6.3 Outros benefícios, incentivos ou regimes aplicáveis
6.3.8 Isenção do ICMS para produtos hortifrutigranjeiros e redução na base de
O Confaz aprovou o Convênio ICM nº 44/75, autorizando os Estados a concederem
isenção do ICMS aos seguintes produtos:
I - hortifrutícolas em estado natural:
a) abóbora, abobrinha, acelga, agrião, alho, aipim, aipo, alface, almeirão, alcachofra,
araruta, alecrim, arruda, alfavaca, alfazema, aneto, anis, azedim;
b) batata, batata-doce, berinjela, bertalha, beterraba, brócolos;
c) camomila, cará, cardo, catalonha, cebola, cebolinha, cenoura, chicória, chuchu,
coentro, couves, couve-flor, cogumelo, cominho;
d) erva-cidreira, erva-doce, erva-de-santa-maria, ervilha, espinafre, escarola, endívia,
espargo;
e) flores, frutas frescas nacionais ou provenientes dos países membros da Associação
Latino-Americana de Livre Comércio (Alalc) e funcho;
f) gengibre, inhame, jiló, losna;
g) mandioca, milho verde, manjericão, manjerona, maxixe, moranga, macaxeira;
h) nabo e nabiça;
i) palmito, pepino, pimentão, pimenta;
j) quiabo, repolho, rabanete, rúcula, raiz-forte, ruibarbo, salsa, salsão, segurelha; e
k) taioba, tampala, tomate, tomilho e vagem.
II - ovos, pintos de um dia, aves e produtos de sua matança, em estado natural,
congelados ou simplesmente temperados;
III - caprino e produtos comestíveis resultantes de sua matança.
Na mesma linha de produto alimentício, o Confaz também aprovou o Convênio ICMS
nº 89/05 concedendo redução de base nas operações interestaduais de cálculo de forma que a
carga tributária seja equivalente a 7% (sete por cento) do valor das operações nas saídas de
carne e demais produtos comestíveis frescos, resfriados, congelados, salgados, secos ou
temperados, resultantes do abate de aves, leporídeos e gados bovino, bufalino, caprino, ovino
e suíno.
Esses benefícios fiscais serão aplicados de forma direta para as empresas do setor
alimentício, no que couber, conforme a análise das NCM/SH selecionadas.
O impacto tributário para as empresas que preencherem os requisitos para aplicação
desta isenção ocorrerá conforme a seguir.
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6.3.8.1 Compras
6.3.8.1.1 Importação
a) II: incidência normal do imposto, aplicando-se a alíquota conforme a classificação
fiscal. Será considerado custo por ser imposto não recuperável;
b) IPI: os produtos alimentícios, na sua maioria, possuem classificação “NT”, de não
tributados, na tabela do IPI (TIPI) ou alíquota zero (0%), mas esta desoneração não
decorre do benefício da isenção do ICMS, assim, a tributação deverá ser aplicada
nas memórias de cálculo, conforme a classificação fiscal;
c) PIS/Pasep-Importação: a Medida Provisória nº 609/2013 reduziu a zero as
alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação
incidentes sobre a receita decorrente da importação de produtos que compõem a
cesta básica, sendo que, por não se tratar de benefício fiscal específico, esta
redução será considerada diretamente nas memórias de cálculo, conforme a
classificação fiscal dos produtos;
d) Cofins-Importação: a Medida Provisória nº 609/2013 reduziu a zero as alíquotas da
contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre
a receita decorrente da importação de produtos que compõem a cesta básica, sendo
que, por não se tratar de benefício fiscal específico, esta redução será considerada
diretamente nas memórias de cálculo, conforme a classificação fiscal dos produtos;
e) ICMS (produto): para os produtos arrolados haverá isenção do ICMS (produtos
hortifrutigranjeiros), conforme Convênio ICM nº 44/75, ou redução de base de
cálculo (carnes), de forma que a carga tributária final corresponda a 7%, conforme
Convênio ICMS nº 89/05, se devidamente regulamentados pelos Estados objeto de
análise, aplicando-se às operações de importação, salvo entendimento contrário
dos Estados, conforme limites estabelecidos em interpretações dos fiscos
regionais, quando amplamente divulgadas. Dados objetivos constarão nas
memórias de cálculo;
f) ICMS (frete): o Convênio ICMS n° 04/04 autoriza os Estados a concederem
isenção na prestação de serviço de transporte intermunicipal de cargas. Em relação
aos Estados considerados no estudo, verificou-se que concedem isenção do ICMS
à prestação de serviço de transporte intermunicipal de cargas: Bahia, Minas Gerais,
Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e
Tocantins. Para os demais Estados haverá tributação conforme trajeto interno
(entre 12% e 19%) ou interestadual (7% ou 12% - conforme destino). O valor do
ICMS sobre o frete não será considerado custo, pois tanto na aquisição de ativo
quanto na aquisição de insumos o crédito será devido ao contratante; e
88
6.3.8.1.2 Compras no mercado interno
a) IPI: os produtos alimentícios, na sua maioria, possuem classificação “NT”, de não
tributados, na tabela do IPI (TIPI) ou alíquota zero (0%), mas esta desoneração não
decorre do benefício da isenção do ICMS, assim, a tributação deverá ser aplicada
nas memórias de cálculo conforme a classificação fiscal;
b) PIS/Pasep: a Medida Provisória nº 609/2013 reduziu a zero as alíquotas da
contribuição para o PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a receita decorrente da
venda no mercado interno de produtos que compõem a cesta básica, sendo que, por
não se tratar de benefício fiscal específico, esta redução será considerada
diretamente nas memórias de cálculo, conforme a classificação fiscal dos produtos;
c) Cofins: a Medida Provisória nº 609/2013 reduziu a zero as alíquotas da
contribuição para o PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre a receita decorrente da
venda no mercado interno de produtos que compõem a cesta básica, sendo que, por
não se tratar de benefício fiscal específico, esta redução será considerada
diretamente nas memórias de cálculo, conforme a classificação fiscal dos produtos;
d) ICMS (produto): para os produtos arrolados haverá isenção do ICMS (produtos
hortifrutigranjeiros), conforme Convênio ICM nº 44/75 ou redução de base de
cálculo (carnes), de forma que a carga tributária final corresponda a 7% (sete por
cento), conforme Convênio ICMS nº 89/05, se devidamente regulamentados pelos
Estados objeto de análise, aplicando-se às operações de importação, salvo
entendimento contrário dos Estados, conforme limites estabelecidos em
interpretações dos fiscos regionais, quando amplamente divulgadas. Dados
objetivos constarão nas memórias de cálculo;
e) ICMS (frete): o Convênio ICMS n° 04/04 autoriza os Estados a concederem
isenção na prestação de serviço de transporte intermunicipal de cargas. Em relação
aos Estados considerados no estudo, verificou-se que concedem isenção do ICMS
à prestação de serviço de transporte intermunicipal de cargas: Bahia, Minas Gerais,
Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e
Tocantins. Para os demais Estados haverá tributação conforme trajeto interno
(entre 12% e 19%) ou interestadual (7% ou 12% - conforme destino). O valor do
ICMS sobre o frete não será considerado custo, pois tanto na aquisição de ativo
quanto na aquisição de insumos o crédito será devido ao contratante;
f) ICMS Diferencial de Alíquotas: nas aquisições de ativo imobilizado, salvo
dispensa específica por NCM/SH, será normalmente exigido correspondendo à
diferença entre a alíquota interna e a interestadual praticada, podendo variar entre
0% e 10%, a depender da origem e destino. O Diferencial de Alíquotas recolhido
poderá ser aproveitado como crédito dentro da mesma sistemática do ativo, ou
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seja, ao longo de 48 meses (regra geral). Também poderá ser exigido o Diferencial
de Alíquotas inerente ao serviço de transporte do bem; e
g) IRPJ e CSLL: representarão custos na aquisição, pois incidirão nas vendas do
fornecedor, com a tributação respectiva de 15% e 9% sobre o lucro, no caso de
empresa enquadrada no lucro real (adotada como parâmetro nas memórias de
cálculo). Estes valores representariam, aproximadamente, um custo médio de 2,4%
(levando em consideração o cálculo sobre um lucro de 10%).
Observação 1: para a empresa cujo lucro seja superior a R$ 240.000,00 (duzentos e
quarenta mil reais) ano, haverá aumento de custo pela incidência do adicional, que será de
10%, sobre os valores que ultrapassarem o limite de R$ 240.000,00, que eleva a carga
tributária e por consequência o custo de aquisição. O fato de considerar estes valores como
“custo” propriamente dito é bastante relativo, pois, embora estes tributos não estejam sujeitos
a não cumulatividade, o valor do custo líquido será abatido para fins da formação da base de
cálculo dos tributos na saída.
Conclusão: o benefício fiscal alcança apenas o ICMS dos produtos relacionados, o
que acaba por restringir a amplitude de seu alcance. Além deste fato, o setor alimentício
possui desoneração direta nas alíquotas dos produtos, no caso dos demais tributos.
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7 ESTUDO COMPARADO
No documento
2013 Legitimus Relações Governamentais e Institucionais LTDA.
(páginas 86-90)