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SISTEMA DE INSPECÇÃO, DIAGNÓSTICO E REPARAÇÃO DE PAREDES DE ALVENARIA

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Academic year: 2021

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SISTEMA DE INSPECÇÃO, DIAGNÓSTICO E

REPARAÇÃO DE PAREDES DE ALVENARIA

ADELAIDE GONÇALVES JORGE DE BRITO FERNANDO BRANCO BÁRBARA AMARO Mestre em Construção Professor Catedrático Professor Catedrático Mestre em Eng.ª Civil (IST) IST/UTL IST/UTL (IST)

Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa

SUMÁRIO

O presente artigo descreve um sistema de inspecção, diagnóstico e reparação aplicável em paredes de alvenaria e seus revestimentos, no sentido de facilitar o processo de inspecção e tomada de decisão quanto à reparação destes elementos, contribuindo simultaneamente para o combate à sua degradação. Os tipos de anomalias, causas relacionadas e técnicas de reparação adequadas são classificados e lis-tados, assim como posteriormente relacionados através de matrizes de correlação, criando uma base de dados. Esta disponibiliza ao inspector a informação necessária sobre a patologia em paredes de alvenaria, assim como a sua tipificação e distribuição através de uma terminologia adequada, permi-tem que se realize uma análise estatística indicativa das principais origens de anomalias.

O desenvolvimento do sistema mencionado, dentro de uma estratégia de manutenção pró-activa, con-siste numa inovação que traz vantagens ao tema da reabilitação tanto em Portugal, como nos restantes países em que a construção com paredes de alvenarias é uma técnica frequente.

ABSTRACT

This paper describes an inspection, diagnosis and repair system applied to masonry walls and their coatings, in order to facilitate the process of inspection and decision-making concerning the repair of these elements, simultaneously contributing to oppose their degradation.

The types of anomalies, related causes and adequate repair techniques are classified and listed, and later related through correlation matrices, thus creating a database. This database provides the inspec-tor with the information needed on the pathology of masonry walls, as well as their classification according to an adequate terminology, allowing a statistical analysis of the main sources of anomalies to be made.

The development of this system, within a proactive maintenance strategy, is itself innovative and brings advantages to the theme of rehabilitation in Portugal and other countries where masonry walls are frequently built.

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INTRODUÇÃO

As alvenarias têm sido a solução construtiva por excelência para a realização do elemento construtivo parede. A sua concepção, desenho e tecnologia de construção, entendidos no sentido de qualidade holística, devem ter presentes vectores fundamentais, tais como: o conforto higro-térmico e acústico, a saúde dos utilizadores, a poupança de energia e/ou a utilização de energias alternativas e ainda o au-mento da qualidade e do ciclo de vida dos edifícios (Pinto, 2003).

Segundo os censos realizados em 2001, em Portugal, pelo Instituto Nacional de Estatísticas, 47,1% dos edifícios existentes neste país apresentam necessidades de reparação ao nível das paredes e caixi-lharias exteriores. No entanto, dados de 2000 da AECOPS (Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas)indicam que o investimento nesta área, em Portugal, ainda é apenas de cerca de 11% do total anual da actividade total de construção de edifícios.

Verifica-se, deste modo, uma necessidade de apostar na área da reabilitação e realçando a importância económica e social das paredes de alvenaria, apostando num maior investimento no estudo dos defei-tos e soluções das paredes de alvenaria não-resistente, em particular das de fachada.

Neste sentido, através de um sistema de inspecção, diagnóstico e reparação, apresenta-se no presente artigo uma forma de integrar e sistematizar as anomalias passíveis de serem detectadas em paredes de alvenaria (tosco + revestimento), identificar as causas mais prováveis da sua ocorrência e definir as técnicas de reabilitação mais adequadas.

1. JUSTIFICAÇÃO

Além da importância funcional e estética, as paredes de alvenaria revestidas influenciam economicamente a construção, visto que os trabalhos de alvenaria, incluindo os revestimentos, correspondem a cerca de 13 a 17% do valor total da construção, valor que só é excedido pelas estruturas de betão (Lourenço, 2002). Para efectivar a adopção de uma estratégia de intervenção correctiva, é necessário o conhecimento dos fenómenos patológicos que afectam as paredes de alvenaria, discriminando a sua ocorrência por elemen-to constituinte (elemen-tosco, revestimenelemen-tos e acabamenelemen-tos) e atender ainda às causas que lhe estão subjacentes. Neste sentido, considera-se pertinente o desenvolvimento de um sistema de inspecção e diagnóstico que facilite a escolha de medidas de intervenção adequadas, auxiliando o inspector na selecção do melhor método de correcção das manifestações patológicas mais correntes e impedindo o seu agravamento.

2. AMBITO DE APLICAÇÃO

O sistema de inspecção, diagnóstico e reparação apresentado é aplicável às paredes de alvenaria com as soluções construtivas mais comuns em Portugal. O âmbito da investigação integra as paredes de alvenaria de tijolos cerâmicos ou de blocos de betão revestidas com reboco tradicional pintado ou revestimentos descontínuos aderentes (placas de pedra e ladrilhos cerâmicos).

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3. OBJECTIVOS

Além da criação de um sistema que permita facilitar a obtenção de um diagnóstico correcto, e conse-quentemente uma adequada reparação, o estabelecimento de uma tipificação dos fenómenos patológicos e dos seus factores condicionantes permite a utilização de uma linguagem padronizada com incidência específica neste tema que promova uma estratégia de manutenção pro-activa de paredes de alvenaria.

4. METODOLOGIA

A metodologia utilizada, no sentido de alcançar os objectivos referidos, passa por diversas etapas sequenciais, permitindo a construção das ferramentas necessárias para elaborar o sistema de inspecção e diagnóstico pretendido (listas classificativas, matrizes de correlação e fichas resumo).

Numa etapa inicial, identificam-se os diversos pressupostos que permitem elaborar uma lista classifi-cativa das anomalias mais comuns.

O critério a seguir para a classificação das anomalias é a observação visual, contrariamente a outros tipos de classificação de anomalias que se regem em função das causas que contribuem para a sua ocorrência. A definição do critério visual permite facilitar a identificação e diagnóstico, uma vez que permite obter indicações importantes relativas à natureza da deterioração e ao grau de extensão dessa deterioração. Seguidamente, são definidas e classificadas as causas prováveis associadas à ocorrência de cada um dos fenómenos patológicos.

De forma a facilitar o conhecimento das relações mais prováveis entre anomalias e causas, atribui-se uma correspondência entre estas variáveis mediante a introdução de índices de correlação apresentan-do-se como resultado uma matriz de correlação “anomalias-causas prováveis”. A partir da manipula-ção numérica desta matriz, é ainda possível determinar a probabilidade de duas anomalias ocorrerem simultaneamente, a qual se representa percentualmente, numa matriz de correlação “inter-anomalias”. Atribuindo classificações às técnicas de intervenção passíveis de utilizar nas diferentes situações, cria-se uma nova bacria-se de dados que sintetiza e classifica as várias formas de acção, no cria-sentido de promo-ver a correcção dos fenómenos patológicos identificados. A partir da construção de uma nova matriz que relaciona anomalias e técnicas de reabilitação, definem-se as principais correlações, visando a simplificação do processo de decisão.

Adicionalmente, as técnicas pertencentes à lista classificativa são expostas sucintamente em fichas, nas quais se discrimina o procedimento, equipamentos e material, recomendações e limitações assim como a relação com as anomalias que pretendem corrigir.

5. ANOMALIAS

Como referido, a tipificação das anomalias advém do critério de observação visual.

Na Tabela 1, são apresentadas as classificações atribuídas a cada tipologia de anomalia, tendo por base uma recolha intensiva de referências bibliográficas sobre o tema de patologia em paredes ou seus revestimentos. Realça-se a contribuição dos trabalhos dos seguintes autores para o tema de anomalias em paredes de alvenaria rebocadas (interiores e exteriores): Silva (2002), Dias (2003), Guterres (2003), Sousa et al. (2003, 2011), Flores-Colen et al. (2008), Magalhães (2005), Flores-Colen e de Brito (2010) e Sá et al. (2012). Os trabalhos de Abreu (2003) e Silvestre e de Brito (2011) destacam o

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tema de patologia em revestimentos cerâmicos, Neto e de Brito (2011) e Sousa et al. (2003) estudaram o mesmo tema em revestimentos de pedra natural e Rodrigues et al. (2006) e Pires et al. (2013) anali-saram a patologia de revestimento por pintura.

Tabela 1 - Lista classificativa de anomalias em paredes de alvenaria

Legenda: * ** ***

A-A. COMPORTAMENTO GLOBAL DA PAREDE

A-A.1 fissuração A-A.5 desajustes face a exigências de conforto térmico

A-A.2 esmagamento

A-C.1 fissuração

A-A.3 abaulamento A-A.6 desajustes face a exigências de conforto acústico A-A.4 degradação das características mecânicas

A-B. SISTEMA DE REVESTIMENTO

A-B.1 fissuração A-B.4 criptoflorescências

A-B.2 perda de coesão / desagregação A-B.5 presença de microrganismos / organismos vivos

A-C.8 deficiências de planeza **/*** A-B.3 perda de aderência

A-C.6 descasque / descamação **/*** A-C. REVESTIMENTO FINAL CERÂMICO / PÉTREO / POR PINTURA

revestimento por pintura revestimento cerâmico aderente revestimento com placas de pedra natural

A-C.7 manchas A-C.2 perda de aderência / desprendimento

A-C.3 empolamento

A-C.4 eflorescências / criptoflorescências

A-C.5 pulverulência A-C.9 presença de microrganismos / organismos vivos

Percorrendo a parede desde o interior até à superfície, foram definidos 3 grupos principais de ocorrên-cia de causas. O primeiro grupo de anomalias (A-A. Comportamento global da parede) é o mais abrangente, englobando todos os constituintes da parede desde o suporte até ao revestimento. Os fe-nómenos anómalos que atinjam somente as camadas de revestimento, sem atingir o suporte agrupam-se no grupo A-B. Sistema de revestimento e finalmente, aqueles que agrupam-sejam superficiais resumem-agrupam-se ao grupo A-C. Revestimento final cerâmico / pétreo / por pintura.

A fissuração é a anomalia comum aos três grupos, uma vez que pode atravessar todo a parede ou revelar-se apenas superficial. Deste modo, pode ser classificada de A-A.1 quando atravessa a parede, como resultado de esforços de flexão, corte ou tracção excessivos, de A-B.1 quando a fissuração da camada de revestimento é independente da do suporte e de A-C.1 quando atinge apenas o acabamen-to. Não se desenvolveu um sistema de distinção dos vários tipos de fissuração (dependendo do seu aspecto, forma ou origem) uma vez que, para fins práticos de diagnóstico e reparação, a técnica de reparação desta anomalia é idêntica, variando apenas com o tipo de acabamento.

O esmagamento (anomalia A-A.2) encontra-se associado a situações de compressão excessiva. É uma anomalia pontual geralmente resultado da aplicação de cargas concentradas pontuais, que surge associa-da a fissurações. Associado também às fissurações, pode identificar-se o abaulamento (anomalia A-A.3), que se manifesta pela falta de verticalidade, desnivelamento ou distorção angular dos paramentos. A anomalia A-A.4 degradação das características mecânicas designa uma tipologia de fenómenos

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patológicos que se podem dever a diversos factores: a presença de água (mais condicionante), a utili-zação de argamassas com reduzida resistência mecânica e durabilidade, a acção de agentes ambientais (gelo) e agressivos (ambientes marítimos e industriais). Também com origem na humidificação dos materiais podem ocorrer desajustes face a exigências de conforto térmico (A-A.5), uma vez que a condutibilidade térmica da água inserida nos poros é cerca de 23 vezes maior do que a do ar. Este fenómeno origina a redução do isolamento térmico e a consequente ocorrência de condensações su-perficiais até então inexistentes.

A anomalia A-B.2 perda de coesão / desagregação consiste na desunião dos componentes do reboco, seguida por um fácil destaque de partículas de pequena dimensão. O fenómeno correspondente, em casos de revestimentos por pedra ou cerâmicos, é classificado de A-C.6 descasque / descamação. Esta designação representa ainda os problemas de delaminação / lascagem dos bordos dos ladrilhos. A perda de aderência (anomalia A-B.3) entre o reboco e o suporte, ou entre camadas de reboco, pode manifestar-se em três fases distintas: descolamento, abaulamento ou destacamento da camada de re-boco. O descolamento é caracteriza-se pelo afastamento entre o reboco e o suporte. Se, para além do afastamento, se torna perceptível a formação de convexidades na superfície, está-se perante um abau-lamento (à semelhança da anomalia A-A.3). No caso de revestimentos por pintura, este fenómeno de deformação convexa da película designa-se de empolamento (A-C.3) e surge a partir de um descola-mento localizado de uma ou mais camadas. Da progressão e do agravadescola-mento da fissuração provocada pela perda de aderência pode ocorrer destacamento do material no caso de rebocos (e em revestimen-tos por pintura). No caso de acabamenrevestimen-tos por pedra natural ou cerâmicos, verifica-se desprendimento (A-C.2) e consequente queda dos elementos.

O fenómeno A-B.4 corresponde a criptoflorescências e, no caso dos acabamentos, pode expressar-se também como eflorescências (A-C.4). Resulta da cristalização de sais nas cavidades ou na superfície dos revestimentos, respectivamente, oriundos do terreno ou dos materiais de construção e transporta-dos por capilaridade. As criptoeflorescências são acompanhadas por um aumento de volume, o qual, na sequência de diversos ciclos de humedecimento - secagem, provoca a desagregação dos materiais. As eflorescências desenvolvem-se, normalmente, à superfície do acabamento, nos pontos mais altos das fachadas dos edifícios ou na base dos muros (zonas mais sujeitas à degradação decorrente da hu-midade), e expressam-se através de manchas esbranquiçadas.

O desenvolvimento de microrganismos / organismos vivos (tais como algas, musgos, líquenes, fun-gos, plantas diversas) pode ocorrer no sistema de revestimento (nomeadamente em rebocos - A-B.5) ou à superfície do acabamento (A-C.9) e pode integrar dois tipos de degradação: a mecânica, em que a acção dos agentes biológicos provoca a degradação do material, e a química, em que o principal factor de deterioração do material são determinados compostos químicos. As manifestações da biodeteriora-ção são muito similares à degradabiodeteriora-ção física, em que podem surgir pequenas fissuras, o material pode perder a sua coesão e tornar-se friável. Inserem-se nesta tipologia outros tipos de alterações estéticas originárias de organismos vivos, como no caso de dejectos de aves.

A anomalia A-C.5 - pulverulência tipifica os fenómenos de alteração do material que podem afectar a sua coesão, expressando-se através de uma consistência pulverulenta.

As manchas (anomalia A-C.7) podem surgir em todos os tipos de acabamento em análise e consistem em alterações de cor e de brilho que aparecem em zona definida e contrastante com as zonas vizinhas. Esta anomalia tem consequências puramente estéticas, distinguindo-se das manchas devido à acção de organismos vivos ou das eflorescências, que degradam os materiais.

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ondula-ções) geral ou localizada. Quando é notória a falta de planimetria das superfícies, a anomalia pode classificar-se como A-C.8 deficiências de planeza, e ocorre tanto em revestimentos cerâmicos como em placas de pedra natural.

6. CAUSAS

O sistema classificativo das causas prováveis para a ocorrência de anomalias em paredes de alvenaria de edifícios correntes é apresentado na Tabela 2. A organização das causas por grupos segue um crité-rio cronológico. Assim, são primeiramente apresentados os erros de projecto, seguindo-se os erros de execução, surgindo finalmente as acções exteriores (ambientais e de origem humana), a falta de manu-tenção durante a fase de exploração e a alteração das condições previstas. Dentro de cada um destes grupos, as causas encontram-se também ordenadas por ordem de acontecimento e, nos casos dos gru-pos C-C a C-F, por ordem de gravidade e probabilidade de ocorrência.

Erros de projecto - De acordo com Silva (2002), a falta de experiência e conhecimento dos projectistas e construtores tem conduzido à adopção de soluções desadequadas e com graves repercussões patológicas. O projecto deve atender, aquando da definição dos materiais constituintes das paredes de alvenaria, às acções a que estarão sujeitos, à localização (exterior, interior, paredes enterradas, caves, etc.) e à fun-ção que têm de desempenhar, respeitando a compatibilidade entre o suporte e os revestimentos. Deve ser especificada, em caderno de encargos, a constituição dos materiais a aplicar bem como as técnicas e condições de aplicação que devem ser seguidas. Só assim será possível tornar cada vez mais inde-pendente a qualidade da construção da qualidade da mão-de-obra.

As causas listadas no grupo C-A (Tabela 2) pretendem englobar as principais origens na fase de con-cepção dos revestimentos de alvenaria e, através do sistema criado, utilizando a matriz de correlação entre causas e anomalias, providencia-se conhecimento sobre as melhores formas de prevenção de anomalias, em projecto.

Tabela 2 - Lista classificativa de causas - C-A Erros de projecto

C-A7 má concepção de ligações das paredes a outros elementos

C-A8 incumprimento das regras de concepção dos revestimentos

C-A1 deformabilidade excessiva da estrutura / má concepção do projecto de estabilidade

C-A6 humidade de precipitação

C-A ERROS DE PROJECTO

C-A14 pormenorização incompleta, com utilização excessiva de desenhos tipo desadequados à obra C- A9 inexistente / insuficiente isolamento térmico

C-A12 má concepção / pormenorização das redes de distribuição e drenagem de águas

C-A3 inadequação / incompatibilidade / má qualidade dos materiais prescritos

C-A2 falta de coordenação entre os projectos de arquitectura e das especialidades

C-A11 deficiente isolamento acústico da parede

C-A5 humidade do terreno

C-A4 insuficiente estabilidade / resistência da parede

C-A13 caderno de encargos deficiente C-A10 inexistente / insuficiente ventilação

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Erros de execução - A deficiente compreensão do projecto, relativamente aos pormenores construtivos e às características a exigir aos materiais e a utilização de mão-de-obra não qualificada têm consequên-cias no comportamento do revestimento, uma vez que propiciam o desenvolvimento de anomalias. Acções como a deficiente compactação, descofragem precoce e armazenamento em obra dos materiais condicionam a qualidade da construção. O desrespeito pelas condições de aplicação, a má execução de zonas de remate de coberturas e paredes ou a má execução do sistema de drenagem de águas residuais e pluviais são exemplos de focos de infiltração da água da chuva que, embora alheios à construção das pare-des de alvenaria, podem afectar as exigências que lhe são impostas e conduzir a uma degradação precoce. Deste modo, as acções mais relevantes que levam à ocorrência de anomalias na fase de construção são listadas no grupo C-B, prefazendo um total de 16 casos (Tabela 3).

Tabela 3 - Lista classificativa de causas - C-B Erros de Execução

C-B5 armazenagem deficiente dos materiais

C-B8 má execução dos panos de alvenaria e de remates

C-B13 insuficiente regularização das superfícies acabadas

C-B9 má execução da caixa-de-ar de paredes duplas

C-B ERROS DE EXECUÇÃO

C-B10 incorrecta ligação entre paredes e à estrutura

C-B14 má execução da cobertura, respectivos remates e platibandas

C-B16 má execução dos sistemas de distribuição de água e drenagem de águas residuais/pluviais C-B6 indevidas condições de aplicação

C-B7 instalação incorrecta de barreiras de impermeabilização e drenagem de paredes enterradas

C-B11 má execução da verga C-B3 compactação / estabilização deficiente do solo

C-B2 pessoal inexperiente C-B1 incumprimento dos projectos

C-B12 incorrecta execução dos revestimentos C-B4 descofragem precoce / inadequada

C-B15 inexistência de pingadeiras nas zonas inferiores de elementos horizontais

Acções ambientais - As acções ambientais fazem-se sentir nos revestimentos exteriores, afectando os materiais expostos. Estas acções, associadas a erros de projecto, execução e mesmo a falhas de manu-tenção, constituem o foco das diversas anomalias que surgem em paredes de alvenaria exteriores. Estudos indicam que fachadas viradas a Poente são as mais expostas à chuva incidente acompanhada de vento, o que se conjuga negativamente com o facto de a fissuração resultante dos efeitos da tempe-ratura ser mais expressiva precisamente na zona Poente do edifício, em especial junto à cobertura (Dias, 2003). A ocorrência de infiltrações de água implica o aparecimento de outras anomalias, nome-adamente: a degradação dos materiais, criptoflorescências, eflorescências, descolamento de ladrilhos cerâmicos e placas de pedra (por degradação da camada de assentamento).

Na totalidade, listaram-se 8 tipos base de acções ambientais, na lista classificativa C-C (Tabela 4). Tabela 4 - Lista classificativa de causas - C-C Acções Ambientais

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C-C ACÇÕES AMBIENTAIS C-C6 poluição atmosférica C-C7 acção biológica C-C2 chuva C-C4 vento C-C3 variações de humidade

C-C8 gelo (ciclos gelo / degelo)

C-C1 variações térmicas C-C5 exposição solar

Acções de origem humana - No grupo C-D, pode-se identificar dois tipos de acções de origem hu-mana: a propositada e a acidental (Tabela 5).

O vandalismo representa uma acção que é realizada propositadamente com o objectivo de provocar determinada reacção ou destruição.

Cargas fortuitas, assim designadas devido ao seu carácter aleatório e de difícil previsão, podem provocar anomalias, especialmente em paredes exteriores. Os cantos salientes e as zonas próximas da base são as áreas mais susceptíveis a este tipo de acção. Constituem exemplos os choques de corpos contra as paredes, nomeadamente a colisão de automóveis ou transporte de materiais que possam causar danos nas paredes.

Tabela 5 - Lista classificativa de causas - C-D Acções Acidentais de origem humana C-D ACÇÕES ACIDENTAIS DE ORIGEM HUMANA

C-D1 vandalismo / graffiti C-D2 impactos fortuitos / acidente de tráfego

Falhas na manutenção - Uma adequada manutenção dos revestimentos permite manter a vida útil prevista dos paramentos verticais. Neste sentido, a identificação do tipo de fenómenos associados à ausência de manutenção permite entender as origens de algumas anomalias e, principalmente, discre-tizar as acções que as possam evitar. Listados no grupo C-E (Tabela 6), encontram-se os principais casos de falta de manutenção, nomeadamente: a corrosão de elementos metálicos (originando man-chas de ferrugem na parede), o entupimento de caleiras, algerozes e tubos de queda (originando infil-trações que podem afectar as paredes), o envelhecimento do material das juntas de dilatação (impli-cando a sua perda de estanqueidade), entre outros.

Tabela 6 - Lista classificativa de causas - C-E Falhas na manutenção

C-E9 presença de vegetação / ninhos de animais C-E7 falta manutenção em elementos secundários C-E5 temperatura interior baixa

C-E1 corrosão em elementos metálicos C-E6 inexistência de limpeza / manutenção em revestimentos

C-E FALHAS NA MANUTENÇÃO C-E2 anomalias em canalizações

C-E4 ventilação insuficiente em interiores C-E8 envelhecimento natural C-E3 juntas de dilatação com funcionamento deficiente

Alteração das condições inicialmente previstas - Este grupo de causas, classificado com a nomen-clatura C-F (Tabela 7), na lista classificativa de causas desenvolvida, engloba as possibilidades de ocorrência de uma alteração nas condições de uso ou da envolvente, perante o previsto em projecto e na fase de execução (movimentos no terreno, alteração o cenário urbano envolvente), constituindo o

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grupo de causas mais dificilmente evitável.

Tabela 7 - Lista classificativa de causas - C-F Alteração das condições inicialmente previstas

C-F2 concentração de cargas e de esforços

C-F4 alteração das condições de utilização C-F1 escavações na vizinhança do edifício

C-F6 economia de energia

C-F5 alteração dos parâmetros de conforto C-F3 aumento do nível do solo adjacente à parede

C-F ALTERAÇÃO DAS CONDIÇÕES INICIALMENTE PREVISTAS

7. MATRIZES DE CORRELAÇÃO

Uma vez identificados e classificados os principais fenómenos patológicos passíveis de ocorrer em revestimentos de paredes de alvenaria, assim como as principais oriens, é possível criar correspondên-cias entre as variáveis identificadas, através de matrizes, no sentido de providenciar informação com-pilada sobre as principais relações existentes.

Impõe-se assim uma metodologia que facilite o diagnóstico da patologia verificada em paredes de alve-naria através da análise lógica entre as causas e efeitos (Matriz de correlação anomalias - causas pro-váveis) e das anomalias entre si (Matriz de correlação inter-anomalias). Este tipo de matrizes facilita o diagnóstico em obra ao inspector, uma vez que permite analisar o índice de simultaneidade das anoma-lias e verificar a contribuição de cada uma das causas enunciadas para o seu aparecimento.

Matriz de correlação anomalias - causas prováveis

Esta ferramenta, que relaciona as anomalias detectadas com as respectivas causas é apresentada por Brito (2009) e seguida por diversos autores que apoiam esta metodologia (Silvestre e de Brito, 2011; Neto e de Brito, 2011; Sá et al., 2012; Amaro et al., 2012; Pires et al., 2013).

A matriz de correlação anomalias - causas prováveis segue um código simples, onde são criados graus de correlação, dividindo as causas prováveis em causas próximas (directas) e primeiras (indirec-tas). Na matriz apresentada na Tabela 8, foi estabelecida uma relação entre cada anomalia (representa-da nas colunas) e as causas prováveis (representa(representa-da nas linhas) que lhe estão subjacentes, de acordo com o grau de correlação correspondente, sendo que (Brito, 2009):

 0 - sem relação: não existe qualquer relação (directa ou indirecta) entre a causa e a anomalia;  1 - pequena relação: causa indirecta (primeira) da anomalia relacionada com o despoletar do

processo de degradação; causa não necessária para o desenvolvimento do processo, embora o catalize;

 2 - grande relação: causa directa (próxima) da anomalia associada à fase final do processo de degradação; quando a causa ocorre, constitui uma das razões principais do processo de de-gradação e é indispensável ao seu desenvolvimento.

Do estudo das relações definidas, obtém-se a estatística apresentada na Figura 1, que demonstra que os erros de execução e de projecto são a principal origem de anomalias em paredes de alvenaria. Estes dados vêm realçar o interesse de proceder à sistematização e implementação de medidas que visem a prevenção e eliminação de anomalias, para as quais o presente sistema pretende contribuir.

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Tabela 8 - Matriz de correlação anomalias-causas mais prováveis

C/A A-A.1 A-A.2 A-A.3 A-A.4 A-A.5 A-A.6 A-B.1 A-B.2 A-B.3 A-B.4 A-B.5 A-C.1 A-C.2 A-C.3 A-C.4 A-C.5 A-C.6 A-C.7 A-C.8 A-C.9

C-A1 2 2 2 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 C-A2 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 C-A3 1 0 1 1 0 0 2 2 2 1 1 2 1 2 1 2 2 2 2 1 C-A4 2 2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-A5 1 0 0 2 2 0 0 2 2 2 2 1 1 2 2 0 0 2 0 2 C-A6 0 0 0 2 1 0 0 1 1 1 1 1 1 1 2 0 0 1 0 2 C-A7 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 C-A8 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 2 2 2 1 2 2 1 2 0 C-A9 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 C-A10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 C-A11 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-A12 0 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 C-A13 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 1 0 1 0 C-A14 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 C-B1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 C-B2 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 C-B3 2 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-B4 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-B5 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 C-B6 1 0 0 1 0 0 2 1 0 2 1 2 2 2 2 2 0 2 0 1 C-B7 0 0 0 2 2 0 0 2 1 2 2 1 1 1 2 1 0 2 0 2 C-B8 2 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 C-B9 0 0 0 1 2 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 C-B10 2 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-B11 2 0 2 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-B12 0 0 0 1 0 0 2 1 2 1 0 2 2 2 0 2 1 1 2 1 C-B13 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 C-B14 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 C-B15 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2 0 2 C-B16 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 1 C-C1 2 0 2 1 0 0 1 0 1 0 0 1 2 2 0 1 1 0 1 0 C-C2 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 1 1 1 2 2 2 2 2 0 1 C-C3 2 0 2 1 0 0 1 1 1 1 0 1 2 2 1 1 1 1 1 0 C-C4 1 0 0 1 0 0 0 2 0 0 0 0 1 1 0 2 1 1 0 1 C-C5 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 1 1 0 0 1 1 0 1 C-C6 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 2 0 2 C-C7 0 0 0 1 0 0 1 2 0 0 2 1 0 0 1 1 0 2 0 2 C-C8 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 C-D1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 2 0 1 C-D2 2 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2 2 1 0 0 0 0 2 0 C-E1 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 1 2 0 0 0 0 2 0 0 C-E2 0 0 0 1 0 0 0 1 1 2 1 0 1 1 2 1 0 2 0 2 C-E3 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 1 C-E4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 2 0 2 C-E5 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 2 0 1 C-E6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 2 1 2 0 1 C-E7 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 1 0 1 C-E8 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 2 1 0 0 0 C-E9 0 0 0 1 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 1 0 0 0 2 C-F1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-F2 2 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 2 0 C-F3 0 0 0 2 0 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 C-F4 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 1 2 2 0 0 1 0 2 0 2 C-F5 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 C-F6 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

(11)

28% 29% 19% 3% 14% 7% 100% 28% 29% 19% 3% 14% 7%

Contribuição de cada grupo de causas para a

ocorrência de anomalias

C-A Erros de projecto C-B Erros de execução C-C Acções ambientais

C-D Acções acidentais de origem humana C-E Falhas na manutenção

C-F Alteração das condições inicialmente previstas

Figura 1 - contribuição de cada grupo sde causas para a ocorrência de anomalias

Matriz de correlação inter-anomalias

A generalidade dos casos de desenvolvimento de anomalis encontra-se associada ao aparecimento de outras anomalias, invalidando, por vezes, a correspondência única com as causas listadas. É frequente que um ou mais tipos de fenómenos apareçam associados, quer por existirem condições propícias para tal, quer porque são consequências uns dos outros. É disso exemplo a fissuração de paredes (A-A.1) de alvenaria ou dos seus revestimentos (A-B.1) que leva ao aumento da ocorrência de infiltrações devido à acção conjunta da chuva e do vento. Por outro lado, a ocorrência de infiltrações pode originar a degradação do material (A-A.4), a presença de bolores e fungos (A-C.9 e A-B.5) e provocar uma humidificação acentuada das paredes.

A matriz de correlação inter-anomalias (Tabela 9) permite saber quais as anomalias que têm mais probabilidade de ocorrer simultaneamente a outra anomalia detectada, facilitando assim a implemen-tação de acções de prevenção. Esta ferramenta reveste-se de grande importância para entendimento global dos fenómenos de aparecimento e desenvolvimento de ocorrências anómalas nas paredes de alvenaria, sendo fundamental para a obtenção de um correcto diagnóstico.

Os índices de correlação inter-anomalias, obtém-se através da manipulação numérica das correlações definidas na matriz de correlação anomalias - causas prováveis, de acordo com a metodologia definida por Brito (2009). Inicialmente determina-se um índice de correlação CIkj considerando cada anomalia

“k” e outra anomalia “j”, de acordo com a seguinte equação.

=

=

N i ij ik kj

c

c

CI

1

, sendo N o número total de causas prováveis (N = 55).

A atribuição de valores percentuais de correlação facilita, ao inspector, a análise da matriz, determi-nando a probabilidade de ocorrência de uma anomalia na presença de outra. Esta correlação percentu-al entre anompercentu-alias obtém-se mediante o cálculo da relação entre índice de correlação repercentu-al (CIjk) e o

(12)

(

)

=

×

=

N i ik Mk

c

I

1

2

, sendo N o número total de causas prováveis (N = 55);

Mk kj kj

I

CI

CI

%

=

Tabela 9 - Matriz de correlação “inter-anomalias”

C/A A-A.1 A-A.2 A-A.3 A-A.4 A-A.5 A-A.6 A-B.1 A-B.2 A-B.3 A-B.4 A-B.5 A-C.1 A-C.2 A-C.3 A-C.4 A-C.5 A-C.6 A-C.7 A-C.8 A-C.9 A-A.1 - 25% 39% 38% 14% 11% 17% 24% 18% 13% 8% 25% 40% 33% 18% 24% 19% 21% 28% 10% A-A.2 82% - 41% 32% 18% 18% 5% 14% 14% 5% 0% 14% 36% 14% 9% 14% 14% 14% 32% 0% A-A.3 88% 28% - 41% 13% 13% 22% 16% 28% 13% 3% 28% 44% 41% 13% 28% 28% 22% 28% 3% A-A.4 40% 10% 19% - 26% 4% 16% 43% 28% 37% 38% 31% 40% 41% 43% 31% 16% 47% 18% 43% A-A.5 22% 9% 9% 39% - 17% 2% 28% 20% 35% 37% 22% 26% 28% 33% 17% 13% 50% 7% 35% A-A.6 27% 13% 13% 10% 27% - 7% 7% 7% 10% 10% 27% 37% 10% 10% 23% 13% 27% 10% 20% A-B.1 38% 3% 22% 34% 3% 6% - 50% 41% 34% 22% 66% 72% 63% 31% 63% 41% 59% 50% 25% A-B.2 29% 5% 9% 50% 22% 3% 28% - 31% 36% 48% 41% 47% 48% 47% 48% 24% 64% 24% 55% A-B.3 38% 9% 26% 56% 26% 6% 38% 53% - 47% 38% 56% 62% 74% 53% 53% 41% 62% 41% 47% A-B.4 20% 2% 9% 54% 35% 7% 24% 46% 35% - 48% 35% 48% 48% 59% 37% 13% 67% 17% 54% A-B.5 10% 0% 2% 43% 28% 5% 12% 47% 22% 37% - 32% 32% 35% 47% 37% 13% 72% 7% 67% A-C.1 32% 5% 16% 38% 18% 14% 38% 43% 34% 29% 34% - 68% 59% 38% 55% 34% 64% 39% 39% A-C.2 37% 10% 18% 35% 15% 14% 29% 35% 27% 28% 24% 49% - 53% 29% 42% 27% 51% 33% 33% A-C.3 39% 5% 21% 45% 21% 5% 32% 45% 40% 35% 34% 53% 66% - 45% 55% 39% 61% 35% 42% A-C.4 25% 4% 8% 56% 29% 6% 19% 52% 35% 52% 54% 40% 44% 54% - 44% 21% 73% 12% 60% A-C.5 26% 5% 14% 32% 12% 11% 30% 42% 27% 26% 33% 47% 50% 52% 35% - 41% 65% 27% 45% A-C.6 39% 8% 25% 31% 17% 11% 36% 39% 39% 17% 22% 53% 58% 67% 31% 75% - 53% 44% 22% A-C.7 16% 3% 7% 33% 24% 8% 20% 39% 22% 32% 45% 38% 42% 40% 40% 45% 20% - 13% 58% A-C.8 50% 18% 23% 30% 8% 8% 40% 35% 35% 20% 10% 55% 65% 55% 15% 45% 40% 30% - 10% A-C.9 9% 0% 1% 39% 22% 8% 11% 43% 22% 34% 54% 30% 35% 35% 42% 41% 11% 76% 5%

-Obtidos os índices de correlação teóricos percentuais (CI%jk), a matriz de correlação passa assim a

ser assimétrica dado que a probabilidade de ocorrência da anomalia j quando se verifica a anomalia k não é, obrigatoriamente, idêntica à probabilidade da sequência inversa.

A matriz de correlação inter-anomalias apresenta deste modo, em cada célula, a probabilidade de ocor-rência da anomalia j (coluna j) quando se verifica a anomalia k (linha k).

8. TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO

Uma vez inspeccionadas as anomalias e identificadas as suas causas, alcança-se a fase de tomada de decisão relativamente à técnica de intervenção mais adequada para cada caso, visando a eliminação da anomalia e procurando que não torne a surgir.

Seguindo a metodologia referida, posteriormente a um exaustivo estudo bibliográfico, foi possível elaborar uma lista classificativa de técnicas de reparação para anomalias ou defeitos em paredes de alvenaria (Tabela 10).

(13)

Tabela 10 - Lista classificativa de técnicas de reparação

Legenda: * ** ***

R-D.13 substituição / reparação do material das juntas de

dilatação (rp)

R-D.7 reforço da ventilação dos espaços (rp)

R-C.10 limpeza / lavagem das superfícies (rc) / (m)

R-D.6 controlo da humidade através de desumidificadores (rp)

R-D. ENVOLVENTE

R-D.12 colocação de elementos complementares nas

coberturas (rp)

R-D.10 manutenção do sistema de drenagem de águas

pluviais (m)

R-C.8 aplicação de barreiras pára-vapor nos paramentos interiores de paredes (rp) / (m)

R-B.4 aplicação de reboco de desempenho térmico melhorado (rc) /

R-C.2 aplicação de novo revestimento sobre o existente (rc)

R-B.7 colocação de revestimento armado aderente com isolamento térmico (rc) / (rf)

R-C.3 pintura das paredes com cores claras (rp) *

R-C.9 aplicação de protector de superfície (rp) / (m) R-C.4 aumento da espessura / inserção de juntas de movimento (rp)

**/***

R-C.5 injecção de resinas de preenchimento do material de assentamento (rc) **/***

R-C.6 substituição do material de preenchimento das juntas (rc) **/***

R-C. REVESTIMENTO FINAL R-B.3 preenchimento / colmatação das fissuras (rc)

R-B.6 colocação de revestimentos não aderentes com ou sem isolamento térmico (rc) / (rf)

R-B.1 substituição parcial ou total de elementos e materiais afectados (rc)

R-A.4 substituição / colocação dos grampos de ligação dos panos (rp)

R-A.8 introdução de produtos impermeabilizantes (rp) R-A. PAREDE DE ALVENARIA

R-A.11 construção de panos de paredes que ocultem as paredes afectadas (rc)

R-A.7 introdução de barreiras estanques através de corte

na parede (rp)

R-A.1 criação de apoios suplementares (rp)

R-A.2 execução de ligações não rígidas aos elementos estruturais

(rp)

R-B. SISTEMA DE REVESTIMENTO R-A.3 substituição / reforço de elementos da alvenaria (rp)

R-A.13 melhoria do isolamento acústico (rf) R-A.9 electro-osmose (rp)

R-A.10 drenos atmosféricos (rp)

R-A.6 reparação dos tubos da caixa-de-ar (rp)

revestimento com placas de pedra natural

R-D.1 eliminação dos assentamentos das fundações (rp) R-D.2 eliminação das fontes de água (rp) / (m)

R-D.3 execução de valas drenantes periféricas com ou sem

enchimento (rp)

R-D.4 pavimento radiante (rp)

R-D.5 aumento da temperatura ambiente (rp)

R-D.9 substituição / manutenção dos elementos degradados (rp) /

(m)

R-D.8 execução de barreiras acústicas (rc)

revestimento cerâmico aderente

R-D.14 sistemas de protecção contra aves (rp)

R-A.5 preenchimento / colmatação das fissuras (rc)

R-A.12 melhoria do isolamento térmico (rf) / (rc)

revestimento por pintura

R-C.7 protecção de cantos salientes (rp) R-C.1 substituição total / parcial do material de revestimento final

(rp) / (rc) / (m)

R-B.2 aplicação de revestimento sobre o existente (rc)

R-D.11 substituição / tratamento de peitoris / criação de

pingadeiras (rp)

(14)

Sendo o estudo de técnicas de reparação de paredes de alvenaria e seus revestimentos um tema relati-vamente bem aprofundado, destacam-se os autores Flores-Colen et al. (2004), Neto e de Brito (2011), Rosenbom e Garcia (2003), Sá et al. (2012) e Silva (2002) pelo seu contributo, assim como as normas actuais publicadas pela ASTM (American Society for Testing Materials) que determinam procedimen-tos para uma adequada eliminação de anomalias.

A classificação das técnicas de reabilitação é apresentada, na maioria da documentação existente, em função do resultado pretendido, mas verifica-se uma escassez de autores que relacionem a classifica-ção das técnicas com o tipo de elemento a reabilitar.

Assim, e considerando as diversas metodologias correctivas aplicáveis às anomalias mencionadas, os crité-rios adoptados para a classificação das técnicas de reabilitação de paredes de alvenaria do presente sistema de inspecção, diagnóstico e reparação são os seguintes:

 distribuição das técnicas por grupos representativos dos elementos a serem reabilitados;  organização dos grupos em função da importância que o seu papel representa no correcto

cum-primento das exigências impostas às paredes de alvenaria;

 definição, dentro de cada grupo, das técnicas de reabilitação viáveis e ordenação por semelhança;  classificação das técnicas de reabilitação dentro de cada grupo de acordo com a sua natureza

(preventiva, curativa, manutenção e reforço).

Desenvolveu-se um grupo representativo da envolvente, atendendo à possibilidade de, em certos ca-sos, se eliminar causas não imputáveis à parede, mas sim aos elementos que com ela podem interagir (estrutura, humidades do solo, elementos secundários, ventilação e aquecimento dos espaços). As restantes técnicas de reabilitação dividem-se pelos diversos elementos constituintes da parede, de acordo com o grau de gravidade da anomalia que pretendem reparar.

No caso da inspecção e reabilitação, recorre-se com maior frequência a medidas correctivas (as quais permitem reparar directamente a anomalia, eliminando-a) uma vez o elemento em estudo já é existen-te. Estas dividem-se da seguinte forma:

 técnicas de reabilitação preventivas (rp): acções que envolvem a eliminação da causa, embo-ra possam não tembo-ratar directamente a anomalia;

 técnicas de reabilitação curativas (rc): são as que permitem reparar directamente a anomalia, eliminando-a, ocultando-a ou protegendo-a da causa, não implicando, portanto, a eliminação da causa;

 trabalhos de manutenção (m): correspondem a acções de pequeno grau de intervenção que incluem técnicas de limpeza, reparação / substituição pontual e tratamentos de prevenção;  técnicas de reforço (rf): permitem corrigir os desajustes face a exigências de conforto (térmico

e acústico) e de economia.

Ao todo a lista compila 44 técnicas, repartidas por quatro grupos mas somente algumas são sintetiza-das em fichas devido à sua natureza. As técnicas que se encontram a cinzento são as que, quer devido ao seu carácter não dependente dos técnicos (sendo exemplo o aumento da temperatura ambiente, a utilização de desumidificadores), quer devido ao facto de a sua aplicação envolver metodologias fora do âmbito do presente artigo (por exemplo a eliminação dos assentamentos das fundações, colocação de elementos complementares nas coberturas), não são incluídas.

Variando os grupos com a profundidade da reparação (R-A parede de alvenaria; R-B - Sistema de revestimento; R-C - revestimento final ou acabamento), as técnicas incluidas em cada grupo relacio-nam-se com vários tipos de intervenção.

(15)

introdu-ção de reforços nos elementos de alvenaria (R-A.3). Estas soluções, embora aplicadas em acções repara-ção ou manutenrepara-ção devido à sua natureza e objectivo, visam impedir o reaparecimento das anomalias em edifícios existentes e eliminar a causa.

As técnicas curativas (rc) implicam a substituição do material degradado / afectado pela anomalia e assumem a possível alteração das características ou geometria dos materiais. São exemplos as técnicas R-A.5 preenchi-mento / colmatação das fissuras e R-B.1 substituição parcial ou total de elepreenchi-mentos e materiais afectados. As acções de manutenção (m) incluem técnicas de limpeza, reparação / substituição pontual e tratamentos de prevenção. As falhas na manutenção colocam em causa a durabilidade dos materiais e o correcto desempenho das paredes de alvenaria. Um exemplo consiste na falta de limpeza dos sistemas de drenagem de águas pluvi-ais nas coberturas, que, ao entupirem, põem em causa a estanqueidade da cobertura, permitindo o acesso da água às paredes (técnica de reabilitação R-D.11 - manutenção do sistema de drenagem de águas pluviais). As soluções de reforço das características funcionais dos elementos de construção (rf) visam corrigir os desajustes existentes face a determinadas exigências, nomeadamente de conforto higrotérmico e acústi-co. A técnica de reabilitação R-A.12 (melhoria do isolamento térmico) relaciona-se com sistema de isolamento do tipo de parede dupla ou isolante na caixa-de-ar, sendo que o caso de reforço do isolamento pelo exterior é focado nas técnicas R-B.6 (colocação de revestimentos não aderentes com ou sem isolan-te térmico) e R-B.7 (colocação de revestimento armado aderenisolan-te com isolanisolan-te térmico).

Como referido, desenvolveram-se fichas de técnicas de reabilitação, nas quais se agrupa toda a informa-ção relevante ao seu procedimento, materiais, equipamentos e aplicainforma-ção, recomendações e limitações, constituindo-se mais uma ferramenta facilitadora do processo de inspecção e reparação (Figura 2). Matriz de correlação anomalias - técnicas de reabilitação

Segundo a pesquisa bibliográfica efectuada, Silva (2002) foi pioneiro na apresentação de uma relação entre as anomalias com as respectivas metodologias de intervenção de paredes de alvenaria. No entanto, analisou só anomalias relacionadas com a fissuração. Flores-Colen et al. (2004) já apresentam uma matriz de corre-lação, ainda que meramente qualitativa, entre as anomalias passíveis de serem detectadas em paredes de alvenaria de tijolo e as respectivas técnicas de reabilitação. Seguindo a mesma metodologia adoptada para o desenvolvimento da matriz de correlação anomalias - causas prováveis, foi possível proceder ao preenchi-mento da matriz de correlação anomalias - técnicas de reabilitação (Tabela 11). Esta permite indicar, na intersecção de cada linha (representando uma técnica de reabilitação) com cada coluna (representando uma anomalia) o grau de correlação entre ambas, de acordo com o seguinte critério referido por Brito (2009):

 0 - sem relação: não existe qualquer relação entre a anomalia e técnica de reabilitação;  1 - pequena relação: técnica de reabilitação passível de ser aplicada, mas com algumas

limi-tações quer na sua aplicabilidade quer nos resultados obtidos;

 2 - grande relação: técnica de reabilitação mais adequada para reparar a anomalia ou eliminar a sua causa.

A matriz tem como objectivo reduzir a dificuldade na escolha de uma técnica de reparação mas não permite distinguir variáveis como a economia, eficiência, adequação, grau de reversibilidade e durabilidade, princi-palmente ao indicar várias soluções adequadas (directas) para um mesmo defeito. Através das fichas de reparação, poderá haver um entendimento de alguns destes factores, auxiliando na decisão da técnica mais adequada. A análise de viabilidade económica deve integrar a avaliação de vários parâmetros, nomeada-mente a extensão da anomalia, os riscos para os utentes do edifício, a vida útil remanescente estimada do elemento e os custos de recuperação em função do valor estimado de construção (Silvestre, 2011).

(16)

DESIGNAÇÃO Preenchimento / colmatação de fissuras (rc)

ELEMENTO Sistema de revestimento

LOCALIZAÇÕES Parede exterior / interior

SUPORTES Sistema de revestimento de ligantes minerais

FORMAS DE INTERVENÇÃO Eliminação da anomalia MATERIAIS A APLICAR

Argamassa tradicional, primário de aderência, mastique elastómero, revestimento de ligante sintético.

ANOMALIAS A REPARAR fissuração (A-B.1). EXIGÊNCIAS DO SUPORTE

O suporte deve estar isento de poeiras e outro material que se apresente friável ou pulverulento ou que possa dificultar a aderên-cia do material.

TÉCNICA DE INTERVENÇÃO

1) Aplicação de argamassa a) extracção do material

adjacente à fissura para ambos os lados numa faixa de largura total não inferior a 75 mm, removendo o material que se encontre solto;

b) aplicação de uma arga-massa tão semelhante quanto possível à que foi removida; pode ser necessária a aplica-ção de um primário.

2) Aplicação de mastique

a) alegramento das fissuras e limpeza para remoção de poeiras e material friável;

b) preenchimento com mastique adequado;

c) recobrimento geral de todo o paramento com revestimento de impermeabilização de ligante sinté-tico compatível com o mastique.

RECOMENDAÇÕES

A aplicação de argamassa para reparação de fissuras só é possível caso estas sejam inactivas, para fissuras com alguma activi-dade deve ser aplicado um mastique elastómero.

LIMITAÇÕES

Este método é aplicável a fissuras de largura superior a 0,2 mm, que apenas se manifestam no sistema de revestimento e nas quais não se detecta descolamento do revestimento nas suas imediações.

EQUIPAMENTO NECESSÁRIO

Berbequim, escova, equipamento para aplicação de jacto de água ou areia sob pressão, talocha, colher de pedreiro e pulveriza-dor ou rolo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS VEIGA; FARIA (2004)

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Tabela 11 - Matriz de correlação anomalias- técnicas de reabilitação

R/A A-A.1 A-A.2 A-A.3 A-A.4 A-A.5 A-A.6 A-B.1 A-B.2 A-B.3 A-B.4 A-B.5 A-C.1 A-C.2 A-C.3 A-C.4 A-C.5 A-C.6 A-C.7 A-C.8 A-C.9 R-A.1 1 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.2 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.3 2 2 2 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.4 2 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.5 2 1 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.6 0 0 0 2 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.7 0 0 0 2 0 0 0 1 0 2 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.8 0 0 0 2 0 0 0 1 0 2 2 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.9 0 0 0 2 0 0 0 1 0 2 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.10 0 0 0 2 0 0 0 1 0 2 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.11 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-A.12 1 0 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-A.13 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-B.1 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 0 0 0 1 0 0 1 0 1 R-B.2 0 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-B.3 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-B.4 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-B.5 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 1 R-B.6 1 0 0 1 1 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-B.7 1 1 0 1 2 0 2 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 R-C.1 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 2 2 1 2 2 0 2 0 R-C.2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 2 0 R-C.3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-C.4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0 1 0 0 0 R-C.5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 R-C.6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 2 0 0 0 0 R-C.7 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 R-C.8 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 2 R-C.9 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 2 0 2 R-C.10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 2 0 2 R-D.1 2 0 2 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-D.2 0 0 0 2 0 0 0 2 1 2 2 0 2 2 2 0 0 2 0 2 R-D.3 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-D.4 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-D.5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-D.6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-D.7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 R-D.8 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-D.9 0 0 0 1 1 1 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 R-D.10 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 0 1 R-D.11 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 2 0 2 R-D.12 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 R-D.13 0 0 0 1 0 0 0 1 0 1 2 0 0 0 1 0 0 1 0 1 R-D.14 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 2 0 1

O recurso a técnicas de reparação consideradas ajustadas para a resolução de determinada anomalia, mas com limitações (pequena relação), só deve ser ponderado em última instância quando as restantes não forem passíveis de serem implementadas.

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9. CONCLUSÃO

Em grande parte dos edifícios, a qualidade é insuficiente e os acabamentos são pouco cuidados, originando uma degradação muito rápida e um envelhecimento precoce decorrente dos diversos mecanismos de degra-dação, de onde resultam elevados custos de conservação, muitas vezes superiores aos que seriam causados pela adopção de medidas preventivas e pela sensibilização dos executantes. Assim, prevenir a patologia implica agora conhecê-la em rigor e escolher as estratégias de intervenção preventivas e correctivas. No sentido de promover uma manutenção pró-activa, como forma de diminuir a ocorrência de anoma-lias, desenvolveu-se um sistema classificativo e estabeleceram-se relações pemitindo organizar o conhecimento sobre patologia em parede de alvenaria. Através de um aprofundado estudo, desenvol-veu-se uma lista classificativa de anomalias, para as quais se apontaram 45 possíveis causas e reco-mendaram 44 técnicas de reparação. Recorrendo às matrizes de correlação elaboradas, o inspector pode reduzir as possibilidades de relações entre anomalias, sua origem e tipo de intervenção mais adequada. Compilando a informação fundamental sobre as técnicas de reparação, elaboraram-se fi-chas, as quais facilitam simultaneamente o processo de decisão.

Adicionalmente, este tipo de sistematização permitirá, quando aplicada em inspecções, a obtenção de dados interessantes para o desenvolvimento de estatísticas relativas a patologia em paredes, facilitan-do o entendimento das principais prescrições a serem mencionadas na fase de projecto e num plano de manutenção a ser implementado durante a vida útil da parede de alvenaria.

AGRADECIMENTOS

Os autores reconhecem e agradecem o apoio recebido pelo Instituto de Investigação ICIST, IST, Uni-versidade Técnica de Lisboa e da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia)

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