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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO PORTO

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA GABINETE DO DESEMBARGADOR JOSÉ RICARDO PORTO DECISÃO MONOCRÁTICA

APELAÇÃO CÍVEL N° 200.2010.021633-8/001. Relator : Desembargador José Ricardo Porto. Apelante : Antônio Pedro da Silva.

Advogado: Enio Silva Nascimento.

Apelado : PbPrev — Paraíba Previdência. Advogado: Aline Freire Paiva Pita.

REVISÃO DE APOSENTADORIA. POLICIAL MILITAR REFORMA-DO. ART. 98 DA LEI ESTADUAL N. 3.909/77. REMUNERAÇÃO COM O SOLDO DO GRAU HIERÁRQUICO SUPERIOR. NECESSIDADE DE DOENÇA OU ACIDENTE INCAPACITANTES. APOSENTAÇÃO A PEDIDO. INAPLICABILIDADE DA NORMA. IMPROCEDÊNCIA DO PLEITO. APELAÇÃO CÍVEL. PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. RECURSO MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE E EM CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA. ART. 557 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.

Art. 98 - O policial militar da ativa, h_dgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item I do artigo 96, será reformado com remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa.

Parágrafo 10 - Aplica-se a disposto neste artigo aos casos previstas nos itens II, III e IV do artigo 96, quando verificada a incapacidade definitiva, for o policial militar considerado inválido, isto é, impossibilitada total e permanentemente para qualquer trabalho. (Lei Estadual n. 3.909/77)

A pretensão revisional formulada pelo Autor não encontra respaldo na legislação paraibana, posto que a regra que prevê a remuneração a maior do militar reformado se restringe aos casos em que houve incapacidade para permanência nas fileiras.

VISTOS.

Trata-se de Ação de Revisão de Aposentadoria proposta por Antônio Pedro da Silva em face da PbPrev — Paraíba Previdência.

Narra a inicial que o Autor é "militar da reserva remunerada", tendo ocupado a patente de recruta, "o equivalente, hoje, à graduação de cabo ou soldado" (fl. 04).

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menor, porquanto ele faria jus a ser remunerado de acordo com o posto imediatamente superior àquele em que se aposentou.

Assevera que o art. 98 da Lei Estadual n. 3.909/77 lhe garante tal prerrogativa. Outrossim, pugna pelas diferenças salariais porventura existentes.

Na sentença de fls. 50/52, a eminente Juíza de Direito julgou improcedente o pedido autoral, por entender inaplicável a norma indicada pelo Postulante.

Inconformado, o Promovente interpôs Apelação Cível (fls. 54/63), reiterando os termos da exordial.

Contrarrazões apresentadas (fls. 67/74).

A Procuradoria de Justiça afirmou não possuir interesse em se manifestar sobre a matéria (fls. 82/83).

É o breve relatório. DECIDO.

Entendo que o decisum do Juízo a quo merece permanecer incólume, porquanto se encontra em consonância com a jurisprudência e a legislação pertinente à espécie.

A norma estadual que embasa a pretensão do Apelante possui o seguinte teor: Art. 98 - O policial militar da ativa, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes do item I do artigo 96, será reformado com remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir na ativa.

Parágrafo 1° - Aplica-se a disposto neste artigo aos casos previstas nos itens II, III e IV do artigo 96, quando verificada a incapacidade definitiva, for o policial militar considerado inválido, isto é, impossibilitada total e permanentemente para qualquer trabalho.

Pois bem, de fato, o art. 98 da Lei n. 3.909/77 prevê o direito de o "policial militar da ativa, julgado incapaz definitivamente", ser beneficiado com a remuneração do cargo superior ao que ocupava.

No entanto, como o próprio Autor admite, ele foi aposentado a pedido, portanto, não houve incapacidade que o tornou inapto ao exercício de suas funções.

Ora, o dispositivo é claro ao exigir que o policial tenha sido declarado incapaz em definitivo, nas. hipóteses do art. 96 do mesmo diploma.

A propósito, transcrevo o citado art. 96 da Lei n. 3.909/77:

Art. 96 - A incapacidade definitiva pode sobrevir em conseqüência de: I. Acidente em serviço;

II. Ferimento recebido na manutenção da ardem pública ou enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenha sua causa eficiente,

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a condições inerentes ao serviço;

IV — Tuberculose ativa, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira. lepra, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson, pênfigo, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave e outras moléstias

que a Lei indicar com base nas conclusões da medicina especializada;

Assim, verifica-se que a situação do Recorrente não se enquadra em nenhuma das hipóteses legais que ensejam o deferimento do benefício perseguido (remuneração em patente superior a que ocupava).

A propósito, trecho do comando sentenciai:

"O autor não foi reformado por incapacidade decorrente de acidente em serviço, e sim, foi transferido para a reserva remunerada, a pedido, não havendo, portanto, que se aplicar regra instituída para militares reformados, inexistindo o direito de revisão" (fi. 51).

Com efeito, a pretensão revisional não encontra respaldo na legislação paraibana, posto que a regra que prevê a remuneração a maior do militar reformado se restringe aos casos em que incapacidade para permanência nas fileiras ocorreu em virtude de acidente em serviço e de enfermidades específicas.

Destaque-se que tal norma estadual repete a redação do art. 110 da Lei Federal n. 6.880/80. Vejamos:

Art. 110. O militar da ativa ou da reserva remunerada, julgado incapaz definitivamente por um dos motivos constantes dos incisos I e II do art. 108, será reformado com a remuneração calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao que possuir ou que possuía na ativa, respectivamente.

,sç 1 0 Aplica-se o disposto neste artigo aos casos previstos nos itens III, IV e V do artigo 108, quando, verificada a incapacidade definitiva, for o militar considerado inválido, isto é, impossibilitado total e permanentemente para qualquer trabalho.

Por oportuno, ante a coincidência entre o teor dos dispositivos paraibano e federal, transcrevo decisões que atestam ser imprescindível haver um fator incapacitante que enseje a inatividade do policial:

ADMINISTRATIVO. MILITAR. MELHORIA DE REFORMA. MAJORAÇÃO DE PROVENTOS. DOENÇA SEM RELAÇÃO DE CAUSALIDADE COMO SERVIÇO MILITAR. AUXÍLIO- INVALIDEZ. 1. O autor, reformado do serviço ativo do exército com proventos de subtenente, pleiteia sua majoração para valor relativo ao soldo do grau hierárquico superior. Para tanto, devem ser satisfeitos os seguintes requisitos: que a incapacidade definitiva torne-o inválido e que resulte de alguma das hipóteses previstas no art. 108, incisos i a v (art. 110, sÇ 1°, da lei n° 6.880/80). 2. Embora a junta de saúde o tenha considerado inválido, sua reforma decorreu de incapacidade definitiva resultante de doença distinta daquelas relacionadas no art. 108, v, da lei n° 6.880/80, cujo surgimento não guarda

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relação de causa e efeito com o serviço militar (art. 108, vi). Nesse caso, os proventos da reforma correspondem ao soldo integral da graduação ocupada

na ativa (art. 111, ii, da lei n° 6880/80). 3. O autor não faz jus ao auxílio-invalidez, vez que a prova pericial atestou a desnecessidade de internação especializada ou cuidados permanentes de enfermagem para a continuidade do tratamento da patologia (transtorno obsessivo-compulsivo). 4. Apelação improvida. (TRF 2' R.; AC 0020862-42.2008.4.02.5101; Sétima Turma Especializada; Rel. Des. Fed. Luiz Paulo S. Araujo Filho; Julg. 06/06/2012; DEJF 19/06/2012; Pág. 272)

DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCL4. PRELIMINAR REJEITADA. MÉRITO. MILITAR, REFORMA NO MESMO POSTO, ENFERMIDADE DESCONEXA COM O SERVIÇO. 1. A produção da prova deve atender não à conveniência ou vontade desarrazoada da parte, mas a pertinência à causa (CPC, art. 130). Preliminar rejeitada. 2. Comprovado que o acidente em virtude do qual o militar foi reformado não guarda correlação com a sua locomoção habitual de sua residência para o trabalho, ou o contrário, corno exigível para que a reforma se desse em patente superior (art. 2° do Decreto n° 2194/73), mas quando, como qualquer pessoa civil, conduzia seu veículo particular para apanhar sua esposa e levá-la para casa, correta a sentença de improcedência do pleito. 3. Recurso conhecido e não provido. Unânime. (TJDF; APC 20010110138736; Ac. 173563; DF; Segunda Turma Cível; Rel. Des. Waldir Leôncio Junior; Julg. 17/03/2003; DJU 04/06/2003; Pág. 62)

Acerca da necessidade de restar configurada enfermidade relacionada à reforma ex officio do militar, arestos do Superior Tribunal de Justiça:

ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR. INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO CASTRENSE RECONHECIDA PELA CORTE DE ORIGEM COM BASE NA PROVA APRESENTADA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N° 7/STJ. PRESCINDIBILIDADE DA DEMONSTRAÇÃO DE RELAÇÃO DE CAUSA E EFEITO ENTRE A MOLÉSTIA APRESENTADA E A ATIVIDADE EXERCIDA. REFORMA NO MESMO GRAU HIERÁRQUICO OCUPADO NA ATIVA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. Com apoio no material fá tico-probatório constante dos autos, o Tribunal local reconheceu que o autor está incapacitado para o serviço ativo do Exército, fazendo jus à reforma com proventos na graduação que ocupava na ativa. Infirmar tal entendimento exige reexame de provas, o que é vedado nesta oportunidade, a teor do que dispõe a Súmula n° 7/STJ. 2. A orientação jurisprudencial desta Corte Superior está em que a concessão da reforma ao Militar, quando restar demonstrada a sua incapacidade para o serviço castrense, prescinde da demonstração do nexo de causalidade entre a moléstia sofrida e a prestação do serviço. Precedentes. 3. A exigência legal de que o Militar seja incapaz, inclusive para atividades da vida civil, diz respeito, tão-somente, à reforma com pagamento do soldo equivalente ao grau

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hierárquico imediatamente superior ao ocupado na ativa; hipótese diversa do caso dos autos. 4. Agravo Regimental da UNIÃO desprovido. (STJ; AgRg-EREsp 19.422; Proc. 2011/0145753-3; RS; Primeira Turma; Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho; Julg. 12/04/2012; DJE 20/04/2012)

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. ART. 535, H, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N° 284/STE MILITAR TEMPORÁRIO. INCAPACIDADE PARA O SERVIÇO CASTRENSE. REFORMA EX

OFICIO. GRAU HIERÁRQUICO OCUPADO NA ATIVA. POSSIBILIDADE. 1. Alegações genéricas quanto à violação do artigo 535 do CPC não bastam à abertura da via especial, com base no art. 105, inciso III, alínea "a", da CE Incidência da Súmula n° 284/STF 2. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça é assente no sentido de que o militar, ainda que temporário, se declarado incapaz para o serviço militar, tem direito à reforma no grau hierárquico imediato ao que ocupava na ativa, desde que a doença incapacitante tenha eclodido durante o período de caserna, sendo prescindível a comprovação do nexo de causalidade entre a moléstia e as atividades desenvolvidas. Precedentes. 3. Agravo regimental não provido. (STJ; AgRg-REsp 1.283.330; Proc. 2011/0208073-0; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Castro Meira; Julg. 13/12/2011; DJE 16/02/2012)

Sendo assim, tendo em vista que a aposentadoria ocorreu a pedido do Suplicante, inviável a concessão da benesse pretendida.

Dito isso, no caso em exame, deve ser aplicado o art. 557 do Código de Processo Civil, que autoriza o relator a negar seguimento ao recurso manifestamente improcedente e/mi contrário à jurisprudência de Tribunal Superior, de modo a prestigiar os princípios da economia e celeridade processuais.

Com essas considerações, NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO. Publique-se. Intime-se. Oficie-se.

Cumpra-se.

João Pessoa, 19 unho de 1

Desembargador J O PORTO

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA Diretoria Judiciária

Registrado eitik/

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