RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO
1. NOME DO MEDICAMENTO
Filotempo 225 mg Comprimidos de libertação prolongada
2. COMPOSIÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA
1 comprimido de libertação prolongada contém 225 mg de Aminofilina. Lista completa de excipientes,ver secção 6.1
3. FORMA FARMACÊUTICA
Comprimidos de libertação prolongada.
Comprimidos cilíndricos com uma ranhura de um dos lados e cor amarelo pálido.
4. INFORMAÇÕES CLÍNICAS 4.1 Indicações terapêuticas
O Filotempo está indicado no alívio dos sintomas da asma e de broncoespasmo reversível associado a DPOC.
4.2 Posologia e modo de administração Posologia
A dose recomendada é de 1 comprimido duas vezes ao dia, de manhã e à noite. Esta posologia poderá ser aumentada até um máximo de 2 comprimidos duas vezes ao dia, do mesmo modo.
Para profilaxia do broncoespasmo durante a noite, recomenda-se a ingestão de 1
comprimido, aumentando-se para 2 comprimidos, caso seja necessário. Os comprimidos deverão ser engolidos inteiros e não mastigados.
As concentrações de teofilina devem ser idealmente mantidas entre 5 e 15mcg/mL. O nível plasmático de 5mcg/mL representa provavelmente o nível mais baixo com eficácia clínica. Reações adversas significativas são no geral observadas com níveis plasmáticos de teofilina superiores a 20mcg/mL. Pode ser necessário monitorizar as concentrações de teofilina quando: são prescritas doses mais altas; doentes com comorbilidades que resultem em dificuldades de depuração; quando a aminofilina é administrada
conjuntamente com medicação que reduz a depuração da teofilina.
Não é possível assegurar a bioequivalência entre diferentes aminofilinas de libertação prolongada. Uma vez titulada uma dose eficaz, os doentes não devem ser transferidos de
Filotempo para outra formulação de libertação prolongada sem uma nova titulação e avaliação clínica.
A teofilina distribui-se mal na gordura corporal, portanto deve calcular-se as mg/kg da dose com base num peso ideal.
População pediátrica
A aminofilina não deve ser administrada a crianças com peso inferior a 22Kg (correspondente a uma idade aproximada de 7 anos).
A depuração está aumentada nas crianças em comparação com os valores observados nos adultos.
Dose de manutenção em pediatria
A dose de manutenção usual em pediatria é de 10mg/kg duas vezes ao dia. Algumas crianças com asma crónica necessitam e toleram doses muito mais altas (11 – 18mg/Kg duas vezes ao dia). A rápida depuração observada em crianças diminui para os valores dos adultos no fim da adolescência. Portanto, nos adolescentes podem ser necessárias doses mais baixas.
Dose de manutenção em adultos e idosos
A dose de manutenção usual é de 225mg duas vezes ao dia. Se necessário pode ser titulado para doses mais altas.
4.3 Contraindicações
- Hipersensibilidade à substância ativa, às xantinas, à etilenodiamina ou a qualquer um dos excipientes mencionados na secção 6.1.
- Não devem ser administrados concomitantemente com efedrina a crianças. 4.4 Advertências e precauções especiais de utilização
Devido à potencial diminuição da depuração da aminofilina, pode ser necessário uma redução da dose e monitorização das concentrações de teofilina em doentes idosos e doentes com:
- Doença cardíaca - Doença hepática
- Exacerbação de doença pulmonar
- Hipotiroidismo (e quando se inicia tratamento agudo do hipotiroidismo) - Febre alta prolongada
Devido ao potencial aumento da depuração da aminofilina, pode ser necessário um aumento da dose e monitorização das concentrações de teofilina em doentes com hipertiroidismo (e quando se inicia o tratamento agudo do hipertiroidismo) e fibrose cística.
A aminofilina pode causar irritação no trato gastrointestinal e aumentar a secreção gástrica, portanto deve ter-se especial cuidado em doentes com úlcera péptica. A aminofilina pode exacerbar as arritmias cardíacas e portanto deve ter-se precaução especial nos doentes cardíacos.
A aminofilina pode exacerbar a frequência e duração das convulsões e portanto deve ter-se cuidado especial em doentes com antecedentes de convulsões.
Deve ter-se cuidado especial em homens idosos com obstrução parcial pré existente no trato urinário, tal como aumento da próstata, devido ao risco de retenção urinária. Deve ter-se especial cuidado em doentes que sofram de asma grave que necessitem de administração aguda de aminofilina. Recomenda-se monitorizar as concentrações séricas nestas situações.
Deve ter-se especial cuidado nos doentes com porfiria. População pediátrica
Os comprimidos Filotempo não são recomendados a crianças com peso inferior a 22Kg (correspondente a uma idade aproximada de 7 anos).
4.5 Interações medicamentosas e outras formas de interação
Os seguintes fármacos aumentam a depuração da teofilina, podendo ser necessário administrar doses mais altas para assegurar o efeito terapêutico: aminoglutetimida, fenitoína, carbamazepina, isoprenalina, moracizina, sulfiniprazona, rifampicina, barbituratos, ritonavir e Hypericum perforatum. As concentrações plasmáticas de teofilina podem ser reduzidas pela utilização concomitante de preparações à base de plantas contendo Erva de São João (Hypericum perforatum), atribuindo-se este facto à sua propriedade de induzir enzimas envolvidos na metabolização de determinados fármacos. Assim, as preparações contendo Hypericum perforatum não devem ser utilizadas simultaneamente com Filotempo. Caso o doente já se encontre a tomar qualquer tipo de preparação contendo Hypericum perforatum, os níveis plasmáticos de teofilina devem ser avaliados e deve ser suspensa a utilização de Hypericum
perforatum. Pode haver um aumento dos níveis plasmáticos de teofilina após a
suspensão de Hypericum perforatum, pelo que a dose de teofilina pode necessitar de ser ajustada.
O efeito de indução enzimática do Hypericum perforatum pode persistir pelo menos durante duas semanas após a suspensão da sua utilização.
O consumo de tabaco e álcool pode também aumentar a depuração da teofilina
Os seguintes fármacos: alopurinol, carbimazol, cimetidina, ciprofloxacina,
claritromicina, diltiazem, dissulfiram, eritromicina, fluconazole, interferon, isoniazida, , metotrexato, mexiletina, nizatidina, norfloxacina, oxpentifilina, propafenona,
orais, podem reduzir a depuração da teofilina quando usados concomitantemente, podendo ser necessário diminuir as doses de teofilina para evitar efeitos adversos. O uso concomitante de teofilina e fluvoxamina deve ser evitado. Quando tal não for possível, os doentes devem receber metade da dose de aminofilina e as concentrações plasmáticas de teofilina devem ser cuidadosamente monitorizadas.
A administração concomitante de aminofilina pode: • Inibir o efeito das perfusões de adenosina
• Opor-se ao efeito sedativo das benzodiazepinas • Provocar a ocorrência de arritmias com halotano • Provocar trombocitopénia com lomustina • Aumentar a depuração do lítio
Portanto, estes fármacos devem ser utilizados com precaução.
Fatores como infeções virais, doença hepática e insuficiência cardíaca também reduzem a depuração da teofilina. Existem notificações relativas à potenciação da aminofilina pela vacina da gripe e, por isso, os médicos devem estar alertados para esta interação que pode resultar num aumento dos níveis séricos de teofilina. A redução da dose pode ser também necessária nos doentes idosos. Doença da tiroide ou tratamentos associados podem alterar os níveis plasmáticos de teofilina.
Deve ter-se cuidado especial com a utilização concomitante com agonistas beta adrenérgicos, glucagon e outras xantinas, porque podem potenciar os efeitos da teofilina. A incidência de efeitos tóxicos pode ser potenciada pela utilização concomitante de efedrina.
A hipocalemia resultante da terapêutica agonista beta 2, esteroides, diuréticos e hipoxia podem ser potenciados pelas xantinas. Deve ter-se cuidado especial em doentes que sofram de asma grave que necessitem de hospitalização.
A teofilina pode diminuir os níveis de equilíbrio da fenitoína. 4.6 Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Não foi estabelecida a segurança da teofilina durante a gravidez, mas esta é utilizada há vários anos sem consequências nefastas aparentes.
A teofilina atravessa a barreira placentária . A utilização de teofilina durante o terceiro trimestre da gravidez, pode estar associada a irritabilidade da criança. Utilizar durante a gravidez apenas quando não exista uma alternativa segura ou quando a doença em si tenha riscos para a mãe ou criança.
A teofilina é excretada no leite materno e só deve ser administrada a mulheres a amamentar quando os benefícios se sobrepõem aos riscos
4.7 Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
Os efeitos de Filotempo sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas são nulos. 4.8 Efeitos indesejáveis
Os efeitos adversos abaixo descritos são classificados por Sistema de Orgão. A avaliação dos efeitos adversos tem por base a seguinte informação de frequência: Frequente (≥1/100 a <1/10)
Pouco frequente (≥1/1000 a <1/100) Alterações no sistema imunitário
Pouco frequentes: Reação anafilática
Reação anafilactóide
Hipersensibilidade Doenças do metabolismo e da nutrição
Pouco frequentes: Hiperuricémia Perturbações do foro psiquiátrico
Pouco frequentes: Agitação Ansiedade Insónia
Alterações do sono
Doenças do sistema nervoso
Frequentes: Cefaleias
Pouco frequentes: Convulsões Tonturas Tremor Cardiopatias
Pouco frequentes: Taquicárdia auricular Palpitações
Taquicárdia sinusal
Doenças gastrointestinais
Frequentes: Náuseas
Pouco frequentes: Dor abdominal Diarreia
Irritação gástrica
Refluxo gastroesofágico
Vómitos Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneos Pouco frequentes: Prurido
Erupção Doenças renais e urinárias
Pouco frequentes: Diurese
Retenção urinária*
* Ver secção 4.4 uma vez que a teofilina pode induzir retenção urinária em homens idosos com obstrução parcial pré existente do fluxo urinário.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-risco. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED, I.P.:
INFARMED I.P.
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53 1749-004 Lisboa Tel: 21 798 71 40 Fax: 21 798 73 97 Sítio da internet: http://extranet.infarmed.pt/page.seram.frontoffice.seramhomepage E-mail: farmacovigilancia@infarmed.pt 4.9 Sobredosagem
Sintomas de toxicidade aguda da aminofilina
A teofilina tem uma margem terapêutica baixa. A toxicidade da teofilina é mais provável de acontecer quando as concentrações séricas excedem 20mcg/mL e torna-se progressivamente mais grave com concentrações séricas mais altas.
- Sintomas alimentares: Náuseas, vómitos, dor abdominal e hematemesis - Sintomas neurológicos: Inquietação, convulsões e coma em casos graves - Sintomas cardiovasculares: Taquicárdia sinusal e arritmias ventriculares - Sintomas metabólicos: Hiperglicémia, hipocaliemia, alterações ácido/base e \rabdomiolise
Tratamento da toxicidade aguda de aminifilina
Esvaziar o conteúdo do estômago. O carvão ativado por via oral reduz as altas concentrações séricas de teofilina. Em casos graves de intoxicação, fazer uma hemoperfusão com coluna de carvão.
Os comprimidos de libertação prolongada podem libertar a medicação durante horas, facilitado pela formação de agregados do comprimido no estômago.
Tratar os sintomas visíveis incluindo hipocaliemia, arritmias supraventricular e ventricular e convulsões.
No caso de hipocaliemia, deve ser administrado cloreto de potássio através de perfusão intravenosa lenta. Proceder à determinação dos níveis plasmáticos de potássio.
5. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS 5.1 Propriedades farmacodinâmicas
Grupo farmacoterapêutico: 5.1.4 – Aparelho respiratório. Antiasmáticos e broncodilatadores. Xantinas, código ATC: R03DA05
Mecanismo de ação
A teofilina tem vários locais de atuação no corpo humano. Tem um efeito relaxante no músculo liso, particularmente nos brônquios e potencia a clearance mucociliar.
Apresenta também um efeito estimulante no sistema nervoso central e miocárdio e atua como um diurético fraco.
Não está muito claro como é que a teofilina exerce estes efeitos. A inibição da fosfodiesterase com um aumento do AMP cíclico intracelular, pode ser parcialmente responsável. Outros mecanismos propostos incluem antagonismo das prostaglandinas e efeitos no cálcio intracelular.
A intolerância à teofilina pode manifestar-se através de efeitos adversos
gastrointestinais ou efeitos farmacológicos exagerados, por exemplo arritmia cardíaca. A aminofilina (teofilina) é um broncodilatador.
Efeitos farmacodinâmicos
Afeta também a função de várias células envolvidas no processo inflamatório associado a asma e doença crónica obstrutiva das vias aéreas. De maior importância pode ser a supressão da potenciação da atividade dos linfócitos-T e a redução da função dos eosinófilos e neutrófilos. Estas ações podem contribuir para uma atividade
anti-inflamatória profilática na asma e doença crónica obstrutiva das vias aéreas. A teofilina estimula o miocárdio e produz uma diminuição da pressão venosa na insuficiência cardíaca congestiva conduzindo a um marcado aumento do débito cardíaco. 5.2 Propriedades farmacocinéticas
Absorção
A aminofilina (teofilina) é bem absorvida a partir dos comprimidos Filotempo. A libertação da teofilina do comprimido é controlada através de uma tecnologia
farmacêutica especial. Isto permite reduzir os picos muito altos do fármaco durante a fase de absorção e permite administrar o produto menos vezes.
A teofilina é distribuída por todos os compartimentos do organismo. Está ligada às proteínas plasmáticas em cerca de 60% e a semivida varia de 3 a 9 horas.
Metabolismo
A teofilina é metabolizada no fígado. Os principais metabolitos são: 1-metil ácido úrico, 1,3-dimetil ácido úrico e 3 metilxantina.
Eliminação
A teofilina é excretada por via urinária. Os principais metabolitos urinários são 1,3-dimetil ácido úrico, 1 metil ácido úrico e 3-metilxantina. Cerca de 10% é excretada na forma inalterada, através de um processo de primeira passagem.
Os fatores predominantes que alteram a depuração da teofilina são: idade, peso corporal, dieta, hábitos tabágicos, outros fármacos e doença cardiorrespiratória ou hepática. 5.3 Dados de segurança pré-clínica
Não existem dados de segurança pré-clínicos relevantes.
6. INFORMAÇÕES FARMACÊUTICAS 6.1 Lista dos excipientes
Hidroxietilcelulose Povidona K25 Álcool cetoestearílico Talco Estearato de magnésio Riboflavina 6.2 Incompatibilidades Não aplicável 6.3 Prazo de validade 3 anos
6.4 Precauções especiais de conservação Conservar a temperatura inferior a 25ºC
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz e humidade. 6.5 Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens de 20 e 60 comprimidos.
6.6 Precauções especiais de eliminação e manuseamento Não existem requisitos especiais para a eliminação.
7. TITULAR DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO MEDA Pharma - Produtos Farmacêuticos, S.A.
Rua do Centro Cultural, 13 1749-066 Lisboa
Portugal
Tel: 21 8420300 Fax: 21 8492042
e-mail: geral@medapharma.pt
8. NÚMERO(S) DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO N.º de registo: 9477331 – 20 comprimidos, 225 mg, blisters de PVC/PVdC/Alu N.º de registo: 9477349 – 60 comprimidos, 225 mg, blisters de PVC/PVdC/Alu
9. DATA DA PRIMEIRA AUTORIZAÇÃO OU RENOVAÇÃO DA AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização : 8 de junho 1978 Data da última renovação: 12 de janeiro de 2006