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Mandado de Injunção. A Lei , complementando o tema, dispõe que a falta da norma regulamentadora pode ser total ou parcial.

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Academic year: 2021

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Mandado de Injunção

Fonte: Pedro Lenza

Inicialmente, cumpre salientar que o mandado de injunção é um remédio constitucional previsto pela primeira vez na Constituição Federal de 1988. Vejamos a previsão constitucional do tema:

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

A Lei 13.300, complementando o tema, dispõe que a falta da norma regulamentadora pode ser total ou parcial. Vejamos:

Art. 2º Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta

total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o

exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

Parágrafo único. ​Considera-se parcial a regulamentação

quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão

legislador competente​.

Sobre o tema, vejamos a lição do Professor Lenza:

A omissão é total quando a inércia é absoluta, ou seja, o preceito constitucional de eficácia limitada não foi disciplinado (exemplo: Lei da Greve do Servidor Público).

Por sua vez, considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente (Exemplo: Direito ao Salário Mínimo).

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Os requisitos, portanto, para a o mandado de injunção, são: - Norma de Eficácia Limitada;

- Falta de norma regulamentadora.

Em relação ao Mandado de injunção individual, temos os seguintes legitimados: 1) Pessoa Física e 2) Pessoa Jurídica. Inclusive as pessoas jurídicas de direito público podem impetrar o remédio constitucional, nos termos da decisão do STF (MI 725).

Para o Mandado de Injunção Coletivo, temos como legitimados ativos: - Ministério Público;

- Partido político com representação no Congresso Nacional;

- Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 ano (Cuidado! desde que para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, ​dispensada, para

tanto, autorização especial​);

- Defensoria Pública.

O legitimado passivo, tanto no mandado de injunção individual como no mandado de injunção coletivo será o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora.

A petição inicial deve seguir o rigor processual em vigor, bem como deve indicar além do órgão responsável pela elaboração da norma, a pessoa jurídica que ele integra ou está vinculado.

Atenção! No caso de normas de iniciativa reservada, como,

por exemplo, aquelas previstas no art. 61, § 1º, em relação ao Presidente da República, o mandado de injunção deverá ser

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impetrado também em face do titular da referida iniciativa reservada, pois é ele que deve deflagrar (dar início) o processo legislativo, não podendo o Congresso Nacional atuar sem a sua provocação formal, sob pena de inconstitucionalidade do eventual ato normativo a ser editado (vício formal propriamente dito subjetivo).

Recebida a petição inicial, será seguido o procedimento a seguir:

- A notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 dias, preste informações;

- A ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, devendo ser-lhe enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.

Caso a petição seja indeferida por ser a ação incabível ou improcedente, caberá agravo ao órgão competente no prazo de cinco (5) dias. Findo o prazo para apresentar informações, os autos irão para o Ministério Público para que no prazo de 10 dias, manifeste ou não sua opinião sobre o tema.

No tocante à decisão do Mandado de Injunção, prevê o artigo 8º o seguinte: Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:

I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;

II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

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Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.

É importante também mencionarmos o previsto no artigo 9º, que está sendo cobrado em várias provas de concursos. Vejamos:

Art. 9º A decisão ​terá eficácia subjetiva limitada às partes e

produzirá efeitos até o advento da norma

regulamentadora​.

§ 1º Poderá ser conferida eficácia ​ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.

§ 2º ​Transitada em julgado a decisão​, seus efeitos poderão

ser estendidos aos casos análogos por ​decisão monocrática

do relator​.

§ 3º O indeferimento do pedido por ​insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios​.

Em relação à revisão da decisão, prevê a legislação:

Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, ​a pedido de qualquer interessado​, quando sobrevierem ​relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito​.

Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei.

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Por fim, em relação ao mandado de injunção coletivo, a legislação prevê: “O mandado de injunção coletivo não induz litispendência em relação aos individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante que não requerer a desistência da demanda individual no ​prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência

comprovada da impetração coletiva​”.

Bem como no âmbito do Mandado de Injunção, podem ser aplicadas de maneira subsidiária a legislação do Mandado de Segurança (Lei 12.016) e o Código de Processo Civil (CPC/15).

Bons Estudos! Equipe CTPGE

Pedido de Revisão da decisão

A pedido de qualquer interessado, desde que:

Referências

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