Casa de Sarmento
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Revista de Guimarães
Publicação da Sociedade Martins Sarmento
A
CTIVIDADES
C
ULTURAIS DA
S
OCIEDADE
M
ARTINS
S
ARMENTO
.
C
ONCERTO MUSICAL
.
(sem indicação de autor)
Ano: 1968 | Número: 78
Como citar este documento:
(sem indicação de autor), Actividades Culturais da Sociedade Martins Sarmento.
Concerto musical. Revista de Guimarães, 78 (3-4) Jul.-Dez. 1968, p. 323-326.
ACTIVIDADES CULTURAIS
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transmissível. O ‹‹eu›› de Conceição Pilá, não contém cumplica-
ções psíquicas ou demanda interpretações transcendentes z está aí, claro e límpido, acessível a todos, revelando uma sensibilidade delicada e um gosto equilibrado. Não há rebusca doentia de originalidades ou do insólito, não há atrevimentos técnicos de fácil sensacionalismo: há uma extraordinária economia de meios, um conhecimento sério de um ‹‹métier››, uma honestidade de ser
verdades.
rantã
patente ao público du-
Odia 22.
Concerto má/¡im!
Ainda no mês de Novembro, na noite de 23
,
foi prí-
morosamente executado no Salão Nobre da Sociedade
um excelente Concerto Musical que â. numerosa assis-
tencia deixou a melhor das impressões. Foi o selecto pro-
grama executado pelo trio constituído pela pianista e
professora D. Margarida Policarpo Teixeira, natural de
Guimarães, acompanhada dos professores Snrs. Mário
Rodrigues (Violino) e José Magalhães (Violoncelo).
Momentos antes de iniciado o Concerto o Presidente
da Sociedade fez a apresentação dos concertistas nas se-
guintes breves palavras
:
Minhas Senhoras e meus Senhores O
.A distinta Professora de piano, Senhora D. Margarida Po1i-
carpo Teixeira, actualmente a trabalhar no Conservatório Regional
de Música, na vizinha cidade de Braga, tomou a feliz resolução de
realizar uni concerto em Guimarães, sua terra natal.
Acompanhada dos Professores Senhores Mário Rodrigues
(Violino) e José de Magalhães (Violoncelo), aqui a temos presente, como executante neste trio, excelente conjunto que vamos ter a
ocasião de escutar.
Iššsta apreciável iniciativa da Ex."*** Senhora D. Margarida
Policarpo é merecedora de todo o nosso louvor, c, com muito
reconhecimento, lhe queremos aqui manifestar a nossa satisfação por se ter dignado dar a preferência a esta Colectividade vimaranense para a realização do Concerto com que resolveu brindar os seus conterrâneos, honrando ao mesmo tempo a Casa de Martins Sar-
mento com esta bela manifestação de Arte, e prestando assim a sua valiosa colaboração
as
actividades culturais da nossa prestigiosa Sociedade.Minhas Senhoras e meus Senhores 1
Desde muito cedo que a Senhora D. Margarida Policarpo
começou a revelar uma acentuada vocação musicai, pois já aos 10 anos de idade dava o seu primeiro Concerto de piano, no velho
324
R E F; 15-*].li.. .HF *Zé V Í M A R .ELES<‹'Íleat1°o de
I).
Afonso Henriquesa, que, volvidos anos, as exigen-cias da urbana šzaç;ãc› c o cšesenvolvimento da cidade obrigaram. a demolir.
Tambérn cedo, contudo, D. Margarida Policarpo emigicou da
sua terra, porque este meio lhe não facUltava, naturalmente, as indispensáveis facilidades de ttabaiho, nem: u pleno desenvolvi-
mento a apaixonava, e que lhe deveria dar não
só o necessário impulso à sua vocação, como oferecer-lhe também
uS meios de enfrentar os obstáculos materiais da vida.
da arte que tanto
O terceto executando a magrzífica audição.
Com funda saudade, D. Margarida Policarpo deixaria a terra a que El prendiani laços familiares e onde passara os ditosos !‹111ü$ da
sua infiincia, mas, em compensação, também rápida e sucessiva- mente dava ingresso como executante, cada vez mais apreciada solicitada, em vários orquestras e coniuntos musicais, passando
assim a actuar com frequência em muitas cidades do país.
Hoie, professora exímia, mas estudando incansàveiniente e
progredindo sempre, o trabalho de D. Margarida Policarpo não se manifesta apenas na sua actividade docente c como concertista,
mas também como autora inspirada e competente de composições
musicais diversas, duas das quais vamos ter o prazer de aqui ouvir.
Quero também manifestar o agradecimento da Direcção desta
Casa aos dois distintos profissionais aqui presentes, que acompa¬
ninaram D Margarida Policarpo o violinista Sr. Mario Rodrigues, aturai da cidade de Braga, actualmente executante na magnifica
aí TU. z1:›zu)Es
ÚUL.IURf\I*›325
O víoluncelista Sr. José dc `l/Iagalhãcs, natural du Porto, fez
compositor
de
várias obras, já foi bolseiro da Fundação Caiousre Gulbenkian, Ú que lhe deu possibilidade de realizar vários recitaisnuma das nossas províncias do Ultramar, onde igualmente alcançou
merecido renome.
b
M
parte
da
Orquestra Portuguesade
Ópera, e trabalha presentemente ao lado cio Sr. šlwlário Rodrigues, na Orquestra Sinfónica do Porto.His, minhas Senhoras e meus Senhores, o que se me oferece dizer, neste momento, em breves, quanto insuficientes palavras,
acerca da vida artística dos componentes deste Trio, que a Socie- dade Martins Sarmento recebe com toda a simpatia, agradecendo-
-ihes
os momentos de grande enševo espiritual que, sem dúvida, vão proporcionar a este selecto auditório.À
Do agrado
que a primorosa audição causou na assis-
tência e repercussão
que teve na crítica jornalística pedimos
išcença para transcrever as
seguintes referências :
imaranense Srfi* D. largarída `{*olicarp()
«A pianista
M
Teixeira e os professores Srs. Mário Rodrigues e Rose de
Magalhães, res ectivarnente violinista
e violoncelista da
Orquestra SiniPónica
do Porto, realizaram
na noite de
de sábado, no salão nobre da Sociedade Martins Sarmento,
um magnífico concerto em que foram executadas obras
de consagrados
autores.
A execução foi
primorosa, sendo aplaudidos
pela
selecta assistência
todos os trechos do programa.
Os
vimaranenses que se deslocaram à Sociedade
Martins Sarmento tiveram oportunidade de apreciar
o
virtuosismo da
sua distinta conterrânea, I).
Margarida
Policarpo Teixeira,
professora do Conservatório
de Música
de Braga, onde
reside há anos,
e
que,
em homenagem à
benemérita S
(Í) Sr. Coronel Mário Cardozo, presidente da Socie-
dade, ao iniciar-se a audição proferiu algumas palavras
de agradecimento e louvor à iniciativa
da Sri* D.
Marga-
rida Policarpo Teixeira,
da qual fez o elogio
como
executante e como compositora de assinalados méritos,
salientando também
a competência e a colaboração dos
Srs. Mário Rodrigues e ] s é de Magalhães.
Extra programa os distintos artistas executaram ainda
dois belos trechos
musicais, terminando o excelente con-
certo com
o hino da Sociedade Martins
Sarmento, quea
assistência ouviu de pé,
tributando de
novo, e muito caio-
rosamente, aplausos ao categorizado terceto.
Êocíedadfi, promoveu