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Análise fonético-acústica do contraste fônico de vozeamento em crianças DOUTORADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS DA LINGUAGEM

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Fabiana Nogueira Gregio

Análise fonético-acústica do contraste fônico de

vozeamento em crianças

DOUTORADO EM LINGUÍSTICA APLICADA E ESTUDOS

DA LINGUAGEM

(2)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PUC-SP

Fabiana Nogueira Gregio

Análise fonético-acústica do contraste fônico de

vozeamento em crianças

SÃO PAULO

2013

(3)

Gregio, Fabiana Nogueira

Análise fonético-acústica do contraste fônico de vozeamento em crianças / Fabiana Nogueira Gregio.—São Paulo, 2013.

xxvi, 145f.

Tese (Doutorado) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Programa de Estudos Pós-Graduados em Lingüística Aplicada e Estudos da

Linguagem.

Título em inglês: Phonetic-acoustic analysis of phonic voicing contrast in

children.

1. Fonética. 2. Fonoaudiologia. 3. Medida da produção da fala. 4.

(4)

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM LINGUÍSTICA APLICADA E

ESTUDOS DA LINGUAGEM

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Banca Examinadora

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(6)

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou

parcial desta tese por processos de fotocopiadoras ou eletrônicos.

(7)

Dedicatória

Aos meus pais, pelas incansáveis horas de dedicação, por me darem força para as adversidades e tranquilidade para seguir em frente. Simplesmente por serem o que são, meus maiores exemplos. Ao meu marido, pelo amor, apoio, cumplicidade e compreensão.

(8)

Agradecimentos

À minha orientadora profa. Dra. Zuleica Camargo, pela dedicação e confiança depositadas em mim. Por ser um exemplo em nossa área. Seus ensinamentos e sua orientação cuidadosa foram essenciais para a condução deste trabalho.

À profa. Dra. Sandra Madureira, pelas oportunidades, ensinamentos e contribuições. Pela confiança e carinho que me foram dados.

À profa. Dra. Luisa Barzaghi Ficker, pelas gentis participações e contribuições importantes em etapas desta pesquisa.

Ao prof. Dr. Luiz Carlos Rusilo, pela atenção, ensinamentos e assessoria estatística realizada.

À profa. Dra. Irene Queiroz Marchesan, pela confiança, parceria e incentivo ao desenvolvimento desta e de outras pesquisas no campo das Ciências da Fala.

À profa. Dra. Aline Neves Pessoa Almeida, pela agradável convivência e reflexões ao longo deste percurso.

À profa. Dra. Lilían Cristina Kuhn Pereira, pela pronta disponibilidade e caminhos construídos em parceria.

Ao prof. Dr. Mario Augusto de Souza Fontes, por sempre estar disponível e presente, acompanhando os meus passos.

Às Fgas. Luciana Regina de Oliveira, por compartilharmos alegrias e angústias e por toda colaboração ao longo dos anos que vão além desta pesquisa, Andréa Baldi de Freitas e Vanessa Medina, pela atenção comigo e colaboração em etapa desta pesquisa, e Dra. Maria Fabiana Bonfim Lima Silva, sempre atenciosa e disponível.

(9)

Sergio Augusto Mauad, Marcelo Henrique Barbosa, Alice Rodrigues Crochiquia, Perpétua Coutinho Gomes e Thamires Rodrigues de Freitas.

Aos estagiários do LIAAC, pela disposição em ajudar em vários momentos: Ordem Francisco Clabus, Janaína dos Santos Paiva, Isabelle Brown Monteiro Almeida, Bia Morra Alves, Felipe Magalhães Bonel e Amanda Zamora Bernardo.

Aos funcionários Maria de Fátima Albuquerque (LIAAC-PUCSP), Maria Lúcia dos Reis (LAEL-PUCSP), Marcelo Fonseca Ferreira e Rodney Franco de Lima (DTI-PUCSP) e Raquel Ozeias da Silva e Déia Piedade da Silva (CEFAC), pela atenção e presteza oferecidas a mim e que fizeram parte desta pesquisa.

À profa. Dra. Aglael Juliana Aparecida Gama-Rossi, mesmo distante, seus ensinamentos estiveram presentes e me acompanharam nesta pesquisa.

Às Fgas. Ione Murakami e Fabíola Pereira, pelo apoio fundamental que deram a mim e à pesquisa.

Aos pais das crianças, às crianças e aos juízes desta pesquisa, sem vocês nada disso teria sido possível.

A Cátia de Almeida, pela cuidadosa revisão em língua portuguesa, e a Layla Penha, pela tradução do resumo para o inglês.

Ao CEFAC Saúde e Educação, por disponibilizar os instrumentos para gravação.

Ao CNPq, pelo auxílio financeiro fornecido para a pesquisa.

A T., mesmo sem jamais saber desta pesquisa e mesmo sem eu saber de seu paradeiro, por ter sido minha primeira paciente de fonoterapia, com quem desfrutei meu primeiro contato com a questão do vozeamento, despertando encantamento e indagações.

A todos os meus familiares e amigos, sem exceção, por todo apoio e carinho e por vibrarem com a conclusão desta etapa. Ao Toninho, um companheiro fiel.

À estrelinha que, mesmo nas noites mais nubladas, encontra uma fresta para se mostrar presente, protetora, acompanhando e iluminando meus caminhos.

(10)

“Descobrir o seu conhecimento tácito sobre o português em

particular e sobre a linguagem em geral é, ao mesmo tempo,

surpreendente, excitante e atemorizante. Surpreendente porque

você cresceu dentro de uma tradição educacional que desvaloriza

e cerceia a reflexão e a crítica, tolhendo o intelectual e o cientista

que há dentro de cada um de nós. Excitante porque, uma vez

descoberta, a capacidade de se aventurar intelectualmente traz

um sentimento de liberdade de que você dificilmente quererá

abdicar. Atemorizante porque a responsabilidade que acompanha

tal liberdade logo pesará sobre os seus ombros e você sentirá que

contraiu consigo e com a humanidade a dívida de continuar essa

aventura.”

(11)

Sumário

Dedicatória ... v

Agradecimentos ... vi

Listas ... xii

Resumo ... xxv

Abstract ... xxvi

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 4

2.1 MODELOS TEÓRICOS ADOTADOS ... 4

2.2 CARACTERÍSTICAS ARTICULATÓRIAS E ACÚSTICAS DO CONTRASTE DE VOZEAMENTO NA FALA ... 8

3. MÉTODOS ... 20

3.1 SELEÇÃO DOS SUJEITOS ... 20

3.2 COMPOSIÇÃO DO CORPUS DE FALA ... 22

3.3 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS DE PRODUÇÃO DE FALA ... 22

3.4 PROCEDIMENTOS DE EDIÇÃO E ETIQUETAGEM DAS AMOSTRAS DE FALA COLETADAS ... 23

3.4.1 Análise estatística para definição do agrupamento das produções de fala dos sujeitos estudados ... 24

3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE ACÚSTICA DA FALA ... 28

3.5.1 Medida acústica de frequência fundamental (f0) no início da vogal seguinte à consoante ... 30

3.5.2 Medida acústica de frequência fundamental (f0) no ponto estacionário da vogal seguinte à consoante ... 31

3.5.3 Medida acústica de frequência do primeiro formante (F1) no início da vogal seguinte à consoante ... 32

3.5.4 Medida acústica de frequência do primeiro formante (F1) no ponto estacionário da vogal seguinte à consoante ... 33

(12)

3.5.6 Medida acústica de duração relativa da consoante plosiva, das vogais

anterior e seguinte e de trecho VCV da palavra-alvo ... 36

3.5.7 Medida acústica de duração absoluta do VOT... 36

3.5.7.1 Valores de VOT modular ... 37

3.5.8 Medida acústica de duração relativa do VOT... 38

3.5.9 Medida acústica de duração absoluta do detalhamento da barra de vozeamento ... 38

3.5.10 Medida acústica de duração relativa do detalhamento da barra de vozeamento ... 40

3.6 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS DE PERCEPÇÃO DE FALA ... 40

3.7 TRATAMENTO ESTATÍSTICO DOS DADOS COLETADOS ... 44

3.7.1 Análise de confiabilidade das respostas dos juízes como procedimento metodológico ... 45

3.7.2 Análise estatística dos resultados ... 47

3.7.2.1 Dados de produção de fala ... 47

3.7.2.2 Dados de percepção ... 48

3.7.2.3 Análise integrada das esferas acústica e perceptiva ... 49

3.8 SÍNTESE DOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 50

4. RESULTADOS ... 51

4.1 DADOS DE PRODUÇÃO DE FALA ... 51

4.1.1 Medidas acústicas de frequência e duração ... 52

4.1.1.1 Frequência fundamental (f0) ... 52

4.1.1.2 Frequência do primeiro formante (F1) ... 56

4.1.1.3 Duração relativa da vogal anterior à consoante, da consoante plosiva e da vogal seguinte à consoante ... 60

4.1.1.4 Duração relativa doVOT... 68

4.1.1.5 Duração relativa do detalhamento da barra de vozeamento ... 69

4.1.1.5.1 Período de vozeamento ... 69

4.1.1.5.2 Período sem vozeamento ... 71

4.1.1.5.3 Retomada do vozeamento ... 73

(13)

4.1.1.5.5 Plosão ... 80

4.1.1.6 Resumo das medidas acústicas de frequência e duração apresentadas ... 82

4.1.2 Análise integrada dasmedidas acústicas ... 83

4.1.2.1 Grupo com alteração - contexto tônico ... 83

4.1.2.2 Grupo referência - contexto tônico ... 86

4.1.2.3 Grupo com alteração - contexto pós-tônico ... 89

4.1.2.4 Grupo referência - contexto pós-tônico ... 92

4.1.3 Influência das medidas acústicas na segregação de amostras de fala com e sem alteração ... 95

4.1.3.1 Grupo com alteração X Grupo referência (contexto tônico) ... 95

4.1.3.2 Grupo com alteração X Grupo referência (contexto pós- tônico) ... 97

4.2 DADOS DE PERCEPÇÃO DE FALA ... 99

4.2.1 Grupo com alteração e grupo referência – contexto tônico ... 100

4.2.2 Grupo com alteração e grupo referência – contexto pós-tônico ... 102

4.3 CORRELAÇÕES ENTRE DADOS ACÚSTICOS E PERCEPTIVOS ... 104

4.3.1 Contexto tônico ... 104

4.3.2 Contexto pós-tônico ... 108

5. DISCUSSÃO ... 113

6. CONCLUSÃO .... 126

7. ANEXOS ... 127

(14)

Lista de figuras

Figura 1. Gráfico de centroides da análise discriminante de estimação das produções de fala dos sujeitos nos contextos tônico e pós-tônico, a partir das medidas acústicas extraídas ... 25 Figura 2. Gráfico da curva ROC da análise de regressão logística das

produções de fala dos sujeitos a partir das medidas acústicas extraídas ... 26 Figura 3. Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e

espectrograma de banda estreita (janela inferior à direita) com o comando show pitch acionado (traçado em pontilhado azul) e o cursor indicando o início da vogal [a]. Geração de espectros FFT (janela menor à esquerda) ... 31 Figura 4. Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e

espectrograma de banda estreita (janela inferior à direita) com o comando show pitch acionado (traçado em pontilhado azul) e o cursor indicando o ponto estacionário da vogal [a]. Geração de espectros FFT (janela menor à esquerda) ... 32 Figura 5. Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e

espectrograma de banda larga (janela inferior à direita) com os comandos show formants (traçado em vermelho) e show pitch

(traçado em azul) acionados e o cursor indicando o início da vogal [a]. Geração de espectros FFT e LPC (janela menor à esquerda) ... 33 Figura 6. Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e

espectrograma de banda larga (janela inferior à direita) com os comandos show formants (traçado em vermelho) e show pitch

(traçado em azul) acionados e o cursor indicando o ponto estacionário da vogal [a]. Geração de espectros FFT e LPC (janela menor à esquerda) ... 34 Figura 7. Traçado da forma da onda (janela superior) e espectrograma de

banda larga (janela inferior) e duas camadas de anotações, uma com a segmentação de cada som V1, C e V2 (camada de anotação superior) e a outra com o trecho total VCV (camada de anotação inferior) ... 35 Figura 8. Traçado da forma da onda (janela superior) e espectrograma de

banda larga (janela inferior), com seleção do cursor indicando VOTpositivo ... 37 Figura 9. Traçado da forma da onda (janela superior) e espectrograma de

banda larga (janela inferior), com seleção do cursor indicando VOTnegativo ... 37 Figura 10. Traçado da forma da onda (janela superior) e espectrograma de

(15)

Figura 11. Traçado da forma da onda (janela superior) e espectrograma de banda larga (janela inferior), com a camada de anotação indicando período de vozeamento, período sem vozeamento e retomada do vozeamento na produção de plosiva vozeada ... 39 Figura 12. Tela inicial do experimento de percepção apresentada por meio

do script de comandos e tarefas Experiment MFC, aplicável ao

software PRAAT... 42 Figura 13. Exemplo da tela do experimento de percepção (scriptExperiment

MFC, aplicável ao software PRAAT) mostrando o modo aleatório das apresentações dos estímulos sonoros aos juízes. O número 1/216 no canto superior esquerdo indica a ordem da apresentação, sendo este o primeiro estímulo sonoro reproduzido. A expressão "trecho 91" identifica o estímulo sonoro escutado ... 42 Figura 14. Exemplo de tela do experimento de percepção (script

Experiment MFC, aplicável ao software PRAAT) apresentando a tela seguinte ao acionamento do comando "repetir", mostrando que a repetição só era possível uma vez ... 43 Figura 15. Tela final do experimento de percepção (scriptExperiment MFC,

aplicável ao software PRAAT) sinalizando o término do experimento ao juiz participante ... 43 Figura 16. Trecho exemplificando o arquivo de resultados gerado pelo script

Experiment MFC, aplicável ao software PRAAT, que permitiu a tabulação das respostas de cada juiz participante do experimento de percepção ... 44 Figura 17. Representação da variação do julgamento auditivo de cada juiz

em relação ao valor de moda ... 46 Figura 18. Histograma de distribuição da frequência de erros de julgamento

auditivo considerando os 39 juízes ... 46 Figura 19. Histograma de distribuição da frequência erros de julgamento

auditivo considerando os 35 juízes ... 46 Figura 20. Fluxograma dos procedimentos metodológicos da pesquisa ... 50 Figura 21. Distribuição das medidas de f0 no início da vogal (Hz) entre os

pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 54 Figura 22. Distribuição das medidas de f0 no início da vogal (Hz) entre os

pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 54 Figura 23. Distribuição das medidas de f0 no ponto estacionário da vogal

(16)

Figura 24. Distribuição das medidas de f0 no ponto estacionário da vogal (Hz) entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 55 Figura 25. Distribuição das medidas de F1 no início da vogal (Hz) entre os

pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 58 Figura 26. Distribuição das medidas de F1 no início da vogal (Hz) entre os

pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 58 Figura 27. Distribuição das medidas de F1 no ponto estacionário da vogal

(Hz) entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 59 Figura 28. Distribuição das medidas de F1 no ponto estacionário da vogal

(Hz) entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 59 Figura 29. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da vogal

anterior à consoante entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 63 Figura 30. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da vogal

anterior à consoante entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto

pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 63 Figura 31. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da consoante

plosiva entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 64 Figura 32. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da consoante

plosiva entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 64 Figura 33. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da vogal

seguinte à consoante entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 65 Figura 34. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da vogal

seguinte à consoante entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto

(17)

Figura 35. Representação esquemática da duração relativa (%) da vogal anterior à consoante, da consoante plosiva e da vogal seguinte à consoante, em relação ao trecho VCV da palavra-alvo, das amostras de fala no contexto tônico do grupo com alteração ... 66 Figura 36. Representação esquemática da duração relativa (%) da vogal

anterior à consoante, da consoante plosiva e da vogal seguinte à consoante, em relação ao trecho VCV da palavra-alvo, das amostras de fala no contexto tônico do grupo referência ... 66 Figura 37. Representação esquemática da duração relativa (%) da vogal

anterior à consoante, da consoante plosiva e da vogal seguinte à consoante, em relação ao trecho VCV da palavra-alvo, das amostras de fala no contexto pós-tônico do grupo com alteração 67 Figura 38. Representação esquemática da duração relativa (%) da vogal

anterior à consoante, da consoante plosiva e da vogal seguinte à consoante, em relação ao trecho VCV da palavra-alvo, das amostras de fala no contexto pós-tônico do grupo referência ... 67 Figura 39. Distribuição das medidas de duração relativa (%) do período de

vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 70 Figura 40. Distribuição das medidas de duração relativa (%) do período de

vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 70 Figura 41. Distribuição das medidas de duração relativa (%) do período sem

vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 72 Figura 42. Distribuição das medidas de duração relativa (%) do período sem

vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 72 Figura 43. Distribuição das medidas de duração relativa (%) do período de

retomada do vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 74 Figura 44. Distribuição das medidas de duração relativa (%)do período total

pré-plosão entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 76 Figura 45. Distribuição das medidas de duração relativa (%)do período total

(18)

Figura 46. Representação esquemática da duração relativa (%) do período de vozeamento, do período sem vozeamento e do período de retomada do vozeamento, em relação à duração relativa do período total pré-plosão, das amostras de fala no contexto tônico do grupo com alteração ... 78 Figura 47. Representação esquemática da duração relativa (%) do período

de vozeamento e do período sem vozeamento, em relação à duração relativa do período total pré-plosão, das amostras de fala no contexto tônico do grupo referência ... 78 Figura 48. Representação esquemática da duração relativa (%) do período

de vozeamento e do período sem vozeamento, em relação à duração relativa do período total pré-plosão, das amostras de fala no contexto pós-tônico do grupo com alteração ... 79 Figura 49. Representação esquemática da duração relativa (%) do período

de vozeamento e do período sem vozeamento, em relação à duração relativa do período total pré-plosão, das amostras de fala no contexto pós-tônico do grupo referência ... 79 Figura 50. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da plosão entre

os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência ... 81 Figura 51. Distribuição das medidas de duração relativa (%) da plosão entre

os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 81 Figura 52. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto tônico pelos sujeitos do grupo com alteração ... 84 Figura 53. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto tônico pelos sujeitos do grupo com alteração ... 86 Figura 54. Dendrograma da da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto tônico pelo sujeito do grupo referência ... 87 Figura 55. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 89 Figura 56. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

(19)

Figura 57. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto pós-tônico pelo sujeito do grupo com alteração ... 92 Figura 58. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 93 Figura 59. Dendrograma da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 95 Figura 60. Gráfico de centroides da análise discriminante de estimação do

grupo de sujeitos (com alteração e referência) no contexto tônico a partir das medidas acústicas ... 96 Figura 61. Gráfico da curva ROC da análise discriminante das produções de

fala, no contexto tônico, dos grupos com alteração e referência a partir das medidas acústicas extraídas ... 97 Figura 62. Gráfico de centroides da análise discriminante de estimação do

grupo de sujeitos (com alteração e referência) no contexto

pós-tônico a partir das medidas acústicas ... 98 Figura 63. Gráfico da curva ROC da análise discriminante das produções de

fala, no contexto pós-tônico, dos grupos com alteração e referência a partir das medidas acústicas extraídas ... 99 Figura 64. Distâncias auditivas entre os pares não vozeados e vozeados

das produções de fala no contexto tônico dos grupos com alteração e referência em função das respostas do experimento de percepção pelos juízes ... 102 Figura 65. Distâncias auditivas entre os pares não vozeados e vozeados

das produções de fala no contexto pós-tônico dos grupos com alteração e referência em função das respostas do experimento de percepção pelos juízes ... 104 Figura 66. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos

julgamentos auditivos (com critério de 10% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas não vozeadas no contexto tônico pelos grupos com alteração e referência ... 105 Figura 67. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos

julgamentos auditivos (com critério de 25% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto tônico pelos grupos com alteração e referência ... 106 Figura 68. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos

(20)

Figura 69. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 10% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas não vozeadas no contexto pós-tônico pelos grupos com alteração e referência ... 109 Figura 70. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos

julgamentos auditivos (com critério de 25% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto pós-tônico pelos grupos com alteração e referência ... 110 Figura 71. Gráfico da análise de regressão logística para a estimação dos

(21)

Lista de tabelas

Tabela 1. Matriz de confusão das medidas acústicas para os dois contextos tônico e pós-tônico para a amostra de estimação da análise discriminante ... 25 Tabela 2. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de f0 (Hz) no início da vogal entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e

pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 52 Tabela 3. Valores de média, desvio-padrão (DP) e teste de comparação de

amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de f0 (Hz) no ponto estacionário da vogal (Hz) entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 53 Tabela 4. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de F1 (Hz) no início da vogal entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 56 Tabela 5. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de F1 (Hz) no ponto estacionário da vogal (Hz) entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 57 Tabela 6. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) da vogal anterior à consoante plosiva entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 60 Tabela 7. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) da consoante plosiva entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 61 Tabela 8. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

(22)

Tabela 9. Valores médios de duração relativa da medida de VOT (em %), em função das possibilidades de ocorrência de valores positivos e negativos, para as consoantes não vozeadas e vozeadas referentes às produções de fala nos contextos tônico e

pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 68 Tabela 10. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) do período de vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 69 Tabela 11. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) do período sem vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 71 Tabela 12. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) do período de retomada do vozeamento entre os pares consonantais não vozeados e vozeados (bilabiais e alveolares) referentes às produções de fala nos contextos tônico e

pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 73 Tabela 13. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) do período total pré-plosão entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 75 Tabela 14. Valores de média, desvio-padrão (DP) e de teste de comparação

de amostras (F, valor-p e F crítico) da medida de duração relativa (%) da plosão entre os pares consonantais não vozeados e vozeados referentes às produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 80 Tabela 15. Resumo dos resultados das medidas acústicas de frequência e

duração das produções de fala nos contextos tônico e pós-tônico dos grupos com alteração e referência ... 82 Tabela 16. Classes geradas na análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto tônico pelos sujeitos do grupo com alteração ... 84 Tabela 17. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

(23)

Tabela 18. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto tônico pelo sujeito do grupo referência ... 87 Tabela 19. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto tônico pelo sujeito do grupo referência ... 88 Tabela 20. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto pós-tônico pelo sujeito do grupo com alteração ... 90 Tabela 21. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto pós-tônico pelo sujeito do grupo com alteração ... 91 Tabela 22. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes não vozeadas no contexto pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 93 Tabela 23. Classes geradas da análise aglomerativa hierárquica de cluster

resultante do processamento das medidas acústicas da produção das consoantes vozeadas no contexto pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 94 Tabela 24. Matriz de confusão para a amostra de estimação das produções

de fala no contexto tônico dos grupos de sujeitos a partir das medidas acústicas ... 96 Tabela 25. Matriz de confusão para a amostra de estimação das produções

de fala no contexto pós tônico dos grupos de sujeitos a partir das medidas acústicas ... 97 Tabela 26. Matriz de confusão resultante das respostas dos juízes ao

experimento de percepção para as produções no contexto tônico pelos sujeitos do grupo com alteração ... 100 Tabela 27. Cômputo geral e porcentagem do número de ocorrências quanto

à percepção do vozeamento das respostas dos juízes ao experimento de percepção para as produções no contexto tônico pelos sujeitos do grupo com alteração ... 100 Tabela 28. Matriz de confusão resultante das respostas dos juízes ao

experimento de percepção para as produções no contexto tônico pelo sujeito do grupo referência ... 101 Tabela 29. Cômputo geral e porcentagem do número de ocorrências quanto

à percepção do vozeamento das respostas dos juízes ao experimento de percepção para as produções no contexto tônico pelo sujeito do grupo referência ... 101 Tabela 30. Matriz de confusão resultante das respostas dos juízes ao

experimento de percepção para as produções no contexto

(24)

Tabela 31. Cômputo geral e porcentagem do número de ocorrências quanto à percepção do vozeamento das respostas dos juízes ao experimento de percepção para as produções no contexto

pós-tônico pelo sujeito do grupo com alteração ... 103 Tabela 32. Matriz de confusão resultante das respostas dos juízes ao

experimento de percepção para as produções no contexto

pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 103 Tabela 33. Cômputo geral e porcentagem do número de ocorrências quanto

à percepção do vozeamento das respostas dos juízes ao experimento de percepção para as produções no contexto

pós-tônico pelos sujeitos do grupo referência ... 103 Tabela 34. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 10% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas não vozeadas no contexto tônico pelos grupos com alteração e referência ... 105 Tabela 35. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 25% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto tônico pelos grupos com alteração e referência ... 106 Tabela 36. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 10% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto tônico pelos grupos com alteração e referência ... 107 Tabela 37. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 10% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas não vozeadas no contexto pós-tônico pelos grupos com alteração e referência ... 108 Tabela 38. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 25% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto pós-tônico pelos grupos com alteração e referência ... 109 Tabela 39. Matriz de confusão da análise de regressão logística para a

estimação dos julgamentos auditivos (com critério de 25% de erros por sujeito) a partir das medidas acústicas das produções de consoantes plosivas vozeadas no contexto pós-tônico pelos grupos com alteração e referência ... 110 Tabela 40. Apresentação das medidas acústicas mais influentes no

(25)

Lista de quadros

Quadro 1. Características dos grupos de sujeitos selecionados quanto a idade (anos/meses), gênero (Masculino/Feminino), diagnóstico fonoaudiológico de alteração de fala referente ao contraste de vozeamento ... 21 Quadro 2. Características dos grupos de sujeitos selecionados para o

estudo quanto a idade (anos/meses), gênero (Masculino/ Feminino), diagnóstico fonoaudiológico referente ao contraste de vozeamento na fala e ao contexto de acentuação da palavra alvo (tônico e pós-tônico) ... 27 Quadro 3. Distribuição das amostras de fala coletadas (n) por classificação

(26)

Lista de abreviaturas

PB Português brasileiro VOT

f0 F1

Voice-onset-time

Frequência fundamental

Frequência do primeiro formante FAAR Fonologia acústico-articulatória

LAEL Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguistica Aplicada e Estudos da Linguagem

LIAAC Laboratório Integrado de Análise Acústica e Cognição PUCSP

CVCV VCV

Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Consoante-vogal-consoante-vogal

(27)

Resumo

Objetivo: investigar as estratégias de implementação do contraste fônico de

vozeamento no português brasileiro em um grupo de crianças com alteração da fala em comparação a um grupo de crianças sem alteração. Métodos: foram selecionados seis sujeitos, na faixa etária de 7-10 anos, sendo três com diagnóstico fonoaudiológico de alteração na produção do contraste de vozeamento na fala e três atuando como referência. Seis sentenças-veículo com palavras-alvo, dissílabas com estrutura CVCV, contendo os pares vozeados e não vozeados das consoantes plosivas do português brasileiro, em contextos de sílaba tônica e pós-tônica, foram audiogravadas (cinco repetições aleatorizadas). As amostras coletadas foram inspecionadas acusticamente, etiquetadas e submetidas a procedimentos de extração das medidas acústicas de frequência fundamental (f0) no início e no ponto estacionário da vogal seguinte à consoante plosiva, frequência do primeiro formante (F1) no início e no ponto estacionário da vogal seguinte à consoante plosiva e medidas de duração de consoante plosiva, vogal anterior à consoante plosiva, vogal seguinte à consoante plosiva, voice-onset-time (VOT) na consoante plosiva, período de vozeamento, período sem vozeamento, retomada do vozeamento, total pré-plosão e pré-plosão e medida do trecho VCV da palavra-alvo, para finalidade de cálculo da duração relativa. Na sequência, as amostras de fala foram submetidas a experimento de percepção para julgamento auditivo (identificação de vocábulos) por um grupo de 35 juízes. Os resultados das medidas acústicas foram submetidos a teste de comparação de amostras, análise hierárquica de cluster e análise discriminante. As respostas do julgamento auditivo foram apresentadas por meio de matrizes de confusão e de cálculo das distâncias auditivas. Os dados de correspondências entre achados acústicos e perceptivos foram submetidos à análise de regressão logística. O projeto da pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (119/09). Resultados: as medidas acústicas foram comparadas entre os pares de consoantes plosivas não vozeadas e vozeadas e, no geral, revelaram diferenças significativas. Contudo, agruparam-se diferentemente para as consoantes plosivas não vozeadas e vozeadas para cada grupo estudado nos distintos contextos, e ainda apresentaram capacidade preditiva em classificar os grupos com alteração e referência. Em termos de percepção, as distâncias auditivas apresentaram-se menores para as amostras do grupo com alteração em comparação com o grupo referência no contexto tônico. Para o contexto pós-tônico, as distâncias auditivas foram similares entre os dois grupos. A duração da consoante, do período sem vozeamento e do total pré-plosão (contexto tônico) e a duração do total pré-plosão e o período de vozeamento (contexto pós-tônico) revelaram poder preditivo do julgamento auditivo do contraste de vozeamento de fala alterada para as consoantes plosivas vozeadas. Para as consoantes plosivas não vozeadas as medidas influentes foram f0 no início da vogal e duração da vogal anterior (contexto tônico) e f0 no início da vogal e duração da consoante plosiva (contexto pós-tônico). Conclusão: a investigação das implementações encontradas no sinal de fala das crianças revelou que as medidas de duração foram influentes na identificação da fala com contraste de vozeamento alterado, sinalizando os indícios de implementação de mais de uma ação para a análise do contraste de vozeamento.

(28)

Abstract

Objective: to investigate implementation strategies for phonic voicing contrast in

Brazilian Portuguese in a study group of children with speech alteration in comparison to a control group of children without alteration. Methods: we selected six subjects ranging from 7-10 years old, three with diagnosis of alterations in the production of voicing contrast in speech and three as controls. Six carrier sentences with target disyllabicwords in a CVCV structure, containing voice and voiceless pairs of plosive consonants in Brazilian Portuguese in contexts of tonic and post-tonic syllables, were audio recorded (five random repetitions). The collected samples were acoustically investigated, labeled and submitted to procedures to extract caustic measures of fundamental frequency (f0) in the beginning and in the stationary point of the vowel following the plosive consonant, frequency of first formant (F1) in the beginning and in the stationary point of the vowel following the plosive consonant and duration measures of: plosive consonant, vowel preceding the the plosive consonant, vowel following the plosive consonant, voice-onset-time (VOT) in the plosive consonant, voicing period, voiceless period, voicing redemption, total pre-plosion and plosion times. We also measured the VCV excerpt of the target word to calculate relative duration. Speech samples were then submitted to a perception experiment for auditive judgment (vocable identification) by a group of 35 judges. Acoustic measure results were submitted to sample comparison test, hierarchical cluster analysis and discriminate analysis. Tasks in the auditive judgment were presented by means of confusion matrices and calculation of auditive distances. Correspondence data between acoustic and perceptive findings were submitted to logistics regression analysis. The research project was approved by the Research Ethics Committee (119/09). Results: acoustic measures were compared between voiceless and voiced plosive consonant pairs and, in general, showed significant differences. However, voiceless and voiced plosive consonants were grouped differently in the different contexts in each group studied and also showed predictive capacity to identify control and study groups. With regard to perception, auditive distances showed to be smaller for the study group samples in comparison to the control group in the tonic context. In the post-tonic context, auditive differences were similar between the two groups. Consonant duration, from voiceless and total pre-plosion periods (tonic context) and total pre-plosion duration and voicing period (post-tonic context) showed predictive power in the auditive judgment of voicing contrast in speech alterations of voiced plosive consonants. For voiceless plosive consonants, influent measures included f0 in the beginning of the vowel and duration of previous vowel (tonic context) and f0 in the beginning of the vowel and duration of plosive consonant (post-tonic context).

Conclusion: investigation of implementations found in children’s speech signal

showed that duration measures were influent in identifying speech with voicing contrast alterations, signaling traces of implementation of more than one action to analyze voicing contrast.

(29)

1 INTRODUÇÃO

Na busca por compreender a complexidade dos processos entre a produção e

a percepção da fala, o campo das Ciências da Fala assume um caráter

interdisciplinar em termos de áreas do conhecimento e pesquisadores envolvidos.

As questões de alteração da fala têm despertado, gradativamente, em

fonoaudiólogos e linguistas especialmente, o fazer científico e investigações

contínuas pela compreensão refinada dos mecanismos da fala e da natureza de tais

manifestações na clínica. As alterações na produção dos sons são queixas

frequentes que integram o panorama da clínica fonoaudiológica ao longo de sua

história.

Com o advento tecnológico, o recurso à análise acústica tem se mostrado na

clínica e nas pesquisas como apoio instrumental complementar no exame de

avaliação de fala. Tal recurso possibilita descrições detalhadas das propriedades

físicas do som e de elementos que se relacionam à esfera perceptiva (Camargo,

2002).

Os estudos com análise acústica da fala sugerem que os falantes marcam uma

distinção fônica potencialmente percebida por eles e reveladas por meio de

produções gradientes nem sempre identificadas pelo ouvinte, trazendo à tona a

complexa relação entre produção e percepção de fala (Levy, 1993; Ficker, 2003;

Gregio et al, 2005; Rodrigues et al, 2008; Gregio et al, 2011; Pereira, 2012).

Neste âmbito, as avaliações clínicas subsidiadas por instrumentais de análise

fonético-acústica têm apontado, em casos considerados com ausência total da

produção de um determinado som, a presença de pistas acústicas indicativas da

realização deste. Do mesmo modo, são sugeridas estratégias diferenciadas para

cada falante, os quais, apesar de apresentarem o mesmo diagnóstico

fonoaudiológico, apresentam singularidades em suas produções que merecem

atenção do clínico. Neste sentido, a avaliação clínica da fala baseada apenas na

oitiva do fonoaudiólogo deve ser cautelosa.

Diante ao exposto, surgiram inquietações referentes a como interpretar a

questão do contraste fônico de vozeamento e diagnosticar as manifestações de fala

(30)

Dentre as queixas de fala, o cenário da clínica fonoaudiológica depara com

demanda frequente para o atendimento de casos de alteração do vozeamento na

fala (Keske-Soares et al, 2004; Mota et al, 2012).

Tal assunto na Fonoaudiologia é geralmente pautado em concepções

fonológicas tradicionais, sendo considerado como resultante da ausência ou

substituição de fonemas ou traços distintivos. A interpretação desses dados,

pautada em correntes fonológicas tradicionais, leva a questionamentos e indagações

por serem entendidos meramente como dificuldade na consolidação de fonemas ou

traços distintivos.

Os achados de produções intermediárias entre duas categorias opostas de

sons, indicados por meio do recurso à análise acústica, não podem ser descritos

com base em teorias binárias. No entanto, iluminadas por modelos teóricos que

contemplem o caráter gradiente da fala, tais produções podem ser investigadas

(Ball, Kent, 1997).

Somente um embasamento teórico que permita a interpretação dessas

manifestações de fala, bem como a relação entre produção e percepção de fala,

parece hábil para revelar os processos fônicos da fala com alteração. Neste sentido,

esta pesquisa, à luz de modelos dinâmicos de fala, busca entender as

manifestações peculiares que fazem com que um falante seja encaminhado para a

clínica e outro não. Tais questões foram motivadoras e norteadoras para a

realização desta pesquisa.

Considera-se tal compreensão necessária ao auxílio dos processos de

avaliação e de reabilitação das manifestações encontradas na fala alterada. Leva-se

em conta, ainda, fundamental e anterior à clínica, entender o contraste de

vozeamento no sistema do português brasileiro (PB).

Neste sentido, o diálogo qualitativo entre a Fonoaudiologia e a Linguística e o

conhecimento das bases fisiológicas e acústicas implicadas na produção e na

percepção da fala podem fornecer respostas para algumas inquietações. A

investigação de como a criança com queixa de alteração do contraste de

vozeamento na fala implementa estratégias para a produção e a percepção pelo

adulto desse contraste fônico, podendo fornecer subsídios para reflexões sobre as

(31)

Deste modo, a presente pesquisa teve como objetivo investigar as estratégias

de implementação do contraste fônico de vozeamento no PB em um grupo de

crianças com alteração da fala, em comparação a um grupo de crianças sem

alteração.

Este trabalho integra a Linha de Pesquisa Linguagem e Patologias da

Linguagem do Programa de Estudos Pós-Graduados em Linguística Aplicada e

Estudos da Linguagem (LAEL), desenvolvido no Laboratório Integrado de Análise

Acústica e Cognição (LIAAC) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

(32)

2 REVISÃO DA LITERATURA

O tópico revisão da literatura foi dividido em duas partes. Na primeira são

apresentados os modelos teóricos que permitem analisar o sinal de fala e embasar

as discussões das produções gradientes. Na segunda parte são abordados os

estudos fonético-acústicos com levantamento das pistas acústicas que caracterizam

o contraste de vozeamento.

2.1 MODELOS TEÓRICOS ADOTADOS

Ao contemplar a fala, a Fonologia Articulatória, apoiada em modelo de

base motora, contrapõe-se à dicotomia abordada por teorias fonológicas

tradicionais. Para tanto, propõe uma unidade mínima de análise, alternativa ao

fonema e ao traço distintivo, denominada gesto articulatório (Browman, Goldstein,

1990; Browman, Goldstein, 1992)1.

Nesta teoria, o gesto articulatório é explicado por meio de uma equação

de um modelo dinâmico e físico (Browman, Goldstein, 1990; Browman, Goldstein,

1992; Albano, 1999). Pode ser entendido como uma oscilação abstrata com tempo

intrínseco (tempo do próprio gesto), que determina as constrições no trato vocal a

serem realizadas pelo movimento de um conjunto de articuladores atrelados

fisiologicamente entre si. Tal conjunto de articuladores é denominado, nesta teoria,

de variável do trato e realiza trajetórias necessárias para a produção de um

determinado alvo acústico-articulatório (som da fala). O que é caracterizado não é o

movimento de um determinado articulador, mas sim as variáveis do trato (Browman,

Goldstein, 1990; Albano, 1999).

Os gestos articulatórios pertencem a uma estrutura linguística e

organizam-se nas pautas gestuais, as quais, por sua vez, se organizam em

camadas. Deste modo, o léxico é formado por pautas gestuais referentes aos gestos

1 Para uma resenha detalhada dos modelos dinâmicos de fala, consultar Ficker (2003), Mendes (2003) e Gregio

(33)

articulatórios necessários para a palavra.

A teoria Quântica e a teoria de Dispersão, ambas de base auditiva,

contribuem ao mostrarem que os articuladores possuem um espaço de manobra a

ser alcançado para garantir um efeito acústico. Há regiões no trato vocal

consideradas invariantes, de modo que modificações dentro dessas áreas não

comprometem o sinal auditivo captado pelo ouvinte. Porém, mudanças maiores

implicariam num salto quântico ao gerar um efeito acústico diferente com mudança

da qualidade do som. Ao mesmo tempo, os falantes podem adaptar suas produções

sem perder a inteligibilidade do som de fala, podendo hipo ou hiperarticular. Estas

teorias explicam as variações interfalantes e intrafalantes, mostrando que o falante

adapta sua produção de acordo com o contexto (Lindblom, 1963; Lindblom, 1986;

Stevens, 1989; Lindblom, 1990; Lindblom, 1991).

Albano (2001), fundamentada em modelos de base auditiva (Lindblom, 1963;

Lindblom, 1986; Stevens, 1989; Lindblom, 1990; Lindblom, 1991) e motora

(Browman, Goldstein, 1990; Browman, Goldstein, 1992), sugere um elo entre os

planos articulatório e auditivo e propõe a Fonologia Acústico-articulatória (FAAR),

que explica as produções gradientes encontradas em investigações da fala. Em tal

concepção, a fala é considerada como resultado da interação dos aspectos

simbólicos e motores.

Observa-se um grau de variância e invariância do gesto articulatório. A

variância é atribuída aos movimentos dos conjuntos de articuladores (variáveis do

trato). A invariância, por sua vez, decorre da estrutura linguística abstrata que

determina a trajetória, de acordo com a intenção do falante, e, ao mesmo tempo,

impõe limites à variância. Os gestos articulatórios na pauta gestual são invariáveis. A

variação ocorre no sinal de fala. O efeito acústico vai ajustando as manobras

articulatórias e formando um vínculo entre a produção e a percepção da fala

(Albano, 2001).

Tais teorias contemplam o fenômeno da coarticulação que pode ser definida

pela influência dos sons anteriores, posteriores e também adjacentes. Deste modo,

os segmentos podem adquirir características semelhantes ao segmento vizinho

(Kuhnert, Nolan, 1999; Farnetani, Recasens, 1999). Para Silva et al (2001), um

modelo dinâmico de fala pode explicar a coarticulação e a sua natureza gradiente.

O gesto articulatório é sincronizado temporalmente com o espaço

(34)

função do acento e da taxa de elocução. A coarticulação é uma consequência da

coocorrência dos gestos, o que implica em trajetórias diferentes dependendo do

contexto vocálico e consonantal. Tais características fornecem ao gesto articulatório

um caráter temporal e dinâmico (Albano, 2001; Silva et al, 2001).

A FAAR considera a relação entre as esferas articulatória e acústica, bem

como a variabilidade de fala, além de propor a utilização de instrumentos de análise

do sinal de fala como requisito para uma investigação detalhada de informações por

vezes despercebidas pela análise de oitiva. De acordo com Albano (2001), muitas

produções de fala percebidas auditivamente como categóricas, revelam-se

gradientes, se explanadas por meio de um instrumental.

Deste modo, a unidade de análise adotada para esta pesquisa é, ao

mesmo tempo, motora e simbólica e considera a fala como um sistema dinâmico. O

gesto articulatório é, portanto, uma unidade fonético-fonológica capaz de

fundamentar a interpretação dos valores encontrados por meio de instrumentais de

fala para explicar o detalhamento fonético.

Neste âmbito, a técnica da análise acústica torna-se fundamental ao

permitir a explanação da fala (Silva, 2010). A análise acústica, além de ser um

procedimento não invasivo, é um instrumental facilmente acessível ao pesquisador

e/ou profissional, com a disponibilização de ferramentas gratuitas nos últimos anos.

No entanto, para sua interpretação, são necessários e essenciais os conhecimentos

fisiológicos da produção da fala, bem como as noções dos princípios da teoria Acústica da Produção da Fala (Llisterri, 1991).

A teoria Acústica da Produção da Fala, proposta por Fant (1970),

baseia-se em um modelo matemático para descrever os eventos acústicos no aparelho

fonador.

O sinal acústico de fala é explicado, por meio de um modelo composto de

um tubo ressoador e de uma fonte vibratória, como resultado da ação do filtro

atuando ao longo do trato vocal, em resposta a uma ou mais fontes sonoras (fonte

de voz, fonte de ruído contínuo e fonte de ruído transiente)2. Os parâmetros

acústicos como frequência, duração e intensidade são analisados e as medidas

podem ser extraídas manual ou automaticamente, de acordo com os objetivos da

análise e instrumental disponível.

2Para uma explicação detalhada da teoria Acústica da Produção da Fala, consultar Camargo (1999), Camargo

(35)

O resultado encontrado no sinal acústico é dependente da configuração

do trato vocal. No sinal acústico de fala, as fronteiras entre os sons nem sempre se

apresentam bem definidas. Os correlatos acústicos, ou pistas acústicas, indicariam

no sinal de fala o segmento sonoro produzido pelo falante (Camargo, 1999).

Deste modo, a produção dos sons da fala pode ser analisada por meio do

recurso à análise acústica, na medida em que esta permite fazer inferências sobre o

posicionamento dos articuladores e fornece pistas para investigar o detalhe fonético.

A aplicação deste instrumental tem mostrado sua contribuição ao revelar produções

acústicas distintas e intermediárias, porém idênticas na percepção auditiva.

Contudo, vale mencionar que a visualização do posicionamento dos articuladores é

possibilitada por meio do dado articulatório, como palatografia, ultrassom e

ressonância magnética (Silva, 2010).

As produções gradientes, vislumbradas pelo poder explanatório do sinal

acústico e interpretadas por meio da teoria acústica de fala, à luz de um referêncial

teórico de modelo dinâmico de produção e percepção de fala, permitem

compreender a fala de crianças em aquisição normal, bem como as manifestações

de fala alterada.

Esta pesquisa, ao referir estes modelos teóricos, posiciona-se sobre a

existência de um contínuo intermediário, entre duas categorias fônicas binárias, e

opõe-se aos modelos tradicionais que consideram apenas o categórico em termos

de presente, ausente ou substituído. Neste sentido, utiliza como escopo tais

modelos teóricos para investigar as propriedades físicas do sinal acústico,

(36)

2.2 CARACTERÍSTICAS ARTICULATÓRIAS E ACÚSTICAS DO CONTRASTE DE

VOZEAMENTO NA FALA

A ação de vozear corresponde à atividade de vibrar das pregas vocais, a qual é

explicada por meio da teoria de natureza aerodinâmica, em que se destaca o efeito

de Bernoulli. A partir dele, estimou-se que o fluxo de ar pulmonar, ao passar pela

glote, cria uma pressão negativa e, consequentemente, favorece a coaptação

(contato) de pregas vocais. Esse movimento de pregas vocais ocorre no sentido

horizontal, bem como no vertical (Van den Berg, 1958).

A atividade vibratória de pregas vocais caracteriza-se como uma das câmaras

iniciadoras do mecanismo de fonação, cuja ação fisiológica é encontrada em grande

parte dos sons da fala (Camargo et al, 2000).

Os sons da fala dividem-se em vogais e consoantes, os quais seguem critérios

diferenciados de caracterização, uma vez que, ao contrário das vogais, cujo trato

vocal configura-se livremente à saída do fluxo aéreo, as consoantes possuem

obstáculos à passagem do ar. Como implicações, as consoantes são classificadas

articulatoriamente de acordo com três critérios: o modo de articulação, o ponto de

articulação e a presença ou não do vozeamento.

As consoantes do PB caracterizadas pelo modo de articulação plosivo, fricativo

e africado (consoantes obstruintes) apresentam, para cada ponto articulatório, pares

de vozeamento compostos de um segmento tido como não vozeado e um

correspondente vozeado (Camargo et al, 2000; Camargo, Navas, 2008).

No que se refere às consoantes obstruintes plosivas, constituem o repertório do

PB os seguintes pares não vozeados-vozeados: [p]-[b], [t]-[d] e [k]-[g]. Esses pares

são caracterizados pelos respectivos pontos de articulação: bilabial, dental e velar.

Assim, os sons plosivos vozeados são produzidos com a presença de atividade de

pregas vocais durante o momento da obstrução total no trato vocal, enquanto seus

pares não vozeados têm essa atividade glótica ausente (Silva, 2002; Camargo,

Navas, 2008).

Deste modo, o critério de vozeamento caracteriza um contraste na língua e as

consoantes [p], [b], [t], [d], [k] e [g] passam também a ser referidas, não somente

(37)

Fisiologicamente, a produção do vozeamento nas consoantes obstruintes

envolve a coordenação motora fina de movimentos glóticos (vibração de pregas

vocais) e movimentos supraglóticos (obstrução no trato vocal) (Sweeting, Baken,

1982; Shimizu, 1996; Gregio, Camargo, 2005). Para tal produção, são necessários

integridade e funcionamento adequado do volume pulmonar, das condições

aerodinâmicas da glote, dos músculos laríngeos, dos órgãos fonoarticulatórios e do

sistema auditivo (Hoit et al, 1993; Shimizu, 1996, Hoole et al, 1999; Gregio,

Camargo, 2005).

Acusticamente, a produção das consoantes obstruintes não vozeadas envolve

a geração de uma fonte de ruído transiente (constituída pelo silêncio, característico

da obstrução do trato vocal, seguido pelo burst,liberação repentina da corrente de ar

retida), resultado acústico da constrição completa em algum ponto do trato vocal

seguida de sua liberação. Nas obstruintes vozeadas, por sua vez, há duas fontes

sonoras, a de ruído transiente acoplada à de fonte de voz, resultado da vibração das

pregas vocais (Kent, Read, 1992; Johnson, 2003).

Para descrever e investigar acusticamente o contraste de vozeamento,

algumas medidas acústicas têm sido relatadas, tais como: voice-onset-time (VOT),

duração da consoante, duração das vogais adjacentes à consoante, frequência

fundamental (f0) no início da vogal seguinte à consoante, frequência do primeiro

formante (F1) no início da vogal seguinte à consoante e burst.

Primeiramente, apresenta-se, abaixo, um panorama geral dos estudos que

abordam a questão do contraste de vozeamento utilizando diversas medidas com a

finalidade de analisar tal contraste. Na sequência, seguem apresentados os estudos

desenvolvidos especificamente para o contraste de vozeamento no PB.

Uma das medidas acústicas utilizadas na investigação do contraste de

vozeamento é o voice-onset-time (VOT). Esta medida, definida como um parâmetro

de duração conhecido como tempo de início do vozeamento, representa o intervalo

de tempo entre a soltura da oclusão articulatória do som plosivo e a vibração das

pregas vocais e é relatada na literatura fonética como dependente da língua (Lisker,

Abramson, 1964; Sweeting, Baken, 1982; Behlau, 1986; Kent, Read, 1992; Levy,

1993; Shimizu, 1996; Camargo et al, 2002; Rocca, 2003).

A maioria das línguas realiza o contraste de vozeamento entre os pares de

consoantes obstruintes. A realização de tal contraste varia em um contínuo físico, de

(38)

levemente positivo (sem aspiração) e VOT positivo longo (aspirado). Somente

poucas línguas foram descritas como contemplando a distinção entre as três

categorias, como, por exemplo, a língua thai. A maioria das línguas contrasta duas

dessas categorias de VOT. Estudos mostram que há uma prevalência nas línguas

pela categoria VOTpositivo sem aspiração contrapondo-se à outra categoria (Lisker,

Abramson, 1964; Keating, 1984; Hewlett, Beck, 2006).

Para Fry (1979), sobre estudos com língua inglesa, a posição intervocálica

requer o VOT negativo (pré-vozeamento) para a identificação da consoante como

vozeada. No entanto, para as posições inicial e final, há ausência de

pré-vozeamento e outras pistas acústicas são requeridas pelos ouvintes do inglês, como

a duração maior do VOT para os plosivos não vozeados e, ainda, a duração da

vogal. O autor mostra que no segmento consonantal não vozeado, a duração da

vogal é menor. Tal observação aponta ainda que as características de vozeamento

são influenciadas pela posição que o segmento ocupa, ou seja, por influências do

contexto.

Deste modo, para o inglês, o pré-vozeamento, no geral, tem pouca influência

em tal distinção, sendo o contraste implementado pelas categorias não vozeado com

aspiração e não vozeado sem aspiração (Fry, 1979; Keating, 1984; Alphen, Smits,

2004).

Vale mencionar que o VOT é uma medida acústica que permite analisar

informações referentes ao vozeamento e ao ponto articulatório da consoante. O VOT

apresenta valores menores de duração para as plosivas com ponto de articulação

bilabial, depois estão as alveolares e, finalmente, a maior duração está nas velares.

Esta tendência é mais evidente nas consoantes não vozeadas, independentemente

do ponto de articulação (Behlau, 1986; Kent, Read, 1992; Levy, 1993; Shimizu,

1996; Stevens, 1998; Cho, Ladefoged, 1999; Madureira et al, 2002).

Retomando os estudos com as pistas acústicas para o vozeamento, Liberman

et al (1958) realizaram um estudo de manipulação de fala, no qual cortaram a barra

de vozeamento e retiraram, aos poucos, em milésimos de segundos, o período

inicial de F1. Os estímulos manipulados foram julgados por um grupo de falantes

nativos do inglês constituído por estudantes, funcionários e foneticistas treinados de

um laboratório experimental de fonética. O contraste [p]-[b] foi o mais sensível aos

Imagem

Figura 2 - Gráfico da curva ROC da análise de regressão logística das produções de  fala dos sujeitos a partir das medidas acústicas extraídas
Figura 3 - Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e espectrograma de  banda  estreita  (janela  inferior  à  direita)  com  o  comando  show  pitch  acionado  (traçado em pontilhado azul) e o cursor indicando o início da vogal [a]
Figura 4 - Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e espectrograma de  banda  estreita  (janela  inferior  à  direita)  com  o  comando  show  pitch  acionado  (traçado em pontilhado azul) e o cursor indicando o ponto estacionário da vogal [a]
Figura 5 - Traçado da forma da onda (janela superior à direita) e espectrograma de  banda larga (janela inferior à direita) com os comandos  show formants (traçado em  vermelho) e show pitch (traçado em azul) acionados e o cursor indicando o início da  vog
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Referências

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