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Introdução. Material e Métodos

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Academic year: 2021

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AVIFAUNA

AVIFAUNA

RESPONSÁVEIS: MÁRCIO RODRIGO GIMENES E LUIZ DOS ANJOS

Resumo

Os estudos de avifauna, embora não previsto na proposta original do projeto, foram iniciados no período, em face da importância deste grupo taxonômico nos processos biológicos vigentes na planície. São também afetadas pelos processos de cheias e se constituem no principal grupo terrestre de predadores da fauna aquática, determinando em grande extensão a estrutura das comunidades de peixes nos períodos subseqüentes à vazante. O levantamento foi iniciado em três ilhas da região e resultou em 113 espécies, pertencentes a 33 famílias.

Introdução

A região noroeste do Paraná e porções adjacentes do Mato Grosso do Sul e São Paulo é uma das áreas cuja avifauna encontra-se melhor conhecida em todo o sul do Brasil (Straube et al., 1996). Entretanto, há uma escassez de trabalhos realizados na planície de inundação do rio Paraná, podendo-se mencionar o de Straube & Bornschein (1995). Ainda assim, este trabalho limitou-se a um levantamento de espécies em alguns pontos da planície, mas sem maiores análises dos aspectos ecológicos da comunidade de aves e da interação dessa com esse ambiente.

O rápido processo de antropização na região resultou, em poucos anos, em uma descaracterização da cobertura florestal original, restando apenas alguns fragmentos florestais próximo ao leito do rio Paraná e no conjunto de ilhas que formam o arquipélago do referido rio (Campos & Souza, 1997). O processo de desmatamento e sucessão natural, aliado ao alagamento sazonal de algumas partes dessas

ilhas, geram uma variedade de diferentes habitats que se modificam no decorrer do ano (Souza et al., 1997).

A aves são consideradas como ideais indicadores ecológicos para o ambiente terrestre por uma série de motivos, principalmente pelo fato de serem bastante sensíveis a modificações em seu habitat (Stotz et al., 1996). Dessa forma, torna-se extremamente importante o acompanhamento da comunidade de aves na planície de inundação, verificando sua resposta as modificações nesse ambiente, tanto em termos de número e composição de espécies como também em relação a sua distribuição no ambiente.

Material e Métodos

O estudo da avifauna foi realizado nas ilhas Mutum, Porto Rico e Bandeira (22°44’ a 22°48’

S e 53°21’ a 53°22’ W), situadas entre os

municípios de Porto Rico (PR) e Taquaruçú (MS) (Fig. 1). A cobertura vegetal da área de estudo está inserida na região fitoecológica da

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Floresta Estacional Semidecidual, sendo a vegetação local classificada como Floresta

Estacional Semidecidual Aluvial (Campos & Souza, 1997).

.

Figura 1. Mapa do trecho rio Paraná onde estão localizadas as ilhas Mutum, Porto Rico e Bandeira

Cinco ambientes foram reconhecidos e codificados com letras nessas ilhas: florestas (FL), zonas arbustivas (AR), campos abertos, incluindo áreas de lavoura (CA), zonas aquáticas (ZA) e bancos de areia (BA). Esses ambientes estão presentes nas três ilhas distribuídos em um mosaico de pequenas manchas, sendo que o ambiente BA só ocorre na ilha Bandeira (Fig. 2).

Foram realizadas amostragens mensais nas três ilhas, com início em dezembro de 1999 e término em setembro de 2000, resultando em um total de 10 amostragens para cada ilha. Determinou-se um transecto padrão que incluía

todos os ambientes pré-estabelecidos dentro de cada uma das ilhas, sendo que este foi percorrido sempre no mesmo sentido. As amostragens começaram sempre uma hora após o sol nascente e o tempo de permanência na ilha foi de cerca de 8 horas, dedicando-se um dia exclusivamente para cada ilha. Durante o percurso, o observador (sempre o mesmo) identificou cada ave observada, com o auxílio de um binóculo, anotando em que ilha e em que ambiente ela estava presente. Cada espécie foi registrada somente uma vez em cada ambiente em um mesmo dia de amostragem.

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A partir dos dados coletados ao longo dos 10 meses de amostragens foram calculadas as freqüências de ocorrência das espécies de aves em cada ilha (número de amostragens em que a espécie esteve presente na ilha dividido por 10 e multiplicado por 100) e o grau de relação delas aos ambientes (número de amostragens em que a

espécie esteve presente em determinado ambiente, dividido pelo total de amostragens em que ela esteve presente na ilha e multiplicado por 100). Chi-quadrado foi usado para determinar se há diferença significativa entre os ambientes freqüentados pelas espécies. .

1000 m 300 m 100 m 976 ha 103 ha 14 ha Zonas aquáticas Florestas Campos abertos Bancos de areia Zonas arbustivas

Figura 2. Distribuição dos ambientes nas ilhas estudadas. As linhas tracejadas indicam o transecto e as setas a direção em que este foi percorrido.

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Resultados preliminares e discussão

Número total e composição das espécies

Foi registrado um total de 113 espécies de aves pertencentes a 36 famílias, considerando-se as três ilhas amostradas. Onze dessas famílias são pertencentes a ordem Passeriformes, somando 51 espécies (45,13%), enquanto que as

25 famílias de aves não-Passeriformes somam 62 espécies (54,87%). Entre os Passeriformes, 4 famílias, com 26 espécies (50,98%) estão entre os Suboscines, enquanto as restantes 7 famílias, com 25 espécies (49,02%) pertencem aos Oscines. Tyrannidae, com 16 espécies, foi a família com maior número de espécies registradas, seguida por Emberizidae com 14 (Tab.1).

Tabela 1. Repartição das espécies de aves nos ambientes (FL, AR, CA, ZA e BA) das três ilhas estudadas, com o grau de relação das espécies a cada ambiente expresso em porcentagem e a freqüência de ocorrência das espécies em cada ilha (FO). Lista de famílias e espécies seguindo nomenclatura apresentada por MEYER DE SCHAUENSEE (1982) e atualizada segundo SCHERER-NETO & STRAUBE (1995).

ESPÉCIE MUTUM (976 HA) PORTO RICO (103 HA) BANDEIRA (14 HA)

FL AR CA ZA FO FL AR CA ZA FO FL AR CA ZA BA FO Phalacrocorax brasilianus 100 50 100 60 100 70 Anhinga anhinga 100 10 100 20 Ardea cocoi 100 60 100 60 Egretta alba 100 80 100 10 50 100 20 Egretta thula 100 70 100 30 100 100 Butorides striatus 100 30 100 50 100 20 Nycticorax nycticorax 100 50 20 Tigrisoma fasciatum 100 40 100 10 Mycteria americana 100 40 Ciconia maguari 100 50 Jabiru mycteria 100 20 Mesembrinibis cayennensis 100 10 100 10 Platalea ajaja 100 10 100 10 Dendrocygna viduata 100 40 100 20 33,3 33,3 100 30 Cairina moschata 66,6 33,3 30 33,3 66,6 30 50 100 20 Amazonetta brasiliensis 20 100 50 100 30 50 100 20 Coragyps atratus 66,6 16,6 16,6 60 100 25 40 100 50 40 Cathartes aura 20 20 80 50 100 10 Rostrhamus sociabilis 100 40 100 40 Buteo magnirostris 50 66,6 60 100 10 100 10 Buteogallus urubitinga 100 10 Geranospiza caerulescens 100 20 Herpetotheres cachinnans 100 10 Polyborus plancus 66,6 66,6 33,3 30 33,3 66,6 30 66,6 66,6 33,3 30 Aramus guarauna 100 70 100 20 50 50 50 50 20 Jacana jacana 100 90 100 100 Himantopus himantopus 100 60 100 70 Vanellus chilensis 10 90 80 100 10 100 50 100 11,1 100 90 Charadrius collaris 100 50

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Tringa flavipes 100 10 100 40 Phaetusa simplex 100 30 100 70 Sterna superciliaris 100 10 100 20 Rynchops nigra 100 20 Columba picazuro 100 28,5 14,2 70 100 30 30 100 100 12,5 12,5 80 Columba cayennensis 100 25 40 Zenaida auriculata 37,5 50 87,5 80 62,5 50 37,5 80 71,4 28,5 14,2 70 Columbina picui 44,4 55,5 77,7 90 100 10 Columbina talpacoti 90 100 50 100 60 100 40 100 62,5 75 12,5 12,5 80 Scardafella squammata 66,6 33,3 30 100 10 Leptotila verreauxi 100 10 100 20 100 30 Aratinga leucophthalmus 50 50 50 40 100 50 25 40 100 33,3 33,3 30 Forpus xanthopterygius 57,1 42,8 14,2 70 66,6 44,4 33,3 90 66,6 16,6 50 60

Pionus maxim iliani 100 25 50 40 50 50 50 20 100 50 50 20

Crotophaga ani 20 100 10 100 33,3 77,7 44,4 11,1 90 33,3 100 30 Guira guira 66,6 33,3 30 100 50 60 100 100 10 Tapera naevia 100 20 Speotyto cunicularia 100 10 88,8 66,6 90 Nyctidromus albicollis 100 10 100 40 Caprimulgus parvulus 100 30 100 20 100 10 Phaethornis pretrei 100 10 100 20 Hylocharis chrysura 50 50 60 66,6 33,3 30 100 50 20 Ceryle torquata 100 20 100 40 Chloroceryle amazona 100 20 100 10 20 40 40 50 Chloroceryle americana 100 20 100 10 66,6 33,3 30 Galbula ruficauda 100 20 Picumnus cirrhatus 50 75 40 100 33,3 30 50 50 50 20 Picumnus albosquamatus 100 30 100 10 100 40 Melanerpes candidus 100 10 100 100 10 Melanerpes flavifrons 100 10 100 40 Veniliornis passerinus 100 100 10 100 20 50 50 20 Colaptes melanochloros 100 10 60 40 50 100 20 50 Colaptes campestris 100 10 25 37,5 50 80 Campyloramphus trochilirostris 100 10 100 20 Furnarius rufus 40 40 90 100 50 70 70 100 90 70 60 100 Synallaxis frontalis 100 20 100 10 Cranioleuca vulpina 100 10 Phacellodomus ruber 77,7 55,5 90 66,6 55,5 44,4 90 85,7 57,1 70 Automolus leucophthalmus 100 10 Thamnophilus doliatus 100 14,2 70 71,4 85,7 70 70 40 100 Thamnophilus ruficapillus 100 20 Dysithamnus mentalis 100 40 100 30 100 10 Herpsilochmus longirostris 100 30 100 40 100 60 Camptostoma obsoletum 100 10 100 20 100 50 Elaenia flavogaster 80 20 20 50 50 100 40 100 40 Elaenia spectabilis 100 42,8 28,5 70 83,3 16,6 16,6 60 75 25 37,5 80 Serpophaga subcristata 75 25 25 40 60 20 20 50 100 16,6 16,6 60 Todirostrum cinereum 100 10 100 90 60 100 100 40 100 Arundinicola leucocephala 100 10 Fluvicola pica 100 20 100 10 Hirundinea ferruginea 66,6 66,6 30 100 40 Machetornis rixosa 25 50 50 40 62,5 75 80 40 40 40 50

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Tyrannus savana 33,3 100 33,3 30 50 100 20 75 25 25 25 40 Tyrannus melancholicus 100 83,3 66,6 60 85,7 85,7 57,1 70 71,4 100 57,1 70 Empidonomus varius 100 50 100 20 100 10 100 20 Conopias trivirgata 50 25 25 40 100 20 66,6 33,3 60 Myiodynastes maculatus 100 30 100 33,3 30 100 20 Myiozetetes similis 100 10 50 50 20 100 20 Pitangus sulphuratus 33,3 100 55,5 66,6 90 80 60 70 40 100 100 33,3 33,3 22,2 90 Tachycineta albiventer 100 10 100 80 100 50 Progne tapera 33,3 66,6 33,3 30 16,6 33,3 33,3 33,3 60 50 25 50 40 Stelgidopteryx ruficollis 100 100 20 100 10 66,6 33,3 30 Donacobius atricapillus 100 20 Troglodytes aedon 100 30 66,6 33,3 30 100 30 Mimus saturninus 20 100 20 50 22,2 77,7 66,6 90 44,4 100 22,2 11,1 90 Turdus rufiventris 100 10 100 60 Turdus leucomelas 100 66,6 44,4 90 62,5 62,5 12,5 80 100 20 100 Zonotrichia capensis 50 100 20 100 10 Sicalis flaveola 100 30 60 40 50 Volatinia jacarina 40 100 60 50 100 20 Sporophila lineola 75 25 25 40 50 50 40 100 10 Sporophila caerulescens 100 30 50 50 20 Paroaria capitata 25 50 50 80 25 75 25 40 66,6 33,3 50 60 Thlypopsis sordida 100 100 10 100 20 Nemosia pileata 66,6 33,3 30 50 50 40 100 30 Thraupis sayaca 37,5 75 37,5 80 66,6 66,6 30 50 25 50 40 Thraupis palmarum 75 25 40 100 10 100 10 Ramphocelus carbo 85,7 28,5 28,5 70 66,6 16,6 33,3 16,6 60 100 12,5 80 Euphonia chlorotica 100 10 Euphonia violacea 100 10 Tangara cayana 100 10 Conirostrum speciosum 100 10 100 50 Icterus cayanensis 100 10 100 20 100 30 Molothrus bonariensis 71,4 57,1 71,4 70 40 40 80 50 87,5 37,5 25 80 TOTAL 57 49 38 35 53 48 27 21 60 39 23 08 28

TOTAL 99 TOTAL 82 TOTAL 86

Número e freqüência de ocorrência das espécies em cada ilha

A ilha Mutum, conforme demonstrado na tabela 1, foi a que apresentou o maior número de espécies de aves (99), seguida pela Bandeira (86) e Porto Rico (82), diferença que não indica uma preferência significativa das aves pela ilha Mutum (Chi-quadrado). O número e porcentagem de espécies exclusivas de uma ilha em relação as outras foi próximo entre as ilhas Mutum (9 espécies ou 9,1%) e Bandeira (8

espécies ou 9,3%), mas bem menor na Porto Rico (3 espécies ou 3,6%).

Além do menor número total de espécies e de espécies exclusivas, a ilha Porto Rico teve uma ligeiramente superior porcentagem de espécies consideradas esporádicas, ou seja, com freqüência de ocorrência na ilha de no máximo 25% (Fig.3). Entre as espécies de ocorrência regular (com mais de 25% de freqüência de ocorrência), 8,53% (7 espécies) foram registradas em todas as amostragens na ilha Porto Rico, tendo 100% de freqüência de ocorrência, contra 5,81% (5 espécies) na ilha

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Bandeira e 5,05% (5 espécies) na ilha Mutum

(Tab.1). Furnarius rufus e Todirostrum

cinereum foram as espécies mais regularmente

presentes, com freqüência de ocorrência de 100% nas três ilhas. 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 M u t u m Porto Rico B a n d e i r a Número de espécies (%) m a i s q u e 7 5 % 2 5 , 1 % a 7 5 % a t é 2 5 %

Figura 3. Número de espécies de aves em cada ilha, expresso em porcentagem, agrupadas de acordo com a sua freqüência de ocorrência: até 25%, entre 25,1% e 75% e acima de 75%.

Distribuição das espécies nos ambientes

Considerando-se a avifauna total das três ilhas, o maior número de espécies foi registrado no ambiente FL, que também apresentou o maior número de espécies exclusivas em relação aos outros ambientes, embora a maior porcentagem tenha sido apresentada pelo ambiente ZA (Tab.2).

Tabela 2. Número total de espécies registradas em cada ambiente (FL, AR, CA, ZA e BA) e o número de espécies exclusivas de cada um, com a respectiva porcentagem que representa.

AMBIENTES

FL AR CA ZA BA

Total de espécies 76 61 41 38 28

Espécies exclusivas 21 03 00 11 02

% spp exclusivas 27,6% 4,9% 0,0% 28,9% 7,1% Analisando-se as ilhas individualmente, em

todos os casos o ambiente FL foi o que apresentou o maior número de espécies, seguido pelo ambiente AR. Nas ilhas Mutum e Porto Rico o ambiente CA apareceu em terceiro e o ZA em quarto no número de espécies, mas na ilha Bandeira o ambiente BA (exclusivo desta ilha) superou o CA e o ZA (Tab.2). De fato, o ambiente BA demonstrou ser importante na determinação do número de espécies da ilha Bandeira, pois 42,8% (12 espécies) das aves registradas nesse ambiente não ocorreram nos outros ambientes dessa ilha. Se não considerarmos essas espécies exclusivas dos BA, o número total de espécies da ilha Bandeira cai para 74, passando a ser a ilha com menor número de espécies.

Ainda assim, nessa ilha, o ambiente FL é o que apresenta o maior número (26) e porcentagem (43,3%) de espécies exclusivas em relação aos outros ambientes na mesma ilha, diferente do que ocorre nas outras duas ilhas, onde a maior porcentagem está no ambiente ZA (74,3% na Mutum e 71,4% na Porto Rico).

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Além disso, a ilha Bandeira é a única onde houve uma preferência estatística significativa pelo ambiente FL, com relação ao número total de espécies (Chi-quadrado) e também foi a que apresentou a maior porcentagem de espécies com grau de relação superior a 75% ao ambiente

FL e a menor porcentagem de espécies com grau de relação até 25% (Fig.4a, b, c), o que demonstrou a maior utilização do ambiente FL pelas aves na ilha Bandeira do que nas outras ilhas. ( C ) 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 F L AR C A Z A B A Número de espécies (%) m a i s q u e 7 5 % 2 5 , 1 a 7 5 % a t é 2 5 % (b) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 FL AR CA ZA Número de espécies (%) (C) 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 FL AR CA ZA BA Número de espécies (%) mais que 75% 25,1 a 75% até 25%

Figura 4. Número de espécies de aves em cada ambiente, expresso em porcentagem, agrupadas de acordo com o seu grau de relação a cada ambiente: até 25%, entre 25,1% e 75% e acima de 75%. (a) na ilha Mutum; (b) na Ilha Porto Rico; (c) na ilha Bandeira.

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Os ambientes AR e CA demonstraram serem mais representativos para a avifauna nas ilhas Mutum e Porto Rico do que na Bandeira, tanto pelo maior número de espécies registradas, como também pela maior porcentagem de espécies com grau de relação superior a 75% e menor porcentagem com grau de relação inferior a 25% a esses ambientes do que na Bandeira. Porém, mesmo nas ilhas Mutum e Porto Rico o número total (Tab.1) e a porcentagem de espécies com grau de relação superior a 75% foi maior no ambiente FL do que no AR e no CA (Fig.4a, b, c).

O ambiente ZA destacou-se como sendo o que apresentou as maiores porcentagens de espécies com grau de relação superior a 75% (82,9% na Mutum e 71,5% na Porto Rico), exceção feita a ilha Bandeira. Esse ambiente pareceu mais significativo para as aves na ilha Mutum do que nas outras duas, seja pelo maior número de espécies registradas (Tab.1) ou pela maior porcentagem de espécies com grau de relação superior a 75% a esse ambiente nessa ilha (Fig.4a, b, c). Além disso, na ilha Mutum o ambiente ZA apresentou 17 espécies (48,6%) que não ocorreram no mesmo ambiente das outras ilhas, contra apenas 3 espécies (14,3%) na Porto Rico e nenhuma na Bandeira.

Entre todas as espécies que foram registradas em mais de um ambiente em uma mesma ilha,

apenas Columba picazuro e Todirostrum

cinereum mostraram significativa preferência

pelo ambiente FL, nas ilhas Porto Rico e Mutum, respectivamente e Vanellus chilensis pelo ambiente BA, na ilha Bandeira (Chi-quadrado).

Pitangus sulphuratus foi registrado em todos

os ambientes de todas as ilhas, com exceção do ambiente ZA da ilha Bandeira, parecendo ser a espécie de mais ampla distribuição nos ambientes.

Referências

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STRAUBE, F. C. & BORNSCHEIN, M. R. News or noteworthy records of birds from northwestern Parana and adjacent areas (Brazil). Bull. Brit. Ornith. Club 115 (4): 219-225; 1995.

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SCHERER-NETO, P. Coletânea da avifauna da

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Referências

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