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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA UCB. Curso de Graduação em Enfermagem

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Curso de Graduação em Enfermagem

GUSTAVA BATISTA DA SILVA BISPO

CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA, SOBRE

HEPATITES B E C POR MANICURES E PEDICURES NO

RECANTO DAS EMAS/DF

Taguatinga - DF 2013 

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CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA SOBRE

HEPATITES B E C POR MANICURES E PEDICURES NO

RECANTO DAS EMAS/DF.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Enfermagem da Universidade Católica de Brasília (UCB), como requisito à aprovação e obtenção do título de Enfermeira.

Orientadora: Profª Maria Liz Cunha de Oliveira

Taguatinga - DF 2013

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PRÓLOGO ... 4  RESUMO... 5  ABSTRACT ... 6  1 – REFERENCIAL TEÓRICO ... 7  1.1. Profissão de Manicure...13 1.2. Esterilização ... 14  2 – JUSTIFICATIVA ... 17  3 – OBJETIVOS ... 18  3.1. Objetivo Geral ... 18  3.2. Objetivos Específicos ... 18  4 – QUESTÕES NORTEADORAS ... 19  5 – HIPÓTESE ... 19  6 – METODOLOGIA ... 19  6.1. Delineamento do Estudo ... 19  6.2. Local do Estudo ... 20  6.3. População e Amostra ... 20  6.3.1. Critérios de Inclusão ... 20  6.3.2. Critérios de Exclusão ... 20  7 – COLETA DE DADOS ... 20 

8 – ANÁLISE DOS DADOS ... 21 

9 – ASPECTOS ÉTICOS ... 21 

10 – RESULTADOS ... 22 

TABELA 1 - Características Sócias Demográficas da População Estudada. ... 23 

TABELA 2 - Conhecimentos das manicures sobre hepatite. ... 24

TABELA 3 - Atitudes tomadas pelas manicures para evitar transmitir a doença para as suas clientes...27  

TABELA 4 - Práticas realizadas pelas manicures para evitar contrair Hepatite em seu ambiente de trabalho. ... 29 

TABELA 5 - Fatores de Risco. ... 30 

11- DISCUSSÃO ... 33 

CONCLUSÃO ... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...40

ANEXO 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ... 43 

ANEXO 2 – Termo de Concordância do Estabelecimento Comercial ... 44 

ANEXO 3 – Instrumento de Coleta de Dados ... 46

ANEXO 4 – Instrumento de Coleta de Dado...50

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PRÓLOGO

Este trabalho tem como finalidade mostrar qual o conhecimento, atitude e prática das manicures e pedicures sobre a Hepatite B e C.

Foram coletadas informações em vários estabelecimentos e com diferentes profissionais, no Recanto das Emas, no Distrito Federal.

Poderemos observar que nos dias de hoje, mesmo com o advento da Internet e uma grande quantidade de informações disponíveis, os profissionais dos salões de beleza e os que prestam seus serviços em domicilio têm pouco conhecimento sobre as causas da Hepatite e como fazer a prevenção.

Até o momento, a questão da transmissão foi pouco estudada em salões de beleza. É nesse sentido que a pesquisa se torna necessária para a coleta de dados que possa aprimorar e definir novas estratégias para ações de prevenção e controle desse agravo.

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CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA, SOBRE HEPATITES B & C POR MANICURES E PEDICURES NO RECANTO DAS EMAS/DF, 2013.

Orientadora: Profª Maria Liz Cunha de Oliveira

RESUMO

OBJETIVO: Estimar a prevalência de hepatite B e C em profissionais que oferecem

serviços de manicure e pedicure, em amostra de 70 (setenta) indivíduos, para constatar se existe risco potencial de se adquirir as Hepatites Virais B e C, nos salões de beleza localizados na Região Administrativa (RA) do Recanto das Emas/DF.

METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo,

seccional, do tipo inquérito epidemiológico, do tipo PCAP, que visa a determinar os conhecimentos, as atitudes e as práticas relativas às Hepatites Virais B e C das manicures e pedicures da RA Recanto das Emas/DF.

RESULTADOS: Verificou-se que conhecimentos, práticas e atitudes em relação à

Hepatite B e C são inadequadas.

CONCLUSÃO: Diante dos resultados encontrados nesta pesquisa, percebe-se à

necessidade de estratégias para que ocorra mudança de hábito e costumes dessas profissionais. O fortalecimento da autonomia das profissionais como essência do processo educativo, além de considerar os saberes e opiniões, deve congregar os contextos das vulnerabilidades ambientais, sociais, culturais.

Palavras Chaves: Hepatite, VHB, VHC, salões de beleza, manicures, pedicures,

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KNOWLEDGE, ATTITUDE AND PRACTICE ON HEPATITIS B & C BY manicures and pedicures Nook OF THE EMAS / DF, 2013.

Advisor: Prof. Maria Liz Cunha de Oliveira

ABSTRACT

OBJECTIVE: To estimate the prevalence of hepatitis B and C among professionals

that offer manicure and pedicure in a sample of 70 (seventy) individuals, to see if there is potential risk of acquiring Viral Hepatitis B and C, in salons located Administrative Region (RA) the Nook Emas / DF.

METHODOLOGY: This is a study of quantitative approach, descriptive,

cross-sectional, epidemiological survey type, PCAP type, which aims to determine the knowledge, attitudes and practices related to Viral Hepatitis B and C from manicures and pedicures Corner of the RA emus / DF.

RESULTS: It was found that knowledge, practices and attitudes toward hepatitis B

and C are inadequate.

CONCLUSION: In the analysis of the results found in this study, it realizes the need

for strategies to promote the change of habits and customs of these professionals. The strengthening of the autonomy of professionals as the essence of the educational process, in addition to considering the knowledge and opinions, should unite the contexts of environmental vulnerability, social, cultural.

Key Words: Hepatitis, HBV, HCV, beauty salons, manicures, pedicures, drill-cutting.

   

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1 – REFERENCIAL TEÓRICO

Hipócrates ao descrever, no sec. V A.C., um quadro epidêmico de icterícia, tornou-se responsável por um dos primeiros relatos de surtos de hepatites virais de que se tem notícia (ZACHVAL e DEINHARDT, 2007). No final do sec. XIX surgiram os primeiros registros de casos de hepatites transmitidas por via percutânea, que foram descritos por Lurman e colaboradores. Nas décadas seguintes, diversos autores descreveram casos de hepatites transmitidas por via percutânea, mas somente em meados do sec. passado, surgiram as primeiras associações de casos de hepatite com transfusão de sangue e derivados (BRANDÃO-MELLO, MENDES e PERNAMBUCO, 2001, p. 11).

No início do sec. XX, os estudos das hepatites se intensificaram e o termo "hepatite infecciosa" passou a ser usado para descrever a forma epidêmica da doença. Em 1918, essa síndrome foi relacionada a uma provável etiologia viral. Na década de 60, Blumberg e colaboradores, pesquisando as proteínas do sangue, observaram no soro de um aborígine australiano a presença de um antígeno que denominou de "Antígeno Austrália" (BLUMBERG e ALTER et al., 1995, 1997).

As hepatites virais se encontram disseminadas pelo mundo e, em termos de freqüência, ocupam um dos primeiros lugares entre as infecções virais, representando um importante problema de saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que o mundo pode ser subdividido em três áreas de referência: "alta, media e baixa endemicidade, baseadas na prevalência desse vírus" e diz ser a região amazônica a de maior prevalência desse vírus, sobretudo os estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima (BRASIL et al., 2003, p. 565).

Na verdade, no Brasil, a endemicidade do vírus da hepatite B (VHB) é bastante heterogênea, mais prevalente na região norte do país, embora, dados de 1996 a 2000 apontem o estado de Santa Catarina como a Unidade da Federação que possui maior taxa de detecção, seguida pelo Distrito Federal, Paraná e Roraima (BRASIL, 2004).

Rosini e Mousse (2002) estudaram a prevalência das Hepatites B e C em doadores de sangue no estado de Santa Catarina no período de 1999 a 2001 e obtiveram os seguintes resultados de anti-HBc positivos: Blumenau: 22,7%; Jaraguá

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do Sul: 29,7%; Joinville: 18,21%. Cunha et al. (2000) avaliaram a prevalência do HBsAg e anti-HBc em Monte Negro-RO, e detectaram em 636 indivíduos submetidos ao anti-HBc positividade de 60,4%. Os autores concluíram a região como de alta endemicidade para a Hepatite B. Indicaram a atividade sexual como forma evidenciada de transmissão, além do contato direto com lesões de pele e participação de insetos hematófagos como vetor mecânico. Ao analisarem a faixa etária de 0-5 anos, observaram positividade para anti-HBc em 11,5% contra 73,7% entre os maiores de 50 anos. A prevalência baixa entre 0-5 anos evidencia a importância da vacinação, já que a imunização para Hepatite B foi introduzida na região em 1994.

Segundo o Ministério da Saúde (2007), Hepatite designa qualquer degeneração do fígado por causas diversas, dentre as quais: as infecções pelos vírus A, B e C, o consumo de substâncias tóxicas e excesso de álcool. Os vírus das Hepatites B (VHB) e C (VHC) são transmitidos, sobretudo por meio do sangue.

A infecção pelo VHB pode acometer qualquer pessoa. No entanto, alguns grupos de indivíduos são particularmente expostos a este vírus, em função de determinadas circunstâncias, pela adoção de certas atitudes comportamentais ou da atividade profissional que exercem (FERNANDES et al., 2003). Esses grupos populacionais, considerados mais expostos ao VHB, são denominados grupos de risco, nos quais estão incluídos: receptores de transfusões de sangue ou derivados, hemodialisados crônicos, hemofílicos, toxicômanos, filhos de mães portadoras do vírus, barbeiros, manicures, depiladores e os profissionais da área da saúde.

Couto, Pedrosa e Nogueira (2003), observaram que a prevalência de pacientes com VHB vem decrescendo através dos anos nos centros de diálise graças às vacinações dos pacientes e ao menor emprego de transfusões de sangue e dos derivados com o progressivo uso de ferro parenteral e eritropoetina para o tratamento da anemia da insuficiência renal crônica e da prática do isolamento dos pacientes contaminados em salas específicas.

Segundo Ferreira (2000), não se pode precisar o número de pessoas portadoras do VHB em todo mundo. Estima-se algo em torno de 350 milhões de pessoas. Em longo prazo, a infecção traz a seus doentes graves conseqüências ao fígado, podendo evoluir para cirrose hepática e suas complicações, e para hepatocarcinoma. Durante as últimas décadas, estudos clínicos e experimentais

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desenvolvidos em todo mundo expandiram os conhecimentos sobre a Hepatite B, de forma que se dispõem, hoje, de técnicas para o seu diagnóstico e de drogas eficazes para o seu tratamento. O diagnóstico de qualquer das formas clínicas da doença se realiza através de técnicas sorológicas, que também se mostram muito úteis no seguimento da infecção viral, na avaliação do estado clínico do paciente e na monitorização do tratamento.

Entretanto, a imunização ativa, preventiva, se constitui a arma mais importante no combate à infecção pelo VHB. A prevenção da doença inclui: o controle efetivo de bancos de sangue através da triagem sorológica; a vacinação contra Hepatite B, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), conforme padronização do Programa Nacional de Imunizações (PNI) - a OMS recomendou que todos os países introduzissem a vacina da Hepatite B nos programas pediátricos de rotina; o uso de imunoglobulina humana Anti-Vírus da Hepatite B também disponível no SUS-PNI; o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos profissionais da área da saúde; o não compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, equipamentos para uso de drogas; e o uso de preservativos nas relações sexuais.

Não há dúvida de que a imunoprofilaxia é o método de maior custo-benefício para controlar globalmente a infecção pelo VHB e suas complicações. Atualmente, a imunoprofilaxia é realizada através de vacinas seguras, disponíveis em praticamente todo o mundo. As principais finalidades da vacinação contra o VHB são prevenir a doença aguda, impedir a cronificação da hepatopatia e sua evolução para cirrose e/ou hepatocarcinoma e, ainda, contribuir para minimizar a transmissão viral.

Não existe, entretanto, imunoprofilaxia preventiva para Hepatite C. Trata-se de uma infecção progressiva que cursa lentamente, é grave e pode ser fatal. Suas altas taxas de cronicidade e potencial evolutivo para cirrose e hepatocarcinona, características essas aliadas à dificuldade de resposta ao tratamento e, por ser ainda uma infecção oculta, em que a maioria dos portadores desconhece sua condição de doente, faz com que a infecção pelo VHC seja o maior motivo de indicação para transplante hepático e principal causadora de cirrose no mundo, e, portanto, um grave problema de Saúde Pública.

Não se conhece, com precisão, a prevalência do VHC no nosso país. Há relatos feitos em diversas áreas que sugerem que, em média, ela esteja entre 1% a

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2% da população em geral. Os indivíduos considerados de risco são aqueles que receberam transfusões de sangue e/ou hemoderivados antes de 1992, usuários de drogas intravenosas, pessoas com tatuagens e piercings, alcoólatras, portadores de HIV, transplantados, hemodialisados, hemofílicos, presidiários e sexualmente promíscuos.

Como as notificações não são completas é impossível detalhar quais são os principais fatores de risco para a nossa população. Em inquérito realizado pela Sociedade Brasileira de Hepatologia para analisar a “Epidemiologia do vírus C no Brasil” foi observada a prevalência de anti-VHC em pacientes com doenças hematológicas, pré-doadores de sangue e hemodialisados, entre outros.

Alvariz, em estudo retrospectivo de 1.594 pacientes com positividade do anti-HCV (Elisa 2 e/ou 3), avaliados entre 1975 e 2003, descreve uma prevalência de 44,8% infectados por transfusão de hemoderivados, 4,5% por drogas EV e 47% dos pacientes infectados por via ignorada. A maioria dos pacientes pesquisados nesse grupo (91%) era portador do genótipo 1 do VHC. Figueiredo e colaboradores, revisando a literatura, verificaram que a freqüência do VHC é baixa em profissionais da área de saúde, porém esse grupo pode ser considerado como de risco para contrair o VHC. No Brasil, Ozakik e colegas não encontraram VHC positivo em dentistas analisados.

O Projeto VigiVírus, que analisou retrospectivamente 4.996 prontuários de pacientes anti-VHC positivos, de serviços de saúde públicos e consultórios privados de profissionais brasileiros, revelou que 61% desses pacientes eram do sexo masculino, 81% eram atendidos em instituições públicas e 7% eram também infectados pelo HIV. Em relação aos genótipos, apenas 27% dos pacientes (1.348) dispunham dessa informação: 64% eram genótipo 1, 33% eram genótipo 3 e 3% genótipos 2 e 4. Na Região Sul do Brasil, o genótipo 3 foi o mais prevalente (44%) quando comparado com as outras regiões (Sudeste: 26% e Nordeste: 27%).

Tanto a hepatite aguda, quanto à crônica, pelo VHC, são geralmente assintomáticas. A manutenção do RNA-VHCA por mais de seis meses após a infecção caracteriza a infecção crônica. Não há consenso no que se refere à proporção de indivíduos que desenvolvem a doença crônica. Estimava-se que, em média, deveria ficar entre 70% a 80% dos infectados, mas estudos realizados bem recentemente mostram que a proporção dos que se livram do vírus pode ser maior.

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Como a hepatite aguda pelo VHC é geralmente assintomática, é pouco provável que a sua vigilância possa ser realizada em âmbito nacional. Entre outros fatores, por que: a) não há marcador sorológico confiável para a infecção aguda; b) é difícil diferenciar, do ponto de vista clínico, infecção aguda de exacerbação de infecção crônica; e c) porque apesar de ter melhorado a notificação de casos anti-VHC positivos, não há recursos suficientes para o esclarecimento da situação que requer investigação complexa. A co-infecção pelos vírus VHC e HIV é relativamente freqüente entre os viciados em drogas ilícitas e entre os hemofílicos, ocorrendo entre 50% e 75% dos casos. A presença da infecção pelo HIV parece acelerar a evolução da infecção crônica pelo VHC para a cirrose e para a descompensação hepática, principalmente entre os mais imunodeprimidos. A resposta virológica sustentada ao tratamento com Interferon Alfa e Ribavirina é inferior àquela encontrada em monoinfectados pelo VHC.

Embora o vírus C (VHC) seja transmitido por contato direto, percutâneo ou através de sangue contaminado, em percentual significativo de casos não se identifica a via de infecção. Pertence ao gênero Hepacivirus da família Flaviridae, e seu genoma é constituído por uma fita simples de RNA. Há uma grande variedade na seqüência genômica do VHC. Os diferentes genótipos foram reunidos em seis grupos principais e vários subtipos, por Simmonds e colaboradores. Há uma distribuição geográfica diferenciada em relação aos genótipos do VHC. No Brasil, os mais freqüentes são: 1, 2 e 3.

Existem formas de prevenção da doença, tais como triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a distribuição de material biológico não infectado; triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, pulmão e rim; triagem de doadores de córnea ou pele; cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios, consultórios dentários, serviços de hemodiálise; tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado; abstinência ou diminuição do uso de álcool, não exposição a outras substâncias tóxicas ao fígado, como determinados medicamentos, etc.

O teste para detecção de anti-HCV se tornou obrigatório na triagem sorológica dos bancos de sangue brasileiros em novembro de 1993. Faculta-se aos serviços de hemoterapia a realização de testes confirmatórios ou complementares, mas é de responsabilidade destes a convocação e orientação do doador com

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resultados de exames alterados e o seu encaminhamento a serviços assistenciais, para confirmação do diagnóstico e orientação terapêutica.

O tratamento da Hepatite C visa deter a progressão da doença hepática pela inibição da replicação viral. A redução da atividade inflamatória costuma impedir a evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular, havendo também melhora na qualidade de vida dos pacientes. A precocidade do diagnóstico permite tratar pacientes ainda assintomáticos, impedindo que evoluam para fases sintomáticas da doença hepática, de controle mais difícil.

As hepatites podem infectar qualquer pessoa, independente da idade, do sexo e da condição social. Por ser uma doença inflamatória do fígado que compromete suas funções e pode levar à morte, será sempre melhor preveni-la. A prevenção caminha a par e passo com o conhecimento. Pesquisas revelam que grande parte da população desconhece seu estado de portador e, portanto, se constitui num elo de transmissão do vírus da Hepatite B (VHB) e do vírus da Hepatite C (HCV). O que ajuda o ciclo de transmissão das infecções.

Importante salientar que o risco sanitário é uma realidade com a qual se deve aprender a lidar. Embora não seja possível eliminar todos os riscos sanitários da vida, em geral, é muito importante estar alerta a eles. As pessoas se expõem ao risco sanitário quando consomem medicamentos ou produtos de higiene e limpeza, quando utilizam serviços de saúde ou frequentam salões de beleza, quando trabalham em ambientes enfumaçados, etc. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) NADAV/DIMCB/ANVISA 2009, considera risco sanitário a probabilidade que os produtos e serviços têm de causar efeitos prejudiciais à saúde das pessoas e coletividades.

Este estudo, numa amostra de 70 (setenta) indivíduos, tem como finalidade mostrar qual o conhecimento, atitude e prática das manicures e pedicures sobre a Hepatite B e C, em vários estabelecimentos de estética e com diferentes profissionais, no Recanto das Emas, no Distrito Federal.

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1.1. Profissão de Manicure

Foi sancionada em 18/01/12, a Lei 12.592, que reconhece, em todo o território nacional, o exercício das atividades profissionais de cabeleireiro, barbeiro, esteticista, manicure, pedicure, depilador e maquiador e determina que esses profissionais obedeçam às normas sanitárias, efetuando a esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento a seus clientes.

Como medida preventiva à contaminação pelo vírus da Hepatite e outros vírus, nos serviços de embelezamento e estética, a ANVISA e as Vigilâncias Sanitárias de estados e municípios elaboraram referências técnicas, que podem ser adotadas em todo o país. A referência técnica NADAV/DIMCB/ANVISA 2009 serve como parâmetro que orienta a inspeção sanitária e serve como estratégia para levar os cuidados de saúde ao mercado da beleza.

Embora, as referências técnicas não sejam documentos com valor legal, elas contêm recomendações acerca das estruturas físicas, dos materiais utilizados, dos procedimentos e dos recursos humanos e visam proteger os clientes de infecção por vírus, pois detalham o tratamento que os salões de beleza devem dar aos materiais de uso individual e único, aos descartáveis, e aos que são utilizados por diversos clientes, além de definir quais podem ser higienizados com limpezas feitas apenas com produtos químicos e aqueles nos quais a esterilização é necessária.

Essas normas levam em consideração o Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei Federal nº. 8.078/90), que estabelece que a proteção da saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de serviços é um dos direitos básicos do consumidor; consideram a necessidade de prevenção e redução dos riscos à saúde aos quais ficam expostas as pessoas que freqüentam os serviços de estética e embelezamento; consideram que os procedimentos invasivos (aqueles que provocam o rompimento das barreiras naturais ou penetram em cavidades do organismo) expõem os trabalhadores e usuários ao risco de infecções (HIV, VHB e VHC, dentre outros) e consideram que as ações e serviços de saúde são de relevância pública, estando sujeitos à regulamentação, fiscalização e controle pelo Poder Público, nos termos do art. 197, da Constituição da República.

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1.2. Esterilização

Os salões de beleza, como dito acima, são considerados estabelecimentos de interesse da saúde, e por isso, muitas vezes, representam riscos a quem os frequenta. A principal preocupação é com a esterilização e o descarte de instrumentos, já que ainda não é hábito de toda brasileira levar seu próprio instrumentário ao salão.

A Lei 12592/12 é a primeira lei federal que traz, de forma expressa, a obrigatoriedade de procedimentos como esterilização de materiais e utensílios utilizados no atendimento aos clientes de salões de beleza e abre caminho para que sejam feitas novas ações de proteção à saúde do trabalhador de salões de beleza e dos próprios clientes.

A referência técnica da Anvisa para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica esclarece como deve ser o manejo de instrumentos usados em salões de beleza, de modo a prevenir riscos à saúde dos clientes (como a contaminação por doenças infecciosas), dentre os quais, destacamos:

• Toalhas e lençóis são artigos de uso único, devendo ser trocados a cada cliente e devidamente lavados.

• Lixas para unhas e pés, espátulas de madeira e lâminas são instrumentos descartáveis e não podem ser reutilizados nem reprocessados, pois isso representa risco potencial à saúde.

• Alicates, pinças, afastadores e tesouras devem ser esterilizados após o uso. A esterilização é o processo físico, químico ou físico-químico que elimina todas as formas de vida microbiana. Deve ser precedida pela limpeza, realizada com água e sabão ou detergente, de forma manual ou automática, para remover sujidades visíveis, e pela desinfecção, processo físico ou químico que elimina a maioria dos micro-organismos patogênicos dos objetos. Após a esterilização, os instrumentos devem ser conservados em local limpo e protegido. É obrigatório o uso de invólucros adequados, com etiqueta informando a data em que foi realizado o procedimento.

• Trabalhadores em salões de beleza devem receber Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) — óculos, máscaras, luvas e jalecos — de acordo

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com as funções exercidas.

• Profissionais que realizam procedimentos com materiais perfurocortantes devem ser vacinados contra Hepatite B e tétano.

• Todos os produtos devem estar dentro do prazo de validade.

• Equipamentos e instrumentos devem ser disponibilizados em quantidade suficiente para atender a demanda do estabelecimento, respeitando os prazos de limpeza, desinfecção e esterilização.

• Produtos que devem ser mantidos sob refrigeração devem ser guardados em refrigeradores específicos, com termômetro e registro diário de temperatura, não podendo dividir espaço com alimentos.

O site do Ministério da Saúde elenca medidas simples de biossegurança: • Lavar bem as mãos com água e sabão líquido, antes e depois de atender cada

cliente;

• Usar luvas descartáveis para cada cliente e trocá-las a cada atendimento; • Usar materiais descartáveis: lixa para unhas e pés, palitos, protetores de

plástico para cubas e bacias. Desprezar os materiais descartáveis em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;

• Usar toalhas individuais para cada cliente. As toalhas descartáveis devem ser desprezadas após o uso. As de tecido devem ser lavadas e embaladas em saco plástico individual e guardadas em local limpo, seco e arejado até serem usadas novamente. Retirar a toalha da embalagem plástica na frente do cliente;

• Esterilizar seus instrumentos em autoclaves ou estufas: a esterilização é o processo que elimina todos os tipos de vírus, bactérias e fungos;

• Utilizando uma luva de borracha, lavar bacias e cubas com água e sabão líquido ou detergente após o término do atendimento de cada cliente;

• Manter os móveis limpos. A desinfecção do mobiliário deve ser feita com álcool 70%, após o atendimento de cada cliente;

• O ideal é que cada pessoa tenha seu kit. Estimular os clientes a levarem seus próprios instrumentos.

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A esterilização é um processo que, quando realizado corretamente, elimina todos os tipos de vírus, bactérias e fungos.

Estufa (calor seco) – é um processo simples, mas que exige cuidados

especiais, como manter a livre circulação de ar por toda a estufa e entre as caixas de alumínio ou aço inoxidável. É necessário observar rigorosamente o tempo de exposição e a temperatura. Os instrumentos precisam permanecer durante uma hora a 170ºC ou duas horas a 160ºC. A estufa deve possuir, além do termostato (botão do equipamento que registra a temperatura), um termômetro externo. A porta da estufa não poderá ser aberta durante o processo de esterilização e, quando isso ocorrer, todo o processo deve ser reiniciado.

Autoclave (vapor saturado sob pressão) – é o processo de esterilização

mais seguro, eficiente e rápido, porque, uma vez iniciado, o ciclo não pode ser interrompido. As recomendações quanto a tempo, temperatura e pressão deverão ser seguidas, de acordo com o manual técnico do equipamento. A autoclavagem é um processo físico de esterilização que acontece por ação de vapor saturado sob pressão (calor úmido), bastante utilizado em laboratórios de pesquisa e em hospitais.

Porém, a autoclave é um equipamento caro e nem sempre disponível, por isso, uma alternativa com o mesmo princípio da esterilização por autoclave, eficiente e simples, que pode ser realizada até em domicílio é o uso de panela de pressão. Para essa técnica, são necessários os seguintes materiais:

• Uma panela de pressão de 4 litros ou mais

• Cesta de metal ou suporte improvisado (latas cortada para ficar com 6 cm de altura, e com fundo perfurado com orifícios de 0,3 cm de diâmetro).

• 500 ml de água • Fogão

• Material a ser esterilizado

A panela deve ser previamente lavada com água, sabão ou detergente, e esponja. Os artigos que requerem o mesmo tempo de esterilização devem ser acondicionados e identificados, conforme quadro abaixo. Coloca-se a água, em

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seguida o suporte no interior da panela. Entre o suporte e a água deve-se deixar no mínimo 3 cm. Coloca-se então, o material sobre o suporte. O material deve ser disposto de modo a facilitar a circulação do vapor, utilizando-se no máximo 85% da superfície do suporte. Fecha-se a panela (a borracha deve ter boa vedação), que deverá ser posta sobre a chama intensa até a saída de jato de vapor contínuo. Então, diminui-se a intensidade do fogo e começa-se a marcar o início e o fim do tempo de esterilização – 30 minutos. Ao final do período, desligar o fogo e esperar o desaparecimento da pressão da panela. Retirar a válvula e manter a panela fechada por 10 minutos aguardando a secagem fechada. Entreabrir a panela por outros 10 minutos para completar a secagem. Retirar o material, colocar sobre uma superfície seca, não metálica, para evitar a condensação do vapor. Anotar a data da esterilização e a data limite de validade do pacote. Estocar de preferência em armário fechado, em ambiente limpo e seco e de acesso restrito. NADAV/DIMCB/ANVISA 2009.

Tempo mínimo de exposição (em minutos) para esterilização pelo vapor, segundo a temperatura:

Artigos hospitalares / Acondicionamento Autoclave

(gravidade) 121º C Vácuo 132º C Alto vácuo 132º C INSTRUMENTOS METÁLICOS

- em bandejas metálicas, embrulhadas em campo de algodão cru (duplo);

- envolvidos individualmente em compressas ou campo simples, embrulhados em campo duplo.

30’ 30’ 15’ 15’ 4’ 4’

2 – JUSTIFICATIVA

Os salões de beleza são considerados estabelecimentos de interesse da saúde. O ambiente de trabalho dos profissionais de estética, como outros cenários de trabalho, oferecem riscos à saúde. Daí a necessidade de educação do trabalhador, numa visão prevencionista e a importância das normas de biossegurança.

Existe potencial risco de transmissão do vírus das Hepatites B e C em estabelecimentos especializados em estética, se houver incidências de acidentes perfuro-cortantes com instrumentos compartilhados (lixas de unha, bacias, lâminas

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de barbear, alicates, tesouras, etc.), e como afirmar se estes estão totalmente limpos, desinfetados e esterilizados?

Até o momento, a questão da transmissão foi pouco estudada em salões de beleza e barbearias. É nesse sentido que a pesquisa se torna necessária para a coleta de dados que possa aprimorar e definir novas estratégias para ações de prevenção e controle desse agravo. Essa pesquisa será direcionada para um maior e melhor conhecimento, que as profissionais manicures tem sobre a doença Hepatite e suas atitudes para evitar a contaminação no salão de beleza que ela trabalha.

3

– OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Conhecer o nível de conhecimento, atitudes e práticas sobre a Hepatite B e C por profissionais de beleza.

3.2. Objetivos Específicos

1. Verificar se as manicures e/ou pedicures adotam normas de biossegurança na sua rotina de trabalho;

2. Conhecer o nível de informação que as manicures e/ou pedicures possuem sobre as vias de transmissão e prevenção das hepatites B e C; 3. Avaliar o grau de percepção de risco à exposição acidental a agentes

infecciosos;

4. Verificar o tipo de esterilização executada nos salões;

5. Estudar os resultados em função do tempo de profissão nas manicures e/ou pedicures.

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4 – QUESTÕES NORTEADORAS

1. Qual o nível de informação sobre essas infecções?

2. Há risco potencial de se adquirir as Hepatites B e C nos estabelecimentos de estética e embelezamento da RA do Recanto das Emas /DF?

5 – HIPÓTESE

Se os salões de beleza são considerados estabelecimentos de interesse da saúde, existe um potencial risco de se adquirir Hepatites B e C se for identificada a incidência dos fatores:

1. Baixo nível de conhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure e pedicure sobre o vírus VHB e VHC e sua transmissão;

2. Desconhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure e pedicure sobre sua condição vacinal ou condição vacinal incompleta, para o VHB (a dose recomendada pelo MS é de três doses para obtenção da soroconversão);

3. Baixo nível de conhecimento dos indivíduos que oferecem o serviço de manicure e pedicure sobre procedimentos técnicos adequados que evitem a transmissão das Hepatites B e C, no caso de acidentes perfuro-cortantes;

6 – METODOLOGIA

6.1. Delineamento do Estudo

Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, descritivo, exploratório, do tipo inquérito epidemiológico populacional, do tipo PCAP que visa acompanhar a evolução de indicadores na população brasileira que retratam a incorporação de medidas e estratégias de prevenção e de praticas de risco relacionadas às doenças Hepatites B e C. Será utilizada uma ficha de registro contendo um questionário do

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tipo misto com questões fechadas sobre seus conhecimentos sobre os vírus VHB e VHC, meios de transmissão e prevenção, e seu estado vacinal.

6.2. Local do Estudo

O estudo será realizado na Região Administrativa do Recanto das Emas/DF. O Recanto das Emas foi criado, por meio da Lei 510/93, em 28 de julho de 1993 (data do aniversário da cidade), para assentar 86 mil habitantes. A população ultrapassa 160 mil habitantes.

A cidade, com área territorial de 101,48 Km2, fica a 25,8 km do Plano Piloto.

6.3. População e Amostra

O estudo será realizado a partir de coleta de dados em uma população de 70 (setenta) salões de beleza que executam procedimentos de manicure e pedicure.

6.3.1. Critérios de Inclusão

Ser manicure, trabalhar em um salão de beleza, e ser maior de 18 anos.

6.3.2. Critérios de Exclusão

Ser manicure e se recusar a participar da pesquisa.

7 – COLETA DE DADOS

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O questionário utilizado nesta pesquisa é do tipo PCAP foi modular, contendo as seguintes seções: condições sócio demográficas; conhecimento sobre transmissão da Hepatite B e C; atitudes de prevenção; prática usada pelas manicures para evitar passar a doença; Fatores de risco que ela já se submeteu. Coleta de dados ocorreu de forma aleatória em salões em salões da Cidade Recanto das Emas/DF.

Trabalho de campo - O trabalho de campo foi realizado entre Outubro/2012 a Fevereiro/2013.

8 – ANÁLISE DOS DADOS

Os dados obtidos foram submetidos ao programa STATICAL PACKAGE FOR SCIENCES (SPSS) que é uma ferramenta de informática que permite realizar cálculos estatísticos complexos e visualizar em poucos segundos os resultados (PEREIRA, 2006).

O SPSS é utilizado por diversas áreas cientificas como: saúde, tecnologias, economia, direito, ciências sociais entre outras. A maior vantagem de se utilizar tal programa consiste em poder analisar dados quantitativos de muitas formas diferentes com grande rapidez

Serão atribuídos três intervalos para o conhecimento: Inadequado (<70%), Adequado (70 a 89%) e Muito Bom (>90%).

9 – ASPECTOS ÉTICOS

 

O presente faz parte do projeto maior conhecimento atitudes e práticas pelas manicures e pedicures do DF o estudo foi submetido à apreciação do Comitê de

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Ética e Pesquisa da Universidade FEPECS, parecer Nº 320/2012 e aprovado, sob protocolo do projeto Nº 311/2012.

10 – RESULTADOS

Das 70 manicures que constituíram a amostra desta investigação, todas eram do sexo feminino, com idade variando entre 18 e 61 anos de idade; e tempo de serviço variando de1 ano a mais de 10 anos de profissão em que trabalham em 70 salões de beleza da cidade do Recanto das Emas/DF.

Quero registrar que o grau maior de dificuldade encontrado nesta pesquisa foi o fator idade das manicures, pois a maioria dos salões que visitei, encontrei menores de dezoito anos exercendo esta profissão, no entanto para alcançar a o numero de 70 questionários respondido, visitei mais o mesmo 150 salões para concluir este resultado. Registro ainda que fiz entrevista com uma manicure de 13 anos de idade que me chamou a atenção, e seu questionário se encontra no ( anexo 5) desta pesquisa.

Das entrevistadas 53 (75%) trabalham em salões de beleza do bairro, 14 (20%) em casa, 01 (1,4%) em salão de beleza em shopping, 02 (3%) prestam serviços de porta em porta e 01 (1,4%) não responderam.

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TABELA 1. Características Sócias Demográficas da População Estudada.

A maioria das entrevistadas tem entre 20 a 50 anos como podemos observar na tabela acima. Quanto à escolaridade, podemos destacar que a maioria, 21(30%), tem o ensino fundamental incompleto. Outro dado quanto ao conhecimento é que a maioria, 41(58,6%), não tem curso formal.

CARACTERISTICAS NÚMERO f(%) Sexo Feminino 70 100 % Idade em anos Idade 10-20 6 8,6% Idade 21-30 17 24,3% Idade 31-40 19 27,1% Idade 41-50 16 22,9% Idade 51-60 11 15,7% Idade 61-70 1 1,4% Estado civil Solteiro 17 24,3% Casado 27 38,6% União Estável 15 21,4% Viúva 03 4,3% Separada 8 11,4% Cor Branco 27 38,6% Negro 15 21,4% Mulato 12 17,1% Amarelo 15 21,4% Não respondido 1 1,4% Escolaridade

Ensino Fundamental Incompleto 22 31,4% Ensino Fundamental completo 16 22,9% Ensino Médio Incompleto 10 14,3% Ensino Médio completo 16 22,9% Ensino Superior Incompleto 1 1,4% Ensino Superior completo 4 5,7% Pós-Graduação 1 1,4% Curso de Manicure

Fez curso formal (sim) 10 14,3% Fez curso formal (não) 41 58,6% Curso formal - Não Respondido 19 27,1% Renda 1 salário mínimo 24 34,3% Renda 2 a 5 salários mínimos 45 64,3% Renda – Não respondido 1 1,4% Tempo de trabalho – 1 ano 8 11,4% Tempo de trabalho – 2 a 5 anos 36 51,4% Tempo de trabalho – 6 a 9 anos 16 22,9% Tempo de trabalho – >10 anos 8 11,4% Tempo de trabalho – não respondido 1 2,9%

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O tempo de profissão para 08 (11,4%)% delas é de 1 ano enquanto 36 (51,4%) já são manicures entre 2 e 5 anos; das entrevistadas 16 (22,9%) delas têm entre 6 a 9 anos de trabalho como manicure; 08(11,4%) delas mais de 10 anos e apenas 01 (2,9%) não responderam.

TABELA 2 - Conhecimentos das manicures sobre hepatite.

 

CONHECIMENTO NÚMERO f(%)

Sabe o que é Hepatite B

Sim 46 65,7%

Não 23 32,9%

Não Respondido 1 1,4%

Sabe o que é Hepatite C

Sim 34 48,6%

Não 35 50,0%

Não Respondido 01 1,4%

Qual é a mais grave

Hepatite B 4 5,7% Hepatite C 30 42,9% Não há diferença 6 8,6% Não sabe 29 41,4% Não Responderam 1 1,4% A hepatite ataca Coração 1 1,4% Fígado 44 62,9% Não sabe 12 17,1% Vários órgãos 10 14,3% Outros 1 1,4% Não respondido 2 2,8%

O que a pessoa sente quando está com Hepatite

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Perda de peso 9 9,7% Intestino 1 1,1% Dor muscular 5 5,4% Falta de Apetite 13 14,0% Outros 2 2,2% Urina escura 7 7,5% Coloração amarela 47 50,5%

Como pega Hepatite

Água 1 1,4%

Sexual 26 37,1%

Contato de Pessoa a Pessoa 19 27,1% Contato com Sangue 16 22,9% Contato com fluidos orgânicos 1 1,4%

Não sabem 7 10,0%

A hepatite com o tempo leva a

Doença do coração 5 4,6% Doença de pele 6 5,6% Cirrose hepática 40 37,0% Transplante de rim 3 2,8% Câncer de fígado 34 31,5% Mal-estar 7 6,5% Não sei 13 12,0%

Existe vacina para evitar pegar a hepatite B

Sim 29 41,4%

Não 2 2,9%

Não Sei 38 54,3%

Não respondido 1 1,4%

Existe vacina para evitar pegar a hepatite C

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Não 6 8,6%

Não sei 49 70,0%

Não respondido 1 1,4%

Quem deve tomar a vacina para Hepatite:

Quem usa droga 3 4,3%

Profissionais de saúde 2 2,9% Quem faz sexo sem camisinha 6 8,6%

Todas as pessoas 49 70,0%

Portadores de doença crônica 1 1,4%

Não sabe 9 12,9%

Quem apresenta riscos para adquirir o vírus da hepatite B e C

Quem pratica sexo sem preservativo 19 27,1% Recém-nascidos de mãe portadores 7 10,0% Contato com material de uso pessoal (barbeadores) 30 42,9% Profissionais de saúde 4 05,7% Usuários de drogas 8 11,4%

Outros 2 2,9%

Quanto aos conhecimentos, podemos destacar que a maioria das entrevistadas diz conhecer a Hepatite B, 46(65,7%), enquanto quanto a Hepatite C a maioria não conhece 35 (50%). Em contrapartida, mesmo dizendo não conhecer a Hepatite C 30 das entrevistadas (42,9%) acham que ela é mais grave, e também podemos citar que 29 das entrevistadas (41,4%) não sabem qual das 2 é a mais grave.

Quanto a que órgãos a Hepatite ataca, 44 (62,9%) disseram que ataca o fígado. Quanto a como se pega a Hepatite, a maioria acha que se pega através de relações sexuais, 26(37,1%). Em relação a se existe vacina contra Hepatite B e C, para ambos os casos, observamos que a maioria não sabe, 38(54,3%) para Hepatite B e 49(70%) para Hepatite C. Outro dado importante é que para 30 das entrevistadas (42,9%) quem apresenta risco de adquirir o vírus das hepatites é quem tem contato com material de uso pessoal.

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TABELA 3 - Atitudes tomadas pelas manicures para evitar transmitir a doença para as suas clientes.

 

ATITUDES No f(%)

Como você evita pegar hepatite B e C

Evitar partilhar objetos pessoais 21 29,6% Cuidados com tatuagens e piercing 11 15,5% Usa preservativo 23 32,4% Toma vacina contra hepatite B 8 11,3% Nunca compartilhar agulhas ou seringas 2 2,8%

Não sabe 4 5,6%

Outros 2 2,8%

No seu trabalho como você faz para prevenir a transmissão da doença:

Esteriliza o material com água e sabão 5 6,8% Lava os materiais com água e sabão 2 2,7% Orienta os clientes a levar seu próprio

material

35 47,9% Joga fora o esmalte usado pela cliente que

sangrou

2 2,7% Lava o material com solução química 28 38,4%

Não sabe 1 1,4%

Como você limpa o material:

Lava os materiais com água e sabão 5 7,1% Coloca o material após o uso direto na estufa 57 81,4% Coloca o material de molho na água sanitária 7 10,0% Não respondido 1 1,4% Você esteriliza o material em:

Ferve em panela normal 2 2,9% Coloca na estufa 62 88,6% Coloca na autoclave 1 1,4% Coloca no molho em solução química 4 5,7%

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Não respondido 1 1,4% Quanto tempo você coloca na estufa:

15 minutos 13 18,6% 30 minutos 24 34,3% 40 minutos 17 24,3% 1 hora 8 11,4% Outros 1 1,4% Não respondido 7 10,0% Quanto tempo você coloca no autoclave:

30 minutos 5 7,1%

1 hora 2 2,9%

Outros 7 10,0%

Não respondido 56 80,0%

Quanto tempo você coloca na panela de pressão para ferver

15 minutos 2 2,9%

30 minutos 2 2,9%

Outros 6 8,6%

Não respondido 60 85,7%

Quanto tempo você coloca a panela para ferver: 15 minutos 4 5,7% 30 minutos 2 2,9% 40 minutos 1 1,4% Outros 7 10,0% Não respondido 57 80,0%

Em relação às atitudes, destacamos em primeiro lugar, que para como se evita pegar as hepatites, 23 entrevistadas (32,4%) responderam que é usando preservativo, seguido de evitar partilhar objetos pessoais, com 21 pessoas (29,6%).

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Para prevenção no ambiente de trabalho, a grande maioria respondeu que orienta os clientes a levar seu próprio material, 35 (47,9%), seguido de lavar o material com solução química, com 28 entrevistadas (38,4%).

Quanto aos procedimentos com os materiais, destacamos que 57 das entrevistadas (81,4%) limpam os materiais colocando-os na estufa após o uso. Quanto a esterilização, 62 (88,6%) das entrevistadas colocam na estufa e deixam por 30 minutos para 24 entrevistadas (34,3%).

TABELA 4 - Práticas

realizadas pelas manicures para evitar contrair

Hepatite em seu ambiente de trabalho.

 

PRATICA No f(%)

Em caso de sangramento o que você faz:

Cobre com um algodão com acetona 8 10,8% Joga pó cicatrizante 55 74,3% Cobre com algodão 4 5,4% Coloca pedra ume 7 9,5% Você usa luvas para fazer as unhas de suas

clientes:

Sempre 4 5,7%

Às vezes 6 8,6%

Nunca 59 84,3%

Não respondido 1 1,4% Você usa o material do salão para fazer sua

própria unha:

Sempre 34 48,6%

Às vezes 18 25,7%

Nunca 17 24,3%

Não respondido 1 1,4% Você lava os materiais usando luva:

Sempre 5 7,1%

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Nunca 50 71,4% Não respondido 2 2,9% Já sofreu algum acidente com material de

trabalho:

Sim 20 28,6%

Não 45 64,3%

Não respondido 5 7,1% Já sofreu algum acidente de trabalho que te

levou o contato com o sangue de uma cliente:

Sim 10 14,3%

Não 55 78,6%

Não respondido 5 7,1%  

Quanto às práticas, em caso de sangramento a maioria joga pó cicatrizante 55(74,3%). 59 das entrevistadas (84,3%) nunca usam luvas para fazer as unhas das clientes. Quanto ao uso dos materiais, 34 entrevistadas (48,6%) dizem que sempre usam o material do salão para fazer a própria unha e 50 entrevistadas (71,4%) nunca lavam o material usando luvas. A maioria das entrevistadas, 45(64,3%) não sofreu acidente com material de trabalho e 55(78,6%) não sofreram acidentes que levaram ao contato com sangue do cliente.

TABELA 5 – Fatores de Risco.

 

FATORES DE RISCO No f(%)

Alguém que mora na sua casa já teve hepatite: Sim 7 10,0% Não 27 38,6% Não lembra 35 50,0% Não respondido 1 1,4% Se sim, quem: Marido 2 28,6% Crianças 2 28,6%

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Irmão 3 42,8% Já recebeu transfusão

Sim 2 2,9%

Não 65 92,9%

Não respondido 3 4,3% Sua transfusão foi

Antes 1993 1 50,0% Após 1994 1 50,0% Fez cirurgia Sim 25 35,7% Não 45 64,3% Tem tatuagem Sim 20 28,6% Não 50 71,4% Tem piercing Sim 8 11,4% Não 61 87,1% Não respondido 1 1,4% Já compartilhou material cortante de higiene

pessoal

Sim 34 48,6%

Não 36 51,4%

Já teve relação sexual desprotegida

Menos de 6 meses 51 72,9%

Mais de 6 meses 12 17,1%

Não respondido 7 10,0%

Já contraiu alguma doença sexualmente transmissível

Sim 15 21,4%

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Não Sei 10 14,3% Usou injeções com fortificantes

Sim 2 2,9%

Não 56 80,0%

Não sei 12 17,1%

Já realizou algum reparo odontológico

Sim 69 98,6%

Não sei 1 1,4%

Quanto aos fatores de risco, 35 (50%) das entrevistadas não lembram se alguém em sua casa teve hepatite. 25 (35,7%) das entrevistadas já fizeram cirurgia; 20 (28,6%) têm tatuagem e 8 (11,4%) têm piercing. Mas 34 (48,6%) afirmam ter compartilhado material cortante de higiene pessoal como barbeador. Do total 12 (17,1%) tiveram relação desprotegida há mais de 06 meses; 51 (72,9%) há menos de 06 meses e 15 (21,4%) já contraíram alguma DST.

O estudo demonstrou que 2(2,9%) da população entrevistada tomaram injeções de fortificantes (seringa de vidro); 69(98,6%) das entrevistadas já realizaram algum reparo odontológico.

                   

(33)

11- DISCUSSÃO

Os resultados mostram que 70 (100%) das entrevistadas são do sexo feminino, e que 14 (20%) trabalham em casa, segundo Pereira, 2008, tal cenário reflete uma proporção de mulheres na informalidade, desprotegidas de qualquer regulamentação que lhes garanta importantes direitos sociais, como carteira de trabalho assinada e licença – maternidade, compatível com a pesquisa executada das manicures no mercado informal de Belém.

Com relação à Escolaridade das manicures nota-se um predomínio de 22 (31,4%), daquelas que possuem nível médio incompleto, percebe-se, então, que a escolaridade é um fator preponderante para a escolha da atividade, tal achado é compatível com o encontrado nas pesquisas feitas em Belém por Pereira, 2008.

Quanto à qualificação profissional 41 (58,6%) das entrevistadas não realizaram nenhum curso de capacitação para ser manicure, segundo Garbaccio et al, 2013, nos salões de beleza, o risco potencial da transmissão cruzada de microrganismos entre manicures, pedicures e clientes é potencializado pela pouca qualificação e capacitação destes profissionais para as medidas de biossegurança.

Quanto ao conhecimento sobre hepatite B, 46 (65,7%) sabem o que é hepatite B, quanto a Hepatite C, 34 (48,6%) afirmam saber do que se trata, mas 35 (50%) não sabem.

No que diz respeito à forma mais grave da Hepatite, se é a B ou a C, 4 (5,7%) responderam ser a Hepatite B e outros 30 (42,9%) responderam ser a Hepatite C, mais uma vez observamos a falta de conhecimento pela maioria das manicures. Segundo as entrevistadas, o órgão mais acometido pela hepatite é o fígado, com 44 (62,9%), o que também revela um conhecimento inadequado.

É muito relevante notar na pergunta o que a pessoa sente quando está com hepatite 47 (50,5%), as entrevistadas responderam alteração da coloração da pele, este é um conhecimento do senso comum e também nos mostra a falta de informação

(34)

sobre a doença para a maioria das entrevistadas. Segundo trabalho feito por Gildo Junior, 2005, os principais sintomas são: astenia, dor abdominal. Os sinais mais observados foram palidez cutâneo-mucosa, eritema palmar e telangiectasia.

Quanto ao conhecimento como pega hepatite a via sexual foi apontada por , 26 (37,1%), sendo que 19 (27,1%) relataram que a transmissão se dá por contato de pessoa a pessoa e apenas 16 (22,9%) respondem que pegam hepatite em contato com o sangue. Tal achado é compatível com o trabalho feito por Gildo Junior no Amazonas em 2005.

Segundo Miyazaki, 2005 para a hepatite C foi apontoada a principal forma de transmissão as drogas endovenosas, seguidos por relações sexuais, hemodiálise e perinatal.

De acordo com Ferreira, 2000, a infecção persistente pode resultar em cirrose, insuficiência hepática e carcinoma hepatocelular. Dentre as complicações existentes as mais evidenciadas pela amostra estudada foi à cirrose hepática com 40 (37%), seguida do câncer de fígado com 34 (31,5%) das respostas como a pergunta possuía as duas alternativas podemos inferir que as mesmas manicures marcaram cirrose hepática também marcaram câncer de fígado.

Sobre a imunização, segundo Strauss, 2000, não há vacina protetora até o momento para a Hepatite C. Segundo as entrevistadas, para hepatite B 29 (41,4%), afirmam que existe e para Hepatite C 49 (70%) não sabem, mas 14 (20%) afirmam que existe vacina. Sobre quem deve tomar a vacina para hepatite 49 (70%) afirmam que todas as pessoas.

Segundo as entrevistadas quem apresenta maior risco para contrair a hepatite são as pessoas que partilham objetos de uso pessoal como barbeadores, escovas de dente, alicates de unha sem esterilização com 30 (42,9%), e 19 (27,1%) atribuem o risco a quem pratica sexo sem uso de preservativo. O artigo de Lúcia Maia, 2011, apresenta outros riscos como drogas injetáveis e pela via vertical (de mãe para filho)

(35)

Quanto a atitudes em relação às Hepatites B e C, os resultados deste estudo foram classificados como inadequados, pois a prevalência das respostas não atingiu o patamar de 70 a 89%. Podemos verificar que a maioria das entrevistadas acha que para se evitar a Hepatite B e C deve-se usar preservativos 23 (32,4%), seguido de evitar partilhar objetos pessoais com 21(29,6%). Nota-se que poucas pessoas sabem sobre a vacina quanto à hepatite B.

Na pergunta como evitar a transmissão da hepatite no trabalho a grande maioria 35(47,9%) acha que a melhor forma seria os próprios clientes trazerem seus materiais, seguido de lavar o material em solução química. Aqui novamente podemos observar que as entrevistadas não tem conhecimento sobre a doença e principalmente sobre como evitar a transmissão da mesma. As manicures entrevistadas orientam os clientes a trazer seus próprios materiais.

Apenas 21 (29,6%) das entrevistadas afirmaram evitar partilhar objetos pessoais, aparelhos de barbear, escova de dente, brinco e cortadores de unhas; 23(32,4%) afirmaram usar preservativos. como forma de evitar pegar hepatite.

Quanto a prevenção, 35(47,9%) orientam o cliente a levar seu material, mas não há aqui, como afirmar a aderência da clientela – esse é o tipo de saber que pode ser passado de pessoa para pessoa.

Segundo as entrevistadas, 57 (81,4%) afirmaram limpar o material colocando direto na estufa e 62 (88,6%) esterilizam na estufa, mas apenas 24(34,3%) o fazem por um período de 30 minutos. Segundo as normas da ANVISA (ANVISA) NADAV/DIMCB/ANVISA 2009, os instrumentos precisam permanecer durante uma hora a 170ºC ou duas horas a 160ºC

Somente 5 (7,1%) apenas, afirmam lavar o material com água e sabão. Schunck, 2009, responsável por pesquisa feita no município de São Paulo, na qual observou, por 1000 horas, o trabalho de 100 manicures/pedólogos, constatou que embora as entrevistadas afirmem ter alguns cuidados no ofício, sequer lavam as mãos entre um e outro atendimento. Segundo a pesquisadora, a esterilização também não é adequada, muitas vezes por não se conhecer o procedimento.

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Entretanto, um inquérito sorológico para hepatites B e C em manicures e pedicures do Município de Uruguaiana/RS (Mezzomo, 2011), revelou que embora os resultados apontassem baixa prevalência da hepatite B entre as profissionais, as participantes do estudo demonstraram estar muito conscientes quanto aos meios de prevenção que devem ser utilizados para proteger a própria saúde e a de suas clientes.

Nas questões relativas às práticas sobre as Hepatites B e C, 55 (74,3%) colocam pó cicatrizante sobre o ferimento e nenhuma entrevistada admitiu colocar o dedo direto no ferimento; 59 (84,3%) não usam luvas para atender suas clientes. 34 (48,6%) admitem usar instrumentário dos salões para fazer a própria unha. 55 (78,6%) negam entrar em contato com o sangue de cliente machucada. Não entrar em contato com o sangue da cliente que foi machucada é adequado, mas não suficiente.

Das entrevistadas, 46 (65,7%) responderam que já tomaram vacina para Hepatite enquanto 7 (10%) responderam que não tomaram. Citamos também que 16 entrevistadas (22,9%) responderam que não sabem se tomaram vacina ou não.

“A possibilidade do VHB resistir em superfícies e objetos na temperatura ambiente por um período de até sete dias e a sobrevivência em artigos usados por manicures e pedicures não reprocessados corretamente aumentam a chance de infecção pelo VHB e também pelo VHC, apresentando potencial risco de transmissão diretamente proporcional à freqüência do contato com sangue contaminado” (Garbaccio, 2013). Não se analisou neste trabalho, as normas de biossegurança, a estrutura física dos salões de beleza – sob a perspectiva dos parâmetros da Referência Técnica para o Funcionamento dos Serviços de Estética e Embelezamento sem responsabilidade médica, da ANVISA, NADAV/DIMCB/ANVISA 2009. Mas não se pôde deixar de notar que nenhum dos estabelecimentos entrevistados segue tais normas.

Verificou-se nas pesquisas que os salões de beleza funcionam normalmente em parte do lote onde reside a proprietária do estabelecimento. Não há preocupação com extintores de incêndio, aventais, equipamentos de proteção individual (EPI),

(37)

lixeiras em quantidade, nem salas reservadas para esterilização apartadas de copas.

O ambiente de trabalho desses profissionais oferecem riscos à saúde. É nesse sentido que se pode afirmar que há indícios de potencial risco de transmissão do vírus das Hepatites B e C nesse tipo de estabelecimento, pelas incidências de acidentes perfurocortantes com instrumentos compartilhados (lixas de unha, bacias, lâminas de barbear, alicates, tesouras, etc.). Os dados apontam para conhecimentos, atitudes e práticas inadequadas sobre as Hepatites B e C nos salões de beleza do Recanto das Emas/DF.

(38)

CONCLUSÃO

Através desta pesquisa feita em 70 salões de beleza da Cidade Recanto das Emas – DF pode-se observar que manicures e pedicures atuam em salões de beleza e como autônomas, pois podem trabalhar em suas próprias casas, fazendo pequenas adaptações em algum dos cômodos para receber os clientes, ou em domicílio, se deslocando até a casa dos clientes para realizar sua atividade.

Verifiquei através da análise dos dados e das discussões, que as entrevistadas tem pouco conhecimento das Hepatites B e C, além de não conhecerem as características e formas de transmissão da doença. Isto se deve ao pouco grau de estudo e falta de cursos profissionalizantes. Como a maioria das entrevistadas trabalha em casa ou em salões pequenos, não tem acesso a práticas modernas e higiênicas para prevenção de qualquer tipo de doença, incluindo a Hepatite.

Porém, verificou-se que tanto o grau de conhecimento, como as atitudes e práticas em relação à hepatite B e C são de pouco conhecimento. Como nem sempre se exige profissionalização da categoria, as questões teóricas sobre a profissão deixam a desejar. Não há noção específica do risco que correm em contrair patologias, tampouco há preocupação no uso de equipamentos de segurança individual. Não há diferenciação clara entre equipamentos de uso individual e único, descartáveis e os que podem ser utilizados por diversos clientes. Também não há diferenciação entre os que podem ser higienizados com limpezas feitas apenas com produtos químicos e aqueles nos quais a esterilização é necessária.

A hepatite viral é um problema de saúde pública com significativo nível de morbidade e mortalidade. Verificamos que as manicures e pedicures do Recanto das Emas desconhece a possibilidade de vir a ser portadora e ser um elo importante na transmissão do vírus da Hepatite B e C. Por isso, o estudo da incidência de hepatites virais tem tanta relevância: se não há como documentar o número de indivíduos atingidos e conseqüentemente, potenciais multiplicadores da doença; tem, ao menos, a oportunidade de verificar e orientar para observação do cartão de vacinas; pode alertar para as medidas de biossegurança com relação às doenças; e

(39)

por fim, pode promover informação, tornando as participantes do estudo co-responsáveis pela promoção da saúde e pela multiplicação do conhecimento.

Diante dos resultados encontrados nesta pesquisa, percebe-se à necessidade de estratégias para a mudança de hábito e costumes dessas profissionais. O fortalecimento da autonomia das profissionais como essência do processo educativo, além de considerar os saberes e opiniões, deve congregar os contextos das vulnerabilidades ambientais, sociais, culturais.

Porém necessita de articulação com a SES – DF por meio de subsecretaria de atenção primária a luz do processo similar a integração dos profissionais manicure e pedicure, para capacitar na atualização dos cuidados com saúde de forma permanente.

(40)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(43)

ANEXOS

Anexo 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

GERÊNCIA DE DST/AIDS

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa intitulada: CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA, DAS HEPATITES B & C POR MANICURES E PEDICURES NO RECANTO DAS EMAS/DF. Este estudo pretende verificar o conhecimento e o comportamento, incluindo a condição vacinal, dos profissionais dos salões de beleza do Recanto das Emas/DF, que oferecem serviços de manicure e pedicure, sobre as Hepatites B e C. Essa pesquisa deverá fornecer informações importantes para a avaliação e monitoramento das políticas de saúde para Hepatites B e C.

A participação nesse estudo não acarretará nenhuma despesa a mim, pois será custeado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) e Universidade Católica de Brasília (UCB). Tenho total liberdade de me recusar a participar ou de retirar meu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalização e prejuízo algum. O meu nome e o do estabelecimento em que trabalho não aparecerão no questionário e nem no resultado da pesquisa.

Declaro que fui informado e devidamente esclarecido sobre o projeto de pesquisa, elaborado pela graduanda Gustava Batista da Silva Bispo, validado pela Profª Maria Liz, orientadora do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), do curso de enfermagem da Universidade Católica de Brasília (UCB), localizada na QS 07 Lote 01 - EPCT, Águas Claras - Taguatinga/DF. Telefone: (61) 3356-9052.

(44)

Nome: ______________________________________________________________

RG: ____________________________ DN _____/_____/_____ Sexo † M † F

Endereço: ___________________________________________________________ Cidade: _______________________________ Telefone: _____________________ Recanto das Emas, ____/____/____._____________________________________

Assinatura do Participante

Declaração do Pesquisador

Declaro, para fins da realização da pesquisa, que cumprirei todas as exigências acima, na qual obtive, de forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do participante acima, qualificado para a pesquisa.

Recanto das Emas, ___/___/___. ___________________________________

Gustava Batista da Silva Bispo

Anexo 2 – TERMO DE CONCORDÂNCIA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

GERÊNCIA DE DST/AIDS

PROJETO DE PESQUISA: CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA, DAS

HEPATITES B & C POR MANICURES E PEDICURES NO RECANTO DAS EMAS/DF, 2012.

(45)

A Gerência de DST/AIDS do Distrito Federal, bem como as demais coordenações de DST e AIDS do país, está implantando o "CONHECIMENTO, ATITUDES E PRÁTICAS DAS MANICURES/PEDICURES SOBRE AS HEPATITES B & C, NOS SALÕES DE BELEZA, RECANTO DAS EMAS/DF, 2012 ", conforme orientação do Programa Nacional de DST e AIDS. Este estudo visa ao monitoramento do conhecimento das manicures sobre a transmissão das Hepatites B e C.

Precisaremos de informações de 70 (setenta) manicures. As informações que serão coletadas estão no questionário. Esse estudo é coordenado pela pesquisadora Maria Liz Cunha de Oliveira, chefe do Núcleo de Prevenção da GEDST/AIDS do Distrito Federal e é sua responsabilidade o fornecimento de qualquer esclarecimento antes, durante e após a pesquisa. As informações resultantes serão sigilosas, os resultados para os usuários potenciais do estudo serão apresentados na forma de relatórios parciais, sumários executivos e relatório final.

A instituição pode tirar suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou a qualquer momento por e-mail (dstaidssaude@gmail.com), por telefone (33221590) ou por meio de correspondência no seguinte endereço: Gerência de DST/AIDS, SGAN 601, Conj. P, LACEN, Setor DIVEP, sala 06 – Asa Norte, CEP: 70830-10.

Se a instituição estiver de acordo com esse termo, participará da pesquisa fornecendo autorização para a revisão dos documentos citados neste termo e a realização das entrevistas às manicures.

Eu, ___________________________________________________________, dono do estabelecimento comercial ________________________________________, declaro ter entendido os esclarecimentos a mim prestados e concordo em incluir o salão no estudo, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal – CEP – SES/DF.

Recanto das Emas, ___/___/___. _______________________________________

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Anexo - 5 PARECER N° 320/2012

Referências

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