• Nenhum resultado encontrado

Direito Penal - 06 - Conceito, Sujeitos, Objeto do Crime, Fato Típico, Conduta, Funcionalismo, D. Penal INIMIGO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Direito Penal - 06 - Conceito, Sujeitos, Objeto do Crime, Fato Típico, Conduta, Funcionalismo, D. Penal INIMIGO"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

NOÇÕES PRELIMINARES À TEORIA GERAL DO

NOÇÕES PRELIMINARES À TEORIA GERAL DO DELITO

DELITO

Teoria Geral do Delito –

Teoria Geral do Delito – vai explicar de novo. Alguns tópicos que o vai explicar de novo. Alguns tópicos que o LFG colocou, ele vaiLFG colocou, ele vai comentar de novo. Antes de adentrar o tema propriamente dito, o professor vai falar sobre comentar de novo. Antes de adentrar o tema propriamente dito, o professor vai falar sobre algumas questões introdutórias:

algumas questões introdutórias:

1.

1. DIVISÃO DA INFRAÇÃO PENALDIVISÃO DA INFRAÇÃO PENAL O Brasil é

O Brasil é dualista, ou binário. Isso significa dualista, ou binário. Isso significa que há duas espécies de infrações penais:que há duas espécies de infrações penais: 11)) CCrriimme e - - ddeelliittoo

2)

2) CoContntraravevençnção Peão Penanal l – cri– crimme e ananãoão, , dedelilito lilto lillilipuputitianano, cro, crimime e vavagagabubundndo o (e(eststee terceiro sinônimo caiu na prova do MP/SP).

terceiro sinônimo caiu na prova do MP/SP). “O

“O BrBrasasil il é é adadepepto to do do sisistestema ma dudualalistista, a, estestababeleleceecendndo o a a exexististênência cia de de cricrimemes s ee co

contntravravenençõções. es. A A didifeferenrença ça dedeststes es (c(crimrimes) es) papara ra cocontntravravenençãção o é é de de grgrauau, , é é pupuraramementntee axiológica e não ontológica”.

axiológica e não ontológica”.

Apesar de crimes serem ontologicamente indêntico à contravenções penais, há algumas Apesar de crimes serem ontologicamente indêntico à contravenções penais, há algumas diferenças:

diferenças:

1.1.

1.1. Diferenças entre crimes e Diferenças entre crimes e contravençõecontravenções penaiss penais a)

a) Tipo Tipo de de pena pena privativa privativa de de liberdadeliberdade

 Em se tratando de crime, as penas privativas de liberdade são reclusão eEm se tratando de crime, as penas privativas de liberdade são reclusão e

detenção. detenção.

 Em Em se se trtratatanando do de de cocontntraravevençnção ão pepenanal l a a ÚNÚNICICA A pepena na prprivivatativiva a dede

liberdade possível é a

liberdade possível é a prisão simplesprisão simples (arts. 5º e 6º da Lei das Contravenções(arts. 5º e 6º da Lei das Contravenções Penais).

Penais).

“Art. 5º As penas principais são: “Art. 5º As penas principais são:  I – prisão simples.

 I – prisão simples.  II – multa.

 II – multa.

“Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor  “Art. 6º A pena de prisão simples deve ser cumprida, sem rigor   penitenciário,

 penitenciário, em em estabelecimento estabelecimento especial especial ou ou seção seção especial especial dede  prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto.”

 prisão comum, em regime semi-aberto ou aberto.” Pr

Prisisão ão sisimpmpleles s JAJAMAMAIS IS é é cucumpmpridrida a no no fefechchadado, o, nenem m memesmsmo o popor r inintetermrmédédio io dada regressão.

regressão.

b)

b) Tipo Tipo de de ação ação penapenal l 

(2)

ação penal. Contravenção penal, não!

ação penal. Contravenção penal, não! Contravenção penal só é perseguidaContravenção penal só é perseguida mediante ação pena pública incondicionada

mediante ação pena pública incondicionada. Isso está no art. 17, da Lei das. Isso está no art. 17, da Lei das Contravenções:

Contravenções:

“Art. 17. A

“Art. 17. A ação penal é ação penal é públpública, devendo a ica, devendo a autoautoridadridade e proceproceder der  de ofício.”

de ofício.” É uma maneira diferente de

É uma maneira diferente de falar: ação penal pública incondicionada.falar: ação penal pública incondicionada.  Exceção

 Exceção – – ExExisiste te umuma a cocontntraravevençnção ão quque e nãnão o é é obobjejeto to de de açação ão pepenanal l púpúblblicicaa incondicionada. Essa exceção não está na lei. É criação da jurisprudência. Antes da Lei nº incondicionada. Essa exceção não está na lei. É criação da jurisprudência. Antes da Lei nº 9.099/95, a lesão corporal dolosa de natureza leve era de ação penal pública incondicionada e a 9.099/95, a lesão corporal dolosa de natureza leve era de ação penal pública incondicionada e a contravenção penal de vias de fato também, como, de resto, a própria LCP exige. Ocorre que a contravenção penal de vias de fato também, como, de resto, a própria LCP exige. Ocorre que a relação entre a lesão corporal de natureza leve a as vias de fato e sempre foi uma relação do mais relação entre a lesão corporal de natureza leve a as vias de fato e sempre foi uma relação do mais  para o

 para o menos, ou menos, ou seja a seja a lesão corporal lesão corporal (mais) sendo (mais) sendo mais grave mais grave do que do que as vias as vias de fato de fato (menos).(menos). Antes de 1995, o mais não precisava de autorização da vítima e

Antes de 1995, o mais não precisava de autorização da vítima e o menos também não. Veio a Leio menos também não. Veio a Lei nº 9.099/95 e mudou a ação penal no caso do mais. A lesão corporal dolosa de natureza leve nº 9.099/95 e mudou a ação penal no caso do mais. A lesão corporal dolosa de natureza leve  passou de

 passou de pública pública incondicionaincondicionada da a a pública pública condicionadcondicionada. a. E E as as vias vias de de fato? fato? Permaneceu açãoPermaneceu ação  penal pública incondiciona

 penal pública incondicionada. A lei só alterou a ação penal. Não alterou a da. A lei só alterou a ação penal. Não alterou a contravençãcontravenção. O que ao. O que a doutrina e a jurisprudência começaram a questionar? Como é que pode o mais depender de doutrina e a jurisprudência começaram a questionar? Como é que pode o mais depender de representação da vítima e o menos não depender dessa autorização? A jurisprudência, então, representação da vítima e o menos não depender dessa autorização? A jurisprudência, então,  passou a dize

 passou a dizer que se o mar que se o mais precisava de reis precisava de representação, com mpresentação, com mais razão, o meais razão, o menos.nos. Em resumo, o que defendem parte

Em resumo, o que defendem parte da dourina e jurisprudência:da dourina e jurisprudência:

 Lesão corporal dolosa de natureza leve – era pública incondicionada,Lesão corporal dolosa de natureza leve – era pública incondicionada,

torna-se condicionada com a lei. torna-se condicionada com a lei.

 Vias de Vias de fato fato – – era era públpública ica incoincondicndicionaionada, da, permpermanecanece e incoincondicndicionadionadaa

depois da lei. Nisso, a jurisprudência enxerga uma contradição. Como pode o depois da lei. Nisso, a jurisprudência enxerga uma contradição. Como pode o mais depender de representação e o menos não? Assim, transforma as vias de mais depender de representação e o menos não? Assim, transforma as vias de fato em

fato em pública condicionada.pública condicionada. Então, segundo esse entendimento

Então, segundo esse entendimento, isso é , isso é uma exceção ao art. 17, uma exceção ao art. 17, da LCP.da LCP.  Equívoco da ex

 Equívoco da exceçãoceção – Qual é o – Qual é o equívoco dessa construçãequívoco dessa construção? É imaginar que o? É imaginar que tipo de açãotipo de ação  penal está

 penal está ligado à ligado à gravidade do gravidade do fato. O fato. O tipo de tipo de ação penal ação penal não está não está ligado à ligado à gravidade do gravidade do fato,fato, mas à conveniência do processo, da transferência ou não da titularidade da ação para a vítima. mas à conveniência do processo, da transferência ou não da titularidade da ação para a vítima. Tanto é que um dos crimes mais graves do Código Penal, que é o de estupro, tem regra de ação Tanto é que um dos crimes mais graves do Código Penal, que é o de estupro, tem regra de ação  privada. Se fosse,

 privada. Se fosse, assim, o fassim, o furto também dependeria de urto também dependeria de representação da vítima, jrepresentação da vítima, já que é á que é menosmenos que o estupro. A contravenção penal

que o estupro. A contravenção penal “importunação ofensiva ao pudor”“importunação ofensiva ao pudor” também dependeria detambém dependeria de queixa-crime, por esse raciocínio. Fica a crítica.

queixa-crime, por esse raciocínio. Fica a crítica.

Observação importante: STF – não reconhece essa exceção. O STF trabalha com o Observação importante: STF – não reconhece essa exceção. O STF trabalha com o artigo 17, da LCP,

artigo 17, da LCP, SEM exceções.SEM exceções. c)

(3)

Em se tratando de crime, a tentativa

Em se tratando de crime, a tentativa é punível. Em se tratando de contravenção penal, nãoé punível. Em se tratando de contravenção penal, não se pune a tentativa (art. 4º,

se pune a tentativa (art. 4º, da LCP). Cuidado! Eu não estou dizendo que contravenção penal nãoda LCP). Cuidado! Eu não estou dizendo que contravenção penal não admite tentativa. Eu estou dizendo que a tentativa não é punível. Admite tentativa, apenas essa admite tentativa. Eu estou dizendo que a tentativa não é punível. Admite tentativa, apenas essa tentativa não interessa, não é punível.

tentativa não interessa, não é punível.

“Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.” “Art. 4º Não é punível a tentativa de contravenção.”

d)

d) Regras Regras de de extraterrextraterritorialiitorialidadedade

 Crime admite extraterritorialidade da lei penal.Crime admite extraterritorialidade da lei penal. 

 Contravenção pContravenção penal não admenal não admite extraterritorialidade – JAMite extraterritorialidade – JAMAIS AIS a lei penala lei penal

 brasileira

 brasileira vai vai alcançar alcançar a a contradição contradição penal penal ocorrida ocorrida no no estrangeiro estrangeiro (art. (art. 2º, 2º, dada LCP). É territorialidade e ponto:

LCP). É territorialidade e ponto:

“Art. 2º A lei brasileira s

“Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada noó é aplicável à contravenção praticada no território nacional.”

território nacional.”

e)

e) CompetênciCompetência a para para o o processo processo e e julgamentjulgamentoo

  No caso de c No caso de crime, pode ser da rime, pode ser da justiça estadual ou justiça estadual ou federal.federal. 

  No  No caso caso de de contravenção contravenção penal,penal, somente da justiça estadualsomente da justiça estadual. Art. 109,. Art. 109,

IV, da Constituição Federal: IV, da Constituição Federal:

“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:” “Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:”

“IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em “IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas en

entitidadadedes s auautátárqrquiuicacas s ou ou ememprepresasas s púpúblblicaicas,s, exexclcluíuídadas s asas contravenções

contravenções e ressalvada a competênce ressalvada a competência da ia da JustiçJustiça Militar e a Militar e dada  Justiça Eleitoral;”

 Justiça Eleitoral;”  Nem quando

 Nem quando ela for conexa a ela for conexa a um crime federal vai paum crime federal vai para a Justiça Federa a Justiça Federal.ral. Atenção

Atenção: Há um caso em que a contravenção penal pode e deve ser processada e julgada: Há um caso em que a contravenção penal pode e deve ser processada e julgada  perante a

 perante a Justiça Federal: Justiça Federal: quando o quando o autor for autor for detentor de detentor de foro de foro de prerrogativa de prerrogativa de função federalfunção federal (juiz federal pratica contravenção, quem julga é o TRF).

(juiz federal pratica contravenção, quem julga é o TRF).

 f)

 f) Limite das penasLimite das penas

  No caso de c No caso de crime, a pena está rime, a pena está limitada a 30 anos.limitada a 30 anos. 

  No  No caso de caso de contravençãcontravenção o penal, o penal, o cumprimento da cumprimento da pena está pena está limitado limitado a a 55

anos. anos.

“Art. 10, LCP. A duração da pena de prisão simples não pode, em “Art. 10, LCP. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das caso algum, ser superior a cinco anos, nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.”

multas ultrapassar cinquenta contos.”

 g)

(4)

  No caso de crime, a  No caso de crime, a suspensão tem um período de prova variando de 2 suspensão tem um período de prova variando de 2 a 4a 4

anos, em regra. anos, em regra.

  No  No caso caso da da contravenção penal, contravenção penal, o o período período de de prova, prova, varia varia de de 1 1 a a 3 3 anos.anos.

Art. 11, LCP: Art. 11, LCP:

“Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode “Art. 11. Desde que reunidas as condições legais, o juiz pode  suspender por

 suspender por tempo não tempo não inferior a inferior a um ano um ano nem superior nem superior a três, a três, aa ex

exececuçução ão da da pepena na de de prprisisão ão sisimpmpleles, s, bebem m cocomo mo coconcncededer er  livramento condicional.”

livramento condicional.”

1.2.

1.2. ConsideraçõConsiderações es GeraisGerais

Eu falei que crime e contravenção penal ontologicamente são idênticas. A diferença é Eu falei que crime e contravenção penal ontologicamente são idênticas. A diferença é axiológica, quanto ao grau, quanto à gravidade. O que é crime e o que é contravenção penal, vai axiológica, quanto ao grau, quanto à gravidade. O que é crime e o que é contravenção penal, vai depender de opção política do legislador. Ele pode, amanhã transformar uma contravenção em depender de opção política do legislador. Ele pode, amanhã transformar uma contravenção em crime e vice-versa porque a diferença é

crime e vice-versa porque a diferença é quanto ao grau. Para fazer a quanto ao grau. Para fazer a opção, o legislador toma por opção, o legislador toma por   base o

 base o que está que está na lei. na lei. Na hora Na hora de escolher de escolher se tal se tal fato vai fato vai ser crime ser crime ou vai ou vai ser contravenção eleser contravenção ele deve analisar se exige reclusão ou prisão

deve analisar se exige reclusão ou prisão simples.simples.

Olha como, realmente, a opção é política: o mesmo fato (porte ilegal de arma de fogo), Olha como, realmente, a opção é política: o mesmo fato (porte ilegal de arma de fogo), até 1997, era uma contravenção penal. Era um crime vagabundo. Até 2003 passou a ser crime. até 1997, era uma contravenção penal. Era um crime vagabundo. Até 2003 passou a ser crime. Exatamente o mesmo fato. O legislador veio enquadrá-lo na condição de crime. O mesmo fato. Exatamente o mesmo fato. O legislador veio enquadrá-lo na condição de crime. O mesmo fato. Tudo isso com base em

Tudo isso com base em opção política. Pronto.opção política. Pronto. E

E a a papartrtir ir de de 20200303, , alalém ém de de crcrimime, e, alalgugumamas s mmododalalididadades es foforaram m coconsnsididereradadasas inafiançáveis. Mas o STF

inafiançáveis. Mas o STF considerou crimes inafiançáveis inconstitucionais.considerou crimes inafiançáveis inconstitucionais. Se

Se cricrime me e e concontratravevençãnção o ontontoloologicgicamamentente e são são idêidêntinticocos, s, só só mumuda da o o gragrau, u, por por queque estudamos teoria geral do delito, que é sinônimo de crime? Por isso, o professor considera estudamos teoria geral do delito, que é sinônimo de crime? Por isso, o professor considera melhor falar em TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO PENAL porque essa terminologia inclui o melhor falar em TEORIA GERAL DA INFRAÇÃO PENAL porque essa terminologia inclui o crime e a contravenção. A teoria geral da infração penal se aplica a crimes e contravenções crime e a contravenção. A teoria geral da infração penal se aplica a crimes e contravenções  penais.

 penais. Eu Eu vou vou falar falar o o tempo tempo todo todo sobre sobre crime, crime, mas mas vc vc já já sabe sabe que, que, ontologicamente é ontologicamente é igual igual aa contravenção penal.

contravenção penal.

2.

2. CONCEITO DE CRIMECONCEITO DE CRIME O crime pode ser

O crime pode ser conceituado de algumas maneiras:conceituado de algumas maneiras:

2.1.

2.1. Conceito FORMAL de crimeConceito FORMAL de crime “S

“Sob ob o o enenfofoquque e foformrmalal, , crcrimime e é é aqaquiuilo lo quque e esestá tá esestatabebelelecicido do em em nonormrma a pepenanal l  incriminadora, sob ameaça de pena”.

incriminadora, sob ameaça de pena”. Sob enfoque formal é aquilo

(5)

2.2.

2.2. Conceito MATERIAL de crimeConceito MATERIAL de crime “Já para o

“Já para o conceiconceito material, crime to material, crime é comportameé comportamento humano causadnto humano causador de or de relevanrelevante te ee intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal.”

intolerável lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado, passível de sanção penal.”

Que doutrina lembrar que é possível mesclar o condeito formal e material, resultando no Que doutrina lembrar que é possível mesclar o condeito formal e material, resultando no conceito FORMAL-MATERIAL:

conceito FORMAL-MATERIAL:

2.3.

2.3. Conceito FORMAL-MATERIAL de crimeConceito FORMAL-MATERIAL de crime “C

“Crime rime é é aquaquilo ilo que que está previsestá previsto to em em lei, lei, conconsistsistentente e no no comcomporportamtamentento o humhumanoano causador de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.”

causador de relevante lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.”

2.4.

2.4. Conceito ANALÍTICO de crimeConceito ANALÍTICO de crime

“O conceito analítico leva em consideração os elementos que compõem a infração penal  “O conceito analítico leva em consideração os elementos que compõem a infração penal  (sua estrutura).”

(sua estrutura).”

E que elementos são esses? Prevalece que os elementos do crime, os elementos que E que elementos são esses? Prevalece que os elementos do crime, os elementos que compõem a infração penal são:

compõem a infração penal são:

 fato típicofato típico 

 ilicitudeilicitude 

 culpabilidadeculpabilidade

Prevalece esse rol. Mas isso é

Prevalece esse rol. Mas isso é extremamente controvertidextremamente controvertido até o até hoje.hoje. Vamos trabalhar com esses conceitos usando o exemplo do carro: Vamos trabalhar com esses conceitos usando o exemplo do carro:

•• Conceito formal de carro – carro é aquilo que está Quatro-Rodas.Conceito formal de carro – carro é aquilo que está Quatro-Rodas.

•• Conceito material de carro – carro é o meio de Conceito material de carro – carro é o meio de transporte do homem moderno.transporte do homem moderno. •• Conceito analítico de carro – carro é aquilo que tem 4 rodas, câmbio, direção.Conceito analítico de carro – carro é aquilo que tem 4 rodas, câmbio, direção.  Nós

 Nós vamos vamos trabalhar, trabalhar, basicamente, basicamente, com com o o conceito conceito analítico. analítico. Antes, Antes, porém, porém, temos temos queque estudar os sujeitos ativos e passivos do crime e objetos material e jurídico do crime.

estudar os sujeitos ativos e passivos do crime e objetos material e jurídico do crime.

3.

3. SUJEITOS DO CRIMESUJEITOS DO CRIME 3.1.

3.1. Sujeito ativo do crimeSujeito ativo do crime

Sujeito ativo é o autor da infração penal. Sujeito ativo é o autor da infração penal.

(6)

Quem pode ser autor de uma infração penal? Pessoa física capaz com idade igual ou Quem pode ser autor de uma infração penal? Pessoa física capaz com idade igual ou superior a 18 anos.

superior a 18 anos.

 Pessoa jurídica como sujeito ativoPessoa jurídica como sujeito ativo

E a

E apessoa jurídicapessoa jurídica? Pratica infração penal? 3 correntes respondem essa pergunta:? Pratica infração penal? 3 correntes respondem essa pergunta: 1ª Corrente:

1ª Corrente: NÃONÃO –  – pessoa pessoa jurídica jurídica não não pode pode praticar praticar crime crime ou ou ser ser responsabilizaresponsabilizadada criminalmente. Para essa corrente a responsabilidade penal da pessoa jurídica ofende:

criminalmente. Para essa corrente a responsabilidade penal da pessoa jurídica ofende: a)

a) ofende o princípio da responsabilidade penal subjetivaofende o princípio da responsabilidade penal subjetiva – porque vc pune sem dolo e– porque vc pune sem dolo e sem culpa. Pessoa jurídica não tem

sem culpa. Pessoa jurídica não tem dolo ou culpa.dolo ou culpa.  b)

 b) ofende o princípio da culpabilidadeofende o princípio da culpabilidade – a pessoa jurídica não tem potencial consciência– a pessoa jurídica não tem potencial consciência da ilicitude, por exemplo.

da ilicitude, por exemplo. c)

c) ofofenende de o o prprinincícípipio o da da rerespspononsasabibilidlidadade e pepenanal l pepessssoaoal l  – – ppaassssaa--sse e a a uummaa responsabilida

responsabilidade coletiva, de coletiva, vedada pela Constituiçãovedada pela Constituição d)

d) ofende o princípio da personalidade da penaofende o princípio da personalidade da pena – a pena ultrapassa a pessoa do– a pena ultrapassa a pessoa do delinquente.

delinquente.

2ª Corrente: SIM 

2ª Corrente: SIM – pessoa jurídica pode ser autora de crime e, – pessoa jurídica pode ser autora de crime e, portanto, responsabilizadaportanto, responsabilizada  penalmente. Ela trabalha

 penalmente. Ela trabalha com a com a constituição Federal que, para constituição Federal que, para ela, traz ela, traz a responsabilidade penala responsabilidade penal da pessoa jurídica. Como a segunda corrente rebate a primeira? Ela diz o seguinte: trata-se de da pessoa jurídica. Como a segunda corrente rebate a primeira? Ela diz o seguinte: trata-se de responsabilidade objetiva autorizada pela Constituição Federal. Ela não nega a responsabilidade responsabilidade objetiva autorizada pela Constituição Federal. Ela não nega a responsabilidade objetiva (não há como se dizer que pessoa jurídica tem

objetiva (não há como se dizer que pessoa jurídica tem dolo e culpa). Essa corrente não inventa odolo e culpa). Essa corrente não inventa o dolo ou culpa para a pessoa jurídica. Não nega a responsabilidade objetiva, mas diz que esta dolo ou culpa para a pessoa jurídica. Não nega a responsabilidade objetiva, mas diz que esta responsabilida

responsabilidade está de está autorizada pela Constituição.autorizada pela Constituição. E como essa corrente nega que pessoa jurídica

E como essa corrente nega que pessoa jurídica não tem potencial consciência da ilicitude?não tem potencial consciência da ilicitude? Ela diz que a

Ela diz que a pessoa jurídica deve responder por seus atos, arrastando-se o juízo de pessoa jurídica deve responder por seus atos, arrastando-se o juízo de culpabilidadeculpabilidade às suas características.

às suas características.

E quanto à personalidade da pena? Para essa corrente, somente efeitos da condenação E quanto à personalidade da pena? Para essa corrente, somente efeitos da condenação  passam da

 passam da pessoa do pessoa do delinquente. O delinquente. O que que passa da passa da pessoa jurídica pessoa jurídica delinquente são delinquente são os os efeitos daefeitos da condenaçã

condenação, jamais o o, jamais o cumprimento da pena. Ninguém vai cumprir cumprimento da pena. Ninguém vai cumprir pena por ela.pena por ela.

3ª CorrCorrenteente:: NÃNÃO, O, MAMASS  –  –  PePessssoa oa jujurídrídicica a NÃNÃO O prprataticica a crcrimime, e, MAMAS S popode de seser r  responsabilizad

responsabilizada a criminalmente.criminalmente.

Requisitos: Crimes ambientais praticados por funcionários ou terceiros seguindo a ordem Requisitos: Crimes ambientais praticados por funcionários ou terceiros seguindo a ordem da pessoa jurídica em benefício da

da pessoa jurídica em benefício da pessoa jurídica.pessoa jurídica.  Neste caso, a d

 Neste caso, a denúncia deve aenúncia deve alcançar a pessoa lcançar a pessoa física autora do delito + pefísica autora do delito + pessoa jurídica. Sessoa jurídica. Se vc não sabe quem é a pessoa física, não pode denunciar a pessoa jurídica. É o

vc não sabe quem é a pessoa física, não pode denunciar a pessoa jurídica. É o sistema da duplasistema da dupla imputação

imputação. A denúncia tem que ser ofertada em face da pessoa física e jurídica. A jurídica não. A denúncia tem que ser ofertada em face da pessoa física e jurídica. A jurídica não  pratica crime.

(7)

ao lado dela. Quem pratica crime, é a pessoa físcia a mando da pessoa jurídica que será ao lado dela. Quem pratica crime, é a pessoa físcia a mando da pessoa jurídica que será corresponsável.

corresponsável.

Esse sistema da dupla imputação está no art. 3º da Lei 9605/98: Esse sistema da dupla imputação está no art. 3º da Lei 9605/98:

““ArArt. t. 33º º AAs s ppesessosoas as jujuríríddicicas as seserãrão o rerespspononsasabibililizazadadass admi

administratnistrativa, iva, civil civil ee penalmente penalmente conforme o disposto nesta Lei,conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.”

interesse ou benefício da sua entidade.” “P

“Pararágágrarafo fo únúnicico. o. A A rerespspononsasabibililidadade de dadas s pepessssoaoass  jurídicas

 jurídicas não não exclui exclui a a das das pessoas pessoas físicas, físicas, autoras, autoras, co-autoras co-autoras ouou  partícipes do mesmo fato.”

 partícipes do mesmo fato.”

Qual das três correntes prevalece hoje? A terceira corrente hoje é a adotada pelo STJ. Qual das três correntes prevalece hoje? A terceira corrente hoje é a adotada pelo STJ. Como é que essa terceira corrente contorna a responsabilidade penal objetiva? Ela admite que a Como é que essa terceira corrente contorna a responsabilidade penal objetiva? Ela admite que a re

respspononsasabibililidadade de pepenanal l da da pepessssoa oa jujurídrídicica a é é obobjejetitivava? ? ElEla a didiz z o o seseguguinintete: : nãnão o é é umumaa corresponsabilidade penal objetiva. O STJ usou a seguinte expressão? A

corresponsabilidade penal objetiva. O STJ usou a seguinte expressão? A responsabilidaderesponsabilidade penal da pessoa jurídica é uma responsabilidade penal social

penal da pessoa jurídica é uma responsabilidade penal social . Não é nem objetiva e nem. Não é nem objetiva e nem subjetiva. É social.

subjetiva. É social.

3.2.

3.2. Sujeito passivo da infraçãoSujeito passivo da infração É pessoa ou entidade que sofre

É pessoa ou entidade que sofre a consequencia da infração penal.a consequencia da infração penal. Quem pode ser sujeito passivo? Pessoa física, pessoa jurídica ou

Quem pode ser sujeito passivo? Pessoa física, pessoa jurídica ou então, entidades ou entesentão, entidades ou entes sem personalidade jurídica (exemplo: crimes contra a família, etc.). Esses crimes cujo sujeito sem personalidade jurídica (exemplo: crimes contra a família, etc.). Esses crimes cujo sujeito  passivo é o e

 passivo é o ente despersonaliznte despersonalizado o delito é chaado o delito é chamado demado de crime vagocrime vago..

Pessoa jurídica pode ser vítima de extorsão mediante sequestro? Art. 159, do Código Pessoa jurídica pode ser vítima de extorsão mediante sequestro? Art. 159, do Código Penal:

Penal:

“Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para “Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do

outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:”resgate:” E aí? Pessoa jurídica pode ser

E aí? Pessoa jurídica pode ser vítima de extorsão mediante sequestro prevista no art. vítima de extorsão mediante sequestro prevista no art. 159,159, do CP? Caiu em concurso: Claro que pode! Vc sequestra a pessoa física, mas quem pode acabar  do CP? Caiu em concurso: Claro que pode! Vc sequestra a pessoa física, mas quem pode acabar   pagando o

 pagando o resgate é resgate é uma uma pessoa jurídica. pessoa jurídica. Duas são Duas são as as vítimas: vítimas: a a pessoa física pessoa física que que é é levada e levada e aa  jurídica que dá o dinhe

 jurídica que dá o dinheiro. Mais do que protegeiro. Mais do que proteger a locomoção, da qur a locomoção, da qual a pessoa jurídica nal a pessoa jurídica não podeão pode ser vítima, quem pode pagar o resgate é a empresa.

ser vítima, quem pode pagar o resgate é a empresa. Al

Alguguém ém seseququesestra tra o o SiSilvlvio io SaSantntosos. . QuQuem em papagaga? ? O O BaBancnco. o. As As vívítitimamas s sãsão o SiSilvlvioio (liberdade de locomoção) e o

(liberdade de locomoção) e o Banco (vítima patrimonial).Banco (vítima patrimonial).

4.

(8)

4.1.

4.1. Objeto materialObjeto material É a pessoa ou coisa

É a pessoa ou coisa sobre a qual recai sobre a qual recai a conduta criminosa.a conduta criminosa. Não se confunde com sujeito passivo!

Não se confunde com sujeito passivo! O

O quque e é é susujejeitito o atativivo? o? AuAutotor r da da ininfrfraçaçãoão. . E E o o susujejeitito o papasssisivovo? ? O O quque e sosofrfre e asas consequências. Vamos supor que o Rogério furtou a carteira do Renato. Quem é o sujeito ativo? consequências. Vamos supor que o Rogério furtou a carteira do Renato. Quem é o sujeito ativo? Rogério. Quem é o passivo nessa relação? Renato porque sofreu uma consequência da infração. Rogério. Quem é o passivo nessa relação? Renato porque sofreu uma consequência da infração. E o objeto material? É a carteira.

E o objeto material? É a carteira. A conduta recaiu sobre a carteira.A conduta recaiu sobre a carteira.

Rogério matou o Renato. Quem é o sujeito ativo? Rogério? E o sujeito passivo? O Rogério matou o Renato. Quem é o sujeito ativo? Rogério? E o sujeito passivo? O Renato. E o objeto material? O Renato. Pode coincidir com o sujeito passivo. Em regra, o objeto Renato. E o objeto material? O Renato. Pode coincidir com o sujeito passivo. Em regra, o objeto material não coincide com o

material não coincide com o sujeito passivo, salvo alguns casos excepcionais, como o homicídio.sujeito passivo, salvo alguns casos excepcionais, como o homicídio. Exemplo de crime com sujeito ativo, com sujeito passivo, mas sem objeto material:

Exemplo de crime com sujeito ativo, com sujeito passivo, mas sem objeto material: existeexiste crime sem objeto material? Sim. Ato obsceno e falso testemunho. São crimes que não recaem crime sem objeto material? Sim. Ato obsceno e falso testemunho. São crimes que não recaem sobre ninguém ou qualquer coisa. Nesses crimes,

sobre ninguém ou qualquer coisa. Nesses crimes, a conduta do agente não a conduta do agente não recaem sobre ninguémrecaem sobre ninguém e sobre coisa

e sobre coisa nenhuma.nenhuma.

Pergunta do final da aula: Qual o objeto material do latrocínio? O objeto material é a Pergunta do final da aula: Qual o objeto material do latrocínio? O objeto material é a  pessoa ou coisa sobre a qual

 pessoa ou coisa sobre a qual recaiu a conduta criminosa. No recaiu a conduta criminosa. No caso do latrocínio, a violência recaicaso do latrocínio, a violência recai sobre a pessoa, junto com a

sobre a pessoa, junto com a coisa subtraída.coisa subtraída.

4.2.

4.2. Objeto jurídicoObjeto jurídico

“O objeto jurídico é o interesse tutelado pela norma penal.” “O objeto jurídico é o interesse tutelado pela norma penal.”  Não há

 Não há crime crime sem bem sem bem jurídico tutelado. jurídico tutelado. Todos os Todos os tipos tipos penais têm penais têm que proteger que proteger algumalgum interesse. Mas temos tipos penais que protegem mais

interesse. Mas temos tipos penais que protegem mais de um bem jurídico.de um bem jurídico. São os

São os crimes de dupla objetividade jurídica:crimes de dupla objetividade jurídica: latrocínio (patrimônio e vida), extorsãolatrocínio (patrimônio e vida), extorsão mediante sequestro (patrimônio e liberdade). Há pluralidade de

mediante sequestro (patrimônio e liberdade). Há pluralidade de interesses protegidos.interesses protegidos.

Furto: Rogério sujeito ativo, Renato passivo, carteira é objeto material: objeto jurídico –  Furto: Rogério sujeito ativo, Renato passivo, carteira é objeto material: objeto jurídico –   patrimônio.

 patrimônio. Ho

Homicmicídiídio: o: RogRogériério o susujeijeito to atiativo, vo, RenRenato ato susujeijeito to paspassivsivo, o, renrenato ato tamtambém bém é é objobjetoeto material – qual o bem jurídico? Vida.

(9)

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO DELITO

INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO DELITO

Inúmeros são os fatos que ocorrem no mundo. São fatos humanos e fatos da natureza. O Inúmeros são os fatos que ocorrem no mundo. São fatos humanos e fatos da natureza. O direito penal é seletivo. Se é seletivo, ele ignora os fatos da natureza (nos quais não interfere o direito penal é seletivo. Se é seletivo, ele ignora os fatos da natureza (nos quais não interfere o homem). Para o direito

homem). Para o direito penal interessam apenas os fatos humanos.penal interessam apenas os fatos humanos.

Esses fatos humanos podem ser desejados e indesejados. O direito penal é seletivo. Ele é Esses fatos humanos podem ser desejados e indesejados. O direito penal é seletivo. Ele é uma peneira. Se é seletivo, ele já alerta que fatos humanos desejados não interessam para o uma peneira. Se é seletivo, ele já alerta que fatos humanos desejados não interessam para o direito penal. Só interessam para o

direito penal. Só interessam para o direito penal os fatos direito penal os fatos humanos indesejadoshumanos indesejados..

Todos os fatos humanos indesejados interessam para o direito penal? Não. Andar na Todos os fatos humanos indesejados interessam para o direito penal? Não. Andar na contramão é um fato indesejado que não interessa para o direito penal porque o direito penal é contramão é um fato indesejado que não interessa para o direito penal porque o direito penal é anu

anuncinciado ado pepelo lo priprincíncípio pio da da intintervervençenção ão mínmínimaima, , é é dizdizer, er, o o dirdireiteito o penpenal al é é subsubsidsidiáriário io ee fragmentário.

fragmentário.

Ou seja, o os fatos humanos indesejados só interessam para o direito penal quando Ou seja, o os fatos humanos indesejados só interessam para o direito penal quando consistirem em uma conduta que produza um resultado com nexo causal entre ela, conduta e o consistirem em uma conduta que produza um resultado com nexo causal entre ela, conduta e o resultado e que apresente tipicidade formal e material. Lembrando que a tipicidade formal nada resultado e que apresente tipicidade formal e material. Lembrando que a tipicidade formal nada mais é do que o ajuste a um tipo penal. Se ajusta formal e materialmente a um tipo penal. A mais é do que o ajuste a um tipo penal. Se ajusta formal e materialmente a um tipo penal. A  partir

 partir daí daí eu eu não tenho não tenho só só um um fato, fato, eu eu tenho tenho um um fato fato típico. típico. E E vcs sabem vcs sabem que oque o fato típico é ofato típico é o primeiro substrato do crime

primeiro substrato do crime. É o primeiro requisito do cri. É o primeiro requisito do crime. Quem fala em substrato? Bettiol.me. Quem fala em substrato? Bettiol. Prosseguindo: O Crime, no entanto, além do fato típico, necessita da ilicitude. A ilicitude Prosseguindo: O Crime, no entanto, além do fato típico, necessita da ilicitude. A ilicitude aparece como segundo substrato do crime. E para a maioria, além do fato típico e da ilicitude é aparece como segundo substrato do crime. E para a maioria, além do fato típico e da ilicitude é imprescindível também, a culpabilidade, aparecendo como terceiro substrato do crime.

imprescindível também, a culpabilidade, aparecendo como terceiro substrato do crime.

 Fato típico – primeiro substrato do crime, mas não único.Fato típico – primeiro substrato do crime, mas não único. 

 Ilicitude – segundo substrato do crimeIlicitude – segundo substrato do crime 

 Culpabilidade – terceiro substrato do crimeCulpabilidade – terceiro substrato do crime

Se o

Se o fato for típico, o fato for típico, o lícitlícito é o é culpculpávelável, , nascnasce ae a punibilidadepunibilidade. Vejam que a punibilidade. Vejam que a punibilidade não é substrato do

não é substrato do crime, mas sua consequência jurídica.crime, mas sua consequência jurídica.

Aqui temos a introdução se for requerida uma dissertação sobre a teoria geral do delito. Aqui temos a introdução se for requerida uma dissertação sobre a teoria geral do delito. Vc vai explicar que os fatos, apenas os humanos interessam ao direito penal e mesmo assim, Vc vai explicar que os fatos, apenas os humanos interessam ao direito penal e mesmo assim, aqueles indesejados norteados pelo princípio da intervenção mínima, consistentes em condutas aqueles indesejados norteados pelo princípio da intervenção mínima, consistentes em condutas  produtoras

 produtoras de de resultados resultados que que se se ajustam ajustam formal formal e e materialmente materialmente a a um um tipo tipo penal, penal, tornando-setornando-se fatos típicos, primeiro substrato do crime, que exige ainda a ilicitude, como segundo substrato e fatos típicos, primeiro substrato do crime, que exige ainda a ilicitude, como segundo substrato e a culpabilidade, como terceiro substrato. A punibilidade não é substrato do crime, mas sua a culpabilidade, como terceiro substrato. A punibilidade não é substrato do crime, mas sua consequênc

consequência ia jurídica.jurídica.

Pronta a introdução, até o final do curso estudaremos: Fato típico – e aqui ficaremos Pronta a introdução, até o final do curso estudaremos: Fato típico – e aqui ficaremos umas três aulas. Ilicitude e,

(10)

1.1.

1.1. ConceitoConceito

Quando se pergunta o que é fato típico, é preciso saber se o examinador quer o conceito Quando se pergunta o que é fato típico, é preciso saber se o examinador quer o conceito analítico ou formal?

analítico ou formal?

Se perguntar o conceito analítico, basta responder que fato típico é o primeiro substrato Se perguntar o conceito analítico, basta responder que fato típico é o primeiro substrato do crime. Pronto. Já é um conceito analítico. Já é o f

do crime. Pronto. Já é um conceito analítico. Já é o fato típico na estrutura do crimeato típico na estrutura do crime

Se perguntar sobre o conceito material: é um fato humano indesejado que, norteado pelo Se perguntar sobre o conceito material: é um fato humano indesejado que, norteado pelo  princípio

 princípio da da intervenção intervenção mínima, mínima, consistente consistente em em uma uma conduta conduta produtora produtora de de resultado resultado que que sese ajusta formal e materialmente a um tipo penal.

ajusta formal e materialmente a um tipo penal. Então, o fato típico se coloca na

Então, o fato típico se coloca na teoria do delito, na estrutura do teoria do delito, na estrutura do crime, analiticamente, secrime, analiticamente, se vc já deu o conceito material?

vc já deu o conceito material?

α)

α) Conceito analíticoConceito analítico – de  – de acordo com acordo com o conceito o conceito analítico, fato analítico, fato típico é típico é o primeiroo primeiro substrato do crime. Quem fala

substrato do crime. Quem fala em substrato? Bettiol.em substrato? Bettiol.

β)

β) Conceito material Conceito material  –  – é é um um fato fato humano humano indesejado, indesejado, norteado norteado pelo pelo princípio princípio dada intervenção mínima, consistente em uma conduta produtora de um resultado que intervenção mínima, consistente em uma conduta produtora de um resultado que se ajusta formal e materialmente a um tipo penal.

se ajusta formal e materialmente a um tipo penal.

Dificilmente há um livro de outrina que conceitua fato típico. Vc é diferenciado. Já sabe Dificilmente há um livro de outrina que conceitua fato típico. Vc é diferenciado. Já sabe dois conceitos. Agora que já vimos o conceito de f

dois conceitos. Agora que já vimos o conceito de fato típico, vamos estudar os elementos do fatoato típico, vamos estudar os elementos do fato típico.

típico.

1.2.

1.2. ElementosElementos O fato típico

O fato típico é constituído por conduta, resultado, nexo causal e é constituído por conduta, resultado, nexo causal e resultado.resultado.

2.

2. FATO TÍPICO: 1º ELEMENTO:FATO TÍPICO: 1º ELEMENTO: CONDUTACONDUTA Agora é viagem total. Preparem-se!

Agora é viagem total. Preparem-se! Antes um parêntesis, para ficar claro

Antes um parêntesis, para ficar claro algo que alguém não entendeu bem:algo que alguém não entendeu bem:

Vcs estão lembrados que falei do deputado federal, do deputado estadual e do vereador? Vcs estão lembrados que falei do deputado federal, do deputado estadual e do vereador? Falei que o deputado federal tem foro especial e se ele comete homicídio, ele vai a júri ou vai Falei que o deputado federal tem foro especial e se ele comete homicídio, ele vai a júri ou vai  para o STF?

 para o STF? Se os dois estão Se os dois estão na Constituição, a Constituição está excepcionando-se a si na Constituição, a Constituição está excepcionando-se a si mesma,mesma, significando que ele não vai a júri. Lembram disso?

(11)

Deputado estadual – vai a júri (CF) ou fica no TJ? Onde está a competência do TJ? A Deputado estadual – vai a júri (CF) ou fica no TJ? Onde está a competência do TJ? A competência para processar deputado estadual também está na Constituição Federal. A estadual competência para processar deputado estadual também está na Constituição Federal. A estadual só repete. No caso de homicídio, de quem é a competência? Do TJ.

só repete. No caso de homicídio, de quem é a competência? Do TJ. Mas Rogério, não é isso que fala a Súmula 721, do STF: Mas Rogério, não é isso que fala a Súmula 721, do STF:

“A

“A cocompmpetetênêncicia a coconsnstititutuciciononal al do do TrTribibununal al do do JúJúriri  prevalece

 prevalece sobre sobre o o foro foro por por prerrogativa prerrogativa de de função função estabelecidoestabelecido exclusivamente*

exclusivamente*pela Constituição estadual.”pela Constituição estadual.”

Cuidado para não errar isso! O deputado estadual não tem competência

Cuidado para não errar isso! O deputado estadual não tem competência exclusiva*exclusiva* nana constituição estadual. Ela está na Constituição Federal!! A estadual só repete. A Súmula 721 constituição estadual. Ela está na Constituição Federal!! A estadual só repete. A Súmula 721 1im

1impepede de foro foro espespeciecial al parpara a ververeaeadordor, , mamais is ninninguéguém. m. Os Os dedemaimais s cocontintinuanuam m com com forforo o nana Constituição Federal.

Constituição Federal.

Feito o parêntesis, voltemos: Feito o parêntesis, voltemos:

2.1.

2.1. Conceito de condutaConceito de conduta

O que é conduta? Depende da teoria. Todas as teorias que eu vou colocar agora são O que é conduta? Depende da teoria. Todas as teorias que eu vou colocar agora são teorias que nasceram explicando o que vem a

teorias que nasceram explicando o que vem a ser conduta:ser conduta:

a)

a) Conduta Conduta para para a a Teoria Teoria CAUSALISTACAUSALISTA

O que é conduta para a teoria causalista? Para a teoria causalista, crime é constituído de: O que é conduta para a teoria causalista? Para a teoria causalista, crime é constituído de:

•• fato típico (constituído de: fato típico (constituído de: ação, resultado, nexo causal e tipicidade),ação, resultado, nexo causal e tipicidade), •• ilicitude eilicitude e

•• culpabilidadeculpabilidade

O causalismo é tripartiti, é teoria tripartida. E, para a teoria causalista, o fato típico é O causalismo é tripartiti, é teoria tripartida. E, para a teoria causalista, o fato típico é constituído de ação, resultado, nexo causal e tipicidade.

constituído de ação, resultado, nexo causal e tipicidade.

“Conduta, para o causalismo, nada mais é do que uma ação, movimento corporal  “Conduta, para o causalismo, nada mais é do que uma ação, movimento corporal  voluntário, causador de modificação no mundo exterior. É objetiva (não admite valoração), voluntário, causador de modificação no mundo exterior. É objetiva (não admite valoração), desprovida de dolo e c

desprovida de dolo e culpa, não admitindo valoração.”ulpa, não admitindo valoração.”

“Aliás, para essa teoria, o dolo e a culpa pertencem à culpabilidade” “Aliás, para essa teoria, o dolo e a culpa pertencem à culpabilidade”

•• Críticas à teoria causalistaCríticas à teoria causalista Diz que conduta é ação. Quando diz

Diz que conduta é ação. Quando diz isso, esquece a omissão.isso, esquece a omissão. “Nã

“Não o ababranrange ge os os crimcrimes es omiomississivos; vos; há há reqrequisiuisitos tos subsubjetjetivoivos s que que não não perpertentencem cem àà culpabilidade (elementos subjetivos do tipo); a culpabilidade não é só vínculo subjetivo.”

culpabilidade (elementos subjetivos do tipo); a culpabilidade não é só vínculo subjetivo.”

Tem elementos subjetivos que são do tipo, não são da culpabilidade. Como é que pode o Tem elementos subjetivos que são do tipo, não são da culpabilidade. Como é que pode o dolo estar na lá culpabilidade e ser elemento subjetivo do fato típico? Como é que pode o dolo dolo estar na lá culpabilidade e ser elemento subjetivo do fato típico? Como é que pode o dolo

(12)

subjetivo? Como é que pode as

subjetivo? Como é que pode as duas coisas estarem totalmente dissociadas?duas coisas estarem totalmente dissociadas?

Atenção: As grandes críticas à teoria causalista se resumem: Conduta para a teoria Atenção: As grandes críticas à teoria causalista se resumem: Conduta para a teoria ca

caususalalisista ta nãnão o exexplplicica a crcrimime e omomisissisivo vo (s(se e elela a fafala la quque e é é açaçãoão, , cocomo mo jujuststifificica a os os crcrimimeses omissivos?) e a segunda grande crítica é que o dolo e a culpa estão lá na culpabilidade, sendo omissivos?) e a segunda grande crítica é que o dolo e a culpa estão lá na culpabilidade, sendo que é perfeitamente possível tipos penais trazerem elementos subjetivos, como “com o fim de”. que é perfeitamente possível tipos penais trazerem elementos subjetivos, como “com o fim de”. Tipos que têm “com o

Tipos que têm “com o fim de” são totalmente dissociados do dolo, que vai fim de” são totalmente dissociados do dolo, que vai ser analisado somenteser analisado somente depois.

depois.

Agora vamos conceituar conduta de acordo com o

Agora vamos conceituar conduta de acordo com o neokantismneokantismoo

b)

b) Conduta Conduta para para a a Teoria Teoria NEOKANTISNEOKANTISTATA Para a teoria neokantista crime

Para a teoria neokantista crime também tem três substratos:também tem três substratos:

•• Também é fato típico (composto de: conduta, resultado, nexo e tipicidade)Também é fato típico (composto de: conduta, resultado, nexo e tipicidade) •• Também é ilicitudeTambém é ilicitude

•• Também é culpabilidadeTambém é culpabilidade

O fato típico também é formado de conduta (ao invés de ação da causalista, prefere O fato típico também é formado de conduta (ao invés de ação da causalista, prefere conduta), resultado, nexo e

conduta), resultado, nexo e tipicidade.tipicidade. O que vem a ser conduta? O que vem a ser conduta?

“A teoria neokantista, ao invés de ação, prefere falar em conduta, abrangendo omissão, “A teoria neokantista, ao invés de ação, prefere falar em conduta, abrangendo omissão, não mais neutra, expressando uma valoração

não mais neutra, expressando uma valoração negativa da lei.”negativa da lei.” Pa

Para ra esesta ta teteororiaia, , ololha ha quque e imimpoportartantnte, e, adadmimitete-se -se elelememenento to nonormrmatativivo o do do titipopo,,  permanecend

 permanecendo o dolo dolo e e culpa culpa na na culpabilidade. culpabilidade. Reparem Reparem que que para para essa essa teoria, teoria, o o dolo dolo e e a a culpaculpa continuam na

continuam na culpabilidadeculpabilidade..

Importante ter atenção com o seguinte: a teoria neokantista adota os conceitos principais Importante ter atenção com o seguinte: a teoria neokantista adota os conceitos principais do causalismo, com algumas

do causalismo, com algumas evoluções.evoluções.

•• Críticas à Teoria NeokantistaCríticas à Teoria Neokantista

“Partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória quando reconhece elementos “Partindo de conceitos naturalistas, ficou contraditória quando reconhece elementos normativos e subjetivos

normativos e subjetivos do tipo, porém, mantém o dolo e do tipo, porém, mantém o dolo e a culpa na culpabilidade.”a culpa na culpabilidade.”

Partindo de conceitos naturalistas, como é que ela pode admitir elementos normativos e Partindo de conceitos naturalistas, como é que ela pode admitir elementos normativos e subjetivos do tipo? E mais, para ela, o dolo e a culpa permanecem na culpabilidade. Comete o subjetivos do tipo? E mais, para ela, o dolo e a culpa permanecem na culpabilidade. Comete o mesmo erro do causalismo. Se ela

mesmo erro do causalismo. Se ela parte de conceitos naturalistas, não pode reconhecer elementosparte de conceitos naturalistas, não pode reconhecer elementos normativos nem subjetivos. Por que? Porque ela continua trabalhando com dolo e culpa na normativos nem subjetivos. Por que? Porque ela continua trabalhando com dolo e culpa na culpabilidade.

culpabilidade.

c)

c) Conduta para Conduta para a a Teoria Teoria FINALISTAFINALISTA Essa teoria também é tripartiti. Crime para ela: Essa teoria também é tripartiti. Crime para ela:

(13)

•• Também é ilicitudeTambém é ilicitude •• Também é culpabilidadeTambém é culpabilidade

E o que vem a ser conduta para o finalismo? E o que vem a ser conduta para o finalismo? “Nada mais é do que um movimento

“Nada mais é do que um movimento humano voluntário ciclicamente dirigido a um humano voluntário ciclicamente dirigido a um fim”.fim”. Quando eu digo “ciclicamente dirigido a um fim” já dá para ver que o dolo e a culpa Quando eu digo “ciclicamente dirigido a um fim” já dá para ver que o dolo e a culpa migram da culpabilidade para o fato típico.

migram da culpabilidade para o fato típico.

•• Críticas à teoria finalista ou finalismoCríticas à teoria finalista ou finalismo “A

“A fifinanalilidadade de nãnão o exexplplicica a os os crcrimimes es cuculplposososos, , sensendo do fráfrágigil l tatambmbém ém nonos s cricrimemess omissivos.

omissivos. Centralizou a teoria no desvCentralizou a teoria no desvalor da conduta ignorando o desvalor do resalor da conduta ignorando o desvalor do resultado.”ultado.” Parece que só se preocupa com conduta, ignorando o r

Parece que só se preocupa com conduta, ignorando o resultado.esultado.

d)

d) Conduta Conduta para para a a Teoria Teoria FINALISTA FINALISTA DISSIDENTE DISSIDENTE 

Qual das teorias que explica a conduta é a teoria finalista dissidente? A teoria finalista Qual das teorias que explica a conduta é a teoria finalista dissidente? A teoria finalista dissidente diz que crime é

dissidente diz que crime é constituído apenas de dois substratos:constituído apenas de dois substratos:

•• fato típico efato típico e •• ilicitude.ilicitude.

A culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena. Para ela, a culpabilidade é mero A culpabilidade é pressuposto de aplicação da pena. Para ela, a culpabilidade é mero  pressuposto de

 pressuposto de aplicação da aplicação da pena. No pena. No mais, mais, é é idêntica idêntica à à finalista finalista tradicional. A tradicional. A única diferençaúnica diferença da finalista dissidente para a outra, é a natureza jurídica da culpabilidade. No mais, o conceito de da finalista dissidente para a outra, é a natureza jurídica da culpabilidade. No mais, o conceito de conduta é o mesmo. O

conduta é o mesmo. O fato típico também é fato típico também é constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade.constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade. E o conceito de conduta? É igual ao finalismo tradicional.

E o conceito de conduta? É igual ao finalismo tradicional.

e)

e) Conduta para Conduta para a a Teoria Teoria SOCIAL SOCIAL DA DA AÇÃOAÇÃO

A teoria social da ação continua sendo tripartiti. Crime para ela: A teoria social da ação continua sendo tripartiti. Crime para ela:

•• Também é fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e Também é fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade)tipicidade) •• Também é ilicitudeTambém é ilicitude

•• Também é culpabilidadeTambém é culpabilidade

E o que vem a ser conduta para a teoria social da

E o que vem a ser conduta para a teoria social da ação?ação? “A

“Adodotatandndo o a a estestrurututura ra do do fifinanalilismosmo, , papara ra a a TeTeororia ia SoSocicial al da da AçAçãoão, , cocondndututa a éé comportamento humano socialmente relevante.”

comportamento humano socialmente relevante.”

Se adotou a estrutura do finalismo, isso significa que o dolo e a culpa estão no fato típico, Se adotou a estrutura do finalismo, isso significa que o dolo e a culpa estão no fato típico,  porém

 porém voltam voltam a a ser ser analisados analisados na na culpabilidade. culpabilidade. Eu Eu não não falei falei que que dolo dolo e e culpa culpa estão estão nana culpabilidade. Falei que estão no fato típico, mas voltam a ser analisados na culpabilidade. culpabilidade. Falei que estão no fato típico, mas voltam a ser analisados na culpabilidade. Então, cuidado com isso!

(14)

•• Críticas à Teoria Social da AçãoCríticas à Teoria Social da Ação

 Não há clare

 Não há clareza no que significa za no que significa “fato socialmente rele“fato socialmente relevante.”vante.” Agora temos que analisar mais duas teorias

Agora temos que analisar mais duas teorias e acaba.e acaba.  f)

 f) Conduta para Conduta para a Teoria FUNCIOa Teoria FUNCIONALISTA TELEOLÓGNALISTA TELEOLÓGICAICA Para o funcionalista telelógico o crime é constituído de:

Para o funcionalista telelógico o crime é constituído de:

•• Fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade)Fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade) •• Ilicitude eIlicitude e

•• ReprovabilidadeReprovabilidade

A reprovabilidade é composta de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e A reprovabilidade é composta de imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena.

exigibilidade de conduta diversa e necessidade da pena.

Para o funcionalismo teleológico, a reprovabilidade entrou no lugar

Para o funcionalismo teleológico, a reprovabilidade entrou no lugar da culpabilidade.da culpabilidade. O que eles fizeram com a culpabilidade? Aqui, a

O que eles fizeram com a culpabilidade? Aqui, a culpabilidadeculpabilidade passa a ser passa a ser  limite dalimite da pena

pena..

E o fato

E o fato típico é composto do quê? típico é composto do quê? Também: conduta, resultado, nexo e tipicidade.Também: conduta, resultado, nexo e tipicidade. E o que vem a ser conduta para essa teoria?

E o que vem a ser conduta para essa teoria?

“Para o funcionalismo teleológico, conduta é o comportamento humano orientado pelo “Para o funcionalismo teleológico, conduta é o comportamento humano orientado pelo  princípio

 princípio da da intervenção intervenção mínima mínima causador causador de de relevante relevante e e intolerável intolerável lesão lesão a a bens bens jurídicosjurídicos tutelados”.

tutelados”.

Isso é importante: Isso é importante:

1) Dolo e culpa no fato típico. 1) Dolo e culpa no fato típico. 2) O fim do direito

2) O fim do direito penal é resguardar bens jurídicos.penal é resguardar bens jurídicos. 3) O funcionalismo trabalha com

3) O funcionalismo trabalha com política criminal.política criminal.

Pergunto: O funcionalismo teleológico admite o princípio da insignificância? Admite ou Pergunto: O funcionalismo teleológico admite o princípio da insignificância? Admite ou não? O que é conduta para ele? Comportamento humano orientado pela intervenção mínima não? O que é conduta para ele? Comportamento humano orientado pela intervenção mínima causador de

causador de relevanterelevante ee intolerávelintolerável lesão. Se for insignificante, é conduta? Não. Se não élesão. Se for insignificante, é conduta? Não. Se não é conduta é fato típico? Não. Então ele trabalha com o princípio da insignificância ou não? Sim, conduta é fato típico? Não. Então ele trabalha com o princípio da insignificância ou não? Sim,  porque ele está interessado em resgua

 porque ele está interessado em resguardar o bem jurídico e se não houve lesão a bem jurídico elerdar o bem jurídico e se não houve lesão a bem jurídico ele está resguardado.

está resguardado.

•• Críticas à Teoria Funcionalista TeleológicaCríticas à Teoria Funcionalista Teleológica

A única crítica que se faz a essa teoria é colocar a reprovabilidade como substrato do A única crítica que se faz a essa teoria é colocar a reprovabilidade como substrato do crime, ao invés da

crime, ao invés da culpabilidade.culpabilidade.

74 74

(15)

 g)

 g) Conduta para a Teoria FUNCIOConduta para a Teoria FUNCIONALISTA RADICAL oNALISTA RADICAL ou SISTÊMICAu SISTÊMICA Para essa teoria, o crime também tem três substratos:

Para essa teoria, o crime também tem três substratos:

•• Fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade)Fato típico (tb constituído de: conduta, resultado, nexo e tipicidade) •• Ilicitude eIlicitude e

•• (volta para a) Culpabilidade(volta para a) Culpabilidade

O que é conduta para a Teoria Funcionalista Radical ou Sistêmica é a provocação de um O que é conduta para a Teoria Funcionalista Radical ou Sistêmica é a provocação de um resultado evitável, violador do sistema, frustrando as

resultado evitável, violador do sistema, frustrando as expectativas normativasexpectativas normativas.”.”

Onde estão o dolo e a culpa para essa corrente? Continuam no fato típico. Daqui não Onde estão o dolo e a culpa para essa corrente? Continuam no fato típico. Daqui não saem mais.

saem mais.

Para o funcionalismo teleológico, a missão do direito penal é resguardar bens jurídicos e Para o funcionalismo teleológico, a missão do direito penal é resguardar bens jurídicos e  para

 para o o funcionalismo funcionalismo radical? radical? ÉÉ resguardar o sistemaresguardar o sistema. Aqui não se trabalha com política. Aqui não se trabalha com política criminal. Vc violou o sistema? Vc é um inimigo dele.

criminal. Vc violou o sistema? Vc é um inimigo dele.

O funcionalista radical admite princípio da insignificância? Não. Ele está preocupado O funcionalista radical admite princípio da insignificância? Não. Ele está preocupado com o sistema. O furto, insignificante ou não, viola o sistema. E vc deve ser tratado como com o sistema. O furto, insignificante ou não, viola o sistema. E vc deve ser tratado como inimigo.

inimigo.

•• Críticas à Teoria Funcionalista Radical ou Críticas à Teoria Funcionalista Radical ou SistêmicaSistêmica “Serve aos Estados totalitários”.

“Serve aos Estados totalitários”.

Se perguntarem o que é conduta, vc tem no caderno sete teorias conceituando conduta, Se perguntarem o que é conduta, vc tem no caderno sete teorias conceituando conduta, com as respectivas críticas. Tem que decorar e acertar na prova. De todas as que colocou, quais com as respectivas críticas. Tem que decorar e acertar na prova. De todas as que colocou, quais são as que caem no

são as que caem no concurso?concurso?

•• MPMP/M/MG G – – 1ª 1ª fafasese: : “Q“Quauais is as as didifefererençnças as enentrtre e fufuncncioionanalilismsmo o raradidicacal l ee funcionalismo teleológico”?

funcionalismo teleológico”?

•• Delegado/SP: “Dissertação: Direito Delegado/SP: “Dissertação: Direito Penal do Inimigo”Penal do Inimigo” •• MPF, MP/PI: Funcionalismo.MPF, MP/PI: Funcionalismo.

Caiu funcionalismo em três concursos seguidos. O que eu vou ter que fazer? Vou ter que Caiu funcionalismo em três concursos seguidos. O que eu vou ter que fazer? Vou ter que aprofundar o

aprofundar o funcionalismo.funcionalismo.

O FUNCIONALISMO – ESTUDO

O FUNCIONALISMO – ESTUDO APROFUNDADOAPROFUNDADO Vou preparar uma dissertação para vocês:

Vou preparar uma dissertação para vocês: Origem

Origem: Alemanha, década de 70.: Alemanha, década de 70. Finalidade

Finalidadedo Funcionalismo: Submeter a dogmática penal aos fins do Funcionalismo: Submeter a dogmática penal aos fins específicos do direitoespecíficos do direito  penal

 penal e e é é exatamente aqui exatamente aqui que que divergem divergem os os funcionalistas teleológicos funcionalistas teleológicos e e os os sistêmicos/radicasistêmicos/radicaisis (quanto aos fins do direito penal). Toda dogmática penal, a doutrina penal está ligada ao fim do (quanto aos fins do direito penal). Toda dogmática penal, a doutrina penal está ligada ao fim do direito penal. Se vc discorda quanto a isso, vc vai ter que formular

(16)

Diferenças entre funcionalismo teleológico e

Diferenças entre funcionalismo teleológico e radical:radical:

FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO

FUNCIONALISMO TELEOLÓGICO FUNCIONALISMO RADICAL OUFUNCIONALISMO RADICAL OUSISTÊMICOSISTÊMICO Criador

Criador Cllaauus C s RRooxxiinn GGüünntthheer r JJaaccoobbss

Características Características

Pr

Preoeocucupapa-s-se ce com om os os fifins ns do do didirereitito po penenalal.. PrPreoeocucupapa-s-se ce com om os os fifins ns da da pepenana..  Norteado por finalidades político-criminais.

 Norteado por finalidades político-criminais. Leva em consideração somente asLeva em consideração somente asnecessidades do sistema.necessidades do sistema. Busca a proteção dos bens jurídicos

Busca a proteção dos bens jurídicos indispensáveis ao indivíduo e à

indispensáveis ao indivíduo e à sociedade.sociedade. Busca a reafirmação da autoridade do direito.Busca a reafirmação da autoridade do direito. Trabalha com prevenção geral positiva (a pena

Trabalha com prevenção geral positiva (a pena deve servir como fato de inibição do crime). deve servir como fato de inibição do crime).

Trabalha com a função geral preventiva da Trabalha com a função geral preventiva da  pena.

 pena. Cria a imputação do resultado, integrando ao

Cria a imputação do resultado, integrando ao tipo penal.

tipo penal.

Ao descumprir a sua função na sociedade o Ao descumprir a sua função na sociedade o sujeito deve ser eficazmente punido.

sujeito deve ser eficazmente punido.**

** Somente assim vc reafirma a autoridade do direito. Somente assim vc reafirma a autoridade do direito. É aqui que desenvolve a Teoria do Direito É aqui que desenvolve a Teoria do Direito Penal do Inimigo. APenal do Inimigo. A  preocupação

 preocupação de de Jacobs Jacobs não não é é o o bem bem jurídico jurídico indispensável indispensável à à convivência convivência social, social, mas mas o o sistema. sistema. É É a a lei lei comocomo autoridade total.

autoridade total.

Vamos trabalhar com uma caneta bic furtada. Para Roxin, uma caneta bic não é um bem Vamos trabalhar com uma caneta bic furtada. Para Roxin, uma caneta bic não é um bem  jurídico lesado

 jurídico lesado de acordo de acordo a colocar a colocar em risco em risco o indivíduo. o indivíduo. Para Roxin, Para Roxin, não é não é crime. Para crime. Para Jacobs,Jacobs, que leva a necessidade de proteger o sistema, se vc violou sua função na sociedade, pouco que leva a necessidade de proteger o sistema, se vc violou sua função na sociedade, pouco importa se ela é significante ou insignificante. Vc deve ser punido. Como é que vc percebe que o importa se ela é significante ou insignificante. Vc deve ser punido. Como é que vc percebe que o ordenamento adotou ou não o direito

ordenamento adotou ou não o direito penal do inimigo de penal do inimigo de Jacobs?Jacobs?

O DIREITO PENAL DO INIMIGO DE

O DIREITO PENAL DO INIMIGO DE JACOBS JACOBS 

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS::

1.

1. Antecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios – vejam queAntecipação da punibilidade com a tipificação de atos preparatórios – vejam que es

essa sa é é umuma a cacararactctererísístitica ca do do didirereitito o pepenanal l do do ininimimigigo. o. OrOrdedenanamementntos os ququee antecipam a culpabilidade, tipificando o que seriam atos preparatórios, estão antecipam a culpabilidade, tipificando o que seriam atos preparatórios, estão adotando o direito penal do inimigo. Existe algum caso no Brasil que pune ato adotando o direito penal do inimigo. Existe algum caso no Brasil que pune ato  preparatório? Para alguns, formação de

 preparatório? Para alguns, formação de quadrilha ou bando é quadrilha ou bando é a tipificação de a tipificação de atosatos meramente preparatórios (o professor discorda, acha que são atos executórios de meramente preparatórios (o professor discorda, acha que são atos executórios de formação de quadrilha). Se vc concordar com isso, eis aqui uma veia brasileira do formação de quadrilha). Se vc concordar com isso, eis aqui uma veia brasileira do direito penal do inimigo. Exemplo: No Brasil, art. 288, do Código Penal.

direito penal do inimigo. Exemplo: No Brasil, art. 288, do Código Penal.

2.

2. Criação de tipo de mera conduta (sem causar resultado naturalístico) – ExisteCriação de tipo de mera conduta (sem causar resultado naturalístico) – Existe crime de mera conduta no Brasil? Como tem! Os homicídios próprios... Então, o crime de mera conduta no Brasil? Como tem! Os homicídios próprios... Então, o Brasil tem crime de mera conduta. Mais uma veia do direito penal do

(17)

3.

3. Criação de tipos de perigo abstrato (perigo presumido) – O Brasil tem crime deCriação de tipos de perigo abstrato (perigo presumido) – O Brasil tem crime de  perigo

 perigo abstrato? abstrato? Sim. Sim. Lei Lei de de Drogas, Drogas, Estatuto Estatuto do do Desarmamento. Desarmamento. O O problema problema éé que o Supremo vem derrubando isso. Não tem admitido. Essa característica do que o Supremo vem derrubando isso. Não tem admitido. Essa característica do direito penal do inimigo, de crimes de perigo abstrato, o STF tem combatido. direito penal do inimigo, de crimes de perigo abstrato, o STF tem combatido.

4.

4. Desproporcionalidade das penas – São penas desproporcionais à gravidade doDesproporcionalidade das penas – São penas desproporcionais à gravidade do fato.

fato.

5.

5. Surgimento das chamadas “leis de luta” ou “de combate” – Há exemplos no BrasilSurgimento das chamadas “leis de luta” ou “de combate” – Há exemplos no Brasil disso? Seria uma face do direito penal do inimigo. Uma lei que nasceu pensando disso? Seria uma face do direito penal do inimigo. Uma lei que nasceu pensando em determinados crimes. Lei de Crimes Hediondos. É uma lei de crime ou de em determinados crimes. Lei de Crimes Hediondos. É uma lei de crime ou de combate a crime gravíssimo. Lei de Combate à Organização Criminosa é outro combate a crime gravíssimo. Lei de Combate à Organização Criminosa é outro exemplo.

exemplo.

6.

6. Restrição de garantias penais e processuais – É um direito penal de terceiraRestrição de garantias penais e processuais – É um direito penal de terceira velocidade

velocidade, impondo , impondo sistemas sem observância das garantias sistemas sem observância das garantias penais e processuais.penais e processuais. Te

Temomos s oo dirdireiteito o pepenal nal de de priprimeirmeira a velvelococidaidadede e e dirdireiteito o penpenal al de de terterceiceirara velocidade. O que é isso? De primeira velocidade é aquele direito das penas velocidade. O que é isso? De primeira velocidade é aquele direito das penas  privativas

 privativas de de liberdade.liberdade. Direito penal de segunda velocidadeDireito penal de segunda velocidade é o direito penalé o direito penal das penas alternativas. E o

das penas alternativas. E o direito penal de direito penal de terceira velocidadeterceira velocidade, como é o direito, como é o direito  penal

 penal do do inimigo, inimigo, é é o o direito direito penal penal das das penas penas privativas privativas de de liberdade liberdade semsem observânc

observância das ia das garantias penais de proteção.garantias penais de proteção.

O direito penal oscila conforme a necessidade das políticas públicas. Quando estou O direito penal oscila conforme a necessidade das políticas públicas. Quando estou falando em direito penal de

falando em direito penal de primeira velocidadeprimeira velocidade, o cenário era de um mun, o cenário era de um mundo do pós-guerra. do do pós-guerra. OO mundo foi acalmando e o direito penal também, daí admitir as penas alternativas. De repente, mundo foi acalmando e o direito penal também, daí admitir as penas alternativas. De repente, nova velocidade nos acontecimentos mundiais: terrorismo, 11 de setembro, etc. Há um terror  nova velocidade nos acontecimentos mundiais: terrorismo, 11 de setembro, etc. Há um terror  internacional. Para combater esse terror internacional, eu tenho que combater com o mesmo internacional. Para combater esse terror internacional, eu tenho que combater com o mesmo terrorismo, não vou respeitar direitos

terrorismo, não vou respeitar direitos e garantias fundamentais.e garantias fundamentais.  Na próxima aula

Referências

Documentos relacionados

De acordo com depoimentos, o trabalho de reestruturação dos STRs encontrou algumas dificuldades, como: a reação negativa dos trabalhadores rurais

A portaria designando os membros da Comissão Geral de Seleção, juntamente com as declarações de inexistência de impedimento e suspeição de cada membro dessa Comissão em função

Marianne Hojriis, que é psicóloga em escolas profissionais de Randers e que tem participado no desenvolvimento da versão Dinamarquesa do pacote de formação, descreveu, na

O presente estudo utilizou as técnicas da estatística descritiva e inferencial para comparação das médias, visando identificar diferenças entre as mesmas, tendo o

Conversas Para a coordenação de ações De juízos pessoais (justificativas) Para possíveis conversas (sobre como conversamos) Para possíveis ações Públicas Privadas Para

Efeitos da atividade turística na área praiana do Cumbuco – Caucaia – Ceará: novos atores, novos cenários, tendências e perspectivas / Stefane Araújo de Melo.. Maria Elia

Pressione as setas para cima/para baixo para realçar Sim e restaurar as configurações para os padrões de fábrica, ou Não para manter as configurações programadas. Pressione

DIREITO PENAL GERAL: Conceitos e divisões, Escolas Penais, Direito Penal do Inimigo, Fonte do Direito Penal, Classificação das Leis Penais, Interpretação das Leis Penais,