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Hipersuperfícies com curvatura média prescrita em variedades riemannianas

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(1)

UNIVERSIDADE

FEDERAL DO

CEAR

A

´

DEPARTAMENTO DEMATEMATICA´

MESTRADO EM MATEMATICA´

PRISCILA

RODRIGUES

DE

ALCANTARA

HIPERSUPERF

´

ICIES COM

CURVATURA

M ´

EDIA

PRESCRITA EM

V

ARIEDADES

RIEMANNIANAS

(2)

PRISCILA

RODRIGUES

DE

ALCANTARA

HIPERSUPERF

´

ICIES COM

CURVATURA

M ´

EDIA

PRESCRITA EM

V

ARIEDADES

RIEMANNIANAS

Dissertac¸˜ao submetida Coordenac¸˜ao do Curso de P´os-Graduc¸˜ao em Matem´atica, da Universidade Federal do Cear´a, para a obtenc¸˜ao do grau de Mestre em Matem´atica.

´

Area de Concentrac¸˜ao: Matem´atica

Orientador: Prof. Dr. Jorge Herbert Soares de Lira.

(3)

A348h Alcantara, Priscila Rodrigues de

Hipersuperf´ıcies com curvatura m´edia prescrita em variedades riemannianas / Priscila Rodrigues de Alcantara - Fortaleza:2010.

41f.

Orientador: Prof. Dr. Jorge Herbert Soares Lira ´

Area de concentrac¸˜ao: Matem´atica

Dissertac¸˜ao (Mestrado) - Universidade Federal do Cear´a, Departa-mento de Matem´atica,2010.

1-Geometria diferencial

(4)

Dedicat´oria

Dedico este trabalho, em especial a Deus, que me presenteou com o Dom da Vida e por estar comigo sempre.

Aos meus familiares, em especial aos meus pais Antˆonio Deuszimar de Alcantara e So-nia Maria Rodrigues de Alcantara, meu irm˜ao Deryson Rodrigues de Alcantara, aos meus av´os Tereza de Jesus Rodrigues e Francisco Xavier Rodrigues(in memoriam), meus tios, tias e pri-mos, que acreditaram e favoreceram para que esta conquista se realizasse. Obrigada pelo incen-tivo, compreens˜ao e paciˆencia por ter lhes privado muitas vezes da minha companhia devido `a necessidade de dedicac¸˜ao aos estudos.

Aos professores Juscelino Pereira Silva, M´ario de Assis Oliveira, Zelalber Gondim Guimar˜aes e Carlos Humberto Soares J´unior, por toda ajuda concedida para o ingresso no curso de P´os-graduac¸˜ao da UFC. Obrigada por me fazerem sonhar.

A Andrea Dantas, secret´aria da P´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica da UFC, quero parabeniz´a-la por toda sua competˆencia e prontid˜ao na assistˆencia a todos os alunos da P´os-graduac¸˜ao.

(5)

Agradecimentos

A Deus por ter me iluminado, permitindo que eu canalizasse minhas energias na conclus˜ao deste trabalho.

A todos os amigos da P´os-Graduac¸˜ao em Matem´atica da UFC, em especial: Vˆania, Ana Shirley, Val´eria, Wilson, Tiago Veras, Rondinelle, Leon Denis, Filipe Mendonc¸a, Jos´e Deibson, Alexandro Bel´em, Raimundo Bastos (Bill), Jos´e Ederson, Thadeu, Edinardo, Jo˜ao Francisco (Piaget), Nazareno, Ernani, Kelton Brito, Fl´avio Franc¸a, Francisco Calvi, Dami˜ao J´unio, Chaves, Tiarlos, Jo˜ao Vitor, Davi Lustosa, F´atima Cruz, Raquel Costa, Francisco de Assis, J´unio Mor-eira, Fagner, Edno. Tenham certeza de que todos vocˆes contribuiram com tijolos para que eu pudesse construir este caminho e finalizar esta jornada.

A C´ıcero Henrique Viana Correia, a quem carinhosamente chamo deMeu Amor, por toda compreens˜ao que mostrou, principalmente nas muitas vezes que transpareci deix´a-lo em se-gundo plano, limitando ligac¸˜oes, viagens, ou ainda direcionando o cansac¸o e preocupac¸˜oes da estressante e exigente vida de um mestrando em matem´atica. Por todas as palavras de apoio e incentivo, carinho e ombro amigo/noivo muito obrigada!

Ao professor Jorge Herbert S. Lira, pela paciˆencia demonstrada e por toda ajuda durante a elaborac¸˜ao deste trabalho.

Aos demais professores do curso de p´os-graduac¸˜ao em matem´atica da UFC: Jo˜ao Lucas Marques Barbosa, Levi Lima, Antonio Caminha, Marcos Melo, Jos´e Rob´erio, Fernanda Esther, Luqu´esio Jorge, Cleon Barroso, Silvano Menezes, Abdˆenago Alves, F´abio Montenegro,Greg´orio Pacelli Bessa, Aldir Brasil e Eduardo Vasconcelos pela ajuda concedida nos momentos de d´uvida mais obscuros.

`

(6)

“ What you do in life echoes in eternity.”

(7)

Resumo

O objetivo deste trabalho ´e exibir resultados de existˆencia e unicidade de gr´aficos com curvatura m´edia prescrita. Demonstraremos que uma fixac¸˜ao natural do problema de Dirich-let para gr´aficos de curvatura m´edia prescrita ´e considerar esses gr´aficos como folhas em uma submers˜ao Riemanniana transversal ao cilindro de Killing, isto ´e, ao cilindro dado pelas linhas de fluxo de um campo de vetores de Killing. Usando essa aproximac¸˜ao, somos capazes de re-solver o problema em um modo mais compreensivo, dando uma prova unificada e resultados de existˆencia para uma ampla gama do ambiente de variedades Riemannianas.

(8)

Abstract

This work shows results existence and uniqueness of graphs with prescribed mean curva-ture. We demonstrate that a natural fixation Dirichlet problem for graphs of average curvature is required to consider those graphs like leaves on a Riemannian submersion Killing transversal cylinder, the cylinder given by flow lines of a Killing vector field. Using this approach, we are able to solve the problem in a way more comprehensive, giving a unified proof and existence results.

(9)

Sum´ario

Introduc¸˜ao 8

1 Campos de Killing 10

1.1 Exemplos . . . 12

2 Gr´aficos de Killing 17 2.1 A Equac¸˜ao da Curvatura M´edia na Forma Divergente . . . 20

2.1.1 Abordagem Variacional . . . 21

3 Resultados de Existˆencia 24 3.1 O M´etodo da Continuidade . . . 25

3.2 Esferas Geod´esicas como Barreiras . . . 26

3.3 Esferas de Curvatura M´edia Constante . . . 27

3.4 Apˆendice: uma f´ormula do fluxo . . . 29

4 Estimativas do Gradiente 31 5 Gr´aficos Helicoidais: um Prot´otipo para o Caso N˜ao-Integr´avel 35 5.1 Prova do Teorema 2 . . . 36

5.2 Gr´aficos helicoidais emM2×R . . . . 36

(10)

Introduc¸˜ao

Uma das principais quest˜oes para desenvolver uma teoria de superf´ıcies de curvatura m´edia constante em ambientes Riemannianos gerais ´e a existˆencia de exemplos. Os m´etodos que se baseiam principalmente em construc¸˜oes geom´etricas podem falhar por falta de simetrias ou estruturas mais r´ıgidas no ambiente. No entanto, o problema pode ser reformulado em ter-mos anal´ıticos, pelo menos localmente, como a existˆencia de gr´aficos com curvatura m´edia constante. Isto requer essencialmente apenas uma noc¸˜ao adequada de gr´afico, o que pode ser obtido se supusermos que a variedade riemanniana ´e dotada de um campo de Killing.

O problema de Dirichlet para curvatura m´edia prescrita de gr´aficos de Killing foi resolvido em [5] para para espac¸os ambiente dotados com um campo de vetores de Killing o qual deter-mina uma distribuic¸˜ao normal integr´avel. Neste caso, a variedade ambiente est´a submersa em cada uma das folhas integrais. Aqui, consideraremos uma generalizac¸˜ao de [2] para submers˜oes cujas fibras verticais s˜ao dadas por linhas de fluxo de uma translac¸˜ao infinitesimal. Agora,n˜ao

estamos assumindo a integrabilidade da distribuic¸˜ao normal. Enfatizamos o fato de que n˜ao impomos restric¸˜oes na curvatura da variedade base. Entre os ambientes com que lidamos neste trabalho, podemos citar mais dimens˜oes espac¸os de Heisenberg e esferas de dimens˜ao ´ımpar submersas no espac¸o projetivo complexo.

Nosso resultado de existˆencia ´e provado usando o m´etodo de continuidade para EDP el´ıptica quasilinear. Em ordem para obter estimativas a priori ´e essencial para este m´etodo usarmos cilindros de Killing como barreiras. Mais precisamente, dada a submers˜ao Riemanniana π :

¯

Mn+1 Mne um dom´ınioΩemM com fecho compacto e bordoΓ, os cilindros de Killing

KeM0sobreΓeΩ¯ s˜ao respectivamente os subconjuntosπ−1(Γ)eπ−1( ¯Ω). Denotaremos por

Hcyla curvatura m´edia deK e por Ric o tensor de Ricci deM¯. Suponhamos que n˜ao existem

pontos singulares deY emM0 e que as linhas integrais deY s˜ao completas aqui. Usando esta

notac¸˜ao, afirmamos nosso teorema.

(11)

9

Teorema. SejaM um dom´ınio com fecho compacto eC2,α com bordoΓ. Suponha que

Hcyl>0e que

inf

¯

M Ric≥ −ninfΓ H 2

cyl. (1)

SejaH Cα( ¯Ω)eφC2,α(Γ)func¸˜oes dadas. Assuma que existe uma imers˜aoC2,αι: ¯Ω ¯

M transversal `as fibras verticais emM0. Se

sup

Ω |

H| ≤inf

Γ Hcyl, (2)

ent˜ao existe uma ´unica func¸˜aou C2,α( ¯Ω)satisfazendo u|Γ = φcujo gr´afico de KillingΣ

possui curvatura m´ediaH.

A hip´otese na existˆencia de uma imers˜ao ι ´e usada simultaneamente para introduzir um conjunto de coordenadas bem adequadas para o problema e definir propriamente a noc¸˜ao de gr´afico. Em termos dessas coordenadas, podemos tornar evidente que a m´etrica ambiente ´e fixa. Finalmente,ι( ¯Ω) ´e usado como barreira para produzir um gr´afico inicial m´ınimo pelo m´etodo direto do C´alculo das Variac¸˜oes. No caso dos espac¸os de Heisenberg de maior dimens˜ao, existe uma folha m´ınima transversal `as linhas de fluxo do campo vetorial vertical. Ent˜ao, neste caso particular, n˜ao ´e necess´aria a hip´otese. No entanto, se considerarmos o exemplo das esferas de dimens˜ao ´ımpar submersas no espac¸o projetivo complexo, n˜ao ´e garantido que sempre existe tal gr´afico m´ınimo com respeito `as fibras de Hopf. No entanto, observamos que submers˜oes com fibras totalmente geod´esicas constituem um exemplo importante onde podemos construir inicialmente gr´aficos de Killing . De fato, se assumirmos que o cilindro de KillingM0sobreΩ¯

´e completo, ent˜ao cones geod´esicos com bordo emKe v´ertice na metade do lado convexo deK

podem ser tomados, depois de suavizac¸˜ao em torno do v´ertice, como gr´aficos de Killing iniciais. Assim, pode-se excluir a hip´otese neste caso.

(12)

Cap´ıtulo 1

Campos de Killing

Doravante,M denota uma variedade riemanniana de dimens˜aon+ 1, cuja m´etrica denotamos porg. Por comodidade, dados dois campos vetoriaisX, Z Γ(T M), escrevemos

g(X, Z) =hX, Zi.

Definic¸˜ao 1. SejamMuma variedade Riemanniana eXX(M). SejapMe sejamU M

uma vizinhanc¸a dep, eφ: (ε, ε)×U M uma aplicac¸˜ao diferenci´avel tais que para todo

q U a curvat7→ φ(t, q)´e a trajet´oria deXpassando porqemt= 0. X ´e chamadoCampo de Killing conformese, para todo t0 ∈ (−ε, ε), a aplicac¸˜ao φ(t0) : U ⊂ M → M ´e uma

aplicac¸˜ao conforme.

Supomos que M ´e dotada de um campo vetorial conforme Y, cujas linhas de fluxo s˜ao completas e tal que a distribuic¸˜ao ortogonal

pM 7→Dp ={vTpM :hY, vi= 0} ⊂TpM

´e integr´avel. A mera definic¸˜ao de campo conforme acarreta a existˆencia de uma func¸˜aoρ C∞

(M)tal que

£Yg= 2ρg, (1.1)

o que implica, por sua vez, em

hX, Zi = YhX, Zi − h[Y, X], Zi − hX,[Y, Z]i = h¯YX−[Y, X], Zi+h∇¯YZ−[Y, Z], Xi

= h¯XY, Zi+h∇¯ZY, Xi,

(13)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 11

para quaisquer X, Z Γ(T M). Nestes c´alculos e ao longo do texto, ¯ denota a conex˜ao riemanniana em(M, g). Conclu´ımos queY satisfaz a equac¸˜ao de Killing

h∇¯XY, Zi+h∇¯ZY, Xi= 2ρhX, Zi, X, Z ∈Γ(T M). (1.2)

Por outro lado, se denotarmos porω=g(Y,·)a forma metricamente equivalente aY, o crit´erio de integrabilidade de Frobenius diz que

dω(X, Z) = 0,

para quaisquerX, Z D. Segue que

0 = XhY, Zi −ZhY, Xi − hY,[X, Z]i = h¯XY, Zi − h∇¯ZY, Xi.

Disto resulta que

h∇¯XY, Zi=ρhX, Zi, X, Z ∈D. (1.3)

A equac¸˜ao (1.3) implica que as folhas integrais da distribuic¸˜ao Ds˜ao hipersuperf´ıcies emM

com curvaturas principais iguais a

k= ρ

|Y|, (1.4)

quando calculadas com respeito `a orientac¸˜ao dada porY /|Y|.

Seja Puma folha integral deD. Definimos o fluxoΨ : R×P M gerado porY, com

condic¸˜oes iniciais dadas por Ψ(0, p) = p, para algum p P. Denotamos Ψs = Ψ(s,·) e Ps= Ψs(P). Fixada esta notac¸˜ao, conclu´ımos que existe uma func¸˜aoλC

(M)tal que hΨs∗X,Ψs∗Zi=λ2(s, p)hX, Zi, X, Z ∈Γ(T M). (1.5)

A partir de agora, nos restringiremos ao caso dos campos de Killing isom´etricos. Em termos da notac¸˜ao h´a pouco fixada, isto significa considerarmos ρ = k = 0 eλ = 1. O caso geral dos campos conformes n˜ao-isom´etricos apresenta algumas dificuldades t´ecnicas as quais podem obnubilar as id´eias essenciais dos m´etodos anal´ıticos que estudaremos.

Fixadas coordenadas locaisx1, . . . , xnemP, define-se um sistema de coordenadas emM

do seguinte modo: a um pontoq M tal queq = Ψ(s, p), para algump P, associamos

coordenadas

q7→(s, x1, . . . , xn)

desde que apPcorrespondam as coordenadasx1, . . . , xn. Em termos dos campos

coordena-dos

∂ ∂s

q=Y(q) = Ψs∗(p)·Y(p) e

∂ ∂xi

q= Ψs∗(p)·

∂ ∂xi

(14)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 12

a m´etrica ambiente ´e escrita como

γ−1

ds2+σijdxidxj, (1.7)

onde

γ = 1 |Y|2(q) =

1

|Y|2(p) (1.8)

e

σij|q =σij|p =h

∂ ∂xi,

∂xji|p (1.9)

´e a m´etrica induzida em P. Em algumas circunstˆancias, denotamos s = x0 e, mantida esta

convenc¸˜ao, escrevemos a m´etrica ambiente abreviadamente como

¯

gabdxadxb, (1.10)

ondea, bvariam de0an. A m´etrica contravariante, atuando sobre covetores, tem componentes indicados por¯gab.

1.1

Exemplos

Nesta sec¸˜ao, apresentamos alguns exemplos elementares, embora importantes, da estrutura geom´etrica descrita anteriormente. No que segue,Md(κ)denota a forma espacial de dimens˜ao

d, completa e simplesmente conexa, com curvatura seccional constanteκ.

Fixemos, doravante, M = Mn+1(κ) e P uma hipersuperf´ıcie totalmente geod´esica em Mn+1(κ). Assim,P ´e um modelo da forma espacialn-dimensionalMn(κ)com a mesma

cur-vatura. Seja

(r, θ)R+×Sn−1

7→pP

um sistema de coordenadas polares na variedadeP, centradas em algum pontooemP.

Consi-deremos tamb´em

(θ1, . . . , θn−1

)Rn−1

7→θSn−1 coordenadas generalizadas emSn−1

. Em termos dessas coordenadas, a m´etrica emP´e expressa

por

dr2+sn2κ(t) dσ2,

ondedσ2 =σijdθidθj ´e a m´etrica usual emSn−1 e snκ(r)´e dada pela express˜ao

snκ(r) =

          

r, se κ= 0 sin√κr

κ , se κ >0

sinh√κr

(15)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 13

Sejamca geod´esica emM passando por oe ortogonal aPeY o campo de Killing emM

gerado pela translac¸˜ao geod´esica ao longo dec. A norma ao quadrado deste campo ´e igual a

hY, Yi=cs2κ(r).

Assim, no pontoo, o vetorY(o)´e a velocidade unit´aria dec. Lembremos que a func¸˜aosnκ(r) ´e

a soluc¸˜ao da equac¸˜ao de Jacobiu¨+κu= 0com condic¸˜oes iniciaisu(0) = 0eu˙(0) = 1, onde· indica derivada com respeito ar. Al´em disso,sn˙κ(r) = csκ(r).

A restric¸˜ao deY aPdefine um campo normal aPfora do conjunto de pontos singulares deY

emP. Como antes,Ψ(s, p)denota o fluxo gerado porY eD= kerω, ondeω =hY, · i. No caso

que ora consideramos, as folhas integrais deDs˜ao hipersuperf´ıcies totalmente geod´esicas dadas

porPs = Ψs(P). Assim, o parˆametro sdo fluxo pode ser considerado como uma coordenada

emM. As coordenadas(r, θ1, . . . , θn)s˜ao ent˜ao estendidas aM ao longo do fluxo: associamos os mesmos valores dessas coordenadas a pontos correspondentes emP eΨs(P) com respeito

`a aplicac¸˜aoΨs : P → Ps. A m´etrica emM ´e dada em termos destas coordenadas cil´ındricas

(r, θ, s)por

dl2 =cs2κ(r)ds2+ dr2+sn2κ(r)dσ2. (1.11)

Determinamos agora a conex˜ao Riemanniana∇¯ deM em termos dessas coordenadas. Temos, pela equac¸˜ao de Killing,

h∇¯YY, Yi= 0.

Em particular, a norma do campo de Killing ´e constante ao longo das ´orbitas do fluxo s 7→

Ψ(s, p). Al´em disso, o fato de que as folhas integrais de Ds˜ao hipersuperf´ıcies totalmente

geod´esicas implica que

h∇¯ ∂ ∂rY,

∂ri=h∇¯∂r∂ Y,

∂θii=h∇¯∂θi∂ Y,

∂θji= 0.

Segue igualmente da equac¸˜ao de Killing que

h∇¯YY,

∂ri=−hY,∇¯∂r∂ Yi=− 1

2∂rhY, Yi=−csκ(r) ˙csκ(r). (1.12) Geometricamente, estas equac¸˜oes significam o seguinte: parar fixado, a linha de fluxo de Y

passando sobre o c´ırculo geod´esico em P centrado em o com raio r gera um cilindro, dito

cilindro de Killing emM.

(16)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 14

cilindro ´e hipersuperf´ıcie de n´ıvel da func¸˜ao coordenada r. Ademais, conclu´ımos a partir da express˜ao

h∇¯ ∂ ∂θi

Y, ∂ ∂ri= 0

queY = ∂s∂ e ∂θ∂i s˜ao direc¸˜oes principais desses cilindros. Calculemos, portanto, as correspon-dentes curvaturas principais. Para tanto, observamos que

¯ ∇ ∂

∂θi

∂ ∂θj =: Γ

1

ij

∂ ∂r + Γ

k ij

∂ ∂θk.

No entanto, comoP=Mn(κ) ´e totalmente geod´esica, temos

Γ1ij =h¯ ∂ ∂θi

∂ ∂θj,

∂ri=h∇

Mn(κ) ∂ ∂θi

∂ ∂θj,

∂ ∂ri=−

˙ snκ(ρ)

snκ(ρ)

hij,

onde(hij)ni,j=11 s˜ao as componentes da m´etrica induzida em Pe ∇M

n(κ)

´e a conex˜ao rieman-niana emP. Assim, 1

ij)n

−1

i,j=1 s˜ao as componentes da segunda forma fundamental das esferas

geod´esicas em Pcom respeito ao campo vetorial unit´ario

∂r. Finalmente,(Γkij)n

−1

i,j,k=1 s˜ao os

s´ımbolos de Christoffel usuais para a esfera euclidiana Sn−1

⊂ Rn em termos das

coorde-nadas(θi)n−1

i=1. Conclu´ımos que as curvaturas principais dos cilindros de Killing nas direc¸˜oes

∂s/|∂s∂|=cs

−1

κ (r)Y e ∂θ∂i s˜ao respectivamente iguais a

κs=−

˙ csκ(r)

csκ(r)

, κi=−

˙ snκ(r)

snκ(r)

.

Assim, a curvatura m´ediaHcyl dos cilindros de Killing ´e dada por

nHcyl=− ˙ csκ(r)

csκ(r) −

(n1)sn˙κ(r) snκ(r)

Em seguida, descrevemos mais concretamente estes fatos nos casos particulares em que

κ= 0,1,1. Paraκ= 0, em um ambiente euclidiano, o campo vetorialY ´e paralelo. Podemos fixarY(p) = a, um campo vetorial constante. Em particular, sua restric¸˜ao aP = {q M :

hq, ai = 0} ´e um campo normal. Este campo obviamente ´e livre de singularidades. O fluxo gerado por Y ´e dado por Ψ(s, p) = p +sa. As hipersuperf´ıcies de n´ıvel Ψs(P) formam a

fam´ılia de hiperplanos paralelos aP com a mesma direc¸˜ao normala. A m´etrica neste caso ´e

dada por

dl2 = ds2+ dr2+r2dσ2.

Quandoκ=1, a hipersuperf´ıcie integralP´e um hiperplano totalmente geod´esicoHn(1) Hn+1(1). No modelo do semi-espac¸o

(17)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 15

este hiperplano pode ser visto como uma semi-esfera euclidiana centrada na origemoda fron-teira assint´otica{xn+1 = 0}. A origemodas coordenadas polares emP pode ser fixada, por

meio de isometrias hiperb´olicas, no ponto de maior coordenadaxn+1emP. Sendo assim, o trac¸o

da geod´esicacpode ser fixado como a semi-reta vertical passando poro. Nesta configurac¸˜ao, o campo de Killing ´e dado porY(p) = p. Este campo de vetores gera dilatac¸˜oes euclidianas, ou seja, translac¸˜oes emHn+1(1)do tipo parab´olico. O fluxo deY ´e dado porΨ(s, p) =esp.

As hipersuperf´ıciesΨs(P)consistem na fam´ılia de semi-esferas euclidianas centradas emo. Os

cilindros de Killing correspondem a cones esf´ericos euclidianos com v´ertice em o, contendo uma esfera geod´esica emPcentrada emo. O quadrado da norma deY em um ponto arbitr´ario

deP´e igual a

hY, Yi=h∂Ψ

∂s, ∂Ψ

∂si

s=0 =

e2s e2s(xn+1)2 =

1 (xn+1)2.

De outro modo, denotando porφo ˆangulo euclidiano entre o eixo vertical dado pelo trac¸o dec

e a norma do cilindro com direc¸˜aop, ent˜ao

1/cosφ= 1/xn+1.

Por outro lado, a distˆancia geod´esicarentreoe o pontop

r =

Z 1

cosφdφ= ln secφ+ tanφ

.

Ent˜ao,er= secφ+ tanφ= (1 + sinφ)/cosφe, portanto,e−r

= cosφ/(1 + sinφ). Assim,

coshr = secφ.

Logo,

hY, Yi= cosh2r.

Deste modo, a m´etrica emHn+1(1)em termos de coordenadas cilindricas ´e dada por

cosh2rds2+ dr2+ sinh2rdσ2.

Quandoκ = 1, o campo vetorial de KillingY possui duas singularidades em pontos ant´ıpodas

a,aemSn+1(1). De fato, neste caso,Y ´e o campo gerado por rotac¸˜oes euclidianas fixando o

eixo emRn+2contendoaea. ConsideramosP=Sncomo o equador emSn+1(1), contendo

±a, para o qualY ´e campo normal fora dos pontos±a. A rotac¸˜ao gerada porY levaSnem uma

fam´ılia de esferas totalmente geod´esicas, todas elas contendo±a. Fixamos, ent˜ao, coordenadas polares(r, θ)com origem emo Sn, de modo que o pontoacorresponde ao valorr = π/2.

Definimosφ=π/2r. Com isto, as linhas de fluxo deY passando por pontos deSnquando

(18)

CAP´ITULO 1. CAMPOS DE KILLING 16

linhas de fluxo de forma que, nos pontos deSn, o campoY coincida com a velocidade desses

c´ırculos geod´esicos com raio geod´esicoφ. Sendo assim, temos

hY, Yi=h∂Ψ

∂s, ∂Ψ

∂si= sin

2φ= cos2r.

Portanto, a m´etrica esf´erica ´e escrita como

cos2rdr2+ dr2+ sin2rdσ2

Uma outra classe natural de exemplos com que lidaremos a seguir s˜ao os produtos rieman-nianos da formaMn(κ)×R, em que o campo de Killing em considerac¸˜ao ´e o campo paralelo

coordenado ∂s∂ associado `a coordenada naturalsdo fatorR. Neste caso, coordenadas cil´ındricas

s˜ao facilmente definidas, de modo que a express˜ao da m´etrica ambiente nesta carta ´e da forma

ds2+dr2+sn2κ(r)dϑ2. (1.13)

(19)

Cap´ıtulo 2

Gr´aficos de Killing

Mantemos, doravante, a notac¸˜ao fixada no cap´ıtulo anterior. Dados um aberto limitadoΩ P

com fecho compacto e fronteira Γ = ∂Ωde classe C2,α, o gr´afico de Killingde uma func¸˜ao

uC2,α( ¯Ω,R) ´e, por definic¸˜ao, a hipersuperf´ıcie

Σ ={q= Ψ(u(p), p) :pΩ¯}.

Alternativamente,Σ´e o lugar geom´etrico definido pela equac¸˜ao

Φ(s, p) =su(p) = 0,

onde definimos trivialmente a extens˜ao u(s, p) = u(p), s R, da func¸˜aou. O gr´aficoΣ ´e

globalmente orientado pelo vetor normal unit´ario

N = 1

W ∇¯Φ. (2.1)

ondeW = |¯Φ|. Adotando a notac¸˜ao abreviada∂s = ∂s∂ e ∂i = ∂x∂i, calculamos explicita-mente, no pontoq= Ψ(u(p), p),

¯

∇Φ(q) = ¯g00∂s−g¯ij(p)ui∂j(q) =γ∂s−σij(p)uiΨu(p)∗∂j(p)

= γ ∂s−Ψu(p)∗∇u(p),

ondedenota a conex˜ao Riemanniana emPcom respeito `a m´etrica induzida e

∇u=σijui∂j =uj∂j

´e o gradiente deurelativamente a esta m´etrica. Vale ressaltar que |∇u|2 =uiui.

(20)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 18

Denotamos, no que segue,

W2 =γ+|∇u|2.

Fixada esta notac¸˜ao, conclu´ımos que

N = 1

W(γ ∂s−Ψ∗∇u) (2.2)

ondeΨ∗ denota abreviadamente a diferencial Ψs∗. Observamos que a orientac¸˜ao do gr´afico ´e escolhida de modo quehN, Yi>0.

Por sua vez, o espac¸o tangente aΣno pontoq= Ψ(u(p), p)´e gerado pelos vetores tangentes

Xi= Ψ∗∂i+ui∂s,

o que implica, em particular, que a m´etrica induzida emΣtem componentes

gij =σij+

uiuj

γ ,

ao passo que os componentes de sua vers˜ao contravariante s˜ao

gij =σij u

iuj

γ+|∇u|2.

Agora, determinamos a segunda forma fundamental deΣ, definida como o tensor sim´etrico

aij =h∇¯XiXj, Ni.

Temos

W aij =γuijh∂0, ∂0i+γuiujh∇¯∂0∂0, ∂0i+γujh∇¯∂i∂0, ∂0i+γuih∇¯∂j∂0, ∂0i + γh¯∂i∂j, ∂0i −uiujh∇¯∂0∂0,Ψu(p)∗∇ui −ujh∇¯∂i∂0,Ψu(p)∗∇ui − uih∇¯∂j∂0,Ψu(p)∗∇ui − h∇¯∂i∂j,Ψu(p)∗∇ui.

Do fato queP´e hipersuperf´ıcie totalmente geod´esica, resulta

h∇¯∂i∂j, ∂0i= 0.

Os termos relativos `a acelerac¸˜ao das linhas de fluxo s˜ao

h∇¯∂0∂0, ∂0i=

1 2∂sγ

−1 = 0

e

h∇¯∂i∂0, ∂0i= 1 2∂iγ

−1

(21)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 19

Similarmente, usando o fato que, para cadasR, a aplicac¸˜aoΨs ´e uma isometria, temos

h∇¯∂i∂j|q,Ψu(p)∗∇u(p)i=hΨu(p)∗∇¯∂i∂j|p,Ψu(p)∗∇u(p)i=h∇∂i∂j|p,∇u|pi e

h∇¯∂i∂0,Ψu(p)∗∇ui=h∇¯∂i∂0|q, u

j

j|qi= 0.

Posto queui;j =uij − h∇∂i∂j,∇uis˜ao os componentes do hessiano deu, temos

W aij =ui;j− γi

2γuj− γj

2γui− γk

2γ2uiuju

k.

Deste modo, infere-se facilmente que

W3aik = W3gijajk

= (W2σijuiuj)uj;k−

1 2u

iγ

k−W2

γi

2γuk. (2.3)

Tomando trac¸os e, em seguida, dividindo ambos os lados da express˜ao acima porW3, obt´em-se

a equac¸˜ao da curvatura m´ediaHdo gr´afico de Killing deu, a saber,

nH = 1

W

σij u

iuj

W2

ui;j−

γiui

2W3 −

1

W γiui

2γ . (2.4)

Definimos, portanto, o operador

Q[u] :=

ui

p

γ+uku k

;i−

1

p

γ+uku k

γiui

2γ −nH. (2.5)

Seja φuma func¸˜ao C2,α em Γ = . O gr´afico de Killing de φ, definido como o lugar

geom´etrico dos pontos da forma

q = Ψ(φ(p), p), pΓ,

´e uma subvariedade de codimens˜ao 2 emM. Portanto, dizemos queΣ´e um gr´afico de Killing com curvatura m´edia prescritaHe fronteira prescrita porφseuresolve o problema de Dirichlet

Q[u] = 0, u|Γ=φ (2.6)

para o operador diferencial parcial el´ıptico e quase-linearQ. Podemos aplicar a este operador o

Princ´ıpio do M´aximo e o Princ´ıpio de Comparac¸˜ao expostos em [9]. Na verdade, isto requer que cumpramos a condic¸˜ao∂sH ≥ 0, condic¸˜ao atendida, em particular, quando a curvatura m´edia

do gr´afico ´e constante.

(22)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 20

2.1

A Equac¸˜ao da Curvatura M´edia na Forma

Diver-gente

Nesta sec¸˜ao, reobtemos a equac¸˜ao da curvatura m´edia do gr´afico de Killing de uma func¸˜ao

u a partir do c´alculo da divergˆencia de um campo de vetores. Da definic¸˜ao da aplicac¸˜ao de Weingarten, segue diretamente que

nH(q) =trΣ∇¯N =−divΣN,

onde a divergˆencia ´e calculada com respeito `a m´etrica induzida no gr´aficoΣ. Consideramos um sistema normal de coordenadasx1, . . . , xnem torno de um pontopPde modo que os campos

coordenados∂1, . . . , ∂n s˜ao ortonormais no ponto p, isto ´e, tal queσij|p = δij. Neste caso,

E0 =γ1/2∂s, E1(q) = Ψ∗∂1(p), . . . , En(q) = Ψ∗∂n(p)define um referencial ortonormal em

q= Ψ(u(p), p).

A express˜ao (2.2) assegura que

−nH =gijh¯∂iN, ∂ji=g

ijh¯

∂iN, ∂ji+h∇¯NN, Ni=divM ¯ ∇Φ

W (q),

onde, desta vez, consideramos a divergˆencia calculada emM. Utilizando o referencial ortonor-mal definido h´a pouco, calculamos este divergente da seguinte forma

divM

¯ ∇Φ

W =h∇¯ γ W

, ∂si+

γ

WdivM∂s−γh∇¯∂s Ψ∗u

W , ∂si − h∇¯Ei Ψ∗u

W , Eii.

Da equac¸˜ao de Killing, deduzimos que o campo vetorialY =∂s ´e livre de divergˆencia. Al´em

disso, as func¸˜oesγ eW n˜ao dependem des, visto que os componentes da m´etrica ambiente s˜ao constantes ao longo do fluxo gerado porY. Assim,

divM

¯ ∇Φ

W = −γh∇¯∂s Ψ∗u

W , ∂si −

X

i

h∇¯Ei Ψ∗u

W , Eii

= γhΨ∗∇u

W ,∇¯∂s∂si −

X

i

h∇¯Ψ∗∂iΨ∗ ∇u

W ,Ψ∗∂ii

= γhΨ∗∇u

W ,∇¯∂s∂si −

X

i

h∇¯∂i ∇u

W , ∂ii.

Uma vez queΨ∗ preserva o campo ∂s, pela propriedade de grupo a um parˆametro do fluxo,

temos

γ(q)hΨ∗∇u

W ,∇¯∂s∂si(q) =γ(p)h ∇u

W ,∇¯∂s∂si(p). Resulta que

nH(p) =X

i

h∇¯∂i ∇u

W , ∂ii −γh

∇u

(23)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 21

onde as express˜oes em ambos os lados s˜ao calculadas em p P. Visto que P ´e totalmente

geod´esica, podemos escrever

divP ∇

u W

−γh∇u

W ,∇¯∂s∂si −nH = 0, (2.7) onde, por fim, a divergˆencia refere-se `a m´etrica induzida emP. Observamos que o campo¯

s∂s ´e tangente aP, como consequˆencia da equac¸˜ao de Killing. Em vista da express˜ao,

h∇¯γ,ui= 2γ2h¯∂s∂s,∇ui,

n˜ao ´e dif´ıcil verificar que (2.7) pode ser posta na forma

1

W σ

ij

−u

iuj

W2

ui;j −

1

W3(γ+W 2)

h∇u,¯∂s∂si −nH = 0, (2.8)

mencionando uma vez mais que(ui;j)ni,j=1s˜ao os componentes do hessiano deuem termos das

coordenadas(xi)ni=1emP. Denotando

Aij(x,u) = 1

W σ

ij uiuj

W2

(2.9)

e

B(x,u) = 1

W3(γ+W

2)h∇u,¯

∂s∂si, (2.10) a equac¸˜ao da curvatura m´edia passa a ser escrita como

Q[u] =Aijui;j+BnH = 0.

Observamos que a matriz(Aij)ni,j=1 ´e definida-positiva com autovalores dados por

λ−=

γ

W3 e λ+=

1

W

cujas multiplicidades s˜ao1 e n1, correspondendo `as direc¸˜oes paralela e ortogonais a u, respectivamente. Note queλ−≤λ+, dado queγ ≤W2.

2.1.1

Abordagem Variacional

O fato de que a equac¸˜ao da curvatura m´edia pode ser posta na forma divergente ´e diretamente vinculado `a caracterizac¸˜ao de func¸˜oes descrevendo gr´aficos com curvatura m´edia constante serem extremos de um problema variacional.

Consideramos o funcional n˜ao-param´etrico

I[u] =

Z Ω

(24)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 22

onde

F(x, u,u) = 1

γ

p

γ+|∇u|2p

detσij

definido em

C={uC0,1( ¯Ω) :u|Γ=φ}.

Pontos cr´ıticos deste funcional s˜ao soluc¸˜oes fracas da equac¸˜ao da curvatura m´edia para gr´aficos de Killing m´ınimos, isto ´e, com curvatura m´edia nula e fronteira prescrita. Isto significa que os extremizantes deIs˜ao func¸˜oes lipschtzianas com derivadas definidas em quase toda parte

-satisfazendo a equac¸˜ao da curvatura m´ediaH = 0e dado de fronteira prescrita no sentido das distribuic¸˜oes.

A lagrangianaF ´e o elemento de volume do gr´aficoΣ. De fato, calcula-se

X1∧. . .∧Xn= (∂1+u1∂s)∧. . .∧(∂n+un∂s)

=∂1∧. . .∧∂n+ n

X

i=1

ui∂1∧. . .∧∂i−1∧∂s∧∂i+1∧. . .∧∂n.

Sendo assim, temos

X1∧. . .∧Xn = |∂1∧. . .∧∂n|

∂s

|∂s|− |

∂s||∂1∧. . .∧∂n|σijui∂j

= |∂s||∂1∧. . .∧∂n| γ∂s−Ψ∗∇u

= 1

γ|∂1∧. . .∧∂n|W N.

Portanto, resulta da identidade de Lagrange que

p

detgij =

q

dethXi, Xji=|X1∧. . .∧Xn|

= 1

γ

p

γ+|∇u|2p

detσij.

A equac¸˜ao de Euler-Lagrange que caracteriza extremos deI´e

∂F ∂u −

F ui

p

γ+|∇u|2 !

,i

= 0, (2.11)

onde a v´ırgula denota derivadas parciais. Entretanto, temos

∂F ∂u = 0

e

∂F ∂ui =

1 2W√γ

∂ ∂ui(σklu

kul)p

detσkl=

G Wσiku

k= G

(25)

CAP´ITULO 2. GR ´AFICOS DE KILLING 23

onde

W =pγ+|∇u|2 e G= F

W =

1

γpdetσkl.

Dado que Gui W ,i =G ui W ,i + u iG ,i

W =G

ui W

,i

+Gu

i

W

2γγi +∂i √

detσkl

√ detσkl

,

obtemos a partir de (2.11) que

− ui W ,i + 1 W

uiγi

+ u

i

W

∂i√detσkl

√ detσkl

= 0.

Uma vez que

p

detσkl=|∂1∧. . .∧∂n| e ∇∂i(∂1∧. . .∧∂n) =

n

X

j=1

Γjij∂1∧. . .∧∂n

temos

∂i√detσkl

√ detσkl

= Γjij.

Conclu´ımos que (2.5), no caso particular em queH = 0, ´e a equac¸˜ao de Euler-Lagrange paraI

como afirmado. Restringindo o funcionalIao impor um v´ınculo sobre o volume, caracterizamos

(26)

Cap´ıtulo 3

Resultados de Existˆencia

O seguinte resultado geral foi demonstrado em [6] para o caso mais geral em que a distribui-c¸˜ao associada ao campo de Killing n˜ao ´e integr´avel. Neste contexto, a existˆencia de folhas integrais, em que s˜ao fixadas coordenadas locais para efetuar os c´alculos, ´e substitu´ıda pela seguinte configurac¸˜ao: a variedade M ´e o espac¸o total de uma submers˜ao riemanniana π :

M P, ondeP ´e uma variedade riemanniana ndimensional n˜ao necessariamente imersa

emM, de tal modo que o campoY ´e tangente `a distribuic¸˜ao vertical, unidimensional, definida porq 7→ kerπ∗(q). Fixado um dom´ınio Ω P, exigimos, portanto, que exista uma imers˜ao

ι: ¯ΩM transversal `as linhas de fluxo deY no cilindro de KillingM0sobreΩ¯. Tal cilindro

´e simplesmente definido porπ−1

(Ω). A curvatura m´edia da fronteira do cilindro de Killing, ou seja, do cilindro de KillingK =π−1

(Γ)sobreΓ =∂Ω´e denotada porHcyl.

No enunciado abaixo,Ricdenota o tensor de Ricci deM. A hip´otese sobre o tensor de Ricci implica que a curvatura m´edia de cilindros de Killing geodesicamente paralelos n˜ao decresce ao movermos os cilindros na direc¸˜ao de seu vetor curvatura m´edia.

Teorema 1. (Veja [6])SejaPum dom´ınioC2,αcom fecho compacto, cuja fronteira

deno-tamos porΓ. Suponhamos queHcyl >0e, al´em disso, que

inf

M Ric≥ −ninfΓ H 2

cyl. (3.1)

Dadas as func¸˜oesH ( ¯Ω)eφC2,α(Γ), suponha que exista uma imers˜aoC2,αι: ¯

M tranversal `as linhas de fluxo deY emM0. Se

sup

Ω |

H| ≤inf

Γ Hcyl, (3.2)

ent˜ao existe uma ´unica func¸˜aouC2,α( ¯Ω)satisfazendou|Γ=φcujo gr´afico de KillingΣtem

curvatura m´ediaH.

(27)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 25

Estes resultados estendem, para ambientes riemannianos bastante gerais, o teorema cl´assico de existˆencia de James Serrin [19]. Um caso interessante per si de aplicac¸˜ao do Teorema 1 assegura a existˆencia de gr´aficos helicoidais em espac¸os euclidianos e, mais geralmente, em submers˜oes riemannianas. O resultado abaixo foi demonstrado em [7].

Teorema 2. (Veja [7]) Seja P um dom´ınio C2,α cuja fronteira denotamos por Γ.

Suponhamos queHcyl ≥0 eRicM| ≥ −ninfΓHcyl2 . Considere H ∈ Cα( ¯Ω)eφ ∈ C2,α(Γ)

func¸˜oes tais que

|H| ≤inf

Γ Hcyl.

Ent˜ao, existe uma ´unica func¸˜aou C2,α( ¯Ω)satisfazendou|Γ =φcujo gr´afico helicoidal tem

curvatura m´ediaHe dados de fronteiraφ.

Apresentamos, na sequˆencia, alguns resultados parciais cujas demonstrac¸˜oes envolvem menor aparato t´ecnico, conquanto utilizem as id´eias centrais do m´etodo empregado nas situac¸˜oes mais gerais.

3.1

O M´etodo da Continuidade

Aplicamos o m´etodo da continuidade (v. [9]) `a fam´ılia de problemas definidos por

Qσ[u] = 0, u|Γ=σφ, (3.3)

ondeσ[0,1]e

Qσ[u] =Aijui;j +BnσH.

O subconjunto I de [0,1]consistindo nos valores deσ para os quais o problema de Dirichlet correspondente tem uma soluc¸˜aoC2,α ´e n˜ao-vazio, uma vez que0 I. A hip´oteseHs ≤ 0

implica queI ´e aberto, o que segue diretamente do Teorema da Func¸˜ao Impl´ıcita (v. [9], Teorema 17.6). O fato de que I ´e fechado deriva das estimativas a priori demonstradas na sequˆencia deste trabalho. Deste modo, por conexidade de[0,1], conclu´ımos que1 I, siginificando que o problema de Dirichlet original (2.6) admite soluc¸˜ao. Para maiores detalhes, mencionamos ao leitor `a referˆencia cl´assica [9].

(28)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 26

A parte da unicidade de soluc¸˜oes nos resultados segue tanto do Pr´ıncipio do M´aximo para equac¸˜oes el´ıpticas quase-lineares quanto de um argumento geom´etrico utilizando uma f´ormula do fluxo, consequˆencia do Teorema da Divergˆencia aplicado ao campo de KillingY, o qual ´e livre de divergˆencia.

Analisamos, no que segue, apenas alguns casos particulares em que a construc¸˜ao de barreiras requer ferramentas anal´ıticas mais simples, de emprego direto. Indicamos ao leitor as referˆencias [5], [6] e [7] para detalhes completos sobre a prova dos teoremas 1 e 2 acima.

3.2

Esferas Geod´esicas como Barreiras

Nesta sec¸˜ao, exibimos barreiras de natureza geom´etrica cuja existˆencia, todavia, requer condic¸˜oes mais restritivas sobre a geometria do ambiente, ou sobre as func¸˜oes de curvatura m´edia prescrita admiss´ıveis.

Teorema 3 (Veja [5]). Seja P um dom´ınio C2,α, limitado, com bordo Γ, contido em

um disco normal geod´esico de raior0. Suponha queinfMRicM ≥ −(n−1)kpara alguma constante positivak. SejamH Cα( ¯Ω)eφ C2,α(∂Ω)dados. Suponha queHcyl ≥0, que

sup|H| ≤infΓHcyle que

r0 ≤

1 √

kcoth

−1supΩ|H| √

k .

Ent˜ao, existe uma ´unica func¸˜aou C2,α( ¯Ω)satisfazendou|

Γ=φ, cujo gr´afico de Killing tem

curvatura m´ediaH.

Segundo a hip´otese do Teorema 3, supomos que a curvatura de Ricci ´e limitada inferior-mente, isto ´e, que exista uma constante positivaktal que

RicM ≥ −(n−1)k.

Neste caso, apresentamos uma estrat´egia para obter estimativas de altura parau. O m´etodo em considerac¸˜ao se baseia no Teorema de Comparac¸˜ao do Hessiano e adota esferas geod´esicas como barreiras.

Fixamos um pontooPe consideramos a func¸˜ao distˆanciar=dist(o, ·). SejaHn+1(k)

o espac¸o hiperb´olico com curvatura seccional constantekerhypa respectiva func¸˜ao distˆancia

com respeito a um dado ponto. O Teorema de Comparac¸˜ao do Laplaciano (cf. [18], p. 5, Corol´ario 1.1) assegura que

∆r∆Hn+1(−k)rhyp

(29)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 27

com mesmo raior0, ent˜ao as curvaturas m´edias das respectivas esferas geod´esicas, calculadas

com respeito ao gradiente das distˆancias, satisfazem

−H∂B ≤ −H∂Bhyp =−

kcoth√k r0.

Assim, supondo que a func¸˜ao prescritaHsatisfaz

r0 ≤ √1

kcoth

−1 maxΩ|H| √

k ,

deduzimos que

|H| ≤H∂B.

Logo, supondo, ainda, que o dom´ınioΩesteja contido em um disco geod´esico de raior0 em

P, conclu´ımos que a esfera geod´esica correspondente emM ´e uma barreira para estimativasC0

do problema (2.6). Para obtermos esta estimativa, ´e suficiente movermos uma esfera geod´esica ao longo das linhas de fluxo deY e ent˜ao aplicar o Princ´ıpio do M´aximo a uma vizinhanc¸a do primeiro ponto de contato entre o gr´aficoΣe a esfera.

3.3

Esferas de Curvatura M´edia Constante

Supomos, agora, que a m´etrica induzida emP´e invariante por rotac¸˜oes. Mais precisamente,

que a m´etrica emP´e da forma

dr2+ξ2(r)dθ2,

quando escrita em termos de coordenadas(r, θ)R+×Sn−1

, ondedθ2denota a m´etrica usual

em Sn−1

. Supomos, ademais, que ̺ = ̺(r), isto ´e, que a norma do campo de Killing n˜ao depende deθ. Neste caso, a m´etrica ambiente ´e escrita em termos de coordenadas cil´ındricas

s, r, θcomo

̺2(r)ds2+ dr2+ξ2(r)dθ2

e M um produto duplamente warped com respeito a func¸˜oes da coordenada r. Neste caso particular que, todavia, inclui todos os exemplos vistos no Cap´ıtulo 1, demonstra-se o seguinte teorema por recurso `as barreiras geom´etricas naturalmente definidas.

Teorema 4. Suponha que a m´etrica induzida emP´e da forma

dr2+ξ2(r)dθ2

para uma dada func¸˜aoξ, ondedθ2 ´e a m´etrica canˆonica na esfera unit´ariaSn−1

. SejaP

(30)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 28

SejamH Cα( ¯Ω)eφC2,α(∂Ω)dados. Suponha queHcyl ≥0, quesupΩ|H| ≤infΓHcyl

e que

sup

Ω |

H| ≤ − ̺(r0)ξ

n−1 (r0) Rr0

0 ̺(r)ξn

−1(r)dr

onde̺=|Y|2. Ent˜ao, existe uma ´unica func¸˜aouC2,α( ¯Ω)satisfazendou|

Γ=φcujo gr´afico

de Killing possui curvatura m´ediaH.

As barreiras s˜ao hipersuperf´ıcies rotacionalmente invariantes com curvatura m´edia constante. Uma hipersuperf´ıcie rotacionalmente invarianteΣ0 ´e parametrizada por uma imers˜ao

R×Sn−1

→M cuja express˜ao coordenada ´e dada por

(u, θ)7→(s(u), r(u), θ),

ondeu´e o parˆametro comprimento de arco da curva perfilθ=θ0. Isto significa queu´e definido

por̺2s˙2+ ˙r2 = 1e que a m´etrica induzida emΣ0 ´e

du2+ξ2(u)dθ2.

Se Σ0 possui curvatura m´edia constanteH0, ent˜ao as coordenadas da curva perfil satisfazem

uma equac¸˜ao de primeira ordem dada pela f´ormula do fluxo. Na f´ormula do fluxo no apˆendice, fixamosΓcomo o c´ırculo geod´esico de raior=r(u), dado pela intersecc¸˜ao deΣ0e a folhaPs,

ondes=s(u). Assim, consideramosDcomo o disco geod´esico emPscom raior =r(u). O

vetor conormal ´e a velocidade unit´arias∂˙ s+ ˙r∂r. Finalmente, o campo de KillingY corresponde

ao campo coordenado∂s. Assim, temos

hY, νi=̺2(r(u)) ˙s e hY, NDi=hY,

Y

|Y|i=̺(r(u)).

Portanto, reunindo essas express˜oes na f´ormula do fluxo, obt´em-se

c = nH0 Z D ̺+ Z Γ ˙

s̺2=nH0 Z r

0 Z

Sn−1

̺ξn−1

drdθ+

Z

Sn−1

˙

s̺2ξn−1

dθ. (3.4)

Como estamos integrando em um valor fixo dese, portanto, em um valor fixo deu, temos

nH0 Z r

0

̺ξn−1

dr+ ˙s(r(u))̺2(r)ξn−1

(r) = c

ωn

.

Derivar esta express˜ao com respeito auresulta em uma EDO de segunda ordem, a qual carac-teriza hipersuperf´ıcies invariantes com curvatura m´edia constanteH0. As soluc¸˜oes compactas

(31)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 29

exemplos compactos correspondem a tomarc = 0. Por outro lado, nos pontos de m´aximo para

r, temos̺2s˙2 = 1e, deste modo,

nH0 Z r0

0

̺(r)ξn−1

(r)dr+̺(r0)ξn−1(r0) = 0,

onder0 ´e o valor m´aximo der. Assim, a curvatura m´edia de um exemplo compacto,

rotacional-mente invariante, com raio m´aximor0, satisfaz

nH0 =−

̺(r0)ξn−1(r0) Rr0

0 ̺(r)ξn

−1(r)dr =:−F(r0).

Se supusermos queΩ Pest´a contida num disco geod´esico com raior0, ent˜ao essas esferas

com curvatura m´edia constante s˜ao barreiras para a altura do gr´afico de Killing com curvatura m´edia prescritaH(x)satisfazendo

n|H(x)| ≤F(r0).

O valor de F(r0) pode ser dado explicitamente em casos particulares tais comoHn+1(−k) e

Hn(k)×R.

3.4

Apˆendice: uma f´ormula do fluxo

Considere uma hipersuperf´ıcie Σem M com bordo Γ e outra hipersuperf´ıcie Dtal que ΣDlimita um dom´ınioU emM. SejaHuma func¸˜ao, suposta constante ao longo das linhas de fluxo deY. Escolha uma orientac¸˜ao deΣDdada pelo campo normal unit´arioN ao longo deΣeNDao longo deD. Pela equac¸˜ao de Killing, temos

divMHY =HdivMY +h∇¯H, Yi= 0.

Assim, aplicando o Teorema de Stokes ao dom´ınioU, temos

0 =

Z

U

divMHY =

Z Σ

HhY, Ni+

Z

D

HhY, NDi.

No entanto, se considerarmos um referencial ortonormalN, e1, . . . , enadaptado aΣ, deduzimos

da equac¸˜ao de Killing que

0 =X

i

h∇¯eiY, eii=

X

i

h∇¯eiY

T, e ii+

X

i

h∇¯eiN, eii=divΣY

T

−nHhY, Ni.

Logo, aplicando uma vez mais o Teorema de Stokes, desta vez `aΣ, obtemos

n

Z Σ

HhY, Ni=

Z Γh

(32)

CAP´ITULO 3. RESULTADOS DE EXIST ˆENCIA 30

onde ν ´e o co-normal exterior unit´ario deΣ ao longo Γ. As duas express˜oes obtidas acima podem ser reunidas naf´ormula do fluxo

n

Z

D

HhY, NDi+

Z Γh

Y, νi= 0.

Uma variante ´util deste racioc´ınio ´e a de se considerar uma hipersuperf´ıcieΓemΣn˜ao hom´ologa a zeroΣtal queΓ =∂D. Ent˜ao, temos

n

Z

D

HhY, NDi+

Z Γh

Y, νi=c,

(33)

Cap´ıtulo 4

Estimativas do Gradiente

Nesta sec¸˜ao, consideramos o caso particular em queM =P×R´e o produto riemanniano.

Neste caso,Y =∂sum campo de vetores paralelo e suas linhas de fluxo s˜ao geod´esicas.

Supo-mos que RicM ≥ 0e que∂Σ = ∂Ω. Al´em disso, supomosH constante. Sob estas hip´oteses,

pretendemos demonstrar o seguinte resultado de existˆencia.

Teorema 5. SejaPum dom´ınioC2,αcom fecho compacto, cuja fronteira denotamos por

Γ. Supomos queHcyl>0e, al´em disso, queRic≥0. Dada uma constante n˜ao-negativaHtal

que

H <inf

Γ Hcyl, (4.1)

ent˜ao existe uma ´unica func¸˜aouC2,α( ¯Ω)satisfazendou|

Γ= 0cujo gr´afico de KillingΣtem

curvatura m´ediaHe bordoΓ.

No que segue, podemos supor, sem perda de generalidade, queY tem norma constante igual a1. Neste cap´ıtulo, denota, excepcionalmente, a conex˜ao riemanniana no gr´aficoΣ. Al´em disso,∆Σou∆denotam, ambos, o operador de Laplace-Beltrami emΣ.

A fim de obtermos estimativas de altura e do gradiente, definimos as func¸˜oes

h=s|Σ

e

Θ =hY, Ni.

Em termos n˜ao-param´etricos, temosh = ue Θ = 1/W. Fixado um sistema de coordenadas geod´esicas local{ei}ni=1emΣcom∇ei(p) = 0, para algump∈Σ, calculamos

h∇h, eii=h∇¯s, eii=h∂sT, eii,

(34)

CAP´ITULO 4. ESTIMATIVAS DO GRADIENTE 32

ondeT denota a projec¸˜ao tangente sobreTΣ. Assim, segue que

∇h=∂sT =∂s−ΘN.

Diferenciando mais uma vez no pontop, temos

h∇ei∇h, eji=h∇¯ei∂s, eji −Θh∇¯eiN, eji=hAΣei, ejiΘ,

ondeAΣindica o operador de WeingartenAΣ=−∇¯N emΣ. Logo,

∆Σh=nHΘ.

Agora, temos

h∇Θ, eii=h∇¯eiN, ∂si=−hAΣei, ∂

T

si=−hAΣ∂Ts, eii.

Portanto,

∇Θ =AΣ(∂sT),

o que resulta em

−h∇ei∇Θ, eji=h∇eiAΣ(∂

T

s), eji=h(∇eiAΣ)∂

T

s, eji+hAΣ(∇ei∂

T s), eji

=h(T

sAΣ)ei, eji+h ¯

R(ei, ∂sT)N, eji+h∇ei∂

T

s, AΣeji

=h∇T

s AΣei, eji − hAΣ(∇∂Tsei), eji+h ¯

R(ei, ∂sT)N, eji+h∇ei∂

T

s, AΣeji

=∂sThAΣei, eji − hAΣei,∇∂T

seji − h∇∂Tsei, AΣeji+h ¯

R(ei, ∂sT)N, eji+h∇ei∂

T

s, AΣeji

=∂sThAΣei, eji+hR¯(ei, ∂sT)N, eji −Θh∇¯eiN, AΣeji =∂sThAΣei, eji+hR¯(ei, ∂sT)N, eji+ ΘhAΣei, AΣeji.

Utilizamos, nos c´alculos anteriores, a equac¸˜ao de Codazzi

(UAΣ)V −(∇VAΣ)U = ¯R(U, V)N, U, V ∈Γ(TΣ).

Tomando trac¸os na express˜ao acima e levando em conta queH = trAΣ/n ´e constante, segue

que

−∆ΣΘ =Ric(∂sT, N) +|AΣ|2Θ.

No entanto, como∂s´e campo de vetores paralelo, temos

¯

R(X, Z)∂s= 0, X, Z ∈Γ(T M).

Assim, conclu´ımos que

(35)

CAP´ITULO 4. ESTIMATIVAS DO GRADIENTE 33

Em particular, devemos apenas que verificar queΘ´e uma func¸˜ao superharmˆonica emΣ. Como

H0, observamos que

∆Σ(Hh+ Θ) = (nH2− |AΣ|2−Ric(N, N))Θ≤0, (4.3)

isto ´e, queHh+ Θuma func¸˜ao superharmˆonica emΣ. Como∂Σ = ∂Ω, temosh|∂Ω = 0e,

portanto,

min

Σ (Hh+ Θ)≥minΓ Θ

Agora, fixamospΓcomo um ponto ondeΘatinge seu m´ınimo. Note que

min

Σ Θ≥minΓ Θ = Θ(p).

Ent˜ao, seνdenota a direc¸˜ao co-normal unit´aria sobreΓapontando para dentro deΣ, deduzimos que

ν(Θ)0.

Isto implica que

hAΣ(∂sT), νi=−h∇Θ, νi ≤0.

No entanto, comoΓP,

sT =h∂s, νiν

ou, equivalentemente, posto que∂s= ΘN +h∂s, νiν, obtemos

h∂s, νihAΣν, νi ≤0.

Como o gr´afico est´a localmente contido (globalmente, de fato) no semi-espac¸o s 0, temos h∂s, νi ≥0. Ent˜ao, conclu´ımos que

hAΣν, νi ≤0.

Agora, consideremos um sistema de coordenadas ortonormal tangente emTpΣformado porν(p)

e um sistema de coordenadas ortonormal locale1, . . . , en−1paraΓ⊂P. Ent˜ao, calculamos em

p

nH =hAΣν, νi −

n−1

X

i=1

h∇¯eiN, eii.

Todavia,

(36)

CAP´ITULO 4. ESTIMATIVAS DO GRADIENTE 34

Portanto, obtemos

nH =hAΣν, νi −

n−1

X

i=1

h∇¯eiη, eiihN, ηi=hAΣν, νi −

n−1

X

i=1

h∇Peiη, eiihN, ηi,

o que implica

nH =hAΣν, νi+ (n−1)HΓhN, ηi=hAΣν, νi+nHcylhN, ηi ≤nHcylhN, ηi.

Elevando ao quadrado ambos os lados da ´ultima desigualdade, obtemos, tendo em conta que

H0e quehN, ηi ≤0,

H2 ≥ hN, ηi2Hcyl2 = (1− hN, ∂si2)Hcyl2 ,

o que implica

Θ2(p) H

2

cyl−H2

H2 cyl

.

Se supusermos que

|H|<inf

Γ Hcyl,

ent˜ao obtemos uma estimativa n˜ao trivial paraΘ(p)e, portanto, para minΓΘe paraminΣΘ.

Isto produz automaticamente uma estimativa de altura, uma vez que

Hh+ 1Hh+ Θmin

Γ Θ = Θ(p)≥ v u u t

H2

cyl−H2

H2 cyl

,

o que implica

h

1

r

1HH22 cyl

|H| .

Deste modo, provemos tamb´em estimativas globais do gradiente, uma vez que 1

p

1 +|∇u|2 = Θ.

(37)

Cap´ıtulo 5

Gr´aficos Helicoidais: um Prot´otipo

para o Caso N˜ao-Integr´avel

A fim de formular a noc¸˜ao exata de gr´afico helicoidal, vamos inicialmente definir o con-texto geom´etrico em que trabalhamos neste cap´ıtulo. Ent˜ao, apresentamos a prova do resultado geral de existˆencia, baseado fortemente no Teorema 1. Finalmente, discutimos a vers˜ao particu-lar do teorema de existˆencia no caso de variedades produtoM2×R, o que, obviamente, inclui

o espac¸o euclideano.

Seja(Pn, dσ2)uma variedade Riemanniana dotada de um campo de KillingS0. Dada uma

func¸˜ao positiva̺C∞

(M)tal queS0(̺) = 0, consideramos o produtowarped

Mn+1 =Pn×̺R

com a m´etrica

dσ¯2=̺2dt2+dσ2. (5.1) Denotamos porS o levantamento vertical deS0 pela projec¸˜ao(p, t) ∈ M 7→ p∈ P. Portanto,

´e f´acil ver queS ´e um campo de Killing em(M, dσ¯2). Assim, dadas constantesa, b Rcom

b6= 0, segue que

Y =aS+bT

´e um campo de Killing emM, ondeT =∂t. IdentificandoPn`a hipersuperf´ıcie imersaP×{0} ⊂

M, denotamos porΨ : R×PM o fluxo gerado porY.

A seguir, por comodidade, relembramos a notac¸˜ao empregada anteriormente, adaptada ligeira-mente ao caso de gr´aficos helicoidais, em que a distribuic¸˜ao ortogonal aY n˜ao ´e necessariamente integr´avel.

(38)

CAP´ITULO 5. GR ´AFICOS HELICOIDAIS: UM PROT ´OTIPO PARA O CASO

N ˜AO-INTEGR ´AVEL 36

Dado um dom´ınio limitado ΩemPn com bordoΓ, ogr´afico helicoidal de uma func¸˜aou

definida emΩ¯ ´e a hipersuperf´ıcie

Σn={Ψ(u(p), p) :p}.

OcilindroKsobreΓ´e a hipersuperf´ıcie regrada pelas linhas de fluxo deY ao longo deΓ, i.e.,

K={q= Ψ(s, p) :sR, pΓ}

eHcyldenota a curvatura m´edia deste cilindro relativamente `a normal apontando para dentro.

No enunciado abaixo, RicM denota mais uma vez o tensor de Ricci ambiente.

Teorema 2. Sejaum dom´ınio C2,α limitado em Pn. Suponha queHcyl 0 e RicM

−ninfΓHcyl2 . SejamH∈Cα( ¯Ω)eϕ∈C2,α(Γ)dados tais que

|H| ≤inf

Γ Hcyl.

Ent˜ao, existe uma ´unica func¸˜ao u C2,α( ¯Ω) satisfazendo u|Γ = φ cujo gr´afico helicoidal

possui func¸˜ao curvatura m´ediaHe fronteira prescritaφ.

5.1

Prova do Teorema 2

Considere a submers˜aoπ: M Pdefinida identificando-se os pontos ao longo das linhas de

fluxo deY¯, i.e.,

π(Ψ(s, p)) =p,

ondesRep Pn. Sejav1, . . . ,vnum referencial local definido emPn. Por exemplo,

podemos tomar um referencial de coordenadas relativo a um sistema de coordenadas locais em

Pn. Ent˜ao, sejaD1, . . . , Dno referencial de vetores b´asicosπ-relacionado av1, . . . ,vn. Segue

queπ ´e uma submers˜ao Riemanniana de considerarmosPnmunido da m´etrica definida por

hvi(p),vj(p)i=hDi(Ψ(s, p)), Dj(Ψ(s, p))i̺,

onde,·i̺denota a m´etrica (5.1) emMn+1. Agora, a prova segue diretamente do Teorema 1.

5.2

Gr´aficos helicoidais em

M

2

×

R

Consideraremos agora o caso em queP=P2 ´e munido de uma m´etrica invariante por rotac¸˜oes.

(39)

CAP´ITULO 5. GR ´AFICOS HELICOIDAIS: UM PROT ´OTIPO PARA O CASO

N ˜AO-INTEGR ´AVEL 37

como

ds2=dr2+ψ2(r)dθ2

para alguma func¸˜ao diferenci´avel positivaψ.

Definimos coordenadas cil´ındricasr, θ, zna variedade produtoM3=P2×R. Identificamos P2com o planoz= 0. Dado o campo de KillingθemP2ea, bRcomb6= 0, ent˜ao

Y =a∂θ+b∂z

´e um campo de Killing emM3. Em termos de coordenadas cil´ındricas, o fluxo gerado porY ´e descrito por

Ψs(r, θ, z) = (r, θ+as, z+bs), s∈R.

Como no caso geral, definimos a submers˜aoπ: M3P2identificando pontos de mesma ´orbita

ao longo de um ponto deP2. Portanto,

π(r, θ, z) = (r, θa bz).

Note que os campos de vetores ∂r e−b∂θ +aψ2∂z geram o subespac¸o horizontal de π com

respeito `a m´etrica emM3. Al´em disso,

π∗∂r=∂r, π∗∂θ=∂θ, π∗∂z =−

a

b∂θ, (5.2)

implica que os campos vetoriais horizontais

D1 =∂r, D2= b

a2ψ2+b2(b∂θ−aψ 2

z)

s˜aoπ-relacionados aos campos vetoriais∂r e∂θ emR2, respectivamente. Portanto, a m´etrica

emM3restrita ao subespac¸o horizontal tem componentes

hD1, D1i= 1, hD1, D2i= 0, hD2, D2i=

b2ψ2 a2ψ2+b2.

Assim, conclu´ımos queπ: M3 P2 ´e uma submers˜ao Riemanniana se considerarmos emP2

a m´etrica

ds2 =dr2+ b

2ψ2

a2ψ2+b2 dθ 2.

(40)

CAP´ITULO 5. GR ´AFICOS HELICOIDAIS: UM PROT ´OTIPO PARA O CASO

N ˜AO-INTEGR ´AVEL 38

Corol´ario 1. Seja R2 um dom´ınio limitado C2,αcom bordoΓtal queHcyl 0. Sejam

H(Ω)eφC2,α(Γ)dados tais que

|H| ≤inf

Γ Hcyl.

Ent˜ao, existe uma ´unica func¸˜aou C2,α( ¯Ω)satisfazendou|

Γ =φcujo gr´afico helicoidal em

R3possui curvatura m´ediaHe bordo prescritoφ.

´

(41)

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