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Museu de Arte Contemporânea do Paraná Sala Theodoro De Bona

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Academic year: 2021

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lugar

inComum

Erica Kaminishi Julia Ishida Sandra Hiromoto

Museu de Arte Contemporânea do Paraná

Sala Theodoro De Bona

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Erica Kaminishi, Sandra Hiromoto e Julia Ishida são artistas de concepções artísticas distintas que decidiram apresentar suas mais recentes obras em conjunto. Apesar de se conhecerem há alguns anos e de anteriormente já terem trabalhos seus apresentados em grupo, esta é a primeira mostra onde os olhares das três, por acaso, convergiram para um mesma realidade.

Criadas e confeccionadas em separado, essas obras abordam aspectos naturais ou construídos da paisagem com o intuito de representar lugares in-comuns. Um lugar in-comum é formado de espaço e tempo singulares ao qual os indivíduos são conduzidos por necessidade de reflexão, em particular, quando displicentemente observam objetos tidos como de natureza utilitária ou sem importância. A expressão “lugar in-comum” designa tanto uma

localidade de aspecto banal onde o olhar repousa para dar vazão aos sentimentos como o tempo de observação de objetos corriqueiros que se alterna entre foco e displicência durante o qual elementos do inconsciente fortemente carregados de carga emotiva afloram.

Os trabalhos de Erica, Sandra e Julia são recortes simbólicos de paisagens observadas por indivíduos imersos em

pensamentos e sentimentos. São detalhes de um entorno normalmente visto como banal, que apesar de captados em momentos de quase inconsciência são representados de modo racional, fragmentado e agigantado com o intuito de levar terceiros aos lugares in-comuns onde as artistas estiveram.

Erica é uma artista em cujos trabalhos se observa uma atração pela organicidade, manufatura, repetição e acaso controlado. Nesta exposição ela apresenta um

desdobramento da mostra que fez em 2011, na Galeria Flávio de Carvalho, espaço cultural da Funarte em São Paulo. Condizente com premissas da sociedade contemporânea, Erica reproduz em três dimensões e com materiais sintéticos um jardim de pedras japonês. Não um

tradicional jardim zen, mas uma miniatura deste tipo de jardim mais compatível com os espaços e tempos das comunidades atuais. Num jardim zen para que o processo de condução aos lugares in-comuns e de meditação se dê é necessário uma ação física do indivíduo (feitura do jardim) ou uma contemplação do resultado desta. Ciente disto, Erica propõe ao espectador uma possibilidade de ação catártica em

seu jardim que responde aos desejos de expressão dos indivíduos da sociedade atual: a interferência em suas falsas pedras por meio de grafismos.

Sandra trabalha nas fronteiras, nos limites entre Artes e linguagens. Com formação em desenho industrial, em seus trabalhos ela se apropria dos elementos e técnicas usados tanto por pintores como por designers. Em suas obras as letras, palavras, imagens (por ela construídas ou por outros) e texturas são representadas por meio de técnicas artesanais e semi-industriais. As composições visuais que Sandra agora apresenta se relacionam com questões que mostrou em produções anteriores, e nestas como naquelas se observam detalhes, cantos, aspectos da vida privada representados por meio de materiais e técnicas que a sociedade atual relaciona com ações expressivas em espaços públicos. As representações de lugares in-comuns de Sandra são como que paredes “olhadas sem serem vistas”, sobre as quais a mente projeta um grupo aparentemente desconexo de coisas (cadeiras, luminárias, letras, texturas, palavras, diálogos...), mas que são interligadas pelo processo de registro mnemônico de fatos marcantes. As pinturas de Julia são fruto de horas de observação da natureza, da captação de detalhes desta por meio de registros fotográficos e da redefinição de aspectos formais destes registros com grafite sobre papel. Cada pintura sua é o resultado de uma profunda reflexão visual sobre um detalhe percebido. Suas obras falam, sobretudo, de introspecção, intimidade e oposição. Suas pinturas representam lugares in-comuns nos quais o fluxo de pensamentos parece se misturar com o som dos elementos naturais que insistem em passar por entre um sólido agrupamento de pedras. Nas obras de Julia o vento, a água, o vazio são profundos e repletos de significado, e são sedutores de um modo amedrontador. Nelas as pedras se mostram tão interferidas por esses elementos naturais que ganham aspectos orgânicos e quase sexuais.

Rosemeire Odahara Graça

Natural e atuante profissionalmente em Curitiba, Paraná. Doutora em Educação pelo Institute of Education da University of London, professora de conteúdos de história das artes da Faculdade de Artes do Paraná

A exposição “Lugar Incomum“ idealizada para ser

apresentada na Sala Theodoro De Bona, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, une as poéticas de três artistas oriundas da cultura oriental, que têm em comum o trato da paisagem, seja ela urbana ou não.

Os trabalhos de Erica Kaminishi, Julia Ishida e Sandra Hiromoto compõem um conjunto coerente, onde convivem a pintura, o objeto, a intervenção, recriando uma “natureza” fora de lugar.

Erica cria um espaço artificial, cujas pedras de resina e grama plástica lembram um tradicional jardim japonês, traduzindo para a atualidade com um aspecto de perfeição irreal.

Julia registra a imobilidade e a eternidade do elemento sólido que é a pedra, simbolizando em muitas culturas a permanência, a longevidade, a preservação da sabedoria oral.

Sandra acrescenta a esta “paisagem” imagens aumentadas de mobiliários urbanos comuns, com os quais nos deparamos todos os dias, no ir e vir em nossa cidade, mas não nos damos conta, nos são invisíveis.

A arte contemporânea deve se comunicar diretamente com o espectador, instigando o pensamento, levando à reflexão, mexendo com a memória, invertendo a normalidade, causando estranhamento e novas sensações. Ela exige do observador um esforço maior no ato contemplativo.

O MAC/PR e as artistas convidam à interação, ao desfrute e ao prazer.

Lenora Pedroso

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Sandra Hiromoto (Sandra Yoshie Yamakawa Hiromoto),

1968. Brasileira, vive e trabalha em Curitiba, Brasil. Graduada em Desenho Industrial pela PUC-PR, participou do Intercâmbio na Universidade de Okayama-Japão, pós-graduada em Marketing pela Funesp e pós-pós-graduada em Poéticas no Ensino da Arte Contemporânea, Universidade Tuiti do Paraná. Frequentou o Ateliê de Edilson Viriato. Participou de diversas exposições no Brasil e no

exterior expôs em: Carrousel du Louvre e I Biennale d’Art Contemporain Brésilian - Paris/França, III Bienal De Artes Brasileiras em Bruxelas/Bélgica, Museus de Kobe, Ehime, Yokohama e Kumamoto/Japão, Nova Iorque e Califórnia/Estados Unidos , Madri, Ceuta e Córdoba/ Espanha, Cusco e Lima/Perú, Pereira/Colômbia, Mazatlan e Ixtapan de La Sal /México, Caribe/Cuba e Pereira/ Colombia. Premiada no Brasil e na França. Realizou diversas intervenções pela Fundação Cultural de Curitiba.

Erica Kaminishi, 1979. Brasileira, vive e trabalha

entre Brasil e França.

Formada em Artes Plásticas pela Faculdade de Artes do Paraná em Curitiba, mestre em Artes Visuais pela Nihon University em Tóquio, Japão.

Já realizou diversas exposições no Brasil e no Japão. Dentre as principais exposições individuais estão as realizadas no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Funarte São Paulo e na Tokyo Opera City Art Gallery (Japão). E exposições coletivas na Yokohama Civic Art Gallery (Japão), na Aichi Triennale 2010 (Japão) e Echigo-Tsumari Art Triennale 2012, em Niigata (Japão). Ao longo de sua carreira, recebeu diversos prêmios entre o Brasil e o Japão, incluindo o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010, Prêmio Mostra de Artistas no Exterior (Fundação Bienal de São Paulo) e Bolsa Produção em Artes Visuais 2011 (Fundação Nomura, Japão).

Julia Ishida, (Julia Inoue Ishida)1962 Brasileira, vive e

trabalha em Curitiba, Brasil.

Bacharel em PINTURA – Escola de Música e Belas Artes do PR – EMBAP, pós-graduada em História da Arte do Século XX – EMBAP. Realizou diversas exposições no Brasil , destacando-se Solar do Barão, pela Fundação Cultural de Curitiba, Curitiba/PR, Museu Alfredo Andersen – Curitiba/ PR, Galeria PROEX – Universidade Estadual de Ponta

Grossa/PR, Secretaria do Estado da Cultura de Curitiba/ PR, Fundação Cultural da Caixa Econômica Federal de Curitiba/PR, Caminhos da História e da Arte – Castro - PR, Telemaco Borba – PR e Brasília - DF. Dentre seus prêmios destaca-se 57º Salão Paranaense, Museu de Arte Contemporânea, Paraná, Curitiba – PR. Foi professora colaboradora no curso de licenciatura em Artes Visuais Universidade de Ponta Grossa - PR e atualmente professora de desenho e pintura na Faculdades de Artes do Paraná - FAP/UNESPAR

Ficha técnica

Exposição Lugar InComum “Jardim”

Instalação composta por esculturas em fibra de vidro, pintura automotiva e grama sintética nas cores branco e verde.

Ano: 2011

Fotos: Nio Tatewaki

“Introspecção”

Pinturas diversas em óleo s/ tela Dimensões variáveis.

Ano: 2013

Fotos: Julia Ishida

“Outras Paisagens”

Intervenção urbana realizada com estêncil, tinta spray e acrílica s/ parede.

Dimensão: 10x4 metros. Ano: 2013

Fotos: Sandra Hiromoto

Catálogo

Textos: Lenora Pedroso

Rosemeire Odahara Graça

Projeto gráfico/diagramação: Sandra Hiromoto Tiragem: 500 unidades

Gráfica: Imprensa Oficial do Estado do Paraná ano: 2013

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apoio

Governador do Estado do Paraná Beto Richa

Secretário de Estado da Cultura Paulino Viapiana

Diretora-Geral Valéria Marques Teixeira

Coordenadora do Sistema Estadual de Museus Christine Vianna Baptista

Diretora do Museu de Arte Contemporânea do Paraná Lenora Pedroso

Equipe Técnica

Dorothi Oliveira, Edilene Luiz Ozório, Gerson Ferreira, Irai das Graças Casagrande, Lia Amaral, Lucia Venturin, Myriam Sbravati, Regina Célia Rezende, Vera Regina Vianna Baptista, Vilma de Souza, William de Almeida

Batista, Equipe de Apoio

Ananias Quirino, Gilson de Carvalho, Manoel da Silva, Terezinha Moreira Presidente da Sociedade de Amigos do Museu de Arte Contemporânea do Paraná

Edilene Terezinha Guzzoni

Museu de Arte Contemporânea do Paraná

Sala Theodoro De Bona

Rua Desembargador Westphalen, 16 - Centro 80010-110 Curitiba/PR

(41) 3323 5328 3323 5337

Agendamento de visitas mediadas: (41) 3323 5265

mac@pr.gov.br | www.cultura.pr.gov.br/mac

Horário de funcionamento Terça a sexta-feira, das 10 às 19h

Sábado e domingo, das 10 às 16h Entrada gratuita

Referências

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