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A comunicação interna das escolas de música do ABC paulista: desbravando a teia de suas redes sociais

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA. EDUARDO DANTAS SOARES. A COMUNICAÇÃO INTERNA DAS ESCOLAS DE MÚSICA DO ABC PAULISTA: DESBRAVANDO A TEIA DE SUAS REDES SOCIAIS. São Paulo 2015 1.

(2) EDUARDO DANTAS SOARES. A COMUNICAÇÃO INTERNA DAS ESCOLAS DE MÚSICA DO ABC PAULISTA: DESBRAVANDO A TEIA DE SUAS REDES SOCIAIS INTERNAL COMMUNICATION OF MUSIC SCHOOLS IN THE ABC PAULISTA: PIONEERING THE WEB OF THEIR SOCIAL NETWORKS. Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho - UNINOVE, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Administração de Empresas. ORIENTADOR: Prof. Reed E. Nelson, PhD. São Paulo 2015 A COMUNICAÇÃO INTERNA DAS ESCOLAS DE MÚSICA DO ABC PAULISTA: DESBRAVANDO A TEIA DE SUAS REDES SOCIAIS. 2.

(3) Por EDUARDO DANTAS SOARES. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração, sendo a banca examinadora formada por:. Prof. Dr. Charles Kirschbaum – Instituto de Ensino e Pesquisa - INSPER. Prof. PhD Reed Elliot Nelson - Universidade Nove de Julho – UNINOVE (Orientador). Prof. PhD Manuel A. S. Portugal V. Ferreira - Universidade Nove de Julho – UNINOVE. São Paulo, 25 de Março de 2015. 3.

(4) DEDICATÓRIA. Dedico este trabalho à minha família, a minha noiva, aos professores do PPGA e aos membros do Sinabestam, pelo apoio incondicional durante todo o mestrado, pela confiança e pelos ensinamentos acadêmicos e de vida.. AGRADECIMENTOS. 4.

(5) Agradeço ao meu orientador prof. Dr. Reed Elliot Nelson, por ter me aceitado como orientando no meio do curso, mesmo sabendo de minhas dificuldades e limitações, acreditando em minha capacidade e me orientando sobre todos os passos de minha pesquisa. À UNINOVE, por me propiciar a chance de cursar um mestrado de Administração de alto nível de forma gratuita, sem o qual eu não teria condições de dar continuidade aos meus estudos. À CAPES, que por meio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares, concedeu apoio financeiro durante o ano de 2013 e 2014 para que eu pudesse me dedicar exclusivamente ao mestrado.. Às escolas de música que se propuseram a me ajudar de forma extremamente comprometida com a captação correta dos dados. As minhas parceiras de trabalho Taty, Marjorie, Lizandra e Thais, que me liberaram da jornada convencional de trabalho, me cobrindo e se dedicando para o sucesso do trabalho em minha ausência, juntamente com toda a equipe de professores. Aos meus pais João e Lídia, que me apoiaram o quanto puderam para que eu conseguisse superar as todas as dificuldades, evoluindo e atingindo um grau maior nos estudos. À minha irmã Flávia, por cuidar de minha mãe em todos os momentos em que fui obrigado a me ausentar. À minha noiva Tuani, que com muito amor e paciência, me ajudou a superar meus medos e limitações, cuidando de mim, de minha sanidade mental e de minha alimentação, para que eu não desistisse e aguentasse todas as dificuldades. Aos meus amigos de sala, em especial o Gustavo, o Leonardo, o Marcos, o Rodolfo e o Júlio por estarem do meu lado sempre, me ensinando, me apoiando nos momentos mais difíceis, fazendo com que essa jornada fosse etilicamente suavizada. A toda equipe do Hospital Cristóvão da Gama, que ajudou a salvar minha mãe da morte, devido a um AVC no início do segundo semestre de 2014, próximo a minha qualificação, por me acalmar e cuidar muito bem de minha querida mãezinha, além de permitir que eu usasse o computador na enfermaria para escrever essa dissertação enquanto acompanhava minha mãe por muitas noites.. 5.

(6) “We shall defend our island, whatever the cost may be, we shall fight on the beaches, we shall fight on the landing grounds, we shall fight in the fields and in the streets, we shall fight in the hills; we shall never surrender!” Winston Churchill RESUMO. 6.

(7) A crescente discussão sobre quais serão as formas de comunicação que irão dominar as estruturas organizacionais nas empresas modernas vem ganhando muitas contribuições acadêmicas, porém elas parecem estar entrando em um conflito quanto a sua função organizacional. Muitos autores defendem que as comunicações virtuais irão substituir a comunicação cara-a-cara com plena suficiência. Outra linha de pesquisadores afirma que a comunicação virtual é utilizada apenas para contatos simples, como a marcação de uma reunião, porém as decisões sérias das empresas somente serão tomadas cara-a-cara. Com base nessa premissa foi investigada três escolas no ABC Paulista para saber como estava funcionando a comunicação interna destas escolas e como é realizada a sua comunicação formal. Como principal resultado dessa pesquisa, foi identificado que a amizade é um fenômeno que impulsiona os contatos virtuais e que, mesmo em ambientes onde os colaboradores não estão sempre presentes, a comunicação cara-a-cara continua sendo usada como principal meio de comunicação formal.. Palavras-chave: Redes sociais, cara-a-cara, comunicação virtual.. ABSTRACT. 7.

(8) The growing discussion about what are the forms of communication that will dominate the organizational structures in modern companies is gaining many academic contributions, but they seem to be entering a conflict as its organizational function. Many authors argue that virtual communications will replace the face-to-face communication with all-sufficiency. Another line of research states that virtual communication is used only for simple contacts, as marking a meeting, but the serious business decisions will only be taken face-to-face. Based on this assumption was investigated three schools in the ABC Paulista to know how was working internal communication of these schools and how its notification is performed. The main result of this research, it was identified that friendship is a phenomenon that drives the virtual contacts and that, even in environments where employees are not always present, face-to-face communication is still used as the primary means of notification.. Keywords: social networks, face-to-face, virtual communication.. Sumário 8.

(9) 1.. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1. 2.. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 23 2.2 Redes sociais ................................................................................................................... 23 2.3 A riqueza da informação ................................................................................................. 28 2.3.1 A comunicação cara-a-cara e seu nível de efetividade ............................................ 28 2.3.2 As equipes virtuais e seu desempenho nas comunicações ....................................... 32. 3.. METODOLOGIA DA PESQUISA................................................................................ 34 3.1 Forma de abordagem da pesquisa ................................................................................... 35 3.2 A organização da pesquisa .............................................................................................. 43. 4.. RESULTADOS ................................................................................................................ 47 4.1 Apresentação dos Resultados.......................................................................................... 47 4.2 Discussão dos Resultados ............................................................................................... 74. 5.. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 78. REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 81. 9.

(10) Índice de Tabelas. 1.. Tabela 1. Número de publicações redes sociais & riqueza da informação ................ 16. 2.. Tabela 2. Números de citações ....................................................................................... 17. 3.. Tabela 3. Setores .............................................................................................................. 45. 4.. Tabela 4 – Declarações de contatos semanais Guitar Point ........................................ 49. 5.. Tabela 5 – Contatos semanais Pastore .......................................................................... 50. 6.. Tabela 6 – Contatos semanais RIFF Musical ............................................................... 51. 7.. Tabela 7 – Centro e periferia Guitar Point ................................................................... 52. 8.. Tabela 8 – Densidade centro e periferia Guitar Point ................................................. 53. 9.. Tabela 9 – Densidade de setores Guitar Point .............................................................. 54. 10. Tabela 10 – Centro e periferia Pastore.......................................................................... 55 11. Tabela 11 – Densidade centro e periferia Pastore ........................................................ 56 12. Tabela 12 – Densidade de setores Pastore ..................................................................... 56 13. Tabela 13 – Centro e periferia RIFF Musical............................................................... 58 14. Tabela 14 – Densidade centro e periferia RIFF Musical ............................................. 59 15. Tabela 15 – Densidade de setores RIFF Musical .......................................................... 60 16. Tabela 16 – Densidade dos setores com o setor 1 ......................................................... 60 17. Tabela 17 - Densidade dos setores com o setor 4 .......................................................... 61 18. Tabela 18 - Teste de Normalidade ................................................................................. 62 19. Tabela 19 - Correlações de Tau-de-Kendall ................................................................. 63 20. Tabela 20 – Qui-quadrado mídias eletrônicas e cara-a-cara ...................................... 64 21. Tabela 21 – Qui-quadrado amizade e mídias eletrônicas ............................................ 66 22. Tabela 22 – Qui-quadrado amizade e Contatos Cara-a-Cara .................................... 66 23. Tabela 23 – Aprovações Guitar Point ........................................................................... 68 24. Tabela 24 – Aprovações Pastore .................................................................................... 69 25. Tabela 25 – Aprovações RIFF Musical ......................................................................... 70 26. Tabela 26 – Conselhos Pessoais Guitar Point ............................................................... 71 27. Tabela 27 – Conselhos Pessoais Pastore ........................................................................ 72 28. Tabela 28 – Conselhos Pessoais RIFF Musical ............................................................. 73 29. Tabela 29 – Regressão com Dummy .............................................................................. 74. 10.

(11) 1. INTRODUÇÃO. Atualmente o conceito de mídia social está presente no topo da agenda de muitos executivos, tomadores de decisão e consultores, pois eles buscam, incessantemente, identificar as maneiras pelas quais as empresas podem fazer um uso rentável desses meios de comunicação, como YouTube, Facebook, Twitter ou E-mail, mesmo sem compreender totalmente o que significa o termo mídias sociais (Kaplan & Haenlein, 2010). Porém, alguns autores, como Nozawa (2012), alertam que estes atos de ofuscação, incluindo a ocultação da apresentação pessoal na vida cotidiana, tende a nos obrigar a reorganizar nosso próprio quadro epistemológico modernista, por se tratar da concepção de uma nova e complexa forma de organização social, que irá confrontar as mais diversas ideologias sociais. Em meio a essa discussão sobre as formas mais efetivas da comunicação, alguns autores defendem uma espécie de comunicação intermediária entre a comunicação virtual e a comunicação cara-a-cara, como Cornelius et al. (2013). Esse autor entende que a inclusão dos gestos naturais do corpo, funcionam como um moderador entre uma maior ou menor compreensão de uma mensagem para uma equipe, seja de forma cara-a-cara ou de forma virtual. Desse modo, a Internet e suas possibilidades de experiência on-line se tornaram uma parte generalizada e quase essencial da sociedade moderna, provocando uma preocupação especial dos acadêmicos quanto a aparente deficiência de encontros on-line e sua capacidade de produzir conhecimento útil para as organizações, que passaram a pesquisar diferentes tipos de abordagens comunicativas, como a abordagem netnográfica proposta por Grabher e Ibert (2014). A proposta destes autores foi de analisar o conteúdo das contribuições em nove comunidades híbridas virtuais em fóruns online. Com seus resultados, eles passaram a propagar que mesmo na ausência de proximidade física ou relacional, essas comunidades online possuem a capacidade de produzir conhecimento economicamente útil, além de que eles poderiam obter oportunidades técnicas únicas e dinâmicas sociais que promovam processos de aprendizagem, supostamente inatingíveis em contextos cara-a-cara (Grabher & Ibert, 2014). A ideia de que esse modelo de comunicação virtual seria a nova realidade dentro das organizações, assumindo que todos os seus membros estão em rede, e, em uma rede virtual seria possível realizar todas as tarefas exigidas por uma organização, fere diretamente o 11.

(12) conceito de equivocidade da comunicação proposto por Daft e Lenguel (1984), que defende a comunicação cara-a-cara como a de maior efetividade e menor grau de equivocidade entre os atores, sendo a mais usada para os contatos formais dentro das organizações. Estes autores definem o termo riqueza da informação como a capacidade que a informação tem de alterar a compreensão de seu receptor em um determinado intervalo de tempo, buscando descrever e avaliar meios de comunicação dentro das organizações. Um dos argumentos do trabalho de Daft e Lengel (1984) é que o desempenho organizacional melhora quando os membros da equipe usam uma comunicação mais rica de informação para tarefas que podem possuir um alto grau de equivocidade. A compreensão de Carlson & Zmud (1999) sobre esse tema argumenta que a teoria da riqueza das comunicações procurou expor o fato de que se uma mensagem é equívoca, ela não pode ser clara e, portanto, possui um maior grau de dificuldade para o receptor compreender sua real intenção, e, quanto mais equívoca uma mensagem, mais pistas e dados se fazem necessários para compreendê-lo. Esta seria a premissa para que fosse criada uma escala contínua que pudesse representar a riqueza de um meio de comunicação e de sua capacidade de se comunicar de forma adequada para uma mensagem complexa (Carlson & Zmud, 1999). Para esses autores, uma mensagem simples, como a intenção de se organizar uma reunião, defindo apenas a data e o local, poderia ser comunicada em um curto e-mail, mas uma mensagem com mais detalhes sobre o desempenho e as expectativas de trabalho de uma pessoa, seria melhor comunicada por meio da interação cara-a-cara. Esta teoria é explicitada por um quadro com indicadores, indo de baixa equivocidade com baixa incerteza sobre uma comunicação clara e bem definida, para alta equivocidade e crescente incerteza, resultando em uma alta equivocidade e elevada incerteza, sendo eventos ambíguos que que precisam de uma intervenção dos comunicadores para resolver este problema (Carlson & Zmud, 1999). Esse quadro mostra a comunicação cara-a-cara como o meio de comunicação mais rico e de menor equivocidade, os meios comunicacionais seguintes seriam a vídeo conferência, telefone, rádio e cartas endereçadas (incluindo e-mail), sendo estas comunicações com riqueza moderada e crescente nível de equivocidade. As comunicações não endereçadas, como cartazes expostos pela organização, possuem o maior nível de equivocidade comunicacional e, portanto, é entendida como o meio de comunicação mais pobre. 12.

(13) Sendo assim, a comunicação cara-a-cara é o meio comunicacional mais adequado para a realização de tarefas que exigem alta presença social, como reuniões de diretoria sobre assuntos específicos, ao passo que os meios de comunicação como o e-mail e cartas escritas são mais adequadas para as tarefas com baixos requisitos de presença social (King & Xia, 1997). O objetivo do trabalho sobre a comunicação de Daft e Lengel (1984) era de lidar com o desafio de identificar as equivocidades da informação, tais como mensagens pouco claras ou confusas e interpretações conflitantes de mensagens. Posteriormente, identificar-se-ia os problemas causadores da pobreza de conteúdo da comunicação, diminuindo assim, os erros de interpretação, ocasionados pela veiculação da informação. Por fim, seria possível proporcionar um melhor gerenciamento da comunicação interna da organização, por se tratar de uma mensagem com riqueza de clareza quanto ao seu intuito (Trevino, Daft, & Lengel, 1990). Logo surgiram pesquisadores interessados em testar este modelo de análise para verificar sua força e veracidade quanto a esta relação da comunicação com o desempenho organizacional. Começaram então a aparecer autores que defendiam que os resultados de suas pesquisas não encontraram apoio para a proposição central da teoria da riqueza social, combinando riqueza de comunicação com equivocidade tarefa, e que essa teoria acabou por não melhorar o desempenho da organização (Dennis & Kinney, 1998). O discordancia de ideias sobre as comunicações entre os autores também pode ser observada entre as conclusões de Heller et al. (2010), que propõe que os modos de comunicação dependem da natureza da tarefa ser realizada, havendo uma alternância da comunicação facea-face e da comunicação virtual como principal meio comunicador e os autores que defendem que a comunicação cara-a-cara é a forma mais apropriada de comunicação para a realização de tarefas mais ambíguas ou não estruturadas. Para Heller et al. (2010), entre a comunicação cara-a-cara ou a comunicação virtual, sempre um será mais eficaz para a realização de determinadas tarefas do que outro, e para Lin et al. (2008) a comunicação cara-a-cara sempre será mais efetiva em alguns temas específicos, como a definição da estratégia de uma organização, a tomada de decisões difíceis, resolver conflitos internos ou mesmo negociar com outra parte, como defende vários outros autores (Baltes et al. 2002; Hertel et al., 2005; Lin et al., 2008; Powell et al., 2004).. 13.

(14) Como é possível observar, parece haver um eminente conflito de teorias entre os autores que procuram explicar qual o meio mais efetivo da comunicação em uma rede organizacional e é com o objetivo de agregar informação a esse assunto que se desenvolveu esta pesquisa. A proposta desta dissertação foi de analisar os contatos formais e informais dentro de pequenas organizações voltadas para o ensino musical, procurando identificar suas intenções, motivações e formato, seja virtual ou cara-a-cara, para agregar conhecimento a esta discussão teórica ligada a comunicação em redes sociais nas organizações. Levou-se em consideração pré-disposições comportamentais, como a intenção de pedidos de conselhos pessoais, pois esse comportamente pode ser um intensificador comunicacional por algum tipo de mídia e, não necessariamente, fará parte das informações que são de interesse das organizações. O estudo procurou responder a seguinte pergunta de pesquisa: Como se dão as comunicações formais nas escolas livres de música, configuradas como microempresas, do ABC Paulista? Para atingir esse objetivo foram utilizadas algumas técnicas quantitativas de análise de redes sociais, como análise de blockmodels, demonstração das densidades entre as populações das redes sociais, análise de centro e periferia, a técnica estatística de correlação e qui-quadrado entre os dados obtidos para buscar uma melhor compreensão sobre como se dão tais comunicações, e quais destes tipos de comunicação são voltadas para a acepção formal da organização. A escolha das técnicas de análise de redes sociais para buscar a resposta para esse problema se deu pelo fato de que esse modelo de estudo de rede pode trazer significados sobre quais seriam os efeitos da posição estrutural de uma empresa, pois a análise de redes é um tipo de sociologia estrutural que se baseia numa exposição clara dos efeitos das relações sociais sobre o comportamento individual e grupal (Mizruchi, 2006). Além de ser eficiente no fornecimento dos resultados, Sarker et al. (2011) apontam que, uma correta análise sobre uma rede social de uma estrutura organizacional, pode proporcionar a conscientização da comunicação dentro da comunidade pesquisada, tornando essa técnica como um dos pontos fortes da aplicação dos estudos de rede, pois ela consegue se aproximar dos indivíduos para examinar as novas formas organizacionais. Seu detalhamento engloba a localização da rede, extrapolando a sua localização física para uma relação demográfica sobre as atitudes de trabalho existentes dentro da estrutura organizacional das empresas (Pfeffer, 1991). 14.

(15) A ideia principal da análise de redes sociais é que a estrutura das relações sociais determina o conteúdo comunicacional dessas relações, rejeitando a noção de que as pessoas são combinações de atributos, ou de que as instituições são entidades estáticas com limites claramente definidos (Mizruchi, 2006). Todos os processos que foram estudados nas empresas ocorrem no nível de interações concretas entre pessoas ou grupos, e não em termos de descrições gerais destas interações, sendo assim, o estudo das estruturas organizacionais concentrou-se nos comportamentos interdependentes que constituem a estrutura, tornando a análise de redes sociais, com uma abordagem matemática sobre os contatos ou ligações específicas da rede, muito apropriada para este fim (Nelson, 1984; Wasserman, 1994; Mizruchi, 2006) . Ao observamos especificamente o lado das relações pessoais que compõe uma estrutura organizacional, torna-se importante destacar alguns atributos destas relações, como a frequência das interações, o grau de simetria, a configuração, o conteúdo e a natureza das relações para entendermos de que forma elas acontecem, como acontecem e o porquê acontecem para se buscar o nível de riqueza da informação dentro das organizações (Daft & Lengel, 1986; Dennis & Kinney, 1998; Dennis & Valacich, 1999; Levin & Cross, 2004) e guiar este trabalho. Aliado a isso, vale ainda ressaltar que as atuais mudanças das redes de comunicação e as formas de organização deste século podem ser consideradas rápidas e dramáticas, pois a nossa realidade coletiva recebe avanços tecnológicos espetaculares por meio das tecnologias de comunicação em favor da globalização em seus amplos aspectos, mudando a forma da comunicação, o seu contexto e a cultura comunicativa das organizações (Monge & Contractor, 2001). Em paralelo a esta realidade, os pesquisadores de redes sociais procuram relacionar as comunicações formais de uma rede organizacional com as comunicações emergentes (que deve ser entendida de forma diferente de uma comunicação informal) usadas pelas modernas redes sociais das organizações, para buscar uma melhor compreensão, não somente para os formatos praticados pela comunicação, mas estender esta compreensão para o comportamento organizacional e sua cultura (Monge & Contractor, 2001). Segundo Borgatti e Foster (2003) houve uma grande explosão das pesquisas de redes sociais, devido em partes por uma mudança geral de comportamento, começando na segunda metade do século XX, afastando-se a ideia individualista e essencialista em relação a entendimentos mais relacionais, contextuais e sistêmicos das organizações, conforme 15.

(16) demonstra a tabela a seguir, obtida por uma bibliometria realizada pelo autor, na base de dados Web of Science ® em Dezembro do ano de 2014:. . Tabela 1 – Número de publicações redes sociais & riqueza da informação. Fonte: O autor. A tabela 1 representa a quantidade de trabalhos acadêmicos publicados com ênfase no tema de redes sociais e a riqueza da informação, confontando o número de publicações de acordo com o ano em questão. Foram analisadas as publicações dos últimos 20 anos, utilizando como palavras-chave da pesquisa as redes sociais e a riqueza da informação, que deveriam constar no resumo do trabalho publicado, de forma que se houvesse apenas uma palavra ou outra, o trabalho em questão deveria se descartado. Esses resultados acabaram revelando o crescente número de citações sobre o assunto, indicando uma forte aderência do termo redes sociais com a pesquisa sobre a qualidade da informação praticada nas organizaçoes. O total de citações sobre o assunto foi de 14.928, sendo que o número de citações sem as auto-citações ficou na casa de 13344, possuindo um crescimento anual contínuo, sendo identificados na ferramenta utilizada para a pesquisa, que foi a base de dados Web of Science ®, mais de 10600 artigos referentes ao assunto, considerando a temática de revistas especializadas em comunicações, antropologia, ciencias sociais aplicadas, sociologia, ciência da computação e economia & negócios. A tabela a seguir demonstra um gráfico que relaciona o número de citações de acordo com os últimos 20 anos, veja:. 16.

(17) Tabela 2 – Números de citações. Fonte: o autor. O artigo mais citado sobre esse assunto foi escrito por Daft e Lengel (1984), muito provavelmente devido ao fato de que, nesse artigo, eles explicitaram à academia, um dos principais modelos para o entendimento da qualidade da informação ante a uma análise de redes sociais, propondo assim a teoria de riqueza da informação. Além da teoria da riqueza da informação de Daft e Lengel (1983), se fez necessário compreender como a sociologia vem tratando as formas de comunicação para que se atinja um maior entendimento da proposta deste trabalho. A sociologia vem estudando os formatos da comunicação de diversas formas, incluindo o aspecto organizacional. Granovetter (1973) argumenta que a quantidade de sobreposição entre as redes de amizade de dois indivíduos varia diretamente com a força de seu vínculo com o outro. O resultado de seu estudo propôs que a experiência pessoal dos indivíduos está intimamente relacionada com os aspectos de grande escala da estrutura social, bem além do controle dos indivíduos particulares. Os laços dos relacionamentos, antes analisados por White (1963), inspiraram a pesquisa empírica de Granovetter (1973) sobre a qualidade dos laços, identificando dois principais laços de relacionamento: laços fortes e laços fracos. Os laços fracos são entendidos como essenciais para as oportunidades dos indivíduos e para a sua integração na comunidade. Pelo contrário, fortes laços são usados para produzir coesão local e levar à fragmentação total de uma relação (Granovetter, 1973). Nesse sentido, a sociologia, utilizando-se da análise de redes sociais, passou a ser associada diretamente com as organizações e suas comunicações (Granovetter, 1973; Granovetter, 1983; Dennis e Kinney, 1998; Hansen, 1999, Levin & Cross, 2004). 17.

(18) Esta relação pode embasar as pretensões deste estudo, que tem a intenção de conciliar as formas pelo qual a comunicação se dá, observando as premissas de Daft e Lengel (1983), juntamente com os motivos pelo qual ela se dá, segundo Granovetter (1973). Para as organizações, uma grande preocupação sobre as formas de comunicação, é de como elas se dão de maneira formal e informal, além de observar, como elas cumprem ou não o seu papel de transmitir uma informação de interesse da organização (Kunsch, 2003). As organizações que foram pesquisadas são conhecidas academicamente como escolas livres de música (Hentschke & Oliveira, 2000). Segundo estes autores, as escolas livres de música se configuram por meio de um formato organizacional que conta com a mistura de profissionais da música formados e não formados, pois esse tipo de atividade é uma importante opção de trabalho e sustento para milhares de músicos brasileiros (SEBRAE-SC, 2013). Um dos motivos de se pesquisar este tipo de instituição é a sua característica de possuir colaboradores que não estão presentes na organização durante todo seu horário comercial. Esses colaboradores se deslocam para a escola somente no horário de suas aulas, que variam de duas a trinta horas por semana, de acordo com a disponibilidade de horários de cada professor. Por não se tratar de uma organização que cumpre horários comerciais, esse deslocamento do horário no núcleo dos professores possa interferir no formato da comunicação entre a administração e este colaborador, pois o mesmo pode não estar na escola para receber um comunicado ou pedir uma aprovação de projeto. Perez (1998) defende que as escolas alternativas de música são um instituto de iniciação segundo a perspectiva acadêmica e técnica de ensino musical, voltada para alunos que possuem o desejo de aprender um instrumento por lazer ou desejam adquirir conhecimento musical que possibilite sua aprovação em vestibulares, corroborando o entendimento de Hentschke & Oliveira (2000). Esses autores agregam ainda que essas organizações são institutos de ensino tradicional de instrumento associado à teoria e solfejo, com pouco, ou quase nada de desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva sobre o objeto de estudo. O objetivo principal deste modelo organizacional é lecionar música aos alunos que não possuem graduação ou conhecimento técnico suficiente para ingresso nas universidades (Hentschke & Oliveira, 2000). O estudo deste modelo de organização se torna relevante pelo fato de que são organizações caracterizadas pela prestação de serviços, e possuem um contínuo crescimento em sua demanda, pois o mercado de instrumentos musicais está crescendo na casa de 10% ao ano 18.

(19) desde o ano de 1992 até o ano de 2012, que obteve um volume de vendas totalizado 625 milhões de Reais no ano, somando um crescimento de aproximadamente 110% no período analisado (SEBRAE-SC, 2013). Segundo a Associação Brasileira de Música (ABEMUSICA), 69% de todo o faturamento do mercado de instrumentos musicais está atrelado ao estudante de música brasileiro, indicando o crescimento na demanda da prestação desse serviço em especial, pois a movimentação financeira do setor pode ser medida por meio da comparação da venda de instrumentos musicais novos no Brasil (SEBRAE-SC, 2013). A perspectiva financeira do mercado de instrumentos musicais foi otimista para o ano de 2014, pois o mercado saltou de 625 milhões de Reais no ano de 2012 para 705 milhões de Reais efetivados em 2013 (O ESTADO DE SÃO PAULO, 2013), levando a perspectiva de um aumento de 11% para o ano de 2014, estimando-se um mercado de 782,5 milhões de Reais (ABEMUSICA, 2013). Porém o crescimento das escolas livres de música parece não estar acompanhando esta demanda, pois não há um significativo aumento no número de escolas de música no Brasil, que mantém, há mais de 10 anos, a média de 1200 escolas de música, sendo que 300 estão na região da Grande São Paulo (SEBRAE-SC, 2013). A escolha pelo tema voltado para a análise das comunicações nas organizações e seu grau de efetividade por meio da técnica de análise das redes sociais pode ser justificada por inúmeras formas, porém foi destacado especialmente modalidades, sendo elas a acadêmica, a gerencial e a social. Academicamente, serão apresentadas duas linhas distintas de estudo para justificar esta pesquisa e seus resultados, sendo que uma, se apoiará na literatura sobre faccionalismo e suas consequências para as organizações, e a segunda linha, será apoiada na relevância das redes sociais para evitar o dualismo. Os estudos sobre o faccionalismo tiveram início com o uso do termo facção, que foi muitas vezes citado, mesmo que de forma vaga, para designar grupos de diferentes níveis de complexidade estrutural, cuja única característica em comum parece ser que esses grupos estão em conflito direto com outros grupos semelhantes (Boissevain, 1964), podendo, inclusive, gerar uma verdadeira competição entre os grupos, que passam a ser rivais (Brumfiel & Fox, 2003). Para Boissevain (1964), o faccionalismo pode ser entendido como um grupo vagamente ordenado, em conflito com outro grupo, semelhante a ele, e, geralmente, o conflito se concentra sobre um determinado assunto. 19.

(20) Não seria necessariamente um grupo de empresas, pois essa competição pode estar relacionada a contextos referentes a uma mudança capaz de transformar uma realidade social de uma região (Brumfiel & Fox, 2003), pois não é apropriado considerar como facções pessoas que detêm visões opostas sobre um determinado assunto. A menos que eles possam ser vistos como algum tipo de unidade e de liderança, muito embora, possa se relacionar a uma organização, e, em um determinado período, é possível que mais de uma organização venha a se tornar um grupo de uma ordem mais elevada, levando inclusive a inapropriação do termo facção, pois a antiga facção teria se solidificado e assumida uma certa permanência (Boissevain, 1964). Ediger et al. (2010) argumenta que as facções podem ser diagnoticadas pelas análises quantitativas de redes sociais, pois na análise de redes sociais, o analista se interessa em especial nos atores com a maior pontuação percebida pelos respondentes dos questionários, explicitando quantitativamente a rede de relações na unidade analisada. Alguns pacotes de software de análise de redes sociais exigem inclusive que o usuário escolha uma representação de dados que esteja de acordo com a estrutura do gráfico e a análise a ser executada (Ediger et al., 2010). A identificação de uma facção pode ajudar aos interessados a tomarem decisões quanto a localização geográfica dos atores e sua rede de comunicação, para atenuar as sua ações, que podem ser prejudiciais aos objetivos das pessoas que possuem o poder legal de decidir, trilhar e aplicar as regras gerais da comunidade ao qual a facção está atuando (Sherouse, 2014, p. 5). Porém Boissevain (1964) alertava para o fato de que uma facção nem sempre é prejudicial a sociedade, pois pode ser o agente responsável por melhorias e avanços dentro de uma realidade estática. O segundo constructo da justificativa deste estudo aborda diretamente as redes sociais e sua relação com o dualismo e o formalismo, pois os estudos sobre o dualismo são fortemente influenciados pela pesquisa social de dualismo estrutural, formulada pela primeira vez de maneira sistemática pelo holandês J.H. Bõeke (Medeiros, 1994). O estudo de Bõeke (1953) se focou na economia dualista da Indonésia, antiga possessão colonial holandesa, oferecendo uma teoria do dualismo, onde este termo passaria a se referir sobre as distorções e disfunções da estruturação das sociedades constituídas por dois conjuntos opostos, fortemente diferenciados e em grande medida incompatíveis e incomunicáveis: um arcaico e outro moderno.. 20.

(21) Segundo Nelson (2006), dualismos são duplicações de ações, não planejadas, frutos de distorções nas rotinas das organizações. Uma forma muito comum do dualismo é o formalismo, comumente caracterizado quando utilizamos a comunicação direta para obter uma aprovação, e somente depois do sucesso da solicitação, comunicamos ao departamento responsável para o pedido de aprovações, somente para cuidar da parte burocrática do projeto, pois o mesmo já estava aprovado (Nelson, 2006, p.146-147). Existe então, uma diferença entre o que foi pré-estabelecido e o que se faz usualmente pelos colaboradores da organização, impactando diretamente a cultura organizacional da empresa (Vieira & Carvalho, 2003, p. 78). A análise das redes sociais permite que, ao se expor os dados tratados, seja possível explicitar como a estrutura social da organização afeta o comportamento dos atores sociais nela inseridos, podendo-se compreender de uma forma mais clara, os motivos que levam uma organização possuir uma determinada cultura ou disfunção (Freeman, White, & Romney, 1992), sendo então, possível identificar um comportamento de dualismo na organização, que servirá de informação para os seus tomadores de decisão. Essas informações podem se demonstrar relevantes para os tomadores de decisão de pequenas empresas, pois esse profissional corre permanentemente o perigo de investir seus preciosos recursos com base em uma definição incorreta, ou plausível no momento, porém incompleta sobre o ambiente em que atua (Drucker, 1998). Pode-se considerar ainda, os diferentes papéis entre a quantidade de informação, qualidade da informação e pensamento na decisão para a satisfação dos consumidores com a percepção da existência da riqueza da informação transmitida de forma digital, pois segundo Gao et al. (2012), já se percebeu a existência do uma relação direta entre a qualidade da informação e satisfação do consumidor para a sua tomada de decisão ao comprar produtos online. Com esta dimensão, cria-se a possibilidade de se estudar as interações entre as relações formais e informais, permitindo inclusive o cruzamento desses dados para a assunção de um conhecimento que poderia estar oculto na organização, além de permitir analisar outros tipos de relações por meio de análises matemáticas incidentes na quantificação dos contatos formais realizados pela organização (Wasserman, 1994). A justificativa gerencial de se pesquisar sobre como são transmitidas as informações dentro de uma estrutura organizacional abordará a possibilidade de se obter uma vantagem para o tomador de decisões por possuir informações que possam diminuir a sua volição, pois a 21.

(22) interpretação das informações pode influenciar e, em muitos casos, determinar a própria natureza da experiência individual, incluindo a cognição, emoção e motivação (Markus & Kitayama, 1991). O padrão de depleção do ego sugere que, justamente, recursos internos como a cognição, a emoção e a motivação são usados pelos comportamentos pessoais de tomada de decisões. Esse recurso responde ativamente a um comando cerebral, exercendo assim, o autocontrole para um gestor tomar ou não uma decisão segundo o seu nível de volição no momento da tomada de decisão (Baumeister, Bratslavsky, Muraven, & Tice, 1998). A volição (também conhecido como força de vontade) está envolvida em diversas funções do comportamento humano: tomar decisões, fazer escolhas, assumir responsabilidades, iniciar ou inibir um comportamento (Baumeister et al., 1998). Sendo assim, a informação prévia, como este estudo pretende apresentar em seus resultados, pode reduzir a resistência subseqüente, causada pela volição, principalmente quando os argumentos da mensagem foram específicos. Como um contra-argumento, este comportamento parece ser um processo de auto– regulação, que pode ser prejudicado quando os recursos de auto-regulação já foram previamente diminuídos (Wheeler, Briñol, & Hermann, 2007). A justificativa social deste trabalho abrange a importância que as microempresas tem para disseminar o crescimento econômico, gerar empregos e renda local, além de ser responsável diretamente pela melhora das condições de vida da população, possuindo indicadores que confirmam que esse segmento empresarial demonstra uma grande importância não só na economia brasileira, mas na economia mundial (Portal Brasil, 2013). A contribuição das microempresas é reconhecida pelo Governo Federal Brasileiro em seu site oficial BRASIL (2013), por seu potencial de absorção de mão de obra, inclusive aquela com maior dificuldade de inserção no mercado, como jovens em busca pelo primeiro emprego e as pessoas com mais de 40 anos, além de entenderem que as pequenas empresas brasileiras também são capazes de dinamizar a economia dos municípios e bairros das grandes metrópoles. Segundo dados mais recentes do IBGE, as MPEs representam aproximadamente 20% do Produto Interno Bruto brasileiro, sendo responsáveis por quase 60% dos 94 milhões de empregos no país, além de constituir 99% dos 6 milhões de estabelecimentos formais existentes no país, sendo que maior parte dos negócios que são considerados legalmente como microempresas, estão localizados na região Sudeste, com cerca de 3 milhões de empresas (IBGE, 2014). 22.

(23) Esse modelo de organização desempenha um papel fundamental no quadro sócioeconômico internacional, pois garante a sobrevivência e a dignidade de uma grande parte da população mundial, e, apesar de ser um fato antigo, somente há pouco mais de 20 anos é que estas empresas passaram a ser mais intensamente estudadas pelos acadêmicos de todo o mundo (Lima, 2001).. 1. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico irá abordar o tema de estrutura organizacional, redes sociais, a riqueza da informação por serem teorias essenciais para uma melhor compreensão sobre o estudo.. 2.2 Redes sociais. As redes sociais possuem importantes definições no meio acadêmico, sendo que uma delas advém do estudo de Powel et al. (1996) que entende que este campo de estudo compreende um grupo de pessoas ou organizações interligadas direta ou indiretamente, apontando que a estrutura em rede é capaz de intensificar as relações sociais entre seus atores e, consequentemente, maximizar a aprendizagem dos indivíduos e o acúmulo de conhecimento pela organização. 23.

(24) Wasserman (1994) esclarece que a forma de se analisar e estudar as organizações, a partir de uma identificação sobre como as pessoas se comunicam, teve seu início por linhas de pesquisa diferentes da administração empresarial, pois os seus conceitos centrais da relação entre rede e estrutura surgiram, quase que de forma independente, e, em diversos segmentos dos estudos sociais, como a antropologia, por meio dos trabalhos de Barnes (1954) e Mitchell (1956). Segundo Hoff et al. (2002) a pesquisa quantitativa em redes sociais tem uma longa história acadêmica, que remete pelo menos a Moreno (1934), que já buscava formas de se analisar os grupos de uma forma numérica para se chegar em conclusões que fossem úteis para a psicologia, corroborando assim o pensamento de Wasserman (1994) que aponta que uma outra linha de estudos que se interessou pelas redes sociais foi a psicologia social, com os trabalhos de Moreno, Cartwright, Newcomb e Bavelas. O trabalho de Moreno (1934, p. 14–15) defende que sempre que duas ou mais pessoas estão funcionando como um grupo social (pois o grupo não só consiste nos indivíduos, mas sim, em suas ações coletivas), é possível expressar as relações que os indivíduos mantêm entre si por meio de uma quantificação dos aspectos imateriais, imponderáveis e invisíveis da relação, permitindo assim, a soma matemática de um determinado número de indivíduos, para funcionar como um grupo social. Wasserman (1994) esclarece ainda que o termo redes sociais, apesar de ser estudado por alguns pesquisadores desde 1930, é fortemente atribuído John Barnes, que pode ter sido o primeiro pesquisador a usar este termo específico em seu estudo de 1954, chamado Class and committees in a Norwegian Island Parish. O artigo de Barnes (1954) já observa uma rede social com líderes, gerenciamento estipulado à pessoas chaves, classes sociais e uma rotina comum entre as pessoas da comunidade, que de alguma forma, possuía suas raízes em um passado de uma classe social que industrializou rotinas em seu modo de interagir, seja de forma interna, ou de forma externa a sociedade local. As redes de comunicação podem ser entendidas como padrões de contato que são criados pelo fluxo de mensagens entre os comunicadores através do tempo e do espaço, pois o conceito de mensagem poderá ser entendido em seu sentido mais amplo, para se referir a dados, informações, conhecimentos, imagens, símbolos e quaisquer outras formas simbólicas que podem se mover de um ponto em uma rede para outra, podendo ainda ser co-criados por membros da rede (Pilny, Atouba, & Riles, 2014). 24.

(25) Estas redes assumem muitas formas nas organizações contemporâneas, incluindo redes de contatos pessoais, fluxos de informação dentro de cada grupo e entre esses grupos, alianças estratégicas entre empresas e organizações de rede global, explicando assim, a criação, manutenção e dissolução desta complexa rede interorganizacional (Jablin & Putnam, 2001, p. 445–446). O desempenho de uma rede social está diretamente relacionado a dois fatores, sendo que o primeiro é a conectividade e a coerência. A conectividade é a capacidade da estrutura organizacional facilitar a comunicação de forma clara entre os componentes da rede e a coerência se relaciona com o compartilhamento de interesses entre os participantes da rede (Nohria & Eccles, 2000, p. 1161–1162). Esta linha de pensamento, defendida por esses autores, sugere que a estrutura em rede tem uma tendência de favorecer a troca de conhecimento pela linguagem comum e pela proximidade da natureza dos problemas existentes entre os membros da rede. A rede social segundo Tomaél et al. (2006) é uma configuração peculiar ao ser humano devido ao fato de que ele tende a se agrupar com seus semelhantes e a partir deste agrupamento, ele passa a possuir uma tendência de estabelecer relações dos mais variados tipos, como relações de trabalho e de amizade. Essas relações são baseadas em diversos interesses que se desenvolvem e se modificam conforme a sua evolução na rede, podendo ser mais ou menos intensa, designando assim, os laços da amizade (Granovetter, 1983), onde o indivíduo vai delineando e expandindo essa rede conforme sua aderência a realidade social (Tomaél et al., 2006). As redes sociais analisadas são entendidas por Marteleto (2001) como uma técnica capaz de perceber os fluxos de informação e as construções sociais e simbólicas de determinados grupos. As redes passam a representar um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados, pois constituem uma das estratégias subjacentes utilizadas pela sociedade para o compartilhamento da informação e do conhecimento, mediante as relações entre atores que as integram (Tomaél et al., 2006). Essa relação entre os atores de uma rede podem ser chamadas de contatos, e como contatos, abre-se a possibilidade de mensuração sobre as formas de contato, sobre as quantidades desses contatos e a intenção ou motivo pelo qual se estabeleceu um contato. Granovetter (1977) desenvolveu uma noção de mensuração para os contatos, separandoos como contatos de laços fracos (weak ties), que ganha notoriedade no estudo devido à serem diagnosticados como fundamentais para manutenção da rede social, ultrapassando a hipótese 25.

(26) de que isto se deveria aos laços fortes (strong ties), que obtinha maior atenção dos pesquisadores. Para se compreender melhor esta mensuração sobre os contatos, Granovetter (1977) demonstrou que as pessoas que possuíam laços fortes (caracterizado como uma relação que possui afeto, reciprocidade e frequência), estavam inseridas em uma mesma rede social, e formavam verdadeiros clusters. As pessoas identificadas com uma relação de laços fracos (para isto bastaria faltar apenas um dos três itens citados como necessários para a composição de um laço forte) possuíam igual importância devido ao fato de que seriam responsáveis por fazer a conexão entre vários grupos sociais, permitindo assim a formação de uma rede e não ilhas de clusters isoladas entre si. Essa mensuração, quando usada dentro de uma organização, pode ser entendida como centro (alta densidade comunicacional) e periferia (baixa densidade comunicacional). Isso gerou a primeira hipótese dessa dissertação: H1. Há formação de centro e periferia nas organizações estudadas. Watts e Strogatz (1998) corroboram este pensamento, com a afirmação de que a distância média entre quaisquer dois nós de uma rede muito grande, seja em suas principais visões, as biológicas, ou, seja em um ambiente social, não ultrapassaria um pequeno número de nós, pois dependerá apenas de algumas ligações aleatórias entre grupos para que a relação seja estabelecida. Isso apoia a segunda e a terceira hipóteses testada: H2. A densidade entre os índices de comunicação dentro de um setor é maior do que entre os setores; H3. Os índices de densidade entre os membros da diretoria são maiores do que entre os membros da diretoria e os membros de outros setores; Nesse sentido, uma estrutura em rede virtual, pode melhorar o processo de aprendizagem e entendimento da comunicação, pelo fato de aproximar indivíduos que, embora atuem distantes um dos outros, são conectados por estruturas que intensificam a comunicação e a troca de conhecimento, pois Walczack (2005) afirma que o desenvolvimento de equipes de conhecimento, competentes em determinada área do conhecimento, é o primeiro passo em direção às redes eletrônicas de conhecimento, as quais devem ser integradas por um fluxo de informação vertical (canais de comando) e horizontal (relacionamento entre os indivíduos da rede). Podemos ressaltar ainda algumas questões que possuem uma delicada situação no contexto organizacional, pois essas questões estariam ligadas as formas de comunicação no ambiente organizacional, porém transcendem sua ligação para o desempenho da organização, como a liderança (Daim et al., 2012) e a gestão dos conflitos internos da organização (Moreno 26.

(27) et al., 2012), mesmo nas condições mais ambíguas (Daim et al., 2012), porém este conceito não foi especificamente observado neste estudo. Outra preocupação dos pesquisadores sobre esse meio de comunicação organizacional se volta para a mediação dos conflitos que podem ocorrer no ambiente virtual de trabalho, pois o conflito precoce de uma tarefa, pode desencadear subseqüentemente o conflito de relacionamento durante o trabalho em equipe, segundo Moreno et al. (2012). Esse autor acrescenta que os conflitos de tarefas nas fases iniciais do trabalho em equipe são capazes de prever os conflitos de relacionamento em fases posteriores do trabalho, principalmente em equipes que utilizem a comunicação cara-a-cara e a comunicação virtual para a realização do trabalho em equipe. Isso não ocorre durante o trabalho em equipe que utiliza breves mensagens de texto para se comunicarem, sugerindo então que essas formas mais compactas de comunicação poderiam beneficiar as equipes, ajudando a prevenir os conflitos de tarefa, e consequentemente, sua transformação em um futuro conflito de relacionamento (Moreno et al., 2012). Os movimentos dos povos, tecnologias, capital financeiro, entretenimento e ideologias podem representar o capital, os materiais, a mão de obra, as mensagens e símbolos que circulam entre os fornecedores, produtores e clientes, formando o que Hall (1990) chama de cultura global pós-moderna. Esse movimento representaria simultaneamente uma cultura global e uma cultura local, sendo que a abordagem de rede social é potencialmente mais apropriado do que as abordagens baseadas em atributos que têm sido utilizados em pesquisas anteriores para identificar essas relações (Sarker, Ahuja, Sarker, & Kirkeby, 2011). As suas bases de construção são dinâmicas, com relações efêmeras flexíveis, sendo que estes fluxos de rede passam a constituir a maior parte da atividade organizacional, tornando as organizações globais em relações de processo e não relações de lugares (Monge & Contractor, 2001). Esse novo tipo de relação de rede social pode propiciar um modelo mais socializado das motivações dos indivíduos para participar de informação organizacionais via intranet, possibilitando o compartilhamento por meio de repositórios coletivos de informação, além de possibilitar que a gestão possa aumentar os níveis de uso de intranet no nível do grupo para influênciar o convívio social e a formação específica para a tecnologia das comunicações (Yuan et al., 2005). 27.

(28) 2.3 A riqueza da informação. Este capítulo irá tratar da riqueza da informação, bem como seu desempenho organizacional nos dois tipos de comunicação ao qual o estudo se focará, sendo a comunicação cara-a-cara nas organizações e a comunicação eletrônica por equipes virtuais.. 2.3.1 A comunicação cara-a-cara e seu nível de efetividade. As formas como as comunicações se dão já vinham sendo estudadas, inclusive com a terminologia rica ou pobre, por linhas acadêmicas que extrapolavam as ciências sociais aplicadas, como por exemplo, seus estudos e proposições teóricas na área da antropologia (Wasserman, 1994). A luz da antropologia, as comunicações podem variar de acordo com o conceito de alta cultura ou baixa cultura, proposto por Hall (1976). Este autor argumentava que as comunicações de alto contexto tendem para uma característica que haja uma sensibilidade da população para entender os comportamentos não-verbais e estímulos ambientais para decifrar um significado. As comunicações de baixo contexto são mais verbalmente explícitas, com pouca confiança na 28.

(29) comunicação não declarada ou sutil. Esta premissa propõe que os indivíduos combinam o contexto específico da cultura pré-programada e uma informação para criar o seu significado. Kittler et al. (2011) entende que o uso desse contexto pode ainda incluir uma forma de variação entre as culturas e as classificações dos países que foram anexados ao conceito de Hall (1976), pois estas classificações dos países têm evoluído ao longo do tempo, classificando culturas (nacionais) como "de alto contexto" (AC) e "baixo-contexto" (BC). Seu estudo demonstrou que a maioria das pesquisas anteriores que utilizaram classificações como país AC / BC são baseadas, aparentemente, em pequenas evidências, com resultados mistos e muitas vezes contraditórios, revelado assim inconsistências nas classificações nacionais convencionais e mostrando que eles são falhos ou, na melhor das hipóteses, muito limitado. Recomenda o autor, uma maior atenção para como se dão as formas de comunicação em seus detalhes, sendo muito complexo definir se uma cultura, de todo um país, é AC ou BC, sem observar como estas comunicações se dão em ambientes particulares (Kittler et al., 2011). Para agregar conhecimento sobre esse tema, elaborou-se uma hipótese, que leva em consideração a amizade como forma de comunicação, indicando um alto contexto: H4. Há uma correlação significante entre número de comunicação eletrônica e declarações de amizade. Esta afirmação pode corroborar a ideia de que as ciências sociais perceberam, desde 1930, a importância dos padrões de conexão dos indivíduos para a compreensão do funcionamento da raça humana (Jablin & Putnam, 2001). Baltes et al. (2002) verificaram que os grupos cara-a-cara que realizaram tarefas intelectivas ou de tomada de decisão estavam mais satisfeitos com os resultados do que os grupos que realizaram a mesma tarefa de maneira virtual. Além disso, a comunicação cara-acara seria a mais apropriada quando se trabalha com clientes, sejam eles externos ou internos (Powell et al., 2004). Powel et al. (2004) alerta que embora alguns tipos de comunicação virtual possa aumentar a interação (como e-mail), a sua pesquisa sugeriu que houve um ganho significativo na manutenção no contato face-a-face com os clientes externos. Duke (2001) já defendia a premissa de que a comunicação virtual não se confirmou como um substituto para o valor que a comunicação face-a-face pode trazer a estrutura organizacional (Duke, 2001; Oxford Economics, 2009). Segundo Dennis e Valacich (1999), as comunicações que podem superar níveis desiguais de referência e promover um correto entendimento de questões ambíguas, em tempo 29.

(30) considerado hábil, são compreendidas com um maior grau de riqueza, ao contrário das comunicações que necessitam de um tempo maior para transmitir a real intenção do comunicador, que são considerados menos ricos. Para tentar trazer um pouco mais de conhecimento sobre isso em micro-ambientes organizacionais, foi formulada a quinta e última hipótese dessa dissertação: H5. Há uma correlação significante entre número de comunicação eletrônica e aprovações formais. Para entendermos um pouco mais sobre este assunto, podemos observar na figura abaixo, as relações propostas por Daft e Lengel (1983) se relacionando de acordo com sua forma de comunicação, sua efetividade e sua relação com a com a proposta de riqueza da informação oferecida pelos autores:. Figura 1. Hierarquia da riqueza da comunicação – Daft e Lengel (1986). A figura 1 reflete a busca por um meio eficiente de comunicação, entendendo que o objetivo principal da definição de um meio de comunicação é a redução da ambiguidade de uma mensagem, sendo esta uma premissa em comum entre os autores Daft e Lengel (1983), Dennis e Kinney (1998), Dennis e Valacich (1999), Carlson e Zmud (1999). Porém, para Dennis e Kinney (1998), o uso de informações, fornecendo os caminhos mais fracos (ou seja, comunicação mediada por computador) levariam à tomada de decisões mais lentas e mais ainda para a tarefa menos equívoca.. 30.

(31) Em suma, segundo estes autores, os resultados não encontraram apoio para a proposição central da teoria da riqueza social, combinando riqueza de comunicação com equivocidade tarefa, acabou por não melhorar o desempenho da organização (Dennis & Kinney, 1998). A disfunção da riqueza da informação seria a equivocidade, e esta passa a existir quando se há múltiplas e possivelmente conflitantes, formas de interpretação para a informação ou o quadro com o qual interpretá-lo. Se uma mensagem é ambígua, não é clara, e, portanto, tornase mais difícil para o receptor a decodifica-la de maneira correta (Dennis e Valacich, 1999). Carlson & Zmud (1999) agregam ainda que quanto mais equívoca uma mensagem, mais pistas e dados serão necessários para compreendê-lo, e os meios da teoria da riqueza da comunicação (Daft e Lengel, 1983) possui a capacidade de colocar esses meios de comunicação em uma escala contínua, representando assim a riqueza de um meio e de sua capacidade de se comunicar de forma adequada, gerando completo entendimento de uma mensagem complexa. Destacam-se sobre este assunto importantes trabalhos, como o Testing Media Richness Theory in the New Media: The Effects of Cues, Feedback, and Task Equivocality, de Dennis e Kinney (1998). Estes autores adaptaram o modelo original de Daft e Lengel (1984) para incluir meios mais modernos de comunicação, como a vídeo-conferência. Os resultados deste estudo apontaram para uma não confirmação do modelo de riqueza da informação adaptado as novas formas de se interagir, pois a riqueza da informação foi variada com base na multiplicidade de pistas fornecidas pela mensagem e pelo imediatismo da resposta. Os temas transmitidos como informações que obtiveram uma percepção da diferença de riqueza na informação, devido aos caminhos fornecidos, juntamente com seus comentários, combinando ainda a riqueza de equivocidade na tarefa, não melhorou a qualidade de decisão, tempo de decisão, a mudança de consenso, ou a satisfação de comunicação neste formato de estudo realizado por Dennis e Kinney (1998). Outros estudos posteriores conflitam esta premissa, pois os autores Dennis e Valacich (1999), publicaram em seu estudo chamado Rethinking Media Richness: Towards a Theory of Media Synchronicity, que a teoria da riqueza da informação de Daft e Lengel (1983) propunha que os meios de comunicação variavam em sua capacidade de permitir que os usuários que se comunicassem, mudando assim seu entendimento da proposição oferecida, sendo esta mutação a chamada riqueza, proposta por Daft e Lengel (1983).. 31.

(32) 2.3.2 As equipes virtuais e seu desempenho nas comunicações. As equipes virtuais já eram previstas pelo modelo de Daft e Lengel (1983) por meio da inclusão de comunicações como vídeo-conferência e e-mails em sua análise de efetividade das comunicações de acordo com a forma praticada pela organização. Os entendimentos sobre equipe virtual convergem em uma forma evolutiva de uma organização em rede impulsionado pelos avanços na tecnologia da informação e comunicação, pois Jarvenpaa e Ives (1994) esclarece que os alicerces dos processamentos de informações das organizações de ontem eram as máquinas de escrever, papel carbono, armários e um serviço de correio proporcionado pelo governo. As limitações dessas tecnologias de processamento de informação se davam pela necessidade de muitos trabalhadores alocados no mesmo espaço físico, porém, mesmo assim, as empresas conseguiam se organizar de forma muito eficiente, e se comportavam relativamente resistentes à mudança e as hierarquias de gestão (Jarvenpaa & Ives, 1994). Muitos autores defendem que existem tarefas em que a comunicação virtual pode ser mais eficaz, como as tarefas estruturadas, sem urgência ou passivas, que podem ser mais apropriadas quando são realizadas virtualmente (Dewar , 2006; Hertel et al., 2005; Lin et al., 2008; Powell et al., 2004). Segundo Hertel et al. (2005), um exemplo desta eficiência virtual é a constatação de que o brainstorming, realizado de forma eletronica, pode produzir resultados de maior qualidade do que quando realizado de forma cara a cara. Em casos em que a comunicação virtual é o modo escolhido para todas as tarefas, porém seria importante utilizar a melhor forma de contato virtual possível (Powell et al., 2004). Para Heller (2010) um exemplo de sincronicidade na comunicação como o áudio ou vídeo-conferência, deve ser utilizada ao se envolverem uma comunhão de conhecimentos ou tarefas relacionadas entre si, tais como brainstorming ou uma tomada de decisão. O conceito de equipes virtuais começou a ser traduzido como uma implicação de interfaces e fronteiras permeáveis das organizações, com equipes de projeto que se formavam rapidamente, tendo a capacidade de se reorganizar ou se dissolver dependendo das necessidades do mercado, com indivíduos com diferentes competências e localizados de formas distintas uns dos outros (Mowshowitz, 1997). Esta nova realidade proporcionou um aumento nas possibilidades das empresas ampliarem seus laços relacionais por meio de uma expansão global de suas atividades, com 32.

(33) expansão de produtos em suas linhas e utilização de mão de obra estrangeira com base subcontratação, conforme explica Stewart (1998). Isso poderia proporcionar o interesse e o desenvolvimento das equipes virtuais pelas organizações, pois este modelo de trabalho prometia uma maior flexibilidade, agilidade, redução de custos e melhor utilização dos recursos necessários, vindo ao encontro do interesse cada vez maior de mudança dos requisitos de tarefas em ambientes de negócios globais altamente turbulentos e dinâmicos (Mowshowitz, 1997). Os formatos de comunicação deste modelo organizacional passaram a ser estudados devido a grande mudança tecnológica que o mundo globalizado atravessa (Monge & Contractor, 2001) pois as organizações logo começaram a se questionar sobre a possibilidade de abertura e formação de equipes de projetos virtuais que interagem principalmente através de redes eletrônicas (Grenier & Metes, 1995). . As equipes virtuais globais começaram a apresentar, nos primeiros estudos realizados até então, um comportamento que sugeria uma forma de confiança adquirida rapidamente entre seus membros, porém, essa confiança demonstrava fortes indícios de ser muito frágil e durar por pouco tempo (Jarvenpaa & Leidner, 1998). Os estudos recentes sobre o desempenho das equipes virtuais apontam para a proposição de que mesmo para novas configurações da equipe, os sistemas de memória transacional e atividades de preparação são fundamentais para a eficácia dos trabalhos nas organizações, além de que, as atividades de preparação se relacionam significativamente à eficácia quando as atividades são mediadas por sistemas de memória transacional (Maynard, Mathieu, Rapp, & Gilson, 2012). Nesse sentido, Sarker et al. (2011) ja havia percebido a necessidade de se entender de forma precisa, como a comunicação era capaz de influenciar a confiança dentro de equipes virtuais. Para isso, os autores proporam três modelos para descrever o papel da confiança na sua relação com a comunicação para explicar o desempenho de uma equipe virtual, sendo eles o aditivo, a interação e a mediação e puderam constatar que os conceitos de comunicação e confiança são propriedades inerentemente relacionais e não de indivíduos (Sarker, Ahuja, Sarker, & Kirkeby, 2011), sendo que o modelo mediador melhor explicaria como a comunicação e a confiança do trabalho em conjunto para influenciar o desempenho.. 33.

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