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PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONSORCIADAS COM DISTINTAS LEGUMINOSAS

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA. PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONSORCIADAS COM DISTINTAS LEGUMINOSAS. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Michelle Schalemberg Diehl. Santa Maria, RS, Brasil 2012.

(2) PRODITIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONSORCIADAS COM DISTINTAS LEGUMINOSAS. Michelle Schalemberg Diehl. Dissertação apresentada ao curso de Mestrado do Programa de PósGraduação em Zootecnia, Área de Concentração em Produção Animal/Bovinocultura de Leite, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Zootecnia. Orientador: Prof. Clair Jorge Olivo. Santa Maria, RS, Brasil 2012.

(3) D559p Diehl, Michelle Schalemberg Produtividade e valor nutritivo de pastagens consorciadas com distintas leguminosas / por Michelle Schalemberg Diehl. – 2012. 79 f.; il.; 30cm Orientador: Clair Jorge Olivo Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Ciências Rurais, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, RS, 2012. 1. Bovinos leiteiros 2. Digestibilidade in situ da matéria seca 3. Digestibilidade in situ da matéria orgânica 4. Fibra em detergente neutro 5. Pastejo rotacionado 6. Proteína bruta. I. Olivo, Clair Jorge II. Título. CDU: 633.2/.3 Ficha catalográfica elaborada por Cláudia Terezinha Branco Gallotti – CRB 10/1109 Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Rurais/UFSM. ________________________________________________________________________ © 2012 Todos os direitos autorais reservados a Michelle Schalemberg Diehl. A reprodução de partes ou do todo deste trabalho só poderá ser feita mediante a citação da fonte. ________________________________________________________________________.

(4) Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-Graduação em Zootecnia. A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado. PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONSORCIADAS COM DISTINTAS LEGUMINOSAS. elaborada por Michelle Schalemberg Diehl. como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Zootecnia COMISSÃO EXAMINADORA:. Clair Jorge Olivo, Dr. (Presidente/Orientador). Julio Viégas, Dr. (UFSM). Paulo César de Faccio Carvalho, Dr. (UFRGS). Santa Maria, 27 de fevereiro de 2012..

(5) AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da vida e da saúde, por iluminar meus passos sempre que necessitei e por colocar em meu caminho pessoas maravilhosas. Aos meus pais, Luiz Antônio e Eliane que deram as maiores riquezas que um filho pode receber: a vida e a educação. Sou eternamente grata de coração por estarem sempre me apoiando e principalmente me ajudando nesta jornada. Ao meu irmão André e a minha cunhada Darlene, pelas conversas, amizade e pelos momentos de distração que foram essenciais para o revigoramento das idéias. Ao professor Clair Jorge Olivo, pela bela lição de vida que me deixaste, pela dedicação que dispensou, pela paciência, compreensão e orientação e também pela sua confiança em mim depositada, pelos ensinamentos profissionais, éticos e humanos de grande valia. Aos co-orientadores, Prof. Julio Viégas e Prof. Fernando Luiz Ferreira de Quadros pelas contribuições neste trabalho. Aos colegas e amigos do Setor de Bovinocultura de Leite (Tambo), sem os quais esta Dissertação não seria possível: Carlos Alberto Agnolin, Gilmar Roberto Meinerz, Carla Parra, Juliano Costa dos Santos, Paulo Roberto Machado, Cláudia Marques de Bem, Priscila Flores Agüirre, Guidiane Moro, Tiago Luis da Ros de Araújo, Tiago Horst, Mauricio Quatrin, Vinícius Bratz, Verônica Manzoni, Marcos da Rosa Correa e Gabriele Serafim. Obrigada por facilitarem a experimentação e por tornarem as duplas amostragens mais divertidas. Em especial, as amigas Paola, Dyenifer, Thaís, Grasiéli, Priscila, Carine, Cláudia e Carmen por tudo o que tem sido pra mim; Ao senhor Ariclenes Ballarotti pela parceria firmada e auxílio na pesquisa realizada pela empresa Itaforte Bio Produtos. A todos os colegas que de alguma maneira me ajudaram nesta caminhada, meus sinceros agradecimentos. A secretária do Curso de Mestrado, Olirta, pelas conversas, orientações, apoio e pelos mates. Ao CNPq pela bolsa de estudos. A UFSM pelo aperfeiçoamento profissional proporcionado e por ser meu lar nestes últimos anos.. A todos os meus sinceros agradecimentos!.

(6) RESUMO Dissertação de Mestrado Programa de Pós-Graduação em Zootecnia Universidade Federal de Santa Maria PRODUTIVIDADE E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONSORCIADAS COM DISTINTAS LEGUMINOSAS AUTORA: MICHELLE SCHALEMBERG DIEHL ORIENTADOR: CLAIR JORGE OLIVO DATA E LOCAL DA DEFESA: SANTA MARIA, 27 DE FEVEREIRO DE 2012. O objetivo desta pesquisa foi avaliar três sistemas forrageiros (SF) com capim elefante (CE) + azevém (AZ) + espécies de crescimento espontâneo (ECE); CE + AZ + ECE + amendoim forrageiro (AM); e CE + AZ + ECE + trevo vermelho (TV), com o intuito de utilização da área em pastejo rotativo durante todo o ano agrícola. O CE foi estabelecido em linhas afastadas a cada 4 m. No período hibernal fez-se o estabelecimento do AZ entre as linhas do CE; o TV foi semeado e o AM que já se encontrava estabelecido desde 2006, foi preservado, considerando os respectivos tratamentos. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos (SF), duas repetições (piquetes) e avaliações independentes (ciclos de pastejo). Para avaliação foram utilizadas vacas da raça Holandesa em lactação, que receberam suplementação alimentar com concentrado à razão de 1% do peso corporal dia-1. Foram avaliados parâmetros de massa de forragem pré e pós pastejo, composições botânica e estrutural, produção de forragem e taxa de lotação. Para analisar a matéria orgânica, matéria mineral, a fibra em detergente neutro (FDN), a proteína bruta (PB), a digestibilidade in situ da matéria seca (DISMS) e a digestibilidade in situ da matéria orgânica (DISMO) da forragem, foram coletadas amostras de pastejo simulado. Durante o período experimental (357 dias) foram efetuados oito ciclos de pastejo. Os valores de produção de forragem e de taxa de lotação foram de 15,03; 16,33; 17,03 t ha-1 e 3,57; 3,52 e 3,65 UA ha-1, respectivamente para os sistemas forrageiros. Sistemas forrageiros, envolvendo gramíneas e leguminosas de diferentes ciclos, proporcionam a utilização da área durante todo o ano agrícola em pastejo rotativo com bovinos leiteiros. Houve aumento significativo (P≤0,05) para ECE na pastagem sem leguminosa. Foram observados maiores valores de PB, DISMO e menores de FDN para os SF consorciados com leguminosas. Considerando a massa de forragem, a taxa de lotação e o valor nutritivo, as pastagens consorciadas com leguminosas forrageiras apresentaram melhor desempenho. Palavras-chave: Bovinos leiteiros. Digestibilidade in situ da matéria seca. Digestibilidade in situ da matéria orgânica. Fibra em detergente neutro. Pastejo rotacionado. Proteína bruta..

(7) ABSTRACT Dissertation of Mastership Program of Post-Graduation in Zootecnia Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brazil PRODUTIVITY AND NUTRITIVE VALUE OF PASTURES MIXED WITH DIFFERENT FORAGE LEGUMES AUTHOR: MICHELLE SCHALEMBERG DIEHL ADVISOR: CLAIR JORGE OLIVO DATE AND DEFENSE’S PLACE: SANTA MARIA, FEBRUARY 27th OF 2012.. The objective of this research was to evaluate of three grazing systems (GS) with Elephant grass (EG) + Italian ryegrass (IR) + spontaneous growing species (SGS); EG + IR + SGS + Forage peanut (FP); and EG + IR + SGS + Red clover (RC), in order to use the area in rotational grazing during all agricultural year. EG was planted in rows with a distance of 4 m each one of them. In the cool-season, IR was sowed between rows of EG; RC was sowed and the FP who has found established since 2006 was preserved on respectively GS. Experimental design was completely randomized with three treatments (GS), two replicates (paddocks) and independent evaluations (grazing cycles). For evaluation, were used lactating Holstein cows receiving 1% of BW day-1 feed supplement concentrate. The pre and post forage mass parameters, botanical and structural composition, forage production and stocking rate were evaluated. Samples were collected by the handplucking method to analyze the organic matter, mineral matter, crude protein (CP), neutral detergent fiber (NDF), in situ organic matter digestibility (ISOMD), in situ dry matter digestibility (ISDMD) of forage. Eight grazing cycle were performed during the experimental period (357 days). The values of forage production and stocking rate were 15.03, 16.33, 17.03 t ha-1 and 3.57, 3.52 and 3.65 animal unit ha-1, respectively grazing systems. Grazing systems involving grasses and forage legumes in different cycles provide use of the area during the agricultural year in rotational grazing with dairy cattle. SGS increased significantly (P≤0.05) over in GS without forage legume. Higher value of CP, ISOMD and lower of NDF for GS mixed with forage legumes. Considering the herbage mass, stocking rate and nutritive value, the pastures mixed to forage legumes showed better performance. Keywords: Crude protein. Dairy cattle. Dry matter in situ digestibility. Neutral detergent fiber. Organic matter in situ digestibility. Rotational grazing..

(8) LISTA DE ILUSTRAÇÕES 3 ARTIGO 1 – PRODUÇÃO DE FORRAGEM E TAXA DE LOTAÇÃO DE SISTEMAS FORRAGEIROS CONSORCIADOS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO .............................................. 25 Figura 1– Precipitação pluviométrica acumulada mensal, temperatura do ar média mensal. Normais climatológicas e ocorridas de maio de 2010 a abril de 2011. Dados obtidos na Estação Meteorológica da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS. ................................................................................................................. 40 Figura 2 – Massa de forragem de pré pastejo (MF), massa da forragem presente na entrelinha (EL) e taxa de lotação (LOT) de três sistemas forrageiros. A=sistema forrageiro constituído por capim elefante (CE) + azevém (AZ) + espécies de crescimento espontâneo (ECE); B=CE + AZ + ECE + AM (amendoim forrageiro) e C=CE + AZ + ECE + TV (trevo vermelho) ................................................................. 41. 4 ARTIGO 2 – MASSA DE FORRAGEM E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONCORCIADAS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO .......................................................................................... 46 Figura 1 – Precipitação pluviométrica acumulada mensal, temperatura do ar média mensal. Normais climatológicas, dos períodos hibernal e estival, de 2010 a 2011. Dados obtidos na Estação Meteorológica da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS ........................................................................................................ 60.

(9) LISTA DE TABELAS 3 ARTIGO 1 – PRODUÇÃO DE FORRAGEM E TAXA DE LOTAÇÃO DE SISTEMAS FORRAGEIROS CONSORCIADOS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO.............................................. 25 Tabela 1 – Massa de forragem de pré pastejo, dos componentes botânicos e estruturais (kg de matéria seca ha-1) e taxa de lotação de três sistemas forrageiros (SF). Santa Maria, RS .............................................................................................. 42 Tabela 2 – Taxa de desaparecimento de matéria seca do pasto (TXD, %), e taxa de matéria seca desaparecida em relação ao peso corporal (%) de três sistemas forrageiros (SF). Santa Maria, RS ............................................................................ 43 Tabela 3 – Produção de forragem do pasto (t ha-1), das espécies presentes entre as linhas constituídas por CE e dos componentes estruturais do CE de três sistemas forrageiros (SF). Santa Maria, RS ............................................................................ 44 Tabela 4 – Taxa de acúmulo diário de matéria seca (TAD), em kg ha-1, de três sistemas forrageiros (SF). Santa Maria, RS ............................................................. 45. 4 ARTIGO 2 – MASSA DE FORRAGEM E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONCORCIADAS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO .......................................................................................... 46 Tabela 1 – Massa de forragem de pré e pós pastejo, participação dos componentes e taxa de lotação de três sistemas forrageiros (SF), nos períodos hibernal e estival. Santa Maria, RS ....................................................................................................... 61 Tabela 2 – Matéria orgânica, matéria mineral (%) e proteína bruta de três sistemas forrageiros (SF), nos períodos hibernal e estival. Amostras de simulação no início e no final dos pastejos. Santa Maria, RS .................................................................... 62 Tabela 3 – Fibra em detergente neutro, digestibilidade in situ da matéria orgânica, da matéria seca (%) e nutrientes digestíveis totais de três sistemas forrageiros (SF), nos períodos hibernal e estival. Amostras de simulação no início e no final dos pastejos. Santa Maria, RS ....................................................................................................... 63.

(10) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................9 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................. 11 2.1 Amendoim forrageiro ........................................................................................ 11 2.2 Trevo vermelho .................................................................................................. 15 2.3 Azevém ............................................................................................................... 16 2.4 Capim elefante ................................................................................................... 19 2.5 Espécies de crescimento espontâneo............................................................. 21 2.6 Consórcio gramínea-leguminosa ..................................................................... 22. 3 ARTIGO 1 – PRODUÇÃO DE FORRAGEM E TAXA DE LOTAÇÃO DE SISTEMAS FORRAGEIROS CONSORCIADOS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO .............................................. 25 Resumo .................................................................................................................... 25 Abstract .................................................................................................................... 26 Introdução ................................................................................................................ 27 Material e métodos .................................................................................................. 28 Resultados e discussão ......................................................................................... 31 Conclusões .............................................................................................................. 36 Referências .............................................................................................................. 36. 4 ARTIGO 2 – MASSA DE FORRAGEM E VALOR NUTRITIVO DE PASTAGENS CONCORCIADAS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO .......................................................................................... 46 Resumo .................................................................................................................... 46 Abstract .................................................................................................................... 47 Introdução ................................................................................................................ 48 Material e métodos .................................................................................................. 49 Resultados e discussão ......................................................................................... 51 Conclusões .............................................................................................................. 55 Referências .............................................................................................................. 56. 5 DISCUSSÃO ...................................................................................... 64 6 CONCLUSÃO .................................................................................... 67 7 REFERÊNCIAS .................................................................................. 68.

(11) 1 INTRODUÇÃO. A produção de leite no Rio Grande do Sul é uma das atividades predominantes das pequenas propriedades rurais. Em grande parte delas, as pastagens constituem-se na principal fonte de volumoso para os bovinos, especialmente as gramíneas tropicais. O desenvolvimento e manutenção de sistemas de alimentação baseados no pasto para o ano todo é um desafio, devido à variação na produção de massa de forragem e no valor nutritivo destas espécies (FONTANELI; FONTANELI, 2000). Entre as espécies perenes de ciclo estival utilizadas na região sul do País, destaca-se o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.), que vem sendo utilizado nos sistemas de produção de leite, em decorrência do seu potencial de produção de forragem, especialmente. Sua utilização tem se intensificado mediante o uso de variedades selecionadas (PEREIRA et al., 2003). A principal forma de utilização. desta. forrageira,. como. pastagem,. está. baseada. na. estratégia. convencional de produção, sendo estabelecida singularmente (OLIVO et al., 2006). A utilização desta cultura em misturas com gramíneas anuais de ciclo hibernal, como o azevém (Lolium multiflorum Lam), pode contribuir para manter a quantidade e a qualidade da pastagem durante o período de estacionalidade de produção do capim elefante. O uso de técnicas consideradas mais sustentáveis, como a consorciação com outras espécies, especialmente leguminosas, poderia minimizar a utilização de adubos nitrogenados, que são na maioria das vezes utilizados em quantidades elevadas numa estratégia baseada na produção convencional. A introdução de leguminosas no sistema pode contribuir para equilibrar a oferta e a qualidade de forragem no decorrer do ano agrícola, minimizando os impactos ambientais devido a menor utilização de adubos nitrogenados (ASSMANN et al., 2004). A introdução de leguminosas em áreas constituídas por gramíneas também pode contribuir na melhoria da dieta dos animais (SANTOS et al., 2002), aumentando o período de pastejo e o rendimento animal (ASSMANN et al., 2004), além de prevenir a degradação das pastagens (CADISCH et al., 1994). As leguminosas perenes também competem com espécies de ocorrência espontânea, interferindo no ciclo reprodutivo das mesmas, e reduzindo a mão de obra empregada.

(12) 10. no controle desta vegetação (LANINI et al., 1989; WILES et al., 1989; SARRANTONIO, 1992), nem sempre consumida pelos animais. Particularmente, para a região sul do Brasil, questiona-se o comportamento do amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. e Greg.), como leguminosa promissora (MACHADO, 2004; NASCIMENTO, 2004), em consorciação com culturas anuais de ciclo hibernal, como o azevém e espécies perenes de porte alto como o capim elefante, com relação a sua perenidade, adaptação, produção e contribuição na dieta dos animais. O trevo vermelho (Trifolium pratense L.) é outra leguminosa utilizada em misturas com gramíneas de ciclo hibernal, proporcionando maior período de utilização da pastagem e melhor qualidade da forragem (VIDOR; JACQUES, 1998). Da mesma forma, também se questiona a utilização em consórcio com azevém estabelecidos em áreas perenizadas de capim elefante. Com o intuito de utilizar a área em pastejo rotativo durante todo o ano agrícola, a presente pesquisa teve como objetivo estudar sistemas forrageiros constituídos por capim elefante, por ser uma gramínea estival com produção de forragem da primavera até o outono; azevém, gramínea de período hibernal que contribui em quantidade e qualidade de forragem durante o período de estacionalidade do capim elefante; e leguminosas, de ciclo estival como o amendoim forrageiro e de ciclo hibernal como o trevo vermelho, que podem contribuir para o aumento da produção e da qualidade de forragem da pastagem. Assim, a hipótese do trabalho é de que ao menos um sistema forrageiro apresente diferença sobre os demais, influenciado pela presença da leguminosa..

(13) 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2.1 Amendoim forrageiro. O amendoim forrageiro é uma leguminosa pertencente ao gênero Arachis. É originária da América do Sul e possui entre 70 e 80 espécies no Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai (GREGORY et al., 1973). O professor Geraldo C. Pinto, no ano de 1954, coletou um acesso de Arachis na localidade denominada Boca do Córrego, município de Belmonte na Bahia. Em homenagem ao professor a planta foi classificada como Arachis pintoi (Krap. e Greg.). Desde então, esta leguminosa tem sido recomendada como forrageira em pastagens consorciadas com gramíneas (LASCANO, 1994) no continente americano (ARGEL, 1994; FRENCH et al. 1994; PIZARRO; RINCÓN, 1994;), na Austrália (COOK et al., 1994) e como cobertura verde em culturas perenes (BARCELOS et al., 2000). O amendoim forrageiro vem despertando interesse dos pesquisadores devido a sua rusticidade, qualidade nutricional, tolerância ao pisoteio, produção subterrânea de sementes, cobertura vegetal do solo, tendo apresentado resultados promissores para persistência quando em consórcio com gramíneas forrageiras (RINCÓN et al. 1992; RIVAS; HOLMANN, 2000; VALENTIM et al., 2001). Possui hábito de crescimento prostrado, seus estolões dão origem a muitos pontos de crescimento, conferindo-lhe alta resistência à desfolha pelo pastejo (PEREIRA, 2001), atribuindo, assim, a alta capacidade de persistência desta leguminosa quando consorciada com gramíneas (VALENTIM et al., 2001). Apresenta porte de 30 a 40 cm de altura (PIZARRO; RINCÓN, 1994), adapta-se em solos de baixa a média fertilidade e tolera solos com alta saturação de alumínio (solos ácidos), porém, responde à calagem e adubação fosfatada. Adapta-se desde o nível do mar até cerca de 1.800 metros de altitude (VALLS et al., 1994). Desenvolve-se em áreas com precipitação pluviométrica de 900 até 3.500 mm distribuídos durante o ano (ARGEL; PIZARRO, 1992). O estresse decorrente da seca causa perdas de folhas e reduz a relação folha/caule. Em caso de seca prolongada, há morte das folhas e de parte dos estolões, mas as plantas se recuperam com rapidez com o início do período chuvoso (BRESOLIN et al., 2008). Em regiões frias, onde os acessos foram submetidos a geadas cumulativas tiveram.

(14) 12. a parte aérea crestada, não sendo registrada, no entanto, eliminação de plantas (REIS, 1990). O A. pintoi possui duas características que contribuem para o seu sucesso como cultivo de cobertura e de proteção do solo: possibilidade de crescer sob sombreamento e a densa camada de estolões enraizados que protege o solo dos efeitos erosivos das chuvas pesadas. O amendoim forrageiro tem a grande vantagem de não possuir hábito de crescimento escandente, o que reduz os custos de manutenção com roçadas, quando comparada com outras leguminosas tropicais, tradicionalmente utilizadas como cobertura do solo em frutíferas (DE LA CRUZ et al., 1994). Na maioria dos acessos de Arachis já estudados, destaca-se a cultivar Belmonte e a cultivar comercial Amarillo. Sendo essa, a mais difundida nas zonas tropicais das Américas e da Austrália. Uma das diferenças existentes entre as cv. Amarillo e cv. Belmonte é a produção de sementes. A alta produção de sementes da cv. Amarillo se deve à sua neutralidade ao fotoperíodo, que favorece sua floração, que ocorre várias vezes ao ano, a partir da 4ª ou 5ª semana após emergência das plântulas, bem como à propriedade geocárpica dos frutos e a brotação das folhas a partir de estolões enraizados, que torna difícil sua disponibilidade inicial para os animais, favorecendo, desta maneira, sua propagação. Seu florescimento é interrompido. sob. condições. de. estresse. térmico. ou. umidade. excessiva. (STEINWANDTER et al., 2009). Já a cv. Belmonte apresenta pouca floração e baixa produção de sementes, conseqüentemente, sua multiplicação é feita de forma vegetativa. A colheita das sementes do amendoim forrageiro é trabalhosa, pois cerca de 90% dos seus frutos se concentram até profundidade de 10 cm de superfície do solo (CARDOZO; FERGUSON, 1995). Em avaliação realizada em Itabela/BA, envolvendo 29 acessos de Arachis spp., incluindo o A. pintoi, cv. Belmonte e a Amarillo, observou-se superioridade de produção de forragem para a cv. Belmonte (MORENO RUIZ; SANTANA, 2004). Em condições de sombreamento, as plantas apresentam crescimento mais vertical, com maior alongamento do caule, maior tamanho e menor densidade de folhas. Em relação à produtividade de forragem, em pastagem pura de amendoim forrageiro o acesso BRA-031143 produziu até 30 t de MS ha ano-1 quando manejados de forma intensiva, com altura de corte entre 5 e 10 cm e intervalo de rebrota de 14 a 21 dias (WENDLING et al., 1999). A cv. Belmonte e o acesso BRA-.

(15) 13. 031534, respectivamente, com produções de 15,3 e 16 t de MS ha-1 no período chuvoso e 3,8 e 4,5 t de MS ha-1 no período seco, apresentaram excelente adaptação e potencial para a produção de forragem (CARNEIRO et al., 2000). Valentim et al. (2001), estudando a quantidade de forragem produzida em uma pastagem pura de A. pintoi acesso BRA-031534, obtiveram 10,3 t de MS ha-1 de biomassa aérea, distribuída em diferentes estratos, da seguinte forma: a) 35,4% acima de 5 cm; b) 18,8% acima de 10 cm; c) 12,3% acima de 15 cm e d) 7,3% acima de 20 cm. Essa leguminosa apresenta taxas de acúmulo de MS iguais ou superiores a 22 kg ha dia-1 em boas condições de clima, solo e teor de PB variando entre 17,9 e 21,7% no final do período de estabelecimento (VALENTIM et al., 2003). Essa espécie apresenta-se como alternativa para o fornecimento de forragem no período outonal, graças à manutenção de sua qualidade nutricional por um longo período (VIANA et al., 2000), por meio de diferimento. O valor nutritivo do A. pintoi é mais alto que a maioria das leguminosas tropicais de importância comercial, podendo ser encontrados para a folha valores de 13 a 22% de PB e 60 a 67% de DIVMS (LASCANO, 1994). As cultivares Amarillo e Porvenir apresentam DIVMS entre 60 e 71%, respectivamente (ARGEL; VILLAREAL, 1998). O alto potencial do amendoim forrageiro, como cobertura viva, representa uma estratégia para a autossuficiência em nitrogênio no sistema em que está inserido, minimizando ou dispensando a utilização da adubação nitrogenada com fertilizantes sintéticos ou outras fontes. Perin et al. (2003) estimaram que o aporte de nitrogênio sob cultivo singular A. pintoi, via fixação biológica de nitrogênio, varia de 350 a 520 kg ha-1. No entanto, o A. pintoi pode fixar entre 80 e 120 kg de N ha-1, dos quais somente cerca de 15 a 20% são de fato transferidos para as gramíneas associadas (PEREIRA, 1999). Espíndola (2001) relatam que 91% do nitrogênio presente no tecido vegetal do amendoim forrageiro foram obtidos pela fixação biológica de nitrogênio e, quando esta leguminosa encontrava-se consorciada com bananeiras, o valor foi de 61%. Quando usado na formação de pastagens consorciadas, o amendoim forrageiro suportou taxas de lotação de até 4 novilhos ha-1, com ganhos de peso corporal superiores a 550 g/animal/dia e 500 kg ha ano-1 (BARCELLOS et al., 2000). Santana et al. (1998) estudando pastagens de Urocloa dictyoneura, consorciadas.

(16) 14. com 6,6 e 16,1% dessa leguminosa, respectivamente, obtiveram ganhos de 638 a 547 gr animal dia-1, com lotação de 3,2 e 4 animais. Em regiões de clima subtropical, pode-se utilizar espécies de ciclo hibernal, como o azevém, introduzidas mediante sobressemeadura em pastagens de amendoim forrageiro, proporcionando melhor distribuição de forragem no decorrer do ano (STEINWANDTER et al., 2009). No entanto, as taxas de crescimento das leguminosas perenes são inicialmente lentas, quando comparadas com as leguminosas anuais (PERIN et al., 2003). Desta forma, cuidados que assegurem a supressão da vegetação espontânea, até que as plantas se estabeleçam, são necessários (PERIN, 2001). O estabelecimento lento pode limitar o sucesso do amendoim forrageiro, especialmente em área com alta incidência de plantas invasoras. Porém, quando bem estabelecido apresenta excelente competitividade com outras plantas, resultando em menores custos no controle de invasoras quando comparado com capina manual e controle químico (BRADSHAW; SIMAN, 1992; VALLEJOS, 1993). O amendoim forrageiro se destaca, principalmente por apresentar capacidade de consorciação com gramíneas, produzindo forragem com qualidade e com níveis de tanino condensado que, embora baixos, podem proteger parcialmente a proteína de uma rápida degradação pelos microorganismos do rúmen (LASCANO, 1994). Como essa leguminosa apresenta boa capacidade de associação com gramíneas agressivas, como as braquiárias (GROF, 1985; LASCANO, 1994) e a estrela africana (Cynodon nlemfuensis) (GONZALEZ et al., 1996), ela se constitui em excelente alternativa para diversificar os sistemas de produção de forragem. Purcino e Viana (1998) observaram aumento na produção de matéria seca e de proteína bruta em pastagens consorciadas de amendoim forrageiro com Urocloa brizantha, cv. Marandu e com estrela africana. Gonzalez et al. (1996), comparando a produção de leite em pastagens de capim estrela, cv. Roxo (Cynodon nlemfuensis) em monocultivo e consorciado com o amendoim forrageiro, obtiveram 9,5 e 10,9 litros vaca dia-1, e 22,8 e 25,9 litros vaca dia-1, respectivamente, com taxa de lotação média de 2,4 UA ha-1. Bovinos em pastejo mostraram elevada seleção pelo amendoim forrageiro, com participação na dieta dos animais entre 20 e 30% quando comparado as braquiárias (LASCANO, 1994). Estudos realizados demonstram que o amendoim forrageiro, especialmente na região sul, apresenta boas condições de adaptação em diferentes ambientes e.

(17) 15. condições de manejo, havendo, no entanto poucos estudos sobre desempenho dessa leguminosa em consórcio com gramíneas sob condições de pastejo (BRUYN, 2003; MACHADO, 2004; NASCIMENTO, 2004). O amendoim forrageiro pode ser uma boa opção para a melhoria do ambiente pastoril do Rio Grande do Sul.. 2.2 Trevo vermelho. O trevo vermelho (Trifolium pratense L.) é uma leguminosa originária do sudeste da Europa e Ásia Menor (SMITH et al., 1985), sendo introduzida na América do Norte, no final do século XVII ou início do século XVIII (TAYLOR; SMITH, 1979). Na América Latina, o trevo vermelho é utilizado em regiões de clima temperado e subtropical, principalmente no Chile, Argentina, Uruguai e no Sul do Brasil. As cultivares mais importantes são Kenland, Quiñeqüeli e Estanzuela 116, originárias dos Estados Unidos, Chile e Uruguai, respectivamente (PAIM, 1998). É uma forrageira rústica, palatável e que possui bom rendimento de forragem, de alta qualidade, amplamente cultivada em todo o mundo, assim como em muitas regiões do Rio Grande do Sul (JACQUES et al., 1995). Apresenta elevado vigor de sementes, tolerância a solos ácidos e condições de umidade, capacidade de fixar nitrogênio no solo e alto valor nutritivo para ruminantes (TUCAK et al., 2009). A introdução de leguminosas do gênero Trifolium resulta em maior disponibilidade de matéria seca, maior digestibilidade de matéria orgânica e maior teor de proteína bruta, independente da forma de utilização (VIDOR; JACQUES, 1998). Possui o ciclo mais tardio em consorciação com outras forrageiras utilizadas no sistema. Possui raiz pivotante, hábito não rasteiro com talos eretos e decumbentes podendo chegar até 70 cm de altura e folhas apresentando pilosidades. É de fácil estabelecimento e considerada perene, podendo apresentar comportamento bianual (DALL’AGNOL et al., 2004). Apresenta baixa persistência em decorrência da competição com gramíneas associadas e períodos em que as condições ambientais são desfavoráveis, como verões secos, tornando-se uma cultura anual (PAIM; RIBOLDI, 1994). As inflorescências do trevo vermelho são capítulos globulares que se desenvolvem nas extremidades das hastes e podem possuir de 100 até mais de 300 flores (TAYLOR; QUESENBERRY, 1996; CRUSIUS et al., 1999). BARRADAS et al..

(18) 16. (2001), avaliando esta leguminosa como adubo verde, constataram aos 119 dias após a semeadura produções de 3,8 e 2,35 t ha-1 de MS para a massa de forragem e para a massa de raízes, respectivamente. No mesmo experimento, foi observado que o trevo vermelho foi uma das espécies em estudo que mais acumulou nitrogênio nas raízes e na parte aérea, com cerca de 112 kg ha-1. Esta espécie pode atingir valores de proteína bruta em torno de 28% em estádio vegetativo e na formação de sementes esses teores podem chegar a 16% (SMITH, 1975). Rocha et al. (2007a) avaliando o trevo vermelho em cultivo estreme em Santa Maria/RS verificaram produção de 2,22 t ha-1, e em consorciação com azevém anual a produção foi de 4,51 t ha-1 de MS. Em pesquisa realizada por Gokkus et al. (1999), avaliando a evolução da pastagem de trevo vermelho em mistura com gramíneas sem adubação, obtiveram produção total de 14 t de MS ha-1, enquanto Montardo (2002) relataram produções de 4,26 t ha-1 de MS em pastagem exclusiva dessa leguminosa e de 6,88 t ha-1 de MS em mistura com gramíneas. Em pastagem consorciada, de azevém e trevo vermelho, Roso et al. (2009) obtiveram carga animal média de 853 kg ha-1 de peso corporal, obtendo um ganho médio diário de 0,925 kg animal-1 com bovinos de corte. Rocha et al. (2007b) estudando o trevo vermelho em parcelas na Depressão Central do Rio Grande do Sul obtiveram produção de MS de 7,14 t ha-1 para a cv. Estanzuela 116, com média de 18,5 % de PB e 40,1% de FDN. Os estudos levantados demonstram grande potencial do trevo vermelho. No entanto, as avaliações são de curto prazo sendo necessárias mais pesquisas com essa forrageira em consórcio com gramíneas, na região sul do Brasil.. 2.3 Azevém. O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma gramínea anual de clima temperado, originária da bacia do Mediterrâneo, introduzida no Brasil pelos imigrantes italianos (FLOSS, 1988). Tem sido cultivado em diferentes regiões climáticas há mais de cinco décadas (ARAUJO, 1965). No decorrer desse período, a população original de plantas sofreu os efeitos da seleção natural, formando uma população adaptada às condições edafoclimáticas do Rio Grande do Sul, sendo denominada de azevém “Comum RS” (MEDEIROS; NABINGER, 2001). Isso permitiu ao azevém anual ser a gramínea forrageira de clima temperado de maior difusão no Sul do Brasil. No Rio Grande do Sul, o azevém é uma das gramíneas.

(19) 17. temperadas mais utilizadas para suprir o déficit forrageiro durante o inverno (MORAES, 1994). É bastante utilizado pela facilidade de ressemeadura natural, pela resistência a doenças, pelo bom potencial de produção de sementes, pela possibilidade de associação a outras espécies (SANTOS et al., 2002) e pela produção animal elevada no período hibernal (CARVALHO et al., 2010). É bem aceito pelos animais (QUADROS, 1984), produz forragem de alto valor nutritivo, tolera o pisoteio e apresenta boa capacidade de rebrotação, podendo ser utilizado por um período de até cinco meses (MORAES et al., 1995). Apesar de ser uma planta de clima frio, apresenta crescimento lento em baixas temperaturas, principalmente nos meses de junho e julho, aumentando sua produção de matéria seca em temperaturas mais elevadas na primavera (FLOSS, 1988). Apresenta seu crescimento máximo em regime diurno de 25ºC e noturno de 12ºC (BEEVERS; COOPER, 1964). Tolera umidade, desde que não excessiva, e apresenta altas respostas ao aumento da fertilidade do solo (MORAES, 1980). Avaliando o comportamento das espécies forrageiras em área de várzea, Marchezan et al. (1998) observaram que entre as gramíneas, destacou-se o azevém pela maior tolerância à má drenagem e entre as leguminosas destacaram-se o trevo branco e o cornichão. Esta espécie quando consorciada apresenta complementaridade nas curvas de crescimento, em relação aos cereais de inverno de ciclo mais precoce, como o centeio e aveia que concentram suas produções de forragem entre os meses de maio e agosto, ao passo que o azevém apresenta maior produção de MS a partir do mês de setembro (QUADROS, 1984). Em relação à adubação nitrogenada, o azevém apresenta excelentes resultados. Lupatini et al. (1993) estudaram a produção de forragem da mistura aveia preta e azevém submetida a doses de adubação nitrogenada (0, 150 e 300 kg de N ha-1) em cobertura na forma de uréia, sob pastejo contínuo. A diferença na produção de MS ha-1 foi de 6,01 t de MS ha-1 do nível de 0 kg de N ha-1 para o nível de 300 kg de N ha-1. Neste nível a eficiência de utilização do nitrogênio na produção de MS foi de 20,1 kg de MS kg-1 de N aplicado. Pesquisas conduzidas no Rio Grande do Sul, direcionadas a observar a produção de forragem de azevém, demonstram valores de 5,88 t ha-1 de MS (GENRO, 1993) a 7,16 t ha-1 de MS (ALVES FILHO et al., 2003), com preparo convencional do solo. Difante et al. (2006), verificaram em média 1,58 t ha-1 de MS por pastejo, com pastagem exclusiva de.

(20) 18. azevém, adubada com 100 kg ha-1 de nitrogênio. As taxas de acúmulo de forragem podem variar de 31,5 kg ha dia-1 (DIFANTE et al., 2005) a 67,8 kg ha dia-1 (ALVES FILHO et al., 2003) e em média considera-se 43 a 58 kg de MS ha dia-1 (ROMAN et al., 2007). Carvalho et al. (2010) estudando características produtivas e estruturais da pastagem de aveia mais azevém com altura de 20 cm, observaram valores médios de massa seca de forragem de 2,34 t ha-1 e taxa de acúmulo de 40,33 kg de MS ha dia-1. Para o valor nutritivo, o azevém em pastagens de clima temperado manejadas adequadamente apresenta valores de PB próximos a 20% e FDN entre 40 e 50%, indicativos de forragem de excelente qualidade (PEREIRA, 2004). Farinatti et al. (2006) observaram, sob simulação de pastejo, valores de PB da forragem de azevém na faixa de 17 a 23%, enquanto que a digestibilidade in vitro da matéria orgânica (DIVMO) variou de 69,63 a 76,95%. Freitas et al. (2005) observaram teores de PB, FDN e nutrientes digestíveis totais na forragem aparentemente consumida de 24,1; 41,6 e 57,8%, respectivamente. Segundo o NRC (2001), o teor médio de FDN em pastagem de azevém anual é de 61%. Pesquisas têm demonstrado que esta forrageira apresenta elevado potencial de produção animal e de forragem. O azevém pode proporcionar produções, acima de 10 kg de leite vaca dia-1 com lotação de 2,5 UA ha-1 com 21 horas de acesso à pastagem diariamente sem nenhuma suplementação (ALVIN; OLIVEIRA, 1985). Estudo realizado com diferentes doses de N (50, 125 e 200 kg ha-1) em pastagens de azevém sobre produção de leite, sendo que as vacas receberam silagem de milho durante a noite foi observado que as produções de leite/vaca/dia foram de 12,7; 12,4 e 12,6; e a lotação de 2,8; 4,1 e 5,7 animais ha-1; a produção de leite ha-1 foi de 4,63; 6,51 e 9,19 t, respectivamente (ALVIN et al., 1993). Considerando que o azevém é uma das gramíneas temperadas mais utilizadas na região sul, singularmente ou consorciada com espécies de ciclo hibernal, conclui-se que há necessidade de pesquisas para avaliar esta forrageira em consórcio com gramíneas e leguminosas perenes, visando à constituição de sistemas forrageiros mais sustentáveis..

(21) 19. 2.4 Capim elefante. O capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma gramínea originária da África Tropical, entre as latitudes de 10°N e 20°S. Foi introduzido no Brasil em 1920 (GRANATO, 1924), simultaneamente no Rio Grande do Sul, com mudas vindas dos EUA, e em São Paulo, com material trazido de Cuba (FARIA, 1992), sendo inicialmente utilizado como capineira, fornecido picado para o gado ou como forragem conservada sob a forma de silagem ou feno. Desde sua introdução no País, o capim elefante destacou-se por seu porte avantajado e grande produção de biomassa. Atualmente, o capim elefante encontra-se disseminado por todo o território nacional e, apesar de ser uma planta típica de regiões tropicais, é cultivado no Rio Grande do Sul, mesmo com possibilidade de períodos de crescimento ativo relativamente. mais. curtos. em. determinadas. regiões. (JACQUES,. 1990),. apresentando marcada estacionalidade de produção, devido basicamente, às temperaturas baixas e às geadas que ocorrem no período hibernal. A temperatura ótima para o crescimento da espécie varia de 25 a 40 oC, com a mínima em torno de 15oC e a precipitação de 800 a 4000 mm. Possui baixa tolerância à seca, alta eficiência fotossintética, adapta-se a diferentes tipos de solo, com exceção dos solos mal drenados (SKERMAN; RIVEROS, 1992). Em regiões de clima subtropical, a parte aérea é crestada quando da formação de geadas, sendo que seus rizomas e colmos podem resistir a temperaturas baixas, proporcionando um novo desenvolvimento na primavera (CARVALHO, 1985). Existem, no entanto, diferenças entre cultivares quanto à tolerância ao frio (OLIVO, 1994). O capim elefante é uma espécie de elevado potencial de produção que vem sendo utilizada com sucesso como capineira e, mais recentemente, sob pastejo, com o objetivo de aumentar a quantidade e a qualidade da forragem produzida e também para reduzir os custos operacionais da exploração leiteira. Pastagens de capim elefante podem suportar 3 a 4 animais ha-1 durante a estação das águas (FONSECA et al, 1998). No Sul do Brasil, 70% da produção se concentra no período estival (DESCHAMPS, 1997). Ainda assim, as elevadas produções de massa de forragem nos meses favoráveis compensam a baixa produção de inverno. OLIVO et al. (2007), com a cv. Merckeron pinda, manejado sob princípios agroecológicos em.

(22) 20. Santa Maria/RS, verificaram valores médios de massa de forragem por pastejo de 3,4 e 5,5 t de MS ha-1, para o período hibernal e estival, respectivamente, com adubação de 150 kg de N ha-1. Em trabalho conduzido na mesma região com a cv. Taiwan, estabelecida singularmente, Missio et al. (2006) obtiveram taxas de acúmulo diário de 50,8 a 119,4 kg de MS ha-1, entre janeiro e março. Trabalhos conduzidos no estado do Rio Grande do Sul demonstram que ocorrem mudanças significativas na qualidade do capim elefante, mesmo durante o período estival. Restle et al. (2002) avaliando a cv. Taiwan A-146, sob condições de pastejo com bovinos de corte, observaram valores decrescentes para a digestibilidade “in vitro” da MS e proteína bruta entre os meses de janeiro e abril. Olivo et al. (2007) verificaram teores de 15,27% para proteína bruta, e de 58,52% para fibra em detergente neutro. Em experimento com capim elefante consorciado com espécies de crescimento espontâneo, Sobczak et al. (2005) encontraram teor médio de proteína bruta de 15,6% em amostras de pastejo simulado, entre junho a outubro. Dados da literatura demonstraram que o capim elefante foi capaz de proporcionar altas produções por unidade de área, próximas a 15 t de leite ha ano-1 e que quando estes pastos foram adubados, forneceram energia e proteína em quantidades suficientes para produções de 3,5 t de leite/vaca/ha, com taxa de lotação de 2,5 UA/ha (DERESZ; MOZZER, 1994). A capacidade de suporte do capim elefante, no período das águas e o seu efeito sobre a produção de leite de vacas mestiças foi avaliado por Deresz et al. (1992). Sendo utilizadas 5; 6 e 7 cabeças ha-1, que recebiam individualmente 2 kg de concentrado dia-1, obtendo-se produções médias de 12; 12 e 11,6 kg de leite vaca dia-1, correspondendo a 10,8; 11,9 e 14,5 t de leite ha-1, respectivamente, para o período experimental de 180 dias. Em Juiz de Fora/MG, sem qualquer suplementação, Deresz (2001) obtiveram produções de leite de 11,4; 10,6 e 10,3 kg vaca dia-1, para 30; 36 e 45 dias de descanso da pastagem, respectivamente, no período de janeiro a maio. Os levantamentos referenciados demonstram que as avaliações com o capim elefante, normalmente estabelecido de forma singular são, na sua maioria, de curta duração. Experimentos que avaliam essa espécie sob consorciação e no decorrer do ano agrícola são necessários, acompanhando-se a produtividade, valor nutritivo e a resposta animal..

(23) 21. 2.5 Espécies de crescimento espontâneo. As espécies de crescimento espontâneo mais encontradas na região sul do Brasil são o milhã (Digitaria adscendens (H.B.K) Henrard), o papuã (Urochloa plantaginea (Link) Hitchc) além daquelas pertencentes ao gênero Paspalum. Essas espécies são consideradas plantas invasoras de verão, apresentam elevado potencial de produção de sementes (especialmente o papuã), surgem facilmente em cultivos subseqüentes (RESTLE et al., 2002) e produzem forragem no verão e início do outono (LORENZI, 2000). Além destas, a guanxuma (Sida santaremnensis), a erva-de-bicho (Polygonum persicaria) e a buva (Conyza bonariensis) também merecem destaque, ocorrendo naturalmente na região sul do País. As gramíneas de ciclo estival, que fazem parte das pastagens naturais do Sul do Brasil, pertencem, em grande parte, ao gênero Paspalum, o qual inclui cerca de 200 espécies, amplamente dispersas em regiões tropicais e temperadas, especialmente no continente americano (BURSON, 1997). No Rio Grande do Sul ocorrem 62 espécies do gênero Paspalum, o que caracteriza esse gênero como o de maior importância sob o ponto de vista forrageiro (TOWNSEND, 2008). Olivo et al. (2006), avaliando uma pastagem de capim elefante, manejada sob princípios agroecológicos, no período estival, observaram que as espécies de crescimento espontâneo presentes na área foram pastejadas pelos animais com predominância para a milhã e o papuã. Estudos conduzidos na mesma região confirmam que essas espécies apresentam potencial forrageiro. Olivo (1982), avaliando pastagens de milheto adubadas com diferentes doses de nitrogênio (75, 150 e 225 kg ha-1), verificou disponibilidades de 2,21; 3,13 e 3,46 t ha-1 de MS, nas quais a participação do milhã foi de 72, 61 e 47%, respectivamente. Nesse trabalho, as vacas foram suplementadas com 1 kg de concentrado para cada 3 kg de leite, produziram 1,36; 2,02 e 3,71 t de leite ha-1, sendo a lotação de 2, 3 e 5 vacas/ha, respectivamente. Restle et al. (2002), em trabalho conduzido com papuã sob pastejo contínuo, de janeiro a abril, verificaram que essa forrageira apresentou excelente desempenho, obtendo média de massa de forragem de 2,78 t ha-1 de MS, utilizando na adubação de base 300 kg ha-1 da fórmula 5-30-15 e, em cobertura de 300 kg ha-1 de N. Trabalhando com essa espécie na mesma região, com diferentes doses de N (0, 100 e 200 kg ha-1), Martins et al. (2000) obtiveram produções de MS de 4,66; 5,62 e 8,75 t ha-1, respectivamente..

(24) 22. Os estudos referenciados sobre as espécies de crescimento espontâneo demonstram potencial diferenciado como plantas forrageiras. No entanto, verificouse que há a necessidade de mais informações científicas sobre sua utilização e avaliação em sistemas forrageiros.. 2.6 Consórcio gramínea-leguminosa. A principal intenção do uso de leguminosas em consórcio com gramíneas é a melhoria da produção animal e a redução de custos (ASSMANN et al., 2004). Este benefício é reportado como efeito da participação direta da leguminosa, melhorando e diversificando a dieta do animal e, também, do aumento da disponibilidade de forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema, através da sua reciclagem e transferência para a gramínea acompanhante (PEREIRA, 2001). Além de acarretar em benefícios ambientais, em decorrência da redução da poluição ambiental com resíduos da adubação química, o uso de leguminosas implica em aumento da biodiversidade acima e abaixo do solo (PEREZ, 2004). O nitrogênio é um dos principais nutrientes necessários à intensificação da produtividade das gramíneas forrageiras, pois é o constituinte essencial das proteínas e interfere diretamente no processo fotossintético, por meio de sua participação na molécula de clorofila. Portanto, se não for disponibilizado freqüentemente, acarreta redução na produção do pasto, iniciando o processo de degradação (MEIRELLES, 1993). Porém, sua utilização tem sido limitada pelo custo, em virtude da extensão das áreas envolvidas e da necessidade de aplicações freqüentes (DÖBEREINER, 1997). Assim, uma das alternativas é a introdução de leguminosas adaptadas às condições edafoclimáticas da região. Parte do nitrogênio fixado pela leguminosa pode ser transferido direta ou indiretamente para gramínea associada (CANTARUTTI; BODDEY, 1997). Há evidências de que a transferência direta ocorra por meio de produtos nitrogenados secretados pelas raízes, por fluxo de nitrogênio através de hifas de micorrizas que se interconectam as raízes das duas espécies e indiretos, por mecanismos de reciclagem que ocorrem subterraneamente,. por. meio. de. senescência. das. raízes. e. nódulos,. e. superficialmente, através decomposição dos seus resíduos. Simulações baseadas em modelos teóricos, indicam que a composição botânica com cerca de 30% de leguminosa na pastagem consorciada proporciona equilíbrio às perdas de nitrogênio.

(25) 23. do sistema, contribuindo para manter a fertilidade do solo e a produtividade, a longo prazo (THOMAS, 1992). Em estudos realizados sobre a adubação nitrogenada, Høgh-Jensen e Schjoerring (1997) constataram que a associação de leguminosa e azevém perene recuperou até 46% do nitrogênio aplicado (76 kg ha ano-1) na forma de uréia. Esses autores também observaram que a leguminosa, em mistura, é um competidor fraco por nitrogênio inorgânico, uma vez que esta absorveu apenas 11% do nitrogênio total acumulado na mistura. Pizarro e Rincón (1994) observaram um acréscimo de 46% nas taxas de lotação, quando a participação da leguminosa se elevou para 15% na associação de B. humidicola e A. pintoi em estudo conduzido em Puerto Gaitán (Carimagua) na Colômbia. Lesama (1997), em trabalho realizado do inverno até o outono no Rio Grande do Sul, com bovinos de corte, comparou o azevém mais aveia em consórcio com diferentes leguminosas e distintas adubações (0, 150 e 300 kg de N ha-1), obtiveram ganho médio diário de 0,928; 1,091 e 0,839 kg animal-1 e ganho de peso corporal de 516, 720 e 650 kg ha dia-1 para os respectivos tratamentos, em 96 dias de pastejo. Em relação à produção de leite, os benefícios da consorciação também são significativos, verificaram que a consorciação de capim pangola com Centrosema pubescens ou adubação nitrogenada apresentaram produção superior à testemunha em, respectivamente, 15 e 18% (SERPA et al., 1973). Lascano (1994) relatam que a inclusão de amendoim forrageiro em pastagem de gramíneas promoveu acréscimo de 17 a 20% na produção de leite. Os resultados têm variado com o valor nutritivo da leguminosa consorciada. Gonzalez et al. (1996), não verificaram efeito da consorciação de capim estrela africana com Desmodium ovalifolium, mas quando consorciado com amendoim forrageiro obtiveram acréscimos na produção entre 1,1 a 1,3 kg de leite vaca dia-1, em relação à pastagem exclusiva. A digestibilidade das leguminosas, normalmente, é maior que a das gramíneas, mas observa-se variação entre espécies ou cultivares e em algumas delas verificam-se valores inferiores. Muitos são os resultados experimentais publicadas nas últimas décadas, ressaltando as vantagens do uso de leguminosas em pastagens com gramíneas (MARASCHIN, 1997; BARCELLOS et al., 2000; VALENTIM; CARNEIRO, 2000). No entanto, o nível de participação nos sistemas de produção pecuária é pequeno. A baixa persistência das cultivares disponibilizada é reportada como a principal limitação para sua inclusão nos sistemas de produção.

(26) 24. (BARCELLOS et al., 2000). Segundo Groff et al. (2002) estas associações entre gramíneas e leguminosas formam um sistema complexo, em que fatores como a competição entre plantas e a seleção animal atuam, dificultando a manutenção do equilíbrio entre espécies. O efeito positivo desta prática para melhorar a sustentabilidade das pastagens e a produtividade animal é conhecido, porém, ainda são poucas as informações de pesquisas sobre a consorciação de leguminosas em sistemas forrageiros constituídos por espécies perenes e anuais e avaliados sob condições de pastejo no decorrer do ano agrícola..

(27) 3 ARTIGO 1 PRODUÇÃO DE FORRAGEM E TAXA DE LOTAÇÃO DE SISTEMAS FORRAGEIROS CONSORCIADOS COM AMENDOIM FORRAGEIRO OU TREVO VERMELHO. RESUMO O objetivo desta pesquisa foi avaliar três sistemas forrageiros (SF) com capim elefante (CE) + azevém (AZ) + espécies de crescimento espontâneo (ECE); CE + AZ + ECE + amendoim forrageiro (AM); e CE + AZ + ECE + trevo vermelho (TV), com o intuito de utilização da área em pastejo rotativo durante todo o ano agrícola. O CE foi estabelecido em linhas afastadas a cada 4 m. No período hibernal fez-se o estabelecimento do AZ entre as linhas do CE; o TV foi semeado e o AM que já se encontrava estabelecido desde 2006, foi preservado, considerando os respectivos tratamentos. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos (SF), duas repetições (piquetes) e avaliações independentes (ciclos de pastejos). Para avaliação foram utilizadas vacas da raça Holandesa em lactação, que receberam suplementação alimentar com concentrado à razão de 1% do peso corporal dia-1. Foram avaliados a massa de forragem, os componentes botânicos do pasto e estruturais do CE, e a taxa de lotação. Durante o período experimental (357 dias) foram efetuados oito ciclos de pastejo. Os valores de produção de forragem e da taxa de lotação foram de 13,14; 14,46; 16,30 t ha-1 e 3,14; 3,21 e 3,54 UA ha-1, respectivamente para os SF. Sistemas forrageiros, envolvendo gramíneas e leguminosas de diferentes ciclos, proporcionam a utilização da área durante todo o ano agrícola em pastejo rotativo com bovinos leiteiros. Houve aumento significativo das ECE no sistema forrageiro sem leguminosa. Os sistemas forrageiros consorciados com leguminosas apresentaram melhor desempenho.. Palavras-chave: Arachis pintoi; bovinos leiteiros; Lolium multiflorum; pastejo rotacionado; Pennisetum purpureum; Trifolium pratense..

(28) 26. FORAGE PRODUCTION AND STOCKING RATE OF GRAZING SYSTEMS MIXED WITH FORAGE PEANUT OR RED CLOVER. ABSTRACT The objective of this research was to evaluate of three grazing systems (GS) with Elephant grass (EG) + Italian ryegrass (IR) + spontaneous growing species (SGS); EG + IR + SGS + Forage peanut (FP); and EG + IR + SGS + Red clover (RC), in order to use the area in rotational grazing during all agricultural year. EG was planted in rows with a distance of 4 m each one of them. In cool-season, IR was sowed between rows of EG; RC was sowed and de FP who was established since 2006 was preserved on respectively GS. Experimental design was completely randomized with three treatments (GS), two replicates (paddocks) and independent evaluations (grazing cycles). For evaluation, were used lactating Holstein cows receiving 1% of BW day-1 feed supplement concentrate. The herbage mass, botanical composition of pasture, structural component of EG and stocking rate were evaluated. Eight grazing cycle were performed during the experimental period (357 days). The total production dry matter and stocking rate were 13.14; 14.46, 16.30 t ha-1; 3.14, 3.21 and 3.54 animal unit ha-1, respectively for GS. Grazing systems involving grasses and forage legumes in different cycles provide use of the area during the agricultural year in rotational grazing with dairy cattle. There was increase significant of the SGS in the grazing systems without forage legumes. The grazing systems mixed with forage legumes showed better performance.. Key words: Arachis pintoi; dairy cattle; Lolium multiflorum; Pennisetum purpureum; rotational grazing; Trifolium pratense..

(29) 27. INTRODUÇÃO. Na maior parte das propriedades leiteiras do Rio Grande do Sul, as pastagens, principalmente as gramíneas, são a principal fonte de volumoso para os bovinos. Os sistemas de produção, tendo como base as pastagens, são os mais viáveis em propriedades leiteiras que, normalmente, apresentam poucos recursos para investimento (ROCHA et al., 2007a) A carência alimentar em períodos de entressafra das pastagens ocasiona quedas na produção leiteira e menor captação de recursos pelo produtor. Nesses períodos, é comum a utilização de suplementação com silagem, feno ou concentrados para evitar perdas na produção, acarretando, porém, aumento nos custos de produção de leite. Assim, a utilização de pastagens ainda é a forma mais econômica de produção de leite também nestes períodos. (ROCHA et al., 2007b) Dentre as plantas forrageiras, o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma forrageira importante nas propriedades leiteiras, especialmente por sua perenidade pela possibilidade de uso em áreas declivosas e por apresentar elevada produção de massa de forragem. Seu uso tem se intensificado sob a forma de pastagem, implicando na melhoria do volumoso ofertado e na redução de mão de obra em comparação à sua utilização como capineira. Nas pesquisas existentes, no entanto, o capim elefante é avaliado especialmente no período estival, notadamente no ápice de sua produção, entre o final da primavera e o verão (OLIVO et al., 2009), havendo poucas informações de seu uso em períodos críticos como no outono e também de sua utilização em associações com outras espécies. Por outra parte, a sustentabilidade dos sistemas pastoris, pode ser melhorada com a utilização de leguminosas em consórcio com gramíneas (SHONIESKI, et al., 2011). Pesquisas comprovam que o uso de leguminosas em consórcio com gramíneas pode reduzir os gastos diretos com fertilizantes; aumentar a qualidade e a diversificação da dieta consumida pelos animais; melhorar a disponibilidade de forragem pelo aporte de nitrogênio ao sistema por meio de sua reciclagem e transferência para a gramínea consorciada e aumentar também o período de utilização das pastagens (BARCELLOS et al., 2008). Espécies como azevém (Lolium multiflorum Lam.), amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. & Greg.) e trevo vermelho (Trifolium repens L.) por possuírem alto valor nutritivo e boa capacidade de adaptação, podem ser importantes na.

(30) 28. consorciação com capim elefante (ASSIS et al., 2008; OLIVO et al., 2009), visando o uso da mesma área durante o ano agrícola. Assim, esta pesquisa tem como objetivo avaliar três sistemas forrageiros, constituídos por capim elefante, azevém e diferentes leguminosas (amendoim forrageiro ou trevo vermelho) quanto à massa de forragem e à taxa de lotação, com o intuito de utilização da área durante todo o ano agrícola em pastejo rotativo com bovinos leiteiros.. MATERIAL E MÉTODOS. O experimento foi conduzido em Santa Maria em área pertencente ao Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, situada na região da Depressão Central, com altitude de 95 m acima do nível do mar, latitude 29° 43’ Sul e longitude 53° 42’ Oeste, em solo classificado como Argissolo Vermelho Eutrófico (EMBRAPA, 2006), no período de 27/05/10 a 11/04/11. O clima da região é o Cfa (subtropical úmido) segundo a classificação de Köppen (MORENO, 1961). As médias climáticas anuais de temperatura do ar e precipitação pluviométrica são de 19,6°C e 140,5 mm, respectivamente. No período experimental as médias foram de 18,1°C e 182,1 mm, respectivamente (Figura 1). Destacando-se que, para precipitação pluviométrica, houve excedente nos meses de julho, setembro e novembro, e déficits em outubro, dezembro e março. Durante os meses de junho, julho e agosto foram registradas três, seis e seis geadas, respectivamente. Os dados foram coletados na Estação Experimental Meteorológica da UFSM, situada a 500 m da área experimental, aproximadamente. Os tratamentos foram constituídos por três sistemas forrageiros: o capim elefante (Pennisetum purpureum Schum.), cv. Merckeron Pinda; azevém (Lolium multiflorum Lam.), cv. Comum e espécies de crescimento espontâneo, agregandose, aos demais, amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krap. e Greg.) cv. Amarillo ou trevo vermelho (Trifolium pratense L.), cv. Estanzuela 116. A análise de solo apresentou os seguintes valores médios no início do período experimental: Índice SMP 5,7; P 14,5 mg dm -3; K 0,13 cmolc dm-3; Al3+ 0,9 cmolcdm-3; Ca2+ 5,5 cmolc dm-3; Mg2+ 2,3 cmolc dm-3; MO 3,0 %; saturação de bases 54,0 % e saturação por alumínio 12,2 %. Foram utilizados para a adubação 150 kg ha-1 de N-P-K (5-20-20), 60 e 50 kg ha-1 de P2O5 e K2O, respectivamente, divididos.

(31) 29. em duas aplicações, sendo a primeira no estabelecimento do azevém e a segunda aplicação na metade do mês de outubro de 2010. A recomendação de adubação teve como base o consórcio gramínea-leguminosa, utilizando-se um valor médio da recomendação para os períodos hibernal e estival (COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO – RS/SC, 2004). Como adubação nitrogenada, utilizou-se 116 kg ha-1, sob a forma de uréia, parcelada em cinco aplicações efetuadas nos meses de junho, agosto, outubro, novembro de 2010 e fevereiro de 2011. A área experimental utilizada foi de 0,78 ha (subdividida em seis piquetes de 0,13 ha cada um) com capim elefante já estabelecido desde 2004, em linhas afastadas a cada 4 m. No dia 13 de maio de 2010, foi realizada uma roçada para padronização da área entre as linhas formadas por touceiras de capim elefante, sendo, na sequência, semeado o azevém, mediante escarificação do solo, em toda área experimental, à razão de 30 kg ha-1; para as pastagens consorciadas com leguminosas, fez-se a semeadura do trevo vermelho, à razão de 6 kg ha-1, e preservou-se o amendoim forrageiro que já encontrava-se estabelecido desde 2006. O método de pastejo foi o rotativo, adotando-se como critério de entrada dos animais na pastagem durante o período hibernal, da semeadura à utilização do azevém, entre maio e outubro, a altura do dossel, quando esse se encontrava com 20 cm aproximadamente e no estival foi a altura do capim elefante, entre 100 e 120 cm. A massa de forragem de matéria seca foi estimada por meio da técnica de estimativa visual com dupla amostragem, conforme Wilm (1944), antes da entrada e após a saída dos animais da área, sendo realizadas 20 estimativas visuais e 5 cortes destrutivos, individualmente para o capim elefante e para as entrelinhas. A massa de forragem foi mensurada separadamente nas linhas constituídas por capim elefante e nos espaço entre elas. No capim elefante, os cortes foram feitos a 50 cm do solo e entre as linhas de capim elefante, rente ao solo. A forragem proveniente das amostras cortadas foi homogeneizada e após, uma subamostra por pastejo foi utilizada para a determinação das composições botânica do pasto e estrutural do capim elefante, sendo posteriormente secas em estufa para determinação do teor de matéria seca conforme Silva (1990). As linhas constituídas por capim elefante foram medidas, na largura e comprimento, para obtenção da área ocupada. Para estimativa da massa de forragem no período hibernal, considerou-se que 25,9% da área era ocupada pelas.

(32) 30. linhas de capim elefante e 74,1% pelas espécies presentes entre as linhas do capim elefante. No período estival, considerou-se 30,9% da área total ocupada pelo capim elefante e 69,1% pelo espaço entre as linhas de capim elefante. O valor da massa de forragem obtido nas linhas de capim elefante e nas entrelinhas foi multiplicado pela porcentagem de ocupação da área, sendo somados para obtenção da massa de forragem do piquete. A carga animal instantânea foi estimada a partir da oferta de forragem de 4 e 6 kg MS 100 kg-1 de peso corporal para a massa de forragem de lâminas foliares do capim elefante e para a massa de forragem do material presente nas entrelinhas, respectivamente. A taxa de lotação foi calculada dividindo a carga animal instantânea pelos dias de intervalo entre os ciclos de pastejos. A taxa de desaparecimento foi calculada dividindo a massa de forragem de pós pastejo pela de pré pastejo e multiplicando, posteriormente, por 100 e a taxa de desaparecimento de matéria seca em relação ao peso corporal foi calculada diminuindo a massa de forragem de pós pastejo pela de pré pastejo e dividindo pela carga animal instantânea, multiplicando posteriormente por 100. A produção de forragem foi calculada diminuindo o valor de massa de forragem de pré pastejo em relação a de pós pastejo do ciclo anterior. A taxa de acúmulo foi calculada dividindo o valor de produção de forragem pelos dias de intervalo entre os ciclos de pastejo. Foram utilizadas vacas em lactação da raça Holandesa, com peso corporal médio de 532±80 kg e produção média de leite de 18,07±8,7 kg dia-1. Os animais foram submetidos à ordenha mecânica duas vezes ao dia, às 8 h e às 16 h. Após as ordenhas, as vacas receberam suplementação alimentar de acordo com a produção de leite, sendo fornecido, em média, 1% do PC dia-1. O concentrado apresentava 70% de NDT e 20% PB. As vacas permaneceram na pastagem das 9 h às 15 h 30 min e das 18 h às 7 h 30 min. Foi realizada, no dia 23 de setembro de 2010, uma roçada de todas as linhas constituídas pelas touceiras de capim elefante, devido à diferença de altura entre elas. No mês de dezembro de 2010, foi observada a presença da cigarrinha das pastagens (Deois flavopicta). Para o seu controle, foi aplicado, em janeiro de 2011, um produto biológico com ingrediente ativo de esporos do fungo Metarhizium anisopliae. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com três tratamentos (sistemas forrageiros), duas repetições de área (piquetes) e avaliações.

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