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SIPE -Sistema Informático para o Projecto Eléctrico

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SIPE - Sistema Inform´

atico para o Projecto

El´

ectrico

Por

M´ario Andr´e Patr´ıcio Teixeira J´ulio

Orientador: Manuel da Ressurrei¸c˜ao Cordeiro

Co-orientador: S´ergio Augusto Pires Leit˜ao

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o 74/2006 de 24 de Mar¸co e no

Regulamento de Estudos P´os-Graduados da UTAD DR, 2.a s´erie – Delibera¸c˜ao n.o 2391/2007

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Por

M´ario Andr´e Patr´ıcio Teixeira J´ulio

Orientador: Manuel da Ressurrei¸c˜ao Cordeiro

Co-orientador: S´ergio Augusto Pires Leit˜ao

Disserta¸c˜ao submetida `a

UNIVERSIDADE DE TR ´AS-OS-MONTES E ALTO DOURO para obten¸c˜ao do grau de

MESTRE

em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores, de acordo com o disposto no DR – I s´erie–A, Decreto-Lei n.o 74/2006 de 24 de Mar¸co e no

Regulamento de Estudos P´os-Graduados da UTAD DR, 2.a s´erie – Delibera¸c˜ao n.o 2391/2007

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Manuel da Ressurrei¸c˜ao Cordeiro

Professor Catedr´atico do Departamento de Engenharias

UTAD

S´ergio Augusto Pires Leit˜ao

Professor Auxiliar do Departamento de Engenharias

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Aos meus pais e irm˜ao.

(8)
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M´ario Andr´e Patr´ıcio Teixeira J´ulio

Submetido na Universidade de Tr´as-os-Montes e Alto Douro para o preenchimento dos requisitos parciais para obten¸c˜ao do grau de

Mestre em Engenharia Electrot´ecnica e de Computadores

Resumo — Esta Disserta¸c˜ao insere-se na ´area Cient´ıfica de Energia e tem como ob-jectivo o desenvolvimento de uma aplica¸c˜ao para o c´alculo e concep¸c˜ao de projectos em instala¸c˜oes el´ectricas do tipo C.

Para que uma instala¸c˜ao el´ectrica possa apresentar o desempenho previsto aquando da sua fase de projecto ´e fundamental que todos os c´alculos necess´arios `a sua con-cep¸c˜ao estejam correctos. A aplica¸c˜ao tem como fun¸c˜ao a execu¸c˜ao destes c´alculos bem como a escolha de qualquer aparelho constituinte da instala¸c˜ao em causa de forma simples e exacta (como por exemplo equipamentos de protec¸c˜ao, canaliza¸c˜oes, condutores).

Na cria¸c˜ao da aplica¸c˜ao recorreu-se `a teoria das bases de dados, para organizar toda a informa¸c˜ao necess´aria ao projecto el´ectrico, provenientes da legisla¸c˜ao em vigor. Para a utiliza¸c˜ao e acesso `a referida base de dados foi aplicada a linguagem SQL. O recurso `a organiza¸c˜ao dos dados de acordo com um padr˜ao SQL permite encontrar uma solu¸c˜ao mais simples e ao mesmo tempo mais eficaz, no uso da aplica¸c˜ao. Deste estudo resultou uma aplica¸c˜ao que possibilita a execu¸c˜ao dos c´alculos ne-cess´arios para uma instala¸c˜ao el´ectrica de forma r´apida, f´acil e de acordo com a legisla¸c˜ao em vigor (RTIEBT, Regras T´ecnicas das Instala¸c˜oes El´ectricas de Baixa Tens˜ao).

Palavras Chave: Sistemas de energia, projectos el´ectricos, instala¸c˜oes el´ectricas, base de dados, SQL, RTIEBT.

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M´ario Andr´e Patr´ıcio Teixeira J´ulio

Submitted to the University of Tr´as-os-Montes and Alto Douro in partial fulfillment of the requirements for the degree of Master of Science in Electrical and Computers Engineering

Abstract — The goal of the work presented in this thesis, in the energy scientific area, is the development of an application for the calculation and conception of projects in type C electrical installations.

For an electrical installation can justify the expected performance in its phase of project is essential that all calculations necessary to the design be correct. The application has as function the execution of these calculations as well as the choice of any constituent devices of the installation in a simple and exact fashion.

In the creation of the application, the theory of the databases was used to organize all the necessary data to the electric project proceeding from the legislation in use. For the use and access to the related database SQL language was applied.

The appeal to the organization of the data in accordance with a standard SQL allows to find a simpler solution and at the same time a more efficient one in the use of the application.

From this study resulted an application that makes possible the execution of the necessary calculations for an electric installation in a quick way, correct and in accordance with the legislation in use (RTIEBT).

Key Words: Power Systems, electric project, electrical installations, data base, SQL, RTIEBT.

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Ao Professor Doutor Manuel da Ressurrei¸c˜ao Cordeiro, orientador deste trabalho, pela disponibilidade e apoio prestado que permitiu a sua realiza¸c˜ao.

Ao Professor S´ergio Augusto Pires Leit˜ao, na qualidade de co-orientador, pelo seu empenhamento e sugest˜oes que viabilizaram e tra¸caram de forma significativa, o rumo deste trabalho.

Aos meus Pais, pelo apoio incondicional em todos os momentos e por proporcionar todas as condi¸c˜oes para que se pudesse concretizar este trabalho.

Ao meu irm˜ao Jo˜ao, a quem eu solicitei mais paciˆencia e compreens˜ao nos momentos mais dif´ıceis.

Aos meus colegas, amigos e fam´ılia pelo apoio e amizade demonstrados durante elabora¸c˜ao deste trabalho individual.

A todos, bem hajam !

(14)

UTAD, Vila Real M´ario Andr´e Patr´ıcio Teixeira J´ulio 1 de Julho, 2008

(15)

Resumo i

Abstract iii

Agradecimentos v

´Indice ix

´Indice de figuras xiii

1 Introdu¸c˜ao 1

1.1 Motiva¸c˜ao . . . 2

1.2 Organiza¸c˜ao da Disserta¸c˜ao . . . 2

2 Estado da Arte 5 2.1 Evolu¸c˜ao da Regulamenta¸c˜ao El´ectrica em Portugal . . . 6

2.1.1 Decreto-Lei n.o740/74 . . . . 6 2.1.2 Decreto-Lei n.o31/83 . . . . 7 2.1.3 Cria¸c˜ao da CERTIEL . . . 7 2.1.4 Decreto-Lei n.o226/2005 . . . . 8 2.1.5 Portaria 949-A/2006 . . . 8 2.1.6 Decreto-Lei n.o101/2007 . . . . 9 2.2 A aplica¸c˜ao CYPELEC . . . 10 2.3 Instala¸c˜oes Colectivas . . . 10 vii

(16)

2.3.1 Dimensionamento de Colunas . . . 11 2.3.2 Servi¸cos Comuns . . . 13 2.4 Entradas . . . 14 2.4.1 Dimensionamento Entradas . . . 15 2.4.2 Circuitos de Utiliza¸c˜ao . . . 17 2.5 Protec¸c˜oes e Seguran¸ca . . . 19 2.5.1 Aparelhos de Protec¸c˜ao . . . 19 2.5.2 Protec¸c˜ao de Instala¸c˜oes . . . 23

2.5.3 Condi¸c˜ao de Queda de Tens˜ao . . . 26

2.6 Ind´ustria . . . 29

2.6.1 C´alculos . . . 29

3 A Aplica¸c˜ao Inform´atica SIPE 31 3.1 Estrutura da Aplica¸c˜ao . . . 31

3.2 Instala¸c˜oes Colectivas . . . 33

3.2.1 Instala¸c˜oes Colectivas . . . 33

3.2.2 C´alculo da Corrente de Servi¸co (Coluna) . . . 34

3.2.3 Dimensionamento dos Condutores (Coluna) . . . 34

3.2.4 C´alculo do Diˆametro das Condutas . . . 35

3.2.5 Protec¸c˜oes . . . 36 3.3 Servi¸cos Comuns . . . 41 3.3.1 Potˆencia de Dimensionamento . . . 41 3.4 Entradas . . . 43 3.4.1 Circuito de Utiliza¸c˜ao . . . 43 3.5 Com´ercio/Servi¸cos . . . 46 3.6 Ind´ustria . . . 46 3.6.1 Quadros de Potˆencia . . . 46 4 Exemplos 49 4.1 Exemplo 1 - Instala¸c˜ao Pluri-Habitacional . . . 49

4.1.1 Dados do Exemplo . . . 50 4.1.2 Instala¸c˜oes Colectivas . . . 50 4.1.3 Servi¸cos Comuns . . . 56 4.1.4 Entradas . . . 60 4.1.5 Com´ercio/Servi¸cos . . . 65 4.2 Exemplo 2 - Ind´ustria . . . 67 4.2.1 Exemplo . . . 67 5 Conclus˜oes 75 viii

(17)

A.2 Edif´ıcio Pluri-Habitacional . . . 79

A.2.1 Potˆencia da Coluna . . . 81

A.2.2 Dimensionamento de Condutores . . . 82

A.2.3 Dimensionamento das Condutas . . . 84

A.2.4 Protec¸c˜ao - Fus´ıveis . . . 84

A.2.5 Condi¸c˜ao de Queda de Tens˜ao . . . 85

A.2.6 Escolha das Caixas do Quadro Coluna . . . 86

A.2.7 Potˆencia do Quadro dos Servi¸cos Comuns . . . 86

A.2.8 Escolha das Caixas de Coluna . . . 88

A.2.9 Habita¸c˜oes . . . 89

A.2.10 Circuitos de Utiliza¸c˜ao . . . 90

A.2.11 Disjuntores; Disjuntores-Diferenciais . . . 90

A.3 Ind´ustria . . . 91

A.3.1 Quadro de Potˆencia . . . 91

A.3.2 Novo Quadro Parcial/Terminal . . . 93

A.3.3 Circuitos Finais . . . 93

A.3.4 Outros Dimensionamentos . . . 94

(18)
(19)

2.1 Aparelho de Corte Geral. . . 13

2.2 Entrada . . . 14

2.3 Disjuntor unipolar . . . 20

2.4 Fus´ıveis gG . . . 20

2.5 Fluxograma de c´alculo das protec¸c˜oes contra Sobrecargas . . . 22

2.6 Exemplo de coordena¸c˜ao a dois n´ıveis . . . 25

2.7 Selectividade Total . . . 26

2.8 Selectividade Parcial . . . 26

2.9 Quedas de Tens˜ao M´aximas Admiss´ıveis . . . 27

2.10 Express˜oes Simplificadas para o C´alculo da Queda de Tens˜ao . . . 28

3.1 Estrutura da ”sec¸c˜ao”Multi-Habitacional [SIPE] . . . 32

3.2 Estrutura da ”sec¸c˜ao”Ind´ustria [SIPE]. . . 33

4.1 Dimensionamento da Potˆencia (coluna) [SIPE] . . . 49

4.2 Dimensionamento da Potˆencia (coluna) [SIPE] . . . 50

4.3 Escolha do M´etodo de Referˆencia dos Condutores (coluna) [SIPE] . . 51

4.4 Escolha do Tipo de Condutores (coluna) [SIPE] . . . 52

4.5 Sec¸c˜ao e Caracter´ısticas dos Condutores (coluna) [SIPE] . . . 52

4.6 Escolha das Caracter´ısticas das Condutas (coluna) [SIPE] . . . 53 xi

(20)

4.7 Diˆametro das Condutas (coluna) [SIPE] . . . 53

4.8 Dimensionamento Fus´ıvel (coluna) [SIPE] . . . 54

4.9 Verifica¸c˜ao da Condi¸c˜ao de Queda de Tens˜ao (coluna) [SIPE] . . . 55

4.10 Dispositivo de Corte Geral [SIPE] . . . 55

4.11 Escolha das Caixas do Quadro Coluna [SIPE] . . . 56

4.12 Potˆencia do Quadro dos Servi¸cos Comuns [SIPE] . . . 57

4.13 Escolha do M´etodo de Referˆencia dos Condutores (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . . 57

4.14 Escolha do Tipo de Condutores (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . . 58

4.15 Sec¸c˜ao e Caracter´ısticas dos Condutores (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . 58

4.16 Diˆametro das Condutas (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . . 59

4.17 Mudan¸ca para o Valor Recomendado (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . . 59

4.18 Resumo do Dimensionamento (Servi¸cos Comuns) [SIPE] . . . 60

4.19 Sec¸c˜ao dos Condutores (Entradas) [SIPE] . . . 61

4.20 Caracter´ısticas das Condutas (Entradas) [SIPE] . . . 61

4.21 Verifica¸c˜ao da Condi¸c˜ao da Queda de Tens˜ao (Entradas) [SIPE] . . . 62

4.22 Condi¸c˜ao da Queda de Tens˜ao (Entradas) [SIPE] . . . 62

4.23 Caracter´ısticas da Habita¸c˜ao (Entradas) [SIPE] . . . 63

4.24 Listagem das Habita¸c˜oes (Entradas) [SIPE] . . . 63

4.25 Dimensionamento do Interruptor Diferencial (Entradas) [SIPE] . . . . 64

4.26 Introdu¸c˜ao de um Novo Circuito (Entradas) [SIPE] . . . 65

4.27 Circuitos de Utiliza¸c˜ao (Entradas) [SIPE] . . . 65

4.28 Nova Loja [SIPE] . . . 66

4.29 Circuitos de Utiliza¸c˜ao (Com´ercio/Servi¸cos) [SIPE] . . . 66

4.30 Descri¸c˜ao das Lojas (Com´ercio/Servi¸cos) [SIPE] . . . 67

4.31 Novo Quadro El´ectrico (Ind´ustria) [SIPE] . . . 68

4.32 Quadro e seus receptores [SIPE] . . . 69

4.33 M´aquina (Ind´ustria) [SIPE] . . . 69

4.34 Quadros de Potˆencia (Ind´ustria) [SIPE] . . . 70

4.35 Dimensionamento dos Condutores (Ind´ustria) [SIPE] . . . 71

4.36 Queda de Tens˜ao dos Circuitos de QP2 (Ind´ustria) [SIPE] . . . 71

4.37 Quedas de Tens˜ao (Ind´ustria) [SIPE] . . . 72 xii

(21)

A.2 Menu Multi-Habitacional . . . 80

A.3 Potˆencia de Dimensionamento . . . 81

A.4 M´etodo de Referˆencia . . . 82

A.5 Tipos de Condutores . . . 83

A.6 Condutores . . . 83

A.7 Codifica¸c˜ao dos Condutores . . . 84

A.8 Condutas . . . 85

A.9 Fus´ıveis . . . 85

A.10 Verifica¸c˜ao da Condi¸c˜ao de Queda de Tens˜ao . . . 86

A.11 Caixas do Quadro Coluna . . . 87

A.12 Potˆencia QSC . . . 88

A.13 Dimensionar Motor . . . 88

A.14 Caixa Coluna . . . 89

A.15 Nova Habita¸c˜ao . . . 89

A.16 Circuitos de Utiliza¸c˜ao . . . 90

A.17 Aparelho de Protec¸c˜ao . . . 91

A.18 Menu Ind´ustria . . . 92

A.19 Quadros de Potˆencia . . . 92

A.20 Novo Quadro . . . 93

A.21 Circuitos Finais (Ind´ustria) . . . 94

A.22 Outros Dimensionamentos (Ind´ustria) . . . 94

(22)

1

Introdu¸c˜ao

Este trabalho tem por base o desenvolvimento de uma aplica¸c˜ao inform´atica que auxilie na cria¸c˜ao de um projecto el´ectrico para instala¸c˜oes do tipo C (instala¸c˜oes alimentadas por uma rede de distribui¸c˜ao de servi¸co p´ublico em baixa tens˜ao ou instala¸c˜oes de car´acter permanente com produ¸c˜ao pr´opria em baixa tens˜ao at´e 100 kVA, se de seguran¸ca ou de socorro [D.L. 101/2007]). Para que este objectivo seja satisfeito, ou seja, de forma que a aplica¸c˜ao possa ser de facto uma ferramenta ´util a quem a utiliza, ´e necess´ario ter um conhecimento das dificuldades encontradas na realiza¸c˜ao de um projecto el´ectrico.

Torna-se assim fundamental um estudo aprofundado e uma an´alise rigorosa da le-gisla¸c˜ao, pois n˜ao basta ter um conhecimento da lei mas tamb´em ´e necess´aria uma compreens˜ao da mesma, para que desta forma se possa saber quais as necessidades e potencialidades que uma aplica¸c˜ao deste tipo dever´a apresentar.

Igualmente importante ´e o conhecimento do mercado actual para que as solu¸c˜oes apresentadas na aplica¸c˜ao atrav´es dos c´alculos efectuados, n˜ao sejam meramente te´oricos mas exequ´ıveis fisicamente, ou seja, que existam no mercado respostas ao determinado pela aplica¸c˜ao.

(23)

1.1

Motiva¸c˜

ao

No nosso quotidiano somos dependentes da electricidade. Seria mesmo inconceb´ıvel o nosso dia-a-dia sem a ela recorrermos. Desde a mais b´asica das situa¸c˜oes `as mais avan¸cadas instala¸c˜oes fabris a electricidade est´a presente.

Pelo seu car´acter indispens´avel torna-se tamb´em fundamental reconhecer os perigos que advˆem do seu uso incorrecto, porque esta pode pˆor em risco a seguran¸ca de pessoas e bens. Importa por isso que o projecto, a execu¸c˜ao, a explora¸c˜ao e a conserva¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas sejam feitas de forma adequada e concordantes com as regras em uso.

A fase de projecto pode ser assaz laboriosa, de acordo com a pr´opria complexidade da obra em causa. Os variados c´alculos e considera¸c˜oes que tˆem de ser tomadas para que a instala¸c˜ao esteja de acordo com o regulamentado implicam a disponibilidade de muito tempo, por parte do projectista. Como o projectista nada mais ´e que um ser humano est´a sujeito ao erro, e com erros mais tempo e recursos s˜ao gastos. Pretende-se com este projecto criar uma ferramenta que reduza o tempo necess´ario `a cria¸c˜ao de um projecto el´ectrico atrav´es da integra¸c˜ao de toda a informa¸c˜ao ne-cess´aria e que simultaneamente possa reduzir poss´ıveis erros quer de c´alculos quer de op¸c˜oes tomadas para os diversos aparelhos a utilizar.

1.2

Organiza¸c˜

ao da Disserta¸c˜

ao

A realiza¸c˜ao do presente trabalho seguiu a programa¸c˜ao definida no plano de traba-lhos definido no ˆambito da proposta da disserta¸c˜ao de mestrado. A sua apresenta¸c˜ao ´e composta por cinco cap´ıtulos, que ser˜ao sucintamente descritos nos par´agrafos sub-sequentes.

No Capitulo 1 apresenta-se o tema do trabalho e os motivos que conduziram `a sua origem. Faz-se tamb´em uma apresenta¸c˜ao sucinta das v´arias partes que integram a tese.

(24)

1.2. ORGANIZAC¸ ˜AO DA DISSERTAC¸ ˜AO 3

no ´ultimo s´eculo, desde a lei 2002 de 1944 at´e `a Portaria 949-A/2006 (que aprovou as regras t´ecnicas actualmente em vigor). Neste cap´ıtulo ´e tamb´em realizada uma breve apresenta¸c˜ao de outra aplica¸c˜ao inform´atica enquadrada no ˆambito deste tra-balho. S˜ao ainda apresentados os fundamentos te´oricos necess´arios `a elabora¸c˜ao do trabalho, nomeadamente as f´ormulas de c´alculo das v´arias grandezas envolvidas no dimensionamento e escolha dos constituintes de uma instala¸c˜ao el´ectrica de baixa tens˜ao. A apresenta¸c˜ao destes conceitos encontra-se dividida por partes concordan-tes com as encontradas nas RTIEBT.

Todos os algoritmos ou op¸c˜oes pr´aticas tomadas no desenvolvimento da aplica¸c˜ao encontram-se descritas no Cap´ıtulo 3. Neste cap´ıtulo encontram-se os extractos de c´odigo que ostentam um car´acter extraordin´ario na globalidade da aplica¸c˜ao. No Cap´ıtulo 4 apresentam-se dois exemplos de dimensionamento de duas instala¸c˜oes el´ectricas de baixa tens˜ao, uma instala¸c˜ao predial de habita¸c˜ao e uma ind´ustria. Com estes exemplos pretende-se mostrar de forma cabal as potencialidades pr´aticas e t´ecnicas da aplica¸c˜ao alvo deste trabalho.

Por ´ultimo, no Cap´ıtulo 5, foram efectuadas considera¸c˜oes finais dos principais aspec-tos focados nos cap´ıtulos anteriores. Por fim, s˜ao referidas as principais conclus˜oes obtidas durante o acompanhamento do caso de estudo pr´atico e, apresentam-se su-gest˜oes para trabalhos de investiga¸c˜ao futura.

(25)
(26)

2

Estado da Arte

Devido `a sua capital importˆancia na vida quotidiana e na economia, o sector da electricidade renova-se constantemente, atrav´es de novas oportunidades de neg´ocios, com o surgimento de novos operadores e novos mercados (como o MIBEL, Mercado Ib´erico de Electricidade) a ind´ustria ´e obrigada a oferecer (e desenvolver) solu¸c˜oes cada vez mais eficazes e ao mesmo tempo com pre¸cos competitivos. Os projec-tistas/instaladores vˆeem-se for¸cados a seguir novas filosofias de opera¸c˜ao para que assim possam suprir as exigˆencias de consumidores cada vez mais exigentes. ´E ent˜ao necess´ario que a legisla¸c˜ao acompanhe as novas exigˆencias e se poss´ıvel possa at´e estar `a frente do seu tempo. Por estas raz˜oes os regulamentos tˆem sofrido algumas altera¸c˜oes ao longo dos anos.

Tem-se assistido tamb´em ao surgimento no mercado de algumas aplica¸c˜oes de c´alculo para Instala¸c˜oes El´ectricas de Baixa Tens˜ao, como por exemplo a aplica¸c˜ao CY-PELEC. Este permite obter o projecto completo da instala¸c˜ao el´ectrica, incluindo Mem´oria Descritiva, C´alculos, Condi¸c˜oes T´ecnicas e Esquemas, para apresenta¸c˜ao aos organismos p´ublicos competentes. Apesar de ser bastante completo peca em um factor fundamental: o pre¸co.

Com base na an´alise efectuada apresentam-se ainda neste cap´ıtulo as metodolo-gias empregues na concep¸c˜ao da aplica¸c˜ao. De forma a facilitar a compreens˜ao do

(27)

funcionamento da aplica¸c˜ao pelo futuro utilizador, a descri¸c˜ao foi divida por ´areas concordantes com as encontradas nas regras t´ecnicas (RTIEBT).

2.1

Evolu¸c˜

ao da Regulamenta¸c˜

ao El´

ectrica em

Por-tugal

Com a publica¸c˜ao da Lei n.o 2002, de 26 de Dezembro de 1944, o Estado chama

definitivamente a si a defini¸c˜ao da pol´ıtica de electrifica¸c˜ao nacional, passando a dirigir, orientar e intervir no sector [Lei 2002,1944]. Entre as d´ecadas de quarenta e sessenta, teve lugar a constru¸c˜ao dos grandes aproveitamentos hidroel´ectricos. O sector el´ectrico passou definitivamente a assentar em concess˜oes do Estado aos mu-nic´ıpios, exploradas por sociedades privadas concession´arias, em regra participadas pelo Estado.

2.1.1

Decreto-Lei n.

o

740/74

Com o Decreto-Lei n.o740/74, de 26 de Dezembro foram aprovados o Regulamento

de Seguran¸ca de Instala¸c˜oes de Utiliza¸c˜ao de Energia El´ectrica (RSIUEE) e o Re-gulamento de Seguran¸ca de Instala¸c˜oes Colectivas de Edif´ıcios e Entradas (RSI-CEE). Estes regulamentos foram no seu tempo singulares instrumentos para todos os t´ecnicos envolvidos tanto na execu¸c˜ao como na explora¸c˜ao de instala¸c˜oes el´ectricas, possibilitando que ao longo de mais de trˆes d´ecadas estas instala¸c˜oes progredissem significativamente em qualidade e funcionalidade, assim como em termos de segu-ran¸ca e conforto oferecidos [RSIUEE,1974][RSICEE,1974]. Para al´em da imposi¸c˜ao da aplica¸c˜ao destes regulamentos a todas as instala¸c˜oes el´ectricas particulares de quinta categoria a partir de 1 de Janeiro de 1975, o Decreto-Lei n.o740/74 obrigava

ainda a elabora¸c˜ao de um projecto el´ectrico para as instala¸c˜oes de potˆencia igual ou superior a 20kVA. Sendo este valor aumentado para 50kVA com a aprova¸c˜ao do Decreto-Lei n.o 272/92 [MORAIS, 2007].

(28)

2.1. EVOLUC¸ ˜AO DA REGULAMENTAC¸ ˜AO EL´ECTRICA EM PORTUGAL 7

2.1.2

Decreto-Lei n.

o

31/83

As exigˆencias contidas nos decretos-lei referidos anteriormente n˜ao s´o caminharam lado a lado com as evolu¸c˜oes tecnol´ogicas providas pelo mercado, como foram um im-portante promotor da cont´ınua evolu¸c˜ao do referido mercado. N˜ao obstante a estas exigˆencias providas pela legisla¸c˜ao, faltava suprir uma lacuna existente, o reconhe-cimento da competˆencia legal por parte da ent˜ao DGE (Direc¸c˜ao Geral de Energia) dos t´ecnicos autorizados `a elabora¸c˜ao de projectos. O esperado reconhecimento foi alcan¸cado atrav´es do Decreto-Lei n.o31/83, de 18 de Abril.

2.1.3

Cria¸c˜

ao da CERTIEL

Embora houvesse todo este progresso, havia ainda um conjunto de problemas no que diz respeito `a inspec¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas, pois esta verifica¸c˜ao estava entregue aos distribuidores, por delega¸c˜ao da ent˜ao DGE (actual DGGE, Direc¸c˜ao Geral de Geologia e Energia), o que provocava a existˆencia de diferentes crit´erios de aprova¸c˜ao bem como um grau de exigˆencia distinto em cada ´area de distribui¸c˜ao (muitas vezes influenciado por interesses externos). Esta falta de uniformidade levou as autoridades respons´aveis a considerar a cria¸c˜ao de uma organismo nacional, que tivesse como ´unico papel - a inspec¸c˜ao e certifica¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas (de 5a

Categoria), a Associa¸c˜ao Nacional Inspectora de Instala¸c˜oes El´ectricas (ANIIE). A existˆencia desta organiza¸c˜ao foi consagrada no Decreto-Lei n.o272/92 de 3 de

Dezem-bro [MORAIS, 2007]. Depois de considerada a separa¸c˜ao da actividade de inspec¸c˜oes el´ectricas do distribuidor (EDP - Electricidade de Portugal), havia que encontrar um modelo orientador. A escolha recaiu sobre o exemplo francˆes, que foi depois adaptado `a realidade portuguesa. Este processo terminou na entrada em fun¸c˜oes da CERTIEL (Associa¸c˜ao Certificadora de Instala¸c˜oes El´ectricas) atrav´es da Portaria n.o1055/98 de 28 de Dezembro. Esta data marcou o in´ıcio da sua entrada em fun¸c˜oes

(1 de Fevereiro de 1999) e, simultaneamente, a data a partir da qual as entidades distribuidoras de energia el´ectrica deixaram de aceitar os pedidos de aprova¸c˜ao dos projectos e de certifica¸c˜ao de instala¸c˜oes el´ectricas a que se refere o citado diploma [D.R.,1998]. Ao longo do tempo, a CERTIEL foi implementando inova¸c˜oes na sua

(29)

forma de funcionamento. O objectivo da CERTIEL envolve a inspec¸c˜ao e certi-fica¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas, a an´alise e aprova¸c˜ao dos respectivos projectos e a participa¸c˜ao em ac¸c˜oes de forma¸c˜ao ou quaisquer outras actividades que visem melhorar a qualidade e a seguran¸ca das instala¸c˜oes el´ectricas no nosso pa´ıs [PINTO, 2003]. Desta forma, as competˆencias da associa¸c˜ao incluem as seguintes: rece-ber, analisar e aprovar projectos de instala¸c˜oes el´ectricas, elaborar procedimentos e crit´erios t´ecnicos uniformes para a realiza¸c˜ao de inspec¸c˜oes, realizar, por amostra-gem, inspec¸c˜oes a instala¸c˜oes el´ectricas conclu´ıdas, certificar instala¸c˜oes el´ectricas, emitindo os respectivos certificados de explora¸c˜ao, cobrar taxas pelo exerc´ıcio das suas fun¸c˜oes, promover ac¸c˜oes de forma¸c˜ao.

2.1.4

Decreto-Lei n.

o

226/2005

Apesar de importantes no seu tempo, as regras t´ecnicas em vigor at´e `a data da aprova¸c˜ao do Decreto-Lei n.o226/2005 foram aprovadas pelo Decreto-Lei n.o740/74,

de 26 de Dezembro, vigoram desde 1 de Janeiro de 1975. Depois de trinta anos em vigor naturalmente encontravam-se algo desactualizadas. Tamb´em com a entrada de Portugal na agora Uni˜ao Europeia impunha-se por uma harmoniza¸c˜ao com as regras europeias. Com esta harmoniza¸c˜ao obt´em-se assim uma maior mobilidade dos t´ecnicos a n´ıvel de projecto, de execu¸c˜ao e de explora¸c˜ao de instala¸c˜oes el´ectricas. Pretendeu-se portanto com este decreto-lei uma aproxima¸c˜ao das regras t´ecnicas das instala¸c˜oes el´ectricas `as normas europeias da s´erie HD 384 do CENELEC (Comit´e Europeu de Normaliza¸c˜ao Electrot´ecnica) e tamb´em `as publica¸c˜oes da s´erie 364 da CEI (Comiss˜ao Electrot´ecnica Internacional). Devido aos constantes avan¸cos nesta ´area e atrav´es deste decreto-lei, operou-se uma deslegaliza¸c˜ao das regras t´ecnicas. Sendo que a aprova¸c˜ao passar´a a ser agora realizada pela Direc¸c˜ao Geral de Geologia e Energia (DGGE), possibilitando assim uma maior flexibilidade quando no futuro ocorrer um processo de actualiza¸c˜ao [RTIEBT,2005].

2.1.5

Portaria 949-A/2006

O Decreto-Lei n.o 226/2005, de 28 de Dezembro, determinou que as Regras T´ecnicas

(30)

2.1. EVOLUC¸ ˜AO DA REGULAMENTAC¸ ˜AO EL´ECTRICA EM PORTUGAL 9

ministro que tutela a ´area da economia, sob proposta do director-geral da Direc¸c˜ao Geral de Geologia e Energia. ´E ent˜ao atrav´es desta determina¸c˜ao que as Regras T´ecnicas actualmente em vigor s˜ao aprovadas, pela Portaria 949-A/2006 de 11 de Setembro. As presentes Regras T´ecnicas indicam as regras para o projecto e para a execu¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas, de forma a garantir satisfatoriamente o seu funcionamento e a seguran¸ca tendo em conta a utiliza¸c˜ao prevista [RTIEBT, 2006, cap.12.1]. Na sua elabora¸c˜ao foram considerados os documentos de harmoniza¸c˜ao relevantes do CENELEC e da CEI, bem como utilizados termos contidos no Voca-bul´ario Electrot´ecnico Internacional (VEI), que se consideram importantes para o entendimento daqueles textos.

2.1.6

Decreto-Lei n.

o

101/2007

O Regulamento de Licen¸cas para Instala¸c˜oes El´ectricas (RLIE), aprovado pelo Decreto-Lei n.o 26852, de 30 de Julho de 1936, determina as regras que deveriam ser

cum-pridas para o licenciamento das instala¸c˜oes el´ectricas destinadas `a produ¸c˜ao, trans-porte, transforma¸c˜ao, distribui¸c˜ao ou utiliza¸c˜ao de energia el´ectrica [D.L. 26852,1936]. Ao longo dos anos este diploma foi alvo de sucessivas actualiza¸c˜oes culminado no decreto-lei n.o101/2007. Com este decreto-lei obteve-se uma simplifica¸c˜ao da

classifica¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas de servi¸co particular at´e `a data existentes. Procedeu-se ent˜ao a uma redu¸c˜ao das cinco categorias existentes para trˆes tipos. Es-tes trˆes tipos equivalem particularmente `as instala¸c˜oes com produ¸c˜ao pr´opria (Tipo A), `as instala¸c˜oes alimentadas em alta tens˜ao (Tipo B) e `as instala¸c˜oes alimentadas em baixa tens˜ao (Tipo C), sendo que os trˆes novos tipos criados s˜ao caracterizados pelo artigo n.o7 do decreto-lei referido.

Entre as v´arias altera¸c˜oes introduzidas por este decreto pode-se destacar a dispensa de licen¸ca de estabelecimento de linhas el´ectricas desde que sejam obtidas as auto-riza¸c˜oes dos propriet´arios dos terrenos, nos casos em que n˜ao subsistem raz˜oes de seguran¸ca de pessoas e bens a garantir, prevˆe-se. Nas situa¸c˜oes em que permanece a necessidade de licenciamento, a obten¸c˜ao por parte do requerente das autoriza¸c˜oes dos propriet´arios dos terrenos, bem como dos pareceres das entidades intervenien-tes no processo, dispensa a necessidade de os servi¸cos procederem `as consultas e

(31)

`a publica¸c˜ao dos ´editos. Tamb´em no que se refere aos reclamos luminosos, dado que os actuais equipamentos n˜ao produzem r´adiointerferˆencias, deixou de se justi-ficar a respectiva tramita¸c˜ao de licenciamento, pelo que a mesma ´e revogada [D.L. 101/2007].

2.2

A aplica¸c˜

ao CYPELEC

Apesar de ser uma ´area importante da nossa economia, n˜ao existem muitas aplica¸c˜oes no mercado com as capacidades que a aplica¸c˜ao visada por este trabalho se prop˜oe a ter. A grande maioria das aplica¸c˜oes existentes s˜ao oferecidas pelas empresas ligadas ao ramo (produtores de material e fornecedores) e tˆem um foco principal na `area de neg´ocio dessa respectiva empresa, assim como as solu¸c˜oes que apresentam s˜ao apenas as que as suas marcas disp˜oem. Uma das raras excep¸c˜oes ´e esta aplica¸c˜ao - CY-PELEC. Esta aplica¸c˜ao, tal como a SIPE (aplica¸c˜ao desenvolvida neste trabalho), visa oferecer aos t´ecnicos da ´area uma ferramenta de c´alculo, e dimensionamento de instala¸c˜oes el´ectricas em baixa tens˜ao para edif´ıcios de habita¸c˜ao, comerciais e mistos, com a grande vantagem de permitir ao utilizador usufruir de uma ferramenta de desenho integrada que lhe permitem desenhar os esquemas unifilares, cortes etc. e posteriormente export´a-los para um formato DXF e DWG. ´E um programa bas-tante completo distribu´ıdo em trˆes vers˜oes - obras grandes, obras m´edias e obras pequenas. Apesar de o SIPE ser bastante similar ao CYPELEC, apresenta uma maior amplitude no que respeita `as suas funcionalidades. Tal como foi referido no CAPITULO 1, o SIPE prop˜oe-se abranger todos os projectos para instala¸c˜oes do tipo C (incluindo instala¸c˜oes em industria), enquanto o CYPELEC cinge-se apenas a instala¸c˜oes el´ectricas em baixa tens˜ao para edif´ıcios de habita¸c˜ao e/ou comerciais.

2.3

Instala¸c˜

oes Colectivas

`

A semelhan¸ca de outras instala¸c˜oes el´ectricas as instala¸c˜oes colectivas devem ser estruturadas de forma radial. Nas instala¸c˜oes colectivas est˜ao englobadas a coluna, os quadros colunas e todas as respectivas protec¸c˜oes necess´arias.

(32)

2.3. INSTALAC¸ ˜OES COLECTIVAS 11

de caracter´ısticas indissoci´aveis `a sua constru¸c˜ao, nomeadamente ser trif´asica (e apresentar sempre um condutor de protec¸c˜ao), manter o n´umero de condutores e sec¸c˜ao ao longo da sua extens˜ao, n˜ao ser seccionada, e incorporar os aparelhos de protec¸c˜ao apenas na origem.

2.3.1

Dimensionamento de Colunas

Potˆencia a Prevista

A potˆencia de uma coluna dever´a ser igual ao somat´orio das potˆencias parciais das diversas instala¸c˜oes a alimentar, tendo em conta o factor de simultaneidade respectivo [MORAIS, 2007,pag.109]. As potˆencias parciais reflectem a topologia das instala¸c˜oes que v˜ao alimentar, ou seja, de acordo com o n´umero de compartimentos que apresentam, em sintonia com o ponto 803.2.4.3.1 das RTIEBT.

Factor de Simultaneidade

Como as instala¸c˜oes nunca funcionam todas ao mesmo tempo temos de usar o cha-mado factor de simultaneidade para que o projecto n˜ao fique sobredimensionado, isto ´e, para que n˜ao sejam usados materiais que suportem uma potˆencia m´axima (mais caros). Sendo assim o factor de simultaneidade caracteriza o regime de fun-cionamento de uma dada instala¸c˜ao ou parte desta. Os factores de simultaneidade usados na aplica¸c˜ao s˜ao os indicados no ponto 803.2.4.3.2 das RTIEBT.

C´alculos de Colunas

Este c´alculo segue um algoritmo comum em todas as colunas. O c´alculo ´e iniciado com a determina¸c˜ao da potˆencia aparente total (ST), de acordo com as potˆencias aparentes de cada instala¸c˜ao (Sent). Depois ´e calculada a potˆencia de dimensiona-mento (SD) com a multiplica¸c˜ao da potˆencia total pelo factor de simultaneidade (KS).

ST = ΣSent (2.1)

SD = ST × KS (2.2)

Calculada a potˆencia SD calcula-se a corrente de servi¸co IB (em ampere), que ser-vir´a de base de escolha `as sec¸c˜oes dos condutores e de acordo com as canaliza¸c˜oes

(33)

escolhidas dever˜ao apresentar uma corrente admiss´ıvel IZ que satisfa¸ca as condi¸c˜oes IZ ≥ IB [MORAIS, 2007,pag.111]. IB = 1000 × SD 3 × UC (2.3) A verifica¸c˜ao das correntes admiss´ıveis ´e feita atrav´es da consulta dos Quadros 52-C1 a 52C-14 e 52-C30 das RTIEBT, que disp˜oem dos valores das correntes admiss´ıveis de acordo com o m´etodo de referˆencia escolhido (os m´etodos de referˆencia caracterizam os v´arios modos de instala¸c˜ao poss´ıveis das canaliza¸c˜oes) e com situa¸c˜oes espec´ıficas concretas como por exemplo a natureza do isolamento dos condutores, o n´umero de condutores carregados, a temperatura da alma condutora e ambiente.

As tabelas referidas anteriormente reproduzem as correntes admiss´ıveis (IZ) para as canaliza¸c˜oes estabelecidas exactamente nas situa¸c˜oes por elas apontadas. Noutras condi¸c˜oes de instala¸c˜ao ou quando estas est˜ao sujeitas `a ac¸c˜ao de factores externos, as correntes admiss´ıveis ser˜ao impreterivelmente diferentes. Isto sucede devido `a altera¸c˜ao das circunstˆancias de liberta¸c˜ao de calor por efeito de Joule por parte dos condutores. A altera¸c˜ao da corrente admiss´ıvel dever´a ser feita atrav´es de c´alculos espec´ıficos para cada nova situa¸c˜ao n˜ao contemplada pelas tabelas atr´as mencio-nadas, por´em as regras t´ecnicas apresentam tabelas de factores de correc¸c˜ao , em fun¸c˜ao de:

Temperatura Ambiente;

Temperatura do Solo;

Agrupamentos de condutores ou cabos instalados ao ar ;

Agrupamentos de cabos enterrados, em esteira horizontal ;

Agrupamentos de condutas com condutores,instaladas ao ar, enterradas no bet˜ao, em fun¸c˜ao da sua disposi¸c˜ao horizontal ou vertical ;

Agrupamentos de diversos circuitos, de cabos multicondutores, instalados ao ar, lado a lado, em camada simples, para o M´etodo de Referˆencia E ;

(34)

2.3. INSTALAC¸ ˜OES COLECTIVAS 13

Agrupamentos de diversos circuitos, de cabos monocondutores, instalados ao ar, lado a lado, em camada simples, para o M´etodo de Referˆencia F ;

Resistividade t´ermica do solo.

O valor de IZ numa canaliza¸c˜ao sujeita a este tipo de situa¸c˜oes ser´a calculado, para cada situa¸c˜ao particular, da seguinte forma:

IZcorrigido = IZ× F actores Correccao (2.4) Corte Geral

Determina-se de forma a que a sua corrente convencionada IN seja superior `a cor-rente de servi¸co esperada IB (IN > IB). O valor de IB´e encontrado atrav´es da soma das potˆencias a alimentar pela coluna com a potˆencia estimada para os servi¸cos comuns [MORAIS, 2007,pag.114].

Figura 2.1 – Aparelho de Corte Geral.

2.3.2

Servi¸cos Comuns

Potˆencia de Alimenta¸c˜ao

A potˆencia de alimenta¸c˜ao dos Servi¸cos Comuns serve de referˆencia para a escolha do valor da potˆencia a ser contratada. Esta potˆencia (de alimenta¸c˜ao) ´e calculada de forma similar `a potˆencia de c´alculo de uma coluna (ver sec¸c˜ao 2.3.1). A dife-ren¸ca reside nos elementos intervenientes no c´alculo. Para os Servi¸cos Comuns o c´alculo ´e efectuado com os valores das potˆencias dos variados servi¸cos existentes na

(35)

instala¸c˜ao, como por exemplo a ilumina¸c˜ao, garagem colectiva, ventila¸c˜ao mecˆanica, aquecimento el´ectrico e ascensores, sendo cada uma das potˆencias multiplicadas pelo seu respectivo factor de simultaneidade (em que na generalidade das vezes toma o valor 1).

Condutores

Com a Corrente de Servi¸co relativa ao Quadro dos Servi¸cos Comuns (QSC) determina-se a corrente admiss´ıvel IZ de forma a satisfazer a condi¸c˜ao IN > IB (tal como in-dicado na sec¸c˜ao 2.3.1). Com o valor de IZ ´e feita a escolha das respectivas sec¸c˜oes dos condutores para o QSC, da mesma forma como o indicado na subsec¸c˜ao 2.3.1-C´alculos de Colunas.

2.4

Entradas

As entradas dever˜ao estar estabelecidas no mesmo piso da instala¸c˜ao por elas a ser alimentada e apenas dever˜ao transpor zonas comuns do edif´ıcio e o espa¸co da instala¸c˜ao (de utiliza¸c˜ao) a alimentar. Por outras palavras as entradas caracterizam-se por caracterizam-serem os tro¸cos das canaliza¸c˜oes el´ectricas existentes entre uma caixa coluna e a origem de uma instala¸c˜ao de utiliza¸c˜ao, uma portinhola que sirva uma instala¸c˜ao el´ectrica e a sua origem [PINTO, 2004,pag.13].

Figura 2.2 – Entrada

As caracter´ısticas da entrada de uma instala¸c˜ao de utiliza¸c˜ao dependem da potˆencia de instala¸c˜ao, da natureza e tipo dos condutores, da queda de tens˜ao admiss´ıvel

(36)

2.4. ENTRADAS 15

(0,5%) e do modo de instala¸c˜ao [MORAIS, 2007,pag.115].

O dimensionamento das entradas dever´a ser efectuado de forma a oferecer o pro-vimento de potˆencias, ponderados pelo respectivo factor de simultaneidade (para instala¸c˜oes de habita¸c˜ao este factor toma o valor um), para que s˜ao dimensionadas as instala¸c˜oes de utiliza¸c˜ao a serem alimentadas.

2.4.1

Dimensionamento Entradas

De acordo com as RTIEBT, as entradas poder˜ao ser monof´asicas ou trif´asicas, por´em dever˜ao incluir sempre o condutor de protec¸c˜ao. As sec¸c˜oes dos condutores que as constituem n˜ao dever˜ao ser nunca inferiores a 6 mm2, e ainda tˆem de estar dotadas

de protec¸c˜ao (apenas na sua origem). Condutores

Os condutores das entradas dever˜ao ser do mesmo tipo que os condutores da coluna. Por´em a sec¸c˜ao destes ser´a calculada tendo como base a corrente de servi¸co relativa `a potˆencia prevista para a respectiva instala¸c˜ao de utiliza¸c˜ao. A corrente de servi¸co pode ser obtida de duas formas, de acordo com o tipo de alimenta¸c˜ao da instala¸c˜ao. Se a instala¸c˜ao ´e monof´asica a f´ormula de c´alculo ser´a:

IB =

1000 × SD U0

(2.5) Se a instala¸c˜ao ´e trif´asica a f´ormula de c´alculo ser´a:

IB =

1000 × SD

3 × UC

(2.6) Onde SD ´e a potˆencia prevista em kVA, UC a tens˜ao entre fases que ´e igual a 400V e U0 a tens˜ao entre fase e neutro igual a 230V.

Calculado o valor da corrente de servi¸co dever´a ser encontrado o valor da sec¸c˜ao do condutor que tem uma corrente admiss´ıvel (IZ) superior ao valor da corrente de servi¸co, da mesma forma como a descrita para o c´alculo das sec¸c˜oes dos condutores da Coluna.

Resta apenas referir que nas entradas, n˜ao devem ser utilizadas canaliza¸c˜oes com condutores de sec¸c˜ao nominal inferior a 6 mm2 [RTIEBT, 803.5.5.3].

(37)

Condutas

De igual forma aos condutores, as condutas tamb´em dever˜ao ser do mesmo tipo das usadas na Coluna.

As condutas ou tubos a utilizar dever˜ao ter como diˆametro m´ınimo 32mm, obedecer `a norma EN 50086, serem constitu´ıdas por materiais ign´ıfugos, e no caso de estarem embebidas nas paredes ter˜ao de apresentar como protec¸c˜ao m´ınima contra ac¸c˜oes mecˆanicas IK 07. O valor tido como diˆametro m´ınimo imp˜oe-se para que se realize um f´acil enfiamento ou desenfiamento dos condutores, sem recorrer a meios especiais como reboques. Este facto decorre do princ´ıpio b´asico de que a soma das ´areas transversais do conjunto dos condutores introduzidos na conduta `a vista n˜ao supera os 40% da sec¸c˜ao da conduta e se se tratar de uma conduta embebida esta n˜ao poder´a ultrapassar os 33% da sec¸c˜ao transversal da conduta (para o c´alculo est˜ao inclu´ıdos os condutores de fase, neutro e protec¸c˜ao) [J.L.MORAIS, 2007,pag.182]. A forma de c´alculo na generalidade ser´a ent˜ao para as condutas embebidas:

S1+ S2+ S3+ Sn+ SP ≤ 0, 33 × SC (2.7) S1+ S2+ S3+ Sn+ SP ≤ 0, 40 × SC (2.8) onde S1−3 ser´a a sec¸c˜ao do condutor fase usado para a entrada determinada, Sn ´e a sec¸c˜ao do condutor neutro, Sp a sec¸c˜ao do condutor de terra de protec¸c˜ao e por fim Sc o valor que pretendemos encontrar, a sec¸c˜ao da conduta (circular ou n˜ao). Para al´em das regras de percentagens m´aximas de ocupa¸c˜ao (2.7 e 2.8) h´a ainda que ter em conta para o dimensionamento de condutas n˜ao circulares (calhas) o perfil da respectiva conduta, pois apesar de a condi¸c˜ao da ´area interna ser cumprida o diˆametro externo dos condutores poder´a ser superior a uma qualquer dimens˜ao da calha. Fazendo com que uma calha escolhida exclusivamente pelo m´etodo da ´area interna n˜ao seja a indicada para os condutores dimensionados.

Se ao inv´es de condutores forem usados cabos poderemos usar as seguintes express˜oes para calcular o diˆametro das condutas:

(38)

2.4. ENTRADAS 17

Para uma instala¸c˜ao `a vista.

Dconduta≥ 1, 742 × Dcabo (2.10) Para uma instala¸c˜ao embebida.

2.4.2

Circuitos de Utiliza¸c˜

ao

Circuitos de utiliza¸c˜ao ou circuitos finais podem ser encarados como a zona de liga¸c˜ao entre a instala¸c˜ao el´ectrica e o utilizador da instala¸c˜ao na sua globalidade. Neste conceito est˜ao abrangidos os circuitos tanto de habita¸c˜oes como de outras instala¸c˜oes el´ectricas nomeadamente de ind´ustrias e de estabelecimentos comerciais ou de servi¸cos.

A seguran¸ca e conforto dos utilizadores s˜ao os prop´ositos principais a serem atin-gidos na concep¸c˜ao e execu¸c˜ao destas instala¸c˜oes. Devido `a diversidade e a pouca qualifica¸c˜ao t´ecnica dos utilizadores torna-se indispens´avel ”combater”futuras am-plia¸c˜oes `a instala¸c˜ao, que s˜ao caras e evidentemente inest´eticas e em muitos casos potencialmente perigosas, como nas situa¸c˜oes em que se utilizam fichas m´ultiplas ou cabos prolongadores. Justifica-se assim que estas instala¸c˜oes sejam concebidas de forma a aproveitar completamente o espa¸co em que vai ser enquadrada [PINTO, 2004,pag.35].

Por isso ´e necess´ario que se tenha um conhecimento pr´evio da forma, dimens˜ao e estrutura do edif´ıcio, a compartimenta¸c˜ao do espa¸co e as suas devidas fun¸c˜oes. ´E tamb´em de capital importˆancia que se conhe¸ca de antem˜ao a localiza¸c˜ao, a natureza e a potˆencia dos equipamentos el´ectricos que se pretendem instalar.

Estrutura e Dimensionamento

Na sua cria¸c˜ao, a instala¸c˜ao dever´a ser encarada n˜ao como um sistema fechado, mas sim como um sistema estruturado e dimensionado de forma a possibilitar a flexibilidade essencial para diversos graus de utiliza¸c˜ao sem grandes gastos.

As instala¸c˜oes de utiliza¸c˜ao dever˜ao ent˜ao ser estruturadas preferencialmente para uma distribui¸c˜ao radial, de forma a que a instala¸c˜ao esteja dividida, de acordo

(39)

com o n´ıvel qualitativo ou de risco, em quadros parciais e finais (como acontece na ind´ustria por exemplo). A sua alimenta¸c˜ao poder´a ser de dois tipos: monof´asica (230V) e trif´asica (230V/400V), devendo os circuitos de utiliza¸c˜ao para as habita¸c˜oes ser preferencialmente do tipo monof´asico.

Independentemente da estrutura do edif´ıcio ou o fim para o qual s˜ao destinados (ha-bita¸c˜ao, industria ou servi¸cos), ter´a que se ter em linha de conta alguns factores que conduzam a uma escolha acertada para o n´umero de circuitos a serem dimensiona-dos. Ter˜ao de ser previstos circuitos independentes para alimenta¸c˜ao de m´aquinas com potˆencia consider´avel (em habita¸c˜oes podemos ter como exemplo os fog˜oes, as maquinas de lavar roupa). Previs˜ao de circuitos independentes para alimenta¸c˜ao de receptores (m´aquinas) cuja garantia de boa funcionalidade requer essa autonomia. Todos os circuitos destinados a ilumina¸c˜ao e tomadas n˜ao poder˜ao conter mais de oito pontos de utiliza¸c˜ao (em habita¸c˜oes). Qualquer aparelho de climatiza¸c˜ao de-ver´a estar inserido num circuito aut´onomo, de modo a que este circuito n˜ao alimente mais de cinco aparelhos.

Para o dimensionamento das instala¸c˜oes el´ectricas em locais de habita¸c˜ao, n˜ao de-ver˜ao ser ponderadas potˆencias nominais inferiores `as seguintes:

3,45 kVA, em monof´asico (15 A, em 230 V), em locais de um compartimento,

6,90 kVA, em monof´asico (30 A, em 230 V), em locais de dois a seis compar-timentos,

10,35 kVA, em monof´asico (45 A, em 230 V), em locais com mais de seis compartimentos.

No caso de instala¸c˜oes com receptores trif´asicos, as alimenta¸c˜oes devem ser trif´asicas e os valores m´ınimos das potˆencias a considerar no dimensionamento devem ser os seguintes:

6,90 kVA, em trif´asico (10 A, em 400 V), em locais at´e seis compartimentos,

10,35 kVA, em trif´asico (15 A, em 400 V), em locais com mais de seis com-partimentos.

(40)

2.5. PROTECC¸ ˜OES E SEGURANC¸ A 19

2.5

Protec¸c˜

oes e Seguran¸ca

Na divis˜ao efectuada para explanar os diversos conceitos que se apresentam como base a este trabalho, esta sec¸c˜ao ocupa um lugar cimeiro no que concerne a im-portˆancia, pois o uso da electricidade como fonte primordial de energia s´o poder´a de facto ser assim considerado se na sua concep¸c˜ao possa ser assegurada a seguran¸ca de pessoas, bens e animais contra os perigos que advˆem da utiliza¸c˜ao das instala¸c˜oes el´ectricas.

Apesar de alguns dos conceitos que ser˜ao em seguida expostos n˜ao serem importantes para o trabalho pr´atico (SIPE, a aplica¸c˜ao inform´atica), o seu conhecimento tem interesse para que se entendam os conceitos subjacentes a esta ´area tem´atica na aplica¸c˜ao. Sem esse conhecimento a aplica¸c˜ao n˜ao poder´a ser usada na sua m´axima capacidade.

2.5.1

Aparelhos de Protec¸c˜

ao

Os aparelhos de protec¸c˜ao tˆem como fun¸c˜ao proteger todos os elementos que cons-tituem uma instala¸c˜ao el´ectrica contra os diferentes tipos de defeitos que podem ocorrer.

Sobreintensidades

Se a corrente el´ectrica de servi¸co (IB) ultrapassar o valor m´aximo (IZ) permitido nos condutores , com uma curta dura¸c˜ao, diz-se que h´a uma sobreintensidade. Por exemplo, demasiados aparelhos ligados simultaneamente num mesmo circuito podem originar uma sobrecarga que ´e uma sobreintensidade em que a corrente de servi¸co no circuito ´e superior ou ligeiramente superior `a intensidade m´axima permi-tida nos condutores (IB > IZ), com uma dura¸c˜ao que pode ser longa.

Se, por exemplo, dois pontos do circuito com potenciais el´ectricos diferentes en-tram em contacto directo entre si estamos na presen¸ca de um curto-circuito que ´e uma sobreintensidade em que a corrente de servi¸co no circuito ´e muito superior `a intensidade m´axima permitida nos condutores (IB >> IZ).

(41)

Para proteger os circuitos contra sobreintensidades (sobrecargas ou curto-circuitos) s˜ao usados disjuntores magnetot´ermicos ou corta circuitos fus´ıveis que interrompem automaticamente a passagem da corrente no circuito, evitando um sobreaquecimento dos condutores que pode originar um incˆendio pondo assim em risco pessoas e bens.

Figura 2.3 – Disjuntor unipolar

Figura 2.4 – Fus´ıveis gG

Um disjuntor ´e constitu´ıdo pelo rel´e, com um ´org˜ao de disparo (disparador) e um ´org˜ao de corte (o interruptor) e dotado tamb´em de convenientes meios de extin¸c˜ao do arco el´ectrico (cˆamaras de extin¸c˜ao do arco el´ectrico). O disjuntor mais comum ´e o disjuntor magnetot´ermico (disjuntor standard no SIPE) que possui um rel´e electromagn´etico que protege contra curto-circuitos e um rel´e t´ermico, constitu´ıdo por uma lˆamina bimet´alica, que protege contra sobrecargas.

(42)

2.5. PROTECC¸ ˜OES E SEGURANC¸ A 21

Um corta-circuitos fus´ıvel ´e constitu´ıdo por um fio ou lˆamina condutora, dentro de um inv´olucro. O fio ou lˆamina condutora (prata, cobre, chumbo, etc.) ´e calibrado de forma a poder suportar sem fundir, a intensidade para a qual est´a calibrado. Essa intensidade que o dispositivo pode suportar ´e designada por Corrente Convencional de n˜ao funcionamento, por´em o dispositivo apenas a suporta durante um per´ıodo de tempo (tempo convencional de funcionamento) antes de actuar. De acordo com a normaliza¸c˜ao existente, o tempo convencional ´e de 1 hora para fus´ıveis com calibre at´e 63 A, ´e de 2 horas para calibres entre 63 e 160 A, ´e de 3 horas para calibres entre 160 e 400 A e ´e de 4 horas para calibres superiores a 400 A.

Se a intensidade ultrapassar esse valor (ou o tempo convencional de funcionamento for ultrapassado), o fus´ıvel deve fundir (interrompendo dessa forma o circuito) tanto mais depressa quanto maior for o valor da intensidade da corrente. No SIPE (aplica¸c˜ao inform´atica) est´a apenas dispon´ıvel o tipo gG, pois este tipo j´a engloba a protec¸c˜ao contra sobrecargas e curto-circuitos.

Protec¸c˜ao contra Sobrecargas

A protec¸c˜ao contra sobrecargas das canaliza¸c˜oes el´ectricas ´e assegurada se as ca-racter´ısticas dos aparelhos de protec¸c˜ao respeitarem conjuntamente as seguintes condi¸c˜oes:

A corrente determinada do dispositivo de protec¸c˜ao (IN) seja superior ou igual `a corrente de servi¸co da canaliza¸c˜ao correspondente (IB) e inferior ou igual que a corrente m´axima admiss´ıvel na canaliza¸c˜ao (IZ).

IB≤ IN ≤ IZ (2.11)

A corrente convencional de funcionamento do dispositivo de protec¸c˜ao (I2) seja

inferior ou igual que 1,45 a corrente m´axima admiss´ıvel na canaliza¸c˜ao (IZ) [PINTO, 2004,pag.60].

(43)

Figura 2.5 – Fluxograma de c´alculo das protec¸c˜oes contra Sobrecargas

A imposi¸c˜ao da primeira condi¸c˜ao (2.11) deve-se `a necessidade de detectar e con-siderar como an´omalas situa¸c˜oes em que a intensidade de corrente na canaliza¸c˜ao ´e superior `a intensidade de corrente de servi¸co, por um lado, e `a necessidade de garantir que o aparelho de protec¸c˜ao n˜ao actua para o regime de funcionamento correspondente `a corrente de servi¸co, por outro.

A segunda condi¸c˜ao (2.12) corresponde a considerar que situa¸c˜oes em a corrente na canaliza¸c˜ao ´e 45% superior a correspondam a sobrecargas suficientemente importan-tes para se garantir que o aparelho de protec¸c˜ao actue num tempo n˜ao superior ao convencional.

Protec¸c˜ao contra curto-circuitos

A protec¸c˜ao contra curto-circuitos das canaliza¸c˜oes el´ectricas ´e assegurada se as ca-racter´ısticas dos dispositivos de protec¸c˜ao (fus´ıveis e disjuntores) satisfizerem con-juntamente as seguintes condi¸c˜oes:

1 - Regra do poder de corte: o poder de corte n˜ao deve ser inferior `a corrente de curto-circuito presumida no ponto de localiza¸c˜ao.

Icc ≤ Pdc (2.13)

2 - Regra do tempo de corte: o tempo de corte resultante de um curto-circuito em qualquer ponto do circuito n˜ao dever´a ser superior ao tempo correspondente

(44)

2.5. PROTECC¸ ˜OES E SEGURANC¸ A 23

`a eleva¸c˜ao da temperatura do condutor ao seu m´aximo admiss´ıvel. Para curto-circuitos de dura¸c˜ao at´e 5s, o tempo aproximado correspondente `a eleva¸c˜ao da tem-peratura do condutor ao seu m´aximo admiss´ıvel ´e dado pela express˜ao:

t = k2× S2 I2

cc

(2.14) onde:

t ´e o tempo expresso em segundos ,

S a sec¸c˜ao dos condutores em mm2,

Icc ´e a corrente de curto-circuito m´ınima, isto ´e, a corrente que resulta de um curto-circuito franco verificado no ponto mais afastado do circuito, em Amperes,

k ´e uma constante cujo valor depende das caracter´ısticas do material isolante e do material condutor. O seu valor ´e:

- 115 - condutores com alma de cobre isolada a policloreto de vinilo;

- 135 - condutores de alma de cobre isolada a borracha natural, borracha but´ılica, polietileno reticulado ou etileno-propileno;

- 159 - condutores nus de cobre;

- 74 - condutores com alma de alum´ınio isolada a policloreto de vinilo;

- 87 - condutores de alma de cobre isolada a borracha natural, borracha but´ılica, polietileno reticulado ou etileno-propileno;

- 104 - condutores nus de alum´ınio;

- 97 - condutores nus de ligas de alum´ınio;

- 115 - liga¸c˜oes dos condutores de cobre soldadas a estanho.

2.5.2

Protec¸c˜

ao de Instala¸c˜

oes

Coordena¸c˜ao de Protec¸c˜oes

A Coordena¸c˜ao de Protec¸c˜oes permite utilizar um dispositivo de protec¸c˜ao com um poder de corte inferior ao da corrente de curto-circuito presum´ıvel no ponto onde

(45)

est´a instalado, desde que a montante exista um outro dispositivo com poder de corte adequado e em que a energia que o disjuntor deixa passar seja suport´avel pelos disjuntores a jusante. A coordena¸c˜ao pode ser aplicada a 2 dispositivos colocados no mesmo arm´ario, ou colocados em arm´arios diferentes. O objectivo desta t´ecnica ´e a optimiza¸c˜ao econ´omica da instala¸c˜ao el´ectrica.

Como exemplo de coordena¸c˜ao a dois n´ıveis podemos ter:

1 - As duas protec¸c˜oes podem ser instaladas no mesmo arm´ario ou em arm´arios diferentes.

Protec¸c˜ao a montante: Disjuntor H160H com In=160A e um poder de corte de 25kA ,

Protec¸c˜ao a jusante que tipo disjuntor se pode instalar a jusante de um dis-juntor H160H sabendo que a Icc1 (corrente de curto-circuito presum´ıvel) nesse ponto da instala¸c˜ao ´e igual a 13kA?

O poder de corte do disjuntor de 10A pode ser inferior a 13 kA (Icc a jusante) se as duas condi¸c˜oes que se seguem forem respeitadas:

- Deve estar protegido a montante por um dispositivo de protec¸c˜ao com poder de corte n˜ao inferior ao valor do Icc pedido;

- O poder de corte obtido com a ”coordena¸c˜ao”n˜ao deve ser inferior `a Icc a jusante.

- O disjuntor 160A tem um poder de corte de 25kA (superior a 13kA), - ´E poss´ıvel utilizar um disjuntor para a sa´ıda de 10A (Pdc = 10kA).

2 - O poder de corte ”coordenado”entre o disjuntor H160H e um disjuntor NFN ´e de 20kA (superior aos 13kA) (ver 2.6).

Selectividade

A indispensabilidade de protec¸c˜ao nas instala¸c˜oes el´ectricas podem impor a uti-liza¸c˜ao de aparelhos diferenciais em s´erie, pretende-se assim que caso de defeito

(46)

2.5. PROTECC¸ ˜OES E SEGURANC¸ A 25

Figura 2.6 – Exemplo de coordena¸c˜ao a dois n´ıveis

apenas actue o aparelho de protec¸c˜ao imediatamente a montante do defeito, possi-bilitando assim que a remanescente instala¸c˜ao (n˜ao afectada pelo defeito) funcione normalmente.

Como ´e ´obvio a aplica¸c˜ao desta t´ecnica de protec¸c˜ao envolve um custo adicio-nal ao projecto, pelo que a sua implementa¸c˜ao ter´a de ser avaliada pelo projec-tista/instalador.

H´a que distinguir 2 tipos de selectividade:

- Selectividade total - Selectividade parcial 1 - Selectividade total

- A selectividade entre 2 dispositivos de protec¸c˜ao ´e dita total sempre que para toda a corrente de defeito inferior ou igual ao poder de corte do dispositivo a jusante (Icu B), o dispositivo de protec¸c˜ao imediatamente a montante do defeito abre sozinho; - No caso da associa¸c˜ao de dois disjuntores, a selectividade ´e total sempre que a energia de abertura do disjuntor a jusante (B) ´e inferior `a energia de n˜ao abertura do disjuntor a montante (A);

- No caso da associa¸c˜ao de um fus´ıvel e um disjuntor, h´a selectividade total sempre que a curva de disparo do disjuntor se encontra abaixo da curva de fus˜ao do fus´ıvel.

(47)

Figura 2.7 – Selectividade Total

2 - Selectividade parcial

- A selectividade entre 2 dispositivos de protec¸c˜ao ´e designada ”parcial”sempre que os 2 dispositivos funcionem simultaneamente a partir de determinados valores de correntes de defeito (curto-circuito franco);

Figura 2.8 – Selectividade Parcial

2.5.3

Condi¸c˜

ao de Queda de Tens˜

ao

Um factor importante numa instala¸c˜ao el´ectrica ´e a sua qualidade de servi¸co. Este factor pode ser fortemente influenciado pela queda de tens˜ao nos circuitos de ali-menta¸c˜ao de quadros e dos receptores de uma instala¸c˜ao.

´

E ent˜ao importante que esta limita¸c˜ao (redu¸c˜ao da qualidade de servi¸co) seja su-perada. Para tal s˜ao necess´arios crit´erios singulares aplicados ao dimensionamento das canaliza¸c˜oes, ficando assim este problema mitigado com efeitos imediatos no que

(48)

2.5. PROTECC¸ ˜OES E SEGURANC¸ A 27

respeita `a eficiˆencia energ´etica, ao funcionamento dos equipamentos bem como dos sistemas de protec¸c˜ao usados nos circuitos.

Para al´em da melhoria de servi¸co (optimiza¸c˜ao das perdas de energia) que se obt´em com o controlo do n´ıvel de queda de tens˜ao, alcan¸ca-se um objectivo talvez mais importante: a poupan¸ca de recursos financeiros. Nos dias de hoje ´e fundamental que o projectista tenha sempre presente esse factor. Com o controlo da queda de tens˜ao num determinado circuito consegue-se acompanhar essa preocupa¸c˜ao (cor-recto funcionamento). Se no dimensionamento forem usados crit´erios que contem-plem o n´ıvel correcto para a queda de tens˜ao haver´a do ponto de vista econ´omico uma optimiza¸c˜ao das perdas (economia de energia) na instala¸c˜ao contribuindo assim para optimiza¸c˜ao do investimento nas canaliza¸c˜oes.

Tamb´em na ind´ustria o controlo desta condi¸c˜ao a valores razo´aveis ocupa um lu-gar essencial, devido aos receptores essencialmente usados: os motores el´ectricos. Estes receptores s˜ao singularmente suscept´ıveis `a queda de tens˜ao, o que em n´ıveis impr´oprios levar´a a um desempenho incorrecto.

Pelos motivos apontados est˜ao previstos nas RTIEBT valores m´aximos aceit´aveis para as quedas de tens˜ao.

Figura 2.9 – Quedas de Tens˜ao M´aximas Admiss´ıveis

(49)

diferentes tro¸cos das instala¸c˜oes colectivas e entradas devem ser tais que n˜ao sejam excedidos os valores de queda de tens˜ao seguintes:

a) 1,5%, para o tro¸co da instala¸c˜ao entre os ligadores da sa´ıda da portinhola e a origem da instala¸c˜ao el´ectrica (de utiliza¸c˜ao), no caso das instala¸c˜oes individuais; b) 0,5%, para o tro¸co correspondente `a entrada ligada a uma coluna (principal ou derivada) a partir de uma caixa de coluna, no caso das instala¸c˜oes n˜ao individuais; c) 1,0%, para o tro¸co correspondente `a coluna, no caso das instala¸c˜oes n˜ao indivi-duais;

Para efeitos do c´alculo das quedas de tens˜ao devem ser usados os valores indicados na subsec¸c˜ao 2.4.2 ponto Estrutura e dimensionamento (desta disserta¸c˜ao), os quais, na falta de elementos mais precisos, devem ser considerados como resistivos (cos ϕ= 1) [RTIEBT, 803.2.4.4].

As express˜oes simplificadas usadas na aplica¸c˜ao (SIPE) para o c´alculo da queda de tens˜ao s˜ao as indicadas no quadro seguinte:

Figura 2.10 – Express˜oes Simplificadas para o C´alculo da Queda de Tens˜ao

que:

IB - corrente de servi¸co em Amperes; ρ - resistividade dos condutores; L- compri-mento do circuito em metros; S - sec¸c˜ao do condutor em mm2; cos ϕ - factor de

potˆencia; U0 - Tens˜ao de fase-neutro da instala¸c˜ao em volts; UC - tens˜ao composta (fase-fase) da instala¸c˜ao em volts.

(50)

2.6. IND ´USTRIA 29

2.6

Ind´

ustria

Consideram-se como sendo estabelecimentos industriais locais onde se realizem, com car´acter constante, trabalhos de prepara¸c˜ao, de transforma¸c˜ao, de acabamento ou de manipula¸c˜ao de mat´erias-primas ou de produtos industriais, de montagem ou de repara¸c˜ao de equipamentos ou lugares onde se depositem os produtos ligados a qual-quer uma destas actividades, desde que integrados nos respectivos estabelecimentos [RTIEBT, 2006, 801]. S˜ao ent˜ao encarados como estabelecimentos industriais: a) As f´abricas;

b) As oficinas;

c) Os laborat´orios industriais;

d) As instala¸c˜oes de manuseamento de combust´ıveis l´ıquidos ou gasosos;

e) Os locais de manuten¸c˜ao e de verifica¸c˜ao de ve´ıculos motorizados (oficinas, esta¸c˜oes de servi¸co, etc., onde se fa¸ca a lavagem ou a lubrifica¸c˜ao de ve´ıculos); os parques de estacionamento cobertos est˜ao inclu´ıdos nos estabelecimentos recebendo p´ublico; f) Os locais de pintura onde sejam, regular ou frequentemente, aplicados produtos inflam´aveis;

g) Os locais onde se executem trabalhos fabris, mecˆanicos ou manuais (incluindo aqueles em que se exer¸cam ind´ustrias caseiras ou em regime de artesanato).

2.6.1

alculos

As metodologias de c´alculo usadas para a ind´ustria s˜ao em tudo semelhantes `as referidas nas sec¸c˜oes anteriores, ainda que com ligeiras diferen¸cas, designadamente no que concerne a algumas tabelas de c´alculo usadas para os disjuntores (industriais) e a forma como s˜ao calculadas alguns circuitos de utiliza¸c˜ao, como as tomadas que n˜ao s˜ao as tomadas de 16A usadas nas habita¸c˜oes, mas sim fichas e tomadas de corrente para usos industriais [RTIEBT, 2006, 555]. Tamb´em para a ilumina¸c˜ao ´e usado o seu valor de potˆencia real e n˜ao um valor standard,para o dimensionamento dos seus condutores.

(51)

Todos os circuitos s˜ao essencialmente trif´asicos, pelo que para os c´alculos este facto altera-se em rela¸c˜ao ao tomado nas habita¸c˜oes (essencialmente monof´asicos). A instala¸c˜ao el´ectrica de uma ind´ustria ´e constitu´ıda por um conjunto de quadros el´ectricos, em que estes se distribuem a partir do quadro geral da instala¸c˜ao numa configura¸c˜ao radial. Os quadros poder˜ao ser do tipo parcial ou terminal. Os quadros parciais s˜ao quadros interm´edios da instala¸c˜ao, isto ´e, apesar de terem circuitos finais n˜ao s˜ao o t´ermino naquela ”sec¸c˜ao”da instala¸c˜ao, tˆem ainda liga¸c˜oes a um ou mais quadros a jusante da instala¸c˜ao. Um quadro terminal ´e um quadro que s´o apresenta circuitos finais, n˜ao possui nenhuma liga¸c˜ao a algum quadro a jusante.

A f´ormula de c´alculo para o dimensionamento da potˆencia a contratar do quadro geral assenta na utiliza¸c˜ao da potˆencia total de utiliza¸c˜ao da instala¸c˜ao (determinada atrav´es do recenseamento da potˆencia dos receptores presentes) multiplicada por um factor de evolu¸c˜ao das cargas (KE) e ponderado com o factor de potˆencia global da instala¸c˜ao (cos ϕ).

PC = Ptotal

(52)

3

A Aplica¸c˜ao Inform´atica SIPE

Com base na metodologia descrita no cap´ıtulo anterior, apresenta-se neste cap´ıtulo a descri¸c˜ao da aplica¸c˜ao desenvolvida.

A organiza¸c˜ao dos dados provenientes da legisla¸c˜ao, necess´arios aos c´alculos e di-mensionamentos foi feita atrav´es da sua inser¸c˜ao em uma base de dados, compat´ıvel com o standard SQL. Todo o interface gr´afico e m´etodos de c´alculo foram imple-mentados atrav´es da linguagem de programa¸c˜ao Visual Basic.NET, na sua vers˜ao 2003.

As classes utilizadas, bem como as linhas de c´odigo implementadas na aplica¸c˜ao s˜ao de uso vulgar em aplica¸c˜oes com interac¸c˜ao com bases de dados. Os trechos de c´odigo que ir˜ao ser descritos s˜ao aqueles que denotam um car´acter extraordin´ario, quer pelo maior n´ıvel de dificuldade em rela¸c˜ao aos demais, quer pela importˆancia que detˆem na globalidade do trabalho.

3.1

Estrutura da Aplica¸c˜

ao

Toda a aplica¸c˜ao inform´atica tem como objectivo final uma boa aceita¸c˜ao por parte do seu p´ublico-alvo, independentemente da sua tem´atica. Como n˜ao poderia deixar de ser essa preocupa¸c˜ao esteve sempre presente na concep¸c˜ao da aplica¸c˜ao alvo deste

(53)

trabalho (SIPE).

Para que se obtenha uma aplica¸c˜ao que seja ”user friendly”(amig´avel), ´e necess´ario que se cumpram algumas condi¸c˜oes. Decidiu-se ent˜ao por uma divis˜ao clara em duas grandes partes dentro da aplica¸c˜ao, edif´ıcios multi-habitacionais e industrias. Esta divis˜ao apresenta-se l´ogica e tamb´em inevit´avel, como facilmente se pode concluir, cada uma das sec¸c˜oes definidas manifesta diferentes necessidades. Assim poder-se-˜ao fazer projectos independentes entre si, retirando qualquer possibilidade de eventuais confus˜oes entre as duas ”´areas”.

A sec¸c˜ao Edif´ıcios Multi-Habitacionais volta-se, como o pr´oprio nome indica, para as instala¸c˜oes prediais de habita¸c˜ao, ainda que com a possibilidade de comportar estabelecimentos de com´ercio/servi¸cos. De acordo com o j´a referido em cap´ıtulos anteriores esta sec¸c˜ao encontra-se estruturada em concordˆancia com os v´arios passos essenciais `a elabora¸c˜ao de um projecto el´ectrico para este tipo de instala¸c˜ao. Ou seja, o dimensionamento da coluna (Instala¸c˜oes Colectivas), o dimensionamento de todos os constituintes do quadro de servi¸cos comuns, o c´alculo de todos os cons-tituintes das entradas bem como das habita¸c˜oes (Entradas), e se o edif´ıcio tiver estabelecimentos de com´ercio/servi¸cos o dimensionamento dos respectivos quadros (Com´ercio/Servi¸cos).

Figura 3.1 – Estrutura da ”sec¸c˜ao”Multi-Habitacional [SIPE]

A sec¸c˜ao Ind´ustria apresenta uma abordagem mais simplista pois s´o temos uma subsec¸c˜ao, em contraste com a sec¸c˜ao Edif´ıcios Multi-Habitacionais onde temos quatro subsec¸c˜oes. Esta op¸c˜ao reflecte o car´acter mais objectivo que est´a presente no dimensionamento de uma ind´ustria (que se enquadre nas instala¸c˜oes el´ectricas de

(54)

3.2. INSTALAC¸ ˜OES COLECTIVAS 33

baixa tens˜ao), ou seja, a aplica¸c˜ao para o dimensionamento destas instala¸c˜oes apenas prevˆe o dimensionamento dos quadros el´ectricos (quadro geral, quadros parciais e terminais) e respectivos c´alculos para as sec¸c˜oes de condutores, queda de tens˜ao e protec¸c˜oes.

Figura 3.2 – Estrutura da ”sec¸c˜ao”Ind´ustria [SIPE].

Para al´em do j´a referido a aplica¸c˜ao comporta ainda as op¸c˜oes de gravar/abrir projectos e a funcionalidade de impress˜ao em modo de relat´orio com todos os da-dos dimensionada-dos (tanto para a sec¸c˜ao Edif´ıcios Multi-Habitacionais como para a sec¸c˜ao Ind´ustria), podendo depois ser anexo `a mem´oria descritiva do projecto.

3.2

Instala¸c˜

oes Colectivas

3.2.1

Instala¸c˜

oes Colectivas

O c´alculo da potˆencia de dimensionamento ´e feito de uma forma muito simples, atrav´es da aplica¸c˜ao directa da express˜ao matem´atica usada para o seu dimensiona-mento.

aux2 = aux * numHab1

aux3 = aux1 * numHab2 (3.1) aux4 = aux2 + aux3 (3.2)

aux = CType(txtFacsimul.Text, Single) m pot1 = (aux4 * aux) (3.3)

O c´alculo ´e iniciado com a multiplica¸c˜ao das potˆencias aparentes contrat´aveis pelo n´umero de habita¸c˜oes de cada tipo [3.1], com o c´alculo da potˆencia aparente total [3.2] basta efectuar a multiplica¸c˜ao deste valor pelo facto de simultaneidade [3.3]. Factor este que varia com o n´umero de instala¸c˜oes a alimentar pela coluna.

(55)

3.2.2

alculo da Corrente de Servi¸co (Coluna)

Com o valor obtido para a potˆencia de dimensionamento, e aplicando directamente a express˜ao obt´em-se o valor para a corrente de servi¸co em ampere.

m corr = CType(txtPotMinEnt.Text, Single) aux = m corr * 1000

aux1 = (Math.Sqrt(3)) * 400 m corrent = aux / aux1

3.2.3

Dimensionamento dos Condutores (Coluna)

Determina¸c˜ao do IZ

Para a determina¸c˜ao do IZ ´e feita a procura na base de dados atrav´es de uma query SQL.

SQL = ”SELECT * ”

+ ”FROM ”+ m cod + (3.4) + ”WHERE ”+ campoKey + (3.5)

Na query SQL ´e indicado qual a tabela em que a pesquisa ser´a efectuada, atrav´es da vari´avel m cod [3.4] ´e indicado qual a tabela. Cada tabela apresenta um c´odigo ´unico que reflecte a escolha feita pelo utilizador quanto `as caracter´ısticas do condutor que deseja. Ap´os a tabela escolhida, e recorrendo ´a vari´avel campoKey [3.5] que indica o m´etodo de referˆencia seleccionado ´e encontrada a coluna da tabela onde ser´a determinado o valor de IZ.

Todo o conte´udo da coluna encontrado ´e transferido para um vector, e neste atrav´es de um ciclo FOR ´e encontrado o valor de IZ.

For n = 0 To 15

If (frmInstColect.m corrent < m iz2(n)) Then (3.6) m sec = m iz2(n)

Return End If Next

Os valores da tabela s˜ao percorridos para encontrar o valor de IZ que ser´a o valor imediatamente superior ao da corrente de servi¸co calculada [3.6], sendo que ´e este valor que ser´a usado para determinar a sec¸c˜ao dos condutores.

Imagem

Figura 2.5 – Fluxograma de c´alculo das protec¸c˜oes contra Sobrecargas
Figura 4.2 – Dimensionamento da Potˆencia (coluna) [SIPE]
Figura 4.3 – Escolha do M´etodo de Referˆencia dos Condutores (coluna) [SIPE]
Figura 4.4 – Escolha do Tipo de Condutores (coluna) [SIPE]
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Referências

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