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HELEN CLARK. Um mundo melhor, mais justo e seguro. A candidata neozelandesa a Secretária-Geral das Nações Unidas

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HELEN CLARK

Um mundo melhor,

mais justo e seguro

A candidata neozelandesa a

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Segunda-feira, 11 de abril de 2016

Excelentíssimo Senhor:

Estou honrada por ser a candidata neozelandesa ao cargo de Secretária-Geral das Nações Unidas, com o total apoio do governo e parlamento da Nova Zelândia.

Vinda da Nova Zelândia, fui criada em um ambiente com uma sólida tradição de justiça e tolerância. Minha vida e experiência foram dedicadas a aproximar pessoas, superar divergências e alcançar resultados.

O mundo atual enfrenta vários desafios. O que a Organização das Nações Unidas faz ou deixa de fazer afeta a vida de milhões de pessoas todos os dias. Precisamos de uma ONU forte e relevante. A ONU precisa de uma liderança pragmática e eficaz. Acredito que essa pessoa seja eu.

Minha visão é uma ONU que:

• Apresente resultados que beneficiem as gerações atuais e futuras • Seja uma organização flexível, prática e eficaz

• Prevê e reage a acontecimentos globais

Como candidata a Secretária-Geral, me comprometo a: • Defender a Carta das Nações Unidas

• Agir de forma honesta, escutar e trabalhar com todos • Dar tudo de mim à ONU e seus Estados membros

Quero que a ONU seja uma parceira respeitada pelos Estados membros. Quero uma ONU que nos una para criarmos um mundo melhor, mais justo e seguro para todos.

Juntos, podemos tomar o próximo passo na evolução das Nações Unidas.

Helen Clark

Excelentíssimo Sr. Mogens Lykketoft

Presidente da 70ª sessão da Assembleia Geral Nações Unidas

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O MUNDO ATUAL ENFRENTA SÉRIOS

DESAFIOS

A CAPACIDADE DA ONU DE APRESENTAR RESULTADOS VEM SENDO TESTADA PRECISAMOS DE UMA ONU QUE POSSA ENCARAR OS SÉRIOS DESAFIOS QUE ESTÃO POR VIR

A Organização das Nações Unidas foi fundada na crença de que a comunidade internacional pudesse servir os seus interesses comuns ao trabalhar em conjunto. Setenta anos após a sua criação, sérios desafios vêm testando a capacidade da ONU de apresentar resultados.

Nas últimas décadas, mudanças vêm acontecendo cada vez mais rapidamente, e alcançamos novas fronteiras de comunicação e conectividade. As forças de um mundo globalizado ajudaram a tirar centenas de milhões de pessoas da pobreza e fundamentalmente reconstruíram a forma como muitos de nós vivemos e trabalhamos.

No entanto, também somos confrontados com sérios desafios globais – desde condições

climáticas e pandêmicas graves até extremismo violento e guerras civis. O desafio do terrorismo continua a se espalhar pelo mundo inteiro. O número de grandes guerras civis quase triplicou nos últimos anos. Em muitos lugares do mundo, as pessoas não têm a garantia de funções básicas por parte do Estado, muito menos condições necessárias para uma vida com oportunidade e dignidade, livre de medo. A maior crise de refugiados e deslocamento desde a formação das Nações Unidas está se desenvolvendo diante dos nossos olhos.

O baixo crescimento global e as necessidades humanitárias extraordinárias colocam uma

verdadeira pressão sob os recursos necessários para impulsionar o desenvolvimento sustentável. A falta de oportunidade econômica, instituições frágeis, competição por recursos e tensões ambientais são fraquezas estruturais. Tolerância religiosa, respeito pelos direitos humanos e inclusão social sofrem como consequência disto. Enquanto se tomaram passos em direção ao desarmamento nuclear, isto permanece mais como uma aspiração do que uma conquista, e a proliferação de armas convencionais é um perigo cada vez mais urgente.

As raízes destes desafios são complexas, se sobrepõem às esferas econômica e política, e são potencialmente mais catastróficas do que as guerras do passado. Nenhum canto do mundo está isolado. Mais do que nunca, estamos juntos nisso. E, mesmo assim, ainda existe um descaso pelas regras internacionais e soluções coletivas, e há uma busca por interesses nacionais de curto prazo, às custas dos interesses comuns, de longo prazo, da humanidade.

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APRESENTAR RESULTADOS PARA AS

GERAÇÕES ATUAIS E FUTURAS

LIDERANÇA DA ONU QUE POSSA MOBILIZAR AÇÃO

AMBIÇÃO PARA REALIZAR COMPROMISSOS COMUNS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

MANTER A IMPARCIALIDADE E INTEGRIDADE DA ONU

O sistema das Nações Unidas apresenta resultados de maneira mais eficaz quando reconhece e responde à ligação fundamental entre desenvolvimento sustentável, paz e segurança, e direitos humanos.

Com base em setenta anos de trabalho árduo por parte dos Estados membros, há uma clara plataforma que poderá tornar realidade os ideais da Carta. O ano passado foi um ano extraordinário para estabelecer planos globais. Em 2015, os Estados membros concluíram a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, a Agenda de Ação de Adis Abeba sobre Financiamento para o Desenvolvimento, e o Marco de Ação de Sendai para a Redução do Risco de Desastres.

Devemos continuar a mobilizar o impulso político e os recursos para ações práticas a fim de executar a Agenda 2030 e quadros de ação relacionados para o desenvolvimento, a fim de garantir que ninguém seja excluído. Isto deverá ser uma agenda inteiramente inclusiva, quaisquer que sejam as circunstâncias do país – grande ou pequeno, ilha ou sem litoral, menos desenvolvido ou de renda média.

O sistema das Nações Unidas melhorou a implementação das decisões feitas pelos Estados membros, mas devemos continuar a ser ambiciosos para realizar nossos compromissos comuns para o desenvolvimento. A agenda de pacificação é crucial para garantir que países estejam envolvidos na prevenção de ciclos viciosos de conflito e para manter a paz.

A fim de apresentar resultados para as gerações atuais e futuras, a agenda de desenvolvimento sustentável, paz e segurança e direitos humanos das Nações Unidas deve priorizar:

Dar fim à pobreza e alcançar o crescimento inclusivo e sustentável. Mais de 800 milhões de pessoas ainda vivem na pobreza extrema, e muitos mais vivem logo acima da linha de pobreza. Precisamos trabalhar para tirar estas pessoas da pobreza e garantir dignidade a todos. Caso não seja feito, arriscamos deixar milhões de pessoas para trás e perpetuar ciclos de vulnerabilidade e violência, e isto pode, em última instância, ser uma potencial ameaça à paz.

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Prevenir a degradação ambiental global e construir resiliência. Danos ambientais têm sérias implicações para o desenvolvimento humano e segurança, bem como para o planeta. Os pobres, vulneráveis e marginalizados são os que mais sofrem. Mesmo com o Acordo de Paris, e uma maior ambição em relação a ações sobre clima, enfrentaremos um aumento da ocorrência de condições climáticas extremas nas décadas que estão por vir, além da prevalência da falta de segurança alimentar e da água. Até que isto seja atenuado, levará algum tempo, e o apoio à adaptação e construção de resiliência para os povos e países mais vulneráveis é urgentemente necessário.

Progredir mais rapidamente em termos de igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, e impulsionar o apoio à implementação da Plataforma de Ação de Pequim e do Programa de Ação do Cairo. Quando mulheres são empoderadas, todos se beneficiam. É necessária a atenção continuada à participação de mulheres na tomada de decisões, desenvolvimento econômico e governança. Também há uma necessidade de destacar as piores violações dos direitos das mulheres, inclusive a manifestação global de violência contra a mulher.

Criar oportunidades para jovens. Temos a maior geração de jovens que nosso mundo jamais viu. Como sempre, os jovens procuram meios de subsistência seguros, educação e capacitação, serviços de saúde e envolvimento na vida política e cívica. Esta é uma enorme força do bem. Precisamos aproveitar a energia, compromisso e visão de nossos jovens a fim de construir o futuro que eles e todos nós desejamos.

Manter a imparcialidade e integridade das Nações Unidas. Em uma crise, e sob pressão política, a ONU deverá agir de acordo com a Carta e as leis internacionais. O símbolo do Capacete Azul e da Boina Azul deve ser visto como um raio de esperança, alívio e paz – símbolos que reafirmam a disposição e habilidade da ONU de apoiar, dar assistência e proteger aqueles que, de outra forma, seriam indefesos. Devemos trabalhar para reforçar e, quando necessário, restabelecer a reputação da ONU na área.

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UMA ONU PRÁTICA E EFICAZ

FOCO EM RESULTADOS

APRESENTAÇÃO DA VERDADEIRA TRANSPARÊNCIA INVESTIMENTO EM PESSOAS E DESEMPENHO

LIDERANÇA DAS NAÇÕES UNIDAS QUE DEFENDE A COERÊNCIA

O Secretário-Geral das Nações Unidas é o Diretor Executivo. Há muito trabalho a ser feito para garantir que a Organização possa responder aos vários desafios que o mundo encara.

A Organização deverá construir e manter relacionamentos com todos os Estados membros para garantir que suas necessidades sejam satisfeitas, e que seja apoiada.

A ONU precisa se adaptar e melhorar para obter o melhor desempenho possível ao:

Focar em resultados. O sistema das Nações Unidas deve concentra-se mais em resultados e menos em processos. Recursos são finitos e Estados membros, justamente, têm expectativas altas para eficiência e eficácia. Em estreita consulta com os Estados membros, decisões devem ser tomadas para que a Organização se concentre e apresente resultados aos Estados membros de forma significativa.

Apresentar resultados com verdadeira transparência. Ao longo dos últimos setenta anos, sua habilidade de executar os mandatos críticos acordados pelos Estados membros diminuiu. É importante que a ONU seja transparente e franca sobre o que pode ou não fazer. A Organização deve trabalhar estreitamente com Estados membros para garantir que os recursos confiados a ela sejam priorizados em atividades onde possa fazer uma diferença maior.

Investir em pessoas e desempenho. As pessoas das Nações Unidas são o seu patrimônio mais importante, e custos de pessoal constituem a parcela maior do orçamento da Organização. Precisamos investir em nossas pessoas, recompensar talentos e exigir excelência. Devemos garantir que o recrutamento e administração de nosso pessoal apresentem resultados para a Organização, para nossos funcionários e nossos Estados membros.

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Defender a coerência. Nosso mundo, que se transforma de modo acelerado, requer constante inovação e uma colaboração mais intensa entre os órgãos, agências,

departamentos e escritórios da Organização. Isto deverá ser conduzido pelo mais alto nível e pela liderança das Nações Unidas, trabalhando como um todo. A Organização deverá continuar a defender a coerência ao apoiar uma apresentação de resultados mais eficaz e eficiente. Deverá fazer o melhor uso possível de nossos avanços tecnológicos e as soluções que estes proporcionam.

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PREVER E RESPONDER

CAPACIDADE DE GERENCIAMENTO DE CRISE DE PRIMEIRA CLASSE APOIO PERSONALIZADO E FLEXÍVEL

UMA ONU QUE CONVOCA SOLUÇÕES

Paz, segurança e oportunidade para todos não podem ser alcançados por nenhum Estado membro sozinho, nem por qualquer parte das Nações Unidas trabalhando sozinha. A ONU tem uma cobertura global, imparcialidade e competência inigualáveis.

Porém, a ONU deve acompanhar os tempos. Devemos encarar os sérios desafios de nosso novo mundo. A ONU precisa se adaptar e usar seus pontos fortes para unir os Estados membros, organizações, instituições e pessoas para colocar em prática ações unidas e coordenadas. Problemas e oportunidades globais requerem respostas abrangentes e conectadas entre si. A interconectividade deve ser usada como uma vantagem.

Soluções para os desafios atuais precisam ser elaboradas de forma diplomática e colaborativa, utilizando de todas as ferramentas sociais e econômicas disponíveis. As questões de todos os Estados membros devem ser ouvidas, particularmente as dos mais afetados. Escolhas difíceis podem ser necessárias, e os riscos serão grandes. Escolhas e decisões deverão ser comunicadas de forma clara, determinada e respeitosa.

As Nações Unidas deverão responder a eventos mundiais como uma única organização, de forma efetiva e em tempo real. Isto significa aproveitar o alcance extenso das Nações Unidas para prever crises e responder rapidamente, inclusive para impedir que conflitos aconteçam. Isto significa usar o poder de convocação imbatível das Nações Unidas para que políticas globais sejam usadas como uma força do bem. Diálogos devem ser promovidos de forma persistente e exaustiva.

Para responder de forma efetiva, as Nações Unidas deverão:

Apresentar resultados para gerenciamento de crises de primeira classe. Dentro do espírito da Carta, a ONU precisa ser uma conselheira e parceira de confiança para os Estados membros durante uma crise. Isto significa ter uma capacidade de gerenciamento de crise que complemente o papel de atores regionais e bilaterais, e pode ser adaptada a necessidades diversas em todo o mundo – apresentar conselhos práticos para o Conselho de Segurança e agregar valor à Assembleia Geral e aos Estados membros. As habilidades de diplomacia e mediação totais da Organização deverão ser utilizadas em iniciativas para aliviar tensões e encontrar uma solução. O sistema das Nações Unidas deverá ser melhor conectado e equipado para prever eventos mundiais, para que informações e conselhos confiáveis possam fluir para aqueles que precisarem.

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Tomar ações que sejam adaptadas e flexíveis. Em cada circunstância, a contribuição das Nações Unidas precisa ser customizada e refletir as realidades da área. Os recursos das Nações Unidas são incomparáveis, mas as ligações entre operações de paz, respostas humanitárias, programas de direitos humanos, pacificação e desenvolvimento precisam ser integradas e baseadas em parcerias fortes. As Nações Unidas devem constantemente adaptar-se para garantir que se incluam ferramentas e métodos inovadores em seu trabalho diário. As decisões devem ser determinadas pelos fatos e não pelo que é burocraticamente conveniente.

Convocar soluções. A ONU pode ter um papel valioso na assistência a Estados membros para responder a tendências e questões globais emergentes ao utilizar seu poder de convocar soluções. Parcerias fortes são cruciais nessa iniciativa, particularmente com Estados membros e outras organizações internacionais e regionais. Relacionamentos estratégicos com constituintes não governamentais, sociedade civil e o setor privado podem oferecer contribuições únicas.

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UM MUNDO MELHOR,

MAIS JUSTO E SEGURO

O que as Nações Unidas fazem ou deixam de fazer não afeta a vida de milhões de pessoas diariamente. Precisamos de uma ONU forte e relevante.

Na Nova Zelândia há um provérbio Māori que diz o seguinte: He aha te mea nui o te ao?

He tangata, he tangata, he tangata.

O que é a coisa mais importante do mundo? As pessoas, as pessoas, as pessoas.

Devemos a elas tornar as Nações Unidas a melhor versão de si. Devemos a elas construir um mundo melhor, mais justo e seguro.

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Referências

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