• Nenhum resultado encontrado

LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13 SUMÁRIO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2023

Share "LÍNGUA PORTUGUESA....................................................................................................13 SUMÁRIO"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA...13

DOMÍNIO DA EXPRESSÃO ESCRITA (REDAÇÃO) ... 13

ADEQUAÇÃO CONCEITUAL, PERTINÊNCIA, RELEVÂNCIA, ARTICULAÇÃO DOS ARGUMENTOS E SELEÇÃO VOCABULAR ...14

ESTUDO DE TEXTOS (QUESTÕES OBJETIVAS SOBRE TEXTOS DE CONTEÚDO LITERÁRIO OU INFORMATIVO OU CRÔNICA) ... 28

ORTOGRAFIA ...33

ACENTUAÇÃO GRÁFICA ...33

PONTUAÇÃO ...34

ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS ... 36

CLASSES DE PALAVRAS ...40

FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO ...60

TERMOS DA ORAÇÃO ...60

PERÍODO COMPOSTO ...65

ORAÇÕES REDUZIDAS ...67

EMPREGO DE NOMES E PRONOMES ...68

FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS ...68

COLOCAÇÃO PRONOMINAL ...68

EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS ... 69

REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ...69

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL ... 71

CRASE ...75

SÍLABA E TONICIDADE ...77

FONEMAS ...77

NOTAÇÕES LÉXICAS ...78

ESTILÍSTICA E FIGURAS DE LINGUAGEM ... 78

LINGUAGEM: COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO E INTERAÇÃO PRESENTE EM TODAS AS

ATIVIDADES HUMANAS ...81

(2)

FUNÇÕES DA LINGUAGEM NA COMUNICAÇÃO...81

DIVERSIDADE LINGUÍSTICA (LÍNGUA PADRÃO, LÍNGUA NÃO PADRÃO) ... 82

LEITURA: CAPACIDADE DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DO CONTEXTO SOCIAL, ECONÔMICO E CULTURAL (LEITURA DE MUNDO) ... 83

ESTRUTURA TEXTUAL: ORGANIZAÇÃO E HIERARQUIA DAS IDEIAS ... 85

IDEIA PRINCIPAL E IDEIAS SECUNDÁRIAS ...85

RELAÇÕES LÓGICAS E FORMAIS ENTRE ELEMENTOS DO TEXTO: A COERÊNCIA E A COESÃO TEXTUAL ...85

DEFESA DO PONTO DE VISTA: A ARGUMENTAÇÃO E A INTENCIONALIDADE ... 88

SEMÂNTICA: O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS E DAS SENTENÇAS ... 91

LINGUAGEM DENOTATIVA ...91

LINGUAGEM CONOTATIVA ...91

SINONÍMIA ...91

ANTONÍMIA ...91

POLISSEMIA ...91

DIREITO CONSTITUCIONAL ...101

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 05 DE OUTUBRO DE 1988 ...101

DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA, CONCEITO, OBJETO E FONTES FORMAIS ...101

CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES ...101

CONSTITUIÇÃO MATERIAL E CONSTITUIÇÃO FORMAL...101

CONSTITUIÇÃO GARANTIA E CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE ...102

NORMAS CONSTITUCIONAIS...102

PODER CONSTITUINTE ...103

FUNDAMENTOS DO PODER CONSTITUINTE ...103

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO ...104

REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAIS ...104

Limitação do Poder de Revisão ...104

EMENDAS À CONSTITUIÇÃO ...105

CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ...105

CONCEITO ...105

(3)

SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ...105

INCONSTITUCIONALIDADE ...107

INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO E INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ...107

SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ...108

FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS ...113

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS ...113

Direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, à Segurança e à Propriedade, Garantias Constitucionais Individuais, Garantias dos Direitos Coletivos, Sociais e Políticos ...113

DIREITOS SOCIAIS ...123

NACIONALIDADE ...129

CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS ...131

PARTIDOS POLÍTICOS ...134

AÇÕES CONSTITUCIONAIS ...137

HABEAS CORPUS ...137

HABEAS DATA ...138

MANDADO DE SEGURANÇA ...138

MANDADO DE INJUNÇÃO ...138

AÇÃO POPULAR ...139

AÇÃO CIVIL PÚBLICA ...139

PODER LEGISLATIVO ...140

FUNDAMENTO, ATRIBUIÇÕES E GARANTIAS DE INDEPENDÊNCIA ...140

PROCESSO LEGISLATIVO ...143

Fundamento e Garantias de Independência, Conceito, Objetos, Atos e Procedimentos ...143

PODER EXECUTIVO ...146

FORMA E SISTEMA DE GOVERNO ...146

Chefia de Estado e Chefia de Governo ...146

ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ...147

PODER JUDICIÁRIO ...149

DISPOSIÇÕES GERAIS ...149

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ...151

(4)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA ...153

TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E JUÍZES FEDERAIS ...155

TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS ...156

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ...159

DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ...161

SEGURANÇA PÚBLICA E ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA PÚBLICA...161

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS DE 21 DE SETEMBRO DE 1989 ...162

DIREITO PENAL ...219

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL ...219

A LEI PENAL NO TEMPO ...224

A LEI PENAL NO ESPAÇO ...231

INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ...233

INFRAÇÃO PENAL ...234

CONCEITO DE CRIME ...235

ELEMENTOS E ESPÉCIES ...235

SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL ...236

FATO TÍPICO, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE ...237

FATO TÍPICO (TIPICIDADE E SUAS EXCLUDENTES) ...237

ILICITUDE (ANTIJURICIDADE E SUAS EXCLUDENTES) ...243

CULPABILIDADE E SUAS EXCLUDENTES ...244

IMPUTABILIDADE PENAL ...245

PUNIBILIDADE E SUAS EXCLUDENTES ...245

Extinção da Punibilidade ...245

ERRO SOBRE ELEMENTOS DO TIPO ...248

ERRO DE PROIBIÇÃO ...249

ERRO NA EXECUÇÃO E RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO ...249

CONCURSO DE PESSOAS ...250

DAS PENAS ...254

ESPÉCIES ...255

(5)

COMINAÇÃO ...255

CONCURSO ...256

EFEITOS DA CONDENAÇÃO ...261

CRIMES CONTRA A PESSOA ...261

CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ...291

CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL ...315

CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA ...323

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ...340

DIREITO PROCESSUAL PENAL ...377

INQUÉRITO POLICIAL ...377

NOTITIA CRIMINIS ...377

CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL ...388

AÇÃO PENAL ...390

ESPÉCIES ...391

JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA ...392

PROVA ...399

DA BUSCA E DA APREENSÃO ...399

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA ...400

DOS RECURSOS EM GERAL ...409

HABEAS CORPUS ...410

RESOLUÇÃO Nº 213-CNJ, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2015 - DISPÕE SOBRE A APRESENTAÇÃO DE TODA PESSOA PRESA À AUTORIDADE JUDICIAL NO PRAZO DE 24 HORAS (AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA) ...414

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989 - DISPÕE SOBRE PRISÃO TEMPORÁRIA ...417

DIREITO PENAL MILITAR ...423

APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR ...423

CRIME ...425

IMPUTABILIDADE PENAL ...431

(6)

CONCURSO DE AGENTES ...432

PENAS ...433

PENAS ACESSÓRIAS ...435

APLICAÇÃO DA PENA ...435

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA...436

LIVRAMENTO CONDICIONAL ...437

Efeitos da Condenação ...438

MEDIDAS DE SEGURANÇA ...438

AÇÃO PENAL ...441

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE ...442

CRIMES MILITARES EM TEMPO DE PAZ ...444

CRIMES PROPRIAMENTE E IMPROPRIAMENTE MILITARES ...448

DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR ...455

PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO ...455

POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR ...455

INQUÉRITO POLICIAL MILITAR ...457

AÇÃO PENAL MILITAR E SEU EXERCÍCIO ...459

PROCESSO ...460

JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO...460

DENÚNCIA ...463

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL E DA UNIÃO ...464

QUESTÕES PREJUDICIAIS ...467

EXCEÇÕES...468

INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO ...473

INCIDENTE DE FALSIDADE DE DOCUMENTO...475

MEDIDAS PREVENTIVAS E ASSECURATÓRIAS ...476

PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE COISAS ...480

PROVIDÊNCIAS QUE RECAEM SOBRE PESSOAS...482

(7)

Prisão em Flagrante ...483

Prisão Preventiva ...485

Menagem ...486

Liberdade Provisória ...486

Aplicação Provisória de Medidas de Segurança ...487

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA (RESOLUÇÃO Nº 168/2016/TJMMG - REGULAMENTA A REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA, NO ÂMBITO DA JUSTIÇA MILITAR DE PRIMEIRA INSTÂNCIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS) ...488

ATOS PROBATÓRIOS ...491

INTERROGATÓRIO ...492

CONFISSÃO ...493

PERÍCIAS E EXAMES ...494

TESTEMUNHAS ...497

ACAREAÇÃO ...499

RECONHECIMENTO DE PESSOA E COISA ...499

DOCUMENTOS ...500

INDÍCIOS ...501

DESERÇÃO DE OFICIAL E DE PRAÇA ...501

INSUBMISSÃO ...503

NULIDADES ...504

DIREITOS HUMANOS ...511

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS - ADOTADA PELA ASSEMBLEIA GERAL DAS NAÇÕES UNIDAS EM 10 DE DEZEMBRO DE 1948 ...511

CONVENÇÃO AMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS - ASSINADA NA CONFERÊNCIA ESPECIALIZADA INTERAMERICANA SOBRE DIREITOS HUMANOS (SAN JOSE DA COSTA RICA), EM 22 DE NOVEMBRO DE 1969 ...521

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL ...533

LEI ESTADUAL Nº 5.301, DE 16 DE OUTUBRO DE 1969 ...533

LEI ESTADUAL Nº 14.310, DE 19 DE JUNHO DE 2002 ...552

(8)

DIREITO PENAL

219

DIREITO PENAL

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL

CONCEITO E PRINCÍPIOS BÁSICOS

O Direito Penal é o conjunto de regras e prin- cípios que disciplinam a infração penal, ou seja, o crime ou delito e a contravenção penal, e a sanção penal, isto é, a pena e a medida de segurança.

Tal conceito é de grande importância, uma vez que delimita o objeto e o alcance da matéria, assim como ajuda no estudo e na compreensão da disciplina.

Mas para que serve esse ramo do Direito? Podemos dizer que o Direito Penal serve para tutelar (proteger, cuidar) os principais bens jurídicos (valores materiais ou imateriais, como a vida, liberdade, patrimônio, honra, saúde, entre outros) instituindo sanções para quem infringir suas normas.

Dica

O Direito Penal faz parte das chamadas Ciências Criminais. Juntamente como Direito Processual Penal e a Execução Penal, compõe a Dogmática Penal (tratada por alguns autores por Ciências Penais). Por sua vez, a Dogmática Penal, a Crimi- nologia e a Política Criminal interagem entre si, for- mando o modelo tripartido das Ciências Criminais.

O estudo do Direito Penal dá-se pela análise do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) e da chamada legislação penal especial ou extravagante, que consiste nas normas penais conti- das em leis fora do Código Penal (como, por exemplo, a Lei de Crimes Ambientais, o Estatuto do Desarma- mento, a Lei de Drogas, entre outras).

O Código Penal (CP), que será objeto do nosso estu- do, é dividido em duas partes: a parte geral (art. 1º ao art. 120) em que se apresentam os critérios a partir dos quais o Direito Penal será aplicado, isto é, quan- do determinada conduta vai constituir crime e de que forma deve ser aplicada a sanção, e a parte especial (art. 121 ao art. 359), em que constam os crimes em espécie e as respectivas penas.

O estudo da teoria da norma penal inicia-se pelo exame dos princípios penais. O conhecimento dos princípios é essencial para se entender a lógica do fun- cionamento do Direito Penal. Ao estudá-los, é importan- te ter em mente sua função limitadora, ou seja, servem como garantia do cidadão perante o poder punitivo do Estado, e é por tal razão, dada a sua importância, que os princípios penais encontram-se previstos na Constitui- ção (também chamados de princípios constitucionais do Direito Penal) e em tratados de direitos humanos, como, por exemplo, na Convenção Americana de Direi- tos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica).

Os princípios não são somente um conjunto de valores, diretrizes ou instruções de cunho ético ou programático. Os princípios são normas de aplicação

prática: têm caráter imperativo (cogente). Estão em posição de superioridade às regras, orientando a interpretação destas ou impedindo a sua aplicação quando estiverem em contradição aos princípios.

Dentre os princípios aplicáveis ao Direito Penal, dois merecem destaque, por deles se extraírem todos os demais: o princípio da dignidade da pessoa humana e o princípio do devido processo legal.

O princípio da dignidade da pessoa humana é tido como um “superprincípio”, ou seja, nele se baseiam todas as escolhas políticas no Direito: em outras pala- vras, é um valor que orienta todo o sistema jurídico e prevalece no momento da interpretação de todos os demais princípios e normas (nenhum princípio ou regra de qualquer área do Direito, inclusive na esfera Penal, pode ser contrário a ele). Esse princípio maior se encontra no inciso III, art. 1º, da CF, inserido como fundamento do Estado Democrático de Direito:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo- crático de Direito e tem como fundamentos:

[...]

III - a dignidade da pessoa humana

A dignidade humana, na área penal, desdobra-se em dois aspectos:

z o respeito à dignidade da pessoa humana quando esta se torna acusada em um processo-crime;

z o respeito à dignidade do ofendido, que teve seu bem jurídico perdido ou danificado.

A dignidade da pessoa humana só é assegurada quan- do é observado outro princípio basilar: o devido proces- so legal, que se encontra no inciso LIV, art. 5º, da CF:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- ros e aos estrangeiros residentes no País a inviola- bilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

De forma simples, a consolidação do devido pro- cesso legal dá-se quando é assegurado a todos o direi- to a um processo que segue todas as etapas previstas em lei e que observa todas as garantias constitucio- nais previstas. Dizer que foi observado o princípio do devido processo legal na esfera penal significa afirmar que houve sucesso na aplicação de todos os princípios processuais penais e processuais penais.

É importante saber que os princípios da dignidade da pessoa humana e do devido processo legal não têm aplicabilidade somente ao Direito Penal, mas alcan- çam o Direito como um todo. No entanto, produzem reflexos importantíssimos na área Penal e servem de base para todos os demais princípios e normas.

Princípio da Legalidade

Previsto no inciso XXIX, art. 5º, da Constituição, com redação semelhante à do art. 1º, do CP, o princípio da legalidade é a mais importante garantia do cidadão frente ao poder punitivo do Estado, sendo o mais rele- vante princípio penal.

(9)

220

Compare o princípio conforme exposto na Constituição (art. 5º) e no Código Penal (art. 1º):

Art. 5º (CF, de 1988) Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasilei- ros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

[...]

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Art. 1º (CP) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Ou seja, por força deste princípio, não há crime (nem contravenção) sem prévia determinação legal, assim como não há pena sem prévia cominação (imposição, prescrição) feita em lei.

Importante!

Não confunda o princípio da legalidade, previsto no inciso II, art. 5º da CF, segundo o qual “ninguém será obri- gado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (legalidade em sentido amplo), com o princípio da legalidade criminal que, conforme vimos, se encontra no inciso XXXIX, art. 5º, da CF, e art. 1º, do CP, segundo o qual não há crime sem lei (legalidade em sentido estrito).

O princípio da legalidade tem quatro funções fundamentais:

z Proibir a retroatividade da lei penal (nullum crimen nulla poena sine lege praevia);

z Proibir a criação de crimes e penas pelo costume (nullum crimen nulla poena sine lege scripta);

z Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas (nullum crimen nulla poena sine lege stricta);

z Proibir incriminações vagas e indeterminadas (nullum crimen nulla poena sine lege certa).

O princípio da legalidade criminal apresenta, atualmente, várias esferas de garantia. Dentre estas, as mais relevantes são os princípios da reserva legal e da anterioridade.

Princípio da Reserva Legal

Ainda de acordo com o inciso XXXIX, art. 5º, da CF, e o art. 1º, do CP, em matéria penal, apenas lei em sentido estrito (aprovada pelo Parlamento, seguindo o procedimento legislativo previsto na CF) pode criar crimes e sanções (penas e medidas de segurança). Assim, apenas leis ordinárias e leis complementares (leis em sentido estrito) podem prever crimes e cominar penas: Emendas constitucionais, Medidas Provisórias, Leis Delegadas, Decretos Legislativos e Resoluções não podem ser usadas.

Princípio da Anterioridade

Previsto também no inciso XXXIX, art. 5º, da CF, e art. 1º, do CP, o princípio da anterioridade determina que, antes da prática do crime, deve haver prévia definição em lei (estabelecendo, ainda, a pena cabível). Quem pratica a conduta criminosa deve saber de antemão que o ato se trata de conduta criminosa e sua consequência. Em outras palavras, a lei penal nova deve entrar em vigor antes do fato criminoso e se aplica apenas para os fatos ocorridos após sua vigência.

Princípio da Aplicação da Lei Mais Favorável (Retroatividade da Lei Penal Benéfica ou, ainda, Irretroatividade da Lei Penal)

A regra geral impõe que as leis têm sua validade voltada para o futuro, ou seja, são irretroativas. Por que tal regra?

Porque, em caso contrário, haveria enorme insegurança jurídica, correndo-se o risco de a sociedade (destinatária da norma) ser surpreendida a todo instante. O inciso XL, art. 5º, da CF, e o art. 2º, do CP, apresentam uma exceção válida somente no Direito Penal. Observe como o princípio vem disposto na Constituição Federal e no Código Penal:

CF CP

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do di- reito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à pro- priedade, nos termos seguintes:

[...]

XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu

Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único. A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado

Trata-se do “princípio-exceção” da retroatividade da lei penal mais benéfica: a norma penal mais benéfica ao agente do crime retroage, sendo aplicável a casos em curso ou já definitivamente sentenciados. Trata-se de assun- to pertinente ao tema “Lei penal no tempo”, que será visto mais adiante.

(10)

DIREITO PENAL

221 Os princípios que até agora vimos são os mais relevantes (portanto, os mais cobrados) no que diz respeito à

aplicação da lei penal. Podemos resumi-los da seguinte forma:

PRINCÍPIO PREVISÃO LEGAL SIGNIFICADO

Dignidade da pessoa

humana Inciso III, art. 1º, CF O Direito Penal deve garantir a dignidade humana, limi- tando os excessos do Estado (“superprincípio”) Devido processo

legal Inciso LIV, art. 5º, CF A aplicação da lei penal só pode se dar seguindo to- das as etapas previstas em lei e observando todas as garantias constitucionais previstas

Legalidade penal Inciso XXXIX, art. 5º, CF, e art. 1º, CP Não há crime (nem contravenção) sem prévia deter- minação legal, assim como não há pena sem prévia cominação em lei

Reserva legal Inciso XXXIX, art. 5º, CF e art. 1º, CP Apenas lei em sentido estrito pode criar crimes e co- minar penas

Anterioridade Inciso XXXIX, art. 5º, CF e art. 1º, CP A lei penal nova deve entrar em vigor antes do fato criminoso e se aplica apenas para os fatos ocorridos após sua vigência

Retroatividade da lei

penal benéfica Inciso XL, art. 5º, CF e art. 2º, CP É um princípio-exceção. A regra geral é que as leis tenham validade voltada para o futuro. Só a lei penal favorável ao agente retroage

Além dos princípios vistos, existem outros que dizem respeito à aplicação da pena (como o da individualização da pena e da humanidade) ou à teoria do crime (como o da intervenção mínima e o da taxatividade, por exemplo).

Taxatividade ou da Determinação

Diz respeito à técnica de elaboração da lei penal, que deve ser suficientemente clara e precisa na formulação do conteúdo do tipo legal e no estabelecimento da sanção para que exista real segurança jurídica.

Tal assertiva constitui postulado indeclinável do Estado de direito material: democrático e social.

O princípio da taxatividade é uma consequência do princípio da legalidade: de nada adianta estabelecer a conduta delituosa em lei se a definição do crime é vaga, confusa, ampla demais ou, ainda, dá margem a mais de uma interpretação, o que gera insegurança e fere a legalidade.

Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

Conforme vimos anteriormente, a função do Direito Penal é proteger bens jurídicos. De acordo com tal prin- cípio, dentro do Estado Democrático de Direito, a interferência do Direito Penal na liberdade dos cidadãos só é legítima para proteger os bens jurídicos.

Princípio da Intervenção Mínima ou da Subsidiariedade ou do Direito Penal Mínimo

O Direito Penal deve tutelar apenas os bens jurídicos mais relevantes, intervindo apenas o mínimo necessário nos conflitos sociais e na liberdade dos indivíduos. Em outras palavras, a força punitiva do Estado deve ser utili- zada apenas como último recurso (ultima ratio).

Princípio da Pessoalidade ou da Personalidade ou da Responsabilidade Pessoal ou da Intranscendência da Pena

Encontra-se previsto no inciso XLV, art. 5º, CF:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie- dade, nos termos seguintes:

[...]

XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

Tal princípio define que a pena de um agente condenado não pode ser transferida para outra pessoa, ou seja, apenas o indivíduo sentenciado pode ser responsabilizado pela conduta criminosa praticada. Não importa o tipo da pena (privativa de liberdade ou multa): apenas o autor da infração penal pode ser apenado, esta é a regra.

No entanto, o próprio inciso XLV traz uma exceção: nas hipóteses previstas nos incisos I e II e no § 1º, do art. 91, do Código Penal (que estabelece como efeitos da condenação o dever de indenizar o dano causado e o perdimento de determinados bens), mesmo com o falecimento do condenado a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdi- mento de bens alcançam os sucessores até o limite do valor do patrimônio transferido.

Referências

Documentos relacionados

Assim, com o aprofundamento e a apreciação das perspectivas educacionais, esta estratégia não apenas vai contribuir para uma estruturação inter-pessoal

Diferentemente do prazo fixado para pagamento dos precató- rios, as RPVs são depositadas pelos Tribunais Regionais Federais nos bancos ofi- ciais, mensalmente, obedecido o prazo de

2 a 2 com bola, um de cada lado da rede, o aluna com bola coloca-se na linha dos três metros e lança a boa para cima da rede, o outro faz bloco,

15.6 - Os pedidos de esclarecimentos referentes a este processo licitatório deverão ser enviados ao pregoeiro, até três dias úteis anteriores à data fixada para abertura da

Em nosso espaço de coworking, localizado no Brooklin, você encontrá uma variedade de pensadores inovadores, focados em seus trabalhos e em metas para alcançar o sucesso.. Com

Todos os dados coletados serão excluídos de nossos servidores quando você assim requisitar ou quando estes não forem mais necessários ou relevantes para oferecermos

O princípio da dignidade da pessoa humana é basilar para o Direito de Família, consistindo em uma forma de tratamento digno para todas as entidades familiares,

O princípio da dignidade da pessoa humana é tido como um “superprincípio”, ou seja, nele se baseiam todas as escolhas políticas no Direito: em outras palavras, é um valor