Relatório
Escola Jardim do Monte
Área Territorial de Inspeção do Sul
…
Processo NUP: 10.03.24/00099/EMS/17
O
RGANIZAÇÃO E
F
UNCIONAMENTO DOS
E
STABELECIMENTOS DO
E
NSINO
I.
E
NQUADRAMENTO
1. Preâmbulo
A atividade Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (OFEEPC) integra o plano de atividades da Inspeção-Geral da Educação e Ciência, visando:
Verificar a existência das estruturas de gestão pedagógica.
Confirmar o cumprimento das matrizes curriculares.
Apreciar a fiabilidade dos registos de avaliação e de certificação.
Analisar a organização dos procedimentos administrativos.
Verificar o cumprimento dos requisitos aplicáveis ao nível:
dos recursos humanos;
dos recursos materiais;
dos procedimentos de segurança.
Verificar a correção dos procedimentos de execução dos contratos de apoio à família.
Assegurar o cumprimento do dever de transparência1.
De acordo com a metodologia desta atividade, em resultado de cada intervenção é elaborado um projeto de relatório, o qual é remetido ao estabelecimento de educação e ou ensino intervencionado, para pronúncia no prazo de 10 dias, podendo, neste período, ser demonstrada a correção de eventuais desconformidades. Esta pronúncia é refletida no documento, que então se converte em relatório, o qual é homologado e remetido à escola.
Se o relatório identificar eventuais incumprimentos em matérias que não são da competência da IGEC, o documento homologado é igualmente remetido à(s) entidade(s) competente(s) nessa(s) matéria(s).
Após a receção, pela escola, do relatório homologado, decorre um período de 60 dias para implementação das medidas necessárias ao cumprimento das recomendações nele incluídas, devendo a escola comunicar à IGEC as diligências efetuadas nesse sentido, apresentando os correspondentes comprovativos.
Findo este prazo, a IGEC verifica o cumprimento das supramencionadas recomendações (intervenção sequencial) e, caso persistam situações não corrigidas, comunica esse facto à tutela, ou aos serviços da administração educativa competentes.
2. Introdução
A presente intervenção foi determinada por despacho de 11 de janeiro de 2017 da chefe da
1 Artigo 39.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de
Equipa Multidisciplinar da Área Territorial de Inspeção do Sul, e foi executada pela equipa de inspeção constituída pelos inspetores João Henriques e Lurdes Navarro nos dias 13, 14, 16 e 17 de fevereiro de 2017.
Ao longo das três etapas da intervenção (preparação, trabalho de campo e elaboração do relatório) foram consultados documentos diversos da escola (autorização de funcionamento e respetivos averbamentos, projeto educativo, regulamento interno, documentos de planificação e operacionalização do currículo, processos individuais dos alunos, processos individuais dos docentes, listas e horários dos grupos e das turmas, licenças e relatórios das inspeções de segurança e documentação relativa a contratos e apoio à família), foram realizadas entrevistas com docentes, alunos, pais e encarregados de educação, e foi realizada uma visita às instalações.
A equipa regista a atitude de mobilização dos responsáveis e professores da escola com quem interagiu no decurso da intervenção.
3. Audiência prévia
Em sede de audiência, através de mensagem de correio eletrónico registada em 8 de março de 2018 (E/03457/EMS/18), veio a diretora pedagógica da Escola Jardim do Monte, Maria Dulce Dinis Augusto, expor que a Escola Jardim do Monte faz parte de um grupo de Escolas com planos próprios
segundo o currículo Waldorf que foram também objeto de intervenção pela IGEC (…) e que tiveram a oportunidade,
durante essas intervenções, de constatar, com o contributo da vossa equipa, algumas incoerências no processo de autorização dos planos próprios. Tal constatação, foi o impulso para uma série de encontros no Ministério da Educação, (…) nos quais foi reconhecida a necessidade de uma clarificação da situação que envolve as escolas mencionadas, o que desencadeou um processo de revisão do currículo e de toda a organização e funcionamento das escolas com Pedagogia Waldorf em Portugal, de forma a que a Pedagogia Waldorf e respetivo Currículo possam ser
considerados uma oferta educativa autónoma dentro do sistema educativo português e que a resolução do conteúdo
de algumas das recomendações (…) está, portanto, dependente do resultado dessa revisão.
II.
R
ELATÓRIO
1. Identificação e caracterização da escola
Designação:
Escola Jardim do Monte (adiante designada por EJM) Endereço:
Quinta S. João dos Montes, Estrada de Arruda, 2600-866 Alhandra Entidade titular:
HARPA - Associação Recriar para Aprender Autorização de funcionamento:
pré-escolar (curriculum português), válida para o ano letivo 2015/2016, por despacho, de 23 de junho de 2015, da Subdiretora-Geral da Direção-Geral da Administração-Escolar (DGAE)
Processo n.º 527 - 1.ª autorização provisória de funcionamento para o curriculum Waldorf, válida para o ano letivo 2015/2016, por despacho, de 23 de junho de 2015, da Subdiretora-Geral da DGAE. Porém, o documento de comunicação da concessão da autorização provisória de funcionamento (curriculum Waldorf) não contém os requisitos dos cursos e respetivos currículos e
programas, nem a respetiva equivalência aos percursos escolares nacionais, pelo que não é cumprido o
disposto no n.º 2 do artigo 32.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro (adiante designado por Estatuto).
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica informou que foi enviado no dia 9 de outubro de
2016, um pedido de renovação de funcionamento e pedido de vistoria e [p]osteriormente, foi remetido novo pedido,
contudo, existem dificuldades relativas à renovação da autorização de funcionamento, que se devem sobretudo ao facto de a emissão da licença de utilização por parte da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira estar condicionada pelo parecer da CCDRLVT (Comissão de Coordenacão e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo), na medida em que o terreno onde está implantada a Escola do Jardim do Monte está integrado na REN (Reserva Ecológica Nacional).
Acrescentou também que a definição dos requisitos dos cursos e respetivos currículos e programas, bem como a respetiva equivalência aos percursos escolares nacionais, estão a ser tratadas no âmbito da apresentação do documento “Oferta Educativa Currículo Waldorf” .
* Oferta educativa:
Educação pré-escolar, 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico com planos próprios Direção pedagógica:
A direção pedagógica é assegurada por Maria Dulce Dinis Augusto, homologada por despacho de 4 de maio de 2016, da Subdiretora-Geral da DGAE
Contratos celebrados com o Estado:
O Estado tem vindo a celebrar, desde o ano letivo 2009/2010, com a entidade titular da EJM contratos de desenvolvimento, a que se refere o artigo 9.º do Estatuto.
Transparência:
A EJM tem uma página na internet, um blogue e uma conta numa rede social onde divulga diversas informações, incluindo as suas atividades. À entrada dos serviços administrativos estão afixadas as modalidades e níveis de ensino ministrados, o corpo docente, os órgãos de direção, o custo das mensalidades e demais encargos. No entanto, não é divulgado o regime do contrato de desenvolvimento, como determina o n.º 1 do artigo 15.º do Estatuto.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica informou que é prática habitual receber, em
entrevista individual, todos os pais que inscrevem ou pretender inscrever ao alunos. Transmitiu também que na
entrevista lhes é explicado em que consiste o contrato de apoio à família de desenvolvimento da educação pré-escolar e os procedimentos de candidatura. Mais disse que, no início do ano letivo, é entregue aos pais um documento de divulgação de informação sobre o referido contrato, o qual anexou.
*
O projeto educativo e o regulamento interno, com os direitos e deveres dos alunos, bem como a tabela de preços são dados a conhecer aos pais e encarregados de educação no momento da matrícula.
Livro de reclamações:
A EJM dispõe de Livro de Reclamações, o qual está devidamente divulgado, com a identificação completa e a morada da entidade competente para apreciar as reclamações, como estipulado na alínea c) do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 156/2005, de 15 de setembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 74/2017, de 21 de junho.
2. Comunidade escolar
Frequentam a EJM 33 crianças da educação pré-escolar (distribuídos por duas salas) e 80 alunos: 41 do 1.º ciclo do ensino básico (quatro turmas, constituídas por ano de escolaridade), 25 do 2.º ciclo (duas turmas, uma por ano de escolaridade) e 9 do 3.º ciclo (duas turmas, uma do 7.º ano e outra do 8.º ano de escolaridade). Pese embora seja respeitada a lotação global autorizada para o ensino básico (100), o mesmo não sucede com a da educação pré-escolar (lotação autorizada: 20 crianças), conforme consta no despacho de 23 de junho de 2015 da Subdiretora-Geral da DGAE.
À data da presente intervenção, além das crianças 33 crianças da educação pré-escolar acima mencionadas, frequentavam a EJM nove crianças com idade inferior a três anos, constituindo um terceiro grupo de crianças, sob orientação de uma educadora de infância. Não dispondo a EJM de licença de funcionamento para a valência de creche, a constituição deste grupo desrespeita o disposto no artigo 3.º da Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro (Lei Quadro da Educação Pré-Escolar), e no artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 147/97, de 11 de junho.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica remeteu listagem das crianças a frequentar a educação pré-escolar em 2017-2018, verificando-se que todas têm três ou mais anos de idade. Contudo, da listagem constam 46 crianças, o que excede em 26 crianças a lotação autorizada para aquele nível de educação.
*
A comunidade escolar é, ainda, constituída por 20 elementos que exercem funções docentes e 12 trabalhadores não docentes (um dos quais desempenha funções de natureza administrativa).
3. Documentos estruturantes
A EJM formalizou o projeto educativo e o regulamento interno (RI), que foram enviados, para conhecimento, à Direção-Geral da Educação (DGE), pelo que se considera ter sido respeitado o determinado no n.º 2 do artigo 27.º e no n.º 6 do artigo 37.º, ambos do Estatuto.
docentes, em reuniões promovidas para o efeito, com periodicidade semanal.
O RI da EJM contempla os direitos e os deveres de alunos e encarregados de educação, a definição completa dos serviços de utilização obrigatória e de utilização facultativa, bem como as normas e condições a observar nessa utilização, as regras de prioridade na admissão de alunos e o regime disciplinar destes.
4. Organização do currículo
A organização curricular na educação pré-escolar é da responsabilidade das educadoras titulares de grupo, as quais garantem o cumprimento de cinco horas diárias e 25 horas semanais de atividades educativas estruturadas segundo as orientações curriculares aprovadas para este nível de educação e no respeito pelos princípios que norteiam a pedagogia Waldorf.
A DGE concedeu autorização para o funcionamento com um Plano Próprio nos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico,
segundo o ofício S-DGE/2014/32- DSDC/DEPEB, considerando que [o] plano curricular apresentado
[pela EJM] não corresponde, na íntegra, à matriz curricular dos 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, disposta nos anexos I e II do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, na sua redação atual. No entanto, em ambos os ciclos, está assegurada a carga horária semanal total prevista no referido normativo e [a]s metas de Português estão em conformidade com as metas curriculares dos 4.º e 6.º anos de escolaridade e as metas de Matemática estão de acordo com a metas curriculares dos 3.º, 4.º, 5.º e 6.º anos, homologadas pelo despacho n.º 10874/2012, de 10 de agosto. A DGE aprovou planos próprios para o 3.º ciclo, Curriculum Waldorf, segundo o
ofício enviado à EJM, com a referência S-DGE/2015/3206/DSDC/DEPEB.
Os oito quadros que se seguem, estruturados por ano de escolaridade (1.º ciclo do ensino básico e 7.º e 8.º anos) ou por ciclo (2.º ciclo do ensino básico), permitem comparar as matrizes curriculares aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, alterado pelos decretos-leis n.º 91/2013, de 10 de julho, n.º 176/2014, de 12 de dezembro, e n.º 17/2016, de 4 de abril (nos quadros designado, apenas, por DL n.º 139/2012), com as da Portaria n.º 59/2014, de 7 de março, que fixa os termos da gestão flexível do currículo, no âmbito da autonomia pedagógica das escolas particulares e cooperativas a que se refere o artigo 37.º do Estatuto, com a matriz aprovada pela DGE e com a matriz aplicada pela EJM.
1.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 420 420 420 105
Matemática 420 420 420 90
Estudo do Meio 180 135 - 90
Inglês - - 60 60
Expressões Artísticas e Físico-Motoras 180 135 - -
Apoio ao Estudo 90 67,5 90 90
Oferta Complementar 60 45 - -
História/Ciências/Geografia - - 180 -
Expressões Artísticas (artes plásticas, manualidades, música, expressão dramática)
- - 210 -
Atividades Físico-Motoras
Educação Física - - 60 -
1.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Aula Principal2 - - - 600 Hortofloricultura - - - 60 Pintura - - - 90 Francês - - - 45 Artes Manuais - - - 90 Música - - - 60 Jogos - - - 60 Rodas e Danças - - - 45 TEMPO A CUMPRIR 1350 1350 1500 1485 2.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 420 420 420 150
Matemática 420 420 420 150
Estudo do Meio 180 135 - -
Inglês - - 60 45
Expressões Artísticas e Físico-Motoras 180 135 - -
Apoio ao Estudo 90 67,5 90 90
Oferta Complementar 60 45 - -
História/Ciências/Geografia - - 180 -
Expressões Artísticas (artes plásticas, manualidades, música, expressão dramática) - - 210 - Atividades Físico-Motoras - - - - Educação Física - - 60 - Dança/Euritmia - - 60 - Aula Principal2 - - - 600 Hortofloricultura - - - 60 Pintura - - - 90 Francês - - - 60 Artes Manuais - - - 90 Música - - - 60 Jogos - - - 45 Rodas e Danças - - - 45 TEMPO A CUMPRIR 1350 1350 1500 1485 3.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 420 420 420 150
Matemática 420 420 420 150
Estudo do Meio 180 135 - -
Inglês 120 90 60 60
Expressões Artísticas e Físico-Motoras 180 135 - -
Apoio ao Estudo 90 67,5 90 90
Oferta Complementar 60 45 - -
História/Ciências/Geografia - - 180 -
2 A atividade letiva diária inicia-se com a Aula Principal, com a duração de 120 minutos no 1.º ciclo do ensino básico e 135 minutos
nos 2.º e 3.º ciclos, que integra conteúdos das disciplinas do plano de estudos nacional, nomeadamente Português, Matemática, Estudo do Meio, Ciências Naturais, Expressões Artísticas, História, Educação Visual e Geografia de Portugal. Após a pausa da manhã, decorrem aulas que complementam o currículo, que incidem sobre o domínio das expressões e das línguas estrangeiras, e reforçam as aprendizagens nas disciplinas de Português e Matemática, nos 1.º e 2.º ciclos, e ainda em Físico-Química e Geografia no 3.º ciclo.
3.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Expressões Artísticas (artes plásticas, manualidades, música, expressão dramática) - - 210 - Atividades Físico-Motoras - - - - Educação Física - - 60 - Dança/Euritmia - - 60 - Aula Principal2 - - - 600 Hortofloricultura - - - 60 Pintura - - - 90 Francês - - - 45 Artes Manuais - - - 90 Música - - - 45 Jogos - - - 60 Rodas e Danças - - - 45 TEMPO A CUMPRIR 1470 1470 1500 1485 4.º ano de escolaridade
Componentes do currículo DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 420 420 420 150
Matemática 420 420 420 150
Estudo do Meio 180 135 - -
Inglês 120 90 60 60
Expressões Artísticas e Físico-Motoras 180 135 - -
Apoio ao Estudo 90 67,5 90 90
Oferta Complementar 60 45 - -
História/Ciências/Geografia - - 180 -
Expressões Artísticas (artes plásticas, manualidades, música, expressão dramática) - - 210 - Atividades Físico-Motoras - - - - Educação Física - - 60 - Dança/Euritmia - - 60 - Aula Principal2 - - - 600 Hortofloricultura - - - 60 Pintura - - - 90 Francês - - - 45 Artes Manuais - - - 90 Música - - - 45 Jogos - - - 60 Rodas e Danças - - - 45 TEMPO A CUMPRIR 1470 1470 1500 1485
5.º e 6.º anos de escolaridade
Áreas disciplinares DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Línguas e Estudos Sociais 500 375 - -
Português 250 250 270 270
Inglês - - 135 135
História e Geografia de Portugal - - - -
Matemática e Ciências 350 262,5 - -
Matemática 250 250 270 90
Ciências Naturais - - - -
5.º e 6.º anos de escolaridade
Áreas disciplinares DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Educação Visual - - - -
Educação Tecnológica - - - -
Educação Musical - - - -
Educação Física 135 101,25 90 180
História - - 270 -
Ciências Naturais e Geografia - - 270 -
Artes Plásticas - - 60 -
Geometria - - 60 45
Manualidades - - 60 -
Música e Expressão Dramática - - 105 -
Dança/Euritmia - - 60 - Aula Principal2 - - - 675 Música - - - 90 Expressão Dramática - - - 45 Artes Manuais - - - 45 Artes - - - 45 Danças - - - 45 Estudo - - - 90 TEMPO A CUMPRIR 1350 1350 1695 1755 Apoio ao Estudo3 200 150 45 0
7.º ano de escolaridade
Áreas disciplinares DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 200 200 225 225
Línguas Estrangeiras 270 202,5 270 -
Inglês - - - 135
Língua Estrangeira II - Francês 90
Ciências Humanas e Socias 200 150 225 -
História - - - -
Geografia - - - 90
Matemática 200 200 225 -
Ciências Físicas e Naturais 270 202,5 270 -
Ciências Naturais - - - -
Físico-Química - - - 180
Expressões e Tecnologias 3004 225 315 -
Educação Visual 90 67,5 - -
TIC e Oferta de Escola5 - - - -
Educação Física - - - 90 Aula Principal2 - - - 675 Música - - - 45 Artes Manuais - - - 45 Artes - - - 90 Estudo - - - 90 TEMPO A CUMPRIR 1530 1530 1530 1755
8.º ano de escolaridade
Áreas disciplinares DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Português 200 200 225 225
3Apoio aos alunos na criação de métodos de estudo e de trabalho, visando prioritariamente o reforço do apoio nas disciplinas de
Português e de Matemática, de acordo com o n.º 1 do artigo 13.ºDecreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua versão atual.
4Do total da carga, no mínimo, 90 minutos para Educação Visual.
8.º ano de escolaridade
Áreas disciplinares DL n.º 139/2012 Portaria n.º 59/2014 Matriz aprovada pela DGE Matriz aplicada
Línguas Estrangeiras 225 168,75 270 -
Inglês - - - 90
Língua Estrangeira II - Francês - - - 90
Ciências Humanas e Socias 200 150 225 -
História - - - -
Geografia - - - 90
Matemática 200 200 225 -
Ciências Físicas e Naturais 270 202,5 270 -
Ciências Naturais - - - -
Físico-Química - - - 180
Expressões e Tecnologias 3006 225 315 -
Educação Visual 90 67,5 - -
TIC e Oferta de Escola7 - - - 45
Educação Física - - - 90 Aula Principal2 - - - 675 Música - - - 45 Artes Manuais - - - 45 Artes - - - 90 Estudo - - - 90 TEMPO A CUMPRIR 1485 1530 1530 1755
Através da análise aos quadros supra, e tendo em consideração exclusivamente os tempos atribuídos às diferentes disciplinas, sem atender aos seus conteúdos programáticos, uma vez que a metodologia aprovada para a atividade de Organização e Funcionamento dos Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo não o prevê, pode-se concluir o seguinte:
no 1.º ciclo, o total de tempo a cumprir na matriz aplicada, por semana, é de 1485 minutos, pelo que é respeitado o disposto no anexo I do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, e no n.º 3 da Portaria n.º 59/2014, de 7 de março.
nos 2.º e 3.º ciclos, o total de tempo a cumprir na matriz aplicada, por semana, é 1755 minutos, pelo que é cumprido o disposto nos anexos II e III do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, e no n.º 3 da Portaria n.º 59/2014, de 7 de março.
nos três ciclos de estudos, as matrizes curriculares incluem disciplinas que não constam do currículo nacional, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, na sua redação atual, nomeadamente hortofloricultura (1.º ciclo), pintura (1.º ciclo), inglês (1.º e 2.º anos), francês (1.º ciclo), artes manuais (1.º, 2.º e 3.º ciclos), rodas e danças (1.º ciclo), jogos (1.º ciclo), geometria (2.º ciclo), expressão dramática (2.º ciclo), artes (2.º e 3.º ciclos) e danças (2.º ciclo).
embora os planos autorizados pela Direção-Geral da Educação tenham sido enquadrados na Portaria n.º 59/2014, de 7 de março, não é possível apurar o tempo dedicado à abordagem de conteúdos curriculares das disciplinas que integram o currículo dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, de modo a garantir que é atribuída a cada disciplina, pelo menos, 75% do tempo mínimo previsto na matriz curricular nacional. Não é possível, igualmente, assegurar, nas disciplinas de português e matemática, o cumprimento da carga horária total prevista na matriz curricular nacional, como estipulado no n.º 4 do artigo 3.º da referida portaria.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica disse: O processo de revisão dos Planos Próprios e a criação da Oferta Educativa de Currículo Waldorf pretende precisamente clarificar o currículo a seguir.
*
5. Avaliação
A avaliação das crianças assume uma dimensão essencialmente formativa, com registos da evolução do desenvolvimento de cada criança, e com a participação dos educadores e da família. No final do ano é elaborado um relatório global do percurso desenvolvido, das aprendizagens conseguidas e das necessidades individuais a serem respondidas na fase seguinte do percurso.
A avaliação das aprendizagens no ensino básico contempla maioritariamente as dimensões diagnóstica e formativa, de modo contínuo e sistemático. A EJM definiu critérios de avaliação, aprovados em conselho pedagógico, que constam do Anexo I do RI, que assentam num conjunto de domínios e parâmetros, designadamente aos níveis psicomotor, socioafetivo, cognitivo e intuitivo.
O processo da formalização da avaliação interna no ensino básio inicia-se em reuniões do conselho de docentes do 1.º ciclo e do conselho de turma dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, as quais se realizam durante a interrupção das atividades letivas, de acordo com o calendário escolar definido para as escolas públicas. Nessas reuniões procede-se a uma descrição global que testemunhe o percurso do aluno a nível do aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a estar com os outros e
aprender a ser que é referida na ficha de registo de avaliação designada como “Um olhar sobre a
criança”.
A informação resultante da avaliação sumativa interna, realizada semestralmente, é concretizada tendo por referencial o conceito de avaliação em pedagogia Waldorf - …valoriza-se o que a criança ou o adolescente é capaz de fazer, a forma como enfrenta os seus desafios, em vez de penalizá-lo por
aquilo de que ainda não é capaz -, pelo que:
No 1.º ciclo do ensino básico a informação expressa-se de forma descritiva em todas as áreas curriculares, integrando os aspetos a melhorar e ou a consolidar;
Nos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico a informação expressa-se de forma descritiva, completando nas disciplinas de Português, Matemática, Ciências, História, Geografia, Física e Química, Inglês e Francês uma informação quantitativa numa escala de 3 a 5, e nas restantes áreas uma menção qualitativa de Muito Bom, Bom e Suficiente.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica disse que o processo de avaliação nas escolas
Waldorf pertendentes à APEPW [Associação Portuguesa de Escolas com Pedagogia Waldorf] está a ser
negociado com a tutela.
*
6. Organização dos serviços administrativos
Os processos das crianças e dos alunos analisados (21), que foram escolhidos de modo aleatório (dois da educação pré-escolar, 10 do 1.º ciclo, quatro do 2.º ciclo e cinco do 3.º ciclo),
mostram-se organizados, incluindo elementos de identificação, fichas de registo da avaliação e registos biográficos, relatórios médicos e de avaliação psicológica, programas educativos individuais, bem como relatórios circunstanciados. É assegurada a confidencialidade da informação neles constante.
Os alunos estão abrangidos por um seguro de acidentes pessoais.
Os processos dos trabalhadores que exercem funções docentes, analisados na totalidade, mostram-se, globalmente, organizados e atualizados, dado que incluem elementos fundamentais de identificação, comprovativos das habilitações académicas e profissionais e evidências da aplicação de mecanismos de controlo da assiduidade. Porém, estes processos não contêm comprovativos de robustez física e perfil psíquico.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica fez prova da existência de comprovativos de robustez física e perfil psíquico, os quais constam dos processos individuais dos docentes desde março de 2017.
*
Embora a oferta educativa seja identificada como planos próprios, não foram definidas as habilitações académicas a exigir aos docentes, nos termos do n.º 2 do artigo 45.º do Estatuto. Tendo em conta o disposto no n.º 1 do mesmo artigo, isto é, as habilitações exigidas para a lecionação das disciplinas ou áreas disciplinares correspondentes, nas escolas públicas, apenas 13 dos 20 trabalhadores que exercem funções docentes são detentores de habilitações adequadas.
*
Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica disse que está prevista a regularização da situação no processo de revisão dos Planos Próprios, estando contempladas as habilitações do Docente Waldorf no Documento Oferta Educativa Currículo Waldorf.
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Na plataforma da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência foi atempadamente preenchido o recenseamento escolar, pelo que se considera ter sido cumprido o previsto no artigo 47.º do Estatuto.
A direção da EJM não garantiu a existência de certificados de registo criminal, atualizados, de todos os colaboradores, remunerados ou não, como determina o artigo 2.º da Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto. Todavia, os certificados de registo criminal atualizados, que foram objeto de análise, estão isentos dos registos mencionados nas alíneas a), b) e c) do n.º 4 do artigo 2.º do normativo referido no ponto anteriormente.
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Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica fez prova da existência de certificados de registo criminal, atualizados, de todos os colaboradores, remunerados ou não.
7. Instalações e equipamentos educativos
A Escola Jardim do Monte funciona em três edifícios integrados na Quinta de S. João dos Montes, propriedade da presidente da direção, a qual foi cedida à entidade titular, ao abrigo de um comodato, assinado em 19 de agosto de 2008 e revisto, sob a forma de adenda, em 7 de fevereiro de 2010, no sentido de dilatar o seu período de vigência para 15 anos.
Num dos edifícios funcionam as salas para a educação pré-escolar, com espaços adequados às diferentes valências deste nível de educação; noutro funciona uma sala de artes manuais/carpintaria e num terceiro, de dois pisos, todas as salas e os espaços destinados às aulas do ensino básico, nomeadamente salas de aula, refeitório, cozinha, biblioteca, gabinetes, e casas de banho adaptadas.
Os espaços exteriores, inseridos na quinta, são polivalentes, com jardins, hortas e recreios; o polidesportivo encontra-se em remodelação. É possível o acesso ao edifício e aos diferentes espaços, interiores e exteriores, por pessoas com mobilidade condicionada.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil (CDOS de Lisboa) emitiu parecer favorável, em 14 de janeiro de 2014, sobre as medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios.
A entidade titular da EJM celebrou um contrato com uma empresa, em 31 de janeiro de 2017, que visa, genericamente, a implementação do sistema HACCP.
Estão atualizados os certificados comprovativos da realização de vistorias ou inspeções aos extintores de incêndio e às medidas de autoproteção contra incêndios em edifícios, o que não acontece relativamente às instalações de gás.
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Em sede de audiência prévia, a diretora pedagógica remeteu cópia do certificado de inspeção de instalações de gás, cuja vistoria foi realizada em 1 de março de 2017, com resultados satisfatórios.
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8. Contratos de apoio à família
O valor da anuidade, declarado no mapa resumo (Anexo II) do processo de candidatura ao contrato de desenvolvimento de apoio à família, foi calculado de acordo com o ponto 5.º da Portaria n.º 809/93, de 7 de setembro.
O valor total da comparticipação o Estado, no âmbito do contrato antes referido, foi entregue às famílias das crianças por ele abrangidas.
III.
R
ECOMENDAÇÕES
1. Requerer, conforme o estipulado no artigo 30.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de
novembro, a renovação da autorização de funcionamento ao serviço competente do Ministério da Educação.
2. Solicitar o averbamento, na autorização de funcionamento da Escola Jardim do Monte, dos
requisitos dos cursos e respetivos currículos e programas, bem como a respetiva equivalência aos percursos escolares nacionais, para cumprimento do disposto no n.º 2 do artigo 32.º do Estatuto do Ensino
Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.
3. Respeitar a lotação autorizada, para a educação pré-escolar, tal como consta na 1.ª renovação da autorização de funcionamento.
4. Recomendação removida em razão das alegações e da documentação apresentadas em sede de audiência prévia.
5. Respeitar a idade de integração das crianças na educação pré-escolar, de acordo com o artigo 3.º da Lei n.º 5/97, de 10 de fevereiro (Lei Quadro da Educação Pré-Escolar) e o artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 147/97, de 11 de junho (regime jurídico do desenvolvimento e expansão da rede de educação pré-escolar).
Recomendação cumprida conforme documentação apresentada em sede de audiência prévia.
6. Garantir, nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, o cumprimento do currículo devidamente
aprovado.
7. Materializar a informação resultante da avaliação sumativa interna, no 1.º ciclo, pela atribuição de menções qualitativas (Muito Bom, Bom, Suficiente e Insuficiente), acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução das aprendizagens do aluno com inclusão de áreas a melhorar ou a consolidar, sempre que aplicável, nos termos dos n.º 1 e n.º 2 do artigo 13.º do Despacho Normativo n.º 1-F/2016, de 5 de abril.
8. Expressar a informação resultante da avaliação sumativa interna, nos 2.º e 3.º ciclos, numa escala de 1 a 5, em todas as disciplinas, nos termos do n.º 3 do artigo 13.º do Despacho Normativo n.º 1-F/2016, de 5 de abril.
9. Tornar públicas, após cada período escolar, as classificações obtidas pelos alunos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, dando cumprimento ao disposto no n.º 3 do artigo 62.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro, conjugado com o Despacho Normativo 1-F/2016, de 5 de abril.
10. Assegurar a existência de comprovativos de robustez física e perfil psíquico de todos os docentes ao seu serviço, nos termos do artigo 43.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.
Recomendação cumprida conforme documentação apresentada em sede de audiência prévia.
11. Regularizar as situações relativas às habilitações académicas e profissionais de alguns trabalhadores com funções docentes, em cumprimento do disposto no artigo 45.º do Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo de nível não superior, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 152/2013, de 4 de novembro.
12. Solicitar os certificados do registo criminal de todos os trabalhadores, docentes e não docentes, remunerados ou não, ao serviço no estabelecimento, conforme o estabelecido na Lei n.º 113/2009, de 17 de setembro, alterada pela Lei n.º 103/2015, de 24 de agosto.
Recomendação cumprida conforme documentação apresentada em sede de audiência prévia.
IV.
P
ROPOSTAS
Propõe-se que:
1. O relatório seja homologado, nos termos do n.º 1 do artigo 15.º do Decreto-Lei n.º 276/2007, de 31 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 32/2012, de 13 de fevereiro.
2. O relatório homologado seja remetido:
2.1. À Escola Jardim do Monte, para conhecimento e cumprimento das recomendações apresentadas no capítulo III deste relatório.
2.2. À Direção-Geral da Educação, para os devidos efeitos.
2.3. À Direção-Geral da Administração Escolar, para os devidos efeitos. 2.4. À Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, para os devidos efeitos.
3. Seja encerrado o processo NUP 10.03.24/00099/EMS/17, sem verificação do cumprimento das recomendações ainda pendentes, atendendo ao facto de estar em curso um processo de revisão do currículo e de toda a organização e funcionamento das escolas com Pedagogia Waldorf em Portugal.
4. Seja realizada na Escola Jardim do Monte uma nova intervenção OFEEPC, preferencialmente no ano letivo 2019-2020. Local: Lisboa 06-04-2018 A equipa: João Henriques Lurdes Navarro
V.
H
OMOLOGAÇÃO
Concordo.À consideração do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência, para homologação.
A Chefe de Equipa Multidisciplinar de Acompanhamento, Controlo e Avaliação – Sul
Teresa de Jesus
06-04-2018
Homologo.
O Subinspetor-Geral da Educação e Ciência
Por subdelegação de competências do Senhor Inspetor-Geral da Educação e Ciência – nos termos do Despacho n.º 10918/2017, de
15 de novembro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 238, de 13 de dezembro de 2017
Augusto Patrício
Lima Rocha
Assinado de forma digital por Augusto Patrício Lima Rocha Dados: 2018.05.21 16:16:26 +01'00'