torres, Ft., D.Sc.***, José Onaldo Ribeiro de Macêdo, M.Sc.****, Maria do Socorro Cirilo de Sousa, D.Sc.*****,

Elvis Costa Crispiniano, Ft., M.Sc.****

 *Especialista em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Desportiva pelas Faculdades Integradas de Patos (FIP) e Professor da Faculda-de Maurício Faculda-de Nassau (UNINASSAU), **Doutorando em Educação Física pelo Programa Associado Faculda-de Pós-Graduação em Educa-ção Física UPE/UFPB (PAPGEF UPE/UFPB) e Professor das FIP, ***Professora da UNINASSAU, ****Professor das FIP, *****As-sociada da UFPB e do PAPGEF UPE/UFPB

Resumo

O estudo teve como objetivo analisar os efeitos agudos do alongamento estático no desempenho da força isométrica e ativação muscular no exercício de cadeira extensora. A amostra foi composta por 29 homens jovens, aparentemente saudáveis com idade 21,89 ± 3,35 anos. Os sujeitos foram submetidos a um protocolo de alongamento estático passivo durante 30 segundos e relaxado por 30 segundos (3 vezes), a intensidade foi controlada pela Escala de Esforço Percebido na Flexibilidade. A atividade eletromiográfica do vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto femoral (RF), e o teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM) foram coletados durante o exercício de cadeira extensora em quatro momentos: antes do alongamento, imediatamente após, e 15 minutos e 30 minutos de recuperação. Utilizou-se o teste t de Student pareado para comparar os valores de pré e pós-testes. Os resultados demonstraram que não houve diferença na CIVM após o alongamento (p > 0,05), no entanto, a ativação muscular do RF foi maior em 15 minutos e 30 minutos de recuperação (p < 0,05). Conclui-se que o alongamento estático com 30 segundos de duração, não afeta o desempenho da força muscular isométrica, apesar de aumentar a ativação muscular do RF após 15 minutos e 30 minutos.

Palavras-chave: eletromiografia, força muscular, exercícios de

alongamento muscular.

Artigo original

Abstract

The main purpose of this study was to analyze the acute effects of the static stretching on the performance of isometric force and muscle activation in knee extension exercise. The sample was com-posed by 29 young men, apparently healthy, 21.89 ± 3.35 years old. The subjects were submitted to a static stretching protocol during 30 seconds and relaxed during 30 seconds (3 times), the intensity was monitored by the Scale of Perceived Exertion in the Flexibility. The electromyography activity of the vastus medialis (VM), vastus lateralis (VL) and rectus femoris (RF), and the maximal voluntary isometric contraction test (MVIC) were collected during knee ex-tension exercise at four moments: before stretching, immediately after, and after 15 minutes and 30 minutes of recovery. Analysis from the paired samples t-test was performed to compare the pre and pos-tests values. The results demonstrated no difference on the MVIC after stretching (p > 0.05); however, the muscle activation of the RF was bigger 15 minutes and 30 minutes of recovery (p < 0.05). It is concluded that the static stretching with 30 seconds duration, does not affect performance of isometric muscle strength, despite increase muscle activation of the RF after 15 minutes and 30 minutes.

Key-words: electromyography, muscular strength, muscular

stretching exercises.

Recebido em 12 de janeiro de 2013; aceito em 19 de novembro de 2014.

Endereço para correspondência: Felipe Heylan Nogueira de Souza, Rua Getúlio Vargas, 85, Centro, 58735-000 Teixeira PB, E-mail: f_heylan@

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Introdução

Os exercícios de alongamento muscular têm sido alvo de numerosos estudos que objetivaram investigar os efeitos do alongamento na ativação muscular [1,2], as propriedades elásticas-passivas [3], a capacidade funcional do músculo [3] e de contração muscular [4], a força muscular isométrica [5] e dinâmica [2,6,7], a potência [8], o trabalho muscular [9], o torque [8,10,11], a amplitude de movimento [8,9,12], a flexibilidade [4,13, 14], o equilíbrio, a propriocepção, o tempo de movimento [15], o tempo de reação [15,16], o desempenho da marcha [12] e do salto vertical [17], a rea-bilitação osteomuscular [4] e a prevenção de lesões [18,19]. De acordo com os tipos de alongamentos temos: estático, balístico, dinâmico e por facilitação neuromuscular proprio-ceptiva (FNP) [20]. O alongamento estático tem sido uma técnica bastante utilizada para análise do desempenho da força e aplicabilidade a situações práticas. Porém, não há um con-senso estabelecendo em relação ao alongamento e a geração de força muscular, já que as evidências atuais mostram que a utilização de exercícios de alongamento antes do exercício com pesos, pode ser inadequada [10,21], apontando que a técnica estática pode induzir a perda aguda da força muscular [1,17,22]. Em contrapartida, outras investigações não veri-ficaram redução significativa na força após a realização dessa técnica [2,5,6,11,16, 23-27]. De acordo com o estudo de revisão sistemática de Kay e Blazevich [28], tais achados são dependentes da relação dose-reposta, dessa forma, a duração e a intensidade de alongamento são determinantes.

Adicionalmente, a contradição entre os estudos deve-se aos vieses metodológicos e o protocolo de alongamento uti-lizado, haja vista que a maioria dos estudos relata a duração de alongamento, mas não utiliza instrumentos para controle da intensidade, por exemplo, escalas de percepção subjetiva. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo anali-sar os efeitos agudos do alongamento estático no desempenho da força e ativação muscular no exercício de cadeira extensora. Nossa hipótese é que o alongamento estático não interfere no desempenho da força e ativação muscular.

Material e métodos

Caracterização da pesquisa e aspectos éticos

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa experimen-tal, pois examina a relação de causa e efeito entre as variáveis independente e dependente. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas de Patos (#041/2011). Informados sobre os objetivos da pes-quisa e procedimentos empregados, bem como os possíveis riscos e benefícios do estudo, foi solicitada de forma voluntária a assinatura individual do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Amostra

A amostra foi composta por 29 homens jovens, estudantes universitários, aparentemente saudáveis, fisicamente ativos, com idade (21,89 ± 3,35 anos), massa corporal (72,26 ± 7,91 kg), estatura (174,86 ± 4,74 cm) e índice de massa corporal (IMC) (23,36 ± 1,87 kg/m2). Foram incluídos na pesquisa

indivíduos entre 19 e 30 anos, não obesos (IMC entre 18,5 e 24,5 kg/m²) e sem distúrbios ou doenças que alterassem o desempenho muscular. Foram excluídos indivíduos que apresentavam dor, bloqueio articular ou cirurgias prévias que contra indicasse a prática de exercício ou de alongamento.

Instrumentação

Para a coleta de dados utilizou-se o Eletromiográfo Miotool 400 de quatro canais (Miotec Equipamentos Biomédicos Ltda, Porto Alegre, Brasil), com amplificador de ganho em 100x, faixa de rejeição a modo comum de 110db. A captação mioelétrica foi realizada por eletrodos descartáveis autoadesivos do tipo passivo da Maxicor® (Paraná, Brasil), compostos por espuma

adesivada, rebite de prata (Ag/AgCl), gel condutor de celulose sólido e protegido por uma lâmina de PVC. Para avaliação da força muscular foi acoplada ao eletromiógrafo uma célula de carga do tipo BERMAN construída em alumínio com strain

gauge, e capacidade nominal de 200 kgf de tração ou

compres-são, calibrada antes do experimento através de uma anilha com 20 kg de carga, obtendo-se um sinal inicial de 0,00.

Para a realização dos esforços isométricos de extensão de joelho foi utilizada, uma cadeira extensora da Physicus® (São

Paulo, Brasil) com dimensões: 103 x 43 x 171 cm. Os dados antropométricos foram coletados com o auxílio de uma balan-ça analógica da marca Micheletti® com fita métrica integrada

modelo 33 (São Paulo, Brasil).

Protocolo experimental

Os procedimentos de preparo e posicionamento dos ele-trodos para avaliar a ativação muscular no exercício, seguiram as recomendações do SENIAM (Surface Electromyography

for a Non-Invasive Assessment of Muscles), órgão responsável

pela divulgação e padronização de estudos que utilizam a eletromiografia de superfície [29]. Após a preparação da pele com higienização abrasiva com álcool a 70%, e tricotomia do local de acoplamento dos eletrodos em sujeitos com excesso de pelos na região, os eletrodos foram colocados no ventre dos músculos: vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto femoral (RF) do membro inferior dominante.

Na fase inicial (pré-teste) os sujeitos foram posicionados na cadeira extensora, sendo orientados a realizar extensão do joelho dominante, partindo da posição inicial de 90º até a posição final estabelecida em 30º, realizando uma contração isométrica voluntária máxima (CIVM) durante cinco segun-dos. Durante as contrações os sujeitos, foram verbalmente

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encorajados pelo avaliador a realizar força máxima sendo nesse momento coletado juntamente a atividade eletromio-gráfica dos músculos. Após ter sido completada a fase inicial de execução do exercício, foi concedido um intervalo de recuperação de três minutos, logo após iniciou-se o protocolo de alongamento e em seguida, a fase final da sessão de testes (pós-teste) conforme protocolo supracitado em três momentos distintos: imediatamente após o protocolo de alongamento, e 15 minutos e 30 minutos de recuperação. Esse período de recuperação de 15 minutos entre as medidas foi decidido para que os músculos tivessem uma recuperação antes de uma nova repetição, evitando uma possível fadiga, e não mascarando desta forma os resultados da pesquisa.

Durante o alongamento muscular, os sujeitos foram po-sicionados em decúbito lateral, o membro foi mantido em posição estacionária em seu maior comprimento possível por um período de 30 segundos e relaxado por 30 segundos [1]. Este procedimento se reproduziu por três vezes consecutivas [7]. De acordo com Pinheiro e Góes [13], a intensidade de tensão no alongamento deve ser aplicada até o sujeito referir um incômodo, desconforto, tensão sem dor, leve sensação de alongamento ou até o terapeuta sentir uma rigidez ou restrição ao movimento. Dessa forma, para avaliar a percepção subjetiva de esforço do alongamento, utilizou-se um método adimen-sional através da Escala de Esforço Percebido na Flexibilidade (PERFLEX) conforme Figura 1, que possui cinco níveis de intensidade em forma de descritores verbais, variando de 0 a 110, para que o avaliado possa traduzir em números seus pensamentos de esforço enquanto se exercita, demonstrando a sensação correspondente à amplitude de movimento reali-zado: de 0 a 30 – normalidade; de 31 a 60 – forçamento; de 61 a 80 – desconforto; de 81 a 90 – dor suportável; e de 91 a 110 – dor forte [30]. Para este estudo utilizou a zona de 61 a 80 pontos como controle da intensidade de alongamento.

Análise estatística

A normalidade dos dados foi confirmada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para as variáveis da root mean square máxima (RMS), expressos em microvolts (μV), e da força muscular

expressa em quilogramas força (kgf), utilizou-se o teste t de

Student pareado para comparar os valores de pré e pós-testes.

Os dados são apresentados em média ± desvio padrão com nível de significância adotado de p < 0,05. As análises foram realizadas no SPSS 16.0.

Resultados

A Figura 2 demonstra o desempenho da força muscular durante CIVM antes e após o protocolo de alongamento. Podemos observar que não houve diferença significativa na força muscular imediatamente após o alongamento (39,54 ± 13,86 kgf; p = 0,740), 15 minutos (40,58 ± 14,44 kgf; p = 0,683) e 30 minutos (39,76 ± 13,67 kgf; p = 0,855) de recu-peração, quando comparado aos valores antes do protocolo de alongamento (39,97 ± 15,33 kgf).

Figura 2 – Desempenho da força muscular durante contração iso-métrica voluntária máxima antes e após o protocolo de alongamento.

0 10 20 30 40 50 60

FSA FALI FAL15 FAL30

Fo rç a m us cu la r ( kg f)

FSA = força muscular sem alongamento; FALI = força mus-cular imediatamente após o protocolo de alongamento; FAL15 = força muscular após 15 minutos de recuperação; FAL30 = força muscular após 30 minutos de recuperação.

Figura 1 - Escala de Esforço Percebido na Flexibilidade (PERFLEX).

Nível Descrição da

sensação Efeito Especificação

0 – 30 Normalidade Mobilidade Não ocorre qualquer tipo de alteração em relação aos componentes mecânicos, componentes plásticos e componentes inextensíveis. 31 – 60 Forçamento Alongamento Provoca deformação dos componentes plásticos e os componentes

elásticos são estirados ao nível submáximo.

61 – 80 Desconforto Flexionamento Provoca adaptações duradouras nos componentes plásticos, elásticos e inextensíveis.

81 – 90 Dor suportável Possibilidade de lesão As estruturas músculo-conjuntivas envolvidas são submetidas a um estiramento extremo, causando dor.

91 – 110 Dor forte Lesão Ultrapassa o estiramento extremo das estruturas envolvidas incidindo, principalmente, sobre as estruturas esqueléticas.

(15)

Em relação aos níveis de ativação muscular (RMS) dos músculos VM, VL e RF durante CIVM antes e após o pro-tocolo de alongamento (Figura 3), encontrou-se diferença significativa apenas no RF em 15 minutos (659,64 ± 223,37 μV; p = 0,020) e 30 minutos (638,56 ± 181,95 μV; p = 0,041) de recuperação, quando comparado aos valores antes do alongamento (613,87 ± 185,62 μV).

Figura 3 - Níveis de ativação muscular (RMS) dos músculos vasto medial (VM), vasto lateral (VL) e reto femoral (RF) durante contração isométrica voluntária máxima antes e após o protocolo de alongamento. 0 200 400 600 800 1000 1200

AL0 ALI AL15 AL30

RM S (µ V) VM VL RF * *

ALO = ativação muscular sem alongamento; ALI = ativação muscular imediatamente após o protocolo de alongamento; AL15 = ativação muscular após 15 minutos de recuperação; AL30 = ativação muscular após 30 minutos de recuperação; *Significativamente diferente da ALO.

Discussão

O presente estudo teve como objetivo analisar o efeito agudo do alongamento estático no desempenho da força e ativação muscular no exercício de cadeira extensora. Nossa hi-pótese foi comprovada parcialmente Os principais resultados demonstraram que o alongamento estático não interfere no desempenho da força muscular isométrica, e aumenta apenas a ativação muscular do RF após 15 minutos e 30 minutos de recuperação.

Corroborando nossos resultados, o estudo de Albuquerque

et al. [6] observou que o desempenho da força muscular

di-nâmica na extensão do joelho (dinamômetro isocinético) não sofre alterações significativas após o protocolo de alongamento em mulheres. Nesse sentido, Silva et al. [5] encontraram achados semelhantes na força muscular isométrica, quando homens realizaram o teste de preensão manual após o alon-gamento, entretanto, nesse estudo, observou-se em mulheres, redução da produção de força.

No presente estudo, possivelmente não houve diferença na força muscular, devido ao teste de CIVM ser realizado antes e após o protocolo de alongamento na mesma sessão experimental, apesar de no estudo de Albuquerque et al. [6] o protocolo de alongamento e o pós-teste foram realizados 48 horas após o pré-teste, mas mesmo assim diferenças sig-nificativas não foram encontradas. De fato, a ausência de um grupo controle sem a realização de alongamento, limitou a explicação dos nossos achados.

Simic et al. [22], em um estudo de meta-análise, con-cluíram que o alongamento estático realizado antes do exercício tem significativos efeitos agudos negativos sobre o desempenho da força muscular máxima e explosão muscular, entretanto, os efeitos agudos correspondentes a potência muscular ainda não estão claros. De acordo com os autores, a magnitude do efeito negativo induzido pelo alongamento estático foi mais pronunciada nos testes de força isométrica quando comparado aos testes de força dinâmica.

Em relação à duração do alongamento, Simic et al. [22] observaram que quando o alongamento é realizado em curta duração de ≤ 45 segundos existe um menor efeito agudo ne-gativo sobre o desempenho da força muscular máxima (pooled

estimate = –3,2%; mais provável efeito trivial), diferentemente,

de 45–90 segundos (pooled estimate = –5,6%; provável efeito negativo) e > 90 segundos (pooled estimate = –6,1%; quase certo efeito negativo). Adicionalmente, em outro estudo de revisão sistemática, Kay e Blazevich [28] concluíram que o protocolo de alongamento com duração ≤ 45 segundos pode ser utilizado pré-exercício sem riscos de diminuição signifi-cativa na força, entretanto, durações longas de alongamento (por exemplo, ≥ 60 segundos) são mais propensos em causar uma pequena ou moderada redução no desempenho. Neste

Quadro 4 - Dados do diário de campo-avaliação subjetiva das lesões no pré e pós-fototerapia.

Características Paciente Escama-ção Vermelhidão Prurido/ ardor Ressecamento Avaliação da paciente pós fototerapia

A Sim Leve Intenso Sim Ausência de ardor/ prurido. Redução na extensão da lesão e escamação.

B Não Intensa Intenso Não Melhora no aspecto visual e redução das lesões.

C Não Moderada Moderada Sim Pouca mudança nas lesões. Alívio do ardor.

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estudo, foi encontrado para duração < 30 segundos (pooled

estimate = –1,1% ± 1,8%) e 30–45 segundos (pooled estimate

= –4,2% ± 2,7%).

Nesse sentido, quando o alongamento é realizado com tempo de duração até 30 segundos, diversos estudos repor-taram não haver reduções significativas na força muscular, durante o exercício de flexão plantar [16,27], preensão manual [5,23], supino horizontal [2,24,25], leg press [24], flexão do joelho [26] e extensão do joelho [6,11]. Possivelmente, no presente estudo, não houve diferenças significativas, devido à duração do protocolo de alongamento de 30 segundos, achado este que apresenta semelhança com os estudos.

Apesar de termos encontrado aumento na ativação muscu-lar do RF após 15 minutos e 30 minutos de recuperação, este não foi capaz de interferir no desempenho da força muscular isométrica. Possivelmente tais resultados foram influenciados pela interação entre fatores neurais e mecânicos [1,17], haja vista, que no estudo de Silveira et al. [2] os resultados demons-traram que o alongamento estático não interfere no desempe-nho da força e na ativação muscular. Adicionalmente, Ogura

et al. [26] utilizando o mesmo protocolo de alongamento

de 30 segundos com 30 segundos relaxado, encontraram aumento na flexibilidade dos isquiotibiais durante o teste de sentar e alcançar, porém, não houve diferenças significativas no teste de CIVM. Nesse mesmo sentido, Siatras et al. [11] confirmaram tais achados.

A contradição dos achados encontrados na literatura é resultante de diversas diferenças nos desenhos experimen-tais, protocolo de alongamento, diferenças interindividuais, tamanho da amostra, equipamentos utilizados entre outros aspectos. No presente estudo, buscamos controlar as variáveis intervenientes, porém, apresenta-se como limitação a falta de uma sessão controle.

Conclusão

O alongamento estático, quando realizado com 30 se-gundos de duração antes do exercício de cadeira extensora, não afeta o desempenho da força muscular isométrica, apesar de aumentar a ativação muscular do RF após 15 minutos e 30 minutos de recuperação. De acordo com a literatura, a relação dose-resposta depende do volume do alongamento, sendo demonstrado que quando este é realizado até 30 se-gundos de duração, parece não influenciar negativamente no desempenho da força muscular. O alongamento estático pode ser utilizado antes dos exercícios com pesos, todavia sugere-se realizar uma sessão isolada de alongamento na perspectiva de almejar os objetivos específicos desse tipo de movimento.

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Comportamento da glicemia, pressão arterial sistêmica

e frequência cardíaca em indivíduos com diabetes

mellitus tipo 2 praticantes de fisioterapia aquática

Behavior of glucose, systemic blood pressure and heart rate in pacientes

with diabetes type 2 performing aquatic physical therapy

Marília Gomes da Silva*, Caliandra Letiere Coelho Dias*, Clarice Zuquetto Viana Roso*, Márcia Prado Kettermann*, Muriel Gonçalves de Vargas**, Alecsandra Pinheiro Vendrusculo, Ft., M.Sc.***

*Acadêmica do curso de fisioterapia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria/RS, **Graduada em fisioterapia pelo UNIFRA, ***Professora orientadora, docente do curso de fisioterapia do UNIFRA, especialista em fisioterapia ortopédico-Trau-matológica pela ACG

Resumo

Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é hoje considerado um

problema de saúde pública. A fisioterapia aquática é indicada para diabéticos, pois ajuda no controle glicêmico. Objetivo: Este estudo analisou o comportamento da glicemia, PAS e FC pré e pós um programa de fisioterapia aquática em indivíduos diabéticos tipo 2 e sedentários. Material e métodos: O programa consistiu-se de 36 sessões. Cada sessão foi dividida em aquecimento, exercícios prin-cipais e relaxamento. Utilizou-se a escala de Borg para determinar a intensidade dos exercícios. A PA foi aferida no início e final das sessões e a FC foi analisada a cada 5 minutos. Os testes sanguíneos de glicemia foram realizados pré, pós 4, 8 e 12 semanas de fisioterapia aquática. Resultados: A PAS e a FC aumentou conforme a intensidade do exercício em função da elevação do débito cardíaco. Já a PAD pouco variou, acontecendo redução significativa de 38,3% da glice-mia dos participantes. Conclusão: Concluiu-se após os resultados que o programa foi muito significativo, pois contribuiu para o controle glicêmico tipo 2, diminuindo a FC de repouso, aumentando a PAS de acordo com a intensidade do exercício e proporcionando melhor condicionamento físico.

Palavras-chave: glicemia, pressão arterial sistêmica, frequência

cardíaca, diabetes mellitus 2, fisioterapia aquática.

Artigo original

Abstract

Introduction: Diabetes mellitus (DM) is today considered a

public health problem. The aquatic therapy is recommended for diabetic because it helps in glycemic control. Objective: This study analyzed the behavior of glucose, SBP and HR before and after a program of aquatic physical therapy in patients with type 2 diabe-tes and sedentary. Methods: The program consisted of 36 sessions. Each session divided into warm-up, main exercises and relaxation. We used the Borg scale to determine the intensity of exercise. BP was measured at the beginning and end of sessions and HR was evaluated every 5 minutes. The blood glucose tests were performed pre, after 4, 8 and 12 weeks of aquatic physical therapy. Results: The SBP and HR increased with exercise intensity as a function of elevation of cardiac output. The DAP changed little, and there was a significant reduction of 38.3% of participants blood glucose.

Conclusion: We concluded that the program contributed to improve

the glycemic control, lowering resting HR, increasing SBP according to the intensity of exercise, and providing better physical condition.

Key-words: blood glucose, blood pressure, heart rate, diabetes

mellitus 2, aquatic physical therapy.

Recebido em 23 de agosto de 2013; aceito em 17 de novembro de 2014.

Endereço para correspondência: Marília Gomes da Silva, Avenida Presidente Vargas, 1924/201, 97015-512 Santa Maria RS, E-mail: mariliagds@

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