• Nenhum resultado encontrado

HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE ALIMENTO EM CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM CATIVEIRO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE ALIMENTO EM CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM CATIVEIRO"

Copied!
57
0
0

Texto

(1)

1 -Foto: Bruno Collaço

BRUNO JORGE RODRIGUES COLLAÇO

HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE

ALIMENTO EM CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM

CATIVEIRO

Natal/RN

(2)

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Centro de Biociências

Programa de Pós-graduação em Psicobiologia

BRUNO JORGE RODRIGUES COLLAÇO

HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE

ALIMENTO EM CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM

CATIVEIRO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia no Departamento de Fisiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre.

Orientador: Prof. Arrilton Araújo

Natal/RN

(3)

3

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Collaço, Bruno Jorge Rodrigues.

Hierarquia de dominância durante a obtenção de alim ento em Cebus

Apella e Cebus Libidinosus / Bruno Jorge Rodrigues Collaço. – Natal,

RN, 2008.

57 f.

Or ientador: Arrilton Araújo.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia.

1. Cebus – Dissertação. 2. Hierarquia de dominância – Dissertação. 3. Comportamento alimentar – Dissertação. I. Araújo, Arrilton. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 599.822(043.3)

(4)
(5)

5

Por você, antes um e agora dois.

(6)

AGRADECIMENTOS

Acredito que devemos agradecer a cada minuto sobre tudo que recebemos de todos, por isso talvez neste momento precise na verdade não mais agradecer, mas tornar público a quem não esteve no dia-a-dia deste trabalho, quantas pessoas contribuíram para sua conclusão.

Talvez as pessoas que menos apareceram e que na verdade determinaram a possibilidade real de tudo, abrindo suas portas e corações para receber um desconhecido, que hoje deve um degrau significativo de sua vida acadêmica a elas: Dona Fátima; Daniela; Max e todos da sua família, a vocês meus respeitos e gratidão.

Arrilton Araújo, meu orientador, com sua paciência a confiança, talvez eu mesmo não a tivesse!, que se materializaram em liberdade e troca, talvez mais de lições pessoais que acadêmicas, Fátima Arruda, que sem saber, acabou me levando a uma experiência que teria mais na frente, se tornado uma luz no fim do túnel, Fívia Lopes, com apoio e amizade em momentos importantes e Simone Porfírio, que sem saber deu início a retomada do meu caminho acadêmico.

Lembro que este projeto somente pode ser realizado através da minha aceitação pelo Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da UFRN, onde pude contar com o apoio financeiro da Bolsa de Mestrado do sistema CAPES.

Mário Daniel e toda a equipe do IBAMA – Alagoas, que mantiveram os animais de minha pesquisa a minha disposição por todo o tempo que solicitei, mesmo passando por pressões internas.

Aos seres que sem liberdade encontraram uma forma de me ajudar nesse caminho: Negão, Cotinha, Segundus, Novata, Benedita, Ovelha, Véio e Miúda, afinal sem objetos de estudos, não dá pra realizar nada.

(7)

7 -Meu compadre-irmão Ubiratan Gonçalves (Bira), quando dedicou seu apoio, força e companheirismo, mesmo estando no mesmo barco.

A todos os familiares e amigos, antigos e novos, quando às vezes, de forma direita ou torta tornaram-me um pouco mais forte, para o que havia de vir.

E finalmente, Karlla Lima (agora Collaço!),... Que todos os dias foi parte da preparação de todo o processo, auxiliar singular, colega admirável, esposa especial, companheira e defensora.

(8)

SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ix LISTA DE TABELAS x INTRODUÇÃO GERAL 11 OBJETIVOS 15 Objetivos Gerais 15 Objetivos Específicos 15 ARTIGO 16 Resumo 18 Abstract 19 Introdução 20 Materiais e Métodos 22 Sujeitos de Estudo 22 Local de Estudo 22 Métodos de Observação 25

Análise dos Dados 27

Resultados 28

Estrutura Hierárquica 28

Teste de Obtenção de Recurso Alimentar 32

Discussão 38

Conclusão 42

Agradecimentos 43

Referências 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 48

ANEXOS – PLANILHAS DE OBSERVAÇÃO NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

51

(9)

9

-LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Vista externa do recinto (a) e portas de acesso aos recintos de cada

grupo (b). 24

Quadro I – Etograma de identificação para tipos de interação física e não-física, e padrões comportamentais em Cebus. Adaptado dos etogramas de Visalberghi et al. (2006), Mendonça - Furtado (2006). 25 Figura 2 – Objeto utilizado para o TORA (teste de obtenção de recurso alimentar), montado a esquerda e desmontado a direita. 26 Figura 3 – Freqüência dos padrões comportamentais executados pelos

membros agressores do Grupo de C. apella. 31

Figura 4 – Freqüência dos padrões comportamentais recebidos pelos membros

agredidos do Grupo de C. apella. 31

Figura 5 – Freqüência dos padrões comportamentais recebidos pelos membros

agredidos do Grupo de C. libidinosus. 33

Figura 6 – Árvores hierárquicas dos Grupos de C. apella e C. libidinosus, onde, o membro hierarquicamente dominante, encontra-se na base da árvore. 34 Figura 7a – Tempo total de interação em minutos, com o objeto teste, de cada membro do grupo de C. apella nos padrões comportamentais descritos. 35 Figura 7b - Tempo total de interação em minutos, com o objeto teste, de cada membro do grupo de C. libidinosus nos padrões comportamentais descritos. 35 Figura 8 – Freqüência de interação com o objeto teste, de cada membro do

grupo de C. apella durante o período de testes. 37

Figura 9 – Freqüência de interação com o objeto teste, de cada membro do grupo de C. libidinosus durante o período de testes. 37

(10)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição e identificação dos grupos de Cebus apella e Cebus

libidinosus. 23 Tabela 2 – Resultados quantitativos de cada evento comportamental apresentado pelos animais do Grupo de C. apella, separando membros agressores (I.D.A. – Indivíduo Agressor) e membros agredidos (I.D.R. –

Indivíduo Receptor). 29

Tabela 3 – Resultados quantitativos de cada evento comportamental apresentado pelos animais do Grupo de C. libidinosus, separando membros agressores (I.D.A.) e membros agredidos (I.D.R.). 29 Tabela 4 – Matriz de direcionamento das interações agonísticas e índice de Landau (h) do Grupo de C. apella, com o somatório total das interações de

cada membro e sua posição. 33

Tabela 5 – Matriz de direcionamento das interações agonísticas e índice de Landau (h) do Grupo de C. libidinosus, com o somatório total das interações

(11)

11

-INTRODUÇÃO GERAL

Algumas espécies sociais mantêm relações assimétricas, que podem por vezes ser estáveis, quanto ao comportamento agonístico. Nesse caso um indivíduo termina suplantando outro quando estes competem seja por alimento, abrigo ou parceiros (Dewsbury, 1982; Drews, 1993; Reed et al., 1997), uma vez que na rede sócio-ecológica a competição é um momento crítico. Destas competições é determinado um indivíduo dominante e outro subordinado, sem muitas vezes serem devidamente notados os indivíduos constituintes das faixas intermediárias (Reader e Laland, 2001).

Assim a hierarquia determinada pode ter algumas formas de organização. A consistência e previsibilidade na interação indicam que uma dominância pode ser estável linear, reversa, assimétrica ou transitiva (Martin e Bateson, 1993; Reed et al., 1997).

Em termos adaptativos, a hierarquia seria um regulador para um sistema de privilégios, usualmente medida pela observação de atos agonísticos direcionados entre as díades, na determinação de liderança, para resolver conflitos ou mesmo para evitar excessos de agressividade. Outra linha procura entendê-la como expressão de liberdade de um animal permitida em um encontro com outro. A hierarquia pode não ser um traço individual, mas um reflexo da assimetria e dinâmica entre os indivíduos, variando no tempo e contexto (Poisbleau et al., 2005; Fatjó et al., 2007; Wittermyer e Getz, 2007).

A hierarquia de dominância é normalmente determinada por fatores sócio-estruturais do grupo, além de sofrer influências genéticas (Vekovishcheva et al., 2000).

A estrutura de uma hierarquia de dominância deve ser entendida principalmente como meio de controle das atividades realizadas em grupo, pois permite uma interação entre os indivíduos, construindo uma rede de relações que mantém a coesão e a organização funcional do grupo.

(12)

Um alto grau de dominância confere benefícios para machos e fêmeas, principalmente quando a relação de acesso aos recursos é competitiva (Reed et al., 1997). Há, porém um preço a se pagar pela posição ocupada, uma vez que, apesar da posição de dominância ser vantajosa, requer uma constante atenção e é muitas vezes dependente da agressividade (Poisbleau et al., 2005).

Uma vez que a hierarquia de dominância ocorre em diversas espécies, a posição ocupada pode influenciar muito a qualidade de vida de um animal, indivíduos altamente ranqueados são responsáveis pela maioria dos agonismos durante a alimentação. Já os indivíduos que ocupam as posições hierarquias médias ou baixas se equivalem (Sapolsky, 2005; Vogel, 2005).

Nas espécies em que a estrutura social se faz sobre uma condição de grande quantidade e ampla distribuição de recursos, como em elefantes africanos, a hierarquia de dominância não é ligada a altos níveis de agressividade. Os custos e benefícios são equivalentes para todos os integrantes, ao contrário das linhas hierárquicas fortes, nas quais alguns indivíduos acumulam os benefícios, como em lebres européias (Vehrencamp, 1983; Archie et al., 2006).

Em espécies como Helogale parvula – mangustos, Lycaon pictus – cães selvagens africanos e Lemur catta - lêmures cauda-anelada, os indivíduos dominantes se envolvem em interações agressivas muito mais que subordinados, isto leva a uma condição desgastante fisicamente e pode gerar também um aumento do nível de estresse, reflexo da freqüente demanda física para competições por recursos alimentares (Creel et al., 1996; Sapolsky, 2005).

Canis lupus – Lobos machos europeus apresentam categorias de dominante e

submisso bem definidas, porém, traços comportamentais muitas vezes tidos como agressivos, por exemplo: mostrar os dentes, rosnar, posição de cauda, não estão

(13)

13 -particularmente ligados à disputa por posições hierárquicas, podendo ser expressos por todos os indivíduos do grupo (Fatjó et al., 2007). Outro exemplo de que a hierarquia de dominância não esta diretamente ligada à agressão, são as interações ritualísticas, como em Pecari tajacu (queixadas), que utilizam rituais com posicionamento de corpo, olhares fixos, perseguições e odores.

Nos modelos sócio-ecológicos, originalmente aplicados em primatas, a relação de dominância ocorre (Wittermyer e Getz, 2007), mas a alta posição hierárquica em primatas não-humanos gregários é algumas vezes associada à posição central na rede social do grupo, muito mais ligada à estrutura de relações com outros membros, do que propriamente com a disputa por recursos alimentares. Encontramos exemplos como os do mico-de-cheiro – Saimiri sp., onde a posição de macho dominante se estabelece pelo volume do corpo e idade. Fêmeas de Saimiri podem promover alianças para forrageio, porém se há possibilidade de monopolizar o recurso os indivíduos dominantes serão agressivos.

As espécies do gênero Cebus são variáveis quanto aos padrões sociais e adaptabilidade comportamental, assim entende-se a flexibilidade das relações intragrupo (Fragaszy et al., 1990; Manson et al., 1999).

Quanto às questões de relações de dominância entre macacos-prego – Cebus

apella, Perry (1998), comenta a possibilidade de estabelecimento de posições

hierárquicas através de interações agressivas entre os membros, porém não são comuns as interações agressivas com este intuito, sendo manifestadas ocasionalmente (Gomes, 2006). Existem divergências quanto à função das interações agressivas, porém a maioria dos autores interessados em socioecologia definiu estas interações como: competição alimentar (Rose, 1994; Phillips, 1995), encontros intergrupos (Perry, 1996), diferenças sexuais (Fedigan, 1993).

(14)

Em macacos-prego – Cebus olivaceus, o macho dominante é preferido pelas fêmeas como parceiro de catação, reprodutor (em Cebus olivaceus é o pai da maioria da prole), e também é o macho central do grupo (Perry, 1998). Em Cebus albifrons e

Cebus capucinus, nem sempre os machos dominantes ocupam a posição central no

grupo, relativa a outros machos (Fedigan, 1993), isto porque as relações entre as díades do grupo independem diretamente das relações hierárquicas de organização do grupo.

Estudos de reconciliação em macacos-prego (Cebus capucinus) como o de Leca et al. (2002), que mostrou tendências conciliatórias, podem ser usados para dar suporte a uma estrutura referencial de hierarquia de dominância, uma vez que discute a atividade conciliatória como um aspecto importante da estrutura social do grupo.

Como suporte as observações de interações agressivas para determinação de posições hierárquicas, pode-se levar em conta o trabalho de Sparks (1967), que mostrou a catação entre macacos do Velho Mundo sendo mais realizada no sentido subordinado - dominante, uma vez que as estratégias sociais envolvidas no ranqueamento tipo reverso de Cebus podem ser comparadas àquelas apresentadas também por chimpanzés durante o mesmo processo (Perry, 1998).

Para grupos livres de Cebus tem sido observado fraco poder assimétrico, o que leva a crer na possibilidade de hierarquia não linear. O que vem sendo observado até agora é que a hierarquia de dominância para este gênero não é rígida, evidente e rigorosa (Visalberghi et al., 2006), porém um estudo em cativeiro pode trazer novas informações, tanto para constatação de um cenário contrário a este, como para a documentação de momentos de tolerância já vistos e documentados na vida livre de grupos multimachos.

(15)

15

-OBJETIVOS

Objetivo Geral

Identificar e comparar a hierarquia apresentada por Cebus apella e Cebus

libidinosus durante as atividades alimentares.

Objetivos Específicos

1. Constatar através dos eventos de interação agressiva a posição hierárquica ocupada por cada membro do grupo;

2. Estabelecer a freqüência e a duração das interações de cada indivíduo com o objeto teste – T.O.R.A.;

3. Verificar se os padrões de hierarquia de dominância observados influenciam na obtenção de alimentos;

4. Abordar os três objetivos acima descritos de forma comparativa entre Cebus apella e Cebus libidinosus.

(16)

ARTIGO

HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE

ALIMENTO EM CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM

CATIVEIRO

COLLAÇO, B. J. R.¹ and ARAÚJO. A.¹

1 – Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia Centro de Biociências – Departamento de Fisiologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 59078-970 – Natal, RN, Brasil.

E-mail: brunocollaco@ufrnet.br, brunojrcollaco@gmail.com, arrilton@gmail.com

A SER SUBMETIDO À ACTA ETHOLOGICA (NORMAS PARA PUBLICAÇÃO – ANEXO)

(17)

17 -HIERARQUIA DE DOMINÂNCIA DURANTE A OBTENÇÃO DE ALIMENTO EM

CEBUS APELLA E CEBUS LIBIDINOSUS EM CATIVEIRO

Collaço B J R¹, and Araújo A¹

1 – Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia Centro de Biociências – Departamento de Fisiologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN 59078-970 – Natal, RN, Brasil.

(18)

Resumo

A análise do índice de hierarquia e modelos estruturais de formação de grupos possibilitou estabelecer a posição hierárquica dos membros de dois grupos do gênero

Cebus. Através da análise das posições hierárquicas e também da aplicação de testes de

obtenção de recurso alimentar (TORA), pudemos perceber a diferença existente entre estes grupos e grupos estudados em vida livre. Os resultados mostram linearidade tanto para Cebus apella, quanto para Cebus libidinosus. Os resultados nos permitiram estabelecer que a estrutura hierárquica em grupos de Cebus em cativeiro: a) pode ser rígida e fixa diferente da estrutura hierárquica altamente flexível estudada em grupos de vida livre; b) mesmo com índices similares de hierarquia, existem diferenças na estrutura hierárquica apresenta entre C. apella e C. libidinosus em cativeiro; c) hierarquia influencia diretamente os padrões comportamentais de obtenção de alimentos em Cebus.

(19)

19

-Abstract

The analysis of the index of hierarchy and structural models of the formation of groups allowed to establish the hierarchical position of members of two groups of the genus

Cebus. By the analyses of the hierarchical positions and the application of tests to obtain

a food resource (TORA), we know the difference between these groups and groups in the wild. The results show a high ranking for both Cebus apella, as well as Cebus

libidinosus. The results have enabled us to establish that the hierarchical structure in

groups of Cebus in captivity: a) can be fixed and rigid different from highly flexible hierarchical structure studied in groups of wild b) even which similar hierarchy indices, there are differences in the hierarchical structure presents between C. apella and C.

libidinosus in captivity c) hierarchy directly influence the behavioral patterns of

obtaining food in Cebus.

(20)

Introdução

Na literatura sobre primatas a competição por alimento e parceiros é determinante para a diversidade das relações sociais observadas entre os membros dos grupos (Wrangham, 1980; van Schaick, 1986; Janson, 1986; Janson and van Schaik, 1988; Isbell, 1991; van Hoof and van Schaik, 1994). A formação de grupos estáveis permite que estudos sobre a influência da hierarquia de dominância sobre a aquisição de alimento sejam mais freqüentes (Wrangham, 1980; van Schaik e van Noordwijk, 1989; Silk et al., 2003; Vogel, 2005).

Modelos sociais mostram basicamente dois tipos de competição (Sterck, 1997; Boinsky, 2001). Direta, onde a base da relação é a agressão, ou indireta, onde a distribuição dos recursos é o que permite que alguns animais ascendam e outros sejam excluídos. Em vida livre existe uma combinação destes dois tipos de competição, porém é possível ser realizada uma estimativa de cada um separadamente (van Hoof and van Schaik, 1994; Izar et al. 2006).

Pesquisas mostram uma grande flexibilidade comportamental, baseada em altos índices de tolerância para Cebus, determinando uma hierarquia de dominância não tão rígida como para macacos Macaca ou Papio (Defler, 1982; de Waal, 2000). Mas, o uso do termo hierarquia, de modo pouco cuidadoso, ou mesmo de maneira inapropriada, em estudos de comportamento pode criar idéias contraditórias, não é totalmente verdade que uma relação de dominância forme uma hierarquia linear (Drews, 1993), e um baixo índice de linearidade não significa dizer que a hierarquia está ausente (Izar et al. 2006).

Uma forma de perceber a existência de hierarquia de dominância é a determinação de um índice de linearidade (Landau, 1951), além de índices, podem também ser usados outros métodos, como por exemplo, a análise da estrutura de relações sociais, que permite à construção de uma árvore de relações de dominância,

(21)

21 -muito mais fiel as condições naturais de dominância (Izar et al. 2006). A complexidade das relações de dominância está na existência de diversos caminhos independentes, possibilitando a formação de hierarquias parciais (Jameson et al., 1999).

Machos dominantes de Cebus apella caracteristicamente protetores, tradicionalmente ocupam o centro do grupo, fazendo com que tenham acesso incontestável ao alimento, e aliado a flexibilidade comportamental permite mais facilmente a formação de grupos multimachos (Byrne et al., 1996).

Janson (1985) trabalhando com C. apella dominantes percebeu que estes têm maiores ganhos sobre recursos alimentares, através de altos índices de agressão, e mesmo em estruturas com pouca ou nenhuma agressão, os índices de alimentação ainda assim são diferentes e vantajosos para os dominantes. Uma segunda teoria, também descrita por Janson (1985) diz que a agressão pode aumentar ainda mais o índice de ganho de energia, nos casos de competição alimentar em C. apella a agressão passa a ser um aspecto de incremento na dominância do indivíduo sobre outros.

A ação direta dos machos dominantes cria um forte vínculo destes com os subordinados, já que os subordinados por sua posição hierárquica, dificilmente criam um vínculo com outros machos também subordinados (Perry, 1998). Esta pode ser uma forma de confirmar os dados de Janson (1985), com machos dominantes monopolizando os recursos e direcionando altos índices de agressão sobre os machos subordinados.

A utilização do Índice de Landau e do método de árvores de dominância, junto com a aplicação de testes de obtenção de recurso alimentar, foi a forma escolhida neste trabalho para: 1. Constatar a hierárquica ocupada por cada membro do grupo; 2. Estabelecer a freqüência e a duração das interações de cada indivíduo com o objeto teste; 3. Verificar se os padrões de hierarquia de dominância observados influenciam na

(22)

obtenção de alimentos; 4. Analisar estes objetivos de forma comparativa entre Cebus

apella e Cebus libidinosus em cativeiro.

Materiais e Métodos

Sujeitos de estudo

As observações foram realizadas sobre duas espécies de macacos-prego, do gênero Cebus – Erxleben 1777, o Grupo Apella formado por indivíduos da espécie C.

apella, e o Grupo Libidinosus formado por C. libidinosus.

Todos os animais utilizados no estudo foram oriundos de apreensões do IBAMA – Alagoas contra o tráfico ou mesmo contra posse ilegal de espécimes da fauna silvestre. Em função disto, não foi possível determinar a origem geográfica, idade precisa dos indivíduos, nem experiência reprodutiva dos adultos. Os grupos estão formados há quatro anos, o que nos permite considerar que são estáveis.

Para identificação correta durante as observações, foi estabelecido um código de identificação baseado nas características faciais e corporais próprias, cicatrizes e marcas específicas evidentes, naturais ou não, na intenção de se estabelecer um padrão lógico na anotação dos dados coletados. Este código foi gerado através da determinação de espécie, referência ao sexo do animal e seqüência de entrada no grupo (Tabela 1). Os indivíduos foram classificados em função da classe de idade baseado nos padrões de tamanho corporal descritos por Visalberghi (1988).

Local de estudo

O local de estudo foi o CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres) - IBAMA / Alagoas, com aproximadamente 400m², que possui uma área isolada onde se encontram os recintos tanto dos animais do estudo como também de outras espécies, todas oriundas das atividades de apreensão, toda estrutura, inserida na Área de Proteção Ambiental - APA IBAMA / Alagoas, com 55 ha de Mata Atlântica residuais.

(23)

23 -Os recintos do estudo formam um bloco de quatro gaiolões com uma entrada para um corredor comum e portas de acesso para cada um destes isoladamente, que ficam frente a frente, de maneira que os animais têm contato visual e vocal. Os gaiolões possuem todos, o mesmo tamanho 18 m³ cada um, totalizando 72 m³ de área, com muretas de 0,5 m de altura no perímetro de suas bases e uma parede inteiriça separando os recintos adjacentes, tudo isto cercado com grades envolvendo todo o restante da estrutura que é coberta com telhas, mantendo-se as laterais livres (Figura 1). Em todos os recintos são dispostos galhos e cordas, como forma de enriquecimento ambiental.

Tabela 1 – Composição e identificação dos grupos de C. apella e C. libidinosus.

GRUPO CÓDIGO I.D. SEXO CLASSE ETÁRIA

Apella CaM01 Macho ADULTO

CaM02 Macho ADULTO

CaF01 Fêmea ADULTA

CaF02 Fêmea JOVEM ADULTA

Libidinosus ClM01 Macho ADULTO

ClF01 Fêmea JOVEM ADULTA

ClF02 Fêmea ADULTA

ClM02 Macho ADULTO

(24)

Figura. 1 – Vista externa do recinto (a) e portas de acesso aos recintos de cada grupo (b).

(b)

(a)

(25)

25

-Métodos de Observação

Antes das observações efetivas, foi realizado um período de adaptação, a presença do pesquisador nos recintos, nos meses de fevereiro e março de 2008. As observações foram realizadas no período de abril a junho do mesmo ano, totalizando 156 horas efetivas. Cada sessão foi dividida em três etapas: pré-teste, teste e pós-teste aplicados nesta ordem, aleatoriamente entre os grupos.

Pré-teste: Observação comportamental do grupo por um período de 30 minutos antes

do teste de obtenção de recurso alimentar, utilizando como técnica, animal focal com registro contínuo (Altmann, 1974; Martin and Bateson, 1993), os dados foram registrados em planilha específica (Anexo I). Os comportamentos registrados nesta etapa estão listados no quadro I.

Quadro I – Etograma de identificação para tipos de interação física e não-física, e padrões comportamentais em Cebus. Adaptado dos etogramas de Visalberghi et al. (2006), Mendonça - Furtado (2006). Tipo Padrão Comportamental FÍSICA NÃO-FÍSICA AGRESSÃO

Ação física agressiva recíproca, ou não, por golpe ou mordida.

---

VOCALIZAÇÃO ---

Vocalização agressiva, dirigida a um indivíduo que esteja iniciando ou em curso de uma ação.

PERSEGUIÇÃO ---

Correr atrás ou afugentar indivíduos sem que haja contato físico.

BOTE

Salto ou investida repentina gerando contato dos corpos ou parte deles entre emissor-recebedor.

Salto ou investida repentina gerando fuga ou reação repentina do recebedor.

GROOMING

Inspeção objetiva do pêlo ou da pele de outro indivíduo seja com as mãos, dentes ou boca.

(26)

Teste ou Teste de Obtenção de Recurso Alimentar (TORA) - Para a obtenção de

recurso alimentar foi introduzido no recinto de cada grupo um objeto de teste contendo uma recompensa alimentar, ração P-18 da marca MEGAZOO.

Este equipamento foi montado com as medidas de 12,5cm de comprimento de um tubo de PVC de 50 mm perfurado, com broca Nº. 8, para permitir a saída do cheiro do alimento, com uma corda de 6 mm fixada num tampão também de 50 mm em uma das extremidades, para resgate depois de encerrado o teste e uma tampa de borracha resistente de 2 ou 3 mm, que serviu como retentor de acesso ao alimento do interior do TORA, nessa tampa havia uma abertura em cruz que permitia aos animais a introdução de um de seus braços para buscar o recurso alimentar (Figura 2). O objeto de teste era introduzido na gaiola, pela portinhola de acesso frontal, possibilitando a avistagem de todos os membros do grupo, e permitindo seu acesso igualitariamente, contendo uma porção de recompensa, entre 20 a 30g.

Figura. 2 – Objeto utilizado para o TORA (teste de obtenção de recurso alimentar), montado a esquerda e desmontado a direita.

(27)

27 -O T-ORA permaneceu pelo período de 30 minutos/sessão, uma única vez por dia de observação para cada grupo. Foram aplicados 104 testes no total sendo 52 para o Grupo Apella e 52 para o Grupo Libidinosus. Durante esta etapa foram registradas todas as atividades de interação com o TORA e entre manipulador do mesmo e os demais indivíduos do grupo. Os dados foram registrados em planilha específica (Anexo II), tendo como registros:

Tempo de posse: tempo de posse do objeto teste por um mesmo indivíduo, somando-se o tempo total por sessão/indivíduo;

Disputa: ação agressiva, física ou não-física com intenção de afastar outros indivíduos ou tomar posse do objeto teste;

Tolerância: comportamento permissivo da exploração do objeto teste por outro indivíduo, enquanto da posse deste;

Doação de recurso: entregar voluntariamente recurso alimentar obtido do objeto teste para outro indivíduo do grupo.

Pós-teste: Período de observação comportamental de 30 minutos, após a retirada

do objeto teste do recinto, seguindo a mesma metodologia e forma de registro descrita para o pré-teste.

Análise de Dados

Para a determinação de um ranking hierárquico, foram montados quadros de conflito direto com ganhadores, indivíduos dominantes dentro de um conflito e perdedores, indivíduos subordinados neste mesmo conflito, similares aos apresentados por Reed et al. (1997); Poisbleau et al. (2005) e Archie et al. (2006), onde foram inseridos os dados totais de cada díade, relativos às interações agressivas físicas e não-físicas, registradas em planilha (Anexo), com análise das freqüências de quantidade de

(28)

interações e quantidade/tipo de padrão comportamental, para determinar se estas apresentaram diferença significativa.

Os dados dos quadros de conflito foram plotados similarmente a analise realizada por Janson (1985) e Vogel (2005), que em seus estudos geraram um índice de linearidade de Landau (Landau, 1951; Martin and Bateson, 1993; Domingo-Balcells et al., 2003), que se reconhece através da aplicação da seguinte equação:

h = 12/(n³ - n) S[Si - ½ ( n – 1 )]²

Relevante ao processo de análise e construção do ranking hierárquico para cada grupo observado, onde: n é o número de indivíduos do grupo e Si é a soma dos valores de cada indivíduo nas tabelas de dominância. Também foram montadas matrizes de interação padrão com os dados dos quadros de conflito, e com estas duas informações, foi possível sugerir a construção das árvores de hierarquia segundo Izar et al. (2006).

Resultados

Estrutura hierárquica

Nas 156 horas efetivas de observação dos grupos de C. apella e C. libidinosus, encontramos um montante de eventos de comportamentos agressivos entre os membros de cada grupo observado, descritos (Tabelas 2 e 3), determinando a quantidade de eventos agressivos infligidos e recebidos.

(29)

29 -Tabela 2 – Resultados quantitativos de cada evento comportamental apresentado pelos animais do Grupo de C. apella, separando membros agressores (ID.A. – Indivíduo Agressor) e membros agredidos (ID.R. – Indivíduo Receptor).

INTERAÇÕES AGRESSIVAS

ID.A. VOCALIZAÇÃO PERSSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

CaM01 11 37 11 1

CaM02 3 1 6 3

CaF01 1 -- -- --

CaF02 -- -- -- --

TOTAL 15 38 17 4

ID.R. VOCALIZAÇÃO PERSSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

CaM01 1 -- -- -- CaM02 6 11 3 1 CaF01 4 20 12 2 CaF02 4 7 2 1 TOTAL 15 38 17 4

Tabela 3 – Resultados quantitativos de cada evento comportamental apresentado pelos animais do Grupo de C. libidinosus, separando membros agressores (I.D.A.) e membros agredidos (I.D.R.).

INTERAÇÕES AGRESSIVAS

ID.A. VOCALIZAÇÃO PERSSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

ClM01 1 3 10 3

ClM02 -- -- -- --

ClF01 -- -- -- --

ClF02 -- -- -- --

TOTAL 1 3 10 3

ID.R. VOCALIZAÇÃO PERSSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

ClM01 -- -- -- -- ClM02 1 3 5 3 ClF01 -- -- 3 -- ClF02 -- -- 2 -- TOTAL 1 3 10 3

(30)

Para o grupo de C. apella, os comportamentos agonísticos foram quase que totalmente realizados pelos machos do grupo, sendo o macho CaM01 o indivíduo ativo da maioria dos eventos de vocalização, perseguição e bote, e o macho CaM02 o indivíduo que mais realizou agressões. Já as fêmeas deste grupo realizaram apenas o comportamento agonístico de vocalização, mesmo assim, este restrito a fêmea CaF01, não tendo à fêmea CaF02, participado com nenhum evento agonístico por todo período de observação (Figura 3).

Já no grupo de C. libidinosus, 100% das freqüências de todos os padrões comportamentais agressivos foram realizadas pelo mesmo membro, ClM01.

Quanto às freqüências de recepção, as fêmeas foram as mais agredidas na maioria dos comportamentos, sendo estes dirigidos em maior quantidade para a fêmea CaF01, nos casos de perseguição, bote e agressão, apesar disto percebesse que o macho CaM02, ao mesmo tempo em que executa uma quantidade significativa de agressões, também as recebe, principalmente quanto ao comportamento de vocalização (Figura 4).

(31)

31 -0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

CaM01 CaM02 CaF01 CaF02

F R E Q Ü Ê N C IA ( % ) VOCALIZAÇÃO PERSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

Figura. 3 – Freqüência dos padrões comportamentais executados pelos membros agressores do Grupo de C. apella.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

CaM01 CaM02 CaF01 CaF02

F R E Q Ü Ê N C IA ( % ) VOCALIZAÇÃO PERSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

Figura. 4 – Freqüência dos padrões comportamentais recebidos pelos membros agredidos do Grupo de C. apella.

(32)

Em relação ao grupo de C. libidinosus, o macho ClM02 recebeu todas as interações agressivas de vocalização, perseguição e agressão, além de receber metade dos botes, já as fêmeas ClF01 e ClF02, que receberam o restante dos botes, não receberam mais nenhuma interação agressiva (Tabela 3 e Figura 5).

Na metodologia de análise das matrizes de interação, baseada em Domingo-Balcells et al. (2003), calculando-se o índice de Linearidade de Landau, os grupos apresentaram ambos, altos índices de linearidade para as tabelas de dominância (Tabelas 4 e 5). Segundo Izar et al. (2006), as árvores hierárquicas construídas para cada grupo podem então ser definidas como na figura 6.

Testes de Obtenção de Recurso Alimentar

Nos resultados do TORA, a interação individual de cada membro dos grupos foi assim estabelecida:

Dos testes aplicados ao Grupo de C. apella, o macho CaM01 deteve a posse do objeto pela maior quantidade de tempo, estando presente também na maioria das disputas e apesar de ter sido quem mais tolerou outros indivíduos, foi pouco tolerado. Já o macho CaM02, apresentou pequenos períodos de interação de todos os tipos com o objeto, porém, foi o indivíduo mais tolerado de todo o grupo. Quanto às fêmeas, estas tiveram tempos muito curtos de interação, não apresentando em ambos os casos nenhum tempo de tolerância, e tendo sido a fêmea CaF02 unicamente tolerada pelos outros (Figura 7a).

(33)

33 -0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 ClM01 ClM02 ClF01 ClF02 F R E Q Ü Ê N C IA ( % ) VOCALIZAÇÃO PERSEGUIÇÃO BOTE AGRESSÃO

Figura. 5 – Freqüência dos padrões comportamentais recebidos pelos membros agredidos do Grupo de C. libidinosus.

Tabela 4 – Matriz de direcionamento das interações agonísticas e índice de Landau (h) do Grupo de C. apella, com o somatório total das interações de cada membro e sua posição.

ID.R.

ID.A. CaM01 CaM02 CaF01 CaF02 Soma (Si) Rank

CaM01 1,0 0,5 1,0 2,5 1 CaM02 0,0 1,0 1,0 2,0 2 CaF01 0,5 0,0 1,0 1,5 3 CaF02 0,0 0,0 0,0 0,0 4 h=0,84

(34)

Tabela 5 – Matriz de direcionamento das interações agonísticas e índice de Landau (h) do Grupo de C. libidinosus, com o somatório total das interações de cada membro e sua posição.

ID.R.

ID.A. ClM01 ClM02 ClF01 ClF02 Soma (Si) Rank

ClM01 1,0 1,0 1,0 3,0 1 ClM02 0,0 0,0 0,0 0,0 0 ClF01 0,0 0,0 0,0 0,0 0 ClF02 0,0 0,0 0,0 0,0 0 h=0,77

Figura. 6 – Árvores hierárquicas dos Grupos de C. apella e C. libidinosus, onde, o membro hierarquicamente dominante, encontra-se na base da árvore.

CaM01 CaM02 CaF01 CaF02 ClM01 ClM02 ClF01 ClF02

(35)

35 -0 100 200 300 400 500 600 700 800

CaM01 CaM02 CaF01 CaF02 TEMPO (min)

POSSE DISPUTA TOLEROU TOLERADO

Figura. 7a – Tempo total de interação em minutos, com o objeto teste, de cada membro do grupo de C. apella nos padrões comportamentais descritos.

0 100 200 300 400 500 600 700 800 ClM01 ClM02 ClF01 ClF02 TEMPO (min) POSSE DISPUTA TOLEROU TOLERADO

Figura. 7b - Tempo total de interação em minutos, com o objeto teste, de cada membro do grupo de C. libidinosus nos padrões comportamentais descritos.

(36)

No Grupo de C. libidinosus, os resultados mostram que a disputa foi uma interação unicamente existente entre os dois machos, por um período de tempo curtíssimo. O macho ClM02, praticamente não teve acesso ao objeto tendo sido tolerado por um período mínimo, já o macho ClM01, deteve a posse do objeto por quase todo o período de observação, tendo sido o indivíduo que mais tolerou os outros membros, principalmente as fêmeas e entre elas, mais a fêmea ClF02 (Figura 7b).

Do tempo acumulado de posse de cada membro do grupo obteve-se a freqüência de interação dos indivíduos com o objeto TORA que se definiu da seguinte forma: 53,31% do tempo de interação com o objeto foi de CaM01; 26,72% de CaM02; 15,52% de CaF01 e apenas 3,45% do tempo de CaF02 (Figura 8).

A freqüência de interação individual para o grupo foi a seguinte: ClM01 interagiu por 59,09% do tempo com o objeto; ClM02 por apenas 3,41% do tempo; ClF01 interagiu por 11,36% e ClF02 obteve um percentual de interação de 26,14% (Figura 9).

(37)

37 -0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

CaM01 CaM02 CaF01 CaF02

FREQÜÊNCIA (%)

Figura. 8 – Freqüência de interação com o objeto teste, de cada membro do grupo de C.

apella durante o período de testes.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 ClM01 ClM02 ClF01 ClF02 FREQÜÊNCIA (%)

Figura. 9 – Freqüência de interação com o objeto teste, de cada membro do grupo de C.

(38)

Discussão

Com a medição do índice de linearidade através da análise dos eventos agressivos, os dados analisados nas matrizes de agressão nos permitiram estabelecer cada posto hierárquico ocupado pelos indivíduos no estudo.

Percebe-se que os grupos estudados, apresentaram características hierárquicas, diferentes dos grupos observados em vida livre, principalmente no que se refere à flexibilidade da hierarquia, uma vez que a estrutura hierárquica nos grupos estudados apresentou-se fixa e rígida, podendo estar relacionado ao fato do animais estarem em cativeiro, com dominantes e subordinados muito bem definidos (Defler, 1982; McGonigle et al. 2003; Vogel, 2005; Vogel and Janson, 2007; Alfaro, 2007).

Fica claro neste trabalho que tanto no grupo de C. apella quanto em C.

libidinosus, houve uma grande diferença nas ações comportamentais, onde os machos

executaram muito mais agressões do que as fêmeas, sendo que no grupo de C. apella os dois machos por várias vezes concentraram suas agressões sobre a fêmea CaF01, diferentemente do grupo de C. libidinosus onde o macho dominante ClM01, concentrou suas agressões sobre o macho ClM02.

O fato de existirem altos níveis de agonismo nos dois grupos contraria o proposto por Wolkenten et al. (2006), que comparando os seus resultados de macaco-prego aos resultados encontrados por Aurelli e de Waal (1997), com chimpanzés, determinou uma diminuição das interações sociais agressivas, resultantes do cativeiro em espaços reduzidos. Entretanto isto pode ser explicado pela formação dos grupos, apresentando-se pequenos e com dois machos e duas fêmeas, o que pode causar uma restrição das relações de dominância, aumentando níveis de pressão social.

A agressão entre machos é apoiada pelo trabalho de Phillips e Goodchild (2005), que observaram a utilização de agressão direta entre machos de macacos-prego, como

(39)

39 -forma de afirmação das relações sociais, entre o macho alfa e seus subordinados. Os altos índices de agressão entre os machos também são relatados por Fedigan (1993), que mostra um nível de tolerância muito maior dos machos com as fêmeas.

Esta análise nos faz entender as estruturas apresentadas, uma hierarquia linear para o grupo de C. apella, e uma hierarquia parcial o grupo de C. libidinosus, apesar dos índices de linearidade h=0,84 para o C. apella e h=0,77 para C. libidinosus, onde os machos CaM01 e ClM01 ocupam indiscutivelmente, as posições de dominantes dos grupos. Utilizando os modelos propostos por Izar et al. (2006), para definir a árvore hierárquica dos grupos, mesmo os dois tendo apresentado matrizes de dominância similares, é possível estabelecer dinâmicas de relação diferentes, principalmente quando são analisadas as formas pelas quais os machos se estabelecem dominantes.

A dinâmica das relações entre os indivíduos, interfere diretamente na dinâmica social do grupo, afinal, apesar de medir a existência de uma linearidade e também a força com que esta se apresenta dentro do grupo, o índice de linearidade definido por Landau (1951), apenas considera a linearidade hierárquica dos grupos, não deixando margem para a construção de outras relações sociais. Sendo assim, os modelos apresentados por Landau (1951) e Izar et al. (2006), utilizados em conjunto podem eliminar lacunas durante o processo de análise hierárquico-social de grupos de primatas. Tendo então, determinado às posições hierárquicas dentro dos grupos, podemos avaliar sua influência sobre a obtenção dos recursos alimentares, e afirmar que existe uma influência direta da hierarquia sobre obtenção do recurso alimentar em cativeiro, como já apresentado nos trabalhos de Vogel (2005) e Byrne et al. (1996), que descrevem um maior acesso ao recurso para os machos dominantes de C. capucinus em vida livre, além de Janson e van Shaick (1988) e Hall e Fedigan (1997), que mostram o aumento do sucesso de captura de insetos para C. olivaceus, também em vida livre, com

(40)

relação à posição espacial do macho dominante dentro do grupo, deixando clara a ligação entre a posição hierárquica e espacial para esta espécie. Eles também afirmam que, para grupos com uma organização social por hierarquia de dominância, a determinação da posição espacial é diretamente relacionada à posição de dominante, com a expulsão dos subordinados de forma agressiva das posições centrais (Janson, 1990; Hall and Fedigan, 1997), o que acaba gerando uma série de benefícios para o membro dominante.

Estudos com C. apella, realizados por Robinson (1981) e Janson (1990), mostraram também uma relação entre a posição hierárquica e a posição espacial com benefícios para os dominantes, sendo assim, podemos também supor um possível ganho de benefícios para o dominante dos grupos estudados, onde estes benefícios seriam diretamente ligados ao acesso ao recurso alimentar, neste caso a posse do TORA.

Para o grupo de C. apella, nota-se que o macho CaM01 manteve sua dominância, através de ações agressivas diretas, todos os membros foram de alguma forma agredidos pelo dominante que, no entanto, apresenta uma tolerância muito maior em relação à aproximação do membro imediatamente subordinado, o macho CaM02.

Já no grupo de C. libidinosus, o macho ClM01 tem uma interação muito menos agressiva com as fêmeas, restringindo estas ações somente a botes. Por outro lado foram presenciados diversos atos de grooming (catação) entre eles, sabendo-se que o grooming pode ser utilizado como um contraponto ao agonísmo (Schino, 2007).

O grooming parece permitir um aumento ou ganho de benefícios por parte de quem executa a ação, podendo ser até associado a um ganho relativo à posição de rank hierárquico (Schino, 2007). Outro dado interessante é que para Cebus, ao contrário para macacos do Velho Mundo (Parr et al., 1997), o grooming é caracteristicamente uma atividade de posições hierárquicas mais baixas, realizada na direção de indivíduos de

(41)

41 -posições mais altas, correlacionando a quantidade de grooming muitas vezes aos benefícios adquiridos (Seyfarth, 1977; de Waal and Luttrell, 1986; de Waal, 1991; Parr, 1997). Esta parece ser a explicação para o maior número de acessos das fêmeas de C.

libidinosus ao TORA, em especial da fêmea ClF02, em detrimento dos outros dois

indivíduos, pois o fato de existir para este grupo uma hierarquia parcial, destacaria a ação do membro dominante e distribuição igualitária entre os outros. Esta fêmea ClF02 foi a que apresentou a maior quantidade de eventos de grooming observados em relação ao macho dominante.

Ao mesmo tempo em que percebemos que os machos dominantes mantêm a posse do TORA por mais tempo, também percebemos que estes machos acumulam os maiores tempos de tolerância com outros indivíduos, tolerância esta que pode estar relacionada a aspectos de distribuição de alimento entre indivíduos, em situações de restrição de acesso ao alimento para algum dos membros, onde o dominante pode vir a executar o papel de “distribuidor” do recurso alimentares, como comentam de Waal (2000) em seu trabalho com C. apella e Fedigan (1990) com C. capucinus.

O tempo de posse do TORA esteve diretamente relacionado com a posição hierárquica do membro dominante, os resultados de acesso ao TORA, tanto para C.

apella como para C. libidinosus, foram iguais, reproduzindo exatamente a estrutura

hierárquica linear apresentada para C. apella.

Entretanto, se observarmos somente a interação dos machos subordinados com o teste de obtenção de recurso alimentar, a diferença de acesso entre estes, CaM02 e ClM02, pode estar ligada a dois fatores: a) diferença do padrão organizacional na estrutura dos grupos, como mostram Izar et al. (2006). No Grupo Apella o macho subordinado ocupa a segunda posição hierárquica, já no Grupo Libidinosus, o subordinado divide a posição hierárquica com as duas fêmeas; b) ação dos eventos de

(42)

grooming, somente observado entre as fêmeas e o macho dominante no Grupo Libidinosus.

O fato de somente as fêmeas do Grupo Libidinosus apresentarem eventos freqüentes de grooming com o macho dominante, torna-se a principal diferença entre os indivíduos, podendo ter sido este o fator de influencia na diferença de acesso ao TORA.

Conclusão

Mesmo apresentando altos índices de hierarquia, a estrutura apresentada pelos grupos é diferente, o Grupo Apella apresenta uma hierarquia linear e o Grupo Libidinosus apresenta uma hierarquia parcial. Esta hierarquia influenciou diretamente no acesso dos dominantes e subordinados ao recurso alimentar, porém, dominantes apresentaram maiores índices de tolerância com os subordinados do que os subordinados entre si, possivelmente pela condição de maior tempo de posse do objeto teste.

O acesso ao TORA dos membros subordinados do Grupo Apella, seguiu exatamente a ordem hierárquica linear apresentada na estrutura de dominância, já para o Grupo Libidinosus, o acesso foi desigual entre os membros subordinados, mesmo estes estando num mesmo nível hierárquico, esta diferença deve-se possivelmente aos eventos freqüentes de grooming entre alguns membros do grupo.

Finalmente, conseguimos classificar de forma clara o posicionamento de cada indivíduo no grupo e entendemos que existe uma estrutura hierárquica bem definida, porém diferente para C. apella e C. libidinosus, o primeiro linear e o segundo parcial, e que nos dois grupos, estas influenciam diretamente o processo de obtenção de recursos alimentares.

(43)

43

-Agradecimentos

A todos que contribuíram para a execução deste trabalho, ressaltando o Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da UFRN e o apoio financeiro da CAPES, além da MEGAZOO pela doação da ração utilizada no experimento e a equipe do CETAS – IBAMA de Alagoas, pelo apoio ao desenvolvimento do trabalho. Licença de Autorização para Atividades com Finalidade Científica nº. 14370-1, emitida em: 08/02/2008 , pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, Sistema de Autorização e Informação em Biodiversidade – SISBIO.

Referências

Alfaro JWL (2007) Subgrouping patterns in a group of wild Cebus apella nigritus. Int J Primatol 28 (2): 271-289.

Altmann J, (1974) Observational study of behavior. Sampling methods. Behaviour 49: 227-267.

Archie EA, Morrison TA, Foley CAH, Moss CJ and Alberts SC (2006) Dominance rank relationships among wild female African elephants, Loxodonta Africana. Anim Behav 71: 117-127.

Aureli F and de Waal FBM (1997) Inhibition of social behavior in chimpanzee under high-density conditions. Am J Primatol 41: 213-228.

Byrne G, Abbott KM and Suomi SJ (1996) Reorganization of dominance rank among adult males in a captive group of tufted capuchins (Cebus apella). Lab Primatol News 35 (1): 1-4.

de Waal FBM (1991) Rank distance as a central feature of rhesus monkey social organization: a socio-metric analysis Anim Behav 41: 383-395.

(44)

de Waal FBM (2000) Attitudinal reciprocity in food sharing among brown capuchin Monkeys. Anim Behav 60: 253-261.

de Waal FBM and Luttrell LM (1986) The similarity principle underlying social bonding among female rhesus monkeys Folia Primatol 46: 215-234.

Defler TR (1982) A comparison of intergroup behavior in Cebus albifrons and C.

apella. Primates 23 (3): 385-392.

Domingo-Balcells C, Rodriguez-Luna E, Escobar-Aliaga M, Morales-Mávil J (2003) Interaciones socials en un grupo de Monos Aulladores Alouatta palliate mexicana en cautiverio. Neotrop Primates 11 (2): 114-121.

Drews C (1993) The concept and definition of dominance in animal behaviour. Behaviour 125: 283-313.

Fedigan L (1993) Sex Differences and intersexual relations in adult white-faced capuchins (Cebus capucinus). Int J Primatol 14(6).

Hall CL and Fedigan LM (1997) Spatial benefits afforded by high rank in white-faced capuchins. Anim Behav 53: 1069-1082.

Isbell L A (1991) Contest and scramble competition: patterns of female aggression and ranging behavior among primates. Behav Ecol 2: 143-155.

Izar P, Ferreira RG, Sato T (2006) Describing the organization of dominance relationships by dominance-directed tree method. Am J Primatol 68: 189-207.

Jameson KA, Appleby MC and Freeman LC (1999) Finding an appropriate order for a hierarchy based on probabilistic dominance. Anim Behav 57: 991-998.

Janson C (1985) Aggressive competition and individual food consumption in wild brown capuchin monkeys (Cebus apella). Behav Ecol Sociobiol 18: 125-138.

(45)

45 -Janson C (1986) The mating system as a determinant of social evolution in capuchin monkeys (Cebus). In: Primate Ecology and Conservation, Else J G, Lee P C (eds.), Cambridge Univ. Press, Cambridge, pp. 169-179.

Janson CH (1990) Social correlates of individual spatial choice in foraging groups of brown capuchin monkeys, Cebus apella. Anim Behav 40: 922-934.

Janson CH and van Schaik CP (1988) Recognizing the many faces of primate food competition: methods. Behaviour 105: 165-186.

Landau HG (1951) On dominance relations and the structure of animal societies: I. Effect of inherent characteristics. Bull Math Bioph 13.

Martin P, and Bateson P (1993) Measuring Behaviour: an introductory guide. Cambridge, Cambridge University Press. 63-113.

McGonigle B, Chalmers M and Dickinson A (2003) Concurrent disjoint and reciprocal classification by Cebus apella in seriation tasks: evidence for hierarchical organization. Anim Cogn 6 (3): 185-197.

Mendonça-Furtado O (2006) Uso de ferramentas como enriquecimento ambiental para macacos-prego (Cebus apella) cativos. Dissertação de Mestrado. Mestrado em Psicologia – Psicologia Experimental. Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Parr LA, Matheson MD, Bernstein IS and de Waal FBM (1997) Grooming down the hierarchy: allogrooming in captive bron capuchin monkeys, Cebus apella. Anim Behav 54: 361-367.

Perry S (1998) A case report of a male rank reversal in a group of wild white-faced capuchins (Cebus capucinus). Primates 39 (1): 51-70.

Phillips KA and Goodchild LMS (2005) Reunion displays in captive male brown capuchins (Cebus apella). Primates 46: 121-125.

(46)

Poisbleau M, Fritz H, Guillemain M, Lacroix A (2005) Testosterone and linear social dominance status in captive male dabbling ducks in winter. Ethology 111: 493-509. Reed C, O'Brien TG and Kinnaird MF (1997) Male social behavior and dominance hierarchy in the Sulawesi crested black macaque (Macaca nigra). Int J Primatol 18 (2). Robinson JG (1981) Spatial structure in foraging groups of wedge-capped capuchin monkeys Cebus nigrivittatus. Anim Behav 29: 1036-1056.

Schino G (2007) Grooming and agonistic support: a meta-analysis of primate reciprocal altruism. Behav Ecol 18: 115-120.

Seyfarth RM (1977) A model of social grooming among adult female monkeys. J Theor Biol 65: 671-698.

Silk JB, Alberts SC, Altmann J (2003) Social bonds of female baboons enhance infant survival. Science 302: 1231-1234.

van Hooff, JARAM and van Schaik CP (1994) Male bonds – affiliative relationships among nonhuman primate males. Behaviour 130: 309-337.

van Schaik CP and van Noordwijk MA (1989) The special role of male Cebus monkeys in predation avoidance and its effect on group composition. Behav Ecol Sociobiol 24: 265-276.

van Wolkenten ML, Davis JM, Gong ML, de Waal FBM (2006) Coping with acute

crowding by Cebus apella. Int J Primatol 27 (5).

Visalberghi E, (1988) Responsiveness to objects in two social groups of tufted capuchin monkeys (Cebus apella). Am J Primatol 15: 349-360.

Visalberghi E, Valenzano DR and Preuschoft S (2006) Facial displays in Cebus apella. Int J Primatol 27 (6).

(47)

47 -Vogel ER (2005) Rank differences in energy intake rates in white-faced capuchin monkeys, Cebus capucinus: the effects of contest competition. Behav Ecol Sociobiol 58: 333-344.

Vogel ER, Janson CH (2007) Predicting the frequency of food-related agonism in white-faced capuchin monkeys (Cebus capucinus), using a novel focal-tree method. Am J Primatol 69 (5): 533-50.

Wrangham RW (1980) An ecological model of female-bonded primate groups. Behaviour 75: 262-299.

(48)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Archie EA, Morrison TA, Foley CAH, Moss CJ and Alberts SC (2006) Dominance rank relationships among wild female African elephants, Loxodonta Africana. Anim Behav 71: 117-127.

Creel S, Creel NM and Monfort SL (1996) Social stress and dominance. Nature 379 (212).

Dewsbury DA (1982) Dominance rank, copulatory behavior, and differential reproduction. Q Rev Biol 57: 135-159.

Drews C (1993) The concept and definition of dominance in animal behaviour. Behaviour 125: 283-313.

FatjÓ J, Feddersen-Petersen D, Ruiz De La Torre JL, Amat M, Mets M, Braus B, Manteca X (2007) Ambivalent signals during agonistic interactions in a captive wolf pack. Appl Anim Behav Sci 105: 274-283.

Fedigan L (1993) Sex Differences and intersexual relations in adult white-faced capuchins (Cebus capucinus). Int J Primatol 14(6).

Fragaszy DM, Visalberghi E, and Robinson JG (1990) Variability and adaptability in the genus Cebus. Folia Primatol 54: 114-118.

Gomes DF (2006) Ecologia cognitiva e forrageio social em macacos-prego, Cebus

nigritus (Goldfuss, 1809) cativos. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do

Sul. Faculdade de Biociências. Programa de Pós-Graduacão em Zoologia.

Jean-Baptiste L, Fornasieri I, Petit O (2002) Aggression and reconciliation in Cebus

capucinus. Int J Primatol 23(5).

Manson JH, Rose LM, Perry S, and Gros-Louis J (1999) Dynamics of female-female relationships in wild Cebus capucinus: data from two Costa Rican sites. Int J Primatol 20(5).

(49)

49 -Martin P and Bateson P (1993) Measuring Behaviour: an introductory guide. Cambridge, Cambridge University Press. 63-113.

Perry S (1996) Female-female social relationships in wild white-faced capuchin monkeys, Cebus capucinus. Am J Primatol 40: 167-182.

Perry S (1998) A case report of a male rank reversal in a group of wild white-faced capuchins (Cebus capucinus). Primates 39(1): 51-70.

Phillips KA (1995) Foraging-related agonism in capuchin monkeys (Cebus capucinus). Folia Primatol 65: 159-162.

Poisbleau M, Fritz H, Guillemain M, and Lacroix A (2005) Testosterone and linear social dominance status in captive male dabbling ducks in winter. Ethology 111: 493-509.

Reader SM, and Laland KN (2001) Primate Innovation: Sex, Age and Social Rank Differences. Int J Primatol 22(5).

Reed C, O'Brien TG, and Kinnaird MF (1997) Male social behavior and dominance hierarchy in the Sulawesi crested black macaque (Macaca nigra). Int J Primatol 18(2). Rose LM (1994) Sex-differences in diet and foraging behavior in white-faced capuchins (Cebus capucinus). Int J Primatol 15: 95-114.

Sapolsky RM, (2005) The Influence of Social Hierarchy on Primate Health. Science 308.

Sparks J (1967) Allogrooming in primates: a review. Primate Ethology. Ed. by D. Morris. London. Weidenfeld.

Vehrencamp SL (1983) A model for the evolution of despotic versus egalitarian societies. Anim Behav 31: 66-682.

(50)

Vekovishcheva O, Yu, Sukhotina IA, and Zvartau E (2000) Co-housing in a stable hierarchical group is not aversive for dominant and subordinate individuals. Neuros Behav Physiol 30(2).

Visalberghi E, Valenzano DR, and Preuschoft S (2006) Facial displays in Cebus apella. Int J Primatol 27(6).

Vogel ER (2005) Rank differences in energy intake rates in white-faced capuchin monkeys, Cebus capucinus: the effects of contest competition. Behav Ecol Sociobiol 58: 333-344.

Wittemyier G and Getz WM (2007) Hierarchical dominance structure and social organization in African elephants, Loxodonta Africana. Anim Behav 73: 671-681.

(51)

51

(52)

Anexo I – Planilha para coleta de dados de amostragem comportamental de interação agressiva. Nome do pesquisador: ____________________________________________________ Grupo observado: _______________________________________________________ Data: __________________ Nº. da sessão: _______________________

Hora inicial: ____________ Hora final: __________________________

DATA I.D.A. I.D.R.

INTERAÇÃO AGRESSIVA INTERAÇÃO NÃO-AGRESSIVA PADRÃO OBSERVAÇÕES FÍSICA NÃO-FÍSICA FÍSICA NÃO-FÍSICA

TORA

(53)

53 -Anexo II – Planilha para coleta de dados de teste com objeto para obtenção de recurso alimentar (TORA). Nome do pesquisador: ____________________________________________________

Grupo observado: _______________________________________________________ Data: __________________ Nº. do TORA: _______________________

Hora inicial: ____________________ Hora final: ____________________

DATA I.D.A. TEMPO DE POSSE

(MIN) PADRÃO OBSERVAÇÕES

(54)

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA ACTA ETHOLOGICA http://www.springer.com/life+sci/behavioural/journal/10211 Title Page

The title page should include: The name(s) of the author(s) A concise and informative title

The affiliation(s) and address(es) of the author(s)

The e-mail address, telephone and fax numbers of the corresponding author Abstract

Please provide an abstract of 100 to 150 words. The abstract should not contain any undefined abbreviations or unspecified references.

Keywords

Please provide 4 to 6 keywords which can be used for indexing purposes. Text Formatting

Manuscripts should be submitted in Word.

Use a normal, plain font (e.g., 10-point Times Roman) for text. Use italics for emphasis.

Use the automatic page numbering function to number the pages. Do not use field functions.

Use tab stops or other commands for indents, not the space bar. Use the table function, not spreadsheets, to make tables. Use the equation editor or MathType for equations.

Note: If you use Word 2007, do not create the equations with the default equation editor but use the Microsoft equation editor or MathType instead.

Save your file in doc format. Do not submit docx files. Headings

Please use no more than three levels of displayed headings. Abbreviations

Abbreviations should be defined at first mention and used consistently thereafter. Footnotes

Footnotes on the title page are not given reference symbols. Footnotes to the text are numbered consecutively; those to tables should be indicated by superscript lower-case letters (or asterisks for significance values and other statistical data).

Acknowledgments

Acknowledgments of people, grants, funds, etc. should be placed in a separate section before the reference list. The names of funding organizations should be written in full. Scientific style

Please always use internationally accepted signs and symbols for units, SI units. Genus and species names should be in italics.

Generic names of drugs and pesticides are preferred; if trade names are used, the generic name should be given at first mention.

(55)

55 -Citation

Cite references in the text by name and year in parentheses. Some examples: Negotiation research spans many disciplines (Thompson 1990).

This result was later contradicted (Becker and Seligman 1996).

This effect has been widely studied (Abbott 1991; Barakat et al. 1995; Kelso and Smith 1998; Medvec et al. 1993).

Reference list

The list of references should only include works that are cited in the text and that have been published or accepted for publication. Personal communications and unpublished works should only be mentioned in the text. Do not use footnotes or endnotes as a substitute for a reference list.

Reference list entries should be alphabetized by the last names of the first author of each work.

Journal article

Smith J, Jones M Jr, Houghton L et al (1999) Future of health insurance. N Engl J Med 965:325–329

Article by DOI

Slifka MK, Whitton JL (2000) Clinical implications of dysregulated cytokine production. J Mol Med. Doi:10.1007/s001090000086

Book

South J, Blass B (2001) The future of modern genomics. Blackwell, London Book chapter

Brown B, Aaron M (2001) The politics of nature. In: Smith J (ed) The rise of modern genomics, 3rd edn. Wiley, New York, pp 230-257

Online document

Doe J (1999) Title of subordinate document. In: The dictionary of substances and their effects. Royal Society of Chemistry. Available via DIALOG.

http://www.rsc.org/dose/title of subordinate document. Accessed 15 Jan 1999

Tables

All tables are to be numbered using Arabic numerals.

Tables should always be cited in text in consecutive numerical order.

For each table, please supply a table heading. The table title should explain clearly and concisely the components of the table.

Identify any previously published material by giving the original source in the form of a reference at the end of the table heading.

Footnotes to tables should be indicated by superscript lower-case letters (or asterisks for significance values and other statistical data) and included beneath the table body. Electronic Figure Submission

Supply all figures electronically.

Indicate what graphics program was used to create the artwork.

For vector graphics, the preferred format is EPS; for halftones, please use TIFF format. MS Office files are also acceptable.

Vector graphics containing fonts must have the fonts embedded in the files. Name your figure files with "Fig" and the figure number, e.g., Fig1.eps.

Referências

Documentos relacionados

Após 96 horas, houve um aumento no consumo, com o aumento de 100 para 160 ninfas, que não diferiu significativamente da densidade 220; com 280 ninfas disponíveis houve um

As variáveis peso, estatura e circunferência da cintura apresentaram valores médios superiores aos homens em relação as mulheres, sendo o inverso observado para índice

O Documento Orientador da CGEB de 2014 ressalta a importância do Professor Coordenador e sua atuação como forma- dor dos professores e que, para isso, o tempo e

Colhi e elaborei autonomamente a história clínica de uma das doentes internadas no serviço, o que constituiu uma atividade de importância ímpar na minha formação, uma vez

The purpose of this study is to recognize and describe anatomical variations of the sphenoid sinus and the parasellar region, mainly describing the anatomy of

A Vector Network Analyser is used to generate the transmitted signal and to collect the received signals, being both in the frequency range of 100 MHz to 3 GHz.. Figure 3.4:

The molecule was mixed with the cationic lipid DOTAP (Figure 1) to form stable vesicles with small sizes due to the two polar heads and the long carbon chain present