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Gestão de custos, formação de preços e análise de resultados em uma propriedade rural de produção de mudas frutíferas

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

TATIANE FAGUNDES BECKER NEU

GESTÃO DE CUSTOS, FORMAÇÃO DE PREÇOS E ANÁLISE

DE RESULTADOS EM UMA PROPRIEDADE RURAL DE

PRODUÇÃO DE MUDAS FRUTÍFERAS

IJUÍ (RS)

(2)

TATIANE FAGUNDES BECKER NEU

GESTÃO DE CUSTOS, FORMAÇÃO DE PREÇOS E ANÁLISE DE

RESULTADOS EM UMA PROPRIEDADE RURAL DE PRODUÇÃO DE

MUDAS FRUTÍFERAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Contábeis da UNIJUI, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profa Orientadora: Msc. Eusélia Paveglio Vieira

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AGRADECIMENTOS

Pronunciar um “obrigado” com a sincera intenção de demonstrar reconhecimento, a todas as pessoas que estão ao meu redor e foram importantes nessa etapa.

Começo agradecendo a Deus pelo dom da vida.

A minha família, por me ensinar que o amor deve ser à base de toda a construção e que o trabalho nos torna pessoas dignas.

Ao meu esposo Adriano, meu companheiro de todas as horas, pelo apoio e incentivo que sempre me proporcionou.

A todos os professores do curso de Ciências Contábeis, em especial a minha orientadora Eusélia, pela brilhante educadora que és, pela paciência, amizade e por toda a contribuição para minha formação profissional.

Aos amigos e colegas, por todos os momentos que passamos juntos, que certamente serão levados para a vida.

Enfim, meu “obrigado” a todos que, de uma forma ou outra, contribuíram para que eu alcançasse este objetivo, por que ninguém consegue fazer algo sozinho.

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“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que os seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém...”

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RESUMO

O estudo apresentado buscou desenvolver um sistema de gestão de custos, preços e análise dos resultados da produção de mudas frutíferas em uma propriedade rural. Para isso abordou-se a gestão de custos como ferramenta de apoio, visando a mensuração do resultado e a utilização dos recursos disponíveis de forma eficiente e eficaz, bem como orientar na formação do preço de vendas dos produtos. Neste sentido foram realizados cálculos relativos aos custos das espécies de mudas produzidas, entre eles: preço de venda orientativo por meio do mark-up, margem de contribuição unitária e total, ponto de equilíbrio, margem de segurança operacional e apuração do resultado. Para tanto foram selecionadas seis espécies de mudas, e analisado seus processos produtivos e os custos totais envolvidos. Posteriormente foi verificado que a propriedade apresenta resultados viáveis, conforme exposto sua margem de segurança operacional é positiva, ou seja, as vendas superaram o ponto de equilíbrio para todas as espécies estudadas. Deste modo, ao concluir este estudo constatou-se a importância da gestão de custos, principalmente em negócios de pequeno porte, pois é uma ferramenta de grande valia para a otimização dos resultados.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Fluxograma dos Processos Produtivos das espécies de citrus, videiras e pessegueiros...38 Figura 02: Fluxograma dos Processos Produtivos das espécies de pereiras, roseiras e figueiras...39

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Definição do mark-up pelas equações...28

Quadro 02: Insumos ...40

Quadro 03: Custo da mão de obra...41

Quadro 04: Número médio de horas por etapas de produção ...41

Quadro 05: Depreciação Máquinas e Equipamentos...42

Quadro 06: Pró-labore...42

Quadro 07: Custos Indiretos...43

Quadro 08: Alocação dos custos indiretos por espécie ...43

Quadro 09: Custo da muda pelo método de custeio por absorção...45

Quadro 10: Custo da muda pelo método de custeio variável...48

Quadro 11: Mark-up divisor...53

Quadro 12: Preço de venda orientativo calculado pelo mark-up...53

Quadro 13: Margem de contribuição...55

Quadro 14: Ponto de Equilíbrio Contábil – PEC...59

Quadro 15: Margem de segurança operacional – MSO...60

Quadro 16: depreciação veículos utilizados na comercialização...61

Quadro 17: Despesas de comercialização...62

Quadro 18: Rateio das despesas fixas de comercialização...62

Quadro 19: Apuração do Resultado...63

Quadro 20: Simulação Resultado com o preço orientativo para as videiras e pessegueiros...65

Quadro 21: Custo Médio do Km rodado camionete...66

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Total dos custos...44

Gráfico 02: Composição do custo dos citrus pelo método de custeio por absorção...45

Gráfico 03: Composição do custo das videiras pelo método de custeio por absorção...46

Gráfico 04: Composição do custo das roseiras pelo método de custeio por absorção...46

Gráfico 05: Composição do custo dos pessegueiros pelo método de custeio por absorção...47

Gráfico 06: Composição do custo das pereiras pelo método de custeio por absorção...47

Gráfico 07: Composição do custo das figueiras pelo método de custeio por absorção...48

Gráfico 08: Composição do custo do citrus pelo método de custeio variável...49

Gráfico 09: Composição do custo das videiras pelo método de custeio variável...49

Gráfico 10: Composição do custo das roseiras pelo método de custeio variável...50

Gráfico 11: Composição do custo dos pessegueiros pelo método de custeio variável...50

Gráfico 12: Composição do custo das espécies de pereiras pelo método de custeio variável..51

Gráfico 13: Composição do custo das figueiras pelo método de custeio variável...51

Gráfico 14: Comparativo preço de custo unitário pelos métodos de custeio por absorção e variável...52

Gráfico 15: Comparativo entre preço orientativo e preço de venda praticado...54

Gráfico 16: Margem de contribuição unitária por espécie ...56

Gráfico 17: Comparativo Margem de contribuição total por espécie ...57

Gráfico 18: Comparativo Margem de contribuição total ...58

Gráfico 19: Comparativo margem de segurança operacional...60

Gráfico 20: Comparativo entre o resultado líquido por espécie ...64

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LISTA DE ANEXOS

Anexo A: Corte e classificação do porta-enxerto das videiras...72

Anexo B: Plantio do porta-enxerto de roseiras (estaquia)...72

Anexo C: Tutoramento das mudas de videiras...73

Anexo D: Canteiro de mudas de citrus...73

Anexo E: Canteiro de mudas de pessegueiros...74

Anexo F: Retirada das mudas de videiras. ...74

Anexo G: Armazenagem das mudas de videiras...75

Anexo H: Embalando as mudas para a comercialização...75

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SUMÁRIO RESUMO ... 5 LISTA DE FIGURAS ... 6 LISTA DE QUADROS ... 7 LISTA DE GRÁFICOS ... 8 LISTA DE ANEXOS ... 9 INTRODUÇÃO ... 13 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 14 1.1 Tema ... 14 1.2 Caracterização da propriedade ... 14 1.3 Problema ... 15 1.4 Objetivos ... 15 1.4.1 Objetivo Geral ... 15 1.4.2 Objetivos Específicos ... 16 1.5 Justificativa ... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 17 2.1 Contabilidade ... 17 2.1.1 Evolução Histórica ... 17

2.1.2 Funções e Objetivos da Contabilidade ... 18

2.1.3 Campos de Aplicação da Contabilidade ... 18

2.2 Contabilidade de Custos ... 19

2.2.1 Origem da Contabilidade de Custos ... 19

2.2.2 Objetivos da Contabilidade de Custos... 20

2.2.3 Terminologias Aplicadas a Contabilidade de Custos ... 20

2.2.4 Classificação dos Custos ... 21

2.2.4.1 Quanto ao grau de identificação: Diretos e indiretos ... 21

2.2.4.2 Quanto à variabilidade: fixos e variáveis ... 22

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2.2.5 Custos com materiais – PMPM e PEPS ... 23

2.2.6 Custos com Mão de Obra ... 23

2.2.7 Custos Patrimoniais – Depreciação ... 24

2.2.8 Métodos de Custeio ... 26

2.2.9 Formação do Preço de Venda ... 27

2.2.10 Margem de Contribuição ... 28

2.2.11 Ponto de Equilíbrio ... 29

2.2.12 Margem de Segurança ... 30

3 METODOLOGIA DA PESQUISA ... 31

3.1 Classificação da Pesquisa ... 31

3.1.1 Do ponto de vista de sua natureza ... 31

3.1.2 Do ponto de vista de seus objetivos ... 31

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema ... 32

3.1.4 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos ... 32

3.2 Coleta de dados ... 33

3.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados ... 33

3.3 Análise e interpretação de dados ... 34

4 APURAÇÃO DOS RESULTADOS ... 35

4.1 Descrição do Ciclo das Culturas ... 35

4.1.1 Citrus sp ... 35 4.1.2 Videiras ... 36 4.1.3 Roseiras ... 36 4.1.4 Pessegueiros ... 37 4.1.5 Pereiras ... 37 4.1.6 Figueiras ... 37

4.1.7 Fluxograma dos processos produtivos ... 38

4.2 Custos Diretos de Produção ... 39

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4.2.2 Mão de Obra ... 40

4.3 Custos Indiretos ... 42

4.4 Custo total: Métodos de custeio por absorção e variável ... 44

4. 5 Análise do custo, volume e resultado ... 52

4.5.1 Formação de preços: Mark-up ... 53

4.5.2 Margem de contribuição unitária ... 55

4.5.3 Ponto de Equilibrio Contábil - PEC ... 58

4.5.4 Margem de Segurança Operacional – MSO ... 59

4.5.5 Despesas de Comercialização ... 61

4.9 Apuração do resultado por espécie ... 63

CONCLUSÃO ... 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 70

(13)

INTRODUÇÃO

No cenário atual de grande competitividade, na busca constante por aperfeiçoamento a Contabilidade vem se destacando e ganhando cada vez mais espaço por ser uma ferramenta vital na gestão das entidades, visto que esta voltada ao patrimônio e as suas mutações, tornando possível a visualização de forma clara e objetiva da situação patrimonial, econômica e financeira das entidades.

Dessa forma a Contabilidade de Custos torna-se fundamental, objetivando o controle dos custos, gastos, receitas e despesas, e através do acompanhamento destes fatores torna-se um instrumento gerencial de extrema importância, que visa melhorar os resultados da organização.

A atividade agrícola também tem demonstrado sua importância na economia brasileira e mundial. Nesse sentido o produtor para que obtenha bons índices de produtividade precisa ter um monitoramento constante da sua atividade, além da preocupação com fatores climáticos e mercadológicos, é preciso voltar à atenção também para formas de controles eficazes que permitam a continuidade do seu negócio.

Considerando todos estes fatores o objetivo desse estudo é propor um sistema de gestão custos para uma propriedade rural, já que a contabilidade de custos pode sistematizar, acumular e organizar os dados, apurando o custo de produção dos seus produtos, permitindo uma melhoria no gerenciamento da propriedade.

Assim, estrutura-se a presente pesquisa, inicialmente com a delimitação do tema e da questão de estudo, bem como dos objetivos e a justificativa referente ao tema a ser discorrido. Em seguida, o referencial teórico apresentando a revisão teórica para a realização do estudo. Posteriormente aborda-se sobre o método da pesquisa, delineando-a quanto a natureza, os objetivos, a abordagem da pesquisa, os procedimentos técnicos que serão utilizados, e também o plano de coleta de dados e a análise e interpretação dos mesmos

Na sequência é apresentado o desenvolvimento do sistema de custos, no qual foram apresentados os cálculos para formação dos custos das mudas, bem como a apuração do preço de venda orientativo, ponto de equilíbrio, margem de contribuição, margem de segurança operacional e também os resultados obtidos.

Por fim, apresenta-se as conclusões a respeito da busca de responder aos objetivos iniciais do estudo, bem como a bibliografia consultada durante a sua realização.

(14)

1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Nesta etapa inicial temos a Contextualização do Estudo, que contempla a definição do tema, seguida pela caracterização da organização, a problemática, objetivos e a justificativa do estudo.

1.1 Tema

A Ciência Contábil estuda o patrimônio das organizações e permite a obtenção de informações econômicas e financeiras sobre o mesmo, é um instrumento de gestão que através do planejamento e controle auxilia na tomada de decisão, segundo Basso (2005, p.23) “é enquadrada como uma Ciência Social, mais especificamente no grupo das ciências econômicas e administrativas, que se utiliza de técnicas específicas para se tornar útil e cumprir com as finalidades para que foi concebida.”

O campo de atuação é muito vasto para o profissional da área Contábil, desde a área tributária, societária, industrial, gerencial a contabilidade de custos, entre outros. Nessa linha, o estudo foi realizado na área de contabilidade de custos abordando a Gestão de custos e resultados da produção de mudas frutíferas, da propriedade rural de um Viveiro que é caracterizado a seguir.

1.2 Caracterização da propriedade

O objeto desse estudo é uma pequena propriedade rural de cunho familiar, onde a atividade principal é a produção de mudas frutíferas. Localizada no interior do município de Ijuí, distrito de Alto da União. As atividades são desempenhadas pelos proprietários, com o auxilio de mais três funcionários.

A propriedade possui uma área de 15 (quinze) hectares, sendo destinado para a produção de mudas frutíferas 7 (sete) hectares, o restante da área é arrendada para terceiros. Na propriedade são produzidas diversas espécies de mudas, como citrus sp, videiras, pessegueiros.

As mudas levam em média um a dois anos e meio (dependendo da variedade) para ficarem prontas para a comercialização, esta é feita pelos proprietários e por parceiros como prefeituras, sindicatos de diferentes regiões do Estado. A logística e a entrega também são desempenhadas pelos proprietários.

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1.3 Problema

A contabilidade de custos objetiva avaliar, apurar e identificar os custos, os sistemas de custos conforme Padoveze (2003) compreendem os instrumentos, critérios e sistemas para registro, guarda e acumulação das informações dentro de um lógico e coerente nos produtos e sistemas produtivo das empresas.

A utilização da contabilidade de custos é de grande valia, especialmente no caso de uma pequena propriedade, onde o agricultor precisa buscar tornar toda a sua propriedade mais produtiva, usando com eficiência os recursos que tem disponível, garantindo um melhor resultado.

A propriedade em estudo não possui nenhum controle efetivo sobre os custos de produção e despesas de vendas, também não foi realizada uma análise de viabilidade sobre a atividade desempenhada. Neste sentido o desenvolvimento desse estudo pode ser utilizado como ferramenta de gestão para a propriedade, visando a mensuração do resultado e a utilização dos recursos disponíveis de forma eficiente e eficaz, bem como orientar na formação do preço de vendas dos produtos.

Diante das informações citadas, questiona-se: Qual a contribuição efetiva da contabilidade e gestão de custos no gerenciamento dos resultados da atividade numa propriedade agrícola?

1.4 Objetivos

Os objetivos constituem em definir os passos a serem cumpridos na realização do estudo, que neste caso se baseia em um sistema de custos que proporcione informações para a gestão da empresa, os quais são descritos a seguir:

1.4.1 Objetivo Geral

Desenvolver um sistema de gestão de custos, preços e análise dos resultados da produção de mudas frutíferas na propriedade, levantando informações confiáveis para a tomada de decisão, instrumentalizando o planejamento da atividade.

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1.4.2 Objetivos Específicos

- Revisar a literatura pertinente ao tema, Contabilidade de Custos e Gestão de Custos na atividade rural;

-Descrever o processo de produção de mudas frutíferas; - Levantar os custos por tipo de espécie;

- Estruturar um sistema de custos para a propriedade;

- Avaliar a relação custos, volume e resultados das espécies;

- Identificar as principais informações para a gestão e planejamento da propriedade.

1.5 Justificativa

O tema escolhido é pertinente com a atualidade, momento em que a competitividade só aumenta e para se manter no mercado as empresas, seja industrial, comercial ou rural, vivem na busca constante pela melhoria e aprimoramento das suas atividades, visando uso eficiente e eficaz dos recursos disponíveis. Nesse sentido, tendem a usar, cada vez mais a contabilidade e as informações contábeis, como ferramenta orientativa para a sua gestão.

Identificando essa necessidade por parte dos proprietários e a importância do controle de custos para a continuidade da atividade agrícola, fez-se a escolha do tema com a finalidade de proporcionar para a melhor gestão da propriedade um sistema de controle de custos da produção de mudas frutíferas, formação do preço de venda das mesmas, e também de analise dos resultados, proporcionando aos proprietários utilizar esta ferramenta de forma efetiva e contínua.

Enquanto acadêmica do Curso de Ciências Contábeis da Unijuí desenvolver este estudo na área de custos foi um desafio, além da importância de aplicar o aprendizado construído no decorrer do curso de forma prática, este estudo também é uma realização pessoal, sendo possível estudar e melhorar uma atividade da qual também faço parte.

Para a Unijuí, particularmente para o curso de Ciências Contábeis e também aos alunos do curso, o presente estudo fica a disposição como fonte de pesquisa a quem interessar, contribuindo assim, com o desenvolvimento da Ciência Contábil.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Este capítulo tem como finalidade a revisão bibliográfica pertinente ao tema estudado, utilizando-se de diversos autores para fundamentar a pesquisa, buscando mais conhecimento para solucionar a problemática do estudo.

2.1 Contabilidade

A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio e as suas mutações de forma qualitativa e quantitativamente, gerando informações de natureza econômico-financeira sobre o mesmo, trata-se de uma ferramenta indispensável para a gestão e o bom andamento de uma entidade. Segundo Sá (2002, p.46) “Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das células sociais”.

A contabilidade, desde seu aparecimento como conjunto ordenado de conhecimentos, com objeto e finalidades definidos, tem sido considerada como arte, como técnica ou como ciência, de acordo com a orientação seguida pelos doutrinadores ao enquadrá-la no elenco das espécies do saber humano. Para nós, que a consideramos um conjunto de conhecimentos sistematizados, com princípios e normas próprias, ela é, a acepção ampla do conceito da ciência, uma das ciências econômicas e administrativas, (FRANCO, 1991, p.19).

Para Fabretti (2003, p. 22) “A contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no final de cada exercício social o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade”. Já Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.51) destacam que “do ponto de vista do usuário, é o sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física, de produtividade especial com relação à entidade objeto de contabilização”. Nesse sentido a contabilidade é a ciência que está voltada para o patrimônio e suas variações, apurando resultados e trazendo informações aos seus usuários.

2.1.1 Evolução Histórica

Segundo Iudícibus e Marion (2006) a contabilidade existe desde o principio da civilização, e foi se desenvolvendo lentamente, tendo somente no século XV atingido um

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nível de desenvolvimento notório.

Já Basso (2005) menciona a classificação do desenvolvimento das origens da Contabilidade nas seguintes fases: a) fase dos registros primitivos; b) fase dos registros simples; c) fase dos registros completos; d) fase dos registros sistematizados; e) fase dos estudos pré-científicos; f) fase da doutrina científica e filosófica do conhecimento contábil.

Nesse sentido Basso ainda destaca que essas as fases são os “passos marcantes” da evolução do conhecimento ao longo do tempo, enquanto que os períodos são os “saltos de tempos históricos” que marcaram a evolução deste conhecimento desenvolvido, foram quatro períodos, sendo que na metade do século XIX os estudiosos da contabilidade, encontram seu o objeto de estudo o patrimônio.

Iudícibus e Marion (2006) ressaltam que a Contabilidade torna-se importante à medida que há desenvolvimento econômico, e que atualmente a profissão é muito valorizada nos países de primeiro mundo, no Brasil o contador até a década de 60 era chamado de “guarda-livros” expressão que desaparece a partir da década de 70, dando espaço a um excelente e valorizado mercado para este profissional.

2.1.2 Funções e Objetivos da Contabilidade

Segundo Basso (2005) as principais funções da Contabilidade são: coletar e classificar os documentos comprobatórios dos atos e dos fatos administrativos; registrar os fatos contábeis decorrentes das alterações patrimoniais; acumular informações quantitativas e qualitativas do patrimônio e suas variações; resumir informações em demonstrações contábeis e revelar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade.

Seus objetivos são: controlar (física e monetariamente) o patrimônio da entidade; apurar os resultados decorrentes das variações patrimoniais; evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira; atentar para o cumprimento das normas e leis aplicáveis a entidade e fornecer informações sobre o patrimônio aos interessados.

2.1.3 Campos de Aplicação da Contabilidade

A contabilidade, por ter como o objeto o patrimônio, é uma área que proporciona diversas oportunidades para o profissional. Conforme Iudicibus e Marion (2006) o contador pode atuar como auditor, analista, perito, consultor, professor, pesquisador entre outras áreas.

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Nesse sentido Basso (2005) ainda destaca que onde existir um patrimônio definido e delimitado, surge um campo para a aplicação da Contabilidade: micros, pequenas, médias e grandes empresas públicas e privadas, entidades de fins ideais (sociais, culturais, recreativas, desportivas e outras), propriedades rurais e pessoas físicas em geral, representam o amplo campo de atuação da Contabilidade.

2.2 Contabilidade de Custos

A contabilidade de custos projeta e controla sistemas de custo, é um conjunto de procedimentos e técnicas que permitem apurar os custos fornecendo informações para a gestão. Segundo Iudícibus, Marion e Pereira (2003, p.51) ”é o ramo da contabilidade que se concentra em fornecer os dados detalhados sobre os custos que a administração precisa para controlar as operações correntes e planejar o futuro”.

A Contabilidade de Custos preocupa-se também com o controle dos custos, fornecendo dados para estabelecimento de padrões e orçamentos, comparando o quanto custou (real) com o quanto deveria custar (previsão ideal) analisando as variações, com o objetivo de reduzir os custos, (SANTOS, MARION E SEGATTI, 2002, p. 42).

A Contabilidade de Custos refere-se hoje às atividades de coleta e fornecimento de informações para as necessidades de tomada de decisão de todos os tipos, desde as relacionadas com operações repetitivas até as de natureza estratégica, não repetitivas, e, ainda ajuda na formulação das principais políticas das organizações, (LEONE, 2000, p. 22).

Nesse sentido pode-se dizer que a contabilidade de custos coleta, classifica e registra os dados internos e/ou externos, monetários e físicos, transformando-os em indicadores gerenciais de grande relevância.

2.2.1 Origem da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos surge com a Revolução Industrial, momento em que as organizações mercantilistas começaram a comprar matéria-prima para transformá-las em novos produtos.

Segundo Martins (2001, p.20) “até a Revolução Industrial, quase só existia a Contabilidade Financeira (ou Geral), que desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as empresas Comerciais”.

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2.2.2 Objetivos da Contabilidade de Custos

A Contabilidade de Custos objetiva a avaliação dos estoques, planejamento, formação do preço de venda, controle operacional e gerencial entre outros. Para Berti (2006, p.25) “a finalidade ou objetivo da contabilidade de custos é sem dúvida a de fornecer informações aos gestores no auxilio à tomada de decisão”.

Enquanto que Perez Jr, Oliveira e Costa (2005, p.31-32) definem de maneira formal os objetivos principais da Contabilidade de Custos:

apuração do custo dos produtos e dos departamentos; atendimento de exigências contábeis;

atendimento de exigências fiscais; controle de custos de produção;

melhoria de processos e eliminação de desperdícios; auxílio na tomada de decisões gerenciais;

otimização de resultados.

Nessa linha segundo Martins (2001, p. 22) “a Contabilidade de Custos acabou por passar, nessas últimas décadas, de mera auxiliar na avaliação de estoques e lucros globais para importante arma de controle e decisão gerenciais”.

Assim a partir dos seus objetivos pode-se perceber a extensão da Contabilidade de Custos, além de possuir vasto campo de atuação fica evidente a sua importância para gestão de qualquer empresa.

2.2.3 Terminologias Aplicadas a Contabilidade de Custos

Por possuir uma terminologia própria de custos, com inúmeros termos de diferente expressão, mas com significados semelhantes, foram elencados diversos conceitos para uma melhor compreensão visando uniformizar o entendimento sobre o assunto.

Segundo Padoveze (2003, p.04) “custos é a mensuração econômica dos recursos (produtos, serviços e direitos) adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e serviços da empresa. Em palavras mais simples, custo é o valor pago por alguma coisa”.

Nessa linha para Leone (2000, p.54) “custo será o consumo de um fator de produção, medido em termos monetários para a obtenção de um produto, de um serviço ou de uma atividade que poderá ou não gerar renda”.

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Já Crepaldi (2011, p. 98-99) define alguns termos relacionados à Contabilidade de Custos, como:

Gasto: é o sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por entrega ou promessa de entrega de ativos, se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de propriedade da empresa. O gasto normalmente implica em desembolso.

Desembolso: é o pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Os gastos podem ser investimento, custo ou despesa.

Investimento: Gasto com bem ou serviço ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos futuros.

Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção; são todos os gastos relativos a atividade de produção.

Despesa: gasto com bens e serviços não utilizados nas atividades produtivas e consumidos com a finalidade de obtenção de receitas.

Perda: é um gasto não intencional decorrente de fatores externos fortuitos ou da atividade produtiva normal da empresa.

Segundo Bornia (2010, p.17) “a perda é vista na literatura contábil como o valor dos insumos consumidos de forma anormal, são separadas dos custos não sendo incorporadas nos estoques”. Já desperdício “é o esforço econômico que não agrega valor ao produto da empresa e nem serve para suportar diretamente o trabalho efetivo”.

2.2.4 Classificação dos Custos

Os custos podem ser classificados de diversas formas de acordo com as suas finalidades. Leone (2000, p.55) atendendo finalidades didáticas divide os custos em três grandes grupos: custos para a determinação do lucro e a avaliação do patrimônio; custos para controle das operações e custos para planejamento e tomada de decisões.

Os custos ainda podem ser classificados conforme o seu grau de identificação (direto ou indireto) e de variabilidade (fixos e variáveis) e ainda quanto à tomada de decisão (relevantes e não relevantes).

2.2.4.1 Quanto ao grau de identificação: Diretos e indiretos

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claramente identificados e não há necessidade de rateio na sua identificação.

Um custo é direto se é possível verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto final; é possível de ser visualizado no produto final; é clara e objetivamente específico do produto final e não se confunde com os outros produtos; é possível ser medida objetivamente sua participação no produto final. (PADOVEZE, 2003, p.41).

Entre os custos diretos, podem-se citar os materiais diretos que são identificados aos produtos, pois fazem parte de sua estrutura (matéria-prima e embalagem) e a mão-de-obra direta que engloba o valor pago aos trabalhadores (salários e encargos sociais), que estão envolvidos no processo de produção do objeto até este chegar em condições de venda.

Os custos indiretos por sua vez não podem ser alocados diretamente ao produto, e no caso de atribuição aos produtos essa se dará mediante a critérios de rateio, pois se relacionam com vários produtos ao mesmo tempo. Segundo Leone (2000, p.183) “a existência de custos indiretos, que representam o consumo de fatores que, apesar de serem necessários à produção, não são de fácil identificação com os produtos ou os processos de fabricação”.

2.2.4.2 Quanto à variabilidade: fixos e variáveis

O custo fixo se mantém constante indiferente ao volume de produção, não tem vínculo com o aumento ou diminuição da produção, portanto permanece com o mesmo valor independente da quantidade produzida. Segundo Padoveze (2003, p.54) “um custo é considerado fixo quando o seu valor não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido dos produtos finais”.

Já os custos variáveis estão diretamente relacionados com o volume de produção ou venda e variam de acordo com esses volumes. Segundo Crepaldi (2011, p.102) “os custos variáveis variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplo: insumos, embalagem. Se não houver quantidade produzida o custo será nulo. Os custos variáveis aumentam à medida que aumenta a produção”.

2.2.4.3 Quanto à tomada de decisão: relevantes e não relevantes.

Os custos ainda podem ser classificados de acordo com sua relevância para a tomada de decisão, segundo Bornia (2010, p. 21) custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada e custos não relevantes são os que independem da tomada de

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decisão. Nesse sentido os custos que são realmente importantes para à tomada de decisão são os relevantes; os outros não necessitam ser considerados, essa classificação é feita considerando-se uma única decisão a ser tomada, sendo válida apenas para aquela decisão.

2.2.5 Custos com materiais – PMPM e PEPS

A Contabilidade de Custos no que diz respeito a materiais, levanta, registra e fornece dados sobre estes, estando diretamente ligada ao produto da empresa, identificado facilmente o custo agregado a ele.

Os métodos de avaliação de estoque têm como objetivo separar os custos dos materiais, mercadorias e produtos, o que foi consumido, vendido ou que ainda permanece em estoque. No Brasil são legalmente aceitos apenas dois métodos: PMPM (Preço Médio Ponderado Móvel) e o PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai). Esses métodos proporcionam uma base de cálculo do imposto de renda, julgada adequada para fins de arrecadação.

O PMPM é o critério mais utilizado para a avaliação dos estoques, a cada entrada com um custo diferente do custo médio anterior altera o custo médio, e cada saída altera o fator de ponderação. Segundo Martins (2001, p.126) “é mantido por empresa com controle constante de seus estoques e que por isso utiliza seu preço médio após cada aquisição”.

Já o PEPS as baixas do estoque são feitas pelo custo mais antigo, isto é, as baixas ocorrem pelo custo que ocorreu primeiro. Para Martins (2001, p.128):

Com o uso desse método, há uma tendência de o produto ficar avaliado por custo menor do que quando do custo médio, tendo- se em vista a situação normal de preços crescentes. Ao se utilizar o PEPS, acaba-se por apropriar ao produto, via de regra, o menor valor existente do material.

Nesse sentido pode-se dizer que utilizando o método PEPS o estoque tende a ficar mais valorizado, em função da crescente dos preços, enquanto o método PMPM permite um valor mais condizente com a realidade.

2.2.6 Custos com Mão de Obra

Os custos com mão de obra referem-se ao pagamento de salários mais encargos do trabalho das pessoas que contribuem para a atividade da empresa , segundo Padoveze (2003), na mão de obra enquadram-se as despesas de salários e todos os encargos sociais, que são os

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assumidos por lei (INSS, FGTS, 13º salário e férias), e os encargos espontâneos (assistência médica, gastos com recreação). A mão de obra ainda pode ser classificada em direta e indireta.

Os custos com mão de obra direta estão diretamente ligados com a produção e podem ser apropriados diretamente aos produtos.

Denominamos mão de obra direta todos os gastos com o pessoal envolvido diretamente na produção dos produtos finais da empresa . É o gasto com pessoal que: a) tem contato direto com o processo de fabricação dos produtos finais, desde a manipulação das matérias-primas até a montagem e expedição dos produtos acabados. b) opera os equipamentos dos processos necessários à elaboração dos produtos finais. (PADOVEZE, 2003, p.47).

Já a mão de obra indireta envolve todo o trabalho que não pode ser diretamente identificado ao produto, e é necessário rateio para distribuí-la ao custo do produto.

A mão de obra indireta caracteriza-se por não ser exclusiva de um produto ou produtos finais e por trabalhar para determinadas atividades de apoio à fábrica como um todo, necessárias a todos os produtos indistintamente. Mesmo que, eventualmente, os esforços estejam sendo direcionados a determinado produto, não há um processo repetitivo de esforço despendido para os produtos. Dessa maneira, os profissionais indiretos trabalham para as atividades dos setores e departamentos de apoio à produção e não diretamente para os produtos finais, (PADOVEZE, 2003, p.49).

Nesse sentido pode-se dizer que a mão de obra indireta serve de apoio para a produção, como o setor administrativo por exemplo.

2.2.7 Custos Patrimoniais – Depreciação

A depreciação é a diminuição do valor do bem tangível (máquinas e equipamentos) por causas físicas (naturais ou operacionais) ou causas econômicas (obsolescência técnica ou mercadológica).

A depreciação representa a perda de valor dos bens – perda considerada como uma despesa ou um custo contábil. Em função disso, ela deve fazer parte dos conceitos de formação do custo dos produtos e serviços, para fins de formação de preço de venda, como um instrumento de recuperação dos investimentos nos ativos imobilizados operacionais, (PADOVEZE, 2003, p.138).

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No mercado, os bens em geral e os de produção em particular são frequentemente aperfeiçoados com o fim de melhor servirem às funções para as quais se destinam. Independentemente da duração de sua vida física (estado de conservação), os bens perdem valor, cada vez que outros de característica superiores surgem no mercado. Essa renovação tecnológica contribui para que certos bens, em espaço de tempo mais ou menos curto ou longo, tornem-se obsoletos, ainda que estejam em bom estado de conservação, (NEPOMUCENO, 2004, p.59).

Quanto aos métodos de depreciação Crepaldi (2011) enfatiza que:

Muitos são os métodos utilizados para cálculo da depreciação e exaustão na literatura contábil, mas no caso brasileiro, poucos são utilizados. Isto porque o conceito contábil de depreciação difere do sentido que esta palavra tem no linguajar corrente. No uso corrente, depreciação significa o esgotamento e o desgaste de um ativo. Em seu sentido contábil tradicional, a depreciação é um encargo financeiro que se tem sobre certas contas (Ativo Imobilizado) que reflete o custo de utilização de um ativo em um exercício contábil dado, e mais especialmente para refletir a porção do custo monetário original de ingresso desse ativo que foi utilizado na obtenção de receitas de um exercício contábil em particular (CREPALDI, 2011, p.130).

É importante ter conhecimento sobre os métodos de depreciação e como estes são aplicados nas entidades, pois além de revelar o comportamento de utilização do bem no tempo, a depreciação causa impacto no valor do lucro líquido de cada exercício. Entre os métodos utilizados segundo Crepaldi (2011) pode-se destacar:

Método linear: considerado a depreciação/exaustão em quotas, taxas anuais e constantes durante a vida útil do bem, supõe a utilização do ativo em períodos uniformes do tempo.

Método da soma dos dígitos dos anos: é um método de depreciação acelerada, pois considera obsolescência e também o incremento de utilização de um ativo no inicio de sua vida útil, refere-se ao somatório dos números de anos que compõe o denominador da fórmula de cálculo.

Método das taxas decrescentes: este método considera a depreciação do bem em cotas decrescentes, e também o aumento do seu uso nos primeiros anos de vida útil, assim a taxa é dobrada sobre o saldo do valor do bem, isso significa dobrar a taxa do método de linha reta.

Método das taxas variáveis: considera a depreciação em cotas, taxas variáveis em função da curva de utilização do bem durante sua vida útil e o volume de produção estimado e real para este bem, ou seja, em função das unidades que ele pode produzir.

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2.2.8 Métodos de Custeio

Entre os métodos de custeio basicamente, pode-se destacar o Custeio por Absorção e Custeio Variável ou Direto. O Custeio por Absorção é o método de custeio que engloba todos os custos variáveis e fixos, segue os princípios de Contabilidade e atende a legislação fiscal.

O custeio por absorção que é o mais utilizado por ser o critério fiscal e legal em praticamente todo o mundo, incorpora os custos fixos e indiretos (mão-de-obra direta, despesas gerais e depreciações) aos produtos, traduzindo esses gastos em custo unitário por meio de procedimentos de rateio das despesas e alocação aos diversos produtos, (PADOVEZE, 2003, p.152).

Segundo Wernke (2001), a principal desvantagem do custeio por absorção é a utilização dos rateios para a distribuição dos custos, alguns critérios de rateio não são tão objetivos, e se utilizados de maneira incorreta podem afetar os resultados dos produtos.

Já o método de custeio variável ou direto considera somente os custos variáveis, este método não é aceito pela legislação fiscal, podendo ser utilizado somente como ferramenta gerencial.

Este método considera somente os custos variáveis para determinação dos custos de produção, ou seja, mão-de-obra direta, máquinas diretas e insumos agrícolas. Os custos fixos neste caso serão considerados como despesas correntes e debitados diretamente nos resultados. Por esse motivo não é aceito pela legislação fiscal vigente, podendo ser utilizado somente na apuração de resultados gerenciais, (SANTOS, MARION E SEGATTI, 2002, p.44)

Nessa linha Wernke (2001, p. 30), cita algumas vantagens e desvantagens do custeio variável:

– prioriza o aspecto gerencial ao enfatizar a rentabilidade de cada produto sem as distorções ocasionadas pelos rateios de custos fixos aos produtos;

– não é aceito pela legislação tributária para fins de avaliação de estoques; – não envolve rateios e critérios de distribuição de gastos, facilitando o cálculo; – exige uma estrutura de classificação rígida entre os gastos de natureza fixa e variável;

– com a elevação do valor dos custos fixos, não considerados neste método, a análise de desempenho pode ser prejudicada e deve merecer considerações mais acuradas.

Nesse sentido Bornia (2010) salienta que o custeio variável esta voltado ao apoio de decisões em curto prazo, momento em que apenas os custos variáveis se tornam relevantes e os custos fixos não.

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2.2.9 Formação do Preço de Venda

A formação do preço de venda de produtos e serviços está diretamente ligada aos custos envolvidos no processo produtivo, porém diversos outros fatores também tem relação com essa formação, nesse sentido Peres Jr, Oliveira e Costa (2005, p. 270) destacam:

Concorrência: nos mercados onde há varias empresas oferecendo produtos semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que seria se não houvesse competidores.

Clientes: ao estabelecer ou alterar o preço, as empresas se preocupam com as reações de seus clientes. Os clientes podem diminuir o consumo, ou até mesmo deixar de consumir o produto. Podem passar a fabricar o produto, ou adquirir um produto substituto.

Gastos: para produzir um produto, as empresas incorrem em uma série de gastos. O que o empresário espera é recuperar todos os gastos que efetuou e ainda obter algum lucro.

Governo: pode ter uma influencia muito forte na formação dos preços dos produtos e serviços ou mesmo determinar o preço do produto. São muitas as formas de que dispõe o governo para influir nos preços: subsídio, incentivos fiscais à produção, à exportação, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de tributos etc.

Desta forma fica evidente a importância da formação do preço de venda de um produto de modo preciso, visto que, ao vender seus produtos abaixo do preço de custo, a empresa terá prejuízo, ou ainda poderá perder mercado, se vender seus produtos com valores superiores aos da concorrência. Nesse sentido, Wernke (2011, p. 45) enfatiza que:

A adequada determinação dos preços de venda é questão fundamental à sobrevivência e crescimento das empresas, independentemente do porte ou da área de atuação, tendo em vista a preferência cada vez maior pelo quesito “preço” como fator predominante na decisão de compra dos clientes.

O cálculo geralmente utilizado na formação do preço de venda tomando por base o custo unitário é o mark-up, segundo Wernke (2011, p.52-53), “Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de compra da mercadoria para a formação do preço de venda respectivo. No cálculo do Mark-up podem ser inseridos todos os itens que se deseja cobrar no preço de venda da mercadoria, desde que sob a forma de percentuais”.

No quadro a seguir são apresentadas as duas fórmulas do mark-up, para a formação do preço de venda.

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Quadro 01: Definição do mark-up pelas equações

Fonte: Bruni e Famá (2004, p. 341)

Dessa maneira, qualquer uma das fórmulas utilizadas no mark-up, seja multiplicador ou divisor, terá que apresentar o mesmo valor final, nesse sentido é importante considerar todos os fatores relacionados ao produto, além da lucratividade esperada, para então elaborar o preço de venda, de forma que a empresa se mantenha competitiva e com estabilidade no mercado em que atua.

2.2.10 Margem de Contribuição

A margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e o custo e despesas variáveis de cada produto, é utilizada para o pagamento dos custos e despesas fixas e também para a formação do lucro.

Representa o lucro variável. É a diferença entre o preço de venda unitário do produto ou serviço e os custos e despesas variáveis por unidade de produto ou serviço. Significa que, em cada unidade vendida, a empresa lucrará determinado valor. Multiplicado pelo total vendido, teremos a margem de contribuição total do produto para a empresa. (PADOVEZE, 2003, p.278)

Segundo Santos, Marion e Segatti (2002) é uma técnica que permite alocar dos custos variáveis na atividade, bem como mostrar as perspectivas de competição entre as diversas atividades de uma empresa, alem disso possibilita conhecer a eficiência na utilização dos recursos diretos, sendo que para determiná-la diminuem-se da Receita Bruta os custos e despesas variáveis.

Preço de Venda R$ 1.000,00

(-) Custo e Despesa Variável (unitário) R$ 500,00 (=) Margem de Contribuição R$ 500,00

A cada R$ 1.000,00 de vendas resulta uma margem que irá “contribuir” com R$ 500,00 para cobrir o total dos custos fixos da empresa, e de acordo com o volume produzido e/ou vendido, ainda pode proporcionar lucro.

a) Divisor: 100% - (impostos + despesas administrativas + lucro) 100

b) Multiplicador: ______1______ Mark–up divisor

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Segundo Wernke (2001. p, 44) a podemos destacar algumas vantagens e desvantagens da margem de contribuição.

– a) é um instrumento para avaliar a viabilidade de aceitação de pedidos em condições especiais;

– b) ajudam a administração a decidir que produtos devem merecer maiores esforços de venda ou colocados em planos secundários ou simplesmente tolerados pelos benefícios de vendas que possam trazer outros produtos;

– c) são essenciais para auxiliar os administradores a decidirem se um segmento produtivo (ou de comercialização) deve ser abandonado ou não;

– d) podem ser usadas para avaliar alternativas quanto a redução de preços,descontos especiais, campanhas publicitárias especiais e uso de prêmios para aumentar o volume de vendas;

– e) e a margem de contribuição auxilia os gerentes a entenderem a relação entre custos, volume, preço e lucro, fundamentando tecnicamente as decisões de vendas; – f) basear o cálculo dos preços de venda somente com os dados da margem de contribuição pode resultar em valores que não cubram todos os custos necessários para manter as atividades em longo prazo;

– g) é útil de curto prazo, mas pode levar o administrador a menosprezar a importância dos custos fixos.

Dessa forma é possível perceber como a margem de contribuição que cada produto deixa para a entidade, bem como a sua importância, visto que é uma ferramenta fundamental que possibilita ao gestor analisar os efeitos de uma mudança no volume de vendas.

2.2.11 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio é o ponto onde as receitas totais e os custos totais são iguais, permanecem num mesmo nível.

Denominamos ponto de equilibro o volume de atividade operacional em que o total da margem de contribuição da quantidade vendida/produzida se iguala aos custos e despesas fixas. Em outras palavras, o ponto de equilíbrio mostra o nível de atividade ou volume operacional, quando a receita total das vendas se iguala ao somatório dos custos variáveis totais mais os custos e despesas fixas. Assim, o ponto de equilíbrio evidencia os parâmetros que mostram a capacidade mínima em que a empresa deve operar para não ter prejuízo, mesmo que a custa de um lucro zero, (PADOVEZE, 2003 p.281-282).

Segundo Martins (2001, p.227) “um resultado nulo significa que, economicamente, a empresa está perdendo (pelo menos o juro do capital próprio investido)”.

Já Wernke (2001, p.55-56) destaca alguns benefícios do ponto de equilíbrio, no que se refere às decisões empresariais:

a) alteração do mix de vendas, tendo em vista o comportamento do mercado; b) a alteração de políticas de vendas com relação a lançamento de novos produtos;

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c) definição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto; d) responde a perguntas que exigem respostas rápidas tais como:

-quantas unidades de produto devem ser vendidas para se obter determinado montante de lucro?

-qual a influencia de um desconto promocional nos preços de venda? -que acontecerá com o lucro se o preço de venda aumentar ou diminuir?

-que acontecerá com o ponto de equilíbrio se determinada matéria-prima aumentar 20% e não tiver condições de ser repassada ao preço dos produtos?

-um aumento nos custos fixos (por exemplo: salários) terá qual influência no resultado da empresa?

e) útil ao planejamento e controle de vendas e de resultados etc.

2.2.12 Margem de Segurança

Conforme Wernke (2001, p.62) “a margem de segurança é o volume de vendas que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio. Ou seja, representa o quanto as vendas podem cair sem que haja prejuízo para a empresa”.

Nesse sentido pode-se dizer que a margem de segurança é a quantidade das vendas que excedem o ponto de equilíbrio, pode ser expressa de forma quantitativa ou qualitativa, também em percentuais.

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este capítulo objetiva definir e descrever qual o método utilizado no desenvolvimento deste estudo.

3.1 Classificação da Pesquisa

Este tópico teve como propósito definir o tipo de pesquisa que orienta o estudo, visando atender os objetivos propostos e dar resposta à problemática do mesmo.

3.1.1 Do ponto de vista de sua natureza

Do ponto de vista de sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como pesquisa básica ou aplicada. Segundo Collis e Hussey (2005, p.27) “quando o problema da pesquisa é de natureza menos especifica, e a pesquisa está sendo conduzida basicamente para aumentar nosso entendimento de questões gerais, sem ênfase em sua aplicação imediata, ela é classificada como pesquisa básica”. Já para Vergara (2004, p.47) “a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática”.

Nesse sentido sob o ponto de vista de sua natureza, este estudo classificou-se como pesquisa aplicada, visto que está voltado à pesquisa de um problema real de uma entidade, estando diretamente ligado à área da contabilidade e a gestão de custos, podendo ser utilizado de forma prática como ferramenta para o gerenciamento da propriedade.

3.1.2 Do ponto de vista de seus objetivos

Quanto aos objetivos, a pesquisa pode ser classificada em exploratória, descritiva e explicativa. Nessa linha Gil (2010, p.27) define que “a pesquisa exploratória tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”, já a pesquisa descritiva “tem como objetivo a descrição das características de determinada população, podendo ser elaborada também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis”.

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informações sobre o problema, visto que não há nenhum estudo anterior da propriedade e também como descritiva por registrar os fatos observados.

3.1.3 Quanto à forma de abordagem do problema

Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser quantitativa ou qualitativa. Segundo Collis e Husey (2005, p.26) “o método qualitativo é mais subjetivo e envolve examinar e refletir as percepções para obter um entendimento de atividades sociais e humanas”.

Nesse sentido esta pesquisa classifica-se como qualitativa, pois não envolveu métodos estatísticos, e foi embasada na utilização de informações levantadas pelo pesquisador e interpretadas de acordo com o seu conhecimento teórico abordado pelo estudo em uma propriedade rural.

3.1.4 Do ponto de vista dos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos Gil (2010, p.29) destaca que “são muito diversos os métodos e técnicas utilizados para a coleta e análise dos dados. Alem disso, há diferentes enfoques adotados em sua análise e interpretação”. Nesse sentido para este estudo serão utilizados os procedimentos técnicos de pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e o estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica segundo Vergara (2004, p.48) “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao publico em geral”. Já Lakatos e Marconi (1992, p.44) enfatizam ainda que “a pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o primeiro passo para toda pesquisa científica”.

A pesquisa documental segundo Gil (2010, p.30) “vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidades diversas, tais como assentamento, autorização, comunicação etc”. Nessa linha Vergara (2004, p.48) destaca que a “investigação documental é realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas”.

Já o estudo de caso segundo Vergara (2004, p.49) “é o circunscrito a uma ou poucas unidades entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão publico,

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comunidade ou mesmo pais. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não ser realizado no campo”. Para Gil (2010, p.37) o estudo de caso “consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados”.

Nesse sentido este estudo é classificado também como estudo de caso, pois o teve por objetivo o estudo de um assunto específico pesquisado, visando aprofundar os conhecimentos sobre o mesmo.

3.2 Coleta de dados

No plano de coleta de dados são fornecidos os subsídios básicos que contribuem para o embasamento na elaboração deste estudo. Segundo Vergara (2004, p.54) “na coleta de dados, o leitor deve ser informado como você pretende obter os dados de que precisa para responder ao problema. Não se esqueça, portanto, de correlacionar os objetivos aos meios para alcançá-los, bem como de justificar a adequação de um a outro”.

Nesse sentido o processo de desenvolvimento de um sistema de gestão de custos para a propriedade rural com produção de mudas frutíferas, iniciou com uma pesquisa bibliográfica, seguindo com entrevistas despadronizadas com os proprietários, buscando informações referentes à atividade desempenhada na propriedade.

Posteriormente, foi realizada uma pesquisa documental, apurando dados de documentos referentes à comercialização de mudas frutíferas, bem como documentos relativos à compra de insumos e demais informações que possam vir a contribuir com a composição dos custos de produção.

O plano de coleta de dados foi de extrema importância, visto que, é o processo pelo qual a informação é levantada e armazenada. Deve haver um bom planejamento para sua execução, para que não ocorram distorções ou coleta insuficiente de dados.

3.2.1 Instrumentos de Coleta de Dados

Os instrumentos de coletas de dados utilizados para alcançar os objetivos deste estudo são a entrevista despadronizada, a observação sistemática, individual e na vida real.

Segundo Vergara (2009, p.52) “a entrevista é um procedimento no qual você faz perguntas a alguém, que oralmente lhe responde”. Através da entrevista, é possível coletar

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informações importantes, dessa forma utilizou-se a entrevista despadronizada, que conforme Lakatos e Marconi (2011, p. 279) é “quando o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de poder explorar mais amplamente a questão”.

Quanto aos tipos de observação Lakatos e Marconi (2011, p. 276-278) fazem a seguinte definição:

Observação Sistemática: é estruturada, planejada e controlada, utiliza-se instrumentos para a coleta de dados e realiza-se em condições controladas, não devem ser rígidas ou padronizadas, pois, objetos e objetivos podem ser diferentes. Observação individual: é realizada como o próprio nome diz por apenas um pesquisador, projetando-se sobre o observado, fazendo algumas deduções ou distorções. Pode também intensificar a objetividade de suas informações, anotando os eventos reais.

Observação na vida real: os dados são registrados à medida que ocorrem num ambiente real, sem a obrigação de preparação.

Nesse sentido esta pesquisa utilizou-se da observação sistemática, pois é estruturada e planejada, e também a observação individual, pois é realizada por apenas um pesquisador, e por fim a observação na vida real, pois registra os fatos na medida em que ocorrem.

3.3 Análise e interpretação de dados

A análise dos dados é um elemento fundamental da pesquisa, pois é o momento em que o pesquisador a partir dos dados coletados, busca classificá-los e analisá-los de forma coesa, para que possam auxiliar na solução da problemática do estudo.

Os dados coletados foram reunidos possibilitando uma análise qualitativa e descritiva, nesse sentido utilizou-se planilhas eletrônicas, gráficos e tabelas para uma melhor interpretação, e acompanhamento dos resultados obtidos.

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4 APURAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo aborda-se na prática o que havia sido proposto como objetivo do estudo. Inicialmente, apresenta-se uma breve descrição do ciclo das culturas, bem como seus processos produtivos. Posteriormente, a coleta das informações, onde iniciou-se a apuração dos custos com insumos, mão de obra, depreciação, custos indiretos fixos e variáveis. A partir dessas informações calculou-se o preço de venda orientativo, este por sua vez foi confrontado com preço de venda praticado pelo viveiro. Desta forma foram elaborados comparativos pela sua margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança operacional. Utilizou-se a análise dos resultados, visando propor aos proprietários um melhor gerenciamento da sua produção.

4.1 Descrição do Ciclo das Culturas

Na sequência são descritos o ciclo e os processos produtivos de cada uma das espécies abordadas neste estudo.

4.1.1 Citrus sp

O processo inicia-se com o plantio da semente do porta-enxerto poncirus trifoliata em meados do mês de maio. Essas mudas de porta- enxerto após a germinação permanecem em desenvolvimento até o mês de agosto do ano subsequente, quando então é feito o repique, processo pelo qual as mudas de porta- enxerto são arrancadas, selecionadas, é feita uma poda de correção (raízes e galhos laterais), após o repique os porta-enxertos serão transplantados no canteiro definitivo até atingirem o tamanho necessário para receber a enxertia o que leva um tempo de aproximadamente seis meses.

A enxertia é feita manualmente em forma de “T” invertido, a qual consiste na abertura da casca e a introdução da borbulha ou gema da planta matriz. As borbulhas são coletadas de ramos novos em plantas da variedade copa. Após o processo de introdução da borbulha essa é amarrada com fita plástica para que se fixe e ocorra o pegamento. Passados 21 dias os enxertos são desamarrados, e permanecem dormentes até o final do inverno, quando será feito o corte do porta-enxerto logo acima da enxertia que começará a brotar e crescer.

Assim inicia a formação da muda propriamente dita, que vai do mês de setembro até o mês de abril/maio do ano subsequente. Após o início da brotação da planta, esta é tutorada,

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são feitas várias desbrotas e amarrações no decorrer do seu crescimento. Dessa forma a planta é conduzida em haste única até o tamanho ideal para a comercialização, sendo então cortado seu ápice para a formação da copa, que consiste na distribuição de três a cinco ramos de forma helicoidal.

4.1.2 Videiras

Nos meses de junho e julho são coletados das matrizeiras de porta-enxerto estacas com aproximadamente 30 cm de comprimento e com quatro gemas, no qual as duas gemas inferiores serão retiradas. Estas estacas após preparadas serão plantadas em fileiras distanciadas aproximadamente 15 cm umas das outras, onde terão de se desenvolver até agosto do ano subsequente.

A enxertia da videira é realizada no inverno enquanto o porta-enxerto esta dormente (antes da brotação). O porta-enxerto é cortado na altura do solo, passa-se o microtrator para descompactar o solo em sua volta, e então é feita a enxertia do tipo garfagem da variedade copa. O ramo com duas gemas é apontado e introduzido na fenda, amarrado com barbante de algodão e coberto com terra para não desidratar o enxerto.

Com o início da brotação do enxerto, é necessário fazer o tutoramento das plantas e à medida que esta vai crescendo são feitas várias amarrações e desbrotas até o mês de janeiro, após esse período elas entram na época de maturação e na senescência das folhas, no mês de abril as mudas são arrancadas, é feita a poda das raízes e na sequência são armazenadas em valas com serragem, estão prontas para a comercialização.

4.1.3 Roseiras

Em meados do mês de maio são coletados nos matrizeiros, estacas de aproximadamente 35 a 40 cm, são deixadas duas gemas na parte superior e posteriormente as estacas são plantadas, e deverão crescer até novembro.

No mês de novembro a variedade copa será enxertada em forma de “T” invertido. A roseira depois de enxertada cresce livremente (exigindo pouco manejo) até o mês de maio do ano subsequente, quando estará pronta para a comercialização.

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4.1.4 Pessegueiros

Para a obtenção do porta-enxerto são utilizadas sementes de pêssego de variedades específicas obtidas nas indústrias de conservas, as sementes são secadas a sombra e semeadas no mês de abril. Após o inverno, quando ocorre a quebra de dormência, os porta-enxertos irão germinar e se desenvolver até novembro/dezembro, quando será feita a enxertia em forma de “T” invertido. Posteriormente o porta-enxerto será quebrado logo acima do enxerto para forçar a brotação. Com o início da brotação do enxerto o porta- enxerto é cortado e a muda passa a crescer até o mês de maio do ano subsequente quando estará pronta a comercialização.

4.1.5 Pereiras

O porta-enxerto é multiplicado através de estaquia sendo plantado nos meses de junho/julho, crescendo até agosto do ano subsequente quando receberá a enxertia do tipo garfagem, processo semelhante ao da videira. Requer pouco manejo, são feitas algumas desbrotas. Cresce até o mês de maio, quando inicia a senescência das folhas as mudas são arrancadas e armazenadas em valas, estando prontas para a comercialização

4.1.6 Figueiras

As figueiras são multiplicadas por estaquia, para isso durante o inverno após a queda das folhas, nos meses junho/julho são retiradas dos matrizeiros estacas com aproximadamente 20 cm que são plantadas numa distancia de 10 cm uma das outras (não havendo o processo de enxertia) exige pouco manejo, as mudas crescem livremente até maio do ano subsequente quando estarão prontas para a comercialização.

Portanto, todos os tipos de mudas em estudo tem um processo de produção basicamente manual. O ciclo de produção dos citrus é o mais longo, se estende por aproximadamente três anos, seguido pelo das videiras com aproximadamente dois anos e o das pereiras com cerca de um ano e nove meses. Os ciclos considerados mais curtos são os do pessegueiro aproximadamente um ano e seis meses, já o ciclo de produção das roseiras e figueiras duram um ano.

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4.1.7 Fluxograma dos processos produtivos

A figura a seguir apresenta as etapas do processo de produção das espécies de citrus, videiras e pessegueiros.

Figura 01: Fluxograma dos Processos Produtivos das espécies de citrus, videiras e pessegueiros.

Citrus Videiras Pessegueiros

Plantio do Plantio do Plantio do

porta-enxerto porta-enxerto porta-enxerto

Período de Período de Período de

Crescimento Crescimento Crescimento

Repique Enxertia Enxertia

Enxertia Desbrota Desbrota Desbrota Tutoramento Tutoramento Período de Período de

Período de Crescimento Crescimento

Crescimento

Retirada do solo Retirada do solo

Retirada do solo Armazenagem Embalagem Embalagem p/ Transporte p/ Transporte Embalagem p/ Transporte Comercialização Comercialização Comercialização

Fonte: Dados conforme pesquisa

Através da figura é possível entender como funciona o processo produtivo das mudas frutíferas desde o seu plantio até estarem prontas para a comercialização.

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Na figura a seguir são apresentadas as etapas do processo de produção das espécies de pereiras, roseiras e figueiras.

Figura 02: Fluxograma dos Processos Produtivos das espécies de pereiras, roseiras e figueiras.

Pereiras Roseiras Figueiras

Plantio do Plantio do Plantio da Muda

porta-enxerto porta-enxerto (Estaquia)

Período de Período de Período de

Crescimento Crescimento Crescimento

Enxertia Enxertia Desbrota

Desbrota Período de Retirada do solo

Crescimento

Período de Embalagem

Crescimento Retirada do solo p/ Transporte

Retirada do solo Embalagem Comercialização

p/ Transporte Armazenagem Comercialização Embalagem p/ Transporte Comercialização

Fonte: Dados conforme pesquisa

A figura permite, embora de forma sucinta, entender como funciona o processo produtivo das mudas frutíferas e das roseiras desde o seu plantio até estarem prontas para a comercialização.

4.2 Custos Diretos de Produção

Os custos diretos para a produção de mudas frutíferas são os insumos utilizados e a mão de obra envolvida na atividade.

Referências

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