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Eixo Educação e Saúde Agência Financiadora: não contou com financiamento. Resumo

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

SERVIÇO DE ATENDIMENTO À REDE DE ESCOLARIZAÇÃO

HOSPITALAR DO ESTADO DO PARANÁ

Leila Cristina Mattei Cirino1 - SEED/PR Viviane Pereira Maito2 - SME de Curitiba Vergilia Antonia Belem3 - SME de Curitiba Maria Elisa Hey Bartosievicz 4 - SME de Curitiba Eixo – Educação e Saúde Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

O presente relato de experiência apresenta e propõe a reflexão sobre os benefícios trazidos pela integração das ações de escolarização hospitalar desenvolvidos pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR, por meio do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH, e pela Secretaria Municipal de Educação de Curitiba – SME- Curitiba por meio do Programa de Escolarização Hospitalar – PEH no Complexo Hospital de Clínicas do Paraná – UFPR. A Escolarização Hospitalar é uma política de inclusão prevista tanto na Constituição Federal que a declara como direito, quanto em documentos emitidos pela SEED/PR e pela SME – Curitiba. Discorre acerca da organização do trabalho pedagógico que tem como objetivo assegurar a continuidade da escolarização do estudante hospitalizado ou em tratamento de saúde, expondo as etapas da educação básica que

1 Especialista em Gestão Política-Pedagógica Escolar e Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual do

Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus Francisco Beltrão, Pedagoga da rede estadual de ensino do Paraná. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Direito à educação: âmbito hospitalar e domiciliar”- FAE. Atua no Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH no Complexo Hospital de Clínicas do Paraná (UFPR/Brasil). E-mail: cirino.leila@gmail.com

2 Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUCPR/Brasil). Educação, Formação Docente e

Tecnologias Educacionais em diferentes níveis e contextos. Especialista em Séries Inicias e Ensino Fundamental, em Educação Especial e Magistério Superior. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa “Direito à educação: âmbito hospitalar e domiciliar”- FAE. Professora do Programa de Escolarização Hospitalar da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME Curitiba/Brasil) no Complexo Hospital de Clínicas do Paraná (UFPR/Brasil). E-mail: vipmaito7@hotmail.com

3 Mestre em Educação pela Universidade Internacional de Lisboa, Especialista em Neuropsicologia pela

FACINTER, Especialista em Educação Especial pela Bagozzi, Especialista em Inclusão pela UNICURITIBA, Especialista em Alfabetização pela UTP, Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Paraná, Professora do Programa de Escolarização Hospitalar da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME Curitiba/Brasil) no Complexo Hospital de Clínicas do Paraná (UFPR/Brasil). E-mail: peh.hc@bol.com

4 Especialista em Educação Especial e Inclusiva pela FACEL, Especialista em Gestão Escolar – Coordenação e

Orientação Escolar e Graduada em Pedagogia pela Universidade Castelo Branco – UCB, Professora do Programa de Escolarização Hospitalar da Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME Curitiba/Brasil) no Complexo Hospital de Clínicas do Paraná (UFPR/Brasil). E-mail: melisahey@hotmail.com

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cabem a responsabilidade na esfera estadual e municipal. Além de conceituar termos relevantes como; integração, corresponsabilidade e integralidade. Enfoca especialmente a importância da integralidade da equipe de profissionais da educação que atuam nesse contexto, e de suas ações pedagógicas, apontando para a possibilidade de integrar também a instituição de saúde, por meio de Comitê de Humanização, chamando-os a coparticipação e ao compromisso com a educação ofertada no espaço hospitalar, com intuito de promover aos estudantes hospitalizados a educação humanizadora que se almeja, mesmo em contexto tão diverso. Este trabalho foi fundamentado a partir de subsídio teórico e metodológico como Gasparin (2005), Matos e Mugiatti (2008), Cardoso (2011) com vistas ampliar as discussões voltadas sobre a organização do trabalho pedagógico com crianças e adolescentes em idade escolar hospitalizado ou em tratamento de saúde.

Palavras-chave: Escolarização Hospitalar. Programa de Escolarização Hospitalar. Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar. Integralidade. Formação de Professores. Programa de Escolarização Hospitalar e Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar: do aspecto legal a efetivação

A proposta que ora apresentamos, aborda aspectos relevantes da organização do trabalho pedagógico realizado pela equipe de escolarização hospitalar do Complexo Hospital de Clínicas – UFPR, para tanto, este relato de experiência tem caráter qualitativo e descritivo, caracterizando-se como um estudo de caso ao “descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação”. (GIL, 2009, p.54)

Inicialmente realizou-se um levantamento bibliográfico e documental sobre os fundamentos legais do atendimento escolar hospitalar e as ações integradas desenvolvidas pelo Programa de Escolarização Hospitalar - PEH, ofertado pela Secretaria Municipal de Educação de Curitiba – SME/Curitiba e o pelo Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar - SAREH, ofertado pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED/PR no Complexo Hospital de Clínicas – UFPR.

Diante do desafio de assegurar a continuidade da escolarização ao estudante hospitalizado ou em tratamento de saúde que se encontram em idade escolar obrigatória dos 4 aos 17 anos idade, por meio: Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado e Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba, apresentam um projeto educacional coerente, articulado e integrado, que tem como objetivo favorecer, aos estudantes atendidos, o pleno desenvolvimento nos aspectos emocionais, sociais, físicos e cognitivos.

O atendimento pedagógico hospitalar é uma política de inclusão ofertada pelas Secretarias de Educação que vem restabelecer o direito à educação de estudantes em contexto diferenciado, ao oportunizar a continuidade da escolarização mesmo quando esses estudantes

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se encontram em situações adversas como o internamento hospitalar ou tratamento de saúde, que os afastem da frequência à escola comum, preocupando-se com a inserção ou a reinserção em seu ambiente escolar após a alta.

A Educação Hospitalar enquanto uma política de Educação Inclusiva, tem base consolidada na legislação nacional por meio da Constituição Federal de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei n. 8.069/90, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, Resolução nº 02/2001 – CNE/CEB e Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Resolução nº 41/95.

Diante da legislação apresentada, a Educação Hospitalar representa o reconhecimento do direito à educação, e assegura dentre outras ações o atendimento educacional para o estudante hospitalizado, universalizando o acesso à educação.

No estado do Paraná, o Conselho Estadual de Educação do Paraná define normas para a Educação Especial para o Sistema de Ensino do Estado do Paraná, por meio da Deliberação nº 02/03, que expressa:

Art. 14 Os servidores especializados serão assegurados pelo Estado, que também firmará parcerias ou convênios com as áreas de educação, saúde, assistência social, trabalho, transporte, esporte, lazer e outros, incluindo apoio e orientação à família, à comunidade e à escola, compreendendo:

I- Classe especial II - Escola especial III - Classes hospitalares

IV - Atendimento pedagógico domiciliar (PARANÁ, 2003).

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná institui o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar – SAREH pela Resolução nº 2527/2007 e por meio da Instrução nº 016/2012 – SEED/SUED, estabelece procedimentos para a implantação do SAREH. Assim como o Conselho Municipal de Educação de Curitiba - CME, por meio da Deliberação CME N.º 01/2015 fixa Normas e Princípios para a Educação Especial do Sistema Municipal de Ensino de Curitiba – SISMEN, descreve esses atendimento em seu capítulo V, Art. 20 nos parágrafos:

[...] V - atendimento domiciliar para o educando que se encontra afastado das atividades escolares em tratamento de saúde, respaldado por atestado médico, impossibilitado de frequentar regularmente os espaços escolares, que contemplem atividades pedagógicas adaptadas, disponibilizadas em sua residência e organizadas de forma integrada ao currículo escolar de referência do educando;

VI – classes hospitalares para o acompanhamento escolar de educandos que se encontram em tratamento de saúde em ambiente hospitalar. O atendimento é

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realizado nas dependências do hospital, individualmente ou em grupo, no leito do educando ou em sala destinada a essa atividade. (CURITIBA, 2015)

A educação hospitalar no Complexo Hospital de Clínicas – UFPR – CHC/UFPR, teve seu início em 2005, ano em que foi firmado o convênio com a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba que disponibilizou profissionais da educação por meio do Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba, que realizam o atendimento pedagógico aos estudantes das etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental anos iniciais. A partir do ano de 2007, o CHC/UFPR estabelece convênio com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná se iniciam os atendimentos realizados pelo Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado do Paraná, responsável por atendimento pedagógico as etapas do Ensino Fundamental anos finais, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos – EJA.

O enfrentamento dos desafios apresentados na busca da continuidade do processo educacional requer a observância de especificidades na organização do trabalho pedagógico no que se refere a oferta do Ensino Fundamental, sendo que estes, no ambiente hospitalar muitas vezes, não se diferenciam do ensino comum.

Ressalta-se, que no estado do Paraná a oferta do Ensino Fundamental está administrativamente dividida em duas fases, sendo os anos iniciais, prioritariamente de responsabilidade da esfera municipal e os anos finais de responsabilidade da esfera estadual. Porém, cabe enfatizar que o Ensino Fundamental consiste em uma única etapa de ensino, sendo assim necessário assegurar a continuidade do processo educacional e amenizar as possíveis rupturas na transição entre os anos iniciais e os anos finais desta etapa de ensino, por se constituírem como duas fases com características distintas, porém compreendidas como sequenciais.

A partir da argumentação ora apresentada, entende-se que esta etapa de ensino tem o mesmo amparo legal, tanto para os fundamentos, princípios, carga horária, currículo, projeto político pedagógico, entre outros aspectos pedagógicos evidenciados também nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental – Resolução nº 07/10 – CNE/CEB, que expressa:

Art. 18 O currículo do Ensino Fundamental com 9 (nove) anos de duração exige a estruturação de um projeto educativo coerente, articulado e integrado, de acordo com os modos de ser e de se desenvolver das crianças e adolescentes nos diferentes contextos sociais. (BRASIL, 2010)

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Diante do desafio de assegurar um projeto educativo coerente, articulado e integrado na transição dos anos iniciais para os anos finais do Ensino Fundamental, objetivamos concentrar todos os esforços para evidenciar elementos e especificidades da organização do trabalho pedagógico, tendo em vista que em cada fase do Ensino Fundamental há diversos elementos e especificidades que interferem diretamente na ação pedagógica. Assim, há que se compreender a interdependência e a articulação entre os anos iniciais e os anos finais do Ensino Fundamental, bem como estabelecer ações de integralidade entre estas fases no ambiente hospitalar.

Dessa forma, é fundamental abordar aspectos que influenciam a organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais e anos finais do Ensino Fundamental. A organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais sob a responsabilidade do PEH, o professor é unidocente e referência para o estudante o que possibilita a realização de um trabalho interdisciplinar, com foco na consolidação da alfabetização, do letramento e do numeramento, considerando tempo e espaço de aprendizagem e desenvolvimento de cada estudante.

Na organização do trabalho pedagógico nos anos finais de responsabilidade do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do estado do Paraná, são disponibilizados três professores especialistas, sendo cada um responsável por uma das seguintes áreas; Linguagens, Ciências Exatas e Ciências Humanas, além de um pedagogo que muitas vezes, passa ser a referência para o estudante.

Os atendimentos pedagógicos são organizados de acordo com a etapa e ano que o aluno está matriculado, conforme princípios da legislação da educação nacional e as Diretrizes Curriculares Estaduais Orientadoras da Educação Básica. Desatacamos que a dinâmica dos atendimentos a estudantes do ao Ensino Fundamental anos finais a organização do trabalho pedagógico se torna ainda mais complexo, considerando o número maior de professores, a necessidade de interação entre eles, os diferentes níveis de exigência, e o gerenciamento dos diferentes estilos de organização e didática, conforme pesquisa realizada pela Fundação Victor Civita.

Diante do exposto e da experiência vivenciada é possível afirmar a importância da integralidade entre a equipe de Escolarização Hospitalar (PEH e SAREH) por meio de seus profissionais, com ações que privilegiem a continuidade da escolarização na transição entre as etapas da Educação Básica, principalmente considerando que estas são ofertadas por esferas governamentais diferentes. Cabe destacar que, em alguns casos, o estudante atendido pelo PEH, posteriormente, poderá ser atendido pelo SAREH. Esta integração entre a Escolarização

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Hospitalar – PEH e SAREH, com ações de parceria e corresponsabilidade da educação no ambiente hospitalar, será possível alcançar uma educação sem rupturas e garantir a continuidade da trajetória escolar com menor defasagem de aprendizagem aos estudantes atendidos.

Limites e possibilidades na organização do trabalho pedagógico

Atuar na organização do trabalho pedagógico em ambiente hospitalar é um grande desafio ao julgar a convivência diária com dores e incertezas de muitas crianças, adolescentes e acompanhantes. No entanto, deve-se destacar que a Escolarização Hospitalar busca garantir o direito à continuidade da escolarização formal, numa perspectiva de emancipação que considere os aspectos cognitivos, psicológicos e emocionais, e ainda, reconhecendo que cada estudante apresenta necessidades educacionais próprias ao seu desenvolvimento integral.

Desse modo, consideramos que o ponto de partida do processo educacional hospitalar é considerar o estudante como centro de todo processo, sendo que mesmo hospitalizado interage e apropria-se de conceitos, ou seja, mesmo estando em tratamento de saúde continua a se desenvolver sob todos os aspectos.

Para além dos aspectos específicos da escolarização tratados até aqui, salientamos que cabe ao professor, nesse contexto, a realização de encaminhamentos metodológicos específicos para cada estudante, adequar conteúdos, materiais seguindo as restrições médicas e do próprio ambiente. Para tanto é necessária a elaboração de atividades pedagógicas organizadas a partir da flexibilização curricular, sem modificação do mesmo, favorecendo a continuidade no desenvolvimento dos conteúdos curriculares. Vale lembrar o compromisso com o atendimento pedagógico de excelência, que respeita as especificidades de cada estudante para o desenvolvimento integral, considerando os aspectos físicos, emocionais, cognitivos e sociais.

Isso pressupõe articulação e organização das ações pedagógicas intencionais, como Gasparin (2005) afirma, é fundamental a reorganização do processo educativo, por meio de uma metodologia de ensino que considere a cultura acumulada historicamente pela humanidade, além de considerar os interesses dos estudantes, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico, sem perder de vista a sistematização do conhecimento, evitando assim, a defasagem de conteúdos e possibilitando a continuidade da vida escolar.

Neste sentido, a Escolarização Hospitalar se articula e fortalece a rede de atendimento hospitalar, através de uma relação dialógica entre familiares, professores, profissionais da

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saúde e a escola de origem do estudante. No contexto hospitalar, a escolarização além da competência de mediar o processo de ensino e aprendizagem, deve oportunizar e garantir a articulação entre a escola e o hospital, entre a educação e a saúde, entre o professor da escolar e o estudante hospitalizado.

Para Matos e Mugiatti (2008), que o envolvimento do estudante com as atividades escolares no ambiente hospitalar funciona como instrumento redutor dos efeitos traumáticos da internação e do impacto causado pelo distanciamento de sua rotina, principalmente em relação ao afastamento escolar. Assim, a ação pedagógica desenvolvida no ambiente hospitalar desempenha um importante papel, fazendo a integração entre a escola e o hospital e entre a saúde e a educação.

O contato com a escola de origem sempre é um aspecto relevante para acompanhar a trajetória escolar do estudante em tratamento de saúde, bem como após alta do hospital, principalmente nas situações em que este estudante continuará afastado do contexto escolar e terá o direito de solicitar e receber o atendimento pedagógico domiciliar. Conforme, Cardoso (2011) a escolarização hospitalar traz muitas contribuições aos estudantes que são hospitalizados, dentre as quais a reintegração do estudante às suas escolas após a alta. Porém, alguns fatores podem comprometer a reinserção escolar, entre eles o preconceito que pode surgir por parte dos colegas e professores, devido falta de conhecimento sobre a doença e ainda, a insegurança por parte da família em enviar a criança à escola.

Faz-se necessário ressaltar que a família, por vezes, no intuito de melhor atender o estudante em tratamento de saúde, cerca-o de cuidados e focalizam os seus esforços no tratamento de saúde e acabam descartando a importância da escola no seu desenvolvimento. No entanto, é importante orientar a família que embora o estudante esteja doente, pode e deve continuar a trajetória escolar.

Diante disso, entende-se que para enfrentar as diversas dificuldades e limitações da realidade experimentada na dinâmica da escolarização hospitalar, é fundamental a integralidade entre o Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Paraná e do Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba, com vistas a viabilizar uma organização do trabalho pedagógico integrado e sequencial, assegurando as especificidades de cada esfera do ensino fundamental: anos iniciais Programa de Escolarização Hospitalar e anos finais -Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar e para que se efetive uma ação pedagógica intencional, primando pela formação integral do estudante, para a continuidade da trajetória escolar.

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Ampliando a corresponsabilidade e a integração

O Comitê de Humanização Complexo Hospital de Clínicas – UFPR tem papel relevante quando valoriza e se integra ao Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba e Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado do Paraná no desenvolvimento e promoção de ações integradas com o intuito de fortalecer vivências pedagógicas significativas no ambiente hospitalar e garantir a continuidade da trajetória escolar com menor defasagem de aprendizagem aos estudantes hospitalizados. Ações estas pautadas em fundamentos para a organização do trabalho pedagógico, considerando as especificidades de cada etapa do Ensino Fundamental – anos iniciais e finais e no reconhecimento da necessidade de se ofertar formação em serviço, respeitando os encaminhamentos pedagógicos e estruturais de cada Secretaria de Educação.

Antes de tratarmos da importância da integração e da corresponsabilidade das ações desenvolvidas nas três esferas; Comitê de Humanização Complexo Hospital de Clínicas – UFPR, Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado - SAREH e do Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba - PEH em benefício dos estudantes atendidos cabe a conceituação dos termos Integração, Corresponsabilidade e Integralidade.5

Integração tem origem na palavra integrar que é definida pelo dicionário Priberam da Língua Portuguesa como: tornar inteiro ou cabal. 6 Já a palavra Integração é o efeito de integrar, de construir um todo, ou complementar o todo com partes faltantes. Neste texto, entendemos o verbete como um processo multifatorial e dinâmico, que pressupõe a reunião das diferentes esferas empenhadas, em esforço coordenado, planejamento conjunto, e apresentando o mesmo objetivo o da excelência do atendimento da escolarização em ambiente hospitalar.

Corresponsabilidade, segundo o mesmo dicionário, é definida como: responsabilidade dividida entre duas ou mais pessoas ou entidades7. Então, a responsabilidade partilhada é comum as esferas tratadas no texto, que partilham do mesmo compromisso. A palavra Integralidade é definida no dicionário, acima citado, como sendo: estado de uma coisa inteira, completa. Ao se referir ao tema sob a visão da saúde, Pinheiro (2009)aponta que:

5 Grifo dos autores 6 Grifo dos autores 7 Grifo dos autores

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A “integralidade” como eixo prioritário de uma política de saúde, ou seja, como meio de concretizar a saúde como uma questão de cidadania, significa compreender sua operacionalização a partir de dois movimentos recíprocos a serem desenvolvidos pelos sujeitos implicados nos processos organizativos em saúde: a superação de obstáculos e a implantação de inovações no cotidiano dos serviços de saúde, nas relações entre os níveis de gestão do SUS e nas relações destes com a sociedade.

A citação acima pode ser transferida para a realidade da Escolarização Hospitalar tendo em vista que acontece em ambiente da saúde e representa na área da educação uma questão de cidadania, de uma ação de movimentos recíprocos para a superação de obstáculos e tem a preocupação de estabelecer relação entre saúde, educação e sociedade. Ao longo do texto mesclamos os termos: corresponsabilidade, integração e integralidade para nos referir a união e compromisso das três esferas – SAREH, PEH e Comitê de Humanização para efetivação da escolarização hospitalar desenvolvida nas dependências do Complexo Hospital de Clínicas - UFPR.

As ações desenvolvidas por meio da integração entre o Comitê de Humanização e a equipe de Escolarização Hospitalar (PEH e SAREH) do Complexo Hospital de Clínicas demonstram o reconhecimento tanto da relevância, quanto da excelência dos serviços prestados pelas equipes de profissionais da educação do Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado e do Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba no interior do hospital.

Entre as ações realizadas, merecem destaque, o Encontro Pedagógicos no Ambiente Hospitalar que visa proporcionar aos acadêmicos dos cursos de graduação das áreas de saúde e educação reflexão sobre a organização do trabalho pedagógico realizado a crianças e adolescentes no ambiente hospitalar.

Faz-se necessário mencionar, ainda, a organização do Seminário de Educação Hospitalar e Domiciliar: do direito ao acesso a intervenção pedagógica, que tem como objetivo promover momentos de formação continuada com vistas ampliar o diálogo entre os profissionais de diferentes áreas que atuam no contexto hospitalar, bem como proporcionar subsídio teórico e metodológico sobre a organização do trabalho pedagógico com crianças e adolescentes em idade escolar hospitalizado ou em tratamento de saúde.

Outra ação fundamental de integração é a convocação da unidade aos profissionais da educação do Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba e Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado do Paraná para participar de reuniões das equipes multidisciplinares e da ações desenvolvidas pelo Comitê de Humanização.

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Estas ações visam a integralidade entre o Comitê de Humanização, o Programa de Escolarização Hospitalar de Curitiba e Serviço de Atendimento à Rede de Escolarização Hospitalar do Estado do Paraná para a efetivação de uma educação humanizadora, comprometida com o desenvolvimento pleno dos estudantes, sendo fundamental consolidar este trabalho articulado entre a Instituição de Saúde e a Escolarização Hospitalar (PEH e SAREH), desta forma o compromisso com a educação de excelência será partilhado por meio de um elo de corresponsabilidade.

Considerações

A Escolarização Hospitalar é uma modalidade de ensino inserida na Educação Especial, que ainda é pouco explorado, tanto nos aspectos legais como em políticas públicas para a efetivação e garantia do direito a educação nas unidades de saúde. No entanto, crianças, adolescentes e adultos internados, para o tratamento de saúde, enfrentam muitas vezes a condição de invisibilidade diante da sociedade, da escola, e de outros contextos e por esse motivo são tomados por um profundo sentimento de exclusão.

Considerando que a escolarização hospitalar é uma ação inclusiva que busca promover a equidade, a dignidade e o desenvolvimento integral dos estudantes a quem atende, cabe ao profissional da educação que atuam no hospital restabelecer, não só, o direito constitucional a educação desses cidadãos,mas a consolidação e efetivação de uma intervenção pedagógica de excelência.

Acreditamos com base na experiência vivida, que é por meio da integração, corresponsabilidade, e integralidade instituídas entre cada um das esferas que constituem a escolarização hospitalar – SAREH, PEH e Comitê de Humanização no Complexo Hospital de Clínicas, bem como dos profissionais da saúde que atuam na mesma instituição, que se pode promover a esses estudantes hospitalizados a educação humanizadora que se almeja, mesmo em contexto tão diverso.

Referências

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_____. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília,13 jul. 1990.

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_____. Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução n. 41, de outubro de 1995. Diário Oficial da União, Brasília, 17 out. 1995.

_____. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB n. 02, de 11 de setembro de 2001. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.

____. Conselho Nacional de Educação. Resolução nº 07/10, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

_____. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 20 dez. 1996.

CARDOSO, Mirelle Ribeiro. Desafios e possibilidades da ludicidade no atendimento pedagógico hospitalar. 2011. 134 p. Dissertação (Pós- Graduação em Educação) – Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em: <http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/9898/1/2011_MirelleRibeiroCardoso.pdf>. CURITIBA. Conselho Municipal de Educação de Curitiba – CME. Deliberação CME N.º 01/2015. Curitiba, 2015. Disponível em:

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