• Nenhum resultado encontrado

PREVALÊNCIA DE LESÕES NA MUCOSA ORAL NO PERÍODO DE 5 ANOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PREVALÊNCIA DE LESÕES NA MUCOSA ORAL NO PERÍODO DE 5 ANOS"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

66

PREVALÊNCIA DE LESÕES NA MUCOSA ORAL NO PERÍODO

DE 5 ANOS

BIOETHICS AND DENTISTRY: CONSIDERATIONS ON THE

PROFESSIONAL-PATIENT RELATIONSHIP

Willian Ricardo PIRES¹ Cristiane Mayumi INAGATI² Aneliza de Fátima Moraes da SILVA³ Lauro Toyoshi MIZUNO4

Edna Harue Furukita MIZUNO 4

RESUMO

Os estudos epidemiológicos perfazem uma grande área da pesquisa desempenhando um importante papel, pois revelam a prevalência de inúmeras doenças e particularizam a sua distribuição dentro de características próprias do ambiente onde estão sendo desenvolvidos. Assim, o objetivo desse trabalho foi o de analisar o perfil epidemiológico de acordo com os laudos histopatológicos dos pacientes atendidos no serviço de Estomatologia, através do projeto de Extensão “Diagnóstico e Tratamento de Lesões de Interesse Estomatológico e Prevenção de Câncer Bucal” da Universidade Estadual de Londrina, entre 2008 a 2012. A análise de 527 espécimes biopsiados revelou 183 casos em homens e 344 em mulheres. Adicionalmente, a idade variou de 5 meses de vida a 108 anos. A hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão mais comum (49,5%), seguida de, mucocele (11,1%), papiloma (8,1%), carcinoma espinocelular (3,8%) e granuloma piogênico (3%).

UNITERMOS: Biópsia; Diagnóstico Bucal; Epidemiologia.

INTRODUÇÃO

De acordo com a Organização Mundial de Saúde(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1997), um dos principais recursos para se conhecer a situação atual e estimar as necessidades de implantação e manutenção da saúde bucal em uma população, é o levantamento epidemiológico.

Div ersos trabalhos, ao longo do tempo, acentuam a importância do conhecim ento da epidemiologia das lesões bucais com o intuito de fornecer subsídios para pesquisas e programas de identificação, prevenção e controle, além de permitir a padronização dos diagnósticos o que facilitaria sobremaneira a comparação interpopulacional (CRUZ et al., 2005; SOUZA, 1999; ARENDORF, 1996).

O correto diagnóstico das lesões bucais instrui a eficácia na terapêutica adotada diante das lesões e ao diagnóstico precoce do câncer bucal (AL-KHATEEB, 2003). O cirurgião-dentista deve estar apto a indicar biópsias, além de executar um correto exame clínico e diagnóstico precoce, consequentemente aumentando os índices de cura e a sobrevida dos pacientes (ZAREI, 2007).

Desta forma, o objetiv o desse estudo foi conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos de

1 – Aluno de Pós-graduação em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP 2 – Aluna de Pós-graduação em Reabilitação Oral, Faculdade de Odontologia de Araraquara, UNESP

3 – Aluna de Pós-graduação em Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP

4 – Professor de Estomatologia, Departamento de Medicina Oral e Odontologia Infantil, Universidade Estadual de Londrina

biópsias atendidos em clínicas do projeto de Extensão de Estomatologia da Universidade Estadual de Londrina, assim como conhecer os diagnósticos mais prevalentes, num período de 5 anos.

MATERIAL E MÉTODO

O projeto n° 01582 - “Diagnóstico e Tratamento de Lesões de Interesse Estomatológico e Prevenção de Câncer Bucal” é um Projeto de Extensão, no qual os integrantes, juntamente com os professores, atendem a população de Londrina e região encaminhada para a Clínica Odontológica Universitária da Universidade Estadual de Londrina, para avaliação e tratamento em clínica de Estomatologia.

O objetivo principal do Projeto é efetuar um trabalho de diagnóstico, tratamento e prevenção de lesões bucais, além do diagnóstico e prevenção do câncer bucal. Os objetivos específicos incluem diagnosticar, tratar e controlar neoplasias benignas, lesões v esículo-bolhosas, ulceradas, brancas, doenças infecciosas de interesse estomatológico, cistos e tumores odontogênicos e não odontogênicos e desordens bucais potencialmente malignas; efetuar diagnóstico e encaminhamento de portadores do câncer bucal, e conscientização dos pacientes sobre os fatores de risco.

(2)

Revista Odontológica de Araçatuba, v.36, n.2, p. 66-69, Julho/Dezembro, 2015 67

Nesta pesquisa, foram avaliados os laudos anatomopatológicos pertencentes ao banco de dados do Projeto, no período de 2008 a 2012, numa amostra total de 527 laudos.

Os laudos são padronizados com dados relevantes para o diagnóstico. A coleta de dados inc luiu a idade, gênero e diagnóst ico anatomopatológico. Os laudos incompletos foram excluídos da amostra.

RESULTADOS

Após a análise dos laudos histopatológicos, foram coletados dados que totalizaram 527 biópsias. Neste período de 5 anos, foi observado que o gênero feminino foi o mais prevalente, com 344 pacientes (65,2%), enquanto 183 pacientes (34,7%) pertenciam ao gênero masculino (Gráfico 1).

Gráfico 1 -. Distribuição das lesões buco-maxilo-faciais de acordo com o gênero.

Quanto à idade dos pacientes, que variou de 5 meses a idade mínima a 108 anos a máxima encontrada, o gênero feminino na 6a década de vida foi o grupo com

maior realização de biópsias, sendo que a 6a década

de vida (24,8%) foi a mais prevalente, seguida das 5a

(18,7%) e 7a (17,8%) décadas (Gráfico 2).

Gráfico 2- Gráfico representado a faixa etária associada ao gênero dos pacientes biopsiados.

De todas as lesões, a que apresentou maior prevalência na população estudada foi a hiperplasia fibrosa inflamatória, com total de 261 casos, seguida da mucocele (59 casos), papiloma (43 casos), carcinoma espinocelular (19 casos), leucoplasia (16 casos), granuloma piogênico (15 casos), entre outros diagnósticos (Gráfico 3). Em relação aos grupos das

lesões, o mais acometido foi o dos processos proliferativos não neoplásicos, que representaram 56,1% de todas as biópsias, seguido do grupo das patologias de glândulas salivares (12,9%) e das neoplasias benignas (11,7%) (Tabela 1).

Gráfico 3-. Gráfico representando as lesões mais frequentes.

Tabela 1- Tabela representando as entidades patológicas diagnosticadas, assim como suas representações numérica e percentual.

(3)

68

DISCUSSÃO

Dos 527 espécimes analisados, o gênero feminino mostrou-se mais evidente (65%, n=344), assim como estudos epidemiológicos realizados na Inglaterra (SCOOT, 1989) e no Chile (OCHESENIUS et al., 2002), nos quais o gênero feminino representou 62% e 53,6%, respectivamente. O fato de o gênero feminino ser predominante pode estar ligado ao fato de as mulheres procurarem mais os serviços de saúde que os homens (FIGUEIREDO, 2005; PINHEIRO et al., 2002).

A sexta década de vida foi a mais prevalente neste levantamento, representando 24,8% (131 casos) das análises anatomopatológicas, concordando com um levantamento feito em Porto Alegre (FRANCIO et al., 2011). Pesquisas feitas em São Paulo (PRADO et al., 2010) e no México (CASTRO, 2000) mostram a 5a e 3a décadas de vida, respectivamente, como as

mais significativas.

Neste período de estudo, foram encontrados 53 diagnósticos diferentes, sendo que a hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão mais encontrada, assim como o grupo dos processos proliferativ os não neoplásicos, estando de acordo com diversos estudos brasileiros (CARVALHO et al., 2011; PRADO et al., 2010; IZIDORO et al., 2007; MARIN et al., 2007; BERTOJA et al., 2007; MORESCO, 2003). Provavelmente o alto índice de hiperplasias fibrosas inflamatórias esteja ligado ao grande número de pacientes, com próteses m al adaptadas que traumatizam os tecidos, atendidos no Projeto. Diferente da realidade brasileira, dois estudos epidemiológicos no México (CASTELLANOS, 2008; CASTRO, 2000) mostram o granuloma periapical crônico infectado e o leucoedema, como as lesões biopsiadas com maior frequência.

As neoplasias malignas representaram 3,9% de todas as lesões bucais, sendo que o carcinoma espinocelular foi responsável por 95,2% deste grupo. Um estudo feito no Rio Grande do Sul (MORESCO, 2003) apresentou um resultado semelhante, no qual as neoplasias malignas corresponderam a 4% das biópsias e o carcinoma espinocelular esteve presente em 88,2% deste grupo.

CONCLUSÕES

No levantamento epidemiológico das lesões bucais realizado no Projeto de Extensão em Estomatologia, em um período de 5 anos, a hiperplasia fibrosa inflamatória foi a lesão bucal mais acometida, o gênero feminino teve proporção maior que o masculino e a faixa etária mais prevalente foi a sexta década de vida.

Atrav és deste estudo, observou-se que o Projeto apresenta relevância pelo grande número de atendimentos clínicos e também executa seus objetivos com satisfação, realizando diagnósticos das diversas lesões buco-maxilo-faciais da população, assim como atuando na prevenção do câncer de boca.

ABSTRACT

Epidemiological studies make up a large area of research playing an important role, because they reveal the prevalence of many diseases and particularize its distribution characteristics within the environment where they are being developed. The objective of this study was to analyze the epidemiological profile in accordance with histopathological results from patients treated at the Stomatology Department, through the project “Diagnosis and Treatment of Injuries of Interest Dental and Oral Cancer Prevention” at the State University of Londrina between 2008 to 2012. The analysis of 527 biopsy specimens revealed 183 cases in men and 344 in women. Additionally, the age ranged from 5 months to live to 108 years. The inflammatory fibrous hyperplasia was the most common lesion (49.5%), followed by, mucocele (11.1%), papilloma (8.1%), squamous cell carcinoma (3.6%) and pyogenic granuloma (3%).

UNITERMS: Biopsy. Diagnosis, Oral. Epidemiology.

REFERÊNCIAS

1. Al-Khateeb T, Ababned K. Oral pyogenic granuloma in Jordanians: a retrospective analysis of 108 cases. J Oral Maxillofac Surg 2003; 61(11): 1285-8.

2. Arendorf TM, Van Der Ross R. Oral soft tissue lesions in a black pre-school South African population. Community Dentistry and Oral Epidemiology 1996; 24(4): 296-7.

3. Bertoja IC et al. Prevalence of oral lesions diagnosed by Unicen P Histopathology Laboratory. RSBO 2007; 4(2): 41-6.

4. Carvalho M de V, Iglesias DP, do Nascimento GJ, Sobral AP. Epidemiological study of 534 biopsies of oral mucosal lesions in elderly Brazilian patients. Gerodontology 2011; 28(2): 111–5. 5. Castellanos JL, Díaz-Guzman L. Lesions of the oral

mucosa: an epidemiological study of 23785 Mexican patients. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2008; 105(1):79-85. 6. Cast ro JW O. Pr ev al encia de l esiones

histopatológicas bucales en la Zona del Bajío. Agosto del 90 a Diciembre del 96. Revista ADM 2000; 57(4): 132-6.

7. Cruz MCFN et al. Survey oral cavity biopsies in the University Hospital(UFMA)- Presidente Dutra’s Unity, in São Luis, During the period of 1992 -2002. Rev bras patol oral 2005; 4(3): 185-8. 8. Figueiredo W. Assistência à saúde dos homens:

um desafio para os serviços de atenção primária. Ciênc Saúde Coletiva 2005; 10(1):105-9. 9. Francio FF et al. Epidemiological Profile of Patients

with Oral Carcinoma Treated at the Oral Medicine HSL-PUCRS. Rev Odontol Bras Central. 2011; 20(55): 308-12.

(4)

Revista Odontológica de Araçatuba, v.36, n.2, p. 66-69, Julho/Dezembro, 2015 69

bucais no ambulatório de estomatologia do hospital geral de Curitiba. Rev Dens 2007; 15(2): 99.

11. Marin HJI et al. Lesões bucais: concordância diagnóstica na Faculdade de Odontologia de Pernambuco. Odontol Clín-Cient 2007; 6(4): 315-8.

12. Moresco FC, Nora Filho MR, Balbinot MA. Levantamento epidemiológico dos diagnósticos histopatológicos da disciplina de estomatologia da faculdade de odontologia da ULBRA-Canoas/ RS. Stomatos 2003; 9(1): 29-34.

13. Ochsenius G, Ortega A, Godoy L, Peñafiel C, Escobar E. Odontogenic tumors in Chile: a study of 362 cases. J Oral Pathol Med 2002; 31(7): 415–20.

14. Pinheiro RS et al. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no Brasil. Ciênc Saúde Coletiva 2002; 7: 687-707.

15. Prado BN et al. Estudo epidemiológico das lesões bucais no período de 05 anos. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo 2010; 22(1): 25-9.

16. Scott J, Cheah SB. The prevalence of oral mucosal lesions in the elderly in a surgical biopsy population: a retrospective analysis of 4042 cases. Gerodontology 1989; 8(3): 73-8.

17. Souza GFM, Silveira MMF. Estudo epidemiológico das lesões bucais do Serviço de Anatomo -Pat ologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco de 1993 a 1997. Revista Saúde 1999; 3(2): 11-6.

18. World Health Organization. Oral health surveys: basic methods. 4 ed. Geneva: ORH/EPID; 1997. 19. Zarei MR, Chamani G, Amanpoor S. Reactive hyperplasia of the oral cavity in Kerman province, Iran: a review of 172 cases. Br J Oral Maxillofal Surg 2007; 45(4): 288-92.

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Willian Ricardo Pires

Departamento de Cirurgia e Clínica Integrada Faculdade de Odontologia de Araçatuba, UNESP Rua José Bonifácio, 1193 - Araçatuba - CEP

16015-050

Telefone: (18) 36363287 E-mail: willian_ricardo_p@hotmail.com

(5)

Referências

Documentos relacionados

A Sementinha dormia muito descansada com as suas filhas. Ela aguardava a sua longa viagem pelo mundo. No entanto, sempre vivera junto ao pomar do António Seareiro e até

1- A vida das comunidades recoletoras era muito difícil, devido ao frio intenso e aos animais ferozes, mas também porque era difícil encontrar comida e lugares onde se abrigarem.. 2-

Um senhorio é um território, pertencente a um Senhor (do Clero ou da Nobreza), em que podemos encontrar terras cultivadas pelos camponeses que vivem no senhorio,

Em janeiro, o hemisfério sul recebe a radiação solar com menor inclinação e tem dias maiores que as noites, encontrando-se, assim, mais aquecido do que o hemisfério norte.. Em julho,

Navegando por mares e oceanos desconhecidos pelos Europeus, os Portugueses descobriram ilhas no Atlântico, contornaram África e chegaram à Índia e ao Brasil..

A bicharada já andava toda admirada, mas muito desconfiada!.

a) O polícia disse um palavrão, após ter saído da casa de Adrian. Corrige as falsas.. A mãe também está com gripe. “Quase que não consegui ficar calado quando vi que não

a) “O velho dá um passo à frente, três passos atrás, dois passos à frente” _________________. b) O velho estava desorientado