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O ganglio lymphatico na defesa do organismo

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Academic year: 2021

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s- ■ * '

0 Ganglio Lymphatîco

NA ..vn­.

D E F E S A D O O R G A N I S M O *

DISSERTAÇÃO INAUGURAL

APRESENTADA A

ESCOLA MEDICO-CIRURGICA DO PORTO

P O R T O

T Y P . DE jfii. Y' V A S C O N C E L L O S , S U C C E S S O K E S 51, Rua de Sá Noronha, 51

1899

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ESCOLA MEDICO-CIRURGICA DO PORTO

DIRECTOR INTERINO

□ R. A G O S T I N H O A N T O N I O D O S O U T O

SECRETARIO

RICARDO D'ALMEIDA JORGE

C o r p o C a t h e d r a t i c o Lentes cutliedrntlcos 1." Cadeira—Anatomia descripti­

va geral João Pereira Dias Lebre. •2." Cadeira — Physíologia . . . Antonio Placido da Costa. 3." Cadeira—Historia natural dos

medicamentos e materia me­ dica

4." Cadeira — Pathologia externa e therapeutica externa . . 5." Cadeira—Medicina operatória. 6." Cadeira —Partos, doenças das mulheres de parto e dos rc­ cem­nascidos

7." Cadeira —Pathologia interna e therapeutica interna . . S.a Cadeira—Clinica medica . .

9." Cadeira —Clinica cirurgica . 10." Cadeira—'Anatomia patholo­

gica

II." C a d e i r a ­ M e d i c i n a legal, hy­ giene privada e publica e

toxicologia Ricardo d'Almeida Jorge. 12." Cadeira—Pathologia geral, se­

mciologia e historia medica. Maximiano A. d'Olivcira I.emos Pharmacia Nuno Freire Dias Salgueiro.

Lentes jubilados

Illydio Ayres Pereira do Valle.

■•■»

Antonio Joaquim de Moraes Caldas. Dr. Agostinho Antonio do Souto.

Cândido Augusto Corrêa de Pinho. Antonio d'Oliveira Monteiro. Antonio d'Azevedo Maia. Roberto B. do Rosário Frias. Augusto Hcnriqtre d'A. Brandão.

Secção medica .

Secção medica . Secção cirurgica

José d'Andrade Gramaxo. . . . < Dr. José Carlos Lopes.

I Pedro Augusto Dias. Lentes substitutos

I João I.opes da S. Martins Junior, • Alberto Pereira Pinto d'Aguiar.

\ Clemente J. dos Santos Pinto,

i Carlos A. de Lima. Lente demonstrador

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A Escola não responde pelas doutrinas expendidas na dissertação e enunciadas nas proposições.

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AO COLLEGIO DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA

MÉRITOS QRPHAOS DO PORTO

.1 esta instituição, a quem devo o que sou,

confesso a minha profunda gratidão.

A O R E V .M O S N R .

'P.

e

Úsccnso c/e ^ÍíCagalhães romeca

Cl expze&fcão do m e u xzzo\\\\zc\~ nveivto.

(7)

AO MEU BOM AMIGO

\mí pjttnto mm fe p\

A SUA EX.»"* ESPOSA

0.é

ugema "fóaéiaé ,^¥ffYt {^Jzct/ta e Qy'aio cáó <2/aii(o<i

(8)

AOS MEUS DOIS ÍNTIMOS AMIGOS

'om/ti(M Waeãma (^y&meá f/a k^Jtvwa

tôí. cyùtiîo-nio. Csío-dtiqV.Z3 Jy<yvr.e,s

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A MEU PRIMO

i t S Í l l l l l l t 646148

AOS COMPANHEIROS DA VIDA COLLEGIAL

Jacintho Fernandes

Manuel Augusto P. de Barros

lAffonso Vieira d'Andrade

João Maria Pereira Rebello

Francisco Lereno

'Bernardino Augusto P. de Barros

'Belmiro M. dos Santos.

(10)

AOS AMIGOS

<p . ,(C),. . _ C

^Joaquim CJ&pdric/ues à '■§) ligeira e _èj>á

AOS EX.M O S S N R S .

ZBatjmundc DdZarques Vilfar Jlntonio de Maura DÕloreira Cduardo tlugenio {Pereira Coelho Muiz $osé de Mima

DKanoe[ Rodrigues d'OCiveira e Sá

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/ o px.*° SNB.

cytniania cias fardos C^o-iizacú

'Profundo reconhecimento.

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AO MEU PRESIDENTE DE THESE

O ILL.""' E E X .m 0 SKB

fr. João | . íta ftilra j|ariÍM Junioi!

■j j J J ■

Homenagem à sua vasta erudição e ao seu muito saber.

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Meios de defesa do organismo

Ao contrario do que primitivamente se suppunha, agentes microbianos provocadores d'infecçoes vi-vem normalmente á superficie dos nossos tecidos. Nos revestimentos mucosos ou cutâneos e especialmente á superficie dos apparelhos digestivo e respiratório se encontram habitualmente a maior parte d'estes ele-mentos.

Ao contacto das mucosas d'estes apparelhos chega constantemente grande numero de micróbios; e, se permanecem inofensivos, é porque o organismo dos seres superiores se encontra constituído de tal sorte, tem defesas de tal ordem, que lhe permittem anni-quilar a acção da maior parte d'elles. Emquanto o funccionamento do organismo permanece normal, este representa para elles um meio hostil que lhes neutra-lisa os effeitos prejudiciaes.

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bitualmente comnosco; mas que-uma circumstancia qualquer venha diminuir a resistência orgânica, que uma perturbação venha alterar o funccionamento phy-siologico dos nossos órgãos ou quebrar a impenetra-bilidade propria das nossas membranas de revesti-mento e logo a lucta se estabelece, logo o meio até aqui hostil se lhes torna favorável, ficando o organis-mo .entregue á actividade d'estes elementos pathoge-nies,' cuja presença inoftensiva ainda ha pouco tole-rava.

Está n'estas condições o pneumococo, que, viven-do normalmente como saprophyta á superficie da mu-cosa respiratória, se torna n'um dado momento e á custa d'alteraçoes orgânicas um elemento pathogeni-es Emquanto o organismo lhe anniquilou a acção, este elemento microbiano permaneceu inoffensivo. E como este todos os outros agentes microbianos.

São inofensivos emquanto a integridade do orga-nismo se não altera, e tornam-se pelo contrario pa-thogenies logo que esta fraqueja.

D'aqui vem a divisão dos micróbios em saprophy-tas e pathogenicos. E ainda que saprophysaprophy-tas sejam el-les emquanto a resistência permanece integra, uma vez esta alterada, passam immediatamente da primei-ra á segunda categoria, tornando-se de hospedes inof-fensivos em algozes de quem lhes dava generosa hos-pedagem.

Os micróbios da segunda espécie são em pequeno numero, pois que nós destruímos quasi todos os mi-cróbios que nos invadem.

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No estado normal, encontrando-se a pelle intacta e intactas também as mucosas digestiva e respirató-ria, isto basta para assegurar a protecção do organis-mo contra as numerosíssimas causas d'infecçâo.

E, de facto, de todos os meios de defeza de que o organismo dispõe, é este o que se deve mencionar cm primeiro logar.

A pelle com a sua espessa camada epithelial é a primeira e a mais òftieaz barreira que o organismo, oppõe á invasão microbiana.

Qualquer que seja a natureza do inimigo que nos ataque é sempre a pelle um valioso elemento de pro-tecção; e contra os micróbios é esta protecção d'uma efficacia absoluta. Se a pelle se conservar intacta, se nenhuma escoriação ou solução de continuidade vier alterar a integridade anatómica d'esté tegumento, ja-mais micróbio algum ahi poderá penetrar.

É baseados no conhecimento d'esta propriedade que manejamos impunemente toda a casta de prepa-rações, onde estes agentes abundam.

Contra estes, elementos microscópicos é a pelle um invólucro perfeitamente adaptado que, no estado in-tegro, basta a repellir qualquer invasão hostil.

D'entre os variadíssimos processos por que o or-ganismo resiste ás infecções, é incontestavelmente este um dos mais valiosos. A integridade, porém, d'esta membrana protectora nem sempre existe, e o seu pa-pel protector nada pôde, portanto, ter de absoluto.

É grande a superficie d'esté tegumento e grande,

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•2<;

escoriação, uma solução de continuidade, microscópi-ca mesmo, e este obstáculo será ultrapassado.

Perdido assim o equilíbrio, até ahi mantido, cáo-se então em plena lucta. D'iim lado o organismo com todas as suas defesas naturaes, do outro as bactérias com as suas toxinas mais ou menos virulentas. Lucta encarniçada vae ser esta; c d'ella sahirá victoriosa aquella das duas partes que maior resistência ofere-cer.

Até aqui a resistência passiva. A pelle oppõe-se á invasão microbiana, mas d'uma maneira puramente passiva. Da mesma natureza é o obstáculo que as mu-cosas respiratória e digestiva offerccem á acção dos agentes bacterianos.

A mucosa do tubo digestivo não se encontra nas mesmas condições de defesa. O seu poder de resistên-cia á invasão microbiana fica muito áquem do poder offerecido pela pelle. A mucosa digestiva não se en-contra tão bem armada en-contra os micróbios.

A barreira que lhes oppõe é de mais fácil accesso. Como elementos de defesa annexos ao tubo di-gestivo ha os líquidos segregados á sua superficie c que teem também um certo poder destruidor. Mas esta acção é accessoria, é de segunda ordem, e o principal papel de defesa n'esta parte do organis-mo é ainda confiado á resistência passiva do epithe-lio da mucosa.

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nias é uma barreira muito frágil, muito imperfeita, que não impede tão efficazmente como a superficie cu-tanea a penetração d'um gérmen atravez dos seus in-terstícios.

A pelle, emquanto não fôr attingida de erosão, não se deixa atravessar pelos micróbios; ao passo que na mucosa digestiva c bem assim na respiratória, sem mesmo a effração prévia do seu epitbelio se réalisai-, pôde dar-sc a penetração dos micro-organismos. E as-sim que, para produzir a cbolcra das gallinbas em animaes susceptíveis de eontrabirem esta doença, bas-ta fazer ingerir a estes animaes, em perfeito esbas-tado de saúde, alimentos tocados com este agente infec-cioso.

É esta a parte passiva da resistência que o tubo digestivo offerece á acção dos micro-organismos, mas é também a mais efficaz. Os liquides segregados á su-perficie do intestino tem também um certo poder des-truidor, ainda que secundário. A sua acção é fraca e insufficiente para matar os parasitas microbianos que cbegam ao contacto das diferentes porções do tubo digestivo. É assim que sobre toda a superficie da mu-cosa digestiva, desde a bocca ao recto, os micróbios pullulam em abundância.

Mas nem por isso a acção d'estes líquidos deixa de ser manifesta. De resto a maior parte d'estes mi-cróbios são saprophytas e não exercem acção funesta sobro o organismo.

Comquanto a defesa oíferecida por estes líquidos não seja de tão alto valor como a do epitbelio, nem

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por isso a sua acção é para desprezar, o demais an-tes que a mucosa digestiva ponha cm acção o seu papel do protecção, são estes líquidos os que pri-meiro attenuam a acção dos micro-organismos inva-sores.

Em toda a extensão das vias digestivas, desde a parto mais peripherica até á mais central, passam-se constantemente phenomenos de defesa.

Pondo de parte as amygdalas, a que mais adian-te me referirei, apparoce-nos logo á entrada do tubo digestivo a saliva, liquido este que não tem, sem du-vida, um poder propriamente antiseptico, mas que modifica mais ou menos profundamente as condições biológicas dos infinitamente pequenos. A sua multi-plicação faz-se ahi com difficuldade e as suas funcçõos exercem-se custosamente.

Resulta d'aqui uma attenuação mais ou menos va-riável que auxilia bastante a defesa orgânica; pois que colloca os infinitamente pequenos em condições de mais facilmente serem atacados pelos processos ul-teriores de defesa.

Chegados ao estômago ahi encontramos o sueco gástrico com a sua complexa composição. De todos os líquidos digestivos é este o que maior resistência ofíerece á entrada dos micróbios, e de todos os ele-mentos que entram na composição d'esté liquido é o acido chlorhydrico o que occupa o primeiro lugar como corpo antiseptico.

E' sobretudo á presença d'esté corpo que o sueco gástrico deve as suas propriedades bactericidas; mas

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a defesa offerecida pelo sueco gástrico não é a mes-ma em todos os momentos. O seu poder bactericida varia segundo as phases do trabalho digestivo.

E' claro que, durante o período mais activo da digestão, o acido referido deixa de se encontrar em liberdade para se combinarem com os produetos de transformação dos alimentos; e n'estas condições, di-minuindo a quantidade de acido clilorhydrico em li-berdade, diminue também evidentemente o poder bactericida do sueco gástrico.

Não obstante, porém, as alternativas do poder bactericida d'esté liquido, o estômago é incontesta-velmente a parte do canal alimentar onde a resistên-cia mais activamente se effectua. A defesa aqui ofe-recida é grande, mas não é absoluta; pois que muitos microorganismos passam além, indo habitar as outras partes do tubo digestivo.

Esta barreira não é insuperável e a resistência vac sondo menor á medida que nos afastamos do es-tômago.

Este poder bactericida attenua-se mas não desap-parece por completo. O tubo intestinal possue também meios que lhe permittem luctar contra as bactérias, tem também recursos com que attenuar toda a exal-tação microbiana.

A falta d'oxygenio ou antes as quantidades insuf-ficientes d'esté gaz, actuando desfavoravelmente sobre a vida das bactérias aeróbias; a presença d'outros elementos que se oppõem ao funecionamento perfeito dos infinitamente pequenos, taes como o hydrogenio

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sulfurado e os princípios ammoniacaes voláteis; as influencias nocivas e reciprocas exercidas por certas bactérias em presença das suas visinhas e o poder dos suecos glandulares, dos quaes alguns são verda-deiramente activos, — taes são os principaes elementos de defesa que se encontram no tubo intestinal.

Não têm, sem duvida, estes meios o valor de re-sistência que se encontra na camada epithelial da mucosa; mas ajudam altamente o poder d'esta, atte-nuando a virulência dos microorganismos que se vão pôr em contacto com ella.

São estes os principaes meios de defesa que por este lado offerece o organismo.

Como disse, é também á superficie do apparelho respiratório que se encontram numerosos elementos bacterianos.

O cpithelio desempenha também aqui um grande papel de protecção, mas que nada tem de absoluto; pois que, da mesma maneira que para o tubo diges-tivo, sem que se dê a effra-ção previa do epithelio, pôde este deixar-se atravessar pelos microorganismos. E' assim que o homem são pôde contrahir a tubercu-lose pulmonar, se os bacillos tuberculosos se pozerem em contacto com as suas vias respiratórias.

E' este um facto d'ordem mecânica; uma defesa puramente passiva, á qual se junta outra da mesma natureza.

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apparelho respiratório retêm mais ou menos os micro-organismos á sua superficie. O ar de inspiração, mais ou menos contaminado, vae filtrar atravez das fossas nasaes. bocca, laryngé, trachea e bronchios, de sorte que, quando chega ás extremidades da arvore respira-tória, encontra-se privado se não de todos, ao menos de parte dos germens que continha á sua entrada nas vias respiratórias.

O ar espirado sahe limpo d'estes elementos de conta-minação e é sobretudo nas partes mais externas do ap-parelho aéreo que se accumulam os microorganismos. Canal alimentar e apparelho respiratório são estes os dois logares do organismo onde de preferencia habitam os agentes provocadores d'infecçoes. E' certo que em todas as outras regiões do corpo se encon-tram mais ou menos disseminados estes elementos; mas são sobretudo os que se localisam nos dois loga-res referidos que mais frequentes vezes se tornam agentes mórbidos.

Na maior parte dos casos as primeiras defesas offerecidas á superficie dos dois apparelhos referidos bastam de per si só para attenuar o poder dos agen-tes microbianos, impedindo-os assim de avançar mais adiante no seu propósito destruidor.

Nem sempre, porém, assim succède. Para que isto se dê, para que esta primeira barreira seja efficaz, é preciso que o organismo conserve intacta a sua inte-gridade, o que nem sempre se réalisa.

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Causas de diversas ordens, mecânicas, physicas chimicas e dynamicas vêem modificar a normalidade do organismo, tornando assim inúteis as primeiras barreiras oppostas á invasão dos infinitamente pe-quenos. Não são, porém, estes os únicos meios de do-feza de que o organismo lança mão na lucta contra os micróbios. C\s processos a que succintamente me referi, são os primeiros, mas não são os únicos.

Outras defezas apparecem, e d'esta vez bem mais importantes. Quero refcrir-me ao phagocytismo e ao poder atténuante, antitoxico ou bactericida dos hu-mores.

Passei ligeiramente sobre os primeiros meios de defesa do organismo, e sobre estes, ainda que demo-rando-me um pouco mais, passarei também rapida-mente. Não me permittem mais as dimensões d'esté trabalho.

Segundo a theoria do phagocytismo o organismo animal possue no conjuncto das suas cellulas amiboi-des, moveis ou fixas, um meio de defesa contra a aggressão dos micróbios pathogenies, impedindo-os no seu desenvolvimento e destruindo-os mesmo n'um grande numero de casos. Numerosos trabalhos o teem demonstrado.

O organismo dos animaes superiores contém uma quantidade enorme do phagocytos capazes de englo-bar, digerir e fazer desapparecer os micróbios. E' o que succède se um corpo extranho qualquer fôr

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duzido debaixo da pelle. Logo os glóbulos brancos do sangue ahi acodem, procurando destruil-os. Apode-ram-se d'elles, transportando-os para mais longe, onde sem duvida a absorpção se fará d'uma maneira defi-nitiva. As cellulas moveis são representadas pelos leucoeytos, de que ha quatro variedades — leucocytos polynucleares, leucocytos mononucleares, cellulas eosi-nophilas e lymphocytos.

E' principalmente aos leucocytos das duas primei-ras espécies que está incumbido o papel propriamente phagocytario.

Estes elementos cellulares vivendo livremente no sangue e atravessando com facilidade as paredes vas-culares, acodem rapidamente aos pontos onde os mi-croorganismos fizeram a sua invasão.

As cellulas fixas, como o seu nome indica actuam somente in loco e são representadas pelas cellulas en-dotheliaes e pelas cellulas fixas do tecido conjunctivo. Como já ficou dito, é englobando e destruindo mais ou menos completamente os micróbios que os pliagocytos actuam. Muitas vezes os microorganismos morrem debaixo da influencia d'estes elementos e são digeridos como qualquer outro corpo estranho.

Nem sempre, porém, assim succède; os elementos microbianos tem ás vezes a resistência precisa para se não deixarem anniquilar.

São, todavia, attenuados na sua virulência, são estorvados no seu desenvolvimento. É o que succède com os esporos de algumas bactérias que, sendo en-globados pelos pliagocytos e permanecendo vivos

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rante um tempo ás vezes muito longo, estão, toda-via, incapazes de germinar e do prejudicar, por con-sequência, o organismo.

No caso, porém, de os pbagocytos serem altera-dos na sua normalidade, os esporos germinam e pro-duzem bactérias que em breve invadem todo o orga-nismo. O papel dos phagocytes, é pois, não só des-truir, mas também atténuai- o poder de virulência dos agentes microbianos, o que já não é pouco para o organismo invadido.

E para notar que na mesma espécie animal o po-der dos pbagocytos sobre a destruição dos micróbios apresenta grandes differences. Varia segundo se trata de indivíduos mais ou menos sensíveis, isto é, de in-divíduos mais ou menos refractários.

Nos primeiros, isto é, n'aquelles cuja sensibili-dade é grande, as bactérias são englobadas em muito fraca quantidade, lia poucos micróbios destruídos; ao passo que nos segundos, n'aquelles cuja sensibilidade é pequena, o englobamento e a destruição se faz em maior escala. Ha muitas bactérias em liberdade no primeiro caso, ao passo que existem poucas no se-gundo.

Os phenomenospbagocytarios podem pois effectuar-se em toda a sua plenitude, ter logar em mais pe-quena escala ou então deixar de apparecer, dando-se mesmo uma ausência completa d'estes phenomenos defensivos. Os pbagocytos não actuam, por conse-quência, da mesma maneira em presença das diffé-rentes espécies de bactérias.

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Mas como so poderá explicar esta diferença no seu modo d'acçao?

Como sabemos, os micróbios podem actuar por si ou pelas suas toxinas e é pela acção différente que estas exercem sobre os elementos phagocytarios que se pretende explicar a acção différente d'estes últi-mos sobre as bactérias.

Ha casos em que estas toxinas exercem sobre os leucocytos uma influencia attractiva. Outros lia,

po-rém, em que esta influencia é de repulsão.

Este phenomeno é conhecido em bacteriologia pelo nome de Chimiotoxia. Ora. como a influencia pôde ser d'attraçao ou de repulsão, assim também a Chimiotaxia se divide em positiva no primeiro caso

e em negativa no segundo.

Na primeira d'estas hypotheses os glóbulos bran-cos transudam atravez dos vasos; ao passo que na segunda são conservados a distancia, ou então, se emigram, é em pequeno numero.

N'esta emigração dos glóbulos brancos, n'esta pas-sagem atravez das paredes vasculares influirão so-mente os phenomenos de Chimiotaxia positiva, ou in-tervirão elementos d'outra ordem?

Três são os factores com os quaes se explica a passagem dos leucocytos atravez das paredes dos vasos. Sensibilidade nervosa, sensibilidade endothe-lial e sensibilidade leucocytica, comprehendendo esta

ultima os phenomenos de Chimiotaxia positiva e os movimentos amiboides dos leucocytos.

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m

É com o concurso d'estes trcs elementos que a diapedése se dá.

Em virtude do primeiro d'estes factores produi-se por via reflexa a vaso-dilatação que chama ao lo-gar de invasão uma quantidade de sangue maior do que a que normalmente o irriga.

Com a sensibilidade endothelial altera-se a forma das cellulas endotheliaes de forma a augmentar os espaços intercellulares e a permittir mais facilmente a sahida dos glóbulos brancos; juntando a isto os movimentos amiboides, em virtude dos quaes os leu-cocytes se insinuam pelos espaços referidos e os phe-nomenos de Chimiotaxia, a que já nos referimos. Tal é a explicação que se dá do importante phenomeno da diapedése.

Os phenomenos de Chimiotaxia positiva obser-vam-se nos animaes cujo organismo é natural ou ar-tificialmente tornado refractário á acção d'uma dada bacteria.

N'este caso os leucocytos acodem rapidamente e

em grande quantidade para junto do foco d'invasãor

procurando d'esta maneira tomar o passo aos microor-ganismos invasores.

Vaso-dilatação, tendência á estase, marginação dos leucocytos e sua passagem atravez das paredes dos vasos que os contêm — taes são os phenomenos que so realisam no caso de os produetos bacterianos exer-cerem sobre as cellulas moveis uma influencia chimio-taxica positiva.

No outro caso, isto é, na hypothèse de

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nos de Chirniotaxia negativa, observam-se os mesmos episódios, com a differença, porém, de que se não effe-ctua a diapedése que é, em ultima analyse a parte mais importante de toda esta serie de phenomenos do reacção.

E', sem duvida, interessante este assumpto; mas não nos permittem mais demora sobre elle as estrei-tas dimensões d'esta dissertação.

Dada, pois, assim uma ligeira idêa a respeito dos phenomenos de phagocytose, passaremos agora a refe-rimos ás propriedades atténuantes, antitoxicas ou bactericidas dos humores do organismo. Não menos intensamente do que o antecedente, é este também um dos maiores elementos de defeza.

A defeza offerecida pelos phenomenos a que nos temos referido, nem sempre basta a assegurar a inte-gridade orgânica. Fraqueja também, tornando-se por ve'zes insufficiente. E n'estas condições, a despeito dos primeiros esforços do organismo e apesar mesmo da resistência apresentada pelos elementos phagocyta-rios, os microorganismos triumphant e continuam a viver.

E' preciso, pois, que defesas d'outra ordem ve-nham acudir, dificultando por qualquer forma a mul-tiplicação das bactérias.

Tornam-se de absoluta necessidade novas energias que venham ajudar o trabalho iniciado pelos primei-ros processos de defeza.

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Não bem separadamente, mas antes em concomi-tância com estes processos, actuam os humores do or-ganismo pelas suas propriedades atténuantes, antito-xicas e bactericidas. O sangue, e bem assim quasi todos os humores orgânicos, constituem um meio im-próprio para a vida e cultura das bactérias. Nume-rosas experiências teem mostrado n'estes líquidos a existência d'um poder bactericida. Demais, nós já vimos que a saliva, o sueco gástrico, a bilis, etc., são substancias mais ou menos microbicidas, e que, quando absolutamente frescas constituem meios de cultura desfavoráveis.

Ou seja pela destruição dos germens ou simples-mente pela attenuação da sua virulência, ou então pela neutralisação dos seus venenos, das suas toxinas, o resultado final é sempre um papel de protecção que mais ou menos efficazmente impede a evolução dos micróbios pathogenicos.

Entendendo por poder bactericida não só o que mata ou dissolve os micróbios mas também o que estorva o seu crescimento e a sua multiplicação, ou retarda a sua nutrição e as suas funeções, pôde di-zer-se que o poder bactericida dos humores do orga-nismo varia conforme a espécie ou raça animal que fornece estes liqi"dos.

Podem as bactérias attingir n'este meio um alto grau d'intensidade no seu funecionamento, ou então podem ser mortas, dissolvidas ou simplesmente im-pedidas no seu desenvolvimento.

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segundo a espécie, e dentro da espécie varia ainda de individuo para individuo. E isto não é para admi-rar, pois que nós sabemos que as mais pequenas dife-renças na composição chimica dos meios inertes acar-retam grandes variações no desenvolvimento dos mi-croorganismos que ahi vivem. Leves alterações nos meios bastam para trazer modificações consideráveis na rapidez da sua pullulação, na sua forma, nas suas funcções, e particularmente n'aquellas que constituem a sua virulência.

Ora sendo assim, e admittindo-se que a composi-ção dos humores dos animaes vivos varia não só de espécie para espécie mas até de individuo para indi-viduo, fácil é de comprebender a differença no poder bactericida dos humores.

Poder bactericida dos humores e phagocytismo — taes são, depois das primeiras barreiras a que atraz nos referimos, os meios de defeza de que o orga-nismo se utilisa na sua lucta conta os microorganis-mos invasores. São estas as condições, em virtude das quaes o homem resiste á maior parte dos ataques de que é constantemente objecto. Com esta insistência, auxiliado por estas forças naturaes, o organismo hu-mano combate as bactérias na sua invasão, tornando a sua presença perfeitamente inoffensiva.

Estes são os principaes meios de resistência, masnão se limita a isto a defeza do organismo. Estes proces-sos não são absolutos ; nem sempre bastam para asse-gurar a integridade normal.

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Levados pela circulação estes agentes infecciosos, são detidos e mais ou menos demorados em órgãos que não obstante terem funeções pouco conhecidas ainda, parecem, todavia, destinados a desempenhar nas infecções um papel manifestamente protector. Estão n'estas condições o baço, as amygdalas, os gan-glios lympbaticos, etc., e em geral todos os órgãos lymphoides, isto é, todos os órgãos cuja estruetura se approxima da do ganglio lymphatico, e que são con-stituídos fundamentalmente por um parenchyma de tecido connectivo reticulado e infiltrado de glóbulos análogos aos glóbulos lymphaticos.

Pertencem a este grupo as amygdalas, órgãos que a natureza collocou ã entrada do tubo digestivo e respiratório, e que são, por assim dizer, a guarda avançada que primeiro soffre os embates dos micro-organismos invasores.

A funeção d'estes órgãos lymphoides não é ainda conhecida, mas baseados no conhecimento da sua ana-tomia podemos talvez affirmai' que os microorganis-mos levados pela circulação, n'elles são demorados soffrendo então acção prolongada dos lcncocytos. E'* assim que nas doenças infecciosas estes órgãos se resentem apresentando quasi sempre um augmento de volume.

A' maneira d'estes órgãos, actua também o fígado, cuja acção destruidora sobre os venenos d'origem mineral ou vegetal constitue hoje um facto bem as-sente.

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Este assumpto presta-se sem duvida a largas con-siderações em que não podemos demorar-nos.

Feitas, pois, estas leves referencias, passamos a tratar do papel do ganglio lympbatico. E! este mes-mo o fim principal d'esta dissertação.

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Breves noções sobre a anatomia

e physiologia do ganglio lymphatico

Segundo Mascagni nenhum vaso lymphatico che-ga ao canal thoracico sem ter atravessado pelo me-nos um ganglio, onde os lymphaticos penetram com o nome de vasos afférentes.

Estes vasos lançam-se nos seios do ganglio. Aqui communicam todos eonjunctamente.sahindo depois em numero inferior ao da entrada e com o nome de va-sos efferentes.

Os vasos lymphaticos, depois do seu trajecto mais ou menos longo, vão terminar em dois troncos prin-cipaes, que são o canal thoracico e a grande veia lympliatica direita. Estes dois troncos lançam-se por sua vez nos vasos da circulação geral, indo desaguar o primeiro na veia subclavea esquerda e o segundo na veia subclavea do lado opposto.

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Ganglio lymphatico. — Ha a distinguir n'este

ór-gão a configuração externa e a interna ou estructura; e, se bem que a descripção da primeira pouco ou nada adeante para a explicação do papel protector d'esté órgão, vamos, todavia, ainda que ligeiramente, occu-par-nos d'esta parte.

Os ganglios lymphaticos, cujo numero é bastante grande, encontram-se de preferencia agrupados nas regiões ricas em tecido cellular laxo. Teem uma for-ma for-mais ou menos elliptica ou arredondada e um vo-lume que varia dentro de limites bastante largos. Pôde ir do volume da cabeça d'um alfinete até ao vo-lume d'um grande feijão.

Os ganglios mais volumosos encontram-se na axil-la, na virilha o também a todo o comprimento da aorta e da veia cava inferior.

A sua consistência é firme.

Estructura. — Ainda que não esteja bem

estabele-cida a harmonia entre os différentes histologistas, po-dem descrêver-se no ganglio: 1.° o invólucro externo;

2." um tecido parenchymatoso ou tecido próprio; 3." vasos lymphaticos afférentes e efferentes; 4.° vasos sanguíneos e nervos.

A primeira parte, o invólucro externo, é formado por nma capsula de tecido connectivo. Eesistente, mais ou menos espessa e transparente, esta membra-na liga solidamente entre si os elementos componen-tes do ganglio propriamente dito.

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44

e de algumas fibras elásticas, forma esta capsula d'in-volucro, de cuja parte interna se desligam trabéculas ou septos de forma e dimensões variáveis e que se dirigem para o hilo do ganglio. Depois d'um trajecto mais ou menos longo, estas trabéculas dividem-se e ramificam-se, formando trabéculas mais pequenas que se anastomosam entre si de maneira a constituir uma rede de pequenas malhas.

Fica assim dividida a substancia do ganglio em duas partes distinctas — uma peripheric», chamada substancia cortical; a outra mais profunda e mais pró-xima do hilo, chamada substancia medullar.

A primeira é subdividida pelos septos, que partem directamente do invólucro externo, em différentes com-partimentos que communicam entre si. A segunda, pela divisão e ramificação das trabéculas da substan-cia cortical, forma, como já ficou dito, uma rede de malhas mais ou menos apertadas.

A disposição anatómica d'estes elementos trabecu-lares parece-me ser d'uma importância capital na in-terpretação de phenomenos a que mais adiante nos referiremos.

O segundo elemento que entra na composição do ganglio lymphatico é o tecido parenchymatoso ou te-cido próprio. Como vimos, as trabéculas que partem da capsula fibrosa que envolve o ganglio, dividem

pela sua ramificação e anastomoses, este em duas parj

tes bem distinctas — substancia cortical e substancia medullar. Ora os compartimentos da parte cortical e as malhas da rede da parto medullar encerram

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mas-45

sas ovoïdes de tecido adenóide. No primeiro caso to-mam estas massas o nome de folliculos lymphaticos, e no segundo tomam pela sua forma o nome de dões medullares. Os folliculos lymphaticos e os cor-dões mcdullares communicam reciprocamente entre si. A composição d'esté tecido que enebe os espaços tra-beculares é idêntica nos dois casos, e pôde descrever-se n'este parenchyma uma pequena rede de fibras con-junctivas que encerra nas suas malhas numerosas cel-lulas lymphaticas. Ha também n'esta parte do gan-glio uma rica rede de capillares sanguíneos.

Tal parece ser a composição do tecido adenóide contido nos espaços trabeculares do ganglio.

Não enchem, porém, por completo as massas de tecido adenóide, os espaços comprehendidos entre as divisões trabeculares do ganglio. Entre os folliculos lymphaticos e os cordões medullares d'um lado, a ca-psula fibrosa e as trabéculas do outro, existe uma zona peripherica não oceupada por este tecido adenói-de. Estes espaços ou estas zonas tomam o nome de seios lymphaticos, que por sua vez se chamam corti-caes ou medullares, conforme ficam situados n'uma ou n'outra d'estas duas porções do ganglio; e da mesma maneira que os folliculos lymphaticos e os cordões medullares, estes seios lymphaticos communicam tam-bém entre si.

Entre a composição do tecido adenóide central e a composição da substancia que enche os seios lym-phatico ha grande analogia. Differençam-se, porém, porque á primeira vão somente os vasos sanguineos,

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emquanto que á substancia do seio lympbatico vão dar os vasos lymphaticos afférentes e efferentes. Os seios lymphaticos formam verdadeiras cavidades lym-phatieas. São atapetados por um endothelio de natu-reza lympbatica. Este endotlielio que limita a cavi-dade dos seios, tanto á superficie das trabéculas como á superficie dos folliculos ou dos cordões medullarcs não impede por completo a communicação entre as cavidades dos seios e as cavidades formadas pelas malhas dos folliculos e dos cordões felliculares. Este facto parece-me também ser de grande importância para a explicação dos pbenomenos defensivos do gan-glio.

O terceiro elemento que se descreve na estruetu-ra do ganglio é constituído pelos vasos lymphaticos.

Os afférentes, depois de se dividirem á superficie do ganglio, onde formam uma rede, atravessam a ca-psula fibrosa, que forma o invólucro externo e vão abrir-se nos seios lymphaticos corticaes, lançando a lympha n'estas ultimas cavidades. Depois de ter cir-culado n'estes seios, que se podem considerar como verdadeiras dilatações dos lymphaticos, a lympha sabe pelos vasos efferentes.

A quarta e ultima parte que ha a descrever é con-stituída pelos vasos sanguíneos e nervos.

Os vasos lymphaticos vão dar, como vimos, aos seios do mesmo nome. Os vasos lymphaticos, estes, depois de penetrarem no ganglio ao nivel do hilo, di-videm-se seguindo o trajecto das trabéculas. Soffrem depois novas divisões e vão por fim convergir ao

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te-47

eido dos folliculos e dos cordões medullares, onde formam uma grande rede capillar.

As veias que d'aqui se formam não seguem em geral o caminho das artérias, seguem antes um tra-jecto independente.

Eelativamente aos nervos, a sua disposição é ain-da muito pouco conheciain-da.

Dada a disposição anatómica do ganglio lympha-tico, fácil se torna vêr que o curso da lympha deve ser retardado ao atravessar o systema dos seios lym-phaticos. A lympha entra no ganglio por intermédio dos vasos aíferentes; lança-se nos seios lymphaticos, sahindo depois pelos vasos efferentes.

O curso da lympha soffre nos seios uma grande resistência, o que de resto se explica bem, uma vez conhecida a disposição da pequena rede que atraves-sa os seios e que se oppõe a que a lympha circule aqui com a mesma velocidade com que circula nos vasos afférentes.

Ha, pois, um retardamento considerável na circu-lação intraganglionar. O retículo com as suas malhas actua nos seios á maneira d'um filtro. É esta uma das partes mais importantes a considerar na physiologia do ganglio lymphatico.

E assim que, em virtude d'esta disposição histo-lógica, a maior parte dos elementos figurados existen-tes na lympha e por ella transportados para o inte-rior do ganglio, ahi são detidos nas malhas da rede trabecular, ficando d'esta maneira mais expostos á

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acção phagocytaria dos elementos cellulares que abi se encontrara. É, pois, esta uma das funcções do gan­ glio.

Além d'esta parece ter uma outra funcção, que é a formação de glóbulos brancos. Demonstra­o o facto de a lympha conter nos vasos efferentes maior nume­ ro de cellulas lympbaticas do que nos vasos afféren­ tes.

E sobretudo nos interstícios da substancia adenói­ de que se dá a formação d'estes elementos cellulares. As cellulas preexistentes encontrando abi melhor ir­ rigação sanguínea e por consequência melhores con­ dições de vitalidade, procuram, por assim dizer, esses logares para abi se multiplicarem. As cellulas lym­ pbaticas, assim formadas no tecido adenóide, são trans­ portadas atravez do endotbelio para o interior dos seios, d'onde são arrastados depois na torrente da cir­ culação lympbatica.

Parecem ser estas as duas funcções mais impor­ tantes do ganglio.

Depois de estabelecidas estas noções sobre a ana­ tomia e pbysiologia do ganglio, vejamos qual é o seu papel na defeza da economia.

Pôde dizer­se que a este órgão foi confiada uma das mais altas funcções na resistência do organismo a uma dada infecção. É claro que depois de vencidas pelos agentes morbigenos estas primeiras barreiras,

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nom por isso a economia fica desprotegida. O ganglio lucta poderosamente contra os invasores, detem-nos na sua marcha, cbama-os a si para os atacar, anni-quilando-os mesmo por vezes.

O ganglio torna-se um órgão protector contra as invasões microbianas, não só por condições d'ordem histológica mas também por condições espcciacs de phagocytose.

A corrente lymphatica é notavelmente retardada n'este logar, de sorte que os elementos figurados transportados na lympba (que é de resto o vehiculo ordinário d'estes elementos) são postos em contacto prolongado com as cellulas lymphaticas que ahi se encontram em abundância.

Ora, n'estas condições, os leucocytos, que são os agentes principaes da defeza do organismo, detèm-nos, atacam-detèm-nos, demorando assim a sua acção ou chegando mesmo a anniquilal-os.

Numerosas observações têm sido colhidas nas quaes o papel do ganglio lymphatico é nitidamente evi-denciado. Citamos algumas que colhemos na leitura d'alguns livros e, baseado sobre ellas, faremos ligei-ras considerações sobre o alto papel protector do gan-glio lymphatico.

São de Dieulafoy as cinco observações que seguem: I. — X, de 36 annos de edade, foi afectado d'uma tuberculose incipiente no vértice do pulmão direito. Os symptomas de tuberculose pulmonar, tosse, expe-ctoração levemente sanguinolenta parecem ter prin-cipiado recentemente, mas a tuberculose ganglionar

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começou ba 16 annos. Aos 18 annos teve este homem uma adenite de marcha rápida generalisada aos gan-glios do lado esquerdo do pescoço.

Esta adenite acabou por suppurar e a suppuração persistiu durante muitos mezes, ao fim dos quaes cu-rou deixando duas largas

cicatrizes.-II. — Trata-se d'uni doente de 48 annos. Este ho-mem foi atacado de hemoptyscs e de tuberculose pul-monar no mez de maio de 1893.

A tuberculose evolucionou muito rapidamente e o doente suecumbiu um anno mais tarde.

Ainda que anteriormente nunca tivesse tido o menor symptoma de tuberculose pulmonar, este doen-te tinha tido na sua juventude numerosas adenopa-thias cervicaes e suppuradas. Eram testemunhas d'isto as largas cicatrizes que apresentava.

Depois d'uni período latente o silencioso fez-se a generalisação e a tuberculose ganglionar acabou poi-se transformar, 28 annos depois, n'uma tuberculopoi-se pulmonar.

III. — Trata-se d'uni rapaz de 25 annos. Aos 20 ap-parcccu-lhe uma adenite submaxillar, que augmentou de volume durante todo o inverno d'esse anno, e tanto que no mez de março seguinte elle soífreu a ablação d'esse ganglio. Por esta mesma occasião não foram tirados alguns pequenos ganglios cervicaes superfi-ciaes que então já existiam. Mas aos 25 annos, isto é, 4 a 5 annos depois, appareceram os accidentes de tuberculose pulmonar, tosse, expectoração e duas he-rn optyses.

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&l

Veio depois a ernaciação, os suores, notando-se-lhe por esta occasião no vértice do pulmão direito «ma tuberculose avançada e no vértice do pulmão es-querdo uma tuberculose incipiente.

IV. — X, de 18 annos d'edade, apresentou ha seis mezes dois ganglios que appareceram no angulo da maxilla. Fez-se a extirpação d'estes dois ganglios. De-pois d'isto outros ganglios appareceram, formando nma cadeia descendente, sobretudo desenvolvida na região cervical esquerda. Notava-se por esta occasião a existência de ganglios do volume d'uma noz; alguns eram adhérentes, amollecidos, suppurados e fistulosos. No li-quido ganglionar descobriu-se a existência de bacillos. Este homem que nunca tinha estado doente, come-çou ha três mezes a ter tosse e ao mesmo tempo al-gumas hemoptyses. Era isto o principio da tubercu-lose pulmonar que appareceu três mezes depois da tuberculose ganglionar. Á auscultação affirmava-se a existência d'nma tuberculose incipiente no vértice do

pulmão esquerdo.

V. — Trata-se d'uni rapaz de 24 annos affectado de tuberculose avançada do pulmão direito.

Desde a edade dos 17 annos, e antes da existên-cia de qualquer symptoma de tuberculose pleuro-pul-monar, este doente foi atacado d'adénites suppuradas dos ganglios submaxillares esquerdos. Estes ganglios foram extirpados. Seis mezes mais tarde appareceu-Ihe uma adenopatbia dos ganglios cervicacs esquer-dos. Estes ganglios tiveram a sorte dos outros, isto é, fez-se a extirpação d'elles.

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Alguns mezes mais tarde appareceram adenites suppuradas dos ganglios supraclaviculars do mesmo lado. Tiraram-se também estes ganglios. Algum tempo depois deu-so a apparição d'adénites suppuradas dos ganglios do lado direito. Foram também tirados es-tos ganglios.

Foi somente depois do apparecimento de adeno-patliias successivas e descendentes que appareceram os symptomas de tuberculose pulmonar.

Nas observações citadas, os doentes soffreram to-dos, em intervallos de tempo mais ou menos largos de-pois da poussée ganglionar, o ataque da tuberculose pulmonar. Felizmente nem sempre assim succède. Casos ba em que a étape ganglionar não é ultrapas-sada, e o doente pode depois do ataque ganglionar ser curado sem experimentar outra generalisação. São numerosos mesmo estes casos e observam-se prin-cipalmente em pessoas que pelas suas condições de vida ou pelos seus meios do fortuna podem adquirir e ganhar uma resistência vital maior que aquella que receberam pela hereditariedade.

Aqui já o papel do ganglio é bem manifesto; mas ha casos de observação clinica nos quaes o papel do ganglio se torna ainda mais evidente. A elles me re-ferirei mais adiante. Por agora, faseado sobre estes casos, farei as considerações que me parece poderem deduzir-so.

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Não traduzem estes casos, d'uma maneira bem evidente, a acção protectora que o ganglio lymplia-tico exerce n'esta variedade d'infccçoes?

Não será o ganglio n'estes casos o órgão defensor . que primeiro recebe e primeiro ataca a acção do

ba-'cílio, impedindo que este se vá localisar no pulmão? O ganglio arvora-se desde logo em defensor, reuno o virus, lueta pelas suas cellulas, liyperplasia-se n'uni ultimo esforço, procurando d'esta maneira crear um obstáculo pela hyperproducção leucocytaria.

Sabe-se pela pathologia geral quanto é grande a predilecção do bacillo de Koch pelo systema lympha-tico, bacillo que com o de Loffler, o d'Eberth e pneu-mococo se localisam n'uma viscera, fazendo d'alii cen-tro de fabricação das suas secreções morbificas, dis-seminando-as em seguida.

Debaixo da acção d'esté processo, o ganglio vae-so modificando pouco a pouco e acaba ás vezes por se destruir, depois de ter passado por phases complexas. Assim reage o ganglio e assim termina plrysiologica-mente o sou papel.

Depois de rcalisadas estas modificações, o ganglio não pôde já deter o processo infeccioso. Em vez de órgão de defeza, elle torna-se antes um centro de generalisação. E o que se observa, por exemplo, nos tumores malignos. Os vasos efferentes transportam a semente a novos órgãos ganglionares que, assim in-vadidos, sofrem por sua vez as mesmas transforma-ções.

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O ganglio n'este caso, longe de servir como órgão de defesa, manifesta uma grande falta de resistência. É de observação quasi diária a rapidez enorme, com que se dá a reprodução de tumores d'esta natureza. Um ganglio, por pouco affectado que esteja, ficando in loco, torna-se um agente certo de generalisação. Em presença dos tumores malignos o papel do gan-glio torna-se, evidentemente, de pouco valor.

Felizmente, o papel do ganglio não é sempre este, torna-se, pelo contrario, d'uma grande efficacia em certos casos. É assim que nos casos a que se referem as observações que transcrevemos, a protecção do ganglio é manifesta.

O ganglio oíferece aqui um obstáculo bastante solido ao progresso da infecção. Entretém a acção dos agentes microbianos, demorando-os no seu papel de destruição e por vezes anniquilando-os. E assim que lia observações em que as lesões se limitam aos ganglios. O processo pára n'este logar, não'avança mais, e n'estes casos, pelo menos, a funeção prote-ctora do ganglio é de toda a evidencia.

Nos casos mesmo em que a lesão progride, indo com intervallos mais ou menos largos localisar-se nos pulmões, ainda mesmo n'este caso o papel protector fica de pé.

Não anniquila por completo a acção dos elemen-tos microbianos; mas attenua-os, demora-os, pren-de-os, impedindo-os de levar mais longe a sua fu-nesta acção e ainda mesmo aqui a funeção do gan-glio é evidente.

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55

É isto o que se conclue do exame dos casos apon-tados; mas mais se pôde ainda concluir.

Observa-se também que sempre que se faz a abla-ção., a invasão pulmonar se torna mais rápida. A ul-tima observação falia bem alto n'este sentido.

A infecção, á medida que se fazia a extirpação dos ganglios, ia também fazendo o seu caminho ma-nifestamente descendente até parar no pulmão.

Este ultimo caso parece ser typico. Primeiro a invasão submaxillar, depois a cervical, a supraclavi-cular e por ultimo, como termo final d'esté processo, a invasão pulmonar. Não é aqui de toda a evidencia o papel protector do ganglio?

Não será, com certeza, temeridade affirmai- que a snppressão das glândulas lymphaticas veio apressar o processo tuberculoso.

É possível que, na ultima observação a que me venho referindo, se não se fizesse a extirpação dos ganglios, não tivesse sobrevindo o processo de tuber-culose pulmonar.

Não quer isto dizer que a conservação das glân-dulas impedisse por completo a infecção de caminhar mais adiante; mas demorava-a, pelo menos.

Nos outros casos a distancia que medeia entre a invasão ganglionar e o ataque do pulmão é muito maior do que no caso presente.

A intervenção cirúrgica, n'estes casos, longe de beneficiar o doente, parece antes apressar-lhe o an-damento do processo.

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bastar-m

nos-hiara, talvez, as observações que apresentamos; todavia apresentaremos ainda mais alguns casos que virão em reforço do que deixamos expendido.

São do professor Dr. Haan as seguintes observações: I.—Uma creança de 14 annos d'edade, filha d'um pae tuberculoso e de mãe saudável por quem foi ama-mentada, apresentava ao exame dois ganglios cervi-caes direitos, tumefactos e ulcerados, representando d'uma maneira typica a infiltração tuberculosa infan-til. Uma exploração feita com estylete revelava des-collamentos profundos. Os bordos da ulceração esta-vam atonicos, irregulares. Aparte esta perturbação local, a creança apresentava apparentemente um ex-cellente estado de nutrição.

Esta afecção foi tratada por meio de cautorisa-ções com chloreto de zinco a Vio, injeccautorisa-ções intersti-ciaes do naphtol camphorado e com pensos húmidos iodoformados.

Passados uns dois mezes a creança apresentava no pescoço apenas duas cicatrizes esbranquiçadas; mas, não era já tão satisfatório o seu estado de nu-trição. Volvidos dois mezes, a creança depois d'alguns incommodos geraes. era atacada de convulsões repen-tinas e morria dias mais tarde apresentando todos os symptomas da meningite tuberculosa fulminante.

II. — Trata-se d'um rapaz de 24 annos com tara hereditaria nervosa, alcoólico e de constituição débil. Este rapaz feriu-so na planta do pé direito com um vidro de garrafa, sendo de pouca importância a fe-rida que d'ahi resultou. Os poucos cuidados prestados

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ao ferimento deram margem á infecção e suppuração consecutiva.

Quando os primeiros cuidados verdadeiramente antisepticos principiaram a ser postos em pratica, no-tava-se já que os lymphaticos estavam tomados.

Mais tarde os ganglios inguinaes foram attingidos por sua vez. Tornaram-so então tumefactos, muito do-lorosos e acabaram por suppurar. Fizeram-se desbri-damentos que deram sabida a um pus soroso; e a ci-catrisação. que foi demorada, obrigou o doente a per-manecer no leito durante perto d'urn niez, resultando d'abi a destruição quasi completa do parenchyma ganglionar.

Passado pouco tempo (dois mezes approximada-mente) este mesmo rapaz contrabiu a syphilis. Esta doença seguiu o seu curso. No periodo das manifesta-ções secundarias a distribuição das sypbilides nos membros tomou uma disposição característica. Em~ quanto que o membro inferior esquerdo, apenas tocado pela syphilis, apresentava somente algumas maculas escuras; o membro inferior do lado opposto apresen-tava placas anaes desenvolvidas sobre o lado direito da prega internadegueira. papulas escamosas, fusio-nadas, com crostas grandes e que oceupavam exacta-mente a metade direita do pubis. A coxa apresentava na face interna pequenas agglomerações de papulas; mas desde a cavidade poplitea até aos malleolos, no terceiro mez da doença, notaram-se-lbe aproximada-mente cento e cincoenta papulas escamosas fusionadas ou isoladas, que oceupavam sobretudo a face externa

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m

da perna. Era snmraa, o membro esquerdo estava absolutamente livre de todo o accidente e aceusava a syphilis somente pelo volume e pela dureza dos seus ganglios inguinaes. O exame dos membros inferiores do doente offevecia um contraste natural.

Uma outra observação devida a Lelois pôde ainda servir-nos de base á aff.rmação que avançamos.

Trata-se d'um individuo portador d'um foco de lupus na mão direita, o qual se tornou a origem de lymphangites tuberculosas, com producção d'adénites, de gommas escrophulo-tuberculosas, desenvolvidas a todo o cumprimento dos lymphaticos attingidos.

Depois da destruição dos ganglios collectores, de-baixo da influencia da absorpção do virus tuberculoso pelos lymphaticos do membro superior, declara-se uma tuberculose pulmonar do lado correspondente ao mem-bro affectado. A' face d'estas observações parece po-der affirmar-se que não só a ablação se torna alta-mente prejudicial para o individuo portador da tuber-culose ganglionar, mas também a destruição da glân-dula lympbatica por intermédio de cauterisações vio-lentas pôde prejudicar o individuo, aniquilando, com a destruição do ganglio, uma das resistências mais fortes á invasão pulmonar.

De resto, comprehende-se bem que a destruição dos ganglios por meio de cauterisações violentas va-lha o mesmo que a ablação. Physiologicamento, tanto vale uma coisa como outra.

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Os factos que acabo de citai- provam, pois, que tanto a ablação como a destruição por cauterisação, aniquilam o poder de resistência vital do ganglio.

Para terminar esta serie d'observaçoes, apresen-tamos uma estatística colhida pelo professor Hymans de Leyde sobre 146 doentes afectados de tubercu-lose unicamente localisada nos ganglios.

Em 58 d'estes casos os ganglios foram extirpados. D'estes, dois succumbiram pouco depois da operação, 9 outros succumbiram mais tarde á tuberculose pul-monar. Dá isto uma percentagem de

16%-Em 33 doentes foi praticada a curetagem. D'es-tes, 7 apresentaram mais tarde os signaes da tuber-culose pulmonar. Aqui a percentagem é de

11%-Finalmente nos 55 casos restantes foram empre-gados somente os meios medicos internos e os pensos antisepticos externos. D'estes, somente 4 se tornaram mais tarde tuberculosos, isto é

7,24%-Nos casos d'estes 146 doentes, de todos os pro-cessos empregados o que mais aproveitou foi incon-testavelmente o ultimo. E, sem duvida, moroso nos seus resultados; mas em compensação, é também aquelle que mais vantagem traz para o doente. Cu-rando a sua lesão, este processo preserva-o, mais que qualquer outro, da invasão ulterior do pulmão; e, dos tins que se devem ter em vista, parece ser principal o do evitar que a invasão pulmonar se dê. Para isto convém lançar mão, tanto quanto possível, de meios suaves e brandos. N'este e n'outros casos idênticos a potencia germicida ou pbagocitaria dos elementos

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nobres do ganglio unidos a outros processos d'elimi-nação, de destruição, ou de transformação dos venenos bacillares de que o organismo dispõe, auxiliado ainda pelos esforços da therapeutica, pozeram como que um termo á infecção, creando um meio impróprio á pro-liferação microbiana ou protegendo a economia con-tra os seus produetos tóxicos.

O papel do ganglio está, pois, bem estabelecido ; mas como actuarão estas glândulas na defesa do or-ganismo? O seu papel defensivo pôde considerar-se debaixo de três pontos de vista:

1.° —O ganglio pôde ser hoje considerado como um órgão de retém encarregado de embargar o passo ás bactérias que escaparam á destruição no ponto d'inoculaçao;

2.° —O ganglio constitue um segundo centro para a phagocytose que vem duplicar a acção produzida no ponto d'inoculaçao pelos leucocytos ahi levados; 3.°—O ganglio desempenha ainda uma funeção atténuante sobre a virulência dos microorganismos. E assim que as bactérias que vegetaram n'um ganglio, são menos virulentas que as que se podem isolar no ponto d'inoculaçao.

São estas as três maneiras porque o ganglio pa-rece reagir contra as infecções.

O papel mechanico que o ganglio desempenha é fácil de comprehender. A disposição dos elementos anatómicos impõe á corrente lymphatica uma demora considerável, demora esta de que resulta um

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benefi-(il

cio para o organismo invadido. Retém, prende na sua passagem os agentes microbianos, que escaparam á destruição no ponto d'inoculaçao ou á acção dos leu-cocytos e dos endothelios no trajecto dos vasos lym-pbaticos.

E' esta uma das maneiras porque o ganglio reage. Os agentes microbianos sendo assim demorados ficam expostos a ura ataque mais fácil dos elementos pha-gocytarios que existem abundantemente nos seios lympbaticos e que no ganglio parecem formar-se.

Na segunda maneira assiste-se, por assim dizer, no ganglio aos mesmos phenomenos de reacção que no ponto d'inoculaçâo. Faz-se ahi uma congestão muito viva, produz-se um affluxo leucocytario muito accentuado e em breve seguido de diapedése. O gan-glio constitue, pois, assim ura segundo centro para a phagocytose. O papel protector parece ser muito activo e raras são as bactérias que se encontram no ganglio, e que podem ultrapassar a barreira physiolo-gica que este oppõe á infecção.

Um ganglio pôde ser invadido pelas bactérias sem que a defesa do organismo seja compromettida, por-que as estações ganglionares por-que um micróbio devo atravessar antes de penetrar pelo canal thoracico na circulação sanguínea são muito numerosas. Mesmo no estado normal, esta acção phagocytaria é exerci-da sobre os produetos de destruição orgânica que circulam na lympba. Augmentando d'importancia. este mesmo papel pbagocytario se executa no curso d'nma dada infecção.

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São estes os processos por que o organistoo reage. Modernamente parece haver tendência para expli-car este papel protector por uma secreção bactericida do ganglio.

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J^^m*

PROPOSIÇÕES

Anatomia.—Os músculos masseter e pterigoideo inter-nos constituem um musculo digastrieo.

Physiologia.— A funcçào ureogenica não é exclusiva

da chimica hepática.

Patliologia geral, — 0 estreptococco da erysipela não

é um agente especifico.

Materia medica. — Reprovo o tratamento systematico da clilorose pelo ferro.

Anatomia %)atJiologica.— Admitto a theoria parasi-taria dos tumores.

Pathologia externa.—É falso o aphorismo de Hypo-crates—«Cui persecta vesica lethale».

Pathologia interna. — Só por meio da puncção pode-mos diagnosticar a natureza d'um derrame pleural.

Operações. — Nas grandes lesões traumáticas que exi-jam amputação, nunca esta se deve praticar immediatamente.

Hygiene.—Reprovo o uso da barba nos tuberculoso?.

Partos.—Os sons cardíacos do feto são o único signal

certo de prenhez.

Visto, Imprima-se,

Referências

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