a joaninha
Nininha
orgulhosa
Gráfica Editora Sul Mineira Varginha (MG) - 2005
Texto: José Roberto Sales Ilustrações: Rafael Grimaldi
JOSÉ ROBERTO SALES
Presidente da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências (2003-2005)
Psicólogo. Especialista em psicologia clínica. Pedagogo.
Especialista em orientação educacional. Pós-graduado em Pedagogia. Professor do ensino secundário e superior. Especialista em saúde pública. Capacitado em gestão de documentos de arquivo.
Capacitado em desenvolvimento e gestão cultural.
Coordenador regional de saúde mental SUS/MG. Vice-presidente do Colegiado Estadual de Saúde Mental SUS/MG. Escritor, editor e produtor cultural.
NININHA, A JOANINHA ORGULHOSA
ILUSTRAÇÕES Rafael Grimaldi
REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Maria de Lourdes Figueredo Saullo
Catalogação na Fonte
Responsável: José Roberto Sales
Sales, José Roberto,
Nininha, a joaninha orgulhosa / José Roberto Sales; revisado por Maria de Lourdes Figueredo Saullo ; ilustrado por Rafael Grimaldi Requião Silva. -Varginha : Gráfica Editora Sul Mineira, 2005.
23 p. : il.
ISBN 85-901508-7-9
Literatura infantil. I. Saullo, Maria de Lourdes Figueredo, rev. II. Silva, Rafael Grimaldi Requião, il. III. Título.
© Copirraite José Roberto Sales, 2005. Direitos autorais reservados:
Texto: José Roberto Sales.
Ilustrações: Rafael Grimaldi Requião Silva. Proibida a reprodução por qualquer meio
e sistema sem a autorização por escrito do autor. Aos infratores se aplicam as penas descritas em Lei. Gráfica Editora Sul Mineira Ltda.
Varginha (MG).
1ª edição. Tiragem: 600 exemplares. Paginação e montagem da capa. Luiz Ezequiel Sana Júnior. Ilustração da Capa
Rafael Grimaldi
Projeto cultural “Os Amiguinhos da Floresta”, idealizado e integralmente patrocinado pelo autor com o objetivo de criar e desenvolver o hábito e o gosto pela leitura nos alunos do ensino fundamental.
Distribuição gratuita nas escolas públicas do ensino fundamental do município de Varginha (MG).
VOCABULÁRIO
BALOFO: muito gordo. DEGUSTAR: saborear.
DENSA: espessa, fechada. No caso, o texto se refere a uma floresta com muitas árvores e plantas. FACEIRA: vaidosa, dengosa, brejeira.
FRESTA: fenda; abertura estreita, num muro ou telhado, para ventilação e iluminação; qualquer abertura estreita que permita a passagem de luz e ar.
GARBOSA: elegante.
HOMESSA: interjeição. Exprime admiração, espanto ou ainda irritação. É o mesmo que dizer: ora essa, essa é boa.
INCAUTA: pessoa que não tem cautela; descuidada; imprudente. Também pode ser uma pessoa sem malícia, ingênua.
LENITIVO: alguma coisa que traz alívio, conforto ou calma. MANJAR: comida sofisticada e apetitosa; iguaria.
Um, dois, três... Era uma vez uma joaninha chamada Nininha.
Nininha
vivia numa linda floresta. Ela adorava festa
e brincar de cirandinha.
Nininha
morava numa casinha de cogumelo
debaixo do ipê amarelo. Ela brincava todo dia, rindo, cheia de alegria.
Nininha garbosa, não tomava jeito,
tinha incorrigível defeito: Era muito orgulhosa.
- Não preciso de ninguém! Sei fazer tudo sozinha. Assim pensava Nininha, orgulhosa como ninguém.
Porém,
na densa floresta vivia também
escondido numa fresta um bicho felpudo que devorava tudo: A aranha
Medonha.
Um dia,
distraída, incauta e faceira, cansada de tanta brincadeira Nininha
caiu na teia trançada obra de arte desenhada em renda mortal
da aranha fatal.
A teia balançou para lá e para cá, para cá e para lá, no embalo que tomou. A aranha Medonha veio feliz e risonha.
- Ah, mas que delícia! disse ela, falando sem parar
ao ver o manjar a degustar. E os olhos da aranha tagarela brilhavam de alegria
mais que o sol do meio-dia, pensando no caldo de joaninha do seu café de manhãzinha: - Vou cozê-la com flores e outros mais sabores!
E foi logo preparar a receita: Joaninha, extrato de pimenta, cebolinha, flores da estação, um pedacinho de pimentão, mais isso, mais aquilo...que odor! Cozinhar até levantar vapor! Servir bem quente, com gotas de azeite e pétalas de enfeite.
Triste fim de Nininha virar caldo de joaninha, cozida na panela da aranha tagarela
que lambia os beiços de satisfação, pensando na delícia da refeição.
Vendo todo aquele preparativo, Nininha caiu num pranto sem lenitivo. Chorava e remexia, remexia e chorava. Coitada! Quanto mais remexia e chorava mais presa ficava.
Os bichinhos da floresta fizeram uma reunião
para encontrarem a salvação da joaninha amiga da festa:
Tânia Jura, a formiguinha, Lorena, a baratinha, Julieta, a borboleta, Louro, o besouro, Ritoca, a minhoca.
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Reunião acabada, a borboleta Julieta
teve a idéia mais esperta, por todos aprovada.
Com o besouro Louro nas costas voou; na teia da aranha malvada, ele pulou.
O besouro Louro
gorducho como ele só, redondo de tão fofo, enorme e balofo, pulou na teia sem dó e foi um estouro!
A teia da aranha Medonha Boa idéia!
duma vez, arrebentou-se. Nininha libertou-se; tonta da prisão, caiu no chão.
A aranha Medonha correu depressa, tristonha. - Homessa! Lá se foi
meu caldo de joaninha!
E pôs-se ligeira a tecer nova teia,
para pegar outro bicho distraído
que de uma alegre festança tiver saído.
Os amiguinhos fizeram, então, o maior baile da floresta, o baile da libertação
da joaninha amiga da festa.
Desde então, a joaninha Nininha
nunca mais quis viver sozinha. Que bom! Aprendeu a lição!
viver com os outros é um presente que deixa todo mundo contente.