Receptores
Design de farmacos Receptores
Design de farmacos
Custódia Fonseca
Bibliografia Bibliografia
G. L. Patrick, “An Introduction to Medicinal Chemistry”, 2nd Edition, Oxford University Press, Oxford, 2001
J. Saunders, “Top Drugs, Top Synthetic Route”, Oxford Science Publications, Oxford, 2000
H. Lüllmann et al, “Color Atlas of Pharmacology”, Thieme, Stuttgart, 2000
C. R. Ganellin and S.M. Roberts, “Medicinal Chemistry” 2nd Edition,Academic Press, London, 1993
R. B. Silverman, “Organic Chemistry of Drug Design and Drug Action”, Academic Press, London, 1992
Qual o objectivo do estudo destes tópicos?
Qual o objectivo do estudo destes tópicos?
Conhecimentos úteis para uma futura carreira na industria farmacêutica, aos vários níveis:
– Produção (síntese e analise de compostos)
– Controle de qualidade
– Marketing e comercialização de
medicamentos
Química médica Química médica
É a ciência que procura descobrir e desenvolver (design) novos químicos que possam ser úteis como medicamentos.
Pode envolver a síntese, estudo da
relação entre a estrutura e actividade
biológica podendo elucidar a interacção
entre o composto e o sitio alvo.
O medicamento O medicamento
(def.) conjunto de substâncias nem todas
fisiologicamente activas, reunidas pelo
farmacêutico sob forma estabelecida e que
administrado ao doente pode curá-la ou pelo
menos minorar-lhe o sofrimento. As substâncias
activas fisiologicamente que entram na
constituição dos medicamentos designam-se por
substância, ou droga (medicinais), ou fármaco ou
principio activo.
Formulação do medicamento (ex:
comprimido)
Formulação do medicamento (ex:
comprimido)
Principio activo
Diluente: dextroxe, celulose ou lactose
Ligante: gelatina, amido, alginato de sódio
Lubrificante: óleo vegetal, glicol de polietileno
Agente molhante: detergente
Desintegrante: amido, ácido alginico
Corante e adoçante
Ex: Norefedrina
Ex: Norefedrina
Classificação dos farmacos Classificação dos farmacos
Anti-infecciosos: antibioticos
Anti doenças doenças malignas: quimioterapia contra o cancro
Contra doenças não infecciosas:
– Sistema nervoso: antidepressivos e analgésicos – Sistema circulatório: antitrombótico
– Sistema endócrino: diuréticos e contraceptivos orais
– Sistema imunitário: imunosupressivos nos transplantes
de orgãos.
Sítios alvo dos medicamentos:
Sítios alvo dos medicamentos:
Diferenças entre os diferentes tipos de células: ex: células das bactérias e dos mamíferos;
Mensageiros químicos: hormonas e os neurotransmissores
Biosíntese
Enzimas
Hormona ou
neurotransmissor
Receptor
Metabolismo
Enzimas Regulação
Acção
Hormona vs neurotransmissor
Hormona vs neurotransmissor
Receptores Receptores
O que são? São glicoproteínas situadas na membrana da célula nervosa ou célula alvo com a qual a substância transmissora ou farmaco pode interagir produzindo uma resposta biológica.
Que tipos de ligações estabelecem com o neurotransmissor?
– Ligações de hidrogénio – Ligações iónicas
– Forças de Van der Waals
– Ligações covalentes N O
N CH2CH2 H
N H
CH2CH3 CH2CH3 H3CH2CH2CH2CO
dipolo-dipolo
hidrofóbico transferência de carga
hidrofóbico
ligação de hidrogénio
iónica ou ião-dipolo
hidrofóbica
Ex: dibucaine (analgésico local)
Neurotransmissores Neurotransmissores
H3C O
O CH2CH2N(CH3)3Cl Acetilcolina
HO
HO NHR
OH
R = H noradrenalina = norepinefrina R = CH3 adrenalina = epinefrina HO
HO NH2
Dopamina
HO
N H
NH2
Serotonina
HN N NH2 Histamina
H2N CH2CH2 CO2H Ácido γ-aminobutirico (GABA)
Receptores tipos e subtipos Receptores tipos e subtipos
Receptor Tipo Subtipo Exemplo de terapia
agonista
Exemplo de terapia antagonista Colinergico Nicotinico
(N)
Muscarinico (M)
Nicotinico (4
subtipos) M1-M5
Estimulação da mobilidade do tracto GI (M1) Glaucoma
Bloquedor neuromuscular e relaxante muscular (N) Úlceras pepticas Vomito (M) Adrenergico
(Adrenoreceptores) α1, α2
β
α1A, α1B,
α1D α2A-
α2C
β1, β2, β3
Anti-asmático
(β2) Bloqueadores β ( β1)
Dopamina D1, D2,
D3, D4, D5
Doença de Parkinson
Anti- depressivo (D2, D3)
Histamina H1-H3 Vasodilatação
(uso limitado) Tratamento das alergias, sedação (H1) Antiulcera (H2) Opiáceos ou do
tipo µ,κ, δ,
ORL1
Analgésico
(k) Antidoto da morfina (overdose) Serotonina (5-
Hidroxi-triptamina) 5HT1-5HT7 5HT1A, 5HT1B, 5HT1D-1F
5HT2A-2C
5HT5A
5HT5B
Antimigraina (5-HT1D) Estimulação da mobilidade do tracto GI (5-HT4)
Anti-emetico (5-HT3) Ketanserina (5-HT2)
Estrogénio Contracepção
Cancro da mama
Target dos farmacos Target dos farmacos
Biosíntese Hormona ou
neurotransmissor
Receptor
Metabolismo Regulação
Efeito
Agonista Antagonista
Célula
Quando
ocorre doença 2 situações podem ocorrer:
1.São libertados muitos
mensageiros, o que faz com que a célula fique
“saturada”;
2.Falta de mensageiros a célula torna- se lenta
Agonista vs Antagonista Agonista vs Antagonista
Agonista: substância biológicamente
activa que ao ligar-se ao receptor causa efeito
Antagonista: substância que ao ligar-se
ao receptor não produz efeito
O que se passa a nível molecular?
O que se passa a nível molecular?
Neurotransmissor liga-se ao receptor através de um sitio que lhe é análogo, provocando uma alteração da forma do receptor o que pode conduzir a uma de duas hipóteses:
– Abertura dos canais dos iões;
- Activação de enzimas ligados à membrana via
proteina -G
Controle dos canais de iões Controle dos canais de iões
O movimento dos iões Na
+K
+e Cl
-é crucial no
funcionamento de uma célula nervosa
Hiperpolarização e despolarização
K+
Cl- Na+ célula
Estrutura de receptores Estrutura de receptores
Podemos agrupar os receptores em “famílias” de acordo com a sua estrutura e função:
1.
Receptores que controlam os canais de iões (2-TM, 3-TM, 4- TM; TM = transmembranares);
2.
Receptores acoplados à proteína-G (7-TM);
3.
Receptores ligados à kinase (1-TM);
4.
Receptores intracelulares: situam-se no citoplasma, levam
horas ou dias a responder. Interagem com as hormonas
esteróides.
Estrutura dos receptores dos canais de iões (4-TM)
Estrutura dos receptores dos canais de
iões (4-TM)
Estrutura de outros receptores
Estrutura de outros receptores
Estrutura de receptores acoplados a proteina-G
Estrutura de receptores acoplados a
proteina-G
Receptores acoplados a proteina-G Receptores acoplados a proteina-G
São activados por vários tipos de neurotransmissores e hormonas: monoaminas (dopamina, histamina, serotonina, acetilcolina, noradrenalina), nucleotidos, lipidos, neuropeptidos, hormonas peptidas, hormonas proteicas e hormonas glicoproteicas, glutamato e iões cálcio.
Diferentes mensageiros ligam-se ao receptor em
diferentes áreas da proteína G.
Activação das enzimas via proteina-G
Activação das enzimas via proteina-G
Função da subunidade α Função da subunidade α
Existem pelo menos 20 tipos diferentes cada uma com diferente alvo e efeito;
Consideremos apenas duas vias a activação
da adenilato ciclase e activação da
fosfolipase C.
Activação da adenilato ciclase , pela α s
Activação da adenilato ciclase , pela α s
Activação da adenilato ciclase (ex:
adrenalina)
Activação da adenilato ciclase (ex:
adrenalina)
Inactivação da adenilato ciclase , pela α i
Inactivação da adenilato ciclase , pela α i
α
iresulta da fragmentação da proteína-G
ique inibe a adenilato ciclase.
Receptores da proteína-G
isão:
muscarínico M
2(músculo cardíaco),
adrenoreceptores-α
2(músculo liso) e
receptores opiáceos no sistema nervoso
central.
Farmacos que actuam com a cAMP Farmacos que actuam com a cAMP
N
N N
HN O
O
CH3 H3C
Teofilina
N
N N
N O
O
CH3 H3C
Cafeina
CH3
Inibem a fosfodiesterase que á enzima responsável pela metabolização do cAMP, pelo que a sua
actividade é prolongada
Activação da fosfolipase C Activação da fosfolipase C
Receptores 7-TM →
activação da proteina Gq → libertação da subunidade αq
→ activação da fosfolipase C que catalisa a hidrólise fosfatidilininositol difosfato → forma-se o inositoltrifosfato (IP3) + diacilglicerol (DG)
Acção do mensageiro secundário- diacilglicerol
Acção do mensageiro secundário-
diacilglicerol
Acção do mensageiro secundário - inositol trifosfato
Acção do mensageiro secundário -
inositol trifosfato
Estudo do modo de acção de alguns farmacos usados no tratamento da:
Estudo do modo de acção de alguns farmacos usados no tratamento da:
Asma
Doenças de coração
Hipertensão
Úlcera
Doença Parkinson
Epilepsia
Constituição do sistema nervoso Constituição do sistema nervoso
Sistema nervoso somático: está associado ao movimento voluntário;
Sistema nervoso autónomo (vegetativo):
juntamente com o sistema endocrino controla o meio interno. È constituído pelo sistema nervoso simpático e parassimpático.
Sistema nervoso central:
cérebro e
espinal medula
Neurotransmissores no sistema nervoso periférico
Neurotransmissores no sistema nervoso
periférico
Adrenoreceptores- respondem à adrenalina e noradrenalina
Adrenoreceptores- respondem à adrenalina e noradrenalina
Existem dois tipos principais de adrenoreceptores os α e os β
diminui motilidade
-
Intestino
Aumenta (β1) -
Batimentos cardíacos
Relaxa (β2) -
Músculo bronquial
Relaxa -
Útero
- contracção
Sistema vascular
β
α Receptores
majoritários
Farmacos anti-asma Farmacos anti-asma
Asma: falta de ar, respirar a custo devido à constrição dos músculos lisos dos pulmões;
Broncodilatador natural:
adrenalina
Efeitos adversos adrenalina:
aumentos dos batimentos
cardíacos e da pressão arterial
Isoprenalina: selectiva para os β-receptores mas era
metabolizada rapidamente
HO
HO H
C OH
CH2 H N
Adrenalina
CH3
HO
HO H
C OH
CH2 N
Isoprenalina
CH3 CH3
HO
HO H
C OH
CH2N
Isoprenalina
CH3
CH3 MAO HO
HO H
C OH (oxidação) COOH
(ácido 3,4-dihidroximandelico)
Evolução dos brondilatadores Evolução dos brondilatadores
HO
HO H
C OH
CH2 N C H CH3
CH3 CH3 β2 selectivo
COMT
H3CO
HO H
C OH
CH2 N C H CH3
CH3 CH3 (catecol metil
transferase)
HOH2C
HO H
C
∗
OH
CH2 N C H CH3
CH3 CH3 (R)-Salbutamol
Pontes de hidrogénio
(só enantimero "R" é activo
Amina pode ser prim ou sec ou aryl
Síntese do salbutamol (agonista β 2 ) Síntese do salbutamol (agonista β 2 )
HO2C CH3CO2
HO2C
CH3CO2 COCH3 AlCl3/PhNO2
MeOH/HCl
MeO2C
CH3CO2 COCH3
Br2/CHCl3
MeO2C
CH3CO2 COCH2Br EtCOMe
MeO2C
CH3CO2 COCH2 N CH2Ph
R
LiAlH4/THF
HOH2C
CH3CO2 CH(OH)CH2
HO2C
CH3CO2 COCH2 H N R Rearranjo de Fries
H2, Pd/C
PhCH2NH-R
NCH2Ph R
R= t-Bu = salbutamol
Farmacos usados no tratamento de doenças de coração e hipertensão
Farmacos usados no tratamento de doenças de coração e hipertensão
São bloqueadores β = antagonistas β = antagonistas da adrenalina e noradrenalina
Aumentam os batimentos cardíacos sem afectar a força de contracção e têm uma função vasodilatadora das artérias conorárias. Têm ainda a capacidade de dilatar os vasos sanguíneos periféricos, pelo que têm uma função anti hipertensão.
A nível molecular: evitam a subida intracelular do Ca2+ → diminuição do complexo Ca2+/calmudolina o que impede a contracção do músculo
Farmacos contra a angina de peito Farmacos contra a angina de peito
Têm também actividade anti-hipertensiva
Passa a barreira hemato-encefálica
H2NOCH2C O CH2CH OH
CH2 NH CH(Me)2
Atenolol O C
H2 HC OH
H2 N CH
CH3 CH3
1965 - Propanolol
Farmacos anti-hipertensivos Farmacos anti-hipertensivos
O
NH(CH)(Me)
2OH
R' R' R
O Me
Me N
NC
O
Cromakalim Causam activação
Dos canais de K+ K+ intracelular Hiperpolarização
Fecho dos canais de Ca2+
Entrada de Ca2+
é inibida Relaxamento
Musculo liso
Pressão Arterial
Síntese da Cromakalim Síntese da Cromakalim
NC
O Me Me
o-Ph(Cl)2 refluxo
O NC
Me Me
NBSDMSOaq
OH Br MeMe NC
O O
Me Me NaH, DMSO NC
2-pirrolidinona
O
∗
∗
Me Me NC
N O
OH
KOH Et2O
Histamina Histamina
HN N NH
2• É uma hormona local (autocóides) ou neurotransmissor
• Tem vários efeitos farmacológicos:
1. A nível circulatório provoca dilatação arteriolar e aumenta a permeabilidade capilar
2. Broncoconstrição: causa ataques de asma 3. Estimula a secreção do ácido gástrico
• Existem 3 tipos de receptores: H1 (existem nos músculos do intestino, brônquios, e vasos sanguíneos) H2 (existem nas células parietais do estômago, útero) e H3 (CNS)
Antagonistas H 1 Antagonistas H 1
N N
MeO N
Mepyramine: usado na febre, asma e nas mordidas de insecto
Farmacos usados na inflamação e descongestionamento bronquial
CHOCH2CH2N(CH3)2
Difenilhidramina
Antagonistas H 2 Antagonistas H 2
Tipo de composto a ser sintetisado
HN N
(CH2)nXC NH
NH2
n = 2 ou 3, X = N ou S
HN N S
HN
NH S
HN N S
HN
NH N CN
O S
HN
NH
N
NO2
N S
S N
NH2 H2N
N H2N
O S O NH2 Metiamida Cimetidine
Ranitidina Famotidine
Síntese da cimetidina Síntese da cimetidina
HN N
CO2C2H5
LiAlH4
HN N
CH2OH NH2HCl HS
HN N
CH2SCH2CH2NH2
(CH3S)2C=N.CN
HN N
CH2SCH2CH2NH SCH3 N C N CH3NH2
HN N S
HN
NH N CN
Farmacos usados na doença de Parkinson
Farmacos usados na doença de Parkinson
Doença de Parkinson caracteriza-se por uma falta de dopamina
Não passa a barreira hemato- encefálica
L-Dopa foi administrada como pro- farmaco
Efeitos secundários: L-Dopa é percursor da adrenalina e
noradrenalina
Carbidopa inibe enzima responsável pela transformação da L-Dopa em Adrenalina e noradrenalina
HO
HO NH2
Dopamina
HO
HO NH2
L-Dopa
COOH
HO
HO NHNH2
Carbidopa
CHCOOH3
Outros agonistas da dopamina Outros agonistas da dopamina
N O
NPr2
Ropirinole
NMe HO
HO
Apomorfinas
NH2
OH HO
2-Aminotetralinas
NH
2Amantadine: diminui o
armazenamento da dopamina
Inibidores do metabolismo da dopamina Inibidores do metabolismo da dopamina
HO
HO NH2
COOH
COMT
MeO
HO NH2
COOH
HO
HO C
NO2
N O
NEt2
Entcapone (inibidor da COMT) HO
HO NH2
COOH
MAO-B
MeO
HO O
COOH
FAD FADH2
CH3 NCH3
Selegiline (inibidor da FAD) CH
Antagonistas da dopamina Antagonistas da dopamina
São usados em doenças psicóticas como esquizofrenia
São usados 3 classes de compostos
1. Fenotiazinas e outros triciclicos: usam o isosterismo na alteração da estrutura; Bloqueiam D1 e D2
2. Butirofenonas: ex haloperidol
3. Análogos de indol: podem afectam também os receptores de serotonina
Fenotiazinas e outros triciclicos Fenotiazinas e outros triciclicos
Antidepressivo
Tranquilizante N
S
(CH2)3NMe2
Cl N Cl
O
(CH2)3NMe2
Cloropromazina Benzoxapinas
S CH2O CH CH
(CH2)3NMe2
Dibenzocicloheptadienos
(CH2)2NMe2
Butirofenonas: ex haloperidol Butirofenonas: ex haloperidol
O
(CH
3)
3F N OH
Cl
F + Cl
O
(CH2)3Cl
AlCl3
H O H
+ NH4Cl + H3C
H2C
Cl
HN Cl
F
O
(CH2)3Cl + HN Cl
OH HBr
NaOH
Síntese
Análogos de indol Análogos de indol
N MeO
MeO
(CH2)2 N N Me
Oxypertine
• Tem a capacidade de elevar o moral, pelo que é usado no tratamento da apatia associada a esquizofrenia e em outras situações.
• Afectam receptores da serotonina
Serotonina Serotonina
Estimula o sistema nervoso: pessoas com depressão têm níveis baixos
N
HO NH2
Farmacos usados no bloqueio da reabsorção da serotonina temos a fluoxetine (Prozac)
F3C
O
NHMe
Farmacos usados na epilepsia Farmacos usados na epilepsia
Epilepsia está associada a alterações do sistema GABA
Existem dois tipos principais de receptores: GABA-A e GABA-B
Biosintese
Metabolismo
H2N
CO2H O
OH
ácido glutâmico descarboxilase
H2N
O OH
Ácido γ−aminobutirico
H2N
O OH
GABA transaminase
O OH O
HO
Ácido succinico
Farmacos usados na epilepsia (2) Farmacos usados na epilepsia (2)
Farmacos que bloqueiam o metabolismo do GABA
H3C
COONa H3C
Sódio valproato
H2N COOH
H2C
Vigabatrin
Farmacos que actuam no receptor do GABA. Este é constituído por 4 hélices α, β, γ e δ formam um canal de Cl-. Quando
activado o canal abre causando a hiperpolarização da célula e logo inibição neuronal HN
HN
C2H5 O O
O Fenobarbital
(barbiturico)
N
N O
R H3C
Cl
R = H Diazepam (valium)
R = OH Temazepam
Síntese dos barbitúricos e benzodiazepinas Síntese dos barbitúricos e benzodiazepinas
EtO O
EtO O
alquilação EtO O
EtO O R1
R2
(ureia) H2N
NH2
O HN
NH O
O O
R1 R2
NH2 Cl
O
O ClH2C Cl
NH Cl
O
O Cl
NH3 NH
Cl
O O NH2
1)Piridina 2)NaOMe
Cl N
N O
Compostos usados para o receptor GABA-A
Compostos usados para o receptor GABA-A
• Agonistas GABA-A
O N OH H2N
Muscinol (Halucinogénio)
HC
Cl
H2NH2C CH2CO2H
Baclofen
(Relaxante muscular)
• Antagonistas GABA_A
NMe2 O
O
O
O O O
Bicucullin (Convulsante)
Farmacos/GABA
Design de farmacos Design de farmacos
– Antes do Século XX a medicina consistia em ervas e poções. A partir do meio do sec XIX houve esforços no sentido de isolar e purificar os compostos. Apareceu a industria farmacêutica.
– A passa a haver um esforço no sentido de sintetizar os princípios activos isolados e inclusive melhorá-los.
– Existe um método pela qual se desenvolve e descobre um farmaco mas continua a haver uma componente importante de tentativas e erros envolvidos no processo.
Composto condutor (lead compound) Composto condutor (lead compound)
(def.) é o principio activo isolado da planta. É um composto com actividade farmacológica.
Na investigação recente dado o avanço do
conhecimento de como o corpo funciona a nível
molecular e celular, é possível identificar o possível
alvo e depois desenhar o farmaco que vai interagir
com ele. A investigação é agora orientada pelo alvo.
Passos do processo da descoberta e desenvolvimento de um farmaco
Passos do processo da descoberta e desenvolvimento de um farmaco
Escolha da doença
Escolha do alvo do farmaco
Identificar os bioensaios
Encontrar o composto condutor
Isolar e identificar o composto condutor se necessário
Determinar a sua estrutura
Identificar a relação entre a actividade e a estrutura (SARs)
Identificar o farmacoforo
Melhorar as interacções com o alvo
Melhorar as propriedades farmacocinéticas
Fármaco é patenteado
Estudo do metabolismo do farmaco
Testes de toxicidade
Processo de design e manufacturação
Ensaios clínicos
Mercado do medicamento
Fazer dinheiro
Escolha da doença Escolha da doença
A indústria farmacêutica concentra-se na procura de um novo farmaco ou em melhorar as já existentes;
Os projectos de investigação tendem a ser direccionados a farmacos utilizados no 1º Mundo, uma vez que é aí que se centra o poder económico;
As doenças mais em voga são: enxaquecas,
depressão, úlceras, obesidade, gripe, cancro e
doenças cardiovasculares. Actualmente a malária
também é uma doença alvo de investigação devido
ao turismo para sítios exóticos.
Escolha do alvo do farmaco Escolha do alvo do farmaco
Definir se o alvo é um receptor, enzima ou ácido nucleico. Desenhar o agonista ou
antagonista para o receptor ou o inibidor para a proteína.
Exemplo do Prozac (fluoxetina) inibe a
remoção da serotonina. Esta descoberta foi
feita ao acaso.
Design de agonistas Design de agonistas
Têm que ter uma estrutura que seja semelhante ao mensageiro:
1.
A droga tem que ter os grupos de ligação correctos;
2.
Grupos de ligação têm que ser correctamente posicionados;
3.
A droga tem que ter o tamanho correcto para o sitio de
ligação.
Interacções ligantes possíveis devem estar todas presentes caso contrário poderá significar uma perda de actividade .
Posições das interacções ligantes: os grupos ligantes têm que estar na posição correcta para se estabelecer as ligações. Ex: Enantiómeros
Tamanho e forma adequada ao espaço do sitio ligante no receptor.
Design de agonistas (2)
Design de agonistas (2)
Design dos antagonistas Design dos antagonistas
É o caso em que temos muita quantidade de
neurotransmissor em que é necessário desenhar uma
farmaco de forma tamanho adequado ao receptor, sem
que com esta ligação o receptor altere a forma, não
havendo qualquer efeito biológico. Neste caso existe uma
competição entre o agonista e o antagonista vencendo
este último dado que se liga mais fortemente.
Antagonistas que actuam fora do sitio ligante
Antagonistas que actuam fora do sitio ligante
1. Antagonistas alostéricos
O sitio de ligação é alterado pela ligação do antagonista a uma parte do receptor.
2. Antagonistas pelo efeito “guarda-chuva”
A ligação do antagonista a sítios vizinhos ao sitio de ligação e impede tapando o sitio de ligação, que o neurotransmissor se ligue.
Existe antagonistas que se ligam ao sitio de ligação e ao
sitio vizinho, fortemente
Agonistas Parciais Agonistas Parciais
São drogas que produzem um efeito biológico, mas não tão grande como com o agonista verdadeiro.
Explicação para o facto:
1.
Ligação ao receptor provoca uma mudança conformacional que não é a ideal, como tal o efeito biológico diminui;
2.
A molécula do agonista pode-se ligar a dois sítios diferentes no sitio de ligação, num activa o receptor enquanto no outro não.
3.
O agonista parcial consegue destinguir entre diferentes tipos de
receptor.
Agonistas inversos Agonistas inversos
Têm o mesmo efeito que o antagonista.
Impede a actividade inerente do receptor, ou seja aquela que ocorre sem que o mensageiro se ligue.
Existe um equilíbrio entre a conformação activa do
receptor e a conformação inactiva do mesmo.
Identificar os bioensaios Identificar os bioensaios
Escolher o melhor teste: deve ser simples, rápido e relevante, dado que elevado número de compostos vão ser analisados.
Os testes podem ser in vitro (células isoladas, tecidos, enzimas ou receptores) ou in vivo (em animais).
Testes in vivo
Há que induzir a doença no animal de modo produzir sintomas observáveis.
Esse animal é depois tratado com o fármaco com o objectivo de aliviar os sintomas;
Nos animais transgénicos usados nestes testes parte dos seus genes são substituídos por genes humanos. São normalmente ratos. Estes ganham a capacidade de sintetizar o receptor ou o enzima ou alternativamente pode tornar-se susceptível a uma doença particular (ex: cancro do mama). Os fármacos são então testados.
Desvantagens dos testes in vivo:
Desvantagens dos testes in vivo:
1. É lento e causa sofrimento do animal;
2. Problemas de farmacocinética
3. Os resultados obtidos podem ser enganadores e difíceis de racionalizar;
4. Resultados diferentes podem ser observados em diferentes animais; exemplo ester metil penicilina que são hidrolisados no rato produzindo penicilina activa mas não são hidrolisados no coelho nem no cão ou homem.
Testes in vitro Testes in vitro
São usados tecidos específicos, células ou enzimas.
Inibidores de enzimas são testados em soluções da enzima;
Agonistas ou antagonistas são testados em tecidos isolados que expressam na sua superfície o receptor. Ex: broncodilatores são testados no músculo liso traqueal para ver se há contracção;
A afinidade dos receptores ao ligando pode ser feita fazendo a marcação radioactiva do receptor.
Gene que codifica o enzima ou receptor é clonado e depois expresso em células de levedura ou de Escherichia Coli ou em células tumorais. Ex foi protease do HIV.
Descoberta do composto condutor Descoberta do composto condutor
Existem várias formas de o descobrir:
Por pesquisa na natureza
Medicina tradicional
Por pesquisa nas bases de dados de compostos sintetizados
Farmacos existentes
Começando com um ligando natural ou modulador
Síntese combinatorial
Design de substâncias pelo computador
Por acaso
Procura por computador em bases de dados estruturais
Relação estrutura-actividade Relação estrutura-actividade
– Tem que se saber quais os grupos funcionais que são importantes na ligação ao receptor ou à enzima;
– Isto envolve um procedimento geral: há que sintetizar a molécula fazendo variar em cada síntese um grupo funcional. Se a actividade do composto diminuir com a remoção de grupo funcional significa que ele é determinante a sua presença na molécula para a actividade biológica.
– Grupos funcionais hidroxilos: formam ligações de hidrogénio.
Desaparecem ou tornam-se mais fracas quando o grupo é transformado num ester.
– Grupos funcionais amino: formam ligações de hidrogénio e ionicas ( as + importantes). Transformam-se em amidas.