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Sistema contábil gerencial ambiental: índice de sustentabilidade em uma propriedade rural

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO.

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

FERNANDA DAVIES

SISTEMA CONTÁBIL GERENCIAL AMBIENTAL: ÍNDICE DE

SUSTENTABILIDADE EM UMA PROPRIEDADE RURAL

(Projeto de trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)

2016

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FERNANDA DAVIES

SISTEMA CONTÁBIL GERENCIAL AMBIENTAL: ÍNDICE DE

SUSTENTABILIDADE EM UMA PROPRIEDADE RURAL

Trabalho de Conclusão do curso apresentado ao curso de Ciências Contábeis, Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis

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Prof.ª Orientadora: MS. ROSELAINE FILIPIN

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Etapas do SICOGEA ...29

Quadro 02 – Lista de Verificação do SICOGEA da criação do Peixe ...34

Quadro 03 – Lista de Verificação do SICOGEA da criação do Gado ...36

Quadro 04 – Cronograma de Atividades ...45

Quadro 05 – Resultado lista de verificação do SICOGEA da criação do peixe ...46

Quadro 06 – Resultado lista de verificação do SICOGEA da criação do gado... 47

Quadro 07 – Resumo dos resultados da lista de verificação –SICOGEA–Criação de peixes 51 Quadro 08 – Comparação dos resultados da lista de verificação (peixe/cultivo do arroz)...51

Quadro 09 – Resumo dos resultados da lista de verificação – SICOGEA – Criação de gado 52 Quadro 10 – Comparação dos resultados da lista de verificação (gado/arroz) – SICOGEA...53

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RESUMO

O SICOGEA é um método de avaliação que busca gerar informações ao gestor referente os impactos das suas ações no meio ambiente com o auxilio da contabilidade e controladoria ambiental, o qual teve sua origem no método GAIA. O presente trabalho objetivou demonstrar o grau de sustentabilidade de uma propriedade rural utilizando o método SICOGEA. Utilizando-se da pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, documental, pesquisa bibliográfica e também estudo de caso. O estudo foi realizado em uma propriedade rural localizada no interior da cidade de Humaitá. Foi concluído que ambas as criações, de gado e peixe, dentro das possibilidades estudadas, tem grau de sustentabilidade regular, obtendo um grau de desempenho ambiental médio, atendendo apenas a legislação, sendo que a criação de gado obteve resultados significativamente maiores em comparação com a criação do peixe, devido muito ao mercado ser ainda pouco explorado. Resultados esses que, com acompanhamento podem ser melhorados, aumentando assim o grau de sustentabilidade e, com isso diminuir os impactos causados ao meio ambiente.

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Sumário

LISTA DE QUADROS...3

1 INTRODUÇÃO...7

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO...9

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 9

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO. ... 11 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5. OBJETIVOS ... 14 1.5.1 Objetivo geral ... 14 1.5.2 Objetivos específicos ... 14 1.6 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO...17 2.1 CONTABILIDADE... 17 2.2 Contabilidade Ambiental ... 19

2.3 Sustentabilidade e gestão ambiental ... 23

2.4 Produção de gado e Peixe ... 26

2.5 SISTEMA CONTABIL GERENCIAL AMBIENTAL – SICOGEA ... 30

2.5.1 Integração da Cadeia Produtiva ... 32

2.5.2 Gestão do Controle Ecológico ... 33

2.5.3 Gestão da Contabilidade e Controladoria Ambiental ... 33

2.5.3.1 Investigação e Mensuração ... 34

2.5.3.2 Fase 2 – Informação ... 35

2.5.3.3 Fase 3 – Decisão ... 36

3 METODOLOGIA DA PESQUISA...40

3.1 CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA...40

3.1.1 Quanto à natureza do estudo ... 40

3.1.2 Quanto à abordagem do estudo ... 41

3.1.3 Quanto aos objetivos do estudo ... 41

3.1.4. Quanto aos procedimentos técnicos do estudo ... 42

3.2 PLANO DE COLETA DE DADOS ... 43

3.2.1 Instrumento de Coleta de Dados ... 43

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3.4 PLANO DA ESTRUTURA DO TCC (SUMARIO PROVISÓRIO)Erro! Indicador não definido.

3.5 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES...45

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS...47

4.1 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO SICOGEA...47

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS...50

5 CONCLUSÃO...56

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1 INTRODUÇÃO

A preocupação com a sustentabilidade, em âmbitos nacional e internacional, dada a preocupação com a utilização dos recursos naturais, que envolvem o desenvolvimento econômico, tem sido preocupação constante dos órgãos públicos e privados, assim como da população em geral (LIMA, 2014).

Conforme Limongi, Soares; Freitas (2013), as empresas dentro desse contexto econômico, social e ambiental, necessitam buscar uma gestão com essa base, em que se inclui compromisso com a melhoria contínua, “e que pode ser obtida com uma política ambiental relacionada à natureza e aos impactos ambientais causados pelas atividades da empresa. São necessárias avaliações dos procedimentos internos, externos e, se a situação assim o exigir, ações corretivas e preventivas Limongi, Soares; Freitas (2013, p.10)”.

Todas as ações humanas alteram o ambiente natural e a civilização atual não seria possível sem a ocupação e uso intensivo dos mesmos, mas há risco de seu esgotamento ou de que seja alterado de tal forma que não se possa mais utilizá-lo (FLORIANO, 2007).

Na mesma linha de pensamento, do desenvolvimento sustentável deve-se prestar atenção que não se podem esgotar os recursos necessários às gerações vindouras e que uma economia sadia nem sempre sustenta um meio ambiente sadio (APOTEC, 2007).

A contabilidade ambiental passa a exercer papel importante no processo de gestão ambiental, de modo a proporcionar informações que servem de base tanto em âmbitos econômicos, ambientais e sociais. Assim como outros ramos da contabilidade, passa por um sistema de informação, e esse baseado em métodos que quantifiquem os dados e assim as operações (LIMONGI, SOARES; FREITAS, 2013).

Para Pfitscher, Silva; Nascimento (2011) a importância da existência de controles inerentes às práticas empresariais que possam ter repercussões ao meio ambiente, em que estes possam monitorar os aspectos ambientais e ainda apontar falhas operacionais que possam vir a influenciar a gestão ambiental.

O meio ambiente de modo geral, é o lugar onde todos habitam, sejam seres humanos ou outras formas de vida, essa relação entre os indivíduos deve permanecer em equilíbrio, buscando um convívio harmonioso para que não se sofra com consequências prejudiciais (LIMONGI et al, 2008).

Conforme Oliveira; Senna (2012) o homem, na busca da sobrevivência, sempre afetou o ambiente natural. Seus efeitos foram se intensificando com o início da industrialização nas cidades e a introdução da mecanização agrícola na área rural. As atividades desenvolvidas na

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agropecuária, se não forem bem manejadas, podem interferir no equilíbrio ambiental e, portanto, na sustentabilidade do campo.

As empresas que prezam a questão ambiental nas suas atividades estão procurando um meio que permite maior controle das suas atitudes tanto no âmbito interno quanto externo da organização. Dessa forma elas buscam através de um sistema de informação, gerenciar estas ações (SILVA, 2008).

Neste sentido, as empresas podem adotar um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) o qual visa à melhoria contínua das atividades das empresas, utilizando técnicas que permitam melhores resultados e de harmonia com relação ao meio ambiente (APOTEC, 2007).

O Sistema Contábil Gerencial Ambiental - SICOGEA é uma ferramenta de gestão ambiental, que une a Contabilidade, através de controles, ao meio ambiente. O objetivo deste sistema é gerar informações ao gestor sobre os impactos das suas ações sobre o meio ambiente (PFITSCHER, 2008).

Vários estudos utilizaram o SICOGEA como ferramenta de mensuração do nível de sustentabilidade ambiental; Pfitscher; Silva, Nascimento (2011); Limongi, Soares e Freitas (2014)

Pfitscher, Silva; Nascimento (2011), identificaram o nível de sustentabilidade ambiental em uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no município de Esperantina – Piauí, mediante aplicação do Sistema Contábil Gerencial Ambiental (SICOGEA), apresentando como resultado que a ETA obteve uma sustentabilidade de 53,8% e 60%, respectivamente, os quais são considerados regulares, o critério “disponibilidade de capital” tem indicador de 20%, portanto é deficitário, ela atende a legislação, mas não possui investimentos satisfatórios em meio ambiente.

Limongi, Soares; Freitas (2014) em seus estudos realizaram uma análise sobre a confiabilidade do SICOGEA, com profissionais de diversas áreas. Verificaram que, como vantagem inicial da gestão ambiental, o envolvimento da sociedade, pois, conhecendo a realidade local, as possibilidades de solução para as questões ambientais tornam-se mais exequíveis. Apontaram que aqueles envolvidos mais diretamente com a área ambiental não demonstraram preocupação com lucratividade, mas aqueles voltados à área econômica entenderam que a gestão ambiental somente terá sucesso quando trouxer vantagem econômica e constataram que, entre estes últimos, uma clara preocupação com a sobrevivência no mercado.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nesse tópico apresenta-se o contexto do estudo com a definição do tema em estudo, caracterização da propriedade rural, seguindo do problema, objetivos e a justificativa do presente trabalho.

1.2 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

O mundo em constante mudança, principalmente ambientais, e em evolução tecnológica em ritmo acelerado, surge à preocupação com a qualidade ambiental. Com isso, é necessário trabalhar frente uma nova realidade econômico-financeira das empresas, onde deve existir equilíbrio entre as mesmas e a exploração dos recursos ambientais (APOTEC, 2007).

Devido ao rápido crescimento da população, gerou-se uma demanda sem precedentes, a que o desenvolvimento tecnológico, objetiva satisfazer, submetendo o meio ambiente a uma agressão que está ocasionando o declínio cada vez mais acelerado de sua qualidade e capacidade para conservar a vida (TINOCO; KRAEMER, 2004).

A solução dos problemas ambientais exige o compromisso de cada segmento da sociedade e o crescimento dos diversos ramos do conhecimento, cada um contribuindo de acordo com sua potencialidade, ramo de atuação e habilidades práticas. Daí entende-se que a contabilidade, como ciência de análise do patrimônio das entidades, pode ser inserida nessa campanha mundial. Embora não atue de forma direta, pode demonstrar o inter-relacionamento entre entidade e meio ambiente, como o patrimônio destas é afetado, em função disso como cada uma age para reduzir/eliminar as agressões ao meio externo (RIBEIRO, 2010).

“Ao depararem com problemas de gestão relativos ao meio ambiente, os gestores passaram a requerer da contabilidade informações financeiras que os ajudassem nesse trabalho e para os quais os contadores, de modo geral, não se encontravam preparados” (FERREIRA, 2003, p. 59 e 60).

A contabilidade ambiental como fonte de informação no processo da gestão e da informação dos recursos ambientais possibilita aos gestores a promoção da realidade aos recursos alocados na preservação ambiental frente as suas ações (PFITCHER, 2008).

Com isso, a contabilidade terá que trabalhar com uma nova realidade econômico-financeira das empresas, onde deve existir equilíbrio entre a atividade econômica e a exploração dos recursos naturais, através de uma correta mensuração dos impactos ambientais e dos seus reflexos na vida das empresas, das pessoas e da sociedade (APOTEC, 2007).

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A história do Rio Grande do Sul confunde-se com a criação do gado de corte no estado. Atualmente, o solo gaúcho é detentor do quinto maior rebanho de bovinos do território nacional. Porém, na década de 1960, era o terceiro maior produtor do Brasil, perdendo espaço, nos últimos anos, para os estados do centro-oeste (RIBAS; MASSUQUETTI, 2004).

A pecuária bovina, em especial a de corte, a qual baseada na exploração quase que exclusiva de pastagens, adquiriu crescimento significativo com a expressiva expansão da fronteira agrícola e a inclusão de novas áreas (PIRES, 2010).

No estado, a base alimentar da pecuária de corte é o campo natural, o qual é composto, na sua maioria, por espécies subtropicais de ciclo estival. Durante a primavera e até a metade do verão, os campos estão, de uma maneira geral, na sua máxima potencialidade de crescimento e qualidade, proporcionando ganhos de peso vivo de até 1,0 kg por animal por dia (EMBRAPA, 2008) [...] As baixas temperaturas dos meses de outono reduzem o crescimento das pastagens, até que estas tenham sua parte aérea crestada no inverno, por ação das geadas. Os animais entram em um período de perda de peso durante o inverno.

As variadas formas de criação de gado de corte podem ser condicionadas pela cultura da região, pela ecologia (solo, clima) ou até mesmo por razões conjunturais, como o preço e o mercado. Dessa forma, são identificados produtores que trabalham exclusivamente com a pecuária e que utilizam o sistema completo de produção (cria, recria e terminação) ou produtores que optam por apenas uma dessas três fases. Existem ainda produtores de bovinos de corte que integram seus rebanhos com outras criações, como ovinos e caprinos, ocupando as mesmas áreas (RIBAS; MASSUQUETTI, 2004 pg 63).

A pecuária de corte brasileira consolidou-se, nos últimos cinco anos, como fundamental na produção de alimentos e inseriu-se no mercado como fator competitivo. Nesse contexto essa atividade transformou-se também em importante elemento na captação de divisas para o País (PIRES, 2010).

Um país com grande potencial hídrico e de solo, temperatura sem grandes oscilações e luminosidade durante todo o ano é o Brasil, fatores esses favoráveis à implantação da piscicultura: pouca mão-de-obra, baixo risco e retorno econômico garantido (CENTEC, 2004).

Se considerar os riscos e benefícios ambientais relativas às peculiaridades de cada atividade econômica, bem como sua localização, a avaliação patrimonial conscientizará os inúmeros usuários das demonstrações contábeis sobre a conduta administrativa e operacional da entidade. Nesse aspecto, teremos a sociedade informada, e a empresa apresentando seu

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empenho por um futuro que garanta condições ambientais às gerações vindouras, paralelamente ao desenvolvimento econômico (RIBEIRO, 2010).

A Contabilidade em sua relação com o meio ambiente deixa de divulgar a quantificação monetária das ocorrências ambientais. Depara-se com o problema de mensuração do crescimento econômico de uma empresa, levando-se em conta sua ligação com a natureza, sua evolução histórica em tal relacionamento e a parametrização para comparação com seu setor, bem como com o mercado (PAIVA, 2003).

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO.

A organização em estudo é uma propriedade rural, localizada no interior da cidade de Humaitá, com uma área total de 6,2 Hectares. A aquisição desta propriedade teve como propósito inicial a utilização somente no lazer, porém como possui uma área produtiva, os donos resolveram que era viável investir e produzir, destes 6,2 hectares, 2 ha ocupados com açudes e 4 ha para pecuária (pastagens).

A propriedade possui 5 açudes onde são criados em média 30 mil peixes do tipo tilápias. Sendo que, em um açude é criado peixes do tipo carpa. Na área destinada para pecuária, possui um total de 65 cabeças de gado. Além disso, possui um galpão que serve tanto para abrigo do gado quanto para estoque de produtos e insumos agrícolas. Possui também, meio hectare de reserva florestal; é uma propriedade abundante em água.

A criação de gado já diminuiu significativamente, hoje tendo um total de apenas 26 cabeças de gado, querendo o proprietário reduzir mais, “mantendo-a apenas para consumo, visto que, para ele a criação estava dando pouco lucro e muito trabalho. Sendo que o seu maior lucro estava no peixe e mais da metade do trabalho estava na criação de gado”.

Tem na propriedade um açude contendo 480 carpas, outro contendo 10.000 tilápias, em outro 5.000 tilápias, as quais estão prontas para o abate, em outro açude contém 5.000 alevinos (que são os filhotes de peixes) de tilápias, e um açude que se encontra vazio.

Sendo que o proprietário não contava com um pequeno imprevisto em um dos açudes onde havia 10.000 tilápias estava infestado de traíras que é peixe que come outro peixe que por uma desatenção vieram junto com as tilápias quando alevinos, a expectativa do proprietário era de que fossem tirados pelo menos 5000 kg de tilápias e, não passou dos 2000 kg do peixe, tendo um prejuízo significativo.

A criação de peixes necessita de água em abundância e de boa qualidade, levando-se em conta as perdas por evaporação, infiltração e eventuais renovações de água. Bem como, se o

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solo da agricultura não for de qualidade, nutritivo, não será bom para pastagens e, com isso, não será bem aproveitado (CENTEC, 2004).

Já a pecuária, que já foi a principal atividade econômica do estado, vive hoje uma situação difícil, ou seja, baixa remuneração da bovinocultura e concorrência com outros estados, como o Mato Grosso. Dessa forma, o rebanho gaúcho perdeu espaço em relação ao rebanho nacional (RIBAS; MASSUQUETTI, 2004).

Na propriedade trabalha um funcionário fixo, e outro funcionário é diarista, trabalha por hora, auxiliando quando necessário, ou seja, serviços pesados que necessitem de duas pessoas. Nesta propriedade a formação do solo é basicamente de argila.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

O que envolve seres vivos e coisas, ou o que está ao seu redor, é o Planeta Terra com todos os seus elementos, tanto naturais quanto alterados e construídos pelos seres humanos. Desta forma, entende-se por meio ambiente o ambiente natural e o artificial, ou seja, o ambiente físico e biológico originais, e o que foi alterado, destruído e construído pelos humanos, como as áreas urbanas, industriais e rurais. Elementos que condicionam a existência de seres vivos, podendo-se dizer, que o meio ambiente não é apenas o espaço onde os seres vivos existem ou podem existir, mas a própria condição para a existência de vida na Terra (BARBIERI, 2011).

A partir da chegada do homem a terra e o surgimento do conceito de propriedade, as pessoas passaram a ocupar os recursos naturais de acordo com suas necessidades de subsistência. Devido ao desenvolvimento das populações e das necessidades de consumo, as indústrias cresceram notadamente em números, áreas de atuação e variedade de produtos. Todavia, a disciplina e a preocupação com o meio ambiente natural não se fizeram presentes ao longo dos anos, tendo como resultado problemas ambientais de amplas dimensões, a abertura existente na camada de ozônio, é um exemplo disso (PAIVA, 2003).

O combate a todas as formas de poluição é um compromisso de toda a sociedade. Uma vez que várias ciências e áreas do conhecimento já estão se dedicando em contribuir para essa causa, de acordo com seu campo de atuação, impõe-se também a participação da ciência contábil. Em razão de que os eventos e transações de natureza ambiental representam dimensões relevantes e, assim, causam impacto relevante na situação econômico-financeira das empresas (RIBEIRO, 2010).

Hoje em dia, mais do que nunca, a questão ambiental, a qual circunda recursos naturais utilizados pelas empresas durante suas atividades, está conquistando um espaço bastante

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significativo na mídia, na Contabilidade e assim também na consciência empresarial, em consequência dos constantes problemas causados ao meio ambiente no passado, mas que estão mostrando seus resultados preocupantes atualmente (SILVA, 2008).

A preocupação de inúmeras empresas, formadores de opinião e de parcela significativa da população é a proteção ao meio ambiente, isso em várias partes do mundo. Isso provém do elevado nível de degradação do Patrimônio Ambiental da humanidade, levando as organizações a se adaptarem para que haja uma convivência equilibrada com o meio ambiente (TINOCO; KRAEMER, 2004).

A maior parte dos problemas ambientais tem origem imediata na atividade produtiva de setores específicos, como energia, transporte, agricultura e indústria, que pressionam o meio ambiente de várias maneiras: necessidade de insumos (matérias-primas, energia, bens intermediários), lançamento de carga poluidora (no ar, no solo, na água) ou mesmo invasão de espaços naturais (agricultura, pecuária, assentamentos humanos). A degradação ambiental ocorre na medida em que os efeitos resultantes destes fatores de pressão sobre o meio ambiente não podem ser atenuados pela capacidade de absorção dos meios receptores ou compensados pela resiliência dos ecossistemas, comprometendo a qualidade ambiental ou estoque de recursos ambientais. Os problemas resultantes podem se manifestar no âmbito local, nacional, de grupo de nações e globais, tanto no meio urbano, quanto no rural (BURSZTYN, 2013, p. 205 e 206).

Os impactos ambientais já existem há milhões de anos. A tendência é o aumento gradativo da preocupação com o meio ambiente, bem como a utilidade prática de métodos que possam diminuir os índices de poluentes no ambiente (APOTEC, 2007).

A contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a oferecer aos seus usuários demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação ao objeto de contabilização que é a entidade (SILVA, 2009).

A contabilidade ambiental, como todos os outros ramos da Contabilidade, passa por um sistema de informações, baseado em quantificação e valorização de uma série de dados, circunstâncias e operações (LIMONGI, SOARES; FREITAS, 2013).

As empresas estão se conscientizando da responsabilidade social que lhes cabe, visando os recentes fatos econômicos, políticos, sociais e ambientais, essencialmente aqueles relacionados à globalização, isto é, a conquista de novos mercados, as condições de natureza ambiental, as características da mão de obra utilizada, etc. (RIBEIRO, 2010).

As empresas que se preocupam com a questão ambiental nas suas atividades estão procurando um meio que permite maior controle das suas atitudes tanto no âmbito interno quanto externo da organização. Dessa forma elas através de um sistema de informática, pretendem gerenciar estas ações (SILVA, 2008).

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Torna-se importante destacar a importância do desenvolvimento de modelos de gestão ambiental, aliados à Contabilidade, correlacionados com a recuperação do ambiente afetado pela atividade da empresa, para os custos ecológicos, que se preconiza a evitar os efeitos nocivos ao meio ambiente e respeitam à pesquisa e desenvolvimento de sistemas de prevenção e controle da poluição (UHLMANN; PFITSCHER; TEIXEIRA, 2011).

Neste contexto, cabe a seguinte questão problema: Quais os aspectos e impactos ambientais de uma propriedade rural, mediante aplicação do SICOGEA?

Esse sistema consiste na aplicação de um questionário, o qual terá diferentes fases que se busca mensurar os impactos ambientais, e será aplicado na propriedade rural em estudo, e com isso, as possibilidades de gerenciar suas atividades, de maneira a reduzir os impactos causados no ambiente.

1.5. OBJETIVOS

Tendo como base o problema proposto, os objetivos se dividem em geral, sendo esse uma síntese de onde se quer chegar e os específicos, que são esmiuçados a partir do objetivo geral.

1.5.1 Objetivo geral

Avaliar os aspectos e impactos ambientais de uma propriedade rural, mediante aplicação do SICOGEA.

1.5.2 Objetivos específicos

 Revisar a literatura

 Coletar as informações sobre a produção  Aplicar questionário SICOGEA

 Analisar as atuações da produção na área ambiental com aplicação do SICOGEA.

 Apontar os resultados obtidos, buscando sugerir melhorias para as ações realizadas, através de um plano resumido de gestão sócio – ambiental.

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Segundo Tinoco e Kraemer (2004, p. 45) “a degradação excessiva e a depleção exagerada de recursos naturais têm chamado a atenção em todo o mundo, e com isso o meio ambiente vem atraindo cada vez mais atenção e interesse”.

As questões de mensuração dos processos de gestão quanto aos aspectos ambientais, passou a ser preocupação também dos gestores de empresas rurais, considerando que a população vem valorizando os produtos sem agrotóxicos, valorizando os aspectos ambientais (LIMONGI; SOARES; FRIETAS, 2014).

A contabilidade ambiental assume papel importante nesse processo de gestão ambiental, buscando métodos que possam proporcionar analise e confiabilidade de informações. As questões ambientais influenciam cada vez mais o campo dos negócios, e cabe aos gestores a sensibilidade de promover metas ambientais em suas empresas. A adoção de decisões estratégicas ligadas a questões ambientais e sociais pelas organizações pode significar um passo à frente no mercado (REICHERT, 2010).

O impacto dos danos ambientais que estão em aumento gradativo nas gerações atuais, bem como os reflexos que se darão as futuras gerações, fez com que a questão ambiental atravessasse fronteiras, se tornando globalizada (TINOCO; KRAEMER, 2004).

As empresas, nos dias atuais, com o grande aumento dos problemas ambientais os quais estamos passando, vêm se preocupando cada vez mais com o ambiente e em como ela pode ajudar para diminuir os efeitos que causam, bem como, as propriedades rurais também tem essa preocupação. E com isso, é importante que além da conscientização, que se tomem medidas para que possa ser realizados, sistemas de gestão ambiental, controle de poluentes, para que tenham resultados positivos.

Com isso, surge a ideia de fazer o acompanhamento das atividades de uma propriedade rural, aplicando o Sistema Contábil Gerencial Ambiental-SICOGEA, para auxiliar no gerenciamento dos seus aspectos ambientais, e o impacto de suas atividades no ambiente.

Segundo Cavalcanti (2002) “o uso da natureza pode desrespeitar a escala das funções ecológicas e dos eco ciclos. Isto, certamente, constitui um princípio para guiar a sociedade na direção do desenvolvimento sustentável”.

O interesse sobre contabilidade ambiental sempre esteve presente e, após conhecer a metodologia do sicogea, encontrou-se nele a possibilidade de conhecer uma nova ferramenta da qual dispõe o contador para melhorar e aperfeiçoar as atividades, junto com a preocupação que a acadêmica tem com o ambiente que sofreu e vem sofrendo constantes mudanças nos últimos anos. Tendo ai a oportunidade de mensurar impactos ambientais e poder com isso,

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conscientizar e fazer com que as pessoas possam mudar suas atividades e poder diminuir esses impactos.

Quanto à universidade, também é a oportunidade de conhecer o SICOGEA que já foi aplicado em várias situações, saber dos benefícios que seus resultados podem trazer não apenas no meio rural, mas dentro das entidades também, pode ser aplicado e pode auxiliar no gerenciamento dos aspectos ambientais dentro de uma empresa.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesse tópico apresentam-se conceitos de contabilidade, contabilidade ambiental, sustentabilidade e gestão ambiental, produção de gado e peixe e Sistema Contábil Gerencial Ambiental - SICOGEA.

2.1 CONTABILIDADE

Não há como estabelecer quando iniciou a Contabilidade na História da Humanidade. A contabilidade não teve descobrimento, nasceu com a necessidade de se examinar os itens patrimoniais. Tem-se registro de que o homem primitivo assinalava nas paredes das cavernas suas riquezas. Ao passo que aumentava sua riqueza e suas variações, o homem foi aprimorando os procedimentos de registro (SILVA, 2003).

A contabilidade segundo Basso (2011), é a ciência que nos seus aspectos físico e monetário estuda, observa e controla o objeto da contabilidade, que é o patrimônio das entidades, e como conjunto de normas, regras e padrões gerais, coleta, classifica e registra informações de sua situação e variação.

“Contabilidade é a ciência porque possui objeto determinado e método de investigação próprio. Estuda fenômenos que se verificam de forma universal, apresentando verdades (leis) em torno do mesmo objeto” (GONÇALVES; BAPTISTA, 2004, p. 23).

As definições de Contabilidade variam de acordo com cada doutrinador. Muitas definições classificam-na como Arte, Ciência, Metodologia, Técnica, entre outras, na atualidade, é matéria propícia de que é uma ciência, tendo em vista que tem um foco único de estudo que é o Patrimônio (SILVA, 2003).

Em resumo, a finalidade da Contabilidade é o estudo, registro e o controle do Patrimônio, com o objetivo de fornecer dados à administração da entidade ou a terceiros, sobre a situação econômico-financeira dessa entidade, seja com ou sem fins lucrativos (SILVA, 2009).

O ativo representa todos os valores positivos da entidade, isto é, compreende os seus bens e direitos, expressos em moeda. Todos os elementos do ativo acham-se sempre discriminados no lado esquerdo do balanço, representando as aplicações dos capitais (recursos). Já o passivo, representa todos os valores negativos da entidade. Compreende todas as obrigações, isto é, as dívidas da entidade. Todos os elementos do passivo acham-se discriminados sempre no lado direito do balanço, representando a origem dos capitais de terreiros (BASSO, P. 60 E 61).

Segundo Gonçalves; Baptista (2004) o Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações associadas à pessoa física ou pessoa jurídica. Onde, os bens e direitos compõe a parte positiva do Patrimônio, chamada de ATIVO. Enquanto que, as obrigações evidencia a parte negativa do Patrimônio, sendo chamada de PASSIVO. E qualquer que seja o aspecto do

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Patrimônio estudado, deve-se considerar sempre ambas as partes, positiva e negativa, que é respectivamente, ativo e passivo.

O Ativo corresponde os investimentos ou aplicação de recursos da empresa, Pode ser financiado por capital próprio, capital de terceiro ou ambos. Composto de Ativo Circulante que constam as disponibilidades de curto prazo, de até doze meses, caixa, bancos, estoque, aplicações financeiras. Enquanto que, no Ativo Não Circulante, é em longo prazo, ou seja, após o término do exercício seguinte, destinados ao uso na atividade das empresas como, por exemplo, investimentos, imobilizado, ativo realizável á longo prazo e intangível (SILVA, 2003).

O passivo é representado pelas dívidas (obrigações) das empresas, de curto e longo prazo. Composto pelo Passivo Circulante onde constam as obrigações vencíveis até o final do exercício seguinte, como fornecedores, duplicatas a pagar, salários a pagar, dividendo a pagar, etc. Enquanto que, no Passivo Não Circulante constam as obrigações vencíveis após o final do exercício seguinte, como por exemplo, adiantamento de sócios, empréstimos de controladas, etc. (SILVA 2003).

Em relação às receitas, Gonçalves; Baptista (2004) são valores que movimentam positivamente a situação patrimonial, com isso, contribuem para o crescimento da riqueza líquida da empresa. Tendo suas contas representadas por natureza credora. Podem ser classificadas como receita de vendas, prestação de serviços, financeiras e receitas não operacionais. Despesas são gastos não compreendidos nos custos, consumidos direta ou indiretamente no esforço da entidade obter receitas. Tendo suas contas representadas por natureza devedora. Podem ser classificadas como despesas com vendas, administrativas, financeiras e despesas não operacionais.

O patrimônio das entidades, pode ser conceituado como um conjunto de capitais, onde a origem esta representada pelo passivo, enquanto que a aplicação pelo ativo. Alguns conceitos de capital que compõe o patrimônio; o capital social nominal é aquele o qual representa o investimento inicial pelos proprietários que corresponde o patrimônio líquido inicial da empresa. Já capital próprio equivale a patrimônio líquido ou situação líquida positiva, soma-se capital social, lucros acumulados e resoma-servas. O capital de terceiros é o mesmo que aplicação dos recursos de financiadores e fornecedores (GONÇALVES; BAPTISTA, 2004).

A divisão do patrimônio líquido segundo Silva (2003) é Capital Social, Reserva de Capital, Reserva de Prejuízos Acumulados, Reserva de Lucros, Ações em Tesouraria, sendo que esta última é uma conta redutora do patrimônio líquido.

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Sabe-se que nem todos os gastos são custos, segundo Gonçalves; Baptista (2004), só reconhece um gasto como custo no momento em que se utilizam os fatores de produção para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Custo esta relacionado com bem ou serviço empregado na produção de outro bem ou serviço. E gasto significa todo e qualquer sacrifício que uma empresa necessita suportar para obter um produto ou serviço.

As despesas, em sua maioria, tanto podem ter sido pagos em períodos anteriores, no próximo período, ou ainda virem a ser pagos no futuro, representado pela consumpção de ativos e, na maioria das vezes ela é parcial como exemplo, temos as depreciações. As receitas são consideradas realizadas no momento em que há venda de bens e direitos da empresa (SILVA, 2003).

A contabilidade no seu objetivo científico é manifestar-se na correta representação do seu Patrimônio, bem como na correta análise das causas das suas mutações. Logo, sob a ótica pragmática, a aplicação da contabilidade a uma organização particularizada, busca prover os usuários com informações de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio, compreendendo registros, demonstrações, análises, diagnósticos expressos em planilhas, tabelas, relatos entre outros meios (SILVA, 2003).

Quanto aos aspectos patrimoniais que podem ser estudados estão, aspecto jurídico que é o conjunto de direitos e obrigações de pessoa física ou jurídica; aspecto econômico compreende o conjunto de bens e direitos, menos as obrigações; aspecto específico dividiu-se de acordo com a natureza de cada elemento que o compõem; aspecto financeiro é o conjunto das disponibilidades que a entidade possui e o aspecto administrativo compreende os elementos da estática e dinâmica patrimonial estudada pela administração, ou seja, o conjunto de todos os valores monetários do patrimônio (GONÇALVES; BAPTISTA, 2004).

2.2 Contabilidade ambiental

A contabilidade ambiental não é uma nova ciência, e sim, uma segmentação da tradicional amplamente, conhecida. Adaptando o objetivo desta última, pode-se estabelecer como objetivo da contabilidade ambiental: identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam associados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um período definido, visando à evidenciação da situação patrimonial de uma organização (RIBEIRO, 2010).

A Contabilidade é o veículo adequado para propalar informações sobre o meio ambiente. Essa é uma condição de risco e de competitividade de primeira ordem. A não inclusão dos

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custos, despesas e obrigações ambientais distorcerá tanto a situação patrimonial como a situação financeira e os resultados da empresa (TINOCO; KRAEMER, 2004).

No contexto da gestão ambiental, a contabilidade ambiental assume o papel de fornecer informações no sentido de auxiliar para uma gestão eficiente dos recursos disponíveis (PFITSCHER, SILVA; NASCIMENTO, 2013).

As questões ambientais, ecológicas e sociais, que hoje tem presença significativa no dia-a-dia, vêm fazendo com que os contadores e gestores empresariais passem a considerá-las nos sistemas de gestão e de contabilidade, propiciando ensejo ao reconhecimento da Contabilidade Ambiental. No entanto, mesmo no contexto mundial é uma contabilidade ainda pouco utilizada nas empresas (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Segundo Silva (2009), a contabilidade não estava apta para registrar corretamente os efeitos econômico-financeiros que essa nova perspectiva de se tentar preservar o meio ambiente trouxe. Sendo desenvolvido um novo ramo para acompanhar tais mudanças ocasionadas pela preocupação com o meio ambiente. Nasceu a Contabilidade Ambiental.

A contabilidade terá que lidar com uma nova realidade econômico-financeira das empresas, onde deve haver um equilíbrio entre a exploração dos recursos naturais e a atividade econômica, por meio de uma correta mensuração dos impactos ambientais e dos seus reflexos na vida das empresas, das pessoas e da sociedade (APOTEC, 2007).

O desenvolvimento da Contabilidade Ambiental é o resultado da necessidade de oferecer informações adequadas às características de uma gestão ambiental. É importante frisar que Contabilidade Ambiental não se refere a uma nova contabilidade, mas a um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, as ações de uma entidade que modifiquem seu patrimônio. Esse conjunto de informações não é outra contabilidade, mas uma especialização (FERREIRA, 2003, p. 59).

A contabilidade financeira, ou tradicional tem a obrigações de divulgar seus demonstrativos contábeis, nem que seja meramente para fins fiscais, o que difere da contabilidade ambiental, a qual a empresa não está obrigada, tão somente se as empresas quiserem mostrar para a sociedade a sua preocupação com a preservação do meio ambiente (SILVA, 2009).

Os ativos ambientais consideram-se as aplicações de recursos em atividades associadas com qualquer abordagem de gestão ambiental como, controle da poluição, prevenção da poluição e tratamento estratégico das questões ambientais. Esses ativos são bens e direitos em diversos prazos de realização representados geralmente por estoques, imobilizados tendo como exemplos, equipamentos para controle e prevenção da poluição, instrumentos de análise

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laboratorial, terrenos, construções civis e equipamentos para transportar e estocar resíduos e peças de reposição (BARBIERI, 2011)

Segundo Tinoco; Kraemer (2004) o envolvimento da Contabilidade com a questão ambiental pode manifestar-se da realização de gastos com insumos para reduzir ou até eliminar pequenos focos ambientais prejudiciais no ambiente empresarial, ou, ainda, com aquisição de filtro para controlar emissões de poeira e outros tipos de poluição ambiental, por exemplo. Esse envolvimento pode acontecer ainda, com o reconhecimento que uma entidade tem de problemas ambientais os quais precisam ser revertidos.

O reconhecimento dos passivos ambientais é importante para estimar o real valor de uma organização. Trata-se de obrigações para com terceiros cuja realização requer a saída de recursos da entidade. São obrigações em face de terceiros decorrentes de ações e problemas ambientais ocorridas no passado e reconhecidos como tal, segundo algum critério. Podendo ser em virtude de uma obrigação legal, com a reparação de danos ambientais, de um acerto feito com terceiros afetados pelas causas ambientais da organização, gerando a necessidade de indenizá-lo em períodos definidos ou, de serviços contratados e aquisições de ativos para praticar atividades ambientais, tais como honorários de consultores para auxiliar a implantação de práticas ambientais, materiais e equipamentos adquiridos para ações ambientais e que geram como contrapartida aqueles ativos ambientais já comentados (BARBIERI, 2011).

Segundo adaptação de Pfitscher (2004) algumas diferenciações do BP e ambiental, o balanço Patrimonial tem a finalidade de demonstrar a posição financeira e patrimonial da empresa em determinado momento. Já o BA torna-se público para fins de análise de desempenho, toda e qualquer atitude das entidades, com ou sem atividade lucrativa, mensurável em moeda que, a qualquer tempo, possa provocar ao meio ambiente, possibilitando que custos, ativos e passivos ambientais sejam identificados a partir do momento de sua identificação, em consonância com os Princípios Fundamentais de Contabilidade Nessa distinção pode-se destacar a situação do BP ser realizado em um determinado período e BA a qualquer tempo. Este último trabalha na possibilidade de prevenção, uma vez que constata os possíveis danos e a possibilidade de recuperar pontos falhos. Evitam-se, assim, prejuízos ao meio ambiente e às empresas.

Segundo Tinoco; Kraemer (2004) os gastos ambientais se apresentam em várias ações das empresas a todo o momento. Podendo estar oculto etapas do processo produtivo e por vezes nem sempre são facilmente identificáveis, como por exemplo, o design de novos produtos.

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Os gastos ligados ao meio ambiente podem ser executados de várias maneiras, depende da área em que a empresa atua, bem como sua natureza operacional. Por exemplo, para uma empresa do setor industrial os gastos relativos ao meio ambiente podem ser totalmente diferenciados das empresas comerciais, igualmente como estas diferem de empresas do setor de serviços (PAIVA, 2003).

Ativos Ambientais são bens adquiridos pela entidade, tendo como finalidade controle, preservação e recuperação do meio ambiente. Ativos ambientais são considerados todos os bens e direitos destinados ou oriundos da atividade de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de capital circulante ou capital fixo (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Passivos Ambientais podem originar-se de atitudes ambientalmente responsáveis, como os resultantes da manutenção de sistema de gerenciamento ambiental, que requerem pessoas para sua operacionalização, podendo não ter origem apenas em fatos tão negativos como passivos da contabilidade tradicional. Em resumo, a empresa tem passivo ambiental quando agride ao meio ambiente e consiste no valor dos investimentos necessários para reabilitá-lo (TINOCO; KRAEMER, 2004).

As obrigações consequentes da relação entre empresa e meio ambiente apresentam-se de várias maneiras, dentre elas com remediação devido ao não cumprimento da legislação ambiental vigente ou ainda de problemas de manutenção ou falhas humanas correlacionadas às etapas de produção, potenciais causadores de acidentes (PAIVA, 2003).

Quanto às despesas incorre em tratamento de resíduos e vertidos, descontaminação, auditoria ambiental, gestão do meio ambiente, tratamento de emissões. São divididas em despesas operacionais e não operacionais, onde a primeira deve-se evidenciar na Demonstração do Resultado do Exercício, já as não operacionais decorrem de acontecimentos ocorridos fora da atividade principal da entidade como, multas. Já as receitas ambientais decorrem de prestação de serviços especializados em gestão ambiental, venda de produtos reciclados, redução do consumo de energia, redução do consumo de água, venda de produtos recicláveis, poupadores de recursos podem ser por equivalência considerada receitas, além de contribuírem para a redução dos impactos ambientais (TINOCO; KRAEMER, 2004).

O quanto custa o impacto ambiental é uma das variáveis consideradas na gestão do meio ambiente, porém não a única. Ela deveria ser medida pelos resultados que pode obter tanto para a empresa quanto para o meio ambiente. Resultados esses que decorrem de ações voltadas para recuperação do meio ambiente degradado, para prevenção de novas degradações, reciclagem de materiais utilizados e monitoramento de níveis de poluição. A contabilidade tendo o objetivo fornecer informações para tomada de decisão e é responsável

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pelo controle e mensuração do patrimônio, seria natural que ela tivesse meios de avaliar esse patrimônio pode estar sendo afetado pelos impactos ambientais (FERREIRA, 2003).

2.3 Sustentabilidade e gestão ambiental

Administração ou gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão ambiental, pode ser entendida como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, como por exemplo, planejamento, direção, controle, alocação de recursos e outras realizadas com a finalidade de obter efeitos positivos em relação ao meio ambiente, tanto reduzindo, eliminando ou compensando os danos provocados pelas ações humanas, quanto evitando que eles surjam (BARBIERI, 2011).

Segundo Ferreira (2003), a gestão ambiental, pode muitas vezes, começar em iniciativas simples, tanto individuais, quanto coletivas, por exemplo, a partir da coleta seletiva de lixo separando o lixo corretamente, evitar o desperdício de alimentos, bem como os recursos naturais. São iniciativas pequenas e em menor número, mas que pode ajudar a mudar a cultura ambiental no meio em que vivemos.

A gestão ambiental pode ser conceituada como a administração dos recursos ambientais com o propósito de conservá-los e assegurar de que as gerações futuras possam encontrar um ambiente compatível com as suas necessidades (FLORIANO, 2007).

Segundo Barbieri (2011) as primeiras manifestações de gestão ambiental foram estimuladas pelo esgotamento de recursos, como a escassez de madeira para construção de moradias, fortificações, móveis, instrumentos e combustíveis, cuja exploração havia se tornada demasiada desde a era medieval. As ações para combater a poluição só foram de fato iniciadas a partir da Revolução Industrial, apesar de que desde a Antiguidade diversas experiências houvessem sido tentadas para eliminar o lixo urbano que infestava as ruas da cidade prejudicando a saúde de seus cidadãos.

A gestão ambiental ainda pode ser definida como um conjunto de ações contendo políticas públicas, setor produtivo e sociedade civil, para assegurar a sustentabilidade dos recursos ambientais, da qualidade de vida e do próprio processo de desenvolvimento, incorporado em um complexo sistema da humanidade com os ecossistemas (BURSZTYN, 2013).

Ainda, mesmo que existam preocupações por parte dos produtores rurais, em relação ao meio ambiente, ainda são carentes de informações sobre gestão ambiental. Os dados mostrados pelos gestores das empresas rurais são simples e de caráter pouco científico, isto é, não se tem um estudo muito aprofundado, um conhecimento coordenado e estruturado do assunto. O obstáculo reside nas adaptações, transformações de técnicas e métodos inovadores

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para analisar e mensurar os impactos, proporcionando um estudo mais detalhado sobre custos ambientais. Isso permite visualizar possibilidades de melhoria contínua nas empresas e novas oportunidades de negócios, já que diminui custos, agrega outras atividades, como reaproveitamento de resíduos (PFITSCHER, 2004).

A solução das questões ambientais, ou sua minimização, implicam em uma nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e aplicar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam para aumentar a capacidade de suporte do planeta. Ou seja, espera-se que as empresas deixem de ser problemas e façam parte das soluções (BARBIERI, 2011).

“A noção de desenvolvimento sustentável vem sendo utilizada como portadora de um novo projeto para a sociedade, capaz de garantir, no presente e no futuro, a sobrevivência dos grupos sociais e da natureza” (BECKER et al, 2002 p. 24).

Atualmente, de modo geral, há uma cobrança maior quando se dispõe da relação de respeito e cuidado ao meio ambiente entre as empresas, submetendo-as a investir em gestão ambiental, o que traz gastos financeiros muitas vezes elevados a elas. E, caso não tenha um cuidado maior com o ambiente, a empresa pode vir a sofrer com multas ou, ainda, apresentar uma imagem negativa perante a sociedade. Em razão disso, faz-se necessária uma maior atenção ao gerenciamento da relação com o meio ambiente, e isso só será possível ao avançar o conhecimento da realidade de suas atividades (LIMONGI et al, 2009, pg 70).

Segundo Tinoco; Kraemer (2004) a gestão ambiental é o sistema que engloba a estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para desenvolver, realizar, atingir, pesquisar criticamente e preservar a política ambiental. É o que a empresa desempenha para minimizar ou eliminar os efeitos negativos gerados no ambiente por suas atividades. Compõe de um conjunto de medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma entidade.

O conceito de desenvolvimento sustentável ainda está à mercê de ambivalência e indecisão. Mas é um vetor significativo para se entender e encarar os problemas atuais da humanidade. Um dos seus elementos fundamentais é, sem dúvida, o esforço de desenvolver um entrosamento do olhar econômico, por vezes social com a dimensão ambiental. Esse foi um eminente salto qualitativo, que abriu espaço para um questionamento interdisciplinar e de longo prazo da busca do bem-estar material (BRUSZTYN, 2013).

Hoje em dia, face à crescente concorrência global, as expectativas dos clientes não se restringem à procura de determinado nível de qualidade ao menor custo. Eles estão cada vez mais informados e predispostos a comprar e usar produtos que respeitem o ambiente. Temos, portanto, vantagens para o ambiente e para a

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organização. As vantagens ambientais resultam da definição de regras escritas para a realização de operações com potencial impacto ambiental e a introdução de práticas ambientais nessas operações, conseguindo-se reduzir os riscos ambientais da atividade (emissões, derrames, acidentes, entre outros) (TINOCO; KRAEMER, 2004 p. 119).

O grande desafio do desenvolvimento sustentável segundo Ferreira (2003) acarreta diversos obstáculos a serem solucionados. Preservar o ambiente, muitas vezes significa não produzir determinados produtos, ou submeter em custos altíssimos para produzi-los sem afetar o meio ambiente, tornando-os caros e sem condições de serem adquiridos pelo consumidor final.

“Tratar de sustentabilidade é lidar diretamente com o meio ambiente. Ainda que muitas vezes a expressão desenvolvimento sustentável seja usada quase como sinônimo de tratar da questão ambiental, no sentido estritamente ecológico” (BRUSZTYN, 2013, p. 42).

A gestão ambiental inclui compromisso com a melhoria contínua, alcançada com uma política ambiental relativa à natureza e aos impactos ambientais gerados pelas atividades da empresa. Avaliando procedimentos internos, externos e, se preciso for, ações corretivas e preventivas (LIMONGI, SOARES; FREITAS, 2013).

O processo de gestão ambiental leva em observação todas aquelas variáveis de um processo de gestão, como a formação de políticas, planejamento, um plano de ação, alocação de recursos, determinação de responsabilidades, decisão, coordenação, controle, visando principalmente ao desenvolvimento sustentável (FERREIRA, 2003).

Tratar de desenvolvimento sustentável significa lidar com a gestão dos recursos naturais. Isso significa tomar decisões sobre uso e não uso, sobre valores de uso e valores de existência, sobre consumir no presente ou legar para futuras gerações. Significa, também, lidar com recursos renováveis, não renováveis e recicláveis e administrar estoques e fluxos. Os recursos naturais representam uma parte do conjunto do capital natural que pode ser convertido em matéria-prima para uso em processos produtivos. Como outros tipos de capital (econômico, social), também a natureza é vulnerável à deterioração ao esgotamento (BURSZTYN, 2013, p. 43).

A ideia de sustentabilidade, tomada como ponto de partida a fim de uma reinterpretação dos processos sociais e econômicos e de suas relações com o equilíbrio dos ecossistemas, parece enriquecedor, demandando a construção de um aparato conceitual que dê conta de seus múltiplos aspectos. Essa ideia de desenvolvimento sustentável pode acometer à sociedade a capacidade de produzir o novo, redimensionando suas relações com a natura e os indivíduos (BECKER et al, 2002).

A Contabilidade, como sendo a ciência da avaliação do Patrimônio das organizações, pode evidenciar o inter-relacionamento entre entidade e meio ambiente, comprovando como o

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Patrimônio é afetado pelos fatores ambientais e como se pode agir para diminuir ou eliminar as agressões ao meio ambiente, promovendo a sustentabilidade (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Há algum tempo o termo Desenvolvimento Sustentável tem tomado às pautas de discussões a respeito dos rumos do planeta, e, igualmente, sobre a continuidade do crescimento, em face da destruição do meio ambiente e seus recursos naturais não renováveis. A fim de que se pudesse acompanhar esse convívio do homem com o meio ambiente, seja na forma de nação ou entidade, denominou-se o termo Contabilidade Ambiental para o registro e geração de relatório que auxiliam na elaboração do planejamento estratégico; fornecem informações externas no sentido de prestação de contas dessas atividades (PAIVA, 2003).

O maior objetivo da gestão ambiental deve ser o de proporcionar benefícios à entidade que superem, anulem ou diminuam os custos das degradações, causadas pelas atividades executadas na empresa. O responsável por gerir o meio ambiente não é o responsável por degradá-lo (FERREIRA, 2003).

2.4 Produção de gado e peixe

O Brasil é considerado um país com elevado potencial hídrico e de solo, algumas regiões durante todo o ano usufrui de temperaturas sem grandes oscilações e luminosidade, favoráveis à implantação da piscicultura, enquanto que na região sul dificulta pela grande oscilação de temperatura (CENTEC, 2004).

No caso da temperatura, existe uma faixa onde o peixe cresce melhor. Sendo eles ectotérmicos (temperatura do corpo varia de acordo com a temperatura do ambiente em que se encontram), em temperaturas baixas, o metabolismo é muito baixo e não há crescimento, dependendo dos limites da espécie, acaba levando a mortalidade. Bem como a temperatura elevada pode provocar o aumento do metabolismo do peixe, acarretando a um maior gasto energético para manter o corpo funcionando (BALDISSEROTTO, 2013).

O predomínio das espécies de tilápias reúne grande parte das características desejáveis em peixes destinados à exploração comercial, tem características como boa adaptabilidade às condições ambientais varáveis, boa conversão alimentar e aumento de peso, adaptam-se ao confinamento em variados níveis de produtividade, boa resistência quanto há baixos níveis de oxigênio na água, carne e subprodutos de boa aceitação no mercado, resistente a doenças (MOREIRA et al, 2001).

A arte de criar animais foi uma das necessidades básicas do homem primitivo, no início para praticar rituais religiosos e depois para complementar as necessidades de alimento,

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roupas, calçados, cobertores, ou pelo simples prazer de tê-los. A prática de criar animais é conhecida popularmente como pecuária e é considerada uma das mais antigas e importantes invenções do homem, juntamente com a agricultura, pois ela antecede à escrita e foi alicerce para que os povos antigos pudessem sobreviver (SAMPAIO et al, 2006).

“De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa - IBGE, a atividade pecuária aparece em praticamente 75% das propriedades agrícolas brasileiras, constituindo-se numa das principais atividades do meio rural” (PIRES, 2010, p. 41).

Como já foi mencionado anteriormente o rebanho gaúcho perdeu espaço em relação ao rebanho nacional, salienta-se a dificuldade dos criadores em razão da concorrência com carne proveniente da fronteira, os baixos preços, a seca que assolou o estado nos últimos anos e a ausência de uma política voltada para a pecuária, (RIBAS; MASSUQUETTI, 2004).

A bovinocultura de corte confunde-se com a própria história do Brasil, tendo participação ativa da colonização de todas as regiões nacionais. Nas últimas décadas, bovinocultura de corte progrediu rapidamente e atingiu resultados significativos de produtividade (SEGUI, 2002).

Um dos grandes desafios para os pesquisadores que militam no ramo da produção de bovinos, tendo em vista o corte, é buscar e/ ou desenvolver novas tecnologias objetivando tornar o sistema produtivo economicamente viável e competitivo (SAMPAIO et al, 2006).

No Brasil, os sistemas de produção de carne bovina caracterizam-se pela dependência quase que exclusiva de pastagens o que, apesar de conceder vantagem comparativa no mercado internacional, uma vez que dispõe de custos de produção relativamente baixos e viabiliza a capitalização de uma produção integrada, harmônica com o ambiente, requer maior inversão em manejo do rebanho e das pastagens e utilização mais intensa de tecnologias (PIRES, 2010).

Alguns anos atrás, os animais eram abatidos com cinco ou seis anos de idade, a carne era dura e não muito saborosa. Por meio do melhoramento genético e de programas de nutrição, os animais vêm sendo abatidos com no máximo três anos. O consumidor está cada vez mais minucioso em relação à qualidade da carne, e isso obrigou os produtores a investir em sistemas de produção com maior intensidade (SAMPAIO et al, 2006).

Com a redução da idade de abate, aumentou a necessidade de reposição de bovinos, com isso aumenta a velocidade do ciclo da cadeia produtiva. A fertilidade como ponto inicial da cadeia, afeta todo o ciclo de produção. O responsável essencial pelos baixos índices de fertilidade, conduzindo ao aumento do período de serviço e diminuição da taxa de natalidade é o Anestro pós-parto que é o período que vai do parto até a manifestação do primeiro estro

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fértil, sendo que muitas fêmeas retomam as suas atividades reprodutivas somente após o desmame dos bezerros (SEGUI, 2002).

Segundo Baldisserotto (2013) as numerosas espécies de peixes existentes apresentam uma abundante variedade de hábitos alimentares, métodos reprodutivos, crescimento, ciclos de vida e respostas às mudanças ambientais, assim qualquer cultivo deve levar em conta essas características.

Para as tilápias recomenda-se como temperatura ótima de desenvolvimento a faixa entre 20º e 30ºC ou mais, sendo que no inverno, abaixo de 12ºC poderá ocorrer mortalidades. O seu crescimento varia significativamente de acordo com a espécie e depois de acordo com as características de cada delas. Resulta também da dieta e do sistema de cultivo empregado na criação. As carpas tem capacidade de resistir a uma faixa de temperatura mais alta, seu crescimento ótimo se da com temperatura média de 28ºC, e abaixo de 15ºC têm seu crescimento e ingestão alimentar afetado, bem como resistem a baixas concentrações de oxigênio dissolvido na água (MOREIRA et al, 2001).

A cadeia produtiva da carne bovina brasileira é eficiente e sustentável. O País atingiu alto nível de competitividade e tem boas premissas de sustentabilidade. O Brasil aparece como um dos países com maior potencialidade de crescimento em produtividade e de oferta de carne bovina no planeta (PIRES, 2010).

Atualmente, a atividade pecuária esta sendo frequentemente associada com possíveis danos à população e ao meio ambiente como, por exemplo, a contaminação da água por nitratos, a poluição do ar pelo odor forte, a emissão de metano e também por promover a proliferação de insetos (SAMPAIO et al, 2006).

Dentre inúmeros males que o ser humano está causando ao meio ambiente, os quais se percebem que são realmente decorrentes da intervenção humana que são o uso de pesticidas contaminando regiões agrícolas, erosão dos solos, perda de terras virgens, crescente problema de abastecimento de água, como agravante queda na qualidade e disponibilidade de água, destruição da camada de ozônio, entre tantos outros problemas não mencionados (TINOCO; KRAEMER, 2004).

No Brasil, a bovinocultura de corte se tornou uma atividade econômica competitiva, tanto que contempla aos mercados nacional e internacional desses produtos. Para que se mantenha competitiva, é fundamental o conhecimento cada vez mais aprofundado e detalhado dos elementos envolvidos no processo produtivo e das formas de manejo empregadas, além da disponibilidade de recursos financeiros para a implantação de novas técnicas desenvolvidas (SAMPAIO et al, 2006).

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A procura da sustentabilidade dos sistemas de produção de bovinos de corte é indispensável para fortalecer e expandir a posição alcançada pela cadeia produtiva da carne bovina brasileira como provedora de proteína animal de qualidade para os mercados nacional e internacional. Além disto, a manutenção desse status requer dessa cadeia produtiva a capacidade de contribuir de maneira efetiva para o aumento da qualidade de vida do homem do campo de modo responsável no aspecto socioambiental e com viabilidade econômica para o empreendimento (PIRES, 2010).

Todos aqueles ligados à cadeia produtiva de carne bovina devem ter uma visão ambientalista do sistema, uma vez que o planejamento e as ações terão papel direto sobre a produção. É de extrema importância o conhecimento das vias poluidoras e das formas de prevenção, afinal prevenir é muito mais barato que tentar recuperar áreas degradadas (SAMPAIO et al, 2006).

A maior vontade do criador de peixes é que os mesmos cresçam depressa, apresentando alimentação balanceada, e que os fatores ambientais sejam mantidos dentro dos níveis esperados (BALDISSEROTTO, 2013).

De todas as espécies de peixes cultivadas, as carpas sem sombra de dúvidas tem a mais velha história. Porém, podem existir alguns problemas quanto a soa comercialização, pelo fato de que sua carne pode adquirir um sabor desagradável em função da fonte de alimento a ela oferecido, sendo fundamental a “depuração” antes do abate (MOREIRA et al, 2001). O processo de depuração compreende em colocar os peixes em reservatório de alvenaria com água corrente e alta vazão. Nesse procedimento os peixes vivos passam por uma limpeza do trato digestivo e externa. Os peixes devem permanecer 12 a 24 horas no banho de depuração (FERREIRA, 2002).

Diante dessas dificuldades, procuram-se alternativas, a piscicultura, quando comparada com a agricultura, produção de gado, apresenta algumas vantagens como quando já existe reservatório, pequeno investimento, além de pouca mão-de-obra, risco e retorno econômico garantido (CENTEC, 2004).

A pecuária de corte é uma atividade de importância econômica estruturada em todos os estados brasileiros, pode ser encontrada em todos os biomas. Essa característica faz com que exista variação significativa nos sistemas de produção praticados. O manejo alimentar é um dos elementos mais importantes, há sistemas considerados extensivos, no qual os animais são manejados em pastagens nativas ou em pastagens cultivadas de baixa produtividade, com pouco uso de insumos, bem como há os sistemas intensivos, caracterizam-se por pastagens de alta produtividade, e ainda, usa-se a suplementação alimentar em pasto e o confinamento.

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Tendo como característica geral aos sistemas de produção de bovino de corte o uso de pastagens (PIRES, 2010).

A piscicultura como qualquer atividade de cultivo, quando levada à sério, tem como propósito conseguir uma produtividade máxima de peixes com o mínimo de custo, de modo a conquistar o maior lucro possível. Uma das condições para se atingir este objetivo fundamenta-se na organização do criador quanto à administração do seu trabalho e seus empregados (BALDISSEROTTO, 2013).

2.5 SISTEMA CONTABIL GERENCIAL AMBIENTAL (SICOGEA)

O SICOGEA é uma ferramenta de gestão ambiental, que une contabilidade por meio de controles, ao meio ambiente. A finalidade deste sistema é gerar informações ao gestor referente os impactos das suas ações no meio ambiente, com o auxílio da contabilidade e controladoria ambiental, o qual teve sua origem no método GAIA (Gerenciamento dos Aspectos e Impactos Ambientais) por Leripio (2001), sendo que este não é relatado na base teórica, apenas para informação (NUNES, 2010).

Segundo Barbieri (2011) a adoção de qualquer modelo de gestão propõe o uso de instrumentos, podendo ser entendidos como meios ou ferramentas para alcançar objetivos específicos em matéria ambiental. Auditoria ambiental, avaliação do ciclo de vida, estudos de impactos ambientais, sistemas de gestão ambiental, relatórios ambientais, rotulagem ambiental, gerenciamento de riscos ambientais e educação são alguns dentre vários instrumentos de que podemos se valer para atingir objetivos ambientais.

Os sistemas de gestão ambiental existentes hoje se originaram do desenvolvimento de qualidade. Consistem em instrumentos de gestão que possibilitam a uma organização de qualquer dimensão ou tipo monitorar o impacto de suas atividades no ambiente. Possibilitando uma abordagem estruturada para designar objetivos, para atingi-los e para confirmar que foram atingidos (TINOCO; KRAEMER, 2004).

As dimensões diferenciadas inerentes ao conceito de desenvolvimento sustentável não estão necessariamente relacionadas a grandezas físicas. Com isso, os modelos de gestão têm o desafio de solucionar as limitações implícitas na utilização de metodologias principalmente quantitativas. Neste contexto, a dimensão ecológica compõe elemento comum a qualquer ferramenta que procure determinar o grau de sustentabilidade de um sistema. A eficácia de uma ferramenta deste tipo está relacionada influentemente à capacidade que possui de ampliar a consciência crítica dos envolvidos sobre a temática ambiental. Aspecto ainda significativo a

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respeito da mensuração da sustentabilidade refere-se ao procedimento utilizado na seleção dos parâmetros que devem ser empregados em determinada ferramenta (UHLMANN, 2011).

Para que um sistema de informação seja adequado, é necessário que este descreva com clareza os fatos que estão sendo mensurados, fazendo numa linguagem correta, bem como o contador deve conhecer o contexto em que os problemas ocorrem, ao tratar do relato e mensuração dos eventos que tenham relação com o meio ambiente (FERREIRA, 2003).

Um sistema de gestão ambiental pode ser definido como um conjunto de procedimentos para gerir ou administrar uma organização de forma a obter o melhor relacionamento com o meio ambiente. Consiste, essencialmente, no planejamento de suas atividades, visando à eliminação ou minimização dos impactos ao meio ambiente, por meio de ações preventivas ou medidas mitigadoras (TINOCO; KRAEMER, 2004, p. 121).

O interesse em implantar métodos é a preservação do meio ambiente, adequando-o com o acompanhamento das atividades de uma propriedade rural. Destaca-se a possibilidade de implantação de um sistema de informações gerenciais que subsidie a gestão ambiental, com vistas a atender as expectativas financeiras da entidade (PFITSCHER; SILVA; NASCIMENTO, 2013).

A adoção de um modelo de gestão ambiental faz com que haja coerência na realização de atividades elaboradas por diferentes pessoas, em variados momentos e locais sob diferentes modos de ver as mesmas questões. Mesmo que apresentem uma simplificação da realidade empresarial, esses modelos permitem direcionar as decisões sobre como, quando onde e com quem tratar os problemas ambientais e como essas soluções se relacionam com as demais questões, podendo as empresas fazer seu próprio modelo ou se valor dos diversos modelos existentes (BARBIERI, 2011).

O sistema SICOGEA é desenvolvido em três etapas: integração da cadeia produtiva, Gestão de controle ecológico e Gestão da contabilidade e controladoria ambiental.

Quadro 01 – Etapas do SICOGEA

Etapas do sistema Especificação Descrição

Primeira Integração da cadeia produtiva Alinhamento da cadeia de

suprimentos, envolvendo as necessidades de peixe e gado. Verificando degradações causadas em cada atividade praticada na propriedade em estudo.

Segunda Gestão de controle ecológico Implantação da gestão ecológica e

dos processos de certificação e propor esforços no sentido de reduzir e/ou eliminar impactos

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