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Instrução da Primeira Preleção

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Academic year: 2021

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AS PRELEÇÕES

DOS TRÊS GRAUS NA

MAÇONARIA SIMBÓLICA

Edição 2009

1

As Preleções dos Três Graus conforme demonstrado na Loja Emulação de Aperfeiçoamento, Londres.

Em uniformidade com o Ritual de Emulação.

© Primeira publicação na Inglaterra em 1974. Tradução da edição publicada em 1993, autorizada pela Grande Loja Unida da Inglaterra por meio do Grão Mestre

da Grande Loja Distrital da América do Sul - Div. Norte, Eminente lr. Colin Vaughan Foster.

2009 2

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO...5 PRIMEIRA PRELEÇÃO Primeira Seção...11 Segunda Seção...16 Terceira Seção...28 Quarta Seção...37 Quinta Seção...45 Sexta Seção...53 Sétima Seção...58 SEGUNDA PRELEÇÃO Primeira Seção...66 Segunda Seção...75 Terceira Seção...82 Quarta Seção...87 Quinta Seção...97 TERCEIRA PRELEÇÃO Primeira Seção...101 Segunda Seção...113 Terceira Seção...118

PERGUNTAS- EXAME DE MESTRE MAÇOM...122

ANÚNCIO DA LEITURA DAS ATAS...124

ANÚNCIO PARA ENSAIO...125

CHAMADA PARA O DESCANSO...126

CHAMADA PARA O TRABALHO...127

REVERSÃO DA LOJA PARA QUALQUER GRAU...128

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INTRODUÇÃO

Este livro contém as Preleções Maçônicas relativas aos três graus simbólicos. Estas Preleções fazem uma descrição do ritual desses Graus e o seu significado moral e simbólico, dispostas em caráter formal e organizadas como um catecismo, isto é, em forma de perguntas e respostas para serem apresentadas por dois ou mais Irmãos. Atualmente o conteúdo das preleções está padronizado e na realidade sofreu poucas modificações de monta desde que está em uso mas, por descrever em detalhes o ritual dos três graus e conter uma quantidade razoável das palavras e expressões usadas nas cerimônias, as partes ritualísticas devem estar em concordância com os trabalhos em uso nas Lojas. As Preleções deste livro estão de acordo com o sistema conhecido por “Trabalho de Emulação”, da “Emulation Lodge of Improvement”, a qual vem apresentando o trabalho ritualístico e estas Preleções, ininterruptamente desde a sua formação, em 1823.

Estas Preleções se aplicam aos que usam o Ritual de Emulação e refletem a maneira exata como são apresentadas nas sessões das sextas-feiras na “Emulation Lodge of lmprovement”, motivo pelo qual seu conteúdo foi revisto pelo Comitê dessa Loja, que autoriza a sua publicação original. O livro inclui um Apêndice com outros assuntos Maçônicos que não têm conexão com o Trabalho de Emulação e pelos quais a “Lodge of lmprovement” não se sente responsável.

Os catecismos estão em uso pela Maçonaria desde os seus primórdios. Primeiramente apareceram como métodos de sabatinas e podem também ter sido usados

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Introdução

como meio de instrução, muito embora, os que apareceram pelo final do Séc.XVIII eram mais em forma de explicações de procedimentos maçônicos do que originados de fonte autêntica. O sistema de Preleções de William Preston desenvolvidas a partir de 1772 (cujo texto integral somente se tornou conhecido 20 anos depois) e a “Master Key” de John Browne, publicado em 1801, foram os primeiros a transmitir-nos informações autênticas. Por essa época as Preleções em uso tinham se tornado um sistema de instrução completo na Maçonaria - não apenas para os procedimentos ritualísticos nos trabalhos das cerimônias dos três graus mas para o próprio espírito da Maçonaria como um todo. As cerimônias em si eram curtas e, nos primeiros anos do Séc.XIX, realizadas numa pequena sala separada, com pequena freqüência, antes que a Loja inteira se reunisse. Naqueles tempos, a reunião completa era feita ao redor de uma mesa e as Preleções eram praticadas na íntegra, como instrução ao Candidato.

Com a união das duas Grandes Lojas, em 1813, formando a Grande Loja Unida da Inglaterra, houve gestões no sentido de padronizar o sistema de Preleções. Um novo sistema ritualístico tinha sido elaborado pela “Lodge of Reconciliation” (1813-1816) para uso na Grande Loja Unida e era necessário adaptá-lo a um sistema de Preleção para orientação quanto aos procedimentos e para ir de encontro ao simbolismo das novas práticas. Nenhum dos sistemas de Preleções jamais recebeu aprovação formal da Grande Loja, tal como havia sido acordado na aprovação do novo ritual em 1816. Havia pelo menos três sistemas de Preleções em uso corrente em Londres, antes da União. O que teve aceitação geral na época foi o sistema elaborado para uso nas demonstrações nas “Public Nights” da “Grand

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Introdução

Stewards’ Lodge”. Sua forma era muito parecida ao tipo de catecismo contido na “Master Key” de John Browne , de uso comum pelas anteriores Lojas dos “Modernos” mas com a incorporação do novo ritual, em 1817, ele foi organizado como um sistema de Preleções integrado ao mesmo, com sete, cinco e três seções, respectivamente nas Preleções do primeiro, segundo e terceiro Graus — o mesmo padrão atualmente em uso.

A “Emulation Lodge of lmprovement” para Mestres Maçons foi formada em 1823 e desde o seu início desempenhou suas instruções utilizando o sistema de Preleções da “Grand Stewards’ Lodge”. Tem trabalhado com o mesmo desde então, embora desde 1840 o ensaio de cerimônias tenha sido sua prioridade. Quando em 1860 cessaram as “Public Nights” da “Grand Stewards’ Lodge”, a “Emulation Lodge of lmprovement tornou-se a principal entidade a apresentar essas Preleções com regularidade. Apesar das pequenas alterações sofridas ao longo dos anos — algumas revisões foram feitas no início da década de 1860 pela “Grand Stewards’ Lodge” - elas continuam as mesmas em uso em 1817 e, exceto as correções necessárias para adaptá-las aos novos procedimentos do ritual após 1813, elas têm praticamente o mesmo conteúdo das Preleções usadas pela Maçonaria Inglesa nos últimos anos do Século XVIII. Elas cobrem na íntegra as cerimônias de cada Grau, exceção feita às exortações e às referências aos sinais de além-mar na cerimônia do terceiro Grau. Isto se deve ao fato de que as referências aos mesmos somente entraram em uso após 1870. Atualmente as Preleções são apresentadas nas sessões da “Emulation Lodge of Improvement” num esquema que permite repassá-las completamente duas vezes ao ano. Elas são divididas em seções e uma ou duas

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Introdução

delas são apresentadas em cada reunião, após os trabalhos da cerimônia daquela noite, nas primeiras, segundas e quartas sextas-feiras do mês; as cerimônias de Instalação são trabalhadas nas outras sextas. A Loja não se reúne nos meses de julho, agosto e setembro. As Preleções devem ser controladas por um Mestre de Preleções que faz as perguntas, podendo as respostas ser dadas por um ou mais assistentes. Na “Lodge of Improvement” o Mestre de Preleções é sempre um membro do Comitê que ocupe a Cadeira de Venerável ou então, o Venerável Imediato. O trabalho é conduzido da Cadeira do V. Mestre por ocasião do Festival anual porém , de um assento qualquer e por um Venerável Instalado, ao longo do ano, O Comitê da “Emulation” acredita que a formulação das perguntas das Preleções resulta no controle dos trabalhos e que essa função deva ser exercida por Veneráveis Passados.

Nas reuniões da “Emulation” o procedimento normal é o de um Irmão fazer o papel de Assistente e dar todas as respostas de uma seção inteira. De acordo com a conveniência, o trabalho de assistente é feito pelo 1° Vigilante para a primeira seção a ser trabalhada e pelo 2° Vigilante para a seção seguinte. Quando esse trabalho não é feito pelos Vigilantes, o Irmão encarregado de fazê-lo se posiciona do lado norte do pedestal do 1° Vigilante. Como procedimento padrão adotado pela “Lodge of lmprovement” no trabalho das Preleções, o Venerável que está na Cadeira se dirige ao Irmão que dará as respostas — “Irmão ... podeis ajudar o V. Ir. ... a colocar em prática a ... Seção da ... Preleção?” . O Irmão que será o assistente pode ser referido pelo nome ou pelo cargo devendo o V. Passado ser chamado pelo nome; a Seção e a Preleção são designadas pelos respectivos números. O

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Introdução

Irmão indicado para dar assistência levanta-se e responde, sem saudação: “Farei o melhor possível, V.M.”; então, se não for um dos Vigilantes, dirige-se ao norte do pedestal do 1º Vigilante. Se o trabalho for feito por um dos Vigilantes ele ficará de pé no seu posto. O assistente então saúda o V.M. no Grau em que a Loja estiver aberta e iniciam-se os trabalhos com a primeira pergunta a ser formulada pelo Mestre de Preleções.

Ao final de cada Seção há uma Exortação, normalmente feita pelo Mestre de Preleções, seguida de uma espécie de “bateria”. Exceto as “baterias” ao fim das últimas seções da primeira e segunda Preleções, isto é feito por todos sentados (exceto o Ir. encarregado como assistente). Essa bateria é dada sempre de forma audível, por uma batida a cada movimento. Para as primeiras seis seções da Preleção do Primeiro Grau, a bateria é dada pelo Sn. de AP. , cada movimento terminando com uma palmada na ilharga: para as primeiras quatro seções da Preleção do Segundo Grau, o sinal é similar à saudação desse Grau quando do retorno dos ComP. nas cerimônias de Instalação: para todas as três seções da Preleção do terceiro Grau , a batida é feita batendo com as mãos nas ilhargas ao dar o G. e R. Sn.. Para as últimas seções da primeira e segunda Preleções, todos devem estar de pé, o que já terá sido ordenado no curso da seção. A bateria em cada caso é similar à que é dada na mesa em várias partes do mundo, numa freqüência adequada.

Após a bateria, o Mestre de Preleções dirá ao assistente - “Obrigado, Irmão...”, quando então esse Irmão fará a saudação no Grau em que a Loja estiver aberta, retornando ao seu lugar. Procede-se então à seção seguinte da Preleção ou à seqüência dos trabalhos normais.

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Introdução

A necessidade de saudar no Grau em que a Loja estiver aberta é enfatizada. A “Emulation Lodge of Improvement” tem a freqüência restrita a Mestres Maçons e o trabalho das Preleções é feito sempre com a Loja aberta no terceiro Grau. Por isso as saudações em geral são as do terceiro Grau, embora os sinais e saudações requeridas nos textos das Preleções devam ser sempre as do Grau correspondente à que estiver sendo apresentada. Pode-se trabalhar as Preleções com a Loja aberta no Grau correspondente mas nunca num inferior ao grau em questão. Como o conteúdo destas Preleções nunca teve aprovação formal da Grande Loja, elas não devem ser consideradas como reflexo de opinião oficial para qualquer dos seus procedimentos. Como o próprio ritual, as Preleções foram desenvolvidas ao longo dos anos e incorporam pensamentos e idéias de numerosos Irmãos e que receberam a aceitação geral na Ordem. Poderá haver uma certa quantidade de idéias e material que nunca foi incluída nas Preleções como também, parte de seu conteúdo poderá estar desatualizada. Estas Preleções tem cunho de antiguidade e consistem em interessante exercício para perscrutar as razões que motivaram os nossos predecessores. Algumas vezes elas são publicadas com notas introdutórias para cada Preleção; essas não são usadas no “Emulação” e portanto não estão inclusas. As Preleções também estão dispostas de forma a concordar com os Juramentos, tal como aprovado em 1813-1816; tomando em conta o seu significado histórico, não se considerou apropriado adaptá-las às alterações dos Juramentos de 1964, mesmo como método alternativo. Setembro de 1974.

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PRIMEIRA

PRELEÇÃO

Primeira Seção

VM. Ir. _____ podeis ajudar o Ir. _____ a colocar em prática a Primeira Seção da Primeira Preleção?

Ir. Indicado - Farei o melhor possível, VM. (dirige-se ao N do Pedestal do 1º V., saúda no Grau em que a Loja estiver aberta.)

P. Sendo Maçons Livres e Aceitos, como nos reunimos pela primeira vez?

R. No Esquadro.

P. Como esperamos nos separar? R. No Nível

P. Por que desta maneira especial?

R. Como Maçons devemos agir sempre no Esquadro, habilitando-nos a estar no Nível com toda a humanidade, especialmente com um Ir..

P. Como Maçom, donde vindes? R. Do Ocidente.

P. Para onde dirigis vossos passos? R. Para o Oriente.

P. Por que motivo deixais o Ocidente para vos dirigirdes ao Oriente?

R. Para procurar um Mestre e dele receber instrução. P. Quem sois vós que procurais instrução?

R. Um Maçom Livre e Aceito.

P. Como deve ser um Maçom Livre e Aceito?

R. Um homem livre, nascido de uma mulher livre, irmão de um Rei, companheiro de um Príncipe - ou de um pobre, se Maçom e considerado digno.

P. Por que livre de nascimento?

11Primeira Preleção

R. Em alusão à grande festa que Abraão fez quando seu filho lsaac foi desmamado. Nessa ocasião Sara, esposa de Abraão, viu lsmael, o filho de Agar, a escrava egípcia, brincando com seu filho lsaac e protestou com Abraão, dizendo: “manda embora essa escrava e seu filho, pois o filho de uma escrava não pode ser herdeiro com meu filho lsaac”. Ela falou com espírito profético sabendo que dele descenderia um povo grande e poderoso que iria servir ao Senhor com liberdade, fervor e zelo; ela temia que, se os dois jovens fossem criados juntos, lsaac poderia absorver de lsmael alguns dos princípios de escravo; naqueles dias era crença geral, como agora, que as mentes dos escravos eram mais suscetíveis aos vícios e menos brilhantes do que a dos nascidos livres. Como Franco-Maçom essa é a razão que nós damos para que cada Maçom deva ser homem livre; atualmente, a escravidão está abolida. Por isso a Constituição da Ordem considera que um homem livre, mesmo que não tenha nascido livre, está apto para ser feito Maçom.

R. Por que esta igualdade entre Maçons?

R. Somos todos criados como iguais, o que está reforçado em nosso Juramento Maçônico.

P. Como Maçom, donde vindes?

R. De uma digna e venerável Loja de Irmãos e Companheiros. P. Que recomendação trazeis?

R. Saudar o Venerável. (dá o S. de Ap.) P. Trazeis outra recomendação?

R. Fraternais saudações.

P. Já que nada trazeis além de fraternais saudações, o que vindes fazer aqui?

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R. Aprender a orientar e controlar as minhas paixões e fazer progressos na Maçonaria.

P. Posso presumir que sois Maçom?

R. Assim me consideram meus IIr. e Companheiros. P. Como sabeis que sois Maçom?

R. Pela regularidade de minha iniciação, repetidas provas e aprovações, e a boa vontade de submeter- me, a qualquer tempo, a um exame quando for regularmente convidado. P. Como provais aos outros serdes Maçom?

R. Por S., T. e os pontos perfeitos de minha entrada. P. O que são S.?

R. Todos os E., N. e P. são sinais verdadeiros e próprios para se conhecer um Maçom.

P. O que são Toques?

R. Certos toques sensíveis pelos quais podemos distinguir um irmão tanto à noite quanto de dia.

P. Podeis dar-me os pontos de vossa entrada? R. Dai-me o primeiro e eu vos darei o segundo. P. Eu guardarei.

R. Eu ocultarei.

P. O que desejais ocultar?

R. Todos os segredos e mistérios de ou pertencentes a Maçons Livres e Aceitos na Maçonaria.

P. Estando em Loja aberta, podeis revelá-los com segurança. R. De, A, e Na.

P. Em que De, A, e Na.?

R. De minha livre e espontânea vontade; A porta da Loja; Na ponta de um punhal encostado ao meu p. e. n..

P. Quando fostes feito Maçom?

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Primeira Preleção

R. Quando o Sol estava no seu meridiano.

P. Neste pais as Lojas de Franco-Maçons funcionam geralmente à noite; que explicação podeis dar a isso, que à primeira vista parece um paradoxo?

R. Girando constantemente a Terra sobre seu eixo em sua órbita ao redor do sol e estando a Franco Maçonaria universalmente espalhada sobre sua superfície, o sol estará sempre em seu meridiano, com relação à Franco-Maçonaria.

P. O que é a Franco-Maçonaria?

R. Um sistema peculiar de moralidade, velado por alegorias e ilustrado por símbolos.

P. Onde fostes feito Maçom?

R. No seio de uma Loja regular, justa e perfeita. P. O que é uma Loja de Franco-Maçons?

R. Uma assembléia de Irmãos, reunidos para estudar os mistérios da arte.

P. O que a faz regular?

R. A Carta-Patente da Constituição. P. Quando reunida, o que a faz justa? R. O L.S.E. aberto no pedestal.

P. O que a faz perfeita?

R. Sete ou mais Maçons regulares. P. Por que fostes feito Maçom?

R. Para obter os Segredos da Maçonaria e ser trazido das trevas.

R. Os Maçons têm Segredos? R. Sim, e de inestimável valor. P. Onde eles os guardam? R. Em seus corações. P. A quem são revelados?

R. Unicamente a Irmãos e Companheiros. P. Como eles os revelam?

R. Por S., T. e palavras.

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P. Como Maçons, como esperamos consegui-los? R. Com a ajuda de uma chave.

P. Encontra-se pendente ou deitada? R. Pendente.

P. Por que preferivelmente pendente?

R. Deve sempre pender em defesa de um Irmão e nunca inclinar-se em seu prejuízo.

P. Como está pendente?

R. Pelo fio da vida, na passagem ao fim da existência, entre gutural e peitoral.

P. Por que tão próximo ao coração?

R. Como indicador da mente, não deve expressar nada que não fosse verdadeiramente ditado pelo coração.

P. E uma chave estranha - de que metal é feita? R. Não é de metal - é a informação de boa reputação.

VMI. Irmãos, aqui termina a primeira seção da primeira Preleção. A EXORTAÇAO é:

À língua de um Franco-Maçom, a excelente chave que deve falar bem de um Irmão, na sua ausência ou na presença mas, quando isto não puder ser feito com honra e justiça, deve ser adotada aquela excelente virtude da Ordem: o Silêncio.

À Ordem Irmãos

TODOS sentados, S. de Ap. 3 vezes.

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PRIMEIRA PRELEÇÃO

Segunda Seção

P. Onde fostes primeiramente preparado para ser feito Maçom?

R. No meu coração. P. Onde em seguida?

R. Numa sala conveniente, contígua à Loja. P. Quem vos trouxe para ser feito Maçom? R. Um amigo, que depois soube ser um Irmão. P. Descrevei a maneira como fostes preparado.

R. Fui despojado de metais, e v. os o., d.-me o b. d., p. e., e o j. e., calçaram o meu p. d. de ch., e colocaram-me ao pesc. um l. de c..

P. Por que fostes despojado de metais?

R. Para não trazer para a Loja algo ofensivo ou defensivo, para não perturbar a sua harmonia.

P. Há uma segunda razão?

R. Fui recebido na Maçonaria em estado de pobreza para lembrar-me a dar alívio aos Irmãos indigentes, porém dignos, sem prejuízo para mim ou de meus familiares.

P. Há uma terceira razão?

R. Porque na construção do Templo do Rei Salomão não se ouvia o som de ferramentas metálicas.

P. Como podia ser realizada e completada a construção de um edifício tão majestoso como o T. do R. S. sem o emprego de ferramentas metálicas?

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R. As pedras foram lavradas na pedreira e lá ajustadas, entalhadas, marcadas e numeradas. A madeira foi derrubada e preparada nas florestas do Líbano e também lá talhada, marcada e numerada; de lá transportadas por balsas até Jopa e dali em carretas até Jerusalém e montadas com malhos de madeira e outros implementos próprios para esse fim.

P. Por que as pedras e a madeira foram preparadas tão longe dali?

R. Para mostrar a excelência da Ordem naquela época, porque embora os materiais tenham sido preparados a tão grande distância, quando trazidos para Jerusalém e procedida a montagem, cada peça foi encaixada com tal exatidão que mais parecia um trabalho do Grande Arquiteto de Universo do que feito por mãos humanas.

P. Por que tivestes os o. v. ?

R. Para que, no caso de uma eventual recusa de prosseguir nas cerimônias usuais para ser feito Maçom, eu fosse retirado da Loja sem descobrir seus detalhes.

P. Qual a segunda razão?

R. Fui recebido na Maçonaria em estado de trevas para lembrar-me de manter velados os mistérios Maçônicos ao resto do mundo, a não ser que lhes fossem legalmente transmitidos, da forma que eu estava por recebê-los.

P. Qual a terceira razão?

R. Para que o meu coração viesse a conceber antes

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Primeira Preleção

que meus olhos descobrissem. P. Por que fostes calçado de ch.?

R. Considerando que as nossas Lojas são construídas em solo sagrado, alude a uma passagem das S. E. quando o Senhor falou a Moisés, da Sarça Ardente - “tira as sandálias dos pés, pois o chão que pisas é sagrado”.

P. Estando convenientemente preparado, para onde fostes conduzido?

R. Para a porta da Loja. P. Como estava a porta? R. Fechada e coberta.

P. Por quem estava coberta?

R. Por alguém que posteriormente soube ser o GE. da Loja. P. Seu dever?

R. Armado com uma espada desembainhada, impedir a entrada de intrusos e profanos à Maçonaria e verificar se os candidatos estão devidamente preparados.

P. Estando em trevas, como soubestes ser uma porta?

R. Por encontrar um obstáculo e posteriormente ser admitido. P. Como fostes admitido?

R. Por três batidas distintas.

P. A que aludem essas três batidas?

R. A uma antiga e venerável exortação — “Procura e acharás; pergunta e te será dito; bate e ser-te-á aberto.”

P. Como aplicastes essa exortação àquela vossa situação?

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R. Tendo percebido em minha mente, solicitei ao meu amigo, ele bateu e a porta da Franco-Maçonaria foi aberta para mim.

P. Quando a porta Maçônica foi aberta para vós, quem veio recebê-lo.

R. Alguém que posteriormente soube ser o GI. P. O que ele perguntou ao seu amigo, ou ao GE.? R. Quem está aí convosco?

P. Qual foi a resposta do GE.?

R. O Sr..., um pobre Candidato em trevas, que foi correta e honrosamente recomendado, regularmente proposto e aprovado em Loja aberta e agora se apresenta por sua livre e espontânea vontade, convenientemente preparado, solicitando humildemente ser admitido aos mistérios e privilégios da Franco-Maçonaria.

P. O que mais perguntou o GI.?

R. Como eu esperava obter esses privilégios. P. Qual foi a vossa resposta?

R. Com o auxilio de Deus, por ser livre e de boa reputação. P. Como procedeu então o GI.?

R. Pediu que aguardasse enquanto fazia a comunicação ao VM., que ordenou a minha admissão.

P. Fostes admitido? E em Quê?

R. Sim. Na ponta de um p. encostado ao meu p. e. n..

P. Na vossa entrada na Loja, por que a ponta de um p. foi encostado em vosso p. e. n.?

19

Primeira Preleção

R. Para me advertir que eu estava por me engajar em algo sério e solene, como também para distinguir o sexo.

P. Quando fostes admitido na Loja, qual foi a primeira pergunta que o Mestre vos dirigiu?

R. “Sr... como ninguém pode ser feito maçom a não ser que seja livre e de maior idade, pergunto- vos: Sois livre e tendes mais de vinte e um anos de idade?”; ao que respondi afirmativamente.

P. O que então vos pediram para fazer?

R. Ajoelhar para receber o benefício de uma prece Maçônica. P. Peço-vos que a façais.

VM. (uma) 1°V. (uma) 2ºV. (uma) TODOS ficam de pé, com o S de R

R. Pai Todo Poderoso e Supremo Governador do Universo, concede Teu auxílio a nossa reunião e permita que este Candidato à Franco-Maçonaria possa dedicar e devotar sua vida ao Teu serviço, de maneira a tornar-se um verdadeiro e fiel irmão entre nós. Concede-lhe um raio da Tua divina sabedoria, de maneira que, auxiliado pelos segredos da nossa arte Maçônica, ele possa estar melhor capacitado a desvelar as belezas da verdadeira devoção, para honra e glória do Teu Santo Nome.

VMI. Assim Seja.

TODOS baixam o Sn. de R. e sentam-se

P. Após essa prece, qual a pergunta seguinte que vos fez o Mestre?

R. Em todos os casos de dificuldade e perigo, em quem depositais vossa confiança?

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P. Qual foi vossa resposta?

R. Em Deus.

P. E qual foi a resposta do Mestre?

R. Muito me alegra encontrar em vós uma fé tão bem fundamentada; confiando em tão seguro auxilio podeis levantar-vos sem receio e seguir vosso guia com uma firme mas humilde confiança, pois nenhum perigo pode ocorrer onde o nome de Deus é invocado.

P. Como então o Mestre se dirigiu à Loja?

R. Irmãos do N., Or., S. e Oc., prestai atenção que o Sr... passará diante de vós para mostrar que é um Candidato convenientemente preparado, pessoa digna e apta para ser feita Maçom.

P. Como o vosso guia então vos conduziu?

R. Estando numa condição humilde de penúria e desamparo, precariamente vestido e calçado, ele segurou-me pela mão direita e conduziu-me pelo N, no Or. em frente ao VM., pelo S. e no Oc. colocou minha mão direita na mão do 1°V.

P. Durante a vossa perambulação pela Loja, o que vos foi requerido?

R. Fui submetido a exames pelo 2° e 1° Vs. de modo similar ao feito na porta da Loja.

P. Por que fostes conduzido ao redor da Loja dessa maneira peculiar?

R. Para representar, figuradamente, a condição de pobreza e desgraça aparente na qual fui recebido na Maçonaria. Que eu deveria refletir por um momento neste estado de miséria; para causar uma

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Primeira Preleção

impressão tão profunda a ponto de não ignorar as queixas dos infortunados, particularmente de um Irmão. Mas ouvir com atenção suas lamentações, para que a piedade pudesse fluir do meu peito juntamente com o alívio para suas necessidades, na medida das minhas posses. Também, para mostrar, que eu era um candidato devidamente preparado e pessoa digna e apta para ser feita Maçom.

P. Quais as pessoas dignas e aptas para serem feitas Maçons?

R. Homens justos, honrados e livres, de maior idade, bom senso e rigorosa moral.

P. Por que os privilégios da Maçonaria estão restritos a homens livres?

R. Para que os maus costumes da escravidão não contaminem os verdadeiros princípios de liberdade em que se fundamenta a Ordem.

P. Por que de maior idade?

R. Para possibilitar um melhor julgamento para nós mesmos, bem como para a Fraternidade em geral.

P. Por que de bom senso e rigorosa moral?

R. Para que, por princípios e exemplos, possamos impor obediência às excelentes leis e doutrinas emanadas pela Franco-Maçonaria.

P. Como procedeu o 1°V. quando fostes passado às suas mãos, no Ocidente?

R. Ele me apresentou ao VM. como candidato convenientemente preparado para ser feito Maçom.

P. Qual foi a resposta do Mestre?

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R. Ir. 1°V., vossa apresentação será atendida e, para tanto, dirigirei algumas perguntas ao candidato, as quais espero ele responderá com sinceridade.

P. Qual foi a primeira daquelas perguntas?

R. Declarais solenemente, sob vossa honra que, vos oferecendo para participardes de nossos mistérios, não fostes movido por solicitação imprópria de amigos, contra vossa própria inclinação, e que não fostes influenciado por motivos mercenários ou outros, menos dignos; que é livre e espontaneamente que vos ofereceis como candidato aos mistérios e privilégios da Franco- Maçonaria?

P. Qual foi a segunda?

R. Garantis ainda sob vossa honra, que procurais participar desses privilégios levado por favorável opinião preconcebida sobre a Instituição, por um desejo profundo de vos instruirdes, e por vontade sincera de prestar maiores serviços aos vossos semelhantes?

P. E qual a terceira?

R. Ainda mais, prometeis solenemente, pela vossa honra que, sem temor ou imprudência perseverareis firmemente nas provas de vossa iniciação e, uma vez admitido, trabalhareis e sustentareis os antigos usos e costumes estabelecidos da Ordem? — Dei resposta afirmativa a todas as perguntas. P. O que então o Mestre pediu?

R. Pediu ao 1°V. que ordenasse ao 2°D. para que ensinasse a dirigir-me ao pedestal na devida forma.

23

Primeira Preleção

P. Solicito que demonstreis a forma de dirigir-se do Oc. para o Or. nesse grau.

R. Isso é feito, indo até o pedestal

P. De que consistem esses três passos em forma de esquadro?

R. Linhas retas e ângulos. P. O que ensinam moralmente?

R. Vidas retas e ações no Esquadro. (Retorna ao lugar)

P. Quando colocado em frente ao Mestre, no Or., como ele se pronunciou?

R. É meu dever informar-vos que a Maçonaria é livre e exige dos candidatos à participação dos seus mistérios uma inclinação inteiramente livre; baseia-se nos mais puros princípios de devoção e virtude. Possui grandes e inestimáveis privilégios e, para assegurar esses privilégios a homens dignos, e somente a eles, exige juramentos de fidelidade; asseguro-vos porém que nesses juramentos não há nada incompatível com vossos deveres civis, morais ou religiosos; estais portanto decidido a prestar um Sol. J. baseado nos princípios que acabo de expor, para manter inviolados os segredos e mistérios da Ordem? Com o que eu concordei.

P. Fostes feito Maçom? R. Fui, e na devida forma.

P. Descrevei a forma na qual fostes feito Maçom.

R. Aj. S. m. j. esq., pé d. e. f. de e., m. d. sobre o L.S.E., enquanto a m. e. sustentava um C. uma das pts. tocando o meu p. e. n..

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(13)

P. Por que na iniciação o C. foi encostado ao vosso p. e. n.? R. Para que, no futuro, se estiver em situação de

indevidamente revelar os segredos que estavam por ser a mim confiados, lembrar que o compasso era um emblema de tortura ao meu corpo.

P. Naquela condição, o que ireis fazer? R. Prestar o Grande e Sol. J. de Maçom. P. Solicito que o façais.

VM. (uma) 1°V. (uma) 2ºV. (uma) TODOS levantam-se, com o S. de Ap.

R. Eu, _____ (nome completo) na presença do Grande Arquiteto do Universo e desta digna, regular e venerável Loja de Maçons Livres e Aceitos, regularmente reunida e devidamente consagrada, de minha livre e espontânea vontade, sincera e solenemente prometo e juro, que sempre guardarei, ocultarei e jamais revelarei qualquer parte ou partes, ponto ou pontos dos segredos ou mistérios de ou pertencentes aos Maçons Livres e Aceitos na Maçonaria, que possam até aqui ter sido por mim sabidos, ou forem agora ou em qualquer período futuro a mim confiados, a não ser a um regular e verdadeiro Irmão ou Irmãos, e nem mesmo a este ou estes, senão depois da devida prova, exame rigoroso ou informação segura de um Irmão bem conhecido que, ele ou eles, sejam dignos de tal confiança, ou no seio de uma Loja regular, justa e perfeita de Antigos

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Primeira Preleção

Franco-Maçons. Prometo solenemente nunca escrever, gravar, entalhar, marcar, imprimir, ou por qualquer outra forma descrever esses segredos, nem consentirei que outros o façam, se estiver em meu poder impedi-lo, sobre qualquer coisa móvel ou imóvel sob a abóbada Celeste, onde qualquer letra, símbolo ou imagem, ou qualquer vestígio de letra, símbolo ou imagem possa ser legível ou inteligível a mim ou a qualquer outra pessoa no mundo, de maneira que, por minha indignidade, nossas artes secretas e mistérios ocultos possam ser conhecidos indevidamente. Estes diversos pontos eu juro solenemente observar, sem evasivas, equívocos ou restrições mentais de qualquer natureza, estando seguro que, sob a violação de qualquer deles, serei considerado como perjuro voluntário, desprovido de qualquer valor moral, totalmente indigno de ser recebido nesta venerável Loja, ou em qualquer outra Loja regular, ou sociedade de homens que coloquem a honra e a virtude acima das vantagens externas, da posição social e fortuna. Assim me ajude Deus, mantendo-me firme neste meu Gr. e Sol. J. de Ap. Franco-Maçom.

TODOS cortam o S. e sentam-se

P. Tendo prestado o Sol. J. de um Maçom, o que mais o Mestre disse?

R. Aquilo que repetistes pode ser considerado tão somente como uma séria promessa; como penhor de vossa fidelidade e para torná-la um J. Sol., vós o selareis com vossos lábios no L.S.E..

P. O que mais ele disse?

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(14)

R. Tendo permanecido por tanto tempo em trevas, qual é, em vossa presente situação, o desejo predominante em vosso coração?

P. Qual foi a vossa resposta?

R. L., que me foi restaurada pelo 2ºD., por ordem do VM.

P. Tendo vos sido restaurada a benção da L. material, para o que foi então chamada a vossa atenção?

R. Para a três grandes, embora emblemáticas, L. na Franco Maçonaria, que são: o L.S.E., o E. e o C.

P. Para que servem?

R. As Sagradas Escrituras servem para guiar a nossa fé; o E., para regular as nossas ações, e o C., para manter-nos dentro dos limites para com toda a humanidade, em particular com nossos Irmãos da Franco-Maçonaria.

P. Como procedeu então o Mestre?

R. Ele segurou a minha m. d. e disse: Levantai-vos, recém juramentado Irmão entre Maçons.

VMI. lrmãos, aqui termina a segunda seção da primeira Preleção. A EXORTAÇÃO é:

Ao coração que guarda e à língua que nunca revela indevidamente quaisquer dos segredos e mistérios de ou pertencentes a Maçons Livres e Aceitos na Maçonaria. Á ordem, Irmãos!

TODOS sentados, S. de Ap. 3 vêzes.

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Primeira Preleção

PRIMEIRA PRELEÇÃO

Terceira Seção

P. Após levantar da posição ajoelhada, o que descobristes? R. As três L. menores.

P. Onde estão situadas? R. No Oriente, Sul e Ocidente. P. Para que finalidade?

R. Para mostrar o curso do Sol que, nascendo no Oriente, atinge o seu meridiano esplendor no Sul e se põe no Ocidente; também para iluminar o homem no trajeto ao trabalho, durante o seu labor e em seu retorno.

(OBS.: Este texto foi originalmente elaborado no hemisferio norte. Embora estejamos no hemisfério sul, onde o sol atinge seu esplendor ao N, preferimos manter o texto origina!)

P. Por que não há luz no Norte? (No hemisfério Sul seria no Sul)

R. O Sol estando abaíxo da linha do horizonte, não há incidência de seus raios daquele quadrante para o nosso hemisfério.

P. O que essas luzes menores representam? R. O Sol, a Lua, e o Mestre da Loja.

P. Por que o Sol, a Lua e, o Mestre?

R. O Sol para regular o dia, a Lua para governar a noite, e o Mestre para administrar e dirigir a sua Loja.

P. Por que o Mestre de uma Loja de Franco-Maçons é comparado a esses grandes luminares?

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R. Como homens, estamos habilitados a desempenhar nossos deveres da vida social pela influência benigna do Sol e da Lua. Dessa forma é com o cuidado e a instrução do VM. (saúda o VM. com o S. do Ap.) que estamos aptos a desempenhar os deveres que a Ordem exige de nós.

P. O que o Mestre declarou depois que as luzes menores foram explicadas?

R. Ir. _____, por vosso comportamento submisso e sincero desta noite, simbolicamente escapastes de dois grandes perigos, mas havia um terceiro, que tradicionalmente, vos acompanharia até o último momento de vossa existência. Os perigos dos quais escapastes foram os de ap....to e o de en...to, pois quando entrastes na Loja este P....l foi encostado em vosso p.e.n., para sugerir que, se tivésseis temerariamente vos precipitado para a frente, teríeis sido o causador de vossa própria m...e por ap...to, pois o Ir. que o empunhava teria ficado firme, cumprindo o seu dever. Havia também este l. de c. com um nó cor. à volta de vosso p., o que teria tornado também fatal qualquer tentativa de retirada. Mas o perigo que, tradicionalmente, vos acompanharia até o último momento de vossa existência era a penalidade física que antigamente era incluída no J. de um M., a de terdes vossa g. c. de lado a lado se tivésseis indevidamente revelado os segredos da Maçonaria. A penalidade completa consistia em ter a g. c. de lado a lado, a l. A. pela raiz e enterrada na areia do

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mar, na marca da maré baixa, onde a maré sobe e desce duas vezes a cada 24 horas. A inclusão de tal penalidade torna-se desnecessária, pois o Juramento que fizestes esta noite vos obriga pelo resto de vossa existência.

P. Que mais ele vos disse?

R. Tendo prestado o G. e Sol. J. de um Maçom, me é agora permitido informar-vos que existem diversos graus na Franco-Maçonaria, com segredos peculiares a cada um; estes, no entanto, não são comunicados indiscriminadamente, mas são conferidos aos candidatos de acordo com seus méritos e habilidades. Vou portanto confiarvos os segredos deste Grau, ou aqueles sinais pelos quais nos conhecemos uns aos outros e nos distinguimos do resto do mundo; mas devo enfatizar, para vossa informação, que todos os E., N., e P., são sinais verdadeiros e corretos para se conhecer um Maçom. Assim, ficai perfeitamente ereto, vossos pés na forma de E., vosso corpo representando um emblema de vosso espírito e vossos pés, a retidão de vossas ações.

P. O que o Mestre vos pediu em seguida?

R. Que desse um passo curto em sua direção, com o meu p. e., colocando o c. d. na o. do p. e.; isto, ele me informou, ser o pri. p. regular na Franco-Maçonaria e é nessa posição que os segredos do Grau são comunicados.

P. Do que consistem esses segredos? R. Um S., T. e P..

P. Peço-vos o S., na devida forma.

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(16)

R. (faz o S.)

P. Comunicai o T. ao Ir. ____ R. (O T. é dado)

P. Está correto?

R. (Pelo Ir. que o recebeu, com o S. do Grau em que a Loja estiver) - Está, VM..

P. O que exige ele? R. Uma palavra.

P. Daí-me essa palavra.

R. Na minha iniciação ensinaram-me a ser cauteloso; eu a soletrarei ou a dividirei convosco.

P. Como quiserdes, começai. R. (A pal. é dividida)

P. De onde se origina esta palavra?

R. Da Col. e. do p. ou entr. do T do R. S., assim chamada em recordação a ... B. de D., um P. e R. em l..

P. Qual o significado da palavra? R. Em ... .

P. Tendo sido Juramentado e recebido os segredos, fostes investido?

R. Fui, com a insígnia distintiva de um Maçom, que o 1°V. me informou ser mais antiga que o Tosão de Ouro ou a Águia Romana, mais honrosa que a Ordem da Jarreteira, ou qualquer outra Ordem existente, sendo o símbolo da inocência e o laço da amizade. Ele me exortou encarecidamente a sempre usá-la e considerá-la como tal; advertiu-me também que se eu nunca desonrasse essa insígnia, (bate no avental com a m. d.), ela nunca me desonraria.

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Primeira Preleção

P. Repeti a exortação que recebestes do Mestre.

R. Deixai-me acrescentar às observações do 1°V., que jamais deveis revestir-vos desta insígnia ao visitardes uma Loja onde se encontra um Irmão com o qual estais em desacordo ou, contra o qual tendes animosidade. Nesses casos deveis convidá-lo a retirar-se para amigavelmente resolverdes vossas pendências que, sendo satisfatoriamente resolvidas, podeis então colocar as vossas insígnias, regressar à Loja e trabalhar com aquele amor e harmonia que devem caracterizar os FrancoMaçons em todas as ocasiões. Se, infelizmente, as vossas contendas forem de tal natureza que não possam ser resolvidas facilmente, seria melhor que um ou ambos se retirassem para que a harmonia da Loja não fosse perturbada por vossas presenças.

P. Após, onde fostes colocado? R. Na parte NE da Loja.

P. Queira repetir a preleção.

R. E costume, na construção de todos os edifícios notáveis e majestosos, assentar a pedra fundamental dos alicerces no canto NE do edifício. Ao serdes admitido na Maçonaria, sois colocado na parte NE da Loja, representando aquela pedra e, sobre o alicerce esta noite assentado, possa o vosso esforço construir um edifício perfeito em seus detalhes e que honre ao seu construtor. Vossa aparência é de um leal e perfeito Maçom e concito-vos firmemente a continuardes a agir como tal. Na verdade, vou imediatamente,de alguma

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(17)

forma, pôr à prova os vossos princípios, pedindo- vos que exerçais aquela virtude que deve ser justamente considerada a característica marcante do coração de um Franco-Maçom: a Caridade. E desnecessário tecer longas considerações sobre seus méritos pois, indubitavelmente, vós a tendes sentido e praticado muitas vezes. Ela conta com a aprovação dos Céus e da Terra e, como sua irmã, a Misericórdia, abençoa aquele que dá, bem como aquele que recebe. Em uma sociedade tão universalmente espalhada como a Franco- Maçonaria, que se estende pelos quatro cantos do globo, não se pode negar que enquanto muitos de seus membros ocupam alta posição social e vivem na opulência, outros há que, por circunstâncias de inevitável calamidade ou infortúnio, estão reduzidos ao mais extremo grau de miséria e desgraça. Em favor destes, é nosso costume despertar os sentimentos de caridade de cada novo Irmão, na medida de suas posses. Assim depositai em mãos do 2°D. o que estais disposto a dar; será recebido com gratidão e fielmente aplicado.

P. A vossa resposta?

R. Que eu tinha sido despojado de todos os objetos de valor antes de entrar na Loja, do contrário daria de boa vontade. P. Qual foi a resposta do Mestre?

R. Congratulo-me convosco pela manifestação de tão honrosos sentimentos, apesar da impossibilidade em que vos achais de praticá-los no momento. Acreditai que esta pergunta não foi feita para

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Primeira Preleção

zombar de vossos sentimentos, longe de nós tal intenção. Foi feita por três motivos especiais.

P. Qual o primeiro?

R. Pôr em prova os meus princípios. P. O segundo?

R. Para mostrar aos Irmãos que eu não trazia comigo dinheiro nem objetos de metal pois, se tal acontecesse, a cerimônia da minha iniciação, até aquele momento, deveria ser repetida.

P. E o terceiro?

R. Como uma advertência ao meu coração para que se no futuro, encontrar um Irmão em precária circunstância, que venha me pedir auxilio, deverei lembrar o momento solene em que fui recebido na Maçonaria, pobre e desprovido de todo o dinheiro para, com satisfação, aproveitar a oportunidade de praticar a virtude que então manifestei admirar.

P. O que o Mestre vos apresentou a seguir?

R. Os instrumentos de trabalho de um Ap. Franco-Maçom, que são: a R. de 24 polegadas, o M. comum e, o Cinzel.

P. Para que servem?

R. A R. de 24 polegadas serve para medir o nosso trabalho; o M. comum, para desbastar todas as saliências e arestas inúteis e, o Cinzel, para melhor polir e preparar a pedra, tornando-a pronta a ser manuseada por um operário mais hábil.

P. Mas, como não somos todos Maçons operativos porém, mais especialmente, livres e aceitos, ou especulativos, como aplicamos esses instrumentos à nossa moral?

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(18)

R. Nesse sentido, a R. de 24 polegadas, representa as 24 horas do dia, das quais devemos aplicar parte em orações ao Deus Todo Poderoso, parte no trabalho e no descanço e, parte em servir um amigo ou Irmão necessitado, sem prejuízo nosso ou de nossos familiares, O M. comum representa a força da consciência, que deve dominar todos os pensamentos vãos e inoportunos que possam ocorrer nos mencionados períodos, de maneira que, nossas palavras e ações possam ascender impolutas ao trono da graça. O Cinzel nos mostra as vantagens da educação, por cujos meios nos tornamos aptos para membros de uma sociedade regularmente organizada.

P. O que o Mestre vos informou a seguir?

R. Como no decorrer da noite a jóia de vossa iniciação vos será exigida, tendes o direito de saber quem nos autoriza a trabalhar. Esta é a nossa Carta Patente, concedida pela Grande Loja Unida da Inglaterra e que podeis examinar hoje ou em qualquer outra noite. Esta é a Constituição da Grande Loja Unida da Inglaterra, e este é o Regulamento Interno da nossa Loja. Recomendo-vos uma séria leitura dos mesmos pois, pelo primeiro sereis instruído sobre vossos deveres para com a Ordem em geral e, pelo segundo, para com esta Loja em particular.

P. Que permissão recebestes então.

R. Para retirar-me para retomar o meu conforto pessoal, informando-me que no meu retorno à Loja ele pediria a minha atenção para uma

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Primeira Preleção

Preleção, baseada nas excelências da Instituição e qualificações de seus membros.

P. O que descobristes, com a assistência das três luzes menores quando colocado na parte NE da Loja,?

R. A forma da Loja.

P. Qual é a forma da Loja? R. Um paralelepípedo.

P. Descreva suas dimensões.

R. Em comprimento, vai do Oriente ao Ocidente; em largura, entre o N e o S; em profundidade, da superfície ao centro da terra e a altura até aos Céus.

P. Por que uma Loja de Franco-Maçons é descrita nessa vasta extensão?

R. Para mostrar a universalidade da ciência, da mesma forma que a caridade do Maçom não deve conhecer limites, salvo os determinados pela prudência.

VMI. Irmãos, aqui termina a terceira seção da primeira Preleção. A EXORTAÇÃO é:

A Todos os Maçons pobres e desamparados, onde quer que se encontrem dispersos sobre a terra e a água, desejando um pronto alívio aos seus sofrimentos e um breve regresso às suas terras de origem, se assim o desejarem.

Á ordem, Irmãos!

TODOS sentados, S. de Ap. 3 vezes.

(19)

PRIMEIRA PRELEÇÃO

Quarta Seção

P. Onde repousam as nossas Lojas? R. Em Solo Sagrado.

P. Por que em Solo Sagrado?

R. Porque a primeira Loja foi consagrada. P. Por que foi consagrada?

R. Em razão de três grandes oferendas e que obtiveram a aprovação Divina.

P. Solicito especificá-las.

R. Em primeiro lugar, a pronta submissão de Abraão ao desejo de Deus, não recusando oferecer em holocausto seu filho lsaac ao sacrifício divino, quando ao Altíssimo aprouve substituí-lo por uma oferenda mais propícia. Em segundo, as repetidas preces e purificações do Rei Davi, que aplacaram a ira de Deus, cessando a peste que grassava entre seu povo, que foi por ele inadvertidamente recenseado. Em terceiro, as muitas ações de graças, oblações, sacrifícios divinos e valiosas oferendas que, S. R. de I. fez ao término, dedicação e consagração do Templo em Jerusalém a serviço de Deus. Estas três fizeram então, fazem agora e, confio que farão sempre, tornar sagrado o solo da Franco-Maçonaria.

P. Como estão orientadas as nossas Lojas? R. Do Oriente ao Ocidente

P. Porque?

R. Porque é assim que devem estar todos os lugares

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Primeira Preleção

de adoração Divina bem como as Lojas Maçônicas regularmente constituídas.

P. Para isso damos três razões Maçônicas. Dai-me a primeira. R. O Sol, a Glória do Senhor, nasce no Oriente e põe-se no

Ocidente.

P. Qual a segunda?

R. A Sabedoria originou-se no Oriente e estendeu a sua influência benéfica para o Ocidente

P. A terceira, última e grande razão?

R. Ao contemplarmos as obras do Todo Poderoso Criador, com presteza e alegria nos prostremos diante Dele, que sempre deixou testemunho entre os homens. Desde os primórdios temos sido ensinados da existência de um Ente Divino. Lemos a respeito de Abel, trazendo ao Senhor uma oferenda mais aceitável que seu irmão Caim; de Enoc caminhando com Deus; de Noé, um homem justo e correto nos seus dias e nos da sua geração, um professor da retidão; de Jacó, lutando com um anjo, vencendo e obtendo a benção para si e a posteridade. Mas nós nunca ouvimos ou lemos sobre a designação de um lugar público para a solene adoração Divina a não ser após a feliz libertação dos filhos de Israel do seu cativeiro no Egito, o que ao Todo Poderoso aprouve fazer sob a condução do seu fiel servo Moisés, com o braço estendido e a mão espalmada, conforme a promessa feita ao seu ancestral, Abraão, que de sua semente Ele faria um grande e poderoso povo, numeroso como as estrelas no Céu e as areias do mar. E,

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como eles estavam para se libertarem de seus inimigos, conquistando a terra prometida, o Todo Poderoso julgou oportuno revelar-lhes aquelas três excelentes instituições: as Leis Morais, Cerimoniais e Judiciais. E, para dar um cunho de solenidade à adoração Divina bem como um lugar apropriado aos Livros e Tábuas da Lei, Moisés mandou erguer uma Tenda ou Tabernáculo no deserto e que, por ordem de Deus, estava situado do Oriente para o Ocidente, pois Moisés fez tudo de acordo com o modelo recebido do Senhor, no Monte Sinai. Essa Tenda ou Tabernáculo serviu mais tarde como planta baixa, com respeito à orientação, daquele magnífico Templo construído em Jerusalém por aquele sábio e poderoso Príncipe, p R..S.., cujo esplendor e magnificência ultrapassa a nossa imaginação. Esta é a terceira, última e grande razão que eu, como Franco-Maçom, dou para o fato de todos os lugares de adoração Divina e das Lojas Maçônicas regularmente constituídas estarem assim orientadas.

P. O que sustenta uma Loja de Franco-Maçons? R. As três grandes Colunas.

P. Como são chamadas? R. Sabedoria, Fôrça e Beleza.

P. Por que Sabedoria, Força e Beleza?

R. Sabedoria para nos orientar; Força para nos sustentar; Beleza para adornar.

P. Quais são seus ensinamentos morais?

R. A Sabedoria para nos conduzir em todos os nossos empreendimentos; a Força para nos sustentar

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Primeira Preleção

em todas as nossas dificuldades; a Beleza para adornar o nosso íntimo.

P. Queira ilustrá-las.

R. O Universo é o Templo da Divindade a quem servimos; a Sabedoria, Força e Beleza rodeiam o Seu trono como colunas de Suas obras, pois Sua Sabedoria é infinita. Sua Força é onipotente e a Beleza brilha pela criação em simetria e ordem. Os Céus Ele estendeu como uma abóbada; a terra Ele colocou como um apoio para os seus pés; coroou o Seu Templo com estrelas como um diadema e com sua mão espalha o poder e a glória. O Sol e a Lua são mensageiros de Sua vontade e toda a Sua Lei é harmônica. As três grandes colunas que sustentam uma Loja de Franco-Maçons são emblemáticas desses atributos Divinos e, além disso, representam Salomão, Rei de Israel, Hiram, Rei de Tiro e Hiram Abif.

P. Por que esses três grandes personagens?

R. S., R. de I., por sua sabedoria em construir, terminar e dedicar o Templo em Jerusalém ao serviço de Deus; H., R. de T., por sua força em auxiliá-lo com homens e materiais; e H. A. por seu rico e magistral trabalho embelezando e adornando o mesmo.

P. Como não temos nobres Ordens de Arquitetura conhecidas pelos nomes de Sabedoria, Força e Beleza, as quais elas se referem?

R. As três mais celebres e que são: a Jônica, a Dórica e a Coríntia.

P. Como se chama o teto de uma Loja de Franco-Maçons?

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R. Um dossel celestial de diversas cores, assim como os Céus.

P. Como Maçons, como esperamos lá chegar?

R. Com o auxilio de uma escada conhecida nas Escrituras como a Escada de Jacó.

P. Por que é chamada de Escada de Jacó?

R. Rebeca, a amada esposa de lsaac, sabendo por inspiração Divina que uma benção especial foi colocada na alma de seu marido, estava desejosa de obtê-la para o seu filho favorito Jacó, embora sabendo que por direito ela pertencia ao seu primogênito, Esaú. Jacó, que mais tarde obteria a benção de seu pai de modo fraudulento, foi obrigado a fugir da ira de seu irmão que, num momento de raiva e desapontamento, o ameaçara de morte. E, enquanto se dirigia a Padã-aram, na terra da Mesopotâmia, conforme determinado por seus pais, fatigado, pernoitou no meio do deserto e, deitando-se, tomou a terra como seu leito, uma pedra por travesseiro e a Abobada Celeste como uma coberta. Então, em uma visão, viu uma Escada cujo topo atingia os Céus e pela qual os Anjos do Senhor subiam e desciam. Foi então que o Onipotente fez um solene trato com Jacó, de que se ele observasse as Suas leis e guardasse os Seus mandamentos, Ele não só o levaria de volta à casa de seu pai, em paz e prosperidade, como faria de sua descendência um povo grande e poderoso. Isso foi amplamente cumprido, pois após um lapso de vinte anos, Jacó retornou à sua terra de origem,

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Primeira Preleção

foi gentilmente recebido pelo seu irmão Esaú. O seu filho José tornou-se posteriormente, por ordem do Faraó, o segundo homem do Egito. Os filhos de Israel, altamente favorecidos pelo Senhor, constituíram-se ao longo do tempo em uma das maiores e mais poderosas Nações da face da terra.

P. De quantos degraus ou voltas era constituída essa Escada? R. De muitos degraus e voltas, correspondendo em número às

virtudes morais, destacadamente às três principais, que são: a FÉ, a ESPERANÇA e, a CARIDADE.

P. Por que a Fé, a Esperança e a Caridade?

R. Fé no Grande Arquiteto do Universo, Esperança na Salvação e, Caridade para com todos os homens.

P. Eu vos solicito definir a FÉ.

R. É um fundamento da Justiça, um laço da amizade e o principal sustentáculo da sociedade civil. Nós vivemos e caminhamos pela Fé. Por ela temos o contínuo reconhecimento de um Ser Supremo. Pela Fé temos acesso ao trono da graça, somos justificados, aceitos e, finalmente recebidos. Uma Fé verdadeira e sincera é a evidência das coisas que não podemos ver, mas a substância das que almejamos. Assim, bem mantida e seguida em nossa profissão Maçônica, ela nos levará àquelas mansões abençoadas, onde alcançaremos a felicidade eterna com Deus, (S. de R.) o Grande Arquiteto do Universo. (baixa o S.)

P. Queira definir a ESPERANÇA.

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R. É uma âncora da alma, segura e firme, na qual penetra envolta em um véu. Deixemos então que uma firme confiança no Onipotente anime as nossas expectativas e nos ensine a manter os nossos desejos dentro dos limites de Suas abençoadas promessas, assim seremos coroados de êxito. Quando acreditamos que algo seja impossível, a nossa descrença fatalmente levará a isso, mas aquele que perseverar em causas justas ao final vencerá todas as dificuldades.

P. Eu vos solicito definir a CARIDADE.

R. Admirável por si só, é o mais brilhante ornamento de nossa Arte Maçônica. E o melhor teste e a mais segura prova de sinceridade de nossa religião. A Benevolência, praticada com a Caridade Celestial, honra à nação que a tem por berço, pratica e a preza. Feliz é o homem que têm implantadas em seu peito as sementes da benevolência; ele não inveja o seu vizinho, não crê nas falsidades lançadas contra si, perdoa as injúrias dos homens e se esforça em apagá-las de sua memória. Então Ir. lembremo-nos que somos Maçons livres e aceitos; sempre prontos a ouvir a quem clama por nossa assistência; e não deixemos de estender a nossa mão liberal à aquele que tem necessidade. Que a recompensa dos nossos trabalhos seja a satisfação do fundo do nosso coração, ao que se seguirá o resultado do amor e da Caridade.

P. Onde se apóia essa Escada nas Lojas de Franco-Maçons?

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Primeira Preleção

R. No L.S.E. P. Por que ali?

R. Porque, pelas doutrinas contidas naquele Livro Sagrado somos levados a crer nas disposições da Providência Divina; crença que reforça a nossa Fé e nos habilita a subir ao primeiro degrau. Essa Fé naturalmente cria em nós a Esperança de alcançar as abençoadas promessas nele contidas; Esperança que nos habilita a subir ao segundo degrau. Mas o terceiro e último, sendo a Caridade, compreende o todo; e o Maçom que possui essa virtude no seu mais amplo senso, pode com justiça considerar ter alcançado o ápice de sua arte; falando figuradamente, uma mansão etérea, velada aos olhos dos mortais pelo firmamento estrelado, emblematicamente representado em nossas Lojas por sete estrelas, numa alusão a igual número de Maçons regulares; sem cujo número nenhuma Loja é perfeita e nenhum candidato pode ser legalmente iniciado na Ordem.

VMI. lrmãos, aqui termina a quarta seção da primeira Preleção. A EXORTAÇÃO é:

Que todo Maçom possa atingir o ápice de sua arte, onde os justos seguramente encontrarão a sua devida recompensa. A ordem, Irmãos!

Todos, sentados, S. de Ap., 3 vezes.

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Primeira Preleção

PRIMEIRA PRELEÇÃO

Quinta Seção

P. Como é composto o interior de uma Loja de Franco-Maçons?

R. De Ornamentos, Símbolos e Jóias. P. Indicai os Ornamentos.

R. O Pavimento Mosaico, a Estrela Brilhante e a Moldura Dentada ou Marchetada.

P. Onde estão situados?

R. O Pavimento Mosaico é o belo soalho da Loja; a Estrela Brilhante, a glória no centro; e a Moldura Dentada ou Marchetada, a guarnição que a circunda.

P. Quais são os seus ensinamentos morais?

R. O Pavimento Mosaico pode ser considerado o belo assoalho de uma Loja de Franco-Maçons por ser alternado e em xadrez. Isto assinala a diversidade de objetos que adornam a criação, tanto à parte animada como a inanimada. A Estrela Brilhante, ou glória no centro, lembra-nos o Sol, que ilumina a terra e pela sua benéfica influência espalha suas bênçãos pelo gênero humano em geral. A Moldura Dentada ou Marchetada lembra-nos os Planetas que em suas várias revoluções formam uma bela moldura ou guarnição em torno desse grande luminar - o Sol - como a Moldura em torno de uma Loja de Franco Maçons.

P. Por que o Mosaico foi introduzido na Franco Maçonaria?

45

Primeira Preleção

R. Assim como os passos do homem pisam nos variados e incertos incidentes da vida e, seus dias são alternados por uma estranha contrariedade de eventos, sua passagem por esta existência, embora às vezes premiada por circunstâncias de prosperidade, é freqüentemente cercada de males: por isso a nossa Loja é decorada com piso em mosaico para indicar as incertezas de todas as coisas aqui na terra. Hoje podemos viver em prosperidade: amanhã poderemos tropeçar nos caminhos desnivelados da fraqueza, tentação e adversidade. Assim, pela presença desses emblemas, recebemos o ensinamento moral de não desprezar nada, mas atentos em nossa caminhada, andar firmes e com humildade perante Deus, não havendo circunstância na vida em que o orgulho se fundamente com estabilidade: embora alguns tenham nascido em situação mais elevada que outros, quando em nossas sepulturas, somos todos nivelados, porque a morte destrói todas as distinções; enquanto nossos pés andam sobre o piso em Mosaico, lembremo-nos do modelo original que copiamos; como homens de bem e como Maçons, devemos agir de acordo com os ditames de nossa razão, de praticar a caridade, manter a harmonia e procurar viver em unidade e amor fraternal.

P. Indicai os símbolos da Loja. R. O L.S.E., o C. e o E..

P. Para que servem.

R. As Sagradas Escrituras para regular a nossa fé

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R. Assim como os passos do homem pisam nos variados e incertos incidentes da vida e, seus dias são alternados por uma estranha contrariedade de eventos, sua passagem por esta existência, embora às vezes premiada por circunstâncias de prosperidade, é freqüentemente cercada de males: por isso a nossa Loja é decorada com piso em mosaico para indicar as incertezas de todas as coisas aqui na terra. Hoje podemos viver em prosperidade: amanhã poderemos tropeçar nos caminhos desnivelados da fraqueza, tentação e adversidade. Assim, pela presença desses emblemas, recebemos o ensinamento moral de não desprezar nada, mas atentos em nossa caminhada, andar firmes e com humildade perante Deus, não havendo circunstância na vida em que o orgulho se fundamente com estabilidade: embora alguns tenham nascido em situação mais elevada que outros, quando em nossas sepulturas, somos todos nivelados, porque a morte destrói todas as distinções; enquanto nossos pés andam sobre o piso em Mosaico, lembremo-nos do modelo original que copiamos; como homens de bem e como Maçons, devemos agir de acordo com os ditames de nossa razão, de praticar a caridade, manter a harmonia e procurar viver em unidade e amor fraternal.

P. Indicai os símbolos da Loja. R. O L.S.E., o C. e o E.

P. Para que servem.

R. As Sagradas Escrituras para regular a nossa fé

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Quinta Seção

e sobre elas juramentamos nossos candidatos à Franco Maçonaria. O C. e o E., quando unidos, para regular nossas vidas e ações.

P. De quem se origina o primeiro e a quem pertencem os outros dois?

R. O L.S. emana de Deus para os homens em geral; o C. pertence ao Grão Mestre; o E. à toda a Ordem.

P. Por que o L.S. procede de Deus para o homem?

R. Porque aprouve ao Todo Poderoso revelar a Sua vontade no L. S. do que por outros meios.

P. Por que o C. pertence ao Grão Mestre?

R. Sendo este o principal instrumento usado para desenhar e fazer plantas arquitetônicas, é particularmente apropriado ao Grão Mestre, como um emblema de sua dignidade, por ser o Chefe, o Principal e o Governador da Ordem.

P. Por que o E. pertence a toda a Ordem?

R. A Ordem está vinculada a agir sempre no E. onde foi juramentada.

P. Onde nossos antigos Irmãos se reuniam antes de existir Lojas regularmente constituídas, como as conhecemos hoje?

R. No alto dos montes e nos vales profundos, e até mesmo no vale de Josafá e em muitos outros lugares secretos.

P. Por que tão alto, profundo e tão secreto?

R. Para melhor observar todos os que subiam e desciam; se algum estranho se aproximasse, o GE. poderia avisar o Mestre para ocultar os irmãos, fechar a Loja, recolher as Jóias e assim

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evitar que os nossos segredos Maçônicos fossem ilegalmente conhecidos.

P. Pareceis ser cauteloso com as Jóias. Quantas são elas na Loja?

R. Três móveis e três imóveis. P. Indicai as Jóias móveis. R. São: o E., o N., e o P.. P. Para que servem?

R. O E. serve para verificar e ajustar os cantos retangulares dos edifícios e auxiliar a dar a devida forma ao material rude; o N., para fazer nivelamentos e provar horizontais e o P., para verificar a ajustar verticais, quando fixando-as nas devidas bases.

P. Por essa descrição parecem ser meros instrumentos mecânicos; por que vós as chamais de Jóias?

R. Porque os seus ensinamentos morais as transformam em Jóias de inestimável valor.

P. Qual o seu significado moral?

R. O E. nos ensina a regular nossas vidas e ações de acordo com a linha e as regras Maçônicas e, harmonizar nossa conduta nesta vida, de tal modo que possamos ser aceitos pelo Ser Divino, de quem emana toda a bondade e a quem devemos dar conta de nossas ações.

O N. demonstra que viemos da mesma origem, participantes da mesma natureza e dividindo as mesmas esperanças; e, embora as distinções entre os homens sejam necessárias para preservar a hierarquia, que a eminência dos cargos não nos faça esquecer que somos Irmãos; porque aquele

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Quinta Seção

que está no degrau mais baixo da roda da fortuna é igualmente digno de nossa estima e consideração; pois virá um tempo — e os mais sábios de nós não sabem quão cedo — quando cessarão todas as distinções, salvo as da bondade e da virtude, e a Morte, a grande niveladora de toda a grandeza humana, nos reduzirá à mesma condição. A infalibilidade do P., assim como a escada de Jacó, liga os Céus e a Terra e é o critério de retidão e verdade. Nos ensina a caminhar com justiça e correção diante de Deus e do homem, sem nos desviarmos para a direita ou para a esquerda dos caminhos da virtude. Não ser um entusiasta rigoroso nem um difamador da religião, nem se deixar desviar para a avareza, injustiça, maldade, vingança, e nem ser um invejoso e revoltado contra a humanidade, mas livrar-se de toda a propensão egoísta que possa prejudicar os outros. Rumar o barco desta vida sobre os mares da paixão, sem baixar o escudo da retidão, é a mais alta perfeição que a natureza humana pode atingir. E todo Maçom deve orientar sua conduta neste mundo como o construtor que levanta sua coluna pelo nível e pela perpendicular; observar um meio termo entre a avareza e o desperdício; segurar a balança da justiça com equilíbrio; fazer suas paixões e preconceitos coincidirem com a linha justa de sua conduta: e ter em vista a Eternidade em todas as suas obras. Assim, o E. nos ensina a moralidade, o N. a igualdade e, o P., a correção e retidão na vida e nas ações.

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Referências

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