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2013 Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

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©2013 Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

1ª Edição

Esta é uma obra coletiva, protegida pela Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Sua

reprodução parcial ou total deverá observar a referida Lei e o titular deverá sempre ser citado.

A proteção aos direitos autorais desta obra independe de registro.

Equipe responsável:

Christiano de Aquino Lobo

Diretor Executivo da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Newton Carneiro Lobo

Conselheiro Sênior da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Ana Flávia Pigozzo Fedato

Consultora Associada da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Graziela Cristina da Silva Borges Machado

Consultora Associada da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Leticia Maria Merlin Tullio

Consultora Associada da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Tânia Cristina Pryplotski

Consultora Associada da Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.

Débora Sallada de Nóvoa

Revisão de Textos

Vania Barbosa

Revisão de Textos

(3)

3

LISTA DE ABREVIATURAS

ADE

Ato Declaratório Executivo

AFRMM

Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante

Cide

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico

CNEN

Comissão Nacional de Energia Nuclear

Cofins

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

Confaz

Conselho Nacional de Política Fazendária

CSLL

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

CZPE

Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação

DI

Declaração de Importação

Difal

Diferencial de Alíquotas do ICMS

GAT

Grupo de Assessoramento Técnico

ICMS

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias

e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e

Intermunicipal e de Comunicação

II

Imposto de Importação

IN

Instrução Normativa

IPI

Imposto sobre Produtos Industrializados

IPTU

Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana

IRPJ

Imposto de Renda Pessoa Jurídica

MCTI

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

MDIC

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

NCM/SH

Nomenclatura Comum do Mercosul/Sistema Harmonizado

NF-e

Nota Fiscal Eletrônica

Padis

Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da

Indústria de Semicondutores

Pasep

Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público

PIS

Programa de Integração Social

PPB

Processo Produtivo Básico

Recap

Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para

(4)

4

Recof

Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle

Informatizado

RFB

Receita Federal do Brasil

Sudam

Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia

Sudeco

Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste

Sudene

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

TEC

Tarifa Externa Comum

Tipi

Tabela de Incidência de Imposto sobre Produtos Industrializados

UF

Unidade da Federação

ZFM

Zona Franca de Manaus

(5)

5

Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 Sobre o estudo ... 10

1.2 Delimitações do tema ... 11

2 ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO ... 14

2.1 Conceito ... 14

2.2 Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) ... 14

2.3 Autorização e requisitos para criação de ZPE ... 16

2.4 Administração da ZPE ... 18

3 REQUISITOS PARA INSTALAÇÃO DE EMPRESAS EM UMA ZPE ... 20

3.1 Requisitos e parâmetros para projetos industriais ... 20

3.2 Vedações ... 21

3.3 Obrigações operacionais ... 22

4 BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ÀS EMPRESAS INSTALADAS NAS ZPES ... 24

4.1 Categorias ... 24

4.1.1 Ativo ... 24

4.1.2 Insumo ... 24

4.2 Benefícios estaduais ... 25

4.3 Benefícios federais ... 27

4.4 Outros ... 28

5 CUSTO TRIBUTÁRIO DE EMPRESA INSTALADA EM ZPE ... 29

5.1 Compras ... 29

5.1.1 Importação (insumos e ativo) ... 29

5.1.2 Compras no mercado interno (insumos e ativo) ... 29

6 CUSTOS TRIBUTÁRIOS DE EMPRESA INSTALADA FORA DE ZPE ... 31

6.1 Drawback ... 31

6.1.1 Compras ... 34

6.1.1.1 Importação (insumos) ... 34

6.1.1.2 Compras no mercado interno (insumos) ... 34

6.2 Recof – Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado36

6.2.1 Compras ... 38

6.2.1.1 Importação (insumos) ... 38

6.2.1.2 Compras no mercado interno ... 38

6.3 Outros benefícios, incentivos ou regimes aplicáveis ... 40

6.3.1 Recap - Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas

Exportadoras ... 40

6.3.1.1 Compras: ... 42

6.3.1.1.1 Importação (ativos) ... 42

(6)

6

6.3.2 Máquinas, aparelhos e equipamentos industriais – redução na base de cálculo do

ICMS ... 44

6.3.2.1 Compras para o ativo: ... 45

6.3.2.1.1 Importação ... 45

6.3.2.1.2 Compras no mercado interno ... 45

6.3.3 Pessoa jurídica preponderantemente exportadora ... 47

6.3.3.1 Compras: ... 47

6.3.3.1.1 Importação (insumos) ... 47

6.3.3.1.2 Compras no mercado interno ... 48

6.3.4 Redução na base de cálculo do ICMS para ferros e aços não planos ... 50

6.3.4.1 Compras: ... 51

6.3.4.1.1 Importação (dos produtos referidos nas NCM/SH): ... 51

6.3.4.1.2 Compras no mercado interno (dos produtos referidos nas NCM/SH): ... 51

6.3.5 Padis - Programa de apoio ao desenvolvimento tecnológico da indústria de

semicondutores ... 53

6.3.5.1 Compras ... 67

6.3.5.1.1 Importação (considerando os produtos arrolados nas NCM/SH citadas) ... 67

6.3.5.1.2 Compras no mercado interno (considerando os produtos arrolados nas NCM/SH

citadas) ... 68

6.3.6 Processo produtivo básico – redução do IPI ... 69

6.3.6.1 Compras ... 75

6.3.6.1.1 Importação ... 75

6.3.6.1.2 Compras no mercado interno (das NCM/SH arroladas como insumo ou como

ativo) ... 76

6.3.7 Suspensão do IPI ... 78

6.3.7.1 Compras ... 84

6.3.7.1.1 Importação ... 84

6.3.7.1.2 Compras no mercado interno ... 84

6.3.8 Isenção do ICMS para produtos hortifrutigranjeiros e redução na base de

cálculo do ICMS para carnes ... 86

6.3.8.1 Compras ... 87

6.3.8.1.1 Importação ... 87

6.3.8.1.2 Compras no mercado interno ... 88

7 ESTUDO COMPARADO ... 90

7.1 O modelo para análise comparada ... 90

7.1.1 Parâmetros ... 91

7.1.2 Características e elementos considerados ... 93

7.1.2.1 Hipótese ... 93

7.1.2.2 Variáveis ... 93

7.1.2.3 Considerações específicas sobre o modelo proposto ... 97

(7)

7

7.1.3.1 Zona de Processamento de Exportação (ZPE) ... 98

7.1.3.2 Drawback ... 100

7.1.3.3 Máquinas, aparelhos e equipamentos industriais – redução na base de cálculo do ICMS

... 100

7.1.3.4 Pessoa jurídica preponderantemente exportadora ... 101

7.1.3.4.1 Suspensão do IPI ... 101

7.1.3.4.2 Suspensão do PIS/Cofins ... 101

7.1.3.5 Recap - Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras

... 102

7.1.4 Regimes específicos aos setores econômicos ... 103

7.1.4.1 Setor metalurgia: semiacabados de aço (placas de aço) e produção de alumínio e suas

ligas em formas primárias (alumina) ... 103

7.1.4.1.1 Redução na base de cálculo do ICMS para ferros e aços não planos ... 103

7.1.4.2 Setor petróleo e combustíveis: fornecedores da indústria de petróleo e gás ... 103

7.1.4.3 Setor eletrônicos: fabricação de componentes eletrônicos ... 103

7.1.4.3.1 Recof - Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado103

7.1.4.3.2 Suspensão do IPI ... 104

7.1.4.3.3 Processo produtivo básico – redução do IPI ... 104

7.1.4.3.4 Padis - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de

Semicondutores ... 105

7.1.4.4 Setor alimentos e bebidas: complexo soja; açúcar, carnes e frutas ... 105

7.1.4.4.1 Suspensão do IPI ... 105

7.1.4.4.2 Isenção do ICMS para produtos hortifrutigranjeiros ... 106

7.1.4.4.3 Redução na base de cálculo do ICMS para carnes ... 106

7.1.4.5 Setor vestuário e calçados ... 106

7.1.4.5.1 Suspensão do IPI ... 106

7.1.4.6 Setor metais e pedras preciosas ... 107

7.1.4.7 Setor produtos de madeira ... 108

7.2 Memória de cálculo – Preço de aquisição de bem importado ... 109

7.2.1 Imposto de Importação (II) ... 109

7.2.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ... 109

7.2.3 PIS/Pasep-Importação ... 110

7.2.4 Cofins-Importação ... 110

7.2.5 Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM ... 111

7.2.6 ICMS ... 111

7.2.7 ICMS Frete ... 112

7.2.8 Total tributos ... 112

7.2.9 Total ... 112

7.2.10 Taxa Siscomex (TUS), Taxa de Utilização do Mercante (TUM), Cide e Imposto

sobre Operações de Câmbio (IOF) ... 113

(8)

8

7.3.1 IPI ... 113

7.3.2 PIS/Pasep ... 113

7.3.3 Cofins ... 114

7.3.4 ICMS mercadoria ... 114

7.3.5 Markup ... 115

7.3.6 IRPJ ... 115

7.3.7 CSLL ... 116

7.3.8 ICMS Frete ... 116

7.3.9 Diferencial ICMS mercadoria ... 117

7.3.10 Diferencial ICMS Frete ... 117

7.4 Resultados setoriais comparados ... 118

7.4.1 Alimentos e bebidas: complexo soja; açúcar; carnes e frutas ... 120

7.4.1.1 Ativos imobilizados ... 120

7.4.1.2 Insumos ... 132

7.4.2 Eletrônicos: fabricação de componentes eletrônicos ... 141

7.4.2.1 Ativos imobilizados ... 141

7.4.2.2 Insumos ... 153

7.4.3 Produtos de madeira ... 162

7.4.3.1 Ativos imobilizados ... 162

7.4.3.2 Insumos ... 174

7.4.4 Petróleo e combustíveis: fornecedores da indústria de petróleo e gás ... 183

7.4.4.1 Ativos imobilizados ... 183

7.4.4.2 Insumos ... 195

7.4.5 Vestuário e calçados ... 204

7.4.5.1 Ativos imobilizados ... 204

7.4.5.2 Insumos ... 216

7.4.6 Metais e pedras preciosas ... 225

7.4.6.1 Ativos imobilizados ... 225

7.4.6.2 Insumos ... 237

7.4.7 Metalurgia: semiacabados de aço (placas de aço) e produção de alumínio e suas

ligas em formas primárias (alumina) ... 246

7.4.7.1 Ativos imobilizados ... 246

7.4.7.2 Insumos ... 258

8 CONCLUSÕES ... 267

REFERÊNCIAS ... 271

APÊNDICE A - MODELO DE PLANILHA PARA CÁLCULO TRIBUTÁRIO

COMPARADO ... 280

(9)

9

1 INTRODUÇÃO

Tema ainda controverso no ambiente político e produtivo do Estado brasileiro, as

Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) nascem a partir da ideia de se promover nas

regiões menos desenvolvidas

1

a redução dos desequilíbrios, de fortalecer o balanço de

pagamentos, assim como da ideia de promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento

econômico e social do país. Instrumento consagrado há décadas em outras nações, a exemplo

dos Estados Unidos e de diversos países asiáticos, as ZPEs passaram formalmente a poder

existir no Brasil com a publicação do Decreto-Lei nº 2.452, de 29 de julho de 1988. Em 20 de

julho de 2007, o então Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 11.508,

revogando o Decreto-Lei que vigorava à época, criando condições para o surgimento de novas

Zonas de Processamento de Exportação em território brasileiro.

Em 2009, o Decreto nº 6.814, datado de 6 de abril, regulamentou a Lei sancionada no

ano anterior, abrindo espaço para a efetiva criação de novas Zonas de Processamento de

Exportação e instalação de empreendimentos nessas áreas de livre comércio com o exterior. O

atual regime das ZPEs estabelece benefícios de três naturezas para as empresas nelas

instaladas: administrativos, cambiais e fiscais, sendo este último o foco de estudo deste

trabalho. Não é preciso ser grande conhecedor das legislações fiscal e tributária brasileiras,

para, de pronto, chegar à conclusão de que um alto grau de complexidade rege o arcabouço

legal vinculado a essas duas temáticas. A própria estrutura federativa do Estado brasileiro,

principalmente naquilo que diz respeito à relação entre seus entes, traz para o universo das

empresas obrigações fiscais e tributárias que devem ser atendidas nos três níveis da federação

e que, por consequência, encontram-se dispersas em leis, normas e regras não uniformes. Os

Municípios, Estados e a União, cada um amparado naquilo que lhe é permitido, conduzem

políticas públicas desenvolvimentistas utilizando, dentre outros, instrumentos fiscais e

tributários convertidos na forma de benefícios, incentivos e regimes especiais. Neste contexto

de diversidade informacional e multiplicidade legal, o regime aplicado às Zonas de

Processamento de Exportação deve, necessariamente, ser comparado com outras

possibilidades para a aferição de sua capacidade de geração de benefícios sociais e

econômicos.

Os diversos tributos alcançados pelos benefícios fiscais concedidos pelo regime

tributário aplicável às Zonas de Processamento de Exportação são, neste estudo, comparados

aos outros benefícios, incentivos e regimes disponibilizados, em nível federal, às empresas

exportadoras dos setores econômicos pesquisados. O estudo pode ser mais bem compreendido

se observado em três distintas dimensões. A primeira delas, inerente à legislação aplicável às

ZPEs, poderá ser observada nos itens 2 e 3 deste estudo. A segunda dimensão, referente

exclusivamente aos aspectos tributários vinculados à ZPE e aos benefícios, incentivos e

1

Para efeitos da política das ZPEs, são consideradas regiões menos desenvolvidas, aquelas elencadas no Art. 4º

(10)

10

regimes considerados, poderá ser mais bem compreendida nos itens 4, 5 e 6. A última

dimensão, item 7, sendo essa o cerne do estudo, apresenta modelo de análise comparada que

simula operações de importação e compra no mercado interno de mercadorias utilizadas pelos

sete setores econômicos alvos do estudo. Quando das conclusões apresentadas, intenta-se

fornecer ao leitor, seja ele um agente público ou privado, pesquisador do tema ou apenas um

interessado, informação relevante para a tomada de decisão vinculada a políticas públicas ou a

questões de investimentos produtivos nas ZPEs.

1.1 Sobre o estudo

O regime brasileiro de ZPE é coordenado pelo Conselho Nacional das Zonas de

Processamento de Exportação (CZPE). O CZPE é integrado pelo Ministro de Estado do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, como presidente, e pelos Ministros de

Estado Chefe da Casa Civil da Presidência República; da Fazenda; do Planejamento,

Orçamento e Gestão; da Integração Nacional e do Meio Ambiente.

A Secretaria Executiva do CZPE, como órgão de assessoria técnica e administrativa

do Conselho, elaborou Termo de Referência e informou aos membros do Grupo de

Assessoramento Técnico (GAT) do CZPE em sua XXVI reunião, realizada no dia 5 de julho

de 2012, e do CZPE, na X Reunião Ordinária do Conselho, realizada no dia 12 de julho de

2012, a respeito da solicitação de contratação de empresa de consultoria para a realização de

estudo comparativo. Nessas ocasiões, o referido estudo foi considerado necessário para

auxiliar a decisão dos agentes públicos e privados para o alcance dos objetivos expressos pelo

artigo 1º da Lei nº 11.508, de 20 de julho de 2007, a saber: reduzir desequilíbrios regionais,

fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento

econômico e social do país.

As ZPEs caracterizam-se, nos termos do marco legal, como áreas de livre comércio

com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas preponderantemente para a

produção de bens a serem comercializados no exterior. No caso de cumprimento do

desempenho exportador, previsto no caput do art. 18 da referida Lei, as empresas industriais

autorizadas a operar em ZPE gozarão de tratamento tributário, cambial e administrativo

diferenciados.

Em relação ao tratamento tributário, objeto deste estudo, as empresas industriais

instaladas em ZPE usufruem dos benefícios fiscais previstos no caput do art. 6º-A e no § 4º do

art. 18, ambos da Lei nº 11.508/2007. Dignos de registro são os seguintes fatos: i) os

benefícios ou incentivos fiscais são aplicados às matérias-primas, produtos intermediários e

materiais de embalagem utilizados no processo produtivo do produto final, bem como às

máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos para incorporação ao ativo imobilizado da

empresa autorizada a operar em ZPE. Em ambos os casos, as empresas instaladas em ZPE

poderão adquirir os bens relacionados, com benefícios ou incentivos fiscais, no mercado

(11)

11

interno ou no exterior; e ii) as empresas instaladas em ZPE não poderão usufruir de quaisquer

outros incentivos ou benefícios não expressamente previstos na citada Lei.

Para as demais empresas situadas no território nacional, a legislação tributária federal

brasileira prevê uma série de benefícios ou incentivos fiscais. Como exemplo de benefícios ou

incentivos fiscais concedidos a tais empresas, citam-se o drawback e o Recap.

Nesse sentido, o estudo identifica e quantifica esses benefícios ou incentivos fiscais

concedidos às empresas situadas no território nacional, quando pertencentes aos setores

industriais selecionados pela Secretaria Executiva do Conselho Nacional das Zonas de

Processamento de Exportação (SE/CZPE). A escolha desses setores levou em consideração os

perfis industriais mais citados nos projetos industriais e nas propostas de criação de ZPE

apresentados à SE/CZPE e, por isso, com maior probabilidade de implantação nas ZPEs.

Além dos setores industriais selecionados, o estudo comparativo restringe-se a duas outras

condicionantes (bens e tributos), conforme definido nas alíneas b e c do item 3.1.2 do Termo

de Referência vinculado ao instrumento convocatório deste estudo.

Entende-se que a elaboração deste estudo comparativo representará uma ferramenta

importante de cotejamento do regime tributário aplicado dentro e fora da ZPE, contribuindo

para auxiliar o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação, órgão

interministerial, em suas decisões de políticas públicas sobre o modelo de ZPE no Brasil, e a

Secretaria Executiva do Conselho na implantação desse modelo via execução das decisões de

interesse público.

1.2 Delimitações do tema

Originário de procedimento licitatório publicado pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, Pregão Eletrônico nº 37/2012, este estudo segue aquilo que foi

definido pelo órgão contratante no instrumento convocatório, edital, e seus anexos. Estabelece

o Termo de Referência, anexo ao edital que é objeto deste estudo, a elaboração de

comparativo acerca do tratamento tributário, mais precisamente quanto aos benefícios ou

incentivos fiscais, concedido às empresas autorizadas a operar em ZPE, vis-à-vis às empresas

situadas no território nacional.

O citado Termo de Referência delimita o escopo do estudo estabelecendo que o

contratado deverá elencar, tendo como base os setores industriais, os bens e tributos definidos,

os benefícios ou incentivos fiscais aplicados às empresas autorizadas a operar em ZPE e às

empresas situadas no território nacional; que deverá quantificar, com exemplos hipotéticos

para o setores industriais, bens e tributos definidos, benefícios ou incentivos fiscais

identificados e aplicados às empresas autorizadas a operar em ZPE e às empresas situadas no

território nacional. A abrangência do estudo é definida pelo foco de análise nos seguintes

elementos:

(12)

12

‒ metalurgia: semiacabados de aço (placas de aço) e produção de alumínio e suas

ligas em formas primárias (alumina);

‒ petróleo e combustíveis: fornecedores da indústria de petróleo e gás;

‒ eletrônicos: fabricação de componentes eletrônicos;

‒ alimentos e bebidas: complexo soja; açúcar; carnes e frutas;

‒ vestuário e calçados;

‒ metais e pedras preciosas; e

‒ produtos de madeira.

b) bens:

‒ ativos imobilizados; e

‒ insumos.

c) tributos:

‒ Imposto de Importação (II);

‒ Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI);

‒ Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins);

‒ Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo

Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços no Exterior (Cofins-Importação);

‒ Contribuição para o PIS/Pasep;

‒ Contribuição para o PIS/Pasep-Importação;

‒ Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM);

‒ Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS),

tendo em vista que o Convênio ICMS nº 99/98, com suas respectivas

alterações, prevê a isenção desse imposto para as empresas instaladas em ZPE,

em determinadas operações; e

‒ Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), tendo em vista que as empresas

instaladas em ZPE poderão usufruir dos benefícios concedidos para as áreas da

Superintendência

do

Desenvolvimento

do

Nordeste

(Sudene)

e

Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), em especial,

quanto à redução do IRPJ.

Definiu-se para cada um dos setores selecionados, 21 mercadorias, sendo 12

categorizadas como ativos imobilizados e 9 como insumos. Tais mercadorias estão

(13)

13

classificadas de acordo como a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) e, como objetos

de análise comparada, serão submetidas a tratamento tributário. Finalmente, o mencionado

Termo de Referência, que balizou a elaboração deste estudo, traz a determinação de que, em

relação ao ICMS, o estudo deve analisar o tratamento tributário aplicado pelos Estados da

federação que possuem ZPE, vale citar: Acre, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas

Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro,

Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e

Tocantins.

Desta forma, o estudo apresentado, por ser objeto de contratação pública, segue

estritamente aquilo que foi preconizado nos elementos formais de publicização da licitação,

sendo o conteúdo a seguir a resposta ao item 4 do Termo de Referência do Pregão Eletrônico

nº 37/2012, o qual pretende investigar se os benefícios ou incentivos fiscais concedidos às

empresas instaladas em ZPE superam aqueles disponibilizados às demais empresas instaladas

em território nacional.

(14)

14

2 ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO

Como dito anteriormente, as Zonas de Processamento de Exportação são áreas de livre

comércio com o exterior, propícias para abrigar empresas que possuem maior parcela da

produção destinada a exportações. Desde a publicação do Decreto-Lei nº 2.542, de 1988, um

conjunto de leis vem disciplinando o regime das ZPEs. Fundamentalmente, a Lei nº 11.508,

de 2007, e o Decreto nº 6.814, de 2009, constituem-se como pilares para a compreensão do

regime adotado pelo Estado brasileiro. Nos itens a seguir, de 2 a 4, serão abordados os

aspectos legais que configuram o atual regime das ZPEs. Vale lembrar que a intenção deste

estudo é promover uma análise comparativa entre o atual regime de ZPE e outros regimes

tributários alternativos sob a ótica tributária. Portanto, comentários sobre a legislação ficam

dispensados por não se enquadrarem no escopo deste trabalho. O conteúdo que segue é

apresentado ao leitor como encontrado na fonte informacional de coleta. Também serão

desprezados os aspectos evolutivos da legislação, ou seja, elementos que, ao longo do tempo,

foram acrescidos ou suprimidos do regime; considera-se apenas a legislação em vigor.

2.1 Conceito

O conceito de ZPE é definido pela própria legislação que rege o tema. Conforme

estabelece o Parágrafo Único do Art. 1º da Lei nº 11.508, de 20 de julho de 2007: “[...] as

ZPEs caracterizam-se como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de

empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados no exterior, sendo

consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro”. (BRASIL, 2007).

Ainda nesse Artigo está definida a finalidade de adoção do regime das ZPEs, que é o

de “[...] reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e

promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País”. (BRASIL,

2007).

2.2 Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE)

Criado por meio do Decreto-Lei nº 2.452/1988, o Conselho Nacional das Zonas de

Processamento de Exportação (CZPE) foi mantido na atual legislação. Como definido no Art.

1º do referido Decreto-Lei, esse órgão da estrutura básica do Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior, será integrado pelo próprio Ministro, que o presidirá; pelos

Ministros de Estado da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Integração

Nacional e do Meio Ambiente; e pelo Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência

da República. O Conselho tem competência para as seguintes atribuições (Lei nº

11.508/2007):

(15)

15

II - aprovar os projetos industriais correspondentes, observado o disposto no § 5º do

art. 2º dessa Lei (redação dada pela Lei nº 11.732, de 2008);

III - traçar a orientação superior da política das ZPEs (redação dada pela Lei nº

11.732, de 2008);

IV - (revogado). (redação dada pela Lei nº 11.732, de 2008);

V - decidir sobre os pedidos de prorrogação dos prazos previstos nos incisos I e II do §

4º do art. 2º e no caput do art. 25, protocolados a partir de 1º de junho de 2012

(incluído pela Lei nº 12.767, de 2012);

VI - declarar a caducidade da ZPE no caso de não cumprimento dos prazos previstos

nos incisos I e II do § 4º do art. 2º e no caput do art. 25 (incluído pela Lei nº

12.767, de 2012).

Em adição, estabelece o Decreto nº 6.634, de 5 de novembro de 2008, em seu Art. 2º,

que compete ao CZPE:

I - analisar as propostas de criação de ZPE e submetê-las à decisão do Presidente da

República, acompanhadas de parecer conclusivo;

II - analisar e aprovar os projetos industriais, inclusive os de expansão da planta

inicialmente instalada;

III - traçar a orientação superior da política das ZPEs;

IV - autorizar a instalação de empresas em ZPE;

V - aprovar a relação de produtos a serem fabricados na ZPE, de acordo com a sua

classificação na NCM;

VI - fixar, em até vinte anos, o prazo de vigência do regime de que trata a Lei nº

11.508, de 2007, para empresa autorizada a operar em ZPE;

VII - definir critérios para classificação de investimento de grande vulto, para os fins

do inciso VIII;

VIII - prorrogar, por igual período, o prazo de que trata o inciso VI, nos casos de

investimento de grande vulto que exijam longos prazos de amortização;

IX - estabelecer os procedimentos relativos à apresentação das propostas de criação de

ZPE e dos projetos industriais;

X - definir as atribuições e responsabilidades da administração de cada ZPE;

XI - estabelecer requisitos a serem observados pelas empresas na apresentação de

projetos industriais;

XII - aprovar os parâmetros básicos para a avaliação técnica de projetos industriais;

XIII - elaborar e aprovar o seu regimento interno;

XIV - estabelecer mecanismos de monitoramento do impacto, na indústria nacional, da

aplicação do regime de ZPE;

(16)

16

XV - na hipótese de constatação de impacto negativo à indústria nacional relacionado

à venda para o mercado interno de produto industrializado em ZPE, propor ao

Presidente da República:

a) a elevação do percentual de receita bruta decorrente de exportação para o exterior,

de que trata o caput do art. 18 da Lei nº 11.508, de 2007; ou

b) a vedação de venda para o mercado interno de produto industrializado em ZPE,

enquanto persistir o impacto negativo à indústria nacional.

XVI - autorizar, excepcionalmente, a revenda no mercado interno das matérias-primas,

produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos no mercado interno

ou importados por empresas instaladas em ZPE, conforme disposto no § 7º do art.

18 da Lei nº 11.508, de 2007.

§ 1º O regimento interno disporá sobre o funcionamento do CZPE, bem como sobre o

detalhamento de suas competências e as de suas unidades.

§ 2º A solicitação de instalação de empresa em ZPE será feita mediante apresentação

de projeto, na forma estabelecida pelo CZPE.

§ 3º A apreciação dos projetos de instalação de empresas em ZPE será realizada de

acordo com a ordem de protocolo no CZPE.

§ 4º A empresa poderá solicitar alteração dos produtos a serem fabricados, na forma

estabelecida pelo CZPE.

2.3 Autorização e requisitos para criação de ZPE

Estabelece o Art. 2º, da Lei nº 11.508/2007, que a criação de ZPE far-se-á por decreto,

que delimitará sua área, à vista de proposta dos Estados ou Municípios, em conjunto ou

isoladamente. Em adição, determina o Art. 1º do Decreto nº 6.814/2009 que:

[...] a proposta de criação de Zona de Processamento de Exportação - ZPE será

apresentada pelos Estados ou municípios, em conjunto ou isoladamente, ao

Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação - CZPE, que, após

sua análise, a submeterá à decisão do Presidente da República. (BRASIL, 2009).

Naquilo que diz respeito aos requisitos para criação de ZPE, o Inciso 1º do Art. 2º da

Lei nº 11.508/2007 reza que a proposta deverá satisfazer os seguintes requisitos:

I - indicação de localização adequada, no que diz respeito a acesso a portos e

aeroportos internacionais;

II - comprovação da disponibilidade da área destinada a sediar a ZPE;

III - comprovação de disponibilidade financeira, considerando inclusive a

possibilidade de aportes de recursos da iniciativa privada;

(17)

17

IV - comprovação de disponibilidade mínima de infraestrutura e de serviços capazes

de absorver os efeitos de sua implantação;

V - indicação da forma de administração da ZPE; e

VI - atendimento de outras condições que forem estabelecidas em regulamento.

Em acréscimo ao que preconiza a Lei nº 11.508/2007, o Inciso 1º do Art. 1º do

Decreto nº 6.814/2009 define que, obrigatoriamente, a proposta de criação de ZPE deverá

conter os seguintes elementos:

I - delimitação da área total da ZPE, incluindo comprovação de sua disponibilidade;

II - indicação de áreas segregadas destinadas a instalações, estrutura e equipamentos

para realização das atividades de fiscalização, vigilância e controle aduaneiros, de

interesse da segurança nacional, fitossanitários e ambientais;

III - indicação de vias de acesso a portos, aeroportos e pontos de fronteira

alfandegados;

IV - relatório sobre obras de infraestrutura a serem realizadas e seus custos;

V - demonstração da disponibilidade de infraestrutura básica de energia,

comunicações e transportes para atender à demanda criada pela ZPE;

VI - cronograma das obras de implantação;

VII - comprovação da viabilidade de mobilização de recursos financeiros para

cobertura dos custos exigidos para implantação da ZPE;

VIII - declaração do órgão ambiental competente de que, sob o ponto de vista

ambiental, a área escolhida pode ser utilizada para instalação de projetos

industriais; e

IX - termo de compromisso do requerente.

A Resolução CZPE nº 1, de 26 de maio de 2010, em seu Art. 5º, norteia, por exemplo,

que a autorização para a criação de uma ZPE deverá observar as seguintes diretrizes: i)

contribuir para o desenvolvimento local, possibilitando a redução de desequilíbrios regionais;

ii) aproveitar o potencial exportador da região e aumentar o valor agregado das exportações

brasileiras; iii) priorizar propostas de criação de ZPE localizada em área geográfica

privilegiada para a exportação; e iv) utilizar, de forma racional, os recursos naturais.

Importante ressaltar que a Resolução CZPE nº 3, de 3 de abril de 2013, altera as Resoluções

CZPE nº 1/2010 e nº 2/2009, acrescentando que "[...] as propostas de criação de Zonas de

Processamento de Exportação deverão ser acompanhadas de, ao menos, um projeto industrial

elaborado em conformidade com o disposto na Resolução CZPE nº 5, de 28 de setembro de

2011."

(18)

18

2.4 Administração da ZPE

Nos Parágrafos 2º e 3º do Art. 2º da Lei nº 11.508/2007, tem-se que:

[...] a administradora da ZPE deverá atender às instruções dos órgãos competentes

do Ministério da Fazenda quanto ao fechamento da área, ao sistema de vigilância e

aos dispositivos de segurança; e que a administradora da ZPE proverá as instalações

e os equipamentos necessários ao controle, à vigilância e à administração aduaneira

local. (BRASIL, 2007).

Mais tarde, com a regulamentação da referida Lei, estabeleceu-se que as Zonas de

Processamento de Exportação devem ser administradas por pessoa jurídica, especificamente

constituída para tal, e que, na condição de administradora, possa prestar serviços a empresas

que vierem a se instalar na ZPE e dar apoio e auxílio à autoridade aduaneira, conforme versa a

alínea “b” do Inciso IX do § 1º do Art. 1º do Decreto nº 6.814/2009. Como dito anteriormente,

a administradora da ZPE deverá atender às instruções dos órgãos competentes do Ministério

da Fazenda, neste disposto, a Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 952/2008

estabelece que a administradora tem como responsabilidade fornecer a seguinte infraestrutura:

I - fechamento da área;

II - sistema de vigilância e segurança a ser adotado pela administradora da ZPE;

III - instalações e equipamentos adequados ao controle e à administração aduaneiros;

IV - vias de acesso à ZPE;

V - controle do fluxo de mercadorias, veículos e pessoas;

VI - áreas segregadas para processamento dos bens que entram ou saem da ZPE,

individualizadamente, dispondo, entre outros, de áreas específicas para

permanência de bens:

a) aguardando despacho aduaneiro;

b) a serem submetidos à conferência aduaneira;

c) aguardando entrega à empresa instalada na ZPE, embarque ao exterior ou saída

para o mercado interno, conforme o caso;

d) retidos para devolução ao exterior ou destinação; e

e) retidos por determinação da Receita Federal do Brasil (RFB) ou de órgão ou

agência da administração pública federal.

VII - controle de segurança e acesso ao recinto e aos equipamentos de tecnologia de

informação de uso da RFB;

VIII - sistemas de vigilância e monitoramento eletrônicos de todas as operações

realizadas nas áreas sob sua responsabilidade no recinto, dotados de câmeras e

sistema de gravação de imagens com acesso remoto pela RFB; e

IX - controle informatizado de entrada, movimentação, armazenamento e saída de

bens referentes a cada empresa estabelecida na ZPE.

(19)

19

Naquilo que diz respeito ao modelo jurídico/econômico cabível às administradoras de

ZPE, estabelece a Resolução CZPE nº 5/2009, em seu Parágrafo 2º do Art. 1º, que “[...] a

administradora será constituída por capital público, privado ou misto.”

(20)

20

3 REQUISITOS PARA INSTALAÇÃO DE EMPRESAS EM UMA ZPE

Além das informações contidas nas leis já citadas anteriormente, existem Resoluções,

Instruções Normativas e Atos Declaratórios que devem ser observados pelas empresas

instaladas em ZPE. Tal conjunto de normas e regras é editado, em sua maioria, por integrantes

do Conselho Nacional das Zonas de Processamento (CZPE).

3.1 Requisitos e parâmetros para projetos industriais

Institui o § 5º do Art. 2º da Lei nº 11.508/2007, que a solicitação de instalação de

empresa em ZPE será feita mediante apresentação de projeto, na forma estabelecida em

regulamento. Ainda com referência à mencionada Lei, o Inciso II do Art. 3º define que o

CZPE é o órgão que possui competência para aprovar os projetos industriais. Em suplemento,

o Decreto nº 6.634, de 5 de novembro de 2009, reforça e atribui ao CZPE a competência de

analisar e aprovar os projetos industriais, inclusive os de expansão da planta inicialmente

instalada.

Isto posto, e considerando que a apresentação de projeto será feita na forma

estabelecida em regulamento, a Resolução CZPE nº 5, de 28 de setembro de 2011, estabelece

os requisitos, parâmetros básicos e roteiro para apresentação e avaliação técnica de projetos

industriais nas ZPEs. Reza o Art. 2º dessa Resolução, que compete à Secretaria Executiva do

Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (SE/CZPE) emitir parecer

conclusivo sobre os projetos de instalação de empresas em ZPE, sendo possível a solicitação,

a outros órgãos, de eventuais contribuições para elaboração do referido parecer.

O capítulo II daquela Resolução determina que, para fins da análise de projetos

industriais nas ZPEs, as empresas pleiteantes deverão cumprir os seguintes requisitos (Art.

4º):

I - apresentação à SE/CZPE de projetos industriais nos termos do anexo da Resolução,

incluindo cronograma físico-financeiro de implantação do projeto;

II - ausência de filiais no país, bem como de participação em outra pessoa jurídica

localizada fora de ZPE;

III - aprovação quanto à implantação do projeto industrial pretendido por parte da

empresa administradora da ZPE na qual se deseja a instalação; e

IV - licença ambiental prévia expedida pelo órgão público competente.

§ 1º O cronograma de que trata o inciso I do artigo 4º da presente Resolução deverá

contemplar, dentre outras, as datas previstas para início e término das obras físicas de

implantação da fase pré-operacional do empreendimento e da fase operacional do projeto.

(21)

21

§ 2º A aprovação de que trata o inciso III do artigo 4º da presente Resolução deverá

estar acompanhada de Termo de Conhecimento por parte de, ao menos, um dos proponentes

da ZPE na qual a empresa pleiteante deseja se instalar.

§ 3º A aprovação de que trata o inciso III e o Termo de Conhecimento de que trata o §

2º serão dispensados quando o projeto industrial acompanhar a proposta de criação da ZPE.

(incluído pela Resolução CZPE nº 3, de 3 de abril de 2013).

Em adição, o capítulo III da mesma Resolução, CZPE nº 5/2011, estabelece que a

avaliação dos projetos industriais considerará as características operacionais apresentadas e

deverá ter por base os seguintes parâmetros (Art. 5º):

I - orientação do empreendimento para o mercado externo;

II - contribuição do projeto para o desenvolvimento regional e para a difusão

tecnológica no país;

III - adequação do empreendimento aos serviços e à infraestrutura local disponível; e

IV - análise de viabilidade econômico-financeira.

Parágrafo único. A existência dos parâmetros básicos mencionados neste artigo não

constitui impeditivo à adoção de outros critérios de avaliação, conforme a especificidade do

projeto apresentado.

Importante ressaltar que o prazo legal para manutenção da atividade industrial nas

ZPEs está fixado em 20 anos, podendo ser prorrogado por igual período, a critério do

Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportação, nos casos de investimento de

grande vulto que exijam longos prazos de amortização, conforme parágrafo 2º do Art. 8º da

Lei nº 11.508/2007.

3.2 Vedações

O Art. 5º, da Lei nº 11.508/2007, veda a instalação em ZPE de empresas cujos projetos

evidenciem a simples transferência de plantas industriais já instaladas no país. O mesmo

Artigo também estabelece que não serão autorizadas, em ZPE, a produção, a importação ou a

exportação de armas ou explosivos de qualquer natureza, salvo com prévia autorização do

Comando do Exército; e de material radioativo, salvo com prévia autorização da Comissão

Nacional de Energia Nuclear (CNEN).

O Art. 9º, da mesma lei, determina que a empresa instalada em ZPE não poderá

constituir filial ou participar de outra pessoa jurídica localizada fora de ZPE, ainda que para

usufruir incentivos previstos na legislação tributária. Cabe destacar que o Parágrafo 4º, do

Art. 3º da Lei nº 11.508/2007, estabelece que, na hipótese de constatação de impacto negativo

à indústria nacional relacionado à venda de produto industrializado em ZPE para o mercado

interno, o CZPE poderá propor, além da elevação do percentual de receita bruta decorrente de

exportação para o exterior, a vedação de venda para o mercado interno de produto

(22)

22

industrializado em ZPE, enquanto persistir o impacto negativo à indústria nacional. Por

último, mas não menos importante, o Art. 17 da retromencionada Lei estabelece que a

empresa instalada em ZPE não poderá usufruir de quaisquer incentivos ou benefícios não

expressamente previstos na referida Lei.

3.3 Obrigações operacionais

Considerando que o Art. 20, da Lei nº 11.508/2007, define que o Poder Executivo

estabelecerá em regulamento as normas para a fiscalização, o despacho e o controle aduaneiro

de mercadorias em ZPE e a forma como a autoridade aduaneira exercerá o controle e a

verificação do embarque e, quando for o caso, da destinação de mercadoria exportada por

empresa instalada em ZPE, tem-se na Instrução Normativa RFB nº 952, de 2 de julho de

2009, a forma como a importação, a produção, a exportação e o controle aduaneiro de bens

em ZPE serão efetuados. Essa IN estabelece que, para iniciar suas operações, a empresa

autorizada a instalar-se em ZPE deverá, além de observar as determinações do CZPE, atender

aos seguintes requisitos:

I - dispor de sistema informatizado de controle de entrada, estoque e saída de

mercadorias, de registro e apuração de créditos tributários devidos, extintos ou

com pagamento suspenso, integrado aos sistemas corporativos da empresa, o qual

permita livre e permanente acesso da RFB, observado o disposto no art. 14

(especificações do sistema); e

II - ser capaz de promover entradas e saídas de bens em seu estabelecimento por meio

de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), na forma estabelecida na legislação específica.

Também estabelece a IN que a empresa deverá apresentar à unidade da Receita

Federal do Brasil, documentação técnica relativa ao sistema informatizado referido

anteriormente; ato de autorização para a instalação da empresa na ZPE, expedido pelo CZPE,

contendo a relação dos produtos ou família de produtos que serão produzidos, classificados

por seu código NCM; indicação dos coeficientes técnicos das relações insumo-produto, com

as respectivas estimativas de perda para cada produto ou família de produtos a serem

produzidos pela empresa; descrição do processo de industrialização e correspondente ciclo de

produção; e modelo de lançamentos contábeis de registro e controle de operação de entrada e

saída de mercadorias, incluídas aquelas não submetidas ao regime suspensivo aplicável em

ZPE, bem como dos correspondentes estoques.

Atendido o disposto no Art. 8º, a empresa será autorizada a iniciar suas operações por

Ato Declaratório Executivo (ADE), emitido pelo chefe da unidade da RFB responsável pela

fiscalização de tributos sobre o comércio exterior com jurisdição sobre a ZPE. É importante

ressaltar que a empresa instalada em ZPE não poderá constituir filial ou participar de outra

(23)

23

pessoa jurídica localizada fora de ZPE, ainda que para usufruir incentivos previstos na

legislação tributária (Lei nº 11.508/2007).

(24)

24

4 BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ÀS EMPRESAS INSTALADAS NAS ZPES

Conforme já exposto, as ZPEs são áreas delimitadas, nas quais empresas voltadas às

exportações gozam de incentivos tributários e cambiais, além de procedimentos aduaneiros

simplificados.

Neste momento, este estudo passará a tratar dos referidos benefícios, nos âmbitos

estadual e federal.

4.1 Categorias

Para uma maior compreensão do âmbito do estudo em questão, ao longo do mesmo

tem-se a divisão dos benefícios, em sua grande maioria, em dois blocos: ativo e insumos.

4.1.1 Ativo

Depreende-se dos conceitos contábeis, conforme disposto na obra Manual de

Contabilidade das Sociedades por Ações que: “[...] no grupo de contas do balanço são

incluídos todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da

sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade”

(FIPECAFI, 1985, p. 198).

Para este estudo, é importante o conceito de ativo imobilizado:

[...] os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das

atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive

os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e

controle desses bens. (BRASIL, 1976).

Como exemplo tem-se as máquinas, equipamentos, linhas de produção, combinações,

ferramentas e moldes, desde que observados os requisitos contábeis de valor e durabilidade.

4.1.2 Insumo

Ensina Baleeiro que a expressão insumo:

[...] é uma algaravia de origem espanhola, inexistente em português, empregada por

alguns economistas para traduzir a expressão inglesa 'input', isto é, o conjunto dos

fatores produtivos, como matérias-primas, energia, trabalho, amortização do capital,

etc., empregados pelo empresário para produzir o 'output' ou o produto final. [...]

insumos são os ingredientes da produção, mas há quem limite a palavra aos

'produtos intermediários' que, não sendo matérias-primas, são empregados ou se

consomem no processo de produção. (BALEEIRO, 1980, p. 214).

Assim, os insumos são divididos classicamente em matéria-prima, material

secundário, intermediário e de embalagem. Nestes grupos observam-se de forma clara os

insumos que comporão o produto final (matéria-prima), os que acompanharão sua circulação

(material de embalagem) e aqueles que serão consumidos diretamente no processo produtivo

(25)

25

de uma mercadoria ou agregados no estado em que se encontram (produtos intermediários e

secundários).

Feitas tais observações, prossegue-se com a explanação sobre os benefícios tributários,

aplicáveis a esses dois grupos, e também os demais benefícios aplicáveis a título de

incentivos, financeiros, operacionais e logísticos.

4.2 Benefícios estaduais

No âmbito estadual, as ZPEs possuem tratamento tributário diferenciado em relação ao

ICMS, por meio da concessão de isenção do ICMS nas importações e nas compras no

mercado interno, regulada pelo Convênio ICMS nº 99/1998.

As vantagens adotadas no caso do ICMS são as seguintes:

1) Manutenção de crédito de ICMS: por ser um imposto não cumulativo, o ICMS

exige que as saídas não tributadas acarretem, de forma direta, um estorno de

crédito. Quando a legislação expressamente autoriza, o contribuinte fica

dispensado de proceder a este estorno podendo manter os créditos procedentes de

suas aquisições relacionadas com as saídas desoneradas em sua conta-gráfica (livro

Registro de Apuração). Este crédito poderá ser utilizado para compensação dos

valores de débito de ICMS, no mesmo Estado, ou ainda para outras transações

financeiras (venda, transferência de créditos) se autorizadas pelo ente (Estado);

2) Isenção do ICMS nas importações diretas: nas importações efetuadas pelos

estabelecimentos situados nas ZPEs não haverá exigência de ICMS. Ressalta-se

que o Convênio veda expressamente a aplicação da isenção caso a importação seja

por encomenda ou por conta e ordem de terceiros. Considerando a elevada carga

tributária do ICMS e o fato de ser um imposto calculado “por dentro”, isto é, que

seu valor compõe a própria base de cálculo, inflando o valor da mercadoria, a

isenção na importação é um grande diferencial;

3) Dispensa da cobrança do diferencial de alíquotas nas aquisições de bens do ativo

imobilizado bem como nas prestações de serviço de transporte referentes a esta

aquisição: esta dispensa constitui uma vantagem interessante, uma vez que o

recolhimento destes valores é um custo para o estabelecimento adquirente, cuja

recuperação, embora exista, se dá de forma gradual na grande maioria dos casos

(em até 48 parcelas, conjuntamente com o bem, se este se enquadrar, em primeiro

lugar, nas regras para aproveitamento de crédito).

Para uma melhor compreensão do tema, cabe uma breve explanação sobre as

modalidades de Convênios ICMS existentes e sua tratativa legal.

(26)

26

Durante a vigência da Constituição Federal de 1969, as isenções relativas aos impostos

estaduais e municipais eram concedidas somente pela União, a quem a Carta Magna delegou a

competência.

Com relação ao ICMS, porém, as isenções eram concedidas de forma diferenciada. O

§ 6º do artigo 23 dispunha que as isenções do tributo seriam concedidas ou revogadas nos

termos fixados em convênios, celebrados e ratificados pelos Estados e pelo Distrito Federal,

segundo o disposto em Lei Complementar.

Em decorrência deste dispositivo constitucional, foi editada a Lei Complementar nº

24, de 07 de janeiro de 1975, que veio disciplinar as concessões e as revogações de isenção do

ICMS por meio de convênios.

A Constituição Federal de 1988 não mais atribui competência à União para conceder

isenções em relação aos impostos de competência dos Estados e municípios, mas permite-lhes

legislar sobre isenções dos respectivos impostos, conforme deixa transparecer o artigo 155, §

2º, inciso XII, alínea "g".

Quanto à obrigatoriedade, os convênios são classificados em:

a) impositivos - quando concedem (impõem) o benefício fiscal, sem a necessidade da

unidade da federação envolvida alterar expressamente sua legislação, bastando a

ratificação do Convênio;

b) autorizativos - são aqueles que permitem (não impõem) às unidades da federação

concederem determinados benefícios fiscais. Essa concessão somente se efetivará

caso os Estados signatários venham a modificar, expressamente, sua legislação,

para introduzir tal benefício.

O Convênio ICMS em questão, nº 99/1998, é um convênio autorizativo, ou seja, deve

ser regulamentado em regra pelos Estados para que produza seus efeitos e possa ser aplicado.

Desta forma, no âmbito estadual, para que se possa saber se um Estado aplica ou não a

isenção disposta no Convênio ICMS em questão deverá ser consultada a legislação interna de

cada unidade da federação (Regulamentos de ICMS ou outras normas locais).

Os Estados signatários do referido Convênio são: Acre, Bahia, Ceará, Goiás, Mato

Grosso, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro,

Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e

Tocantins e o Distrito Federal.

Destaca-se que além do fato de a Unidade da Federação ser signatária do Convênio,

faz-se necessário que a mesma tenha regulamentado internamente, pois se não o fez, em regra,

o referido diploma legal não terá eficácia em seu território (vide Apêndice B).

2

2

Para fins deste estudo, a regulamentação do Convênio ICMS nº 99/1998 deu-se em relação aos seguintes

Estados: Acre, Ceará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa

Catarina e Sergipe.

(27)

27

Ainda em relação ao ICMS tem-se a desoneração do imposto incidente na prestação

do serviço de transporte de mercadorias ou bens entre as ZPEs e os locais de

embarque/desembarque, conforme o caso.

4.3 Benefícios federais

Conforme disposto na Lei nº 11.508/2007, artigo 6º, tanto nas aquisições no mercado

interno quanto nas importações, uma vez observados os requisitos legais, as ZPEs poderão

usufruir da suspensão de impostos e contribuições, tais como Imposto de Importação, IPI,

PIS, Cofins, PIS-Importação e Cofins-Importação bem como o Adicional ao Frete para

Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Assim:

a) aquisições no mercado interno: suspensão de IPI, Cofins, PIS/Pasep;

b) importações: suspensão de II, IPI, Cofins-Importação, PIS/Pasep-Importação,

AFRMM.

Observa-se que a suspensão em questão, nos casos em que a aquisição for relativa a

máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, aplica-se a bens, novos ou usados, para

incorporação ao ativo imobilizado da empresa autorizada a operar em ZPE. Constitui

diferencial interessante uma vez que os benefícios fiscais costumam ser concedidos apenas a

bens novos.

Na hipótese de importação de bens usados, a suspensão será aplicada quando se tratar

de conjunto industrial e que seja elemento constitutivo da integralização do capital social da

empresa.

Em relação aos insumos importados ou adquiridos no mercado interno por empresa

autorizada a operar em ZPE com a suspensão, tem-se que os mesmos deverão ser

integralmente utilizados no processo produtivo do produto final.

Observa-se que as empresas também poderão destinar o correspondente a até 20% do

valor da receita bruta resultante da venda de bens e serviços para o mercado interno, porém,

em relação a estas vendas incidirão de forma integral os impostos e contribuições, atentando

também para o encerramento da suspensão anteriormente concedida.

No caso de empresas implantadas em ZPE localizada em áreas da Sudam, da Sudene

ou da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) existem outros

incentivos que poderão ser aproveitados, dentre estes se destaca a redução de 75% do IR pelo

prazo de 10 anos.

Ressalte-se, ainda, que é permitida, sob condições previstas na legislação específica, a

aplicação dos seguintes incentivos ou benefícios fiscais:

(28)

28

b) previstos para as áreas da Sudam, instituída pela Lei Complementar nº 124/07; da

Sudene, instituída pela Lei Complementar n° 125/07; e dos programas e fundos de

desenvolvimento da região centro-oeste;

c) previstos no art. 9º da Medida Provisória n° 2.159-70/01 (Promoção Comercial no

Exterior/Redução a zero do IR): possibilidade de redução a zero da alíquota do IR

incidente sobre remessas ao exterior para pagamento de despesas relacionadas com

pesquisa de mercado no exterior e promoção de produtos brasileiros;

d) previstos na Lei nº 8.248/91 (setor de informática e automação): empresas que

investirem em atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) em tecnologias da

informação poderão pleitear incentivos para bens de informática e automação;

e) previstos nos arts. 17 a 26 da Lei n° 11.196/05 (inovação tecnológica):

possibilidade de empresas que atuam em atividades de P&D e de inovação

tecnológica obterem os incentivos ligados aos dispêndios realizados em P&D

(dedução, depreciação integral, amortização, crédito de tributo retido na fonte,

redução de IRRF de remessas destinadas ao registro e manutenção de marcas).

4.4 Outros

Além dos incentivos fiscais tributários apresentados, a ZPE apresenta outras vantagens

bastante relevantes como:

a) a possibilidade de manutenção, no exterior, de 100% das divisas obtidas nas suas

exportações; e

b) dispensa de licenças ou autorizações de órgãos federais (exceto as associadas aos

controles de ordem sanitária, de interesse da segurança nacional ou de proteção ao

meio ambiente);

Observação: a dispensa de licenças e autorizações não se aplica a exportações de

produtos destinados a países com os quais o Brasil mantenha convênios de pagamento,

sujeitos a regime de cotas aplicáveis às exportações do país e sujeitos ao Imposto de

Exportação.

c) estabilidade em relação aos incentivos obtidos que serão assegurados pelo prazo de

até 20 anos, podendo ser prorrogados por igual período, no caso de investimentos

de grande porte.

Por fim, a depender da localidade, poderão ocorrer outras desonerações, como por

exemplo, de natureza municipal, desonerando de forma total ou parcial o Imposto predial

territorial urbano (IPTU).

Os incentivos fiscais levantados serão aplicados nas memórias de cálculo a todos os

setores, em relação aos Estados que possuem ZPEs.

(29)

29

5 CUSTO TRIBUTÁRIO DE EMPRESA INSTALADA EM ZPE

Com base no exposto no item 4 deste estudo, pode-se apresentar as seguintes

conclusões.

5.1 Compras

5.1.1 Importação (insumos e ativo)

a) II: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

b) IPI: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

c) PIS/Pasep-Importação: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

d) Cofins-Importação: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

e) ICMS (produto): isenção conforme Convênio ICMS nº 99/1998;

f) ICMS (frete): isenção conforme Convênio ICMS nº 99/1998;

g) AFRMM: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º.

5.1.2 Compras no mercado interno (insumos e ativo)

a) IPI: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

b) PIS/Pasep: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

c) Cofins: suspensão conforme Lei nº 11.508/2007, artigo 6º;

d) ICMS (produto): isenção conforme Convênio ICMS nº 99/1998.

Observação: pela redação do Convênio ICMS nº 99/1998, as aquisições interestaduais

de insumos seriam tributadas pelo ICMS, existindo, porém, direito a manutenção de crédito.

a) ICMS (frete): isenção conforme Convênio ICMS nº 99/1998;

b) ICMS Diferencial de Alíquotas: isenção conforme Convênio ICMS nº 99/1998;

c) IRPJ e CSLL: representarão custos na aquisição, pois incidirão nas vendas do

fornecedor, com a tributação respectiva de 15% e 9% sobre o lucro, no caso de

empresa enquadrada no lucro real (adotada como parâmetro nas memórias de

cálculo). Estes valores representariam aproximadamente um custo médio de 2,4%

(levando em consideração o cálculo sobre um lucro de 10%).

Observação 1: para a empresa cujo lucro seja superior a R$ 240.000,00 (duzentos e

quarenta mil reais) ano, haverá aumento de custo pela incidência do adicional que será de

10% sobre os valores que ultrapassarem o limite de R$ 240.000,00, que eleva a carga

tributária e por consequência o custo de aquisição. O fato de considerar estes valores como

“custo” propriamente dito é bastante relativo, pois, embora estes tributos não estejam sujeitos

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a não cumulatividade, o valor do custo líquido será abatido para fins da formação da base de

cálculo dos tributos na saída.

Observação 2: conforme a Lei nº 8.191/1991, a depreciação acelerada será calculada

pela aplicação da taxa de depreciação usualmente admitida, multiplicada por dois, sem

prejuízo da depreciação normal das máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos

destinados ao uso na produção industrial, incorporados ao ativo fixo do adquirente até 31 de

dezembro de 1993 e utilizados no processo de produção para efeito de apuração do Imposto

de Renda. A depreciação citada será aplicada automaticamente sobre os bens relacionados em

ato do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento incorporados ao ativo fixo do

adquirente, a partir da entrada em vigor desta lei, até 31 de dezembro de 1993.

Observação 3: as empresas localizadas nas ZPEs instaladas nas áreas da Sudam, da

Sudene ou da Sudeco, desde que consideradas prioritárias para o desenvolvimento regional,

terão direito também à redução de 75% do Imposto de Renda, por 10 anos. As ZPEs

localizadas fora dessas regiões não terão direito a esse benefício.

Conclusão: a carga tributária nas aquisições do exterior seria nula, desde que

respeitados os requisitos previstos em legislação. Nas aquisições internas, a ZPE teria uma

série de benefícios que acabariam por ocasionar carga tributária basicamente nula também,

exceto pela questão do IRPJ e CSLL que, como já foi citado, são considerados como custo de

forma muito relativa, pelo desconto do custo líquido na formação da base de cálculo referente

às vendas.

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