• Nenhum resultado encontrado

ANÁLISE COMPARATIVA DE DESASTRES NO BRASIL USANDO A METODOLOGIA DaLA (Damage & Loss Assessment)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ANÁLISE COMPARATIVA DE DESASTRES NO BRASIL USANDO A METODOLOGIA DaLA (Damage & Loss Assessment)"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

ANÁLISE COMPARATIVA DE DESASTRES NO BRASIL USANDO A

METODOLOGIA DaLA (Damage & Loss Assessment)

Aluna: Rebeca Hechtman Orientadora: Adriana Leiras

Introdução

Segundo a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC, 2012), desastres são definidos como eventos súbitos e calamitosos que interrompem as atividades de uma sociedade ou comunidade, causando perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientas que excedem a capacidade de recuperação da sociedade ou comunidade atingida usando apenas seus próprios recursos. Desastres são caracterizados por atingir uma determinada região causando danos econômicos, sociais e ambientais, podendo resultar em mortos e feridos (NATAJARATHINAM et al., 2009). Van Wassenhove (2006) propõe uma classificação de desastres entre naturais e provocados pelo homem, e de acordo com a velocidade com que os desastres se iniciam - de forma lenta (como exemplo, fome, seca, e crises de refugiados) ou súbita (como exemplo, terremotos, furacões e ataques terroristas).

Os desastres são caracterizados também por quatro fases: mitigação, preparação, resposta e reabilitação/ reconstrução (VAN WASSENHOVE, 2006). A mitigação abrange atividades que visam impedir ou reduzir a probabilidade de ocorrência de um desastre. A preparação envolve o planejamento das atividades possíveis de serem realizadas para uma resposta eficiente após a ocorrência de um desastre. A resposta é uma fase reativa, tendo em vista que as entidades, o governo e a população atuam diretamente no salvamento de vidas e na preservação dos recursos humanos e financeiros da região afetada. A reabilitação/ reconstrução foca no restabelecimento econômico, social e patrimonial da região afetada.

Estima-se que nos próximos 50 anos as catástrofes naturais e outros desastres provocados pelo homem aumentarão cinco vezes, em número e gravidade (THOMAS e KOPCZAK, 2005), tanto em áreas rurais quanto em áreas urbanas, como consequência de fatores como o aumento populacional e a ocupação do solo, associados ao processo histórico de urbanização e industrialização. Nas áreas rurais, estes fatores se devem a desmatamentos, queimadas, compactação de solos e assoreamento de rios. Já nas áreas urbanas, devem-se à impermeabilização de solos, adensamento de construções, conservação de calor, poluição do ar, planejamento deficiente e ocupação de áreas de risco (KOBIYAMA et. al., 2006).

Diversos episódios de grande magnitude têm demonstrado a vulnerabilidade da sociedade moderna, evidenciando a necessidade de uma gestão diferenciada para estes eventos. Como exemplo, pode-se citar o tsunami e o terremoto no Oceano Índico em 2004; os frequentes furacões no Caribe e América do Norte; os terremotos no Paquistão em 2005, na China em 2008, no Haiti e no Chile em 2010, na Nova Zelândia em 2010/ 2011 e a série de desastres em Tōhoku, no Japão, em 2011. Eventos como os tornados nos Estados Unidos e o tsunami no Japão são exemplos de que, mesmo em países desenvolvidos, existem grupos vulneráveis aos impactos adversos de fenômenos naturais. No Brasil, ocorreram as enchentes no Vale do Itajaí (SC) em 2008, no Nordeste em 2009, e em São Luiz do Paraitinga (SP) em 2010, além dos catastróficos deslizamentos em Angra dos Reis em 2010 e na região serrana do Rio de Janeiro em 2011.

(2)

Os resultados negativos provenientes desses eventos têm crescido significativamente devido ao aumento da densidade demográfica e ao crescimento urbano desordenado, especialmente nos países emergentes. Entre 1992 e 2012, desastres em todo mundo afetaram 4,4 bilhões de pessoas, matando 1,3 milhões, e custaram 2 trilhões de dólares em danos (UNISDR, 2012). Segundo Guha-Sapir et al. (2013), o prejuízo material gerado apenas por desastres naturais correspondeu, em 2012, ao recorde de 157,3 bilhões de dólares.

O gerenciamento de desastres no Brasil impõe grandes desafios a agentes públicos, organizações não governamentais e empresas privadas. Assim, esforços acadêmicos (NOGUEIRA e GONÇALVES, 2010; COSTA et al., 2012; LEIRAS et al., 2014) e práticos (Lei 12.608/2012 - BRASIL, 2012), estão sendo cada vez mais mobilizados para o desenvolvimento de conhecimento e ferramentas apropriadas para a gestão de riscos de desastres e redução de impactos econômicos e sociais em decorrência dos mesmos.

Neste contexto, este trabalho foi motivado pela necessidade de melhor se estimar perdas e danos em situações de desastres em diferentes setores como saúde, habitação e educação, entre outros, de forma a comparar desastres recentes ocorridos no Brasil e auxiliar um melhor gerenciamento dos investimentos na recuperação da área, da economia e da população afetadas. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – CEPAL (2013), dano é a destruição total ou parcial de bens materiais, cujo efeito é imediato. Por outro lado, perda é definida como mudança no fluxo da economia, com efeito de média e longa duração. Este artigo objetiva realizar uma análise crítica da aplicação da metodologia DaLA (Damage & Loss Assessment) a quatro casos de desastres ocorridos no Brasil: Santa Catarina, 2008 (BANCO MUNDIAL, 2012a); Pernambuco, 2010 (BANCO MUNDIAL, 2012b); Alagoas, 2010 (BANCO MUNDIAL, 2012c); e Rio de Janeiro, 2011 (BANCO MUNDIAL, 2012d). Objetivos

O objetivo deste estudo foi realizar uma comparação das perdas e danos entre casos recentes no Brasil, utilizando a metodologia DaLA. Este trabalho foi motivado pela necessidade de melhor se estimar perdas e danos em situações de desastres em diferentes setores como saúde, habitação e educação, entre outros, de forma a comparar desastres recentes ocorridos no Brasil e auxiliar um melhor gerenciamento dos investimentos na recuperação da área, da economia e da população afetadas.

Desta forma, utilizando as análises dos quatro casos de desastres no Brasil desenvolvidos pelo Banco Mundial (Pernambuco, Alagoas, Santa Catarina e Rio de Janeiro) e tendo como foco o desenvolvimento de um novo caso (o de São Paulo), foram identificados alguns problemas/ oportunidades de melhoria, tanto em relação à metodologia em si quanto sobre as informações disponibilizadas em cada desastre. Fez-se necessária a busca por fontes de dados e informações comuns aos diferentes estados, de forma a permitir uma avaliação de perdas e danos mais uniforme e melhor comparável, dada a forte carência no registro e divulgação de informações e uma falta de uniformização na nomenclatura dos dados obtidos.

Consequentemente, surgiu a necessidade de fazer uma revisão e atualização da metodologia DaLA para definir um modelo ideal de aplicação da mesma no Brasil. Portanto, este relatório apresenta uma análise crítica da aplicação da metodologia DaLA (Damage & Loss Assessment) a casos de desastres no Brasil e possíveis formas de solucionar tais problemas.

Metodologia

Esta seção apresenta a metodologia DaLA segundo World Bank (2013). Esta metodologia foi desenvolvida em 1972 pela CEPAL e, desde então, vem sendo modificada para ser utilizada como uma ferramenta de avaliação de perdas e danos em desastres e é a única metodologia disponível para analisar efeitos gerais negativos e impactos de desastre na

(3)

economia e sociedade da região afetada (outras metodologias se referem à fase de emergência ou a somente um dos setores). A DaLA é uma metodologia flexível e pode ser facilmente adaptada de acordo com o tipo de desastre e região onde ocorreu, já tendo sido aplicada a desastres como o tsunami na Índia (2005); o tsunami nas Maldivas (2005); as enchentes na Guiana (2005); o terremoto na Indonésia (2006); o terremoto no Paquistão (2005), dentre outros eventos.

A aplicação da metodologia é realizada de acordo com avalição das perdas e danos em setores, como habitação, transporte, educação, saúde, agropecuária, água e saneamento, energia, indústria, comércio e serviços. O primeiro passo é delimitar a área afetada para, então, calcular os prejuízos econômicos, sociais e ambientais decorrentes do desastre naquela região para cada setor. Para este cálculo, são necessárias informações de fontes oficiais, sejam de órgãos municipais, estaduais ou federais. Também é possível entrevistar proprietários de estabelecimentos de comércio, o que possibilita uma estimativa do impacto do desastre na iniciativa privada. A distinção entre impactos no setor público e no setor privado é de vital importância para se determinar qual dos dois foi mais afetado pelo desastre e, portanto, terá maiores gastos com a etapa de reconstrução.

Através da DaLA, pode-se fazer um estudo comparativo de setores, objetivando definir a região e os setores mais afetados para traçar prioridades para planos reconstrução da área atingida. Com a aplicação da metodologia, torna-se possível, portanto, a identificação da necessidade de políticas públicas e de programas de desenvolvimento para reduzir os efeitos indesejáveis no desempenho econômico e no bem-estar da população após a ocorrência do desastre, de forma que a sociedade afetada possa reestabelecer o seu desempenho normal o mais breve possível.

Um quesito importante na utilização da DaLA é o tempo, pois a aplicação na sua forma mais precisa e com a maior exatidão nos dados é demorada. Como muitas vezes é necessário realizar o trabalho de avaliação de forma rápida a fim de nortear a resposta ao desastre e iniciar a busca por ajuda internacional, a avaliação rápida ganha prioridade sobre a detalhada (o que não pode comprometer, contudo, a validade do estudo). Logo, deve-se balancear a precisão da tarefa e a urgência em completar a avaliação. Caso haja necessidade de dados mais precisos, estes poderão ser levantados posteriormente, atualizando a estimativa de custo.

Outro quesito fundamental é o entendimento dos termos utilizados na metodologia. Como um desastre causa danos diretos, perdas indiretas e efeitos macroeconômicos, é preciso entender detalhadamente suas definições. Simplificadamente, pode-se pensar nas perdas diretas como ativos afetados e nas perdas indiretas como o fluxo para a produção de bens e serviços que foi afetado (ou seja, que não serão produzidos ou prestados durante um período de tempo que se inicia após o desastre e pode durar ao longo dos períodos de reabilitação e reconstrução). Os danos ocorrem no momento do desastre ou nas primeiras horas após o desastre e as perdas podem se estender ao longo de um período de até cinco anos. Assim, pode-se perceber que durante uma avaliação rápida, a identificação de danos é relativamente mais simples que as perdas, já que estas últimas serão notadas em diferentes momentos após o desastre. Assim, como a maioria destes efeitos indiretos não é evidente (embora possam ser identificados quando o dano é estimado), quando a avaliação é realizada nem sempre é possível medi-los em termos monetários.

Para efeito ilustrativo, os principais itens da categoria de danos incluem destruição total ou parcial de infraestrutura, prédios, instalações, máquinas, equipamentos, meios de transporte e armazenagem, móveis, danos à terra, obras de irrigação, represas e afins. Já os principais itens da categoria de perdas incluem aumentos induzidos pelo desastre em despesas correntes e custos na prestação de serviços essenciais, bem como a esperada diminuição da renda nos casos em que esses serviços não podem ser prestados em condições normais, como, por exemplo, perdas de colheitas futuras devido a inundações ou secas prolongadas, perdas na

(4)

produção industrial devido a danos a fábricas ou um déficit resultando em acesso a matérias-primas e maiores custos de transporte com a necessidade de rotas alternativas. A Tabela 1 apresenta exemplos de perdas e danos a serem levantados para cada setor avaliado na DaLA.

Tabela 1 - Descrição dos setores abordados na metodologia DaLA

Setores Perdas Danos

Habitação Contratos, instalações temporárias, lucro cessante, obras, projetos

Mobiliário, instalações

Transporte Aluguel, obras, limpeza, projetos, meios de transporte, custos operacionais, receita

Acessos de transporte, instalações, vias para transporte, material para construção

Saúde Campanhas, custos operacionais, lucro cessante, mobiliário, projetos,

instalações temporárias

Instalações, equipamento hospitalar, material hospitalar, meios de transporte

Agropecuária Atividade de gado Alimentos, atividade agrícola, atividade de gado, infraestrutura, produção destruída, estoque de alimentos básicos, criação de animais Água e Saneamento Aumento de custos operacionais, lucro

cessante, mão-de-obra, remoção de lixo, suspensão no abastecimento

Abastecimento de água, tratamento de esgotos, infraestrutura, equipamentos de coleta, veículos de serviço

Educação Lucro cessante, obras, projetos, contratos, imóveis temporários custos operacionais

Imóveis, meios de transporte, material, mobiliário, alimentos

Energia Petróleo, gás, eletricidade – Abastecimento temporário/perdas indiretas

Petróleo, eletricidade – geração/ rede de transmissão e distribuição, gás

Telecomunicações Sistemas

Fonte: Baseado em World Bank (2013)

Estudo de Caso

Os casos analisados neste artigo são os quatro que foram desenvolvidos pelo Banco Mundial (BANCO MUNDIAL, 2012a; 2012b; 2012c; 2012d) e um novo caso referente ao estado de São Paulo com base em relatórios de avaliação de danos da Secretaria Nacional de Defesa Civil - AVADANs (que são enviados pelos municípios ao governo federal em casos de decretação de estado de emergência ou calamidade pública), relatórios da Secretarias de Estado, entre outros.

A primeira das quatro ocorrências de desastres analisados pelo Banco Mundial aconteceu em Santa Catarina entre novembro de 2008 e janeiro de 2009, quando chuvas prolongadas e de grande volume atingiram o litoral catarinense. Ainda que siga uma série histórica de quase 40 anos, o evento se caracterizou como um dos piores da história do estado, principalmente pela ocupação de áreas de risco e falta de infraestrutura para contenção de deslizamentos e pela recorrência das chuvas. Mais de um milhão de pessoas foram afetadas e 60 municípios foram atingidos (BANCO MUNDIAL, 2012a).

(5)

Entre 17 e 19 de junho de 2010, fortes chuvas atingiram Pernambuco e Alagoas gerando inundações bruscas. Frentes frias de forte intensidade que alcançaram o litoral do Nordeste aliadas a elevação da temperatura do oceano atlântico e a uma grande concentração de nuvens nas cabeceiras dos rios resultaram em um fenômeno chamado de Onda Leste, que atingiu 44 municípios em Pernambuco e 20 de Alagoas. Com a entrada do inverno é comum o aumento das chuvas em Alagoas e Pernambuco em junho e julho, porém no ano de 2010 o volume de precipitação superou as previsões. Em Pernambuco, cidades inteiras foram destruídas, como os municípios de Palmares e Barreiros, e ainda que os dois casos tenham uma causa em comum, o número de afetados desse estado foi mais que o dobro que o de Alagoas (BANCO MUNDIAL, 2012b; BANCO MUNDIAL, 2012c).

Já o evento ocorrido no Rio de Janeiro entre 11 e 12 de janeiro de 2011 foi considerado o pior desastre ocorrido no Brasil, com mais de 900 mortos, e mais 300 mil afetados nos 7 municípios atingidos. Além do volume torrencial de chuvas, nesse caso causadas pela entrada de massas de ar provenientes da Zona de Convergência do Atlântico Sul, a utilização inapropriada do solo – o que resultou nos deslizamentos – foi culminante para o aumento da vulnerabilidade. A dimensão do desastre pode ser representada pelo número de pessoas envolvidas no processo de resposta. Mais de mil homens de diferentes organizações foram destacados para atuar na região em ações de busca e salvamento. Os impactos deste desastre foram além de suas perdas e danos e por, sua intensidade, serviram de alerta para desencadear um processo de fortalecimento das práticas de gestão de riscos de desastres a nível nacional (BANCO MUNDIAL, 2012d).

Em relação ao caso de São Paulo, vinte dos trinta e nove municípios da mesorregião do Vale do Paraíba Paulista foram afetados em virtude das chuvas torrenciais (precipitações diárias ao longo dos meses de dezembro de 2009 e janeiro de 2010) que, com o acúmulo, resultaram em uma forte inundação. Nesse estudo, porém, será estudado apenas o impacto do desastre sobre o município de São Luiz do Paraitinga – região mais afetada da mesorregião do Vale do Paraíba Paulista. O Rio Paraitinga se elevou onze metros acima do normal (sendo dois metros o comum) e as águas atingiram o centro histórico da cidade de forma inesperada. Ainda que os drásticos eventos climáticos tenham deflagrado o desastre, deve-se também levar em conta os fatores antropológicos que aumentam a vulnerabilidade: ocupação progressiva das várzeas, que naturalmente alagam; disseminação das pastagens concorre para a compactação do solo, e a realização de queimadas empobrece o solo e contribui para o assoreamento dos corpos hídricos; utilização, nas técnicas de construção, de um material que absorveu água e perdeu firmeza durante a inundação, resultando em colapsos estruturais. Em relação aos prejuízos sociais, a estimativa da quantidade de desalojados, desabrigados, número de feridos e óbitos foi, respectivamente, 5000, 4000, 2 e 1 pessoas no município de São Luiz do Paraitinga. Quanto aos prejuízos materiais, foram destruídos edifícios históricos (que representa destruição da cultura) e foram danificadas as redes elétricas, de abastecimento de água, de telefonia celular e de transporte terrestre, o que dificultou a comunicação e a locomoção dos habitantes e a logística de apoio às vítimas (KAWASAKI et al., 2012).

Análise Comparativa

A Tabela 2 exibe um resumo das características dos casos com informações de tipo, ano, percentual de perdas e danos, número de afetados e custo total. Através da tabela 2 e da figura 1, é possível notar que, nos casos de Santa Catarina (SC), Pernambuco (PE), Alagoas (AL) e São Paulo (SP), existe uma relação proporcional entre o número de afetados e custo total dos desastres, ou seja, quanto maior o número de afetados, maior o custo. O evento ocorrido no Rio de Janeiro (RJ) chama atenção por ter um comportamento fora desse padrão. Apesar de ter um número de afetados relativamente baixo (o terceiro menor dos cinco casos), o desastre deste estado possui o maior custo total. Esse comportamento também é sentido no

(6)

perfil de perdas e danos. Enquanto nos outros quatro estados os danos são mais significativos (representam de 60% a 84% do total de impactos), no Rio de Janeiro são as perdas que contribuem majoritariamente (54%).

Tabela 2 - Características dos casos de desastre

Desastre Tipo Ano Perdas Danos Afetados Vítimas fatais Custo total

SC (2008) Inundações bruscas 2008 31% 69% 1.462.596 110 R$ 4.756.204.220,85

PE (2010) Inundações bruscas 2010 40% 60% 740.001 36 R$ 3.349.247.434,97

AL (2010) Inundações bruscas 2010 16% 84% 269.651 20 R$ 1.796.443.918,58

SP (2010) Inundações e deslizamentos 2010 19% 81% 13.518 0 R$ 109.441.550,00

RJ (2011) Inundações e deslizamentos 2011 54% 46% 304.562 905 R$ 4.632.395.531,94 Fonte: Baseado em Banco Mundial (2012a; 2012b; 2012c; 2012d) e AVADAN’s do município de São Luiz do Paraitinga

Figura 1 - Custo total gasto por quantidade de pessoas afetadas em cada um dos cinco estados Fonte: Autor

Figura 2 – Na figura da esquerda, o tamanho das bolas representa o número de afetados por estado; já na figura da direita, representa o custo total de cada desastre. A abcissa refere-se aos danos e a ordenada às perdas.

Fonte: Autor R$ 0,00 R$ 1.000.000.000,00 R$ 2.000.000.000,00 R$ 3.000.000.000,00 R$ 4.000.000.000,00 R$ 5.000.000.000,00 R$ 6.000.000.000,00 - 500.000 1.000.000 1.500.000 2.000.000 Cu sto t o tal Número de afetados

Custo Total x Afetados

AL(2010) SC (2008) RJ (2011) SP (2010) PE (2010)

(7)

A Tabela 3 mostra um quadro resumo com os totais de dispêndios financeiros em cada um dos setores definidos pela metodologia DaLA: infraestrutura, setores sociais, setores produtivos e meio ambiente. As informações de Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro e Santa Catarina foram obtidas através de publicações realizadas pelo Banco Mundial (Banco Mundial, 2012). As informações referentes ao caso de São Paulo foram geradas com base nos relatórios de Avaliação de Danos (AVADAN) da Secretaria Nacional de Defesa Civil.

Tabela 3: Perdas e danos por setor de acordo com a metodologia DaLA

SETORES ALAGOAS PERNAMBUCO RIO DE JANEIRO SANTA CATARINA SÃO PAULO

Infraestrutura R$ 277.778.697,34 R$ 443.789.235,61 R$ 1.122.738.863,48 R$ 1.458.162.848,28 R$ 48.882.260,00 Transporte R$ 247.602.577,34 R$ 394.096.015,20 R$ 620.971.233,15 R$ 1.352.090.098,28 R$ 46.527.000,00 Telecomunicações R$ 2.889.000,00 R$ 816.835,30 R$ 9.303.400,00 R$ 2.804.000,00 R$ 1.500.000,00 Água e saneamento R$ 15.522.920,00 R$ 36.158.464,11 R$ 457.033.353,83 R$ 29.206.230,00 R$ 622.500,00 Energia R$ 11.764.200,00 R$ 12.717.921,00 R$ 35.430.876,50 R$ 74.062.520,00 R$ 232.760,00 Setores Sociais R$ 1.348.105.070,89 R$ 2.436.194.215,91 R$ 2.695.572.627,97 R$ 1.747.797.876,49 R$ 28.998.400,00 Habitação R$ 1.092.324.866,56 R$ 2.003.595.752,74 R$ 2.609.672.627,97 R$ 1.428.782.841,04 R$ 25.806.000,00 Saúde R$ 59.261.819,33 R$ 146.042.136,36 R$ 11.270.000,00 R$ 155.725.066,36 R$ 634.400,00 Educação R$ 196.518.385,00 R$ 286.556.326,81 R$ 74.630.000,00 R$ 163.289.969,09 R$ 2.558.000,00 Setores Produtivos R$ 232.166.150,28 R$ 424.835.417,56 R$ 896.100.891,49 R$ 1.398.034.286,20 R$ 31.245.890,00 Agricultura R$ 12.112.150,00 R$ 63.385.828,06 R$ 214.000.000,00 R$ 539.466.589,20 R$ 16.688.560,00 Indústria R$ 94.368.000,00 R$ 35.372.380,95 R$ 153.482.850,00 R$ 858.567.697,00 R$ 12.802.330,00 Comércio R$ 125.686.000,28 R$ 326.077.208,55 R$ 469.218.041,49 R$ 0,00 R$ 0,00 Turismo R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 59.400.000,00 R$ 0,00 R$ 1.755.000,00 Meio Ambiente R$ 32.762.000,00 R$ 66.260.698,65 R$ 71.466.000,00 R$ 152.209.210,00 R$ 315.000,00 Total R$ 1.890.811.918,51 R$ 3.371.079.567,73 R$ 4.785.878.382,94 R$ 4.756.204.220,97 R$ 109.441.550,00 Numero de Afetados 269.651 740.001 304.562 1.462.596 13.518 Fonte: Autor

Observa-se que os gastos no caso de São Paulo se concentraram majoritariamente no setor de infraestrutura – transporte (43%), enquanto que estes mesmos gastos foram em média, nos outros quatro casos, apenas 17% do total. Em relação aos setores sociais, São Paulo teve gastos mais baixos (26%) quando comparado com a média dos demais casos (59%). Já nos setores produtivos, São Paulo teve gastos mais altos em comparação com os outros quatro casos (29% e 18%, respectivamente). O setor de meio ambiente foi aquele com menor custo: São Paulo praticamente teve gasto nulo em relação ao total gasto (0%) e a média dos demais foi de 2%.

A Tabela 4 mostra a divisão de custos por setor, onde os setores de habitação, transportes e indústria, comércio e serviços são os mais afetados de forma geral. Em função da falta de informações, foram omitidos detalhes a respeito de impactos em setores como infraestrutura de energia e telecomunicações, turismo e meio ambiente, conforme apresentado na classe “Omitidos”.

(8)

Tabela 4 - Divisão dos custos dos casos de desastre por setor

Setores PE (2010) AL (2010) SC (2008) RJ (2011) SP (2010)

Habitação 60% 61% 30% 56% 24%

Transportes 12% 14% 28% 13% 42%

Indústria, comércio e serviços 10% 7% 18% 10% 12%

Educação 9% 11% 3% 2% 2% Agropecuária 2% 1% 11% 5% 15% Água e saneamento 1% 1% 1% 10% 1% Saúde 4% 3% 3% 0% 1% Energia 0% 1% 2% 1% 0% Omitidos 2% 2% 3% 3% 3% Custo total 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Baseado em Banco Mundial (2012a; 2012b; 2012c; 2012d) e AVADAN’s do município de São Luiz do Paraitinga

A Figura 3 exibe a divisão dos custos por setor associada aos cinco casos de desastres analisados nesse estudo. Esse gráfico representa as somas dos gastos de todos os estados por setor em relação ao total gasto em todos os desastres. É explicitado, assim, que os setores de habitação, transportes e indústria, comércio e serviços são os mais afetados de forma geral.

Figura 3 - Divisão dos custos dos casos de desastre por setor Fonte: Autor

A Figura 4 exibe a divisão do custo de habitação associado aos cinco casos de desastre. Uma análise preliminar permite inferir que o tipo de impacto que mais relevante nos casos brasileiros são ‘obras’ e ‘unidades habitacionais destruídas’, com 42% e 33% respectivamente. Agropecuária 6% Água e saneamento 4% Educação5% Energia 1% Habitação 49% Indústria, comércio e serviços 12% Omitidos 3% Saúde 2% Transportes 18% Agropecuária Água e saneamento Educação Energia Habitação Indústria, comércio e serviços Omitidos

(9)

Figura 4 - Divisão dos custos de habitação Fonte: Autor

Para consolidar essa ideia, pode-se analisar o caso de cada estado. Conforme apresentado na Tabela 5, em Alagoas e em São Paulo, ‘unidades habitacionais destruídas’ representam o maior custo (75% e 71%, respectivamente); em Pernambuco, ‘obras’ e ‘unidades habitacionais destruídas representam 47% e 37%, respectivamente; no Rio de Janeiro, ‘obras’ foi o item com o qual mais foi gasto (72%). Em Santa Catarina, ‘unidades habitacionais danificadas’, ‘unidades habitacionais destruídas’ e ‘obras’ (53%, 19% e 14% respectivamente). Ainda que este último caso fuja um pouco do perfil por ter como maior ‘custo unidades habitacionais danificadas’, todo o quadro mostra que a maior relevância dos desastres brasileiros no setor de habitação se encontra em obras e unidades habitacionais. ‘Obras’ por sua vez, é constituída por: Barragens; Contenção de margem; Demolição de imóveis em situação de risco; Dragagem/Drenagem/Desassoreamento; Encostas; Readequação das Margens; Recuperação Ambiental; Remoção de escombros; e Terraplanagem para habitacionais.

CONTRATOS 1% MOBILIÁRIO DE DOMICILIOS DANIFICADOS 1% MOBILIÁRIO DE DOMICILIOS DESTRUÍDOS 2% MORADIA TEMPORÁRIA 5% OBRAS 42% PERDAS DE RECEITA 1% TERRENO 1% UNIDADES HABITACIONAIS DANIFICADAS 14% UNIDADES HABITACIONAIS DESTRUÍDAS 33% CONTRATOS MOBILIÁRIO DE DOMICILIOS DANIFICADOS MOBILIÁRIO DE DOMICILIOS DESTRUÍDOS MORADIA TEMPORÁRIA OBRAS PERDAS DE RECEITA

(10)

Tabela 5 - Divisão dos custos de habitação para cada caso

Item de custo PE (2010) AL (2010) SC (2008) RJ (2011) SP (2010)

Contratos 1% 1% 1% 0% 0%

Mobiliário de domicílios danificados 1% 0% 5% 0% 0% Mobiliário de domicílios destruídos 2% 4% 1% 1% 0%

Moradia temporária 6% 12% 6% 2% 0% Obras 47% 0% 14% 72% 17% Perdas de receita 0% 5% 0% 0% 0% Projetos 0% 0% 0% 0% 0% Receita 0% 0% 0% 0% 0% Terreno 0% 0% 0% 1% 0%

Unidades habitacionais danificadas 6% 2% 53% 4% 12%

Unidades habitacionais destruídas 37% 75% 19% 19% 71%

Total 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Baseado em Banco Mundial (2012a; 2012b; 2012c; 2012d) e AVADAN’s do município de São Luiz do Paraitinga

A Figura 5 mostra o percentual de cada item no custo de transporte para os cinco estados, a partir da qual infere-se que maior parte das despesas estão relacionadas a ‘vias para transportes’ e ‘passagens de transporte’ (46% e 44%). A Tabela 6 confirma esse resultado, já que para os estados de Pernambuco, Santa Catarina e Rio de Janeiro e São Paulo os mesmos itens constituem mais de 80% do total. Já para Alagoas, o perfil se altera um pouco. O item ‘Projetos’ aparece segundo maior custo, item que não foi destaque nos outros estados e que supera ‘Passagens de transportes’. Ainda assim, juntos, ‘vias para transporte’ e ‘passagens de transporte’ constituem majoritariamente o custo do setor de transporte em Alagoas, com 72%.

Figura 5 - Divisão dos custos de transporte Fonte:Autor AUMENTO DE CUSTO DE OPERACÕES COM VEÍCULOS 1% LIMPEZA 3% TRANSPORTEMEIOS DE 1% PASSAGENS DE TRANSPORTES 44% PORTOS 4% PROJETOS 1% VIAS PARA TRANSPORTE 46% AUMENTO DE CUSTO DE OPERACÕES COM VEÍCULOS LIMPEZA MEIOS DE TRANSPORTE PASSAGENS DE TRANSPORTES PORTOS

(11)

Tabela 6 - Divisão dos custos de transporte para cada caso

Item de custo PE (2010) AL (2010) SC (2008) RJ (2011) SP (2010)

Aumento de custo de operações com veículos 0% 0% 2% 0% 0%

Limpeza 7% 0% 4% 0% 0%

Lucro cessante 0% 0% 1% 0% 0%

Obras 0% 0% 0% 0% 9%

Manutenção 0% 0% 0% 0% 0%

Material para construção 0% 0% 0% 0% 0%

Meios de transporte 0% 0% 2% 0% 8%

Passagens de transportes 53% 12% 41% 48% 0%

Terminais 0% 0% 9% 0% 0%

Projetos 0% 27% 0% 0% 0%

Vias para transporte 40% 60% 41% 52% 83%

(vazio) 0% 1% 0% 0% 0%

Total 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Baseado em Banco Mundial (2012a; 2012b; 2012c; 2012d) e AVADAN’s do município de São Luiz do Paraitinga

Análise crítica da aplicação da metodologia DaLA

Para a análise crítica da aplicação da metodologia DaLA aos casos anteriormente mencionados, primeiramente faz-se necessário ressaltar a importância da iniciativa do Banco Mundial frente ao desafio de realizar o estudo, considerando a falta de informações padronizadas, detalhadas e consistentes sobre históricos de desastres no Brasil. A prevenção de e a preparação para desastres requer o estudo de desastres passados, visto que para se dimensionar o tamanho e a severidade de um possível futuro desastre numa área de risco, é necessário um levantamento de dados sobre catástrofes anteriores semelhantes na região. Além da comparação de eventos em uma mesma região, para efeitos de comparação, pode-se utilizar ainda dados de regiões distintas, mas de comportamento similar. No entanto, para que estas comparações sejam válidas, é necessário que métodos, dados coletados e a organização destes dados sejam os mesmos ou similares. Assim, a comparação dos casos de desastre apresentados é dificultada devido a variáveis como:

 Tempo: quanto tempo o indivíduo fica “afetado”, disponibilização de aluguel social etc.;

 Nomenclatura não padronizada: o levantamento de perdas e danos para cada setor seguiu a disponibilidade dados e, por isso, os diversos itens de custo e/ou agrupamento destes custos eram por vezes diferentes para os casos;

 Valores Unitários: cada região tem um valor unitário para cada item (por exemplo, valor unitário de unidades normais e populares no RJ cerca de 45% e 61% maior que média dos demais estados, respectivamente.; e

 Falta de definição dos padrões de medição: número de habitantes por habitação destruída; período referente aos incentivos/ compensações - aluguel social, abrigos etc. Proposta de uma nomenclatura padronizada

Através do estudo dos cinco casos apresentados (Alagoas, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo), foi criado um banco de dados reunindo e agrupando todos os

(12)

setores impactados, com os itens de custo e detalhamentos do mesmo e sendo classificados de acordo com o tipo (dano ou perda). Esse banco de dados tem como objetivo reunir as informações de todos os casos analisados através de uma nomenclatura comum padronizada para que seja possível, desta forma, uma comparação mais eficaz. Além disso, esse banco de dados também tem como meta a criação de um modelo ideal com nomenclatura padronizada que possa ser aplicada em casos futuros com mais facilidade.

A tabela abaixo exemplifica o modelo ideal com nomenclatura padronizada referente aos dois principais setores: Habitação e Transporte. Pode-se perceber que foi considerado importante a criação de subitens para detalhar e especificar os tópicos mais amplos, permitindo, assim, uma comparação mais precisa e exata. Como forma de ilustração, pode-se citar que em meios de transportes existem aqueles danificados e destruídos, que por sua vez dividem-se em automóveis de passeio, aviões, barcos, bicicletas, caminhões, caminhonetes, helicópteros, micro-ônibus, minivans, motos, ônibus e taxis para evitar que uma bicicleta danificada fosse comparada com um avião destruído, o que aconteceria se não houvessem detalhamentos.

(13)

Tabela 7 – Setores Habitação e Transporte

OBRAS

CONSTRUÇÃO

CONJUNTOS HABITACIONAIS

UNIDADE HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES PÚBLICAS CONTENÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM DEMOLIÇÃO

IMÓVEIS IRREGULARES EM RISCO IMÓVEIS REGULARES EM RISCO VIAS E ACESSOS

DRAGAGEM/DRENAGEM/DESASSOREAMENTO LAGOS E/OU LAGOAS

RIOS READEQUAÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM RECUPERAÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM RECUPERAÇÃO AMBIENTAL OUTROS PLANTIO DE ÁRVORES REMOÇÃO ESCOMBRO TERRAPLANAGEM HABITAÇÃO PROJETOS CONSTRUÇÃO CONJUNTOS HABITACIONAIS LAUDOS INFRAESTRUTURA ABRIGOS ALOJAMENTOS LAUDOS VISTORIA ABRIGOS ALOJAMENTOS

UNIDADE HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES PÚBLICAS HABITAÇÃO CONTRATOS PROGRAMA DE RESSARCIMENTO TERRENOS AGUARDANDO AVALIAÇÃO

DESAPROPRIAÇÃO (EM ANDAMENTO) DESAPROPRIAÇÃO (REALIZADA) MINHA CASA MINHA VIDA

IMÓVEIS

DANIFICADOS

UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES PÚBLICAS

DESTRUÍDOS

UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES PÚBLICAS IMÓVEIS TEMPORÁRIOS ALUGUEL SOCIAL INSTALAÇÃO ABRIGOS ACAMPAMENTOS LOCAÇÃO DE ESPAÇO ABRIGOS ACAMPAMENTOS MANUTENÇÃO ABRIGOS ACAMPAMENTOS LUCRO CESSANTE ALUGUEL CONTRATOS MOBILIÁRIO DANIFICADOS

UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES PÚBLICAS

DESTRUÍDOS

UNIDADES HABITACIONAIS NORMAIS UNIDADES HABITACIONAIS POPULARES UNIDADES PÚBLICAS

(14)

TRANSPORTE ACESSOS DE TRANSPORTE DANIFICADOS CANAIS PONTES PONTILHÕES TÚNEIS DESTRUÍDOS CANAIS PONTES PONTILHÕES TÚNEIS ALUGUEL VEÍCULOS CUSTOS OPERACIONAIS AQUISIÇÃO

VEÍCULOS UTILIZADOS NA OPERAÇÃO MANUTENÇÃO

PETRÓLEO E DERIVADOS

VEÍCULOS UTILIZADOS NA OPERAÇÃO TEMPORAL CONGESTIONAMENTO IMÓVEIS DANIFICADOS ARMAZÉNS BERÇOS CABINES CONTEINERES OBRAS DE ARTE PLATAFORMAS TERMINAIS AEROVIÁRIOS TERMINAIS FERROVIÁRIOS TERMINAIS HIDROVIÁRIOS TERMINAIS RODOVIÁRIOS DESTRUÍDOS ARMAZÉNS BERÇOS CABINES CONTEINERES OBRAS DE ARTE PLATAFORMAS TERMINAIS AEROVIÁRIOS TERMINAIS FERROVIÁRIOS TERMINAIS HIDROVIÁRIOS TERMINAIS RODOVIÁRIOS LIMPEZA VIAS E ACESSOS

MATERIAL PARA CONSTRUCAO

DANIFICADOS CANALETAS DESTRUÍDOS CANALETAS MEIOS DE TRANSPORTE DANIFICADOS AUTOMÓVIES PASSEIO AVIÕES BARCOS BICICLETAS CAMINHÕES CAMINHONETES HELICÓPTEROS MICROÔNIBUS MINIVANS MOTOS NÃO DETALHADO ÔNIBUS TAXIS DESTRUÍDOS AUTOMÓVIES PASSEIO AVIÕES BARCOS BICICLETAS CAMINHÕES CAMINHONETES HELICÓPTEROS MICROÔNIBUS MINIVANS MOTOS NÃO DETALHADO ÔNIBUS TAXIS LUCRO CESSANTE

CONSUMO DE PETRÓLEO E DERIVADOS TAXIS TRANSPORTE AEREIO TRANSPORTE DE CARGAS TRANSPORTE PÚBLICO OBRAS CONTENÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM DO RIO DEMOLIÇÃO PASSARELAS PONTES RODOVIAS TÚNEIS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS) DRAGAGEM/DRENAGEM/DESASSOREAMENTO

LAGOS E/OU LAGOAS PORTOS

(15)

READEQUAÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM DO RIO RECUPERAÇÃO BARRAGEM ENCOSTAS MARGEM DO RIO REMOÇÃO ESCOMBRO REPARAÇÕES DE EMERGENCIA HABILITAÇÃO DE CRUZAMENTOS TEMPORÁRIOS

HABILITAÇÃO DE VIAS ALTERNATIVAS HABILITAÇÃO TEMPORÁRIA DE PORTOS

REPARAÇÃO TEMPORÁRIA DE PONTES REPARAÇÃO TEMPORÁRIA DE PORTOS REPARAÇÃO TEMPORÁRIA DE VIAS VIAS E ACESSOS TERRAPLANAGEM PROJETOS ESPECIFICAÇÃO PASSARELAS PONTES RODOVIAS TÚNEIS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS) LAUDOS INFRAESTRUTURA

PASSARELAS PONTES RODOVIAS TÚNEIS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS) LAUDOS VISTORIA

PASSARELAS PONTES RODOVIAS TÚNEIS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS)

RECEITA

PEDÁGIO

VIAS PARA TRANSPORTE

DANIFICADOS ESTRADAS VICINAIS MALHA FERROVIÁRIA RODOVIAS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS) DESTRUÍDOS

ESTRADAS VICINAIS MALHA FERROVIÁRIA RODOVIAS

VIAS URBANAS (RUAS E AVENIDAS)

Fonte:Autor

Conclusões

Este trabalho buscou realizar uma comparação entre os casos de desastre apresentados pelo Banco Mundial e um novo desastre ocorrido no estado de São Paulo. Durante o processo comparativo foi identificada a necessidade de uma nomenclatura padronizada que possibilitasse o agrupamento dos dispêndios de acordo com os setores avaliados, impactos causados e seus respectivos detalhes. Portanto, são duas as contribuições deste estudo: primeiro, uma proposta de padronização da nomenclatura de perdas e danos de forma a otimizar o tempo na geração de relatórios estatísticos e possibilitar a comparação correta entre diferentes desastres; e segundo, a análise de perdas e danos de um novo caso de São Paulo.

Para trabalhos futuros, propõe-se a criação de uma base de dados centralizada que possibilite o cadastro das perdas e danos de diferentes desastres utilizando-se de uma nomenclatura padronizada. Esta base de dados centralizada possibilitará um melhor planejamento dos recursos financeiros necessários em caso de futuros desastres.

São sugeridas, também, melhorias na gestão da resposta a desastres de início súbito, nos quais ocorre rápida formação de forças-tarefa. A necessidade de prestar socorro e assistência às vitimas em menor tempo possível, a fim de minimizar danos humanos, justifica a importância da logística humanitária. Evidentemente, esse avanço também pode ser feito estudando e comparando eventos passados e buscando as falhas que aconteceram em cada

(16)

resposta ao desastre e buscando solucioná-las em casos futuros. Nessa pesquisa pode-se também encontrar métodos de prevenção eficazes a fim de evitar novos casos.

Como principal resultado, esta pesquisa originou um artigo científico, aceito para publicação no XXXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ANTAIS et al., 2014). Referências

ANTAIS, R.; HECHTMAN, R.; ECKHARDT, D.; LEIRAS, A.; PEDROSO, F.F. Análise Crítica da aplicação da Metodologia DaLA (Damage & Loss Assessment) a Casos de Desastres no Brasil. Aprovado para publicação no XXXIV Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Curitiba, novembro de 2014.

BANCO MUNDIAL. Avaliação de Perdas e Danos: Inundações Bruscas em Santa Catarina - Novembro de 2008. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, 2012a. Disponível em: http://www.ecapra.org/DaLA-santa-catarina. BANCO MUNDIAL. Avaliação de Perdas e Danos: Inundações Bruscas em Pernambuco - Junho de 2010. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado de Pernambuco, 2012b. Disponível em: http://www.ecapra.org/DaLA-pernambuco.

BANCO MUNDIAL. Avaliação de Perdas e Danos: Inundações Bruscas em Alagoas - Junho de 2010. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado de Alagoas. Novembro de 2012c. Disponível em: http://www.ecapra.org/DaLA-alagoas.

BANCO MUNDIAL. Avaliação de Perdas e Danos: Inundações e Deslizamentos na Região Serrana do Rio de Janeiro - Janeiro de 2011. Relatório elaborado pelo Banco Mundial com apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, 2012d. Disponível em: http://www.ecapra.org/DaLA-rio-de-janeiro.

BRASIL. Lei n. 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC; Disponível em <http://www.planalto.gov.br/>. Legislação Federal. Acesso em 16 novembro de 2013

CEPAL - Comissão Econômica para a América Latina. Disponível em: https://www.gfdrr.org/node/334. Acesso em 20/11/2013.

COSTA, S.; CAMPOS, V.; BANDEIRA, R. Supply Chains in Humanitarian Operations: Cases and Analysis. Procedia: Social and Behavioral Sciences, v. 54, p. 598, 2012.

GUHA-SAPIR, D.; HOYOIS, Ph.; BELOW R. Annual Disaster Statistical Review 2012: The Numbers and Trends. Brussels: Centre for Research on Epidemiology of Disasters (CRED), Bélgica, 2013.

KAWASAKI, B.; BRITO JR, I.; LEIRAS, A.; YOSHIZAKI, H. T. Y. . Logística de resposta a desastres: o caso das chuvas no Vale do Paraíba Paulista em janeiro de 2010. In: XXXII ENEGEP, 2012, Bento Gonçalves, RS. XXXII ENEGEP - Desenvolvimento Sustentável e Responsabilidade Social: As Contribuições da Engenharia de Produção, 2012.

KOBIYAMA, M. M.; MORENO, M. D. A.; PENA, I. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Florianópolis: Organic Trading, 2006. p. 109.

(17)

LEIRAS, A.; BRITO JR., I.; BERTAZZO, T. R.; PERES, E.Q.; YOSHIZAKI, H.T.Y. Literature review of humanitarian logistics and disaster relief operations research, JHLSCM - Journal of Humanitarian Logistics and Supply Chain Management, v.4, n.1, 2014.

NATARAJARATHINAM, M.; CAPAR, I.; NARAYANAN, A. Managing supply chains in times of crisis: a review of literature and insights. International Journal of Physical Distribution and Logistics Management, v. 39, n. 7, p. 535-573, 2009.

NOGUEIRA, C.W.; GONÇALVES, M.B. O desenvolvimento e aplicação de um modelo para a localização de uma central de inteligência e suporte para recebimento, controle e distribuição de recursos em situações emergenciais com foco na logística humanitária. Congresso anual da ANPET, 2010.

UNISDR – The United Nations Office for Disaster Risk Reduction, http://www.unisdr.org/files/27162_infographic.pdf, 2012.

THOMAS A.; KOPCZAK L. From logistics to supply chain management: the path forward in the humanitarian sector. Fritz Institute, 2005.

VAN WASSENHOVE, L.N. Humanitarian aid logistics: supply chain management in high gear. Journal of Operational Research Society, v. 57, n. 5, p. 475–489, 2006.

WORLD BANK. Damage and Loss Assessment (DaLA) Methodology. Disponível em: http://go.worldbank.org/KWCRRCKA20. Acesso em 15/10/2013.

Referências

Documentos relacionados

Considerando-se o contexto apresentado, este trabalho tem como objetivo estudar o desempenho das madeiras de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla e Acacia mearnsii para a

Conclusão: a mor- dida aberta anterior (MAA) foi a alteração oclusal mais prevalente nas crianças, havendo associação estatisticamente signifi cante entre hábitos orais

The analysis of the expressive and instrumental gestures, from the perspective of the body as a transitory space of relations and instrument, as a multisensory space, showed that the

ao setor de Fisiologia Vegetal do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, com clones pertencentes ao Instituto Agronômico de Campinas

Sendo assim, o presente estudo visa quantificar a atividade das proteases alcalinas totais do trato digestório do neon gobi Elacatinus figaro em diferentes idades e dietas que compõem

Embora a solução seja bastante interessante como parte de uma política pública relacionada ao gerenciamento de dados de saúde dos usuários do sistema, esse

O presente artigo tem por objetivo avaliar o efeito da RV como forma de tratamen- to em idosos com Hipertensão Arterial Sistêmica para o controle das queixas de

Discutir os benefícios alcançados até o momento (físico, econômico, social, etc); discutir as estratégias que os usuários vêm utilizando para lidar com a