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Associação entre hábitos de vida e densidade mineral óssea em idosos do sexo masculino

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Academic year: 2017

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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM GERONTOLOGIA

ASSOCIAÇÃO ENTRE HÁBITOS DE VIDA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM IDOSOS DO SEXO MASCULINO

MARIA APARECIDA GERMANO BOUZADA Profa. Orientadora: Dra. Nanci Maria de França

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MARIA APARECIDA GERMANO BOUZADA

ASSOCIAÇÃO ENTRE HÁBITOS DE VIDA E DENSIDADE MINERAL ÓSSEA EM IDOSOS DO SEXO MASCULINO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito para a obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

ORIENTADORA: Profª. Drª. Nanci M. França

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TERMO DE APROVAÇÃO

Dissertação defendida e aprovada como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Gerontologia, em 02 de setembro de 2005.

_________________________________________________________ Profª. Drª. Nanci Maria de França

_________________________________________________________ Prof. Dr. Otávio Tolêdo Nóbrega

_________________________________________________________ Profª. Drª. Sandra Marcela Mahecha Matsudo

_________________________________________________________ Profª. Drª. Lucy Gomes Vianna

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DEDICATÓRIA

Ao Senhor Deus pela vida e pela força de todos os dias e à minha família, pelo companheirismo e pela compreensão.

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AGRADECIMENTOS

A Deus.

À minha orientadora, Profª. Drª. Nanci Maria de França, pelas notórias orientações e indicações, somando grande conhecimento ao meu currículo, como pessoa, amiga e, principalmente, como profissional. Inesquecíveis são os momentos em que, sabiamente, mostrou-se guia e mestre, muito atenta à minha plena formação.

Aos conselheiros e funcionários do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal pelo incentivo primordial e apoio.

Aos idosos dos centros de saúde do Gama-DF, pela disposição em participar do projeto, e aos funcionários, que em muito contribuíram para a sua realização.

Aos técnicos de laboratório de imagem da UCB, pelos exames realizados e pela disposição que foi destinada para este fim.

Ao meu esposo, Arnaldo, pelo amor, pela dedicação, compreensão e por sua presença como digníssimo esposo, amigo e um maravilhoso pai para com nossa afável família.

À minha mãe e aos meus amigos, em especial à amiga Aleima, que em inúmeros momentos, cuidaram da minha família para que eu pudesse continuar a minha jornada.

À minha família, pelo carinho, pela dedicação e compressão neste momento tão importante da minha vida.

À minha amiga Edjane, pela paciência e ajuda no contexto desta dissertação, pela dedicação e disposição em todas as horas e pelas palavras de edificação do espírito, que muito determinantes foram nas horas de fragilidade. Ressaltando-me que acima da frágil existência do ser humano está a supremacia do Senhor, nosso Deus.

Aos funcionários, professores, amigos do curso e a todos que contribuíram de alguma forma para a realização desta dissertação.

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EPÍGRAFE

“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo (Prov. 24, 11)

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RESUMO

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi quantificar a densidade mineral óssea (DMO) de indivíduos idosos e associar os hábitos de vida a DMO.

METODOLOGIA: Foram analisados 35 idosos do sexo masculino com idade entre 60 e 89 anos, no período de agosto de 2004 a fevereiro de 2005. A massa corporal magra, a gordura corporal obtidos através da DMO do corpo inteiro (DMOCI), sendo mensurado também das vértebras L1 (DMOCL1), das vértebras L2-L4 (DMOCL2-L4) e do fêmur diferenciando-se em sítios: triângulo de ward (DMOTW), do colo de fêmur (DMOCF), trocânter de fêmur (DMOTF) e fêmur inteiro (DMOFI), obtidos pelo método de absortometria de Raios X de dupla energia (DEXA), modelo LUNAR. A estatura (m) mensurado por um estadiômetro de marca SANNY e a massa corporal (kg) por uma balança digital de marca SANNY. Também foram aplicados os questionários de ingestão alimentar com um registro das últimas 24 horas e de hábitos de atividade físicas semanais adaptado para os objetivos do presente estudo, utilizou-se o registro alimentar desenvolvido por KANNO e GIOVANNI (2003). Para a análise estatística foram utilizadas a correlação de Pearson e a regressão múltipla do tipo stepwise com nível de significância de p≤0,05.

RESULTADOS e CONCLUSÃO: Os resultados evidenciaram que a massa corporal e a

massa de gordura são as variáveis que se correlacionam mais consistentemente com a DMO independente dos sete sítios, além disso, o consumo de cálcio e o gasto calórico apresentaram correlações significativas com quase todos os sítios. A análise de regressão, também, evidenciou que a ingestão de cálcio explica, em média, 30% da variação de DMO nos indivíduos analisados neste estudo.

Palavra-chave: Envelhecimento, estilo de vida e densidade mineral óssea.

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ABSTRACT

PURPOSE: The purpose of this study was to quantify the bone mineral density (BMD) of elderly individuals and associate their life habits to the BMD.

METHODOLOGY: Thirty-five elderly men aged between 60 and 89 years of age, were

analysed in the period from August of 2004 to February of 2005. The thin body mass, the body fat obtained with the BMD of the whole body (BMDEB / BMDWB), also measuring the vertebrae L1 (BMDBL1), the vertebrae L2-L4 (BMDBL2-L4) and the femur being distinguished in sites: ward’s triangle (BMDWT), femur’s lap (BMDFL), femur throcanter (BMDFT) and whole femur (BMDEF / BMDWT), obtained with the double energy X-ray absormetry method (DEXA), LUNAR model. The stature (m) measured by an estadiometry of the brand SANNY and the body mass (kg) by a digital balance of the brand SANNY. Were applied questionaries about alimentary ingestion in the last 24 hours and about the habits of wookly physical activities adapted to the purposes of the current study, the alimentary register developed by KANNO and GIOVANNI (2003) was used for the statistic analysis were used the Pearson’s correlation and the multiple regression of the stepwise type with the significance level in P≤ 0,05.

RESULTS and CONCLUSION: The results evidenced that the body mass and the fat mass are the variables which correlate more consistently with BMD regardless the seven sites, besides, the calcium consumption and the caloric expense show meaningful correlations with almost all the sites. The regression analysis, as well, evidenced the ingestion of calcium explains, on average, 30% of the BMD variation in the individuals analysed in this study.

KEYWORDS: Aging, life style and bone mineral density.

(9)

VIII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 12

1.1 Objetivo ... 17

1.2 Justificativa e relevância ... 18

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 20

2.1 Estrutura do sistema esquelético ... 20

2.1.1 Desenvolvimento do osso ... 20

2.2. Saúde óssea ... 22

2.2.1 Osteoporose em homens ... 22

2.2.2 Diagnosticando a osteoporose ... 23

2.3 Osso e exercício ... 26

2.4 A nutrição e densidade mineral óssea ... 29

3. METODOLOGIA ... 30

3.1 População ... 30

3.1.1 Amostra ... 30

3.1.2 Critérios de inclusão ... 30

3.1.3 Critérios de exclusão ... 31

3.1.4 Delineamento das atividades desenvolvidas nos centros de saúde ... 31

3.2 Local ... 32

(10)

3.3.1 Carta de Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 33

3.3.2 Coleta de dados ... 33

3.3.3 Obtenção dos dados de consumo de nutrientes ... 34

3.3.4 Obtenção dos dados do gasto calórico ... 34

3.4 Análise estatística ... 35

3.4.1 Variáveis ... 35

4. RESULTADOS ... 36

4.1 Características da amostra ... 36

4.1.1 Dados antropométricos ... 38

4.2 Correlações parciais ... 40

4.3 Análise de regressão ... 42

4.3.1 Análise da Densidade Mineral Óssea do Corpo Inteiro (DMOCI) ... 43

4.3.2 Análise da Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L1 (DMOCL1) ... 43

4.3.3 Análise da Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L2-L4 (DMOCL2-L4) ... 44

4.3.4 Análise da Densidade Mineral Óssea do Colo de Fêmur (DMOCF) ... 44

4.3.5 Análise da Densidade Mineral Óssea do Triângulo de Ward (DMOTW) ... 44

4.3.6 Análise da Densidade Mineral Óssea do Trocânter Maior (DMOTF) ... 45

(11)

4.3.7 Análise da Densidade Mineral Óssea do Fêmur Inteiro

(DMOFI) ... 45

5. DISCUSSÃO ... 48

6. CONCLUSÃO ... 51

6.1 Sugestões ... 51

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 52

8. ANEXOS ... 57

ANEXO I – Questionário de hábitos alimentares ... 57

ANEXO II – Nível de atividade física ... 63 ANEXO III – Carta de Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido . 69

(12)

LISTA DE TABELAS E ILUSTRAÇÕES

Tabela 1. Tipos de doenças mais freqüentes na amostra de idosos; Tabela 2. Tipos de medicamentos referido pelos idosos;

Tabela 3. Atividades físicas relatadas pelos idosos; Tabela 4. Dados demográficos por década;

Tabela 5. Características antropométricas dos participantes do estudo; Tabela 6. Característica da densidade mineral óssea (g/cm2);

Tabela 7. Característica da amostra quanto à ingestão de nutrientes; Tabela 8. Coeficientes de correlação parcial;

Tabela 9. Resumo da análise de regressão múltipla entre as variáveis independentes e os sítios ósseos.

Tabela 10. Classificação dos idosos quanto à normal, osteopênico ou osteoporótico em valores absolutos;

Tabela 11. Classificação dos idosos quanto à normal, osteopênico ou osteoporótico em percentagem.

Figura 1. Teoria da remodelação óssea;

Figura 2. Exame de densitometria óssea do fêmur realizado no Laboratório de Imagem da UCB de Brasília, 2005;

Quadro I. População urbana residente com faixa etária acima de 60 anos, segundo as regiões administrativas do DF - 2000;

Quadro II. Valores de referência para ingestão dietética do cálcio utilizada para grupos

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1. INTRODUÇÃO

A população idosa é definida como um grupo de pessoas com 60 anos ou mais, conforme o conceito de populações envelhecidas utilizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1994 apud SZEJNFELD, 2000). No começo do século XX, 44,4 % dos brasileiros encontravam-se na faixa etária de 0 a 14 anos, 52,3% na de 15 a 59 anos, e os idosos constituíam apenas 3,3% da população.

A transição demográfica, ou seja, a passagem de uma população jovem para uma envelhecida, em princípio, originou-se na Europa, com o declínio da fecundidade. Em decorrência do desenvolvimento social ocasionado pela Revolução Industrial, havendo queda significativa da mortalidade, em longo prazo houve queda da fecundidade e, posteriormente, a população envelheceu. Mais de um quarto da população da Europa iniciou o século em curso com 65 anos ou mais. Hoje, na América Latina, este fenômeno de queda de fecundidade já foi constatado. (RAMOS, 2002).

O declínio da mortalidade no Brasil começou na década de 40. Há estimativas de que o Brasil será, em 2025, o sexto país com maior número de idosos no mundo. Conforme o IBGE (2000), a população idosa brasileira é formada por um contingente, no qual 50% possuem entre 60 a 69 anos, 36% entre 70 e 79 anos e 14% acima de 80 anos.

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Quadro I - População Urbana residente com faixa etária acima de 60 anos, segundo as Regiões Administrativas do

DF – 2000

Região

Administrativa 60 a 64 65 a 69 70 e + Total

1 Brasília 7.668 6.441 10.999 25.108

2 Lago Sul 1.530 1.091 1.721 4.342

3 Lago Norte 705 795 607 2.107

4 Cruzeiro 2.159 1.619 1.683 5.461

5 Guará 3.770 2.333 3.615 9.718

6 N. Bandeirante 639 406 941 1.986

7 Candangolândia 313 141 40 494

8 Taguatinga 6.933 4.685 6.600 18.218

9 Samambaia 2.610 1.192 1.693 5.495

10 Ceilândia 7.328 5.466 6.302 19.096

11 Recanto das Emas 691 522 731 1.944

12 Gama 3.619 3.072 3.383 10.074

13 Santa Maria 1.310 662 1.000 2.972

14 Riacho Fundo 190 163 407 760

15 São Sebastião 709 629 795 2.133

16 Paranoá 449 513 370 1.332

17 Planaltina 2.471 1.176 1.545 5.192

18 Sobradinho 2.744 1.916 3.408 8.068

19 Brazlândia 1.072 638 1.152 2.862

TOTAL 46910 33460 46992 127362

Fonte: Codeplan - Pesquisa O-D Domiciliar – 2000

O envelhecimento é um processo complexo que envolve muitas variáveis, como o fator genético, o estilo de vida e doenças crônicas. Essas variáveis podem ser mais poderosas que a idade cronológica e podem prevalecer diferentemente em distintos países, regiões e grupos sociais, exigindo que cada país tenha conhecimento específico sobre como e em que grau tais variáveis estão operando em seu contexto, de forma a viabilizar programas apropriados de intervenção, monitoramento periódico da saúde e de sua qualidade de vida.

(15)

A osteoporose é definida como uma disfunção osteometabólica, de origem multifatorial, caracterizada pela diminuição da DMO e pela deterioração de sua microarquitetura. Conseqüentemente, estas mudanças associam-se ao aumento da fragilidade e ao risco maior de fraturas (PEREIRA & MENDONÇA, 2002; REBELATTO & SILVA, 2004; ZERBINI, 1998). É também um problema de saúde pública, não só pela incidência aumentada com a idade, mas por ser uma doença assintomática, cujo registro se faz, muitas vezes, secundariamente, por meio de suas complicações, que são as fraturas. Dadas as tendências demográficas, a previsão é de que, em 2020, no Brasil, o tratamento de seqüelas da osteoporose implicará custos à sociedade da ordem de 30 a 60 milhões de dólares por ano (PEREIRA & MENDONÇA, 2002).

A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1994 apud SZEJNFELD, 2000) descreve a avaliação da DMO como o padrão-ouro para o diagnóstico da osteoporose. Estes valores são obtidos por meio da mensuração da DMO de uma determinada população. Calculando-se posteriormente a média e o desvio-padrão destes valores – os quais poderão servir como base para comparações de algum outro valor de DMO obtido de um indivíduo da mesma população. O diagnóstico da osteoporose compara os valores obtidos pelo indivíduo com uma população de jovens adultos saudáveis em unidade de desvio-padrão (ANIJAR, 2000).

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possuem serviços de densitometria óssea, empregam-se os valores de referência do equipamento; contudo, os valores apresentados no manual do DEXA, projetado pela Lunar®, fabricante do aparelho, informam que os dados de referência têm base em indivíduos (de 131 a 139 sujeitos com idade entre 20 e 29 anos, dependendo do sítio analisado) dos Estados Unidos e do Norte da Europa (BLAKE & FOGELMAN, 1998).

De um país para outro ou até mesmo dentro do mesmo país, o acúmulo da DMO pode sofrer variações, (ANIJAR, 2000 e BEZERRA, 2003). Deste modo, o cenário exposto mostra a necessidade de sabermos determinados dados de referência para medidas de massa óssea, bem como padrões da diminuição da densidade mineral óssea para cada população, de modo a identificar os danos patológicos e indicar as intervenções terapêuticas e preventivas.

Em um estudo com uma amostra de jovens Turcos (323 indivíduos com idade entre 19 e 25 anos), foi verificado esse tipo de incorreção (GÜRLEK et al., 2000). O autor observou a prevalência de uma baixa DMO, quando comparada aos valores de referência da população norte-americana. Entre os homens diminuiu de 42,8% para 15,8% na região lombar, de 30,9% para 17,1% no colo do fêmur, quando comparados a parâmetros de referência local. Em outro estudo, realizado em indivíduos universitários brasileiros (BEZERRA, 2003), verificou aumento significativo no escore T obtido com base na própria amostra quando comparado ao escore obtido com base nos dados de referência do DEXA nas regiões do fêmur mas não na coluna lombar. Um estudo realizado no Reino Unido observou que, ao serem utilizados os dados norte-americanos, houve uma prevalência 28 pontos percentuais maior de casos de osteoporose (AHMED et al., 1997).

(17)
(18)

1.1 Objetivo

Este estudo foi realizado com o propósito de quantificar a DMO dos indivíduos idosos do sexo masculino, além de associar os hábitos de vida a níveis de DMO.

Objetivos específicos:

a) Identificar valores da DMO das vértebras L1 a L4 e da extremidade proximal do fêmur (colo, trocanter maior, triângulo de Ward e fêmur total), em uma população de idosos do sexo masculino;

(19)

1.2 Justificativa

A osteoporose apresenta-se de forma lenta e assintomática; no início do processo degenerativo, na forma de micro fraturas trabeculares, as quais podem se desenvolver em fratura óssea, principalmente nas vértebras e colo de fêmur, conduzindo a índices elevados de incapacidade e ao comprometimento significativo da qualidade de vida do indivíduo (LAUTERT et al., 1995).

Uma das principais causas de morbidade e mortalidade da população idosa é a fratura, com um crescimento significativo no Brasil e no mundo (RUSSO et al., 2002). O peso do corpo é suficiente para a ocorrência de fraturas dos corpos vertebrais, ocasionando diminuição da estatura e pinçamento dos nervos espinhais, causando dores no peito, nos braços e nas pernas (REBELATTO & SILVA, 2004) e conseqüente dependência nas atividades da vida diária, levando, às vezes, à imobilidade por meses ou anos (SZEJNFELD, 2000). Com estas ocorrências, a mortalidade das pessoas acometidas por fraturas no mesmo ano do incidente é de 25 a 30%, o que normalmente decorre de complicações patológicas como pneumonia, trombose e doenças cardíacas (RUSSO et al., 2002; SZEJNFELD, 2000). Pouco se sabe a respeito do impacto das fraturas sobre a qualidade de vida (SILVERMAN et al., 1993).

Segundo KANIS & GLÜER (2000), ao se obter o valor fornecido pelo exame de DMO, nota-se quão importante é a classificação do indivíduo como sendo normal, osteopênico ou osteoporótico. As chances dele sofrer fraturas aumentam em relação à diminuição da densidade mineral óssea. Esse risco dobra para cada 1,0 desvio-padrão de redução de DMO em relação aos valores de referência.

(20)

importância de melhor se classificar o individuo, não só comparando este resultado com valores de referência norte-americanos e europeus, como com valores de outros estudos do sexo masculino, e de outras populações, para fins comparativos da evolução e eficácia na terapêutica, promovendo alteração, quando necessária (CONSENSO BRASILEIRO DE OSTEOPOROSE, 2002).

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Estrutura do sistema esquelético

2.1.1 Desenvolvimento do osso

O sistema esquelético é bem organizado e está em constante remodelação, através dos processos de formação (osteoblastos) e reabsorção (osteoclastos). O desenvolvimento do osso ocorre a partir do mesoderma do embrião que dá origem ao tecido conjuntivo – o qual sofrerá, ao longo do tempo, transformações em sua composição. Para a ossificação, existem dois processos, um denominado intramembranoso: o osso é formado de mesoderma indiferenciado do embrião, e outro denominado endocondral: no qual o osso é originado de tecido cartilaginoso. Estes dois processos resultam em uma mesma composição óssea, sendo diferente apenas o tecido que foi substituído por osso (SPENCER, 1991).

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osteócitos no local originalmente lesionado. Esta teoria da remodelação óssea está representada na figura 01.

Segundo SPENCER (1991), outros fatores podem influenciar o metabolismo dos osteoblastos e osteoclastos. Dentre eles, podemos reportar a pressão óssea, a quantidade de hormônios presentes na circulação e os componentes nutricionais. Como quase todos os demais órgãos do corpo humano, os ossos possuem vasos sangüíneos e linfáticos, nervos e também podem ficar doentes.

As modificações relacionadas ao sistema ósseo, durante o envelhecimento, referem-se à porosidade óssea aumentada, tornando os ossos quebradiços. Estas alterações estão relacionadas ao tipo de vida, à profissão, à atitude postural, aos exercícios físicos, à nutrição e ao metabolismo, entre outros fatores. As diferenças esqueléticas mais evidentes entre adultos e gerontos está no desenvolvimento da osteoporose; na mulher, a perda de cálcio se inicia aos 30 anos; no homem, aos 60 anos (DIDIO, 1999).

Fonte: LÉPORI, Luis Raúl. Atlas de Osteoporose. São Paulo: Soriak Comércio e Promoções, 2004.

Osteoclastos Reabsorção óssea

Neoformação óssea Neoformação óssea Osteócito Osso remodelado

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2.2. Saúde óssea

2.2.1 Osteoporose em homens

Segundo CARNEIRO (2000), seria almejável o estabelecimento de medidas de saúde pública para o reconhecimento dos homens com risco de desenvolver a osteoporose, pois a doença está adquirindo importância epidemiológica levando à necessidade de maior atenção para o seu diagnóstico.

Existem várias razões para o aparecimento da osteoporose no homem. Como exemplo: diminuição da atividade física, diminuição da ingestão e absorção do cálcio e dos níveis da testosterona. Também são fatores de risco associados à osteoporose nos homens: o uso de medicamentos do tipo corticóides; anticonvulsivantes e antiácidos contendo alumínio; as doenças crônicas dos rins, pulmões, estômago e intestinos; cigarro, álcool em excesso, sedentarismo; idade avançada; baixo peso; hereditariedade; raça, sendo que a raça branca tem o maior risco para a osteoporose (PEREIRA & MENDONÇA, 2002).

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Segundo SZEJNFELD (2000), no ano de 1990, a ocorrência de fraturas de fêmur, em homens, foi responsável por 30% das 1,7 milhões de fraturas. No Hospital de Traumato - Ortopedia do Rio de Janeiro, das 132 cirurgias de quadril por fraturas osteoporóticas, incluindo também aquelas de colo femural, observou-se que 40 ocorreram em homens.

Segundo ORWOLL (1997), a osteoporose idiopática acomete uma faixa etária ampla entre homens, com uma variação entre 20 a 80 anos, incidência de pico na sétima década de vida, está associado à diminuição da massa óssea inerente ao envelhecimento. Já a osteoporose secundaria está associada a endocrinopatias, drogas, doenças genéticas, artrite rematóide, doenças gastrintestinais, transplantes de órgãos, imobilização prolongada, mieloma múltiplo, câncer de mama, anemias crônicas, mastocitose e tratamento prolongado com heparina (PEREIRA & MENDONÇA, 2002).

Finalmente, segundo o Consenso Brasileiro de Osteoporose, o pico de massa óssea é atingido entre a adolescência e os 35 anos de idade, evidenciando a importância de aumentar a massa óssea na infância e na adolescência, enquanto para o idoso o maior objetivo da prevenção é minimizar a diminuição da DMO e evitar quedas.

2.2.2 Diagnosticando a osteoporose

(25)

Segundo PEREIRA & MENDONÇA (2002), não há clínica significativa para o diagnóstico da osteoporose, principalmente em suas fases iniciais; entretanto, exame físico e anamnese completos deverão ser realizados no indivíduo sob suspeita da doença, no intuito de buscar uma classificação etiológica. Nota-se que a investigação dos fatores de análise clínica é importante para identificar pacientes em risco. Os exames complementares também podem ajudar no diagnóstico. Levam-se em conta tanto os biomarcadores ósseos, quanto as fases de remodelamento ósseo caracterizadas por ciclos de formação e reabsorção óssea acoplados. O desacoplamento entre essas duas fases leva à osteoporose. Os biomarcadores ósseos são produtos da degradação do osso, liberados para circulação ou urina, derivados da atividade osteoblástica e/ou osteoclástica, durante as fases de formação e reabsorção óssea, em última análise, o turnover ósseo.

A velocidade de formação ou degradação da matriz óssea pode ser determinada tanto pela atividade enzimática das células formadoras e reabsorvedoras (fosfatases alcalina e ácida), quanto pela medida dos componentes da matriz óssea, liberados na circulação durante a remodelação. Os biomarcadores são de grande interesse em pesquisa. No que concerne ao uso clínico, ainda existem dúvidas quanto à relação custo-benefício. No entanto, podem ser úteis em algumas situações como: determinação do risco de fratura em indivíduos idosos; determinação da resposta terapêutica a alguns agentes antireabsortivos; identificação dos indivíduos com alto turnover ósseo, para predizer redução óssea rápida (PEREIRA & MENDONÇA, 2002).

(26)

complementar (PEREIRA & MENDONÇA, 2002). Outra forma de diagnóstico seria a ultra-sonografia óssea, mas são desconhecidos sua exatidão, suas limitações, artefatos e problemas técnicos; este método mede a propagação e a atenuação do som pela combinação desses dois parâmetros, estabelece-se um índice que expressa a “resistência óssea” que está relacionada ao risco de fraturas. Esse método não se correlaciona aos resultados do método de densitometria óssea, oferecendo informações diferentes e complementares sobre a resistência óssea (CASTRO & PINHEIRO 2000). A densitometria óssea de quadril é o exame de referência para o diagnóstico da osteoporose. Este tipo de estudo permite a visualização das lesões que ocorrem como complicação da osteoporose, sendo estas, geralmente, as que evidenciam a presença da enfermidade. O exame de densitometria óssea utilizado na avaliação da DMO, nesta pesquisa, está representada na figura 02.

(27)

A Densitometria Óssea é utilizada tanto para diagnóstico, quanto para o monitoramento, sendo importante na prevenção de algumas complicações decorrentes da osteoporose. Para o Consenso Brasileiro de Osteoporose (2002), a interpretação clínica da osteoporose dá-se por resultado de densidade mineral óssea, que é representado por meio de valores absolutos. E estes valores são importantes, sendo utilizados para monitorar as mudanças da DMO no decorrer do tempo. O escore T calculado em desvios-padrão (DP), tendo como referência a DMO média do pico da massa óssea em adultos jovens. A proposta diagnóstica da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1994 apud SZEJNFELD, 2000) a partir dos valores para mulheres adultas de cor branca, estabelece que até -1,0 DP= será normal, (escores T ≥ -1,0). Para o valor abaixo -1,0 a -2,50 DP (-2,5 <escore T <-1,0), será osteopenia; para as osteoporóticas, valores iguais ou menores que -2,5 desvio-padrão (escore T ≤ -2,5).

2.3 Osso e exercício:

O aumento da expectativa de vida pode acarretar aumento na prevalência das doenças crônicas não-transmissíveis, levando a agravos, à diminuição ou redução da capacidade funcional e, conseqüentemente, da autonomia e da independência.

A baixa aptidão física e de bem-estar funcional é uma das causas da alta taxa de morbidade e mortalidade entre a população idosa. Assim como o declínio das capacidades funcionais estão relacionados ao avanço da idade (OKUMA, 1997).

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total, do colo do fêmur, do triângulo de ward, do trocânter e da coluna lombar (L2-L4) e expressos em gramas por centímetro ao quadrado (g/cm2). Os resultados mostraram que existe uma redução progressiva da prática de atividades físicas da adolescência para as fases adulta e idosa. Destacou-se que as atividades físicas de locomoção e ocupacionais foram correlacionadas significativamente. Na análise da variação da DMO em todos os sítios, caracterizou-se que foram os exercícios físicos de lazer praticados no período de 10 a 20 anos e as atividades físicas de locomoção dos últimos 12 meses, além das atividades físicas ocupacionais dos últimos 12 meses, os fatores explicativos. Tornando evidente que a atividade física habitual, principalmente os exercícios físicos de lazer praticados na adolescência e as atividades físicas de locomoção do cotidiano podem contribuir para a prevenção da osteoporose em homens adultos e idosos brasileiros (FLORINDO, 1999).

Segundo OKUMA (1997), a atividade física aumenta a massa e estabiliza gradativamente os níveis de densidade óssea. Com o aumento dos níveis de estresse no osso, o local responde mecanicamente, aumentando os níveis de cálcio. O exercício é fator importante na prevenção da osteoporose, aumentando os níveis da DMO do osso

(29)

Um estudo em Gotemburgo, na Suécia, com idosos com mais de 70 anos de idade, mostrou que aqueles que caminhavam mais de 30 minutos diários, apresentaram melhor capacidade fisica, maior DMO e menor índice de doença coronariana em relação aos que não caminhavam (FRANDIN et. al., 1991).

A relevância da atividade física foi confirmada em estudos com astronautas russos e americanos. Após um período de permanência no espaço, verificou-se que, em decorrência da ausência de gravidade, a estrutura músculo esquelética sofria alterações: tanto atrofia, quanto perda de cálcio ósseo, devido à falta de estímulo mecânico (FROST, 2000; NIEMAN, 1999; ORWOLL et al., 1989). As alterações na diminuição óssea foram de 4 gramas ao mês, pois as observações foram feitas entre o 54º e o 84º dia de permanência no espaço (RAMBAUTT & JOHNSTON, 1995). As características dessas alterações estavam evidentes nos membros inferiores e também na estrutura corporal, onde havia sustentação.

Segundo BALSAMO & BOTTARO (2000), os benefícios da atividade física para a massa óssea estão associados ao estresse mecânico envolvendo a musculatura específica estimulada. Para o AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE ACSM (1995), essas deformidades momentâneas têm um efeito positivo em resposta às modificações na tensão do osso, como adaptação à sobrecarga proporcionada pelo meio ambiente.

Os estudos mostram que a prática regular de exercícios pode diminuir a incidência de quedas entre 20 e 40%, reduzindo os riscos de fraturas de quadril, sendo portanto, mais uma razão para as pessoas idosas manterem-se ativas fisicamente (GREGG et al., 2000).

(30)

2.4. A nutrição e a densidade mineral óssea:

A nutrição balanceada é requisito para o desenvolvimento ósseo normal. A vitamina D é especialmente importante por causa do seu papel na absorção de cálcio pela corrente circulatória e no trato gastrintestinal (SPENCER, 1991). Segundo MARTINI (2000), existe um grande número de pesquisas relativas à ingestão de cálcio e sua colaboração na manutenção da massa óssea. Segundo recomendação do Conselho de Nutrição e Alimentação do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e o Programa de Saúde do Canadá, a ingestão de cálcio para grupos é estabelecida por valores de referência utilizadas para o planejamento e para avaliação de dietas de populações saudáveis (Dietary References Intakes – DRIs), e a recomendação dietética de cálcio para indivíduos com idade igual ou superior a 51 anos é de 1200 mg/dia conforme quadro traduzido e adaptado abaixo (BRYANT et al, 1999; LOPES, F.A. & BRASIL, 2003).

Quadro II -Valores de referência para ingestão dietética do cálcio utilizada para grupos

Faixa etária (mg/dia)

0 a 6 meses 210

6 a 12 meses 270

1 a 3 anos 500

4 a 8 anos 800

9 a 13 anos 1.300

14 a 18 anos 1.300

19 a 30 anos 1.000

31 a 50 anos 1.000

51 a 70 anos 1.200

a partir de 70 1.200

(31)

3. METODOLOGIA 3.1. População

Os sujeitos deste estudo foram selecionados num universo total de 319 participantes das atividades oferecidas pelos Centros de Saúde situados na Região Administrativa – Gama no Distrito Federal. Após algumas visitas, selecionamos todos os idosos do sexo masculino, idade entre 60 a 89 anos, mas somente os Centros de Saúde N° 03, 04/05 e 06 possuíam indivíduos deste sexo. No Centro de Saúde N° 03 foi selecionado 1 (um) idoso, no Centro de Saúde N° 04/05, foram selecionados 39 (trinta e nove) idosos e no Centro de Saúde N° 06, foram selecionados 08 (oito) idosos, totalizando 48 indivíduos do sexo masculino para este estudo.

3.1.1. Amostra

A amostra foi composta por 48 indivíduos do sexo masculino. Destes, nove foram excluídos por não serem idosos, três desistiram de participar do estudo após assinarem o termo de consentimento e um fazia uso do aparelho de marca passo no período do exame, totalizando 35 idosos analisados no período compreendido entre agosto de 2004 à fevereiro de 2005.

3.1.2. Critérios de inclusão: a) Ser do sexo masculino;

b) Estar inscrito no programa de atividades no Centro de Saúde, no mínimo, há seis meses;

(32)

d) Aceitar voluntariamente participar do estudo; e) Sem histórico de fratura osteoporótica; f) Idade acima de 60 anos.

3.1.3. Critérios de exclusão: a) Ser do sexo feminino;

b) Homens com idade inferior a 60 anos;

c) Homens que não participam do programa de atividades no Centro de Saúde há, no mínimo, seis meses;

d) Homens que não aceitaram voluntariamente participar do estudo ou fazer os exames previstos para a sua realização;

e) Homens com histórico de uso, durante mais de três meses, de corticosteróide, anticonvulsivantes, metotrexato, heparina; e uso prolongado de hormônios tireoidianos, álcool e fumantes de mais de 20 cigarros por dia, pois estes componentes podem vir a influenciar negativamente na massa óssea.

3.1.4. Delineamento das atividades desenvolvidas nos centros de saúde:

(33)

As atividades foram ministradas ora por enfermeiro, ora por professora ou ainda por um membro participante das atividades. O controle da freqüência de cada um dos indivíduos não tinha um acompanhamento diário. As atividades eram ministradas em uma área coberta e arejada, tendo a disposição um aparelho de som e colchonetes. As aulas de ginástica ocorreram três vezes por semana, sendo realizadas com ritmos musicais e geralmente divididas em parte:

1. atividades de aquecimento com movimentos leves; 2. atividade aeróbica com movimentos de dança; 3. exercício de alongamento e relaxamento;

4. exercício localizado de fortalecimento da musculatura dos membros inferiores e superiores, região dorsal e abdominal.

As aulas de automassagem ocorreram duas vezes por semana, sendo realizadas ora em pé, ora dispostos nos colchonetes. A automassagem era feita ao longo do corpo. Nenhuma das atividades tinham monitoramento da intensidade e seqüência.

3.2. Local

(34)

3.3. Procedimentos

3.3.1. Carta de Informação e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Conforme a orientação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Brasília (UCB) e da resolução n° 196/96, que contém as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisa envolvendo seres humanos, cada participante, após esclarecimento, assinou um Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido (ANEXO III).

3.3.2. Coleta de dados

A coleta dos dados foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética da Universidade Católica de Brasília e obedeceu o seguinte cronograma:

• 16 de dezembro de 2004: os centros de saúde foram visitados para esclarecimento a respeito do estudo, da sua metodologia e obtenção da assinatura do Termo de Consentimento em seguida foram marcados o dia e o horário para a realização dos questionários.

• 16 e 17 de dezembro de 2004: foram realizados os questionários de registro alimentar e atividades conforme as últimas 24 horas, com a ajuda e orientação da organizadora desse estudo. Os questionários forma realizados nos centros de saúde no qual os idosos fazem atividade. Este questionário foi adaptado para os objetivos do presente estudo, utilizou-se o registro alimentar desenvolvido por KANNO & GIOVANNI (2003 - ANEXO I) .

(35)

aparelho de Densitometria por raio X de dupla energia (DEXA), modelo LUNAR DPX-IQ (software 4.7 e). Neste exame, o indivíduo permaneceu deitado em decúbito dorsal, sobre uma mesa, usando roupa sem qualquer tipo de metal que pudesse interferir no resultado do exame. Este compreendeu a varredura dos sítios desejados, por uma fonte de raio X e um detector, para posteriormente fornecer o resultado da DMO do avaliado em g/cm², sendo que o instrumento fornece também dados sobre a composição corporal. As medidas de massa magra e de massa gorda (g) foram obtidas através da mensuração da DMO do corpo inteiro. Foram registradas através de equipamentos padronizados, a estatura (m) e a massa corporal (kg) dos participantes do estudo. A estatura foi mensurada com um estadiômetro de marca SANNY, fixado a parede com precisão de 0,1 cm, e a massa corporal foi mensurada em uma balança digital de marca SANNY, com precisão de 100 gr.

3.3.3. Obtenção dos dados de consumo de nutrientes

Após verificar os registros alimentares dos indivíduos, foi utilizado para obtenção do consumo dos nutrientes o Software Virtual Nutri, Versão 1.0 for Windows(PHILIPPI et al, 1996).

3.3.4. Obtenção dos dados do gasto calórico

(36)

em quilocalorias por horas (kcal/h), multiplicando o valor em METs pela massa corporal (kg) do individuo.

3.4. Análise estatística

3.4.1. Variáveis:

Independentes:

As variáveis independentes deste estudo foram: idade, massa de gordura, massa magra, cálcio, gasto calórico, estatura e massa corporal.

Dependentes:

As variáveis dependentes deste estudo foram: DMO de Corpo inteiro, DMO de L1, DMO de L2-L4, DMO de Colo de fêmur, DMO de Fêmur trocânter e DMO de Fêmur Inteiro.

Foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson ( r ), para verificar a correlação existente entre as variáveis dependentes e independentes.

Um modelo de regressão múltipla stepwise foi utilizado para estimar o efeito das variáveis independentes em cada variável dependente. Este modelo de regressão é um procedimento, no qual cada variável independente é avaliada para averiguar se ela contribui para a predição da variável dependente. Caso uma variável independente não contribua significativamente para a predição, ela é então eliminada do modelo linear (THOMAS & NELSON, 2002).

(37)

4. RESULTADOS

4.1. Características da amostra

A prevalência de doença entre os participantes da amostra encontra-se na tabela 1. Aproximadamente 68,6% dos indivíduos apresentavam hipertensão arterial e 42,9% colesterol alto.

Tabela 1. Tipos de doenças mais freqüentes na amostra de idosos

Doenças Percentual n=35 %

Hipertensão arterial 68,6

Colesterol alto 42,9

Problemas cardiovasculares 20,0

Diabetes 17,2

Varizes 17,2

Artrite 5,8

Doença pulmonar 5,8

Outros 5,8

Osteoporose 2,9

Quanto ao tipo de medicação, mostrado na tabela 2, pode-se destacar o alto índice de uso de antihipertensivos (62,9%), seguido dos diuréticos (25,8%).

Tabela 2. Tipos de medicamentos referidos pelos idosos

Medicamentos Percentual N=35 %

Antihipertensivos 62,9

Diuréticos 25,8

Analgésicos 22,9

Antiinflamatórios 2,9

(38)

Na tabela 3, pode-se observar as atividades físicas cotidianas, existindo uma predominância da caminhada relatada por 100,0% dos indivíduos, seguido da ginástica, com 88,0%, e da auto massagem, com 77,1% .

Tabela 3. Atividades físicas relatadas pelos idosos

Atividade física n=35 %

Caminhada 35 100,0

Ginástica 31 88,0

Auto-massagem 27 77,1

Hidroginástica 2 5,7

Musculação 2 5,7

Natação 2 5,7

Na tabela 4, apresenta–se os dados demográficos por década com aproximadamente 62,8% dos indivíduos com idade entre 60 e 69 anos, 22,9% com idade de 70 a 79 anos e 14,3% acima de 80 anos, sendo que 100,0% dos idosos são de nacionalidade brasileira e casados.

Tabela 4. Dados demográficos por década.

Dados demográficos 60 a 69 anos 70 a 79 anos Acima de 80 anos n=35 % % %

Idade 62,8 22,9 14,3

Nacionalidade (brasileira) 62,8 22,9 14,3

(39)

4.1.1 Dados antropométricos

As médias e desvios-padrão das idades e das variáveis antropométricas dos participantes estão apresentados na tabela 5. A estatura média foi de 164,2 cm, a idade média foi de 69,8 anos; a massa corporal média foi de 69,8 kg; a massa de gordura média foi de 23,2g e a massa magra média foi de 5,2 g.

Tabela 5 - Características antropométricas, médias e desvios padrão dos participantes do estudo

Média

± n=35

Estatura (m) 164,2 5,9

Idade (anos) 69,8 8,1

Massa corporal (kg) 69,8 10,4

Massa de gordura (gramas) 23,2 6,5

Massa magra (gramas) 5,2 0,6

Os valores de médias e desvios-padrão da DMO nos sítios (corpo inteiro, coluna lombar L2-L4, coluna lombar L1, fêmur inteiro, colo de fêmur, fêmur total e triângulo de Ward) estão apresentados na tabela 6.

Tabela 6 - Característica da amostra para DMO em (g/cm2)

Média ± n = 35

DMO corpo inteiro 1,2 0,1

DMO coluna L2-L4 1,1 0,2

DMO coluna L1 1,0 0,2

DMO fêmur inteiro 1,0 0,2

DMO colo do fêmur 0,9 0,1

DMO fêmur total 0,9 0,2

DMO triângulo Ward (fêmur) 0,7 0,2

(40)

A tabela 7 apresenta os dados da amostra para ingestão de nutrientes. A ingestão de cálcio média foi de 573,1 mg; a ingestão de proteína média foi de 108,3 g; a ingestão de carboidratos média foi de 239,9 g e a ingestão de lipídeos média foi de 40,7 g. Comparando-se a ingestão de calorias Comparando-semanal, a média foi de 1.749,12 Kcal mm, e o gasto calórico semanal médio foi de 2288,8 Kcal mm.

Tabela 7. Característica descritiva de amostra na ingestão de nutrientes

Média ±

n = 35

Gasto calórico (semanal) 2288,8 487,0

Ingestão de calorias (kcal) 1749,1 470,3

Ingestão cálcio (mg) 573,1 219,0

Ingestão carboidratos (g) 239,9 72,3

Ingestão proteínas (g) 108,3 48,0

(41)

4.2 Correlações Parciais

Os coeficientes de correlação de Pearson para massa corporal, massa de gordura, massa magra, cálcio, ingestão calórica, proteína, carboidrato, lipídeos, fibras, gasto calórico e altura com a Densidade Mineral Óssea (DMO) dos sete sítios (corpo inteiro, coluna lomba L1, coluna lombar L2-L4, colo defêmur, triângulo de Ward, trocânter e fêmur inteiro) estão apresentados na tabela 8.

Tabela 8. Coeficientes de correlação parcial

DMOCI DMOCL1

DMO

CL2-L4 DMOCF DMOTW DMOTF DMOFI (g/cm2 ) (g/cm2 ) (g/cm2 ) (g/cm2 ) (g/cm2 ) (g/cm2 ) (g/cm2 )

Massa corporal 0,55 *** 0,48 ** 0,33 0,41 * 0,37 * 0,26 0,46 **

Massa de gordura 0,45 ** 0,46 ** 0,43 * 0,45 ** 0,35 * 0,37 * 0,41 *

Massa magra 0,44 ** 0,34 0,17 0,25 0,21 0,06 0,32

Cálcio 0,35 * 0,14 0,23 0,29 0,38 * 0,36 * 0,38 *

Gasto calórico 0,44 ** 0,36 * 0,24 0,35 * 0,32 0,28 0,37 *

DMOCI: Densidade Mineral Óssea do Corpo Inteiro;

DMOCL1: Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L1;

DMOL2-L4: Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L2-L4;

DMOCF: Densidade Mineral Óssea do Colo de Fêmur;

DMOTW : Densidade Mineral Óssea do Triângulo de Ward;

DMOTF: Densidade Mineral Óssea do Trocânter de Fêmur;

DMOFI: Densidade Mineral Óssea do Fêmur Inteiro.

* p ≤ 0,05; ** p ≤ 0,01; *** p ≤ 0,001

(42)

A DMO da coluna lombar L1 correlacionou-se significativamente com a massa corporal (r= 0,48; p ≤ 0,01), a massa de gordura (r = 0,46; p ≤ 0,01) e o gasto calórico (r = 0,36; p ≤ 0,05).

A DMO da coluna L2-L4 correlacionou-se significativamente com a massa de gordura (r = 0,43; p ≤ 0,05).

A DMO do colo de fêmur correlacionou-se significativamente com a massa corporal (r= 0,41; p ≤ 0,05), a massa de gordura (r = 0,45; p ≤ 0,01) e o gasto calórico (r = 0,35; p ≤ 0,05).

A DMO do triângulo de Ward correlacionou-se significativamente com a massa corporal (r= 0,37; p ≤ 0,05), a massa de gordura (r = 0,35; p ≤ 0,05) e o cálcio (r =0,38; p ≤ 0,05).

A DMO do trocânter de fêmur correlacionou-se significativamente com a massa de gordura (r = 0,37; p ≤ 0,05) e o cálcio (r =0,36; p ≤ 0,05).

(43)

4.3 – Análise de Regressão

Tabela 9. Resumo da análise de regressão múltipla entre as variáveis independentes e os sítios ósseos.

Coeficiente (B) Erro-padrão β DMOCIª

Massa corporal (kg) 7,038E-03 0,002 0,591 *** Ingestão de cálcio (mg) 2,203E-06 0,0001 0,383 **

Constante 0,566 0,118

DMOCL1b

Massa de gordura (gr) 1,586E-02 0,005 0,467 **

Constante 0,674 0,125

DMOL2-L4c

Massa de gordura (gr) 1,477E-02 0,006 0,408 *

Constante 0,794 0,138

DMOCFd

Massa corporal (kg) 8,222E-03 0,002 0,536 ** Ingestão de cálcio (mg) 2,296E-06 0,0001 0,316 *

Constante 0,189 0,167

DMOTWe

Massa corporal (kg) 8,243E-03 0,003 0,463 ** Ingestão de cálcio (mg) 3,411E-06 0,0001 0,404 **

Constante -3,004E-02 0,196

DMOTFf

Massa de gordura (kg) 9,225E-03 0,004 0,354 * Ingestão de cálcio (mg) 2,578E-06 0,0001 0,335 *

Constante 0,555 0,113

DMOFIg

Massa corporal (kg) 9,261E-03 0,002 0,570 *** Ingestão de cálcio (mg) 3,087E-06 0,0001 0,401 **

Constante 0,201 0,164

a: Densidade Mineral Óssea do Corpo Inteiro (R2 = 0,47; F(2,32) = 14,03, p ≤ 0,001)

b: Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L1 (R2 = 0,22; F(1,33) = 9,22, p ≤ 0,001)

c: Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L2-L4 (R2 = 0,16; F(1,33) = 6,58, p ≤ 0,001)

(44)

Para a melhor compreensão da tabela 9 a Análise de Regressão Múltipla, as explicações serão apresentadas por sítio da DMO.

4.3.1 Análise da Densidade Mineral Óssea do Corpo Inteiro (DMOCI)

Uma regressão múltipla stepwise foi conduzida para determinar a melhor combinação linear entre massa corporal, massa de gordura, massa magra, cálcio, ingestão calórica, proteína, carboidrato, lipídeo, fibras, gasto calórico e estatura, para predizer a densidade mineral óssea do corpo inteiro. Esta combinação de variáveis prediz significativamente a DMOCI, F(2,32) = 14,03, p ≤ 0,001, porém somente as variáveis massa corporal e ingestão de cálcio contribuem significativamente para a predição.

O valor beta, presente na tabela 9, evidencia que estas variáveis contribuem significativamente para a predição da DMOCI. O valor de R2 ajustado foi 0,43. Isto explica 43% da variância na DMOCI.

4.3.2. Análise da Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar1 (DMOCL1)

Outra regressão foi conduzida para determinar a melhor combinação linear entre as variáveis independentes, com o objetivo de predizer a densidade mineral óssea da coluna lombar 1. As variáveis predizem a DMOCL1, F(1,33) = 9,22, p ≤ 0,001, contudo apenas uma variável contribuiu significativamente para a predição.

(45)

4.3.3 Análise da Densidade Mineral Óssea da Coluna Lombar L2-L4 (DMOCL2-L4)

Outra regressão múltipla stepwise foi conduzida para determinar a melhor combinação linear entre as variáveis independentes, com o objetivo de predizer a densidade mineral óssea da coluna lombar. As variáveis predizem a DMOCL2-L4, F(1,33) = 6,58, p ≤ 0,001, contudo apenas uma variável contribuiu significativamente para a predição.

O valor beta presente na tabela 9 mostra que apenas a massa de gordura contribuiu para a predição da DMOCL2-L4. O valor de R2 ajustado foi 0,14. Isso indica que 14% da variância na DMOCL2-L4 foram explicados pelo modelo.

4.3.4 Análise da Densidade Mineral Óssea do Colo de Fêmur (DMOCF)

As variáveis independentes predizem a DMOCF, F(2,32) = 9,18, p ≤ 0,001, todavia apenas duas variáveis contribuíram significativamente para a predição.

O valor beta presente na tabela 9 mostra as duas variáveis que contribuíram significativamente para a predição DMOCF da massa corporal e da ingestão de cálcio, entretanto, a massa corporal foi a que mais contribuiu para predição da DMOCF. O valor de R2 ajustado foi 0,32. Isso indica que 32% da variância na DMOCF foram explicados pelo modelo.

4.3.5 Análise da Densidade Mineral Óssea do Triângulo de Ward (DMOTW)

As variáveis independentes predizem a DMOTW, F(2,32) = 8,71, p ≤ 0,001, porém apenas duas variáveis contribuíram significativamente para a predição.

(46)

ajustado foi 0,31. Isso indica que 31% da variância na DMOTW foram explicados pelo modelo.

4.3.6 Análise da Densidade Mineral Óssea do Trocânter de Fêmur (DMOTF)

Outra regressão múltipla stepwise foi conduzida para determinar a melhor combinação linear entre as variáveis independentes, com o objetivo de predizer a densidade mineral óssea do trocânter de fêmur. As duas variáveis predizem a DMOTF, F(2,32) = 5,51, p ≤ 0,001, contudo apenas uma delas contribuiu significativamente para a predição.

O valor beta presente na tabela 9 mostra que a massa de gordura e ingestão de cálcio contribuíram para a predição da DMOTF. O valor de R2 ajustado foi 0,21. Isso indica que 21% da variância na DMOTF foram explicados pelo modelo.

4.3.7 Análise da Densidade Mineral Óssea do Fêmur Inteiro (DMOFI)

Por fim, foi conduzida uma análise de regressão múltipla para determinar a melhor combinação linear entre as variáveis independentes, com o objetivo de predizer a densidade mineral óssea do fêmur inteiro. Duas variáveis predizem a DMOTF, F(2,32) = 13,34, p ≤ 0,001, contudo apenas uma delas contribuiu significativamente para a predição.

(47)

Tabela 10. Classificação dos idosos quanto à normal, osteopênico ou osteoporótico em valores absolutos

Colo de Triâgulo Fêmur

OMS Corpo

Inteiro L1 L2-L4 Fêmur de Ward Trocânter Inteiro

Normal 25 18 19 18 9 27 27

Osteopênico 7 11 11 14 20 8 7

Osteoporose 3 6 5 3 6 0 1

Tabela 11. Classificação dos idosos quanto à normal, osteopênico ou osteoporótico em percentagem

colo de triâgulo fêmur

OMS corpo

inteiro L1 % L2-L4 % fêmur de Ward

trocânter inteiro

Normal 71,4 51,4 54,3 51,4 25,7 77,1 77,1

Osteopênico 20,0 31,5 31,4 40,0 57,1 22,9 20,0

Osteoporose 8,6 17,1 14,3 8,6 17,2 00,0 2,9

Os valores das tabelas 10 e 11, obtidos através do estudo desta população (35 idosos), mostram que:

• no sítio corpo inteiro, a população estudada mostra que 25 idosos (71,4%) apresentam-se como sendo normal, 7 idosos (20,0%) apresentam-se como sendo osteopênico e 3 idosos (8,6%) apresentam-se com osteoporose;

• no sítio L1, a população estudada mostra que 18 idosos (51,4%) apresentam-se como sendo normal, 11 idosos (31,5%) apresentam-se como sendo osteopênico e 6 idosos (17,1%) apresentam-se com osteoporose;

• no sítio L2-L4, a população estudada mostra que 19 idosos (54,3%) apresentam-se como sendo normal, 11 idosos (31,4%) apresentam-se como sendo osteopênico e 5 idosos (14,3%) apresentam-se com osteoporose;

• no sítio colo de fêmur, a população estudada mostra que 18 idosos (51,4%) apresentam-se como sendo normal, 14 idosos (40,0%) apresentam-se como sendo osteopênico e 3 idosos (8,6%) apresentam-se com osteoporose;

% %

% %

(48)

• no sítio triângulo de ward, a população estudada mostra que 9 idosos (25,7%) apresentam-se como sendo normal, 20 idosos (57,1%) apresentam-se como sendo osteopênico e 6 idosos (17,2%) apresentam-se com osteoporose;

• no sítio trocânter, a população estudada mostra que 27 idosos (77,1%) apresentam-se como sendo normal, 8 idosos (22,9%) apresentam-se como sendo osteopênico e nenhum idoso (00,0%) apresenta-se com osteoporose;

• e por fim, no sítio fêmur inteiro, a população estudada mostra que 27 idosos (77,1%) apresentam-se como sendo normal, 7 idosos (20,0%) apresentam-se como sendo osteopênico e 1 idoso (2,9%) apresenta-se com osteoporose.

Para analisar as tabelas 10 e 11, foram utilizados os critérios da OMS (1994), que classificam um sujeito como sendo normal, osteopênico ou osteoporótico, da seguinte forma:

• Normal: valor de DMO até 1 desvio padrão abaixo da média de DMO para adultos jovens (escore T≥ - 1);

• Osteopênico: valor de DMO que se situa abaixo – 1 desvio padrão e acima de 2,5 desvios padrão da média de DMO para adultos jovens (-2,5< escore T< - 1);

• Osteoporótico: valor de DMO menor ou igual a 2,5 desvios padrão em relação a média de DMO de adultos jovens (escore T≤ -2,5).

(49)

5. DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi investigar a associação entre os hábitos de vida e a densidade mineral óssea de idosos do sexo masculino, casados e brasileiros.

O percentual de doenças apresentadas na tabela 1 indica que a hipertensão é a doença mais freqüente. Estes dados estão de acordo com a análise realizada em idosos por CAMARANO (1999).

O consumo de medicamentos anti-hipertensivos e diuréticos coincide com a prevalência de hipertensão arterial na amostra deste estudo.

Segundo NAHAS (2001) o indivíduo sedentário é àquele com estilo de vida com mínimo de atividade física o que equivale a um gasto inferior a 50 calorias por dia, contudo a amostra deste estudo apresenta um gasto diário de 326,97 calorias por dia, sendo, portanto, classificados como ativos, evidenciando os dados da tabela 3.

As atividades físicas mencionadas pelos idosos são: a ginástica, a automassagem e a caminhada. Estes dados corroboram com as informações quanto às atividades físicas mencionadas pelos seguintes autores (DIDIO, 1999; PEREIRA & MENDONÇA, 2002; e OKUMA, 1997; PITANGA, 2004; MATSUDO, 1992; BALSAMO & BOTTARO, 2000 e GREGG et al., 2000). Resultado semelhante foi encontrado no estudo de Florindo (1999), no qual os hábitos de vida, como locomoção e atividade física, correlacionam-se com a DMO nos mesmos sítios apresentados neste estudo.

(50)

corrobora a idéia de ORWOLL (1997) de que nos idosos a perda de massa óssea ocorre, principalmente, na sétima década de vida.

Quanto à ingestão de cálcio do grupo, foi apurado que ela corresponde a 47,8% da recomendação mínima diária, que segundo os estudos propostos pelo Conselho de Nutrição e Alimentação do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos e o Programa de Saúde do Canadá, é de 1,200 mg/dia para grupos (BRYANT et al, 1999; LOPES, F.A. & BRASIL, 2003).

A correlação das variáveis analisadas demonstra que a massa corporal e a massa de gordura são fatores que se correlacionam mais consistentemente com a DMO nos sete sítios. A correlação encontrada entre a massa corporal e os sítios estudados só não teve significância no sítio coluna lombar L2-L4 e trocânter de fêmur. Porém, a massa de gordura teve relevância em todos os sítios deste estudo. Já o cálcio teve correlação somente com os sítios corpo inteiro, triângulo de Ward, trocânter de fêmur e fêmur inteiro. O que está em consonância com os resultados de ZERBINI, et al. (2000), que demonstraram, num de seus primeiros estudos, que a DMO, numa população masculina da América do Sul, tinha uma correlação positiva entre o peso individual, a DMO da coluna e o colo de fêmur.

O aumento na ingestão de cálcio está diretamente relacionada com a DMO nos sítios corpo inteiro, trocânter de fêmur, triângulo de Ward e fêmur inteiro, corroborando com os trabalhos de MARTINI (2000), nos quais o autor sugere uma significante influência da ingestão calórica total e do gasto calórico total sobre a massa óssea, contribuindo com os achados deste estudo.

(51)

DMO da coluna lombar L1 e L2-L4, apenas a massa de gordura foi um preditor significativo da DMO. Para trocânter de fêmur os preditores que contribuíram significativamente foram a massa de gordura e a ingestão de cálcio (tabela 9).

(52)

6. CONCLUSÃO

Os resultados encontrados no presente estudo demonstram que a massa corporal total é um dos fatores relevantes para a predição da DMO dos indivíduos do gênero masculino, praticantes de exercícios físicos. A ingestão de cálcio é um dado significativo, tornando-se importante estabelecer medidas a nível de saúde pública, não somente para o reconhecimento dos homens com risco de desenvolver a osteoporose, como para o desenvolvimento de políticas educacionais de orientação nutricional voltadas para grupos com características similares à amostra deste estudo.

6. 1. Sugestões

(53)

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(58)

8. ANEXOS:

ANEXO I. Registro alimentar (KANNO & GIOVANNI, 2003) 1. Hábitos alimentares

Instruções

Esta cartilha visa avaliar o seu hábito alimentar. Para tanto, encontra-se dividida em três refeições principais (café da manhã, almoço e jantar), além dos lanches que intercalam estas refeições.

Sua função será marcar com um “X”, a cada refeição, os alimentos e quantidades que foram consumidos.

Evite deixar para depois a marcação da cartilha, pois você poderá esquecer algum alimento ingerido. Quanto mais precisas forem suas respostas, melhor será a sua avaliação nutricional!

Não há respostas certas ou erradas, tampouco quantidades mais ou menos desejáveis. Apenas relate o que você ingeriu em cada refeição.

(59)

REGISTRO ALIMENTAR

Data:_____/____/_____

CAFÉ DA MANHÃ

Fatia / Unidade Colher de chá

Tipos ½ 1 2 3 4 Tipos ½ 1 2 3 4

Pão francês Garrafa

Pão de forma Sólida

Pães Pão integral Prazeres

Manteiga

Light

Pão doce do Normal

Pão de queijo Pão

Margarina

Light

Outros: Normal

Outros:

Requeijão

Light Mel

Unidade Doce de leite

Tipos ½ 1 2 3 4 Outros:

Água e Sal Outros:

Doce

Biscoitos Integral Fatia

Cream cracker Tipos ½ 1 2 3 4

Outros: Queijo Branco

Outros: Mussarela

Queijo prato

Xícara de chá Tipos Ricota

Tipos ½ 1 2 3 4 Frios Presunto

Granola Mortadela

Sucrilhos Peito de peru

Cereal Light Outros:

Mingau Outros:

Outros:

Cereais

Outros: Copo de requeijão /

Xícara

Fatia / Unidade Tipos ½ 1 2 3 4

Tipos ½ 1 2 3 4 Leite puro

Laranja Leite com café

Melancia Café preto

Melão Iogurte

Maçã Achocolatado

Pêra Bebidas Chá mate

Mamão Chá de erva-doce

Manga Chá verde

Banana da terra Chá de camomila

Banana Maçã Suco:

Banana Ouro Outros:

Frutas

Banana Nanica Outros:

Outros:

Unidade / Colher de sopa

Tipos ½ 1 2 3 4

(60)

Omelete Cozido Frito (manteiga ou óleo)

Pochê (cozido em água)

Outros: Outros: Ovos

LANCHE DA MANHÃ

Quantidade

Tipos ½ 1 2 3 4

Folha / Colher de sopa Filé / Colher de sopa

Tipos ½ 1 2 3 4 Tipos ½ 1 2 3 4

Tomate Cozida Alface Assada Agrião Grelhada Brócolis

Carne Vermelha

Frita Rúcula Cozido Espinafre Assado Acelga Grelhado Couve

Frango

Frito Repolho Cozido Outros: Assado Saladas

Outros: Porco Grelhado Frito Colher de sopa Cozido Tipos ½ 1 2 3 4 Assado Batata Grelhado Batata-doce

Rim

Frito Berinjela Cozido Cará Assado Cenoura Grelhado Ervilha

Miúdos

Frito Inhame Atum Jiló Cozido Mandioca Assado Maxixe Grelhado Milho Peixe Frito Pepino Cozido Quiabo Assado Vagem Grelhado Legumes

Couve-Flor

Carnes

Imagem

Tabela 2. Tipos de medicamentos referidos pelos idosos
Tabela 3. Atividades físicas relatadas pelos idosos
Tabela 5 - Características antropométricas, médias e desvios padrão dos participantes do  estudo                                                                                            Média               ±
Tabela 7. Característica descritiva de amostra na ingestão de nutrientes
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