EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA MINISTRA
PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PARTIDO DOS TRABALHADORES, através de seu
Diretório Nacional, na forma do artigo 116, inciso XIII, de seu
Estatuto Social, inscrito no CNPJ nº: 00.676.262/0001-70, com
sede no Setor Comercial Sul – Quadra 02 Bloco C nº 256, Edifício
Toufic, 1º andar, CEP 70302-000 – Brasília/DF, neste ato
representado pelo seu Presidente Rui Goethe da Costa Falcão,
brasileiro, casado, jornalista, portador da cédula de identidade RG
nº. 3.171.369 SSP/SP e inscrito no CPF/MF sob o n°.
614.646.868-15, na forma do seu Estatuto Social, representado por seu
presidente nacional, vem, por seus advogados abaixo subscritos
(doc. 1), propor, com fulcro nos arts. 102, inciso I, alínea “a” e 103,
inciso VIII, ambos da Constituição Federal e no que dispõe a Lei nº
9.868, de 10 de novembro de 1999, a presente
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
com PEDIDO LIMINAR
Em face da edição da Medida Provisória nº 782, de 31
de maio de 2017, que “Estabelece a organização básica dos órgãos
da Presidência da República e dos Ministérios”.
I – CONTEXTO FÁTICO
1.
Em 2 de fevereiro de 2017, o Sr. Presidente da República editou
Medida Provisórianº 768, que criou a Secretaria-Geral da Presidência da
República e o Ministério de Direitos Humanos, alterando a Lei nº 10.683, de
2003 (Lei de Organização da Presidência da República e dos Ministérios),
além de outras providências.
2.
A Medida Provisória tinha prazo de vigência previsto até o dia
02 de Junho de 2017, após sua prorrogação, na forma autorizada pela
Constituição Federal.
3.
Antes de esgotada a sua vigência e diante da inviabilidade de
aprovação da Medida Provisória no Congresso Nacional, , o Presidente da
República editou, em 31 de Maio de 2017, a Medida Provisória nº 782, de
2017, que além de revogar a MP 768, e a própria Lei de Organização da
Presidência da República e dos Ministérios, tratou da organização básica dos
órgãos da Presidência da República e dos Ministérios.
4.
Em edição extra do Diário Oficial da União, o texto da Medida
Provisória foi retificiado, no dia 02 de Junho de 2017.
II – DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE
EMENDAS CONSTITUCIONAIS
5.
Como é cediço, trata-se a medida provisória de ato estatal de
conteúdo normativo, com indiscutível força de lei, e portanto, pode ser objeto
de controle concentrado de constitucionalidade.
6.
Este Egrégio Supremo Tribunal Federal já consolidou
entendimento de que as Medidas Provisórias são passíveis de controle pelo
Poder Judiciário, ainda que excepcional, e, sobretudo, voltado a impedir que
o Presidente da República, ao editar medidas provisórias, incida em excesso
de poder ou manifesto abuso institucional que venha a prevalecer sobre os
postulados constitucionais que regem a edição de referido ato normativo:
A edição de medidas provisórias, pelo presidente da
República, para legitimar-se juridicamente, depende,
dentre outros requisitos, da estrita observância dos
pressupostos constitucionais da urgência e da
relevância (CF, art. 62, caput). Os pressupostos da
urgência e da relevância, embora conceitos jurídicos
relativamente indeterminados e fluidos, mesmo
expondo-se, inicialmente, à avaliação discricionária do
presidente da República, estão sujeitos, ainda que
excepcionalmente, ao controle do Poder Judiciário,
porque compõem a própria estrutura constitucional
que disciplina as medidas provisórias, qualificando-se
como requisitos legitimadores e juridicamente
condicionantes do exercício, pelo chefe do Poder
Executivo, da competência normativa primária que lhe
foi outorgada, extraordinariamente, pela CR. (...) A
possibilidade de controle jurisdicional, mesmo sendo
excepcional, apoia-se na necessidade de impedir que o
presidente da República, ao editar medidas provisórias,
incida em excesso de poder ou em situação de
manifesto abuso institucional, pois o sistema de
limitação de poderes não permite que práticas
governamentais abusivas venham a prevalecer sobre os
postulados constitucionais que informam a concepção
democrática de Poder e de Estado, especialmente
naquelas hipóteses em que se registrar o exercício
anômalo e arbitrário das funções estatais.
1III - DA INTEGRAL INCONSTITUCIONALIDADE
FORMAL E MATERIAL DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº
782, de 31 de maio de 2017
7.
A Medida Provisória nº 782, de 31 de maio de 2017 (Doc.
Anexo), foi editada pelo Presidente da República, para estabelecer a
organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios,
revogando, em consequência, a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 que, há
14 anos, dispunha sobre o tema, tendo sido alterada por diversas vezes por
normas legais posteriores, inclusive por medidas provisórias, entre elas a
Medida Provisória nº 768, de 2 de fevereiro de 2017 (DOU de 3 de
fevereiro de 2017 – Doc. anexo).
8.
Em seu art. 81, inciso II, ela revoga, na integra, a Medida
Provisória nº 768, cujo texto é, em sua quase totalidade, incorporado ao texto
da nova Medida Provisória (Doc. 3).
9.
Em quase todo o seu inteiro teor, contudo, a edição da Medida
Provisória nº 782 revela-se uma mera repetição do conteúdo da Lei nº 10.683,
de 2003, com as alterações que lhe foram feitas ao longo de seus 14 anos de
vigência, acrescida, ainda, de alterações que já foram implementadas mediante
Decretos Presidenciais editados com fundamento no art. 84, VI “a” da
Constituição.
10.
Todavia, ela também incorpora ao seu conteúdo a
totalidade das normas contidas na Medida Provisória nº 768, de 2016,
por ela revogada, e que se achava, então, em seus últimos dias de
vigência, tendo sido apreciada pela Comissão Mista do Congresso
Nacional instituída para o exame, nos termos do art. 62, § 9º da
Constituição, e que teve aprovado o Parecer do Relator em 27 de abril
de 2017, concluindo pela apresentação do Projeto de Lei de Conversão
de nº 9, de 2017.
11.
A MEDIDA PROVISÓRIA ORA QUESTIONADA
SUBSTITUI, EM SUA TRAMITAÇÃO, MEDIDA PROVISÓRIA EM
PLENA EFICÁCIA, COM EFEITOS CONCRETOS PRODUZIDOS
DESDE 3 DE FEVEREIRO DE 2017, repetindo o seu conteúdo, com
pequenas e irrelevantes modificações, sob o “disfarce” de tratar-se de nova
legislação disciplinadora, em sua totalidade, da estrutura do Poder Executivo.
Contudo, trata-se de norma que carece de objeto material, posto que não
inova na ordem jurídica de forma a justificar a sua veiculação por medida
provisória, dado que meramente repete, em sua quase totalidade, lei vigente,
acrescida do conteúdo da própria Medida Provisória nº 768, de 2017,
caracterizando-se como mera REEDIÇÃO de medida provisória, como se
demonstra no quadro comparativo anexo.
III.1 - DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OFENSA
AO ART. 62, “caput” CONSTITUIÇÃO FEDERAL
12.
A aferição pelo Supremo Tribunal Federal do atendimento dos
requisitos para a edição de Medida Provisória estabelecidos pelo art. 62,
“caput”, da Constituição, embora seja medida de caráter excepcional, já foi
objeto de admissão por esta Excelsa Corte, conforme demonstra o decidido
na ADI 2.213-MC, Relator o Min. Celso de Mello,
“ A edição de medidas provisórias, pelo Presidente da
República, para legitimar-se juridicamente, depende,
dentre outros requisitos, da estrita observância dos
pressupostos constitucionais da urgência e da
relevância (CF, art. 62,"caput"). - Os pressupostos da
urgência e da relevância, embora conceitos jurídicos
relativamente indeterminados e fluidos, mesmo
expondo-se, inicialmente, à avaliação discricionária do
Presidente da República, estão sujeitos, ainda que
excepcionalmente, ao controle do Poder Judiciário,
porque compõem a própria estrutura constitucional
que disciplina as medidas provisórias, qualificando-se
como requisitos legitimadores e juridicamente
condicionantes do exercício, pelo Chefe do Poder
Executivo, da competência normativa primária que lhe
foi outorgada, extraordinariamente, pela Constituição
da República. Doutrina. Precedentes. - A possibilidade
de controle jurisdicional, mesmo sendo excepcional,
apóia-se na necessidade de impedir que o Presidente da
República, ao editar medidas provisórias, incida em
excesso de poder ou em situação de manifesto abuso
institucional, pois o sistema de limitação de poderes
não permite que práticas governamentais abusivas
venham a prevalecer sobre os postulados
constitucionais
que
informam
a
concepção
democrática de Poder e de Estado, especialmente
naquelas hipóteses em que se registrar o exercício
anômalo e arbitrário das funções estatais. (...)
Nada pode justificar a utilização abusiva de medidas
provisórias, sob pena de o Executivo - quando
ausentes razões constitucionais de urgência,
necessidade e relevância material -, investir-se,
ilegitimamente, na mais relevante função institucional
que pertence ao Congresso Nacional, vindo a
converter-se, no âmbito da comunidade estatal, em
instância hegemônica de poder, afetando, desse modo,
com grave prejuízo para o regime das liberdades
públicas e sérios reflexos sobre o sistema de "checks and
balances", a relação de equilíbrio que necessariamente
deve existir entre os Poderes da República. - Cabe, ao
Poder Judiciário, no desempenho das funções que lhe
são inerentes, impedir que o exercício compulsivo da
competência extraordinária de editar medida provisória
culmine por introduzir, no processo institucional
brasileiro, em matéria legislativa, verdadeiro cesarismo
governamental, provocando, assim, graves distorções
no modelo político e gerando sérias disfunções
comprometedoras da integridade do princípio
constitucional da separação de poderes. ” (STF -
ADI-MC: 2213 DF, Relator: CELSO DE MELLO, Data de
Julgamento: 04/04/2002, Tribunal Pleno, Data de
Publicação: DJ 23-04-2004 PP-00007 EMENT
VOL-02148-02 PP-00296)
13.
Com efeito, requer o art. 62, “caput”, da Carta Política:
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente
da República poderá adotar medidas provisórias, com
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional.
14.
Para verificar o atendimento desses pressupostos de validade, é
mister aferir se, de fato, a situação objeto da medida provisória – o problema
de política pública – demanda, de forma insofismável, solução por via de
iniciativa do Chefe do Poder Executivo capaz de produzir efeitos imediatos
com força de lei, submetendo o Poder Legislativo ao seu critério
discricionário e à apreciação de matéria em regime de urgência excepcional.
15.
Conforme o magistério de Uadi Lammêgo Bulos:
A justificativa para o Presidente da República editar
medidas provisórias, com força de lei, é a existência de
um estado de necessidade, que impõe ao Poder Público
a adoção imediata de providências, de caráter
legislativo, inalcançáveis segundo as regras ordinárias
de legiferação, em face do próprio periculum in mora
que fatalmente decorreria do atraso na concretização
da prestação legislativa. (Curso de Direito
Constitucional, São Paulo: Saraiva, 6ª Ed, 2011,
p.1.182).
16.
Conforme o didático voto do Min. Carlos Britto na ADI
3.964-MC / DF:
É a medida provisória, portanto, uma regração que o
Presidente fica autorizado a baixar para o
enfrentamento de certos tipos de anomalia fática. Um
tipo de anormalidade - este o ponto central da questão
- geradora de instabilidade ou conflito social que não
encontra imediato equacionamento nem na
Constituição, diretamente, nem na ordem legal já
estabelecida. Por isso que demandante de uma resposta
normativa que não pode aguardar as formas
constitucionais de tramitação dos projetos de lei.
17.
A toda a prova, a Medida Provisória nº 782, de 31 de maio de
2017, não demonstra a existência de situação urgente e relevante ou estado de
necessidade que reclame a sua edição, nem inova, de forma significativa, na
ordem jurídica, posto que, como antes demonstrado, a quase totalidade de
suas disposições já se achavam vigentes na forma da Lei nº 10.683, de 2003,
ou por meio de Decretos presidenciais válidos e eficazes.
18.
O simples cotejo, artigo por artigo, das normas em vigor, na
forma da Lei nº 10.683, de 2003, e as que são veiculadas, sobre o mesmo tema,
pela Medida Provisória 782, de 2017, comprova tal repetição de conteúdos,
evidenciando ser o seu texto, extenso e complexo, ao final, mero
reordenamento das disposições legais já vigentes, ou incorporação a texto de
lei em sentido material de normas já vigentes por meio de decretos editados
com fundamento no art. 84, IV, “a” da Carta de 1988, com o fito de tornar
de mais difícil a identificação o seu real propósito: manter vigente a criação
de novo órgão, a Secretaria-Geral da Presidência da República, a
criação do cargo de Ministro de Estado para o seu titular, além de ajustes
de menor monta em outros órgãos da estrutura governamental, e, assim, em
grave e evidente desvio de finalidade, assegurar ao seu titular a prerrogativa
de foro, fato político amplamente noticiado pelos meios de comunicação
nacionais.
19.
As pouquíssimas inovações trazidas à estrutura governamental –
ou seja, que já não foram objeto da própria Lei nº 10.683, de 2003, ou de
Decretos presidenciais já editados, com fundamento no art. 84, IV, “a” da
Carta Magna – ou poderiam sê-lo por essa mesma via (decreto autônomo),
como é o caso de transferência da Secretaria de Políticas para as Mulheres
para a Secretaria de Governo, ou são alterações que não se revestem de
urgência incontestável, como a modificação da denominação do cargo de
Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Agrário
para “Ministro de
Estado do Desenvolvimento Social”. As demais modificações relevantes são
em todos os casos, decorrentes das alterações promovidas pela Lei nº
10.683, de 2003, ou à Lei nº 13.334, de 13 de dezembro de 2016, pela Medida
Provisória nº 768, ora revogada e reeditada nas vestes da MP 782/2017.
20.
Não se questiona, por meio da presente ADI, o tema da
extensão constitucional da prerrogativa de foro aos Ministros de Estado, por
ser tema que foge ao escopo da Ação Direta de Inconstitucionalidade, mas,
sim, o uso indevido de uma medida provisória editada a pretexto de
dispor sobre na estrutura da Presidência da República e dos
Ministérios
para novamente submeter
, mediante reedição
“disfarçada”, ao Congresso Nacional, matéria por ele
tacitamente
rejeitada
, no curso da mesma sessão legislativa, quando, ainda, ausentes
os critérios de urgência e relevância para justificar o conteúdo integral da
Medida Provisória.
21.
Ou seja, mesmo que não estivesse presente a mácula do desvio
de finalidade, ou a reedição de medida provisória por outra na mesma sessão
legislativa, ainda assim a Medida Provisória nº 782, de 2017, não poderia ter
sido editada, pois ausentes os requisitos de urgência e relevância, face à
ausência de conteúdo lícito que justifique a sua edição.
III.2 - DA INCONSTITUCIONALIDADE POR OFENSA
AO ART. 62, § 10 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
22.
A Medida Provisória nº 782, de 2017, por se caracterizar,
material e formalmente, como repetição da Medida Provisória nº 768, de
2017, ofende, diretamente, o art. 62, § 10 da Constituição, que estabelece:
"Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de
imediato ao Congresso Nacional.
....
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa,
de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
...”
23.
Em face do desrespeito a esse comando limitador da
prerrogativa do Presidente da República, mais uma vez traz-se a esse Excelso
Pretório o tema da indevida utilização das medidas provisórias como meio de
sobrepor-se, autocraticamente, à ação do Poder Legislativo.
24.
Ressalte-se que a modificação introduzida pela Emenda
Constitucional nº 32/2001 no disciplinamento da matéria, com o fito de
tornar mais restrita a sua utilização pelo Chefe do Poder Executivo, objetivou
reduzir os efeitos do “cesarismo governamental” decorrente de seu uso
excessivo, conforme apontado pelo acórdão da lavra do Eminente Ministro
Celso de Mello do Supremo Tribunal Federal, quando da apreciação da ADI
2.213-MC, em 4 de abril de 2002.
25.
É despiciendo comentar o abusivo e indiscriminado uso de
medidas provisórias desde a vigência da Carta de 1988, que deu margem, após
treze anos de sua promulgação, a uma emenda constitucional que visava
reduzir os poderes do Chefe do Executivo nesta seara. Tal situação derivou o
uso acriterioso das Medidas Provisórias, sem a necessária caracterização da
relevância e urgência, e suas sucessivas reedições, o que contribuiu para
explicitar uma verdadeira usurpação dos poderes do Legislativo por parte do
Poder Executivo.
26.
Ao apropriar-se da atividade legislativa própria do Poder
Legislativo, o Presidente da República transborda os limites constitucionais
rigidamente fixados no artigo 62 pelo Constituinte de 1988 e afronta o
princípio da independência e harmonia entre os Poderes fixado no artigo 2°
da CF. E, ao provocar o desequilíbrio entre os Poderes, a ação do Poder
Executivo abala os alicerces do Estado de Direito, proclamado solenemente
no artigo 1º da Carta Magna.
27.
Com efeito, a EC 32 ao dar nova redação ao art. 62 da Carta
Magna, nela introduzindo o novo §10, objetivou impedir a continuidade da
prática degenerativa evidenciada no período anterior à referida Emenda,
configurada pela sucessiva reedição de medidas provisórias, ao término de sua
vigência, ora com o propósito de perpetuar os seus efeitos, em face da rejeição
tácita de seus conteúdos, materializada na sua não apreciação no prazo de
trinta dias então estabelecido pela Constituição, ora o com o propósito de
mesmo impedir a apreciação de medida provisória no prazo constitucional. Tal
prática, ao lado da enorme instabilidade na ordem jurídica por ela provocada,
demonstrava o exercício, pelo Chefe do Poder Executivo, de um poder
imperial, sobrepondo-se ao Poder Legislativo, invadindo a toda hora a sua
competência legislativa e comprometendo, de forma irremediável, o exercício
de suas prerrogativas.
28.
Mesmo antes da vigência da EC 32, essa Excelsa Corte já havia
firmado entendimento quanto à impossibilidade de reedição da medida
provisória rejeitada na mesma sessão legislativa em que ocorrida a rejeição, como
manifesta a decisão adotada na ADI 1.441, Relator o Min. Octávio Galloti;
“A exigência de iniciativa da maioria dos votos do
membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional, inscrita no art. 67 da Constituição, inibe, em
tese, e por força de compreensão, a utilização do
processo da medida provisória para o trato da matéria
que já tenha sido objeto de rejeição na mesma sessão
legislativa.”
29.
Com a EC 32, tornaram-se mais rígidas as limitações ao uso da
medida provisória, eis que equiparadas, para todos os efeitos, as hipóteses de
rejeição tácita e rejeição expressa da matéria por ela veiculada.
30.
A prerrogativa inserta no art. 62 da Constituição Federal, e ainda
mais após a EC nº 32, é portanto, implícita e explicitamente limitada pelo
sistema constitucional, o que exige, tanto dos agentes constitucionalmente
legitimados, quanto dessa Excelsa Corte, a apreciação e julgamento da
existência dos pressupostos que, presentes, possam afastar o reinício da práxis
degenerativa do instituto das medidas provisórias e impedir a fragilização
deste instrumento excepcional.
31.
Nesse sentido, é paradigmática a decisão adotada pelo Supremo
Tribunal Federal na ADI 4.029, Relator o Min. Luiz Fux, já na vigência da
Emenda Constitucional nº 32, de 2001:
(...) As comissões mistas e a magnitude das funções das
mesmas no processo de conversão de medidas
provisórias decorrem da necessidade, imposta pela
Constituição, de assegurar uma reflexão mais detida
sobre o ato normativo primário emanado pelo
Executivo, evitando que a apreciação pelo Plenário seja
feita de maneira inopinada, percebendo-se, assim, que
o parecer desse colegiado representa, em vez de
formalidade desimportante, uma garantia de que o
Legislativo fiscalize o exercício atípico da função
legiferante pelo Executivo. O art. 6º da Resolução 1 de
2002 do Congresso Nacional, que permite a emissão
do parecer por meio de relator nomeado pela Comissão
Mista, diretamente ao Plenário da Câmara dos
Deputados, é inconstitucional.
[ADI 4.029, rel. min. Luiz Fux, j. 8-3-2012, P, DJE de
27-6-2012.]
32.
Como se observa pelo excerto supracolacionado, o sentido de
exigir que as medidas provisórias passassem a ser obrigatoriamente apreciadas
por comissão mista, nos termos do art. 62, § 9º da Carta Magna, concretizou
importante fato jurídico para, uma vez mais, assegurar a prevalência do texto
constitucional ante práticas, desta feita adotadas no próprio Legislativo,
desvirtuadoras do rito constitucionalmente estabelecido.
33.
Nesse sentido, a medida provisória, não sendo objeto de
apreciação, ou sendo rejeitada, no curso de seu prazo de vigência de sessenta
dias renováveis por mais sessenta dias, perde efeitos desde a sua edição,
cabendo apenas ao Congresso Nacional, no prazo de sessenta dias, disciplinar
as relações jurídicas dela decorrente, sob pena de convalidação dos atos
praticados, mas sem a ultratividade de seus dispositivos quanto a fatos ou
situações novas subsequentes à perda de eficácia ou rejeição.
34.
O Colendo Supremo Tribunal Federal já reconheceu, ao Chefe
do Poder Executivo, o poder de revogar uma medida provisória por outra
subsequente, o que opera, na prática, a mera suspensão da eficácia da medida
provisória revogada, até que a medida revogadora seja aprovada e convertida
em Lei pelo Congresso Nacional.
35.
Não se discute, portanto, a possibilidade de que a Medida
Provisória nº 782/2017, em seu art. 3º, II, revogue a Medida Provisória nº
768/2017.
36.
No entanto, configurada, pela não apreciação, no curso da
sessão legislativa, da medida provisória vigente, a sua rejeição tácita ou
expressa, fica materialmente impedido o Chefe do Poder Executivo de
submeter, ao crivo congressual, nova medida provisória que veicule o mesmo
conteúdo, e para atender à mesma situação de urgência e relevância.
37.
O mesmo entendimento foi adotado quando da apreciação da
ADI nº 2.984, em 2007, quando, ao conceder a Medida Cautelar, assim se
pronunciou o STF:
“MEDIDA
PROVISÓRIA.
REVOGAÇÃO.
POSSIBILIDADE. EFEITOS. SUSPENSÃO DA
TRAMITAÇÃO
PERANTE
A
CASA
LEGISLATIVA.
IMPOSSIBILIDADE
DE
RETIRADA DE MP DA APRECIAÇÃO DO
CONGRESSO
NACIONAL.
EMENDA
CONSTITUCIONAL N° 32. IMPOSSIBILIDADE
DE REEDIÇÃO DE MP REVOGADA.
1. Porque possui força de lei e eficácia imediata a partir
de sua publicação, a Medida Provisória não pode ser
"retirada" pelo Presidente da República à apreciação do
Congresso Nacional. Precedentes.
2. Como qualquer outro ato legislativo, a Medida
Provisória é passível de ab-rogação mediante diploma
de igual ou superior hierarquia. Precedentes.
3. A revogação da MP por outra MP apenas suspende
a eficácia da norma ab-rogada, que voltará a vigorar
pelo tempo que lhe reste para apreciação, caso caduque
ou seja rejeitada a MP ab-rogante.
4. Conseqüentemente, o ato revocatório não subtrai ao
Congresso Nacional o exame da matéria contida na MP
revogada.
3. O sistema instituído pela EC 32 leva à
impossibilidade — sob pena de fraude à Constituição
— de reedição da MP revogada, cuja matéria somente
poderá voltar a ser tratada por meio de projeto de lei.
Medida cautelar indeferida.” (grifo nosso)
38.
Tal limitação foi solenemente ignorada pela situação cuja
inconstitucionalidade ora se submete a este Egrégio Supremo Tribunal
Federal.
39.
De fato, como demonstrado, em 31 de maio de 2017, o Chefe
do Poder Executivo, por meio da Medida Provisória nº 782, trata exatamente
da mesma matéria versada na Medida Provisória nº 768, de 2017,
disfarçando-a, de forma censurável, tal intento, mediante a “diluição” dessas matéria em
extenso texto normativo cujo conteúdo, como já demonstrado (vide o anexo
que integra esta Inicial), é em sua quase totalidade mera repetição de leis ou
decretos vigentes.
40.
No caso sob análise, configura-se a arbitrariedade e abuso de
competência a que se refere Caio Tácito (in A Medida Provisória ontem, hoje e
amanhã, Revista de Direito Administrativo, vol. 216, abr-jun 1999) e que justifica
a intervenção do Poder Judiciário para a preservação da Constituição.
41.
A inconstitucionalidade, no caso em tela, é evidente, sendo
apenas relevante considerar o fato de que o requisito de validade para a edição
da Medida Provisória nº 782, de 2017, não foi atendido.
42.
Assim, mostra-se clara a situação de abuso que autoriza essa
Excelsa Corte a, mais uma vez, exercer o controle concentrado da
incompatibilidade da Medida Provisória nº 782, de 2017, com o § 10 do art.
62, evitando ainda que de referido abuso se tenha evitando o mal maior
decorrente do excesso praticado pelo Presidente da República, e assegurando
as normas que protegem o Princípio da Separação de Poderes, as funções do
parlamento e a eficácia do sistema de freios e contrapesos estabelecido pela
Constituição.
III.3 - DA NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO
CONFORME DO DISPOSTO NO ART. 62, § 10 DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
43.
Ressalta-se que somente é possível admitir a excepcional
hipótese de substituição de medida provisória não apreciada ou não aprovada
quando a solução normativa adotada para o problema urgente e relevante se
mostrar substancialmente distinta daquela adotada na medida provisória
anteriormente editada, de modo a evitar a caracterização do abuso da
prerrogativa e a insistência em obrigar o Legislativo a apreciar a alternativa
adotada unilaterlamente pelo Executivo, com força de lei.
44.
Trata-se de hipótese que já foi objeto de exame por essa Excelsa
Corte, no julgamento da ADI nº 19.64, Relator o Min. Ayres Britto:
EMENTA:
AÇÃO
DIRETA
DE
LIMINAR. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 394/07,
QUE “DÁ NOVA REDAÇÃO AO § 3º DO ART. 5º
DA LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE
2003”. LEI QUE “DISPÕE SOBRE REGISTRO,
POSSE E COMERCIALIZAÇÃO DE ARMAS DE
FOGO E MUNIÇÃO, SOBRE O SISTEMA
NACIONAL DE ARMAS – SINARM”.
1. Num exame prefacial, tem consistência a alegação de
que a MP nº 394/07 é mera reedição de parte da MP
nº 379/07. Isto porque a mais recente incorpora temas
da mais antiga, sem o aporte de modificações
substanciais. São os temas: a) da prorrogação do prazo
para renovação de registros de propriedade de armas
de fogo, expedidos pelos órgãos estaduais; b) da
fixação dos valores das taxas a recolher em caso de
registro de armas, renovação do certificado de registro,
expedição de porte da arma, etc.
2. Impossibilidade de reedição, na mesma sessão
legislativa, de medida provisória revogada. Tese
contrária importaria violação do princípio da Separação
de Poderes, na medida em que o Presidente da
República passaria, com tais expedientes
revocatório-reedicionais de medidas provisórias, a organizar e
operacionalizar a pauta dos trabalhos legislativos. Pauta
que se inscreve no âmbito do funcionamento da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal e, por isso
mesmo, matéria de competência privativa dessas duas
Casas Legislativas (inciso IV do art. 51 e inciso XIII do
art. 52, ambos da CF/88).
3. De outra parte, o ato de revogação pura e simples
de uma medida provisória outra coisa não é senão uma
auto-rejeição; ou seja, o autor da medida a se antecipar
a qualquer deliberação legislativa para proclamar, ele
mesmo (Poder Executivo), que sua obra normativa já
não tem serventia. Logo, reeditá-la significaria
artificializar os requisitos constitucionais de urgência e
relevância, já categoricamente desmentidos pela
revogação em si.
4. Medida liminar deferida para suspender a eficácia
da MP nº 397/07 até o julgamento de mérito desta ação
direta de inconstitucionalidade.”(ADI 3964 MC,
Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno,
julgado em 12/12/2007, DJ de 7/2/2008)
45.
Nos termos do mesmo julgado, também se mostra irrelevante o
fato de a medida provisória haver sido revogada pela sua subsequente, visto que
a revogação, conquanto admissível, não permite que o texto da Medida
Provisória revogada seja reeditado na mesma sessão legislativa, visto que o
próprio Executivo, em o fazendo, promove a “auto-rejeição” da solução antes
preconizada, antes mesmo que o Legislativo a rejeite, expressa ou tacitamente.
46.
É didático, para o exame do caso em tela, o exame dos votos
proferidos na concessão da medida cautelar na ADI 2984.
47.
Na ocasião, a Relatora, Ministra Ellen Gracie, consignava que:
“... Acrescento, ainda, muito embora este tema venha
esboçado como mera preocupação dos autores da
presente ação, que o sistema instituído pela EC 32 leva
necessariamente à impossibilidade de reedição da MP
revogada, cuja matéria somente poderá voltar a ser
tratada por meio de projeto de lei, vale dizer, mediante
o processo legislativo ordinário”.
48.
Assim, a reedição, na mesma sessão legislativa em que ocorrida
a revogação, pressupõe sequência de fatos estritamente vedada pela Carta
Magna.
49.
Nos mesmos autos, o Ministro Sepúlveda Pertence assim
examinou o caso:
“... surge como argumento central a viabilidade de que,
permitida a revogação da medida provisória em curso
de apreciação, se viabilizariam sucessivas edições, e
revogações seguidas de novas edições, de medidas
provisórias do mesmo teor.
Com efeito, o argumento, uma vez mais, tem por si
uma interpretação literal do § 10 do art. 62:
‘É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de
medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.’
A letra desse parágrafo, efetivamente, não abrangeria a
hipótese de ser a medida provisória revogada no curso
de sua apreciação, donde, concluem os requerentes,
estaria aberto o espaço para que o governo do jogo ‘de
gato e rato’: revogava-se a medida provisória,
aprovava-se aquilo que a sua pendência estaria a
obstruir e, logo em seguida, editava-se nova medida
provisória, com o mesmo conteúdo da revogada.
Creio, Sr. Presidente, que isso seria possível, mas tenho
fé que não o será enquanto existir o Supremo Tribunal
Federal – parafraseando Holmes -, porque o que a
Constituição proíbe obter diretamente, não se pode
obter por meios transversos, que configuraria hipótese
clássica de fraude à Constituição.
Assim, não tenho dúvida – como a emitente relatora da
ação direta também o expressou – de que seria inválida
a reedição substancial da medida provisória revogada
na mesma sessão legislativa, tanto quanto o seria a
reedição da medida provisória rejeitada ou caduca.”
50.
No mesmo sentido foi o voto do Min. Carlos Ayres Britto, que
com precisão aponta:
“... uma vez revogada a medida provisória, é evidente
que ela não poderá ser reeditada no curso da presente
sessão legislativa. Não há como fazê-lo. O Presidente
da República decaiu do poder de dispor sobre a matéria
mediante medida provisória. É uma consequência
natural.”
51.
E, por fim, no mesmo sentido manifestou-se o Min. Gilmar
Mendes:
“E certo que há, como demonstrado aqui, a
preocupação com a possibilidade de que, a partir desse
reconhecimento [da possibilidade de revogação de
medida provisória por outra], se verifique a fraude à
Constituição, burlando, especialmente, o comando
relativo à proibição de reedição.
Não obstante, essa possibilidade de revogação de
medida provisória por outra não pode levar ao extremo
de se admitir, posteriormente, a edição de uma medida
provisória com o mesmo teor da medida provisória
revogada. É que o § 10 do art. 62 proíbe expressamente
a reedição de medida provisória. E a reprodução do
texto da medida provisória revogada em nova medida
provisória importará reedição da mesma, já que aquela
ainda será apreciada pelo Congresso Nacional.
Assim. (...) não estou a reconhecer que dessa conclusão
se extraia, também - como já foi ressaltado, aqui, pela
Ministra Ellen e pelos Ministros Sepúlveda Pertence,
Nelson Jobim e Ayres Britto -, a possibilidade de se
reeditar medida provisória. Do contrário teria sido
inócuo todo o esforço que se fez para produzir essa
difícil solução em torno da Emenda nº 32.
Essa cautela se impõe, com maior razão, com relação
às alterações sucessivas, para que não se retome uma
prática que a emenda constitucional afastou.”
52.
Claramente se depreende dos excertos colacionados que essa
Egrégia Corte apontou para a limitação decorrente da interpretação dos
dispositivos constitucionais: ainda que se possa cogitar, por razões até mesmo
políticas, da revogação de uma medida provisória por outra, não é viável que
o seu conteúdo seja reeditado, por outra medida provisória, na mesma
sessão legislativa em que se deu a revogação ou a perda de eficácia ou
rejeição.
53.
Tal raciocínio pode ser estendido para o caso de Medida
Provisória ainda em tramitação, cuja deliberação ainda esteja pendente
pelo Congresso Nacional.Com efeito, a reedição, mesmo antecipada em
face da revogação do texto da Medida Provisória em vigor pela mesma medida
provisória, ou por outra, é integralmente obstaculizada pelo art. 62, § 10, da
CF, incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001.
54.
A tentativa de reeditar a Medida Provisória antes do
encerramento de seu prazo de vigência, com o fito de contornar o limite
constitucional (medida provisória que tenha perdido a eficácia ou tenha sido
rejeitada) é mera tentativa de fraude à Constituição, de tentar levar o intérprete
constitucional a considerar que o dispositivo constitucional não foi
descumprido, pois ele pressuporia que a rejeição ou o decurso de prazo já
tenham acontecido, como pressuposto à vedação de reedição. É esse o
entendimento de Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco:
“Na ADI-MC 293, O STF decidiu que se a medida
provisó-ria não é convertida em lei, por haver sido
repelida pelo Congresso Nacional, a manifestação de
vontade do Legis-lativo nessa área deve preponderar,
não cabendo ao Executivo insistir na edição da norma,
sob pena de quebra do principio da harmonia e
independência dos Poderes. Esse entendimento
continua válido na vigência da EC n. 32/2001, que
entretanto, abre a possibilidade de a medida provisória
ser reeditada em outra sessão legislativa (CF, art. 61, §
10). A medida provisória pode ser reeditada na
sessão legislativa seguinte àquela em que ocorreu
a rejeição (e não na seguinte àquela em que foi
editada), já que o fenômeno relevante a ser
tomado em conta é a manifestação negativa do
Congresso (ou o decurso do prazo para aprovação
da medida). Essa rejeição é que somente pode ser
superada em outra sessão legislativa." (Curso de
Di-reito Constitucional. Saraiva: São Paulo, 10ª Ed, 2015,
p. 921)(grifamos)
55.
Mas é, como claramente demonstrado, uma fraude à vontade do
constituinte derivado, o que enseja a atuação desta Corte a fim de expurgar
definitivamente a Emenda Constitucional ora impugnada, bem como, a fim
de delimitar a interpretação adequada do disposto no § 10, do art. 62 da
Constituição, incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001.
56.
Urge, portanto, que seja fixada a interpretação conforme do
referido dispositivo para que seja vedada a reedição do conteúdo de medida
provisória na mesma sessão legislativa em que se deu a revogação, perda de
eficácia ou rejeição, ou, ainda, para que seja vedada a reedição do conteúdo
de medida provisória ainda pendente de deliberação pelo Congresso
Nacional.
IV -
DA URGÊNCIA PARA CONCESSÃO DE LIMINAR
57.
A relevância jurídica e a premência justificadoras da suspensão
dos efeitos jurídicos da norma, até o julgamento final desta ação direta de
inconstitucionalidade, resulta da necessidade de se assegurar a preservação do
sistema constitucional violado, preservando a identidade e a eficácia dos
limites formais e materiais a edição de Medidas Provisórias.
58.
Assim, o tema ora sob análise comporta prestação jurisdicional
antecipada, que desde já se requer, eis que estão presentes todos os
pressupostos para a concessão da medida.
59.
A relevância constitucional, que evidencia a plausibilidade
jurídica desta ação direta e o “fumus boni juris” encontra relevo no próprio
delineamento das inconstitucionalidades aqui apresentadas.
60.
De resto, manifesta-se o fumus boni juris pela evidente
incompatibilidade da situação com o sentido do art. 62, “caput” e seu §10, da
Carta Magna, demonstrada pela reiterada manifestação desse Supremo
Tribunal Federal, dado o conteúdo da Medida Provisória inquinada, e a
produção ilegítima de efeitos na ordem jurídica, permitindo a prática de atos
concretos de gestão, a investidura em cargos públicos, a edição de atos
normativos e regulamentos complementares e a aplicação de recursos
públicos, sem o amparo constitucional necessário à sua validade.
61.
Caracteriza-se, ainda, o periculum in mora pelo simples fato de
que, vigente a Medida Provisória nº 782, de 2017, materializa-se situação – a
criação de cargos e órgãos públicos – em total contrariedade ao princípio da
legalidade, colocando em risco a própria segurança jurídica dos atos
praticados por agentes públicos no exercício de competências e capacidades
ilegitimamente atribuídas, produzindo atos administrativos os mais diversos,
mas que, pela ausência de agente capaz, estarão sujeitos a sua nulificação.
62.
Situações que, embora já verificadas na vigência da Medida
Provisória nº 768, passam a não mais poder ser continuadas, mas que, com a
Medida Provisória nº 782, de 2017, continuam a vigorar, ilegitimamente,
apenas e somente por força do desrespeito ao limite constitucional à edição
de medida provisória com caráter de reedição, como é o caso da Medida
Provisória em questão, que reproduz, em sua quase totalidade, o teor de
medida provisória por ela mesma revogada, e cuja perda de eficácia se daria –
não fosse a própria Medida Provisória 782, de 2017 -, no dia 1 de junho de
2017.
63.
A concessão da liminar impedirá a produção de tais efeitos,
desobrigando o Congresso Nacional de apreciar a referida medida provisória
irregularmente editada, sem, contudo, impedir que, ao término da Sessão
Legislativa em curso, o Chefe do Poder Executivo possa fazer uso da sua
prerrogativa constitucional se presentes os requisitos de urgência e
relevância.
64.
Acham-se plenamente caracterizados, portanto, o fumus boni
juris e o periculum in mora, seja pelo flagrante descumprimento da
Constituição, seja pela possibilidade real e factual de que seja continuada a
vigência de efeitos de medida provisória cuja perda de eficácia, na atual sessão
legislativa, demonstrava a rejeição tácita de seu conteúdo.
65.
Requer-se, então, o deferimento da medida cautelar para
suspender a vigência do inteiro teor da Medida Provisória 782, de 2017,
inaudita altera pars, a fim de evitar lesão de difícil reparação à sociedade
brasileira, até final julgamento da presente ADI.
V - DO PEDIDO FINAL
66.
Ante todo o exposto requer:
a. a concessão de medida cautelar, inaudita altera
pars, com fulcro no art. no art. 10, §3º da Lei 9.868,
de 1999, para suspender a vigência do inteiro teor
da Medida Provisória 782, de 31 de maio de 2017,
a fim de evitar lesão de difícil reparação à sociedade
brasileira, até final julgamento da presente ADI;
b. o conhecimento e o processamento da presente
Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI para,
ao final, ser julgada procedente e declarar-se a
inconstitucionalidade do inteiro teor da Medida
Provisória 782, de 2017, bem como para declarar a
inconstitucionalidade sem redução de texto, a fim
de promover a interpretação conforme do § 10 do
art. 62 da Constituição para que:
i. seja vedada a reedição do conteúdo de
medida provisória na mesma sessão
legislativa em que se deu a revogação, perda
de eficácia ou rejeição;
ii. seja vedada a reedição do conteúdo de
medida provisória ainda pendente de
deliberação pelo Congresso Nacional;
67.
A oitiva do Congresso Nacional, nos termos legais;
68.
A citação do Advogado Geral da União - AGU para vir
defender, querendo, o diploma legal impugnado;
69.
A manifestação do Procurador Geral da República para,
segundo se espera, opinar favoravelmente à pretensão aqui deduzida.
70.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília, 06 de Junho de 2017.
LUIZ ALBERTO DOS SANTOS
OAB DF 49777 e OAB RS 26485
GABRIEL DE CARVALHO SAMPAIO
OAB/SP 252.259
BRENO BERGSON SANTOS
QUADRO COMPARATIVO
LEI Nº 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 782, DE 31 DE MAIO DE 2017
Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá outras providências.
Estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:
CAPÍTULO I Objeto e âmbito de aplicação
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Art. 1º Esta Medida Provisória estabelece a organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios.
§ 1º O detalhamento da organização dos órgãos de que trata esta Medida Provisória será definido nos decretos de estrutura regimental.
Seção I § 2º Ato do Poder Executivo federal estabelecerá a
vinculação das entidades aos órgãos da administração pública federal.
Da Estrutura Órgãos da Presidência da República
Art. 1º A Presidência da República é constituída, essencialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)
Art. 2º Integram a Presidência da República:
I - pela Casa Civil; (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)
I a Casa Civil; II – pela Secretaria de Governo da Presidência da
República; (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
II a Secretaria de Governo;
XIV - pela Secretaria-Geral da Presidência da República. (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
III a Secretaria-Geral;
III – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
V - pelo Gabinete Pessoal; (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)
IV o Gabinete Pessoal do Presidente da República; e
VI - pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
V o Gabinete de Segurança Institucional.
§ 1º Integram a Presidência da República, como órgãos de assessoramento imediato ao Presidente da República:
§ 1º Integram a Presidência da República, como órgãos de assessoramento imediato ao Presidente da República:
I - o Conselho de Governo; I o Conselho de Governo;
II - o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social;
II o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social;
III - o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;
III o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional;
V - o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte;
V o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte;
§ 3º Integram, ainda, a Presidência da República a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX e o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos. (Redação dada pela Lei nº 13.324, de 2016)
VI o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República;
VII a Câmara de Comércio Exterior CAMEX
VI - o Advogado-Geral da União; VIII o Advogado-Geral da União; e
VI - o Advogado-Geral da União; IX a Assessoria Especial do Presidente da República.
VII - a Assessoria Especial do Presidente da República;
VIII - (Revogado pela Lei 11.497, de 2007)
IX - (revogado) (Redação dada pela Lei nº 11.204, de 2005)
X - (revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
§ 2º Junto à Presidência da República funcionarão, como órgãos de consulta do Presidente da República:
§ 2º São órgãos de consulta do Presidente da República:
I - o Conselho da República; I o Conselho da República; e II - o Conselho de Defesa Nacional. II o Conselho de Defesa Nacional. Seção II
Das Competências e da Organização Casa Civil da Presidência da República Art. 2º À Casa Civil da Presidência da República
compete: (Redação dada pela Lei nº 12.462, de 2011)
Art. 3º À Casa Civil da Presidência da República compete:
I - assistir direta e imediatamente ao Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente: (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
I assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente:
a) na coordenação e na integração das ações do Governo; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
a) na coordenação e na integração das ações governamentais;
b) na verificação prévia da constitucionalidade e legalidade dos atos presidenciais; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
b) na verificação prévia da constitucionalidade e da legalidade dos atos presidenciais;
c) na análise do mérito, da oportunidade e da compatibilidade das propostas, inclusive das matérias em tramitação no Congresso Nacional, com as diretrizes governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
c) na análise do mérito, da oportunidade e da compatibilidade das propostas, inclusive das matérias em tramitação no Congresso Nacional, com as diretrizes governamentais;
d) na avaliação e monitoramento da ação governamental e da gestão dos órgãos e entidades da administração pública federal; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
d) na avaliação e no monitoramento da ação governamental e da gestão dos órgãos e das entidades da administração pública federal;
e) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
[A NÃO REPETIÇÃO DESSAS ALÍNEAS, EM TEXTO QUE REVOGA INTEGRALMENTE A
LEI 10.683, TEM O MESMO EFEITO DERROGATÓRIO QUE A MPV 768] f) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017)
(Produção de efeitos)
g) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
h) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
i) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
j) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
k) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
l) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
m) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
n) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
o) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
p) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
q) (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
II - promover a publicação e a preservação dos atos oficiais. (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
II publicar e preservar os atos oficiais;
III promover a reforma agrária; [COMPETÊNCIA TRANSFERIDA À CCPR PELO DECRETO 8889/2016]
IV promover o desenvolvimento sustentável do segmento rural constituído pelos agricultores familiares; e [COMPETÊNCIA TRANSFERIDA À CCPR PELO DECRETO 8889/2016]
V delimitar as terras dos remanescentes das comunidades dos quilombos e determinar as suas demarcações, a serem homologadas por decreto. [COMPETÊNCIA TRANSFERIDA À CCPR PELO DECRETO 8889/2016]
Parágrafo único. A Casa Civil tem como estrutura básica: (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
Art. 4º A Casa Civil da Presidência da República tem como estrutura básica:
I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
III - o Gabinete; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
I -o Gabinete; IV - a Secretaria Executiva; (Redação dada pela Lei
nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
II a Secretaria-Executiva; III a Assessoria Especial;
IV a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário; [SECRETARIA TRANSFERIDA À CCPR PELO DECRETO 8865/2016]
V - até três Subchefias; (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
V até três Subchefias; VI (Revogada pela Medida Provisória nº 768, de
2017) (Produção de efeitos)
[A NÃO REPETIÇÃO DESSAS ALÍNEAS, EM TEXTO QUE REVOGA INTEGRALMENTE A LEI 10.683, TEM O MESMO EFEITO DERROGATÓRIO QUE A MPV 768]
II - a Imprensa Nacional; (Incluído pela Lei nº 12.462, de 2011)
VII - até três Secretarias. (Incluído pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
VII o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. [ÓRGÃO TRANSFERIDO À CCPR PELO DECRETO 8889/2016]
Secretaria de Governo da Presidência da República Art. 3º À Secretaria de Governo da Presidência da
República compete assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
Art. 5º À Secretaria de Governo da Presidência da República compete:
I assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente:
IX - no relacionamento e articulação com as entidades da sociedade civil e na criação e implementação de instrumentos de consulta e participação popular de interesse do Poder Executivo federal; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
a) no relacionamento e na articulação com as entidades da sociedade civil e na criação e na implementação de instrumentos de consulta e de participação popular de interesse do Poder Executivo federal;
X - na promoção de análises de políticas públicas e temas de interesse do Presidente da República e na realização de estudos de natureza político-institucional; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
b) na realização de estudos de natureza político-institucional;
c) na coordenação política do Governo federal;
I - na condução do relacionamento do Governo federal com o Congresso Nacional e com os partidos políticos; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
d) na condução do relacionamento do Governo federal com o Congresso Nacional e com os partidos políticos; e
IV - na interlocução com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
e) na interlocução com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
II – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
III – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
XV - na formulação, supervisão, coordenação, integração e articulação de políticas públicas para a juventude; e (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
II formular, supervisionar, coordenar, integrar e articular políticas públicas para a juventude;
XVI - na articulação, promoção e execução de programas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados à implementação de políticas de juventude. (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
III articular, promover e executar programas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, destinados à implementação de políticas de juventude;
IV coordenar o programa Bem Mais Simples; [COMPETÊNCIA JÁ TRANSFERIDA À SEGOV PR PELO DEC 9038/2017]
V – (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.266, de 2016)
V formular, coordenar, definir as diretrizes e articular políticas públicas para as mulheres, incluídas atividades antidiscriminatórias e voltadas
à promoção da igualdade entre homens e mulheres; e
VI - (Revogado pela Lei 11.497, de 2007) VI o exercício de outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Presidente da República.
VII - (Revogado pela Lei 11.497, de 2007) VIII - (Revogado pela Lei 11.497, de 2007)
Parágrafo único. Caberá ao Secretário-Executivo da Secretaria de Governo da Presidência da República exercer, além da supervisão e da coordenação das Secretarias integrantes da estrutura regimental da Secretaria de Governo da Presidência da República subordinadas ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, as atribuições que lhe forem por este cometidas. XI - na formulação da política de apoio à
microempresa, à empresa de pequeno porte e ao artesanato; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
COMPETÊNCIAS JÁ TRANSFERIDAS AO MDIC PELO DECRETO 9038/2017 XII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.341,
de 2016) (Produção de efeito)
XIII - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.341, de 2016) (Produção de efeito)
XIV - na articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos na integração para o registro e legalização de empresas; (Redação dada pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
COMPETÊNCIAS TRANSFERIDAS AO MDIC PELO DECRETO 9038/2017
Parágrafo único. A Secretaria de Governo tem como estrutura básica: (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
Art. 6º A Secretaria de Governo da Presidência da República tem como estrutura básica:
II - o Gabinete; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
I - o Gabinete; III - a Secretaria-Executiva; (Incluído pela Medida
Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
II a Secretaria-Executiva; I - a Assessoria Especial; (Incluído pela Medida
Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
III a Assessoria Especial; VIII - a Secretaria Nacional de Juventude; (Incluído
pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
IV a Secretaria Nacional de Juventude;
IV - a Secretaria Nacional de Articulação Social; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
V a Secretaria Nacional de Articulação Social;
V - a Secretaria Nacional de Assuntos Federativos; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
[CONTEMPLADO NA FORMA DO INCISO XII A SEGUIR]
VI - a Secretaria Especial de Micro e Pequena Empresa; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
TRANFERIDA PARA O MDIC – DECRETO 9038/2017]
VI a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres;
X - o Conselho Nacional de Juventude. (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
VIII o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher;
IX o Conselho Deliberativo do Programa Bem Mais Simples Brasil;
VII - a Secretaria-Executiva do Programa Bem Mais Simples (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
X a Secretaria-Executiva do Programa Bem Mais Simples;
XI até uma Secretaria; e IX - a Subchefia de Assuntos Parlamentares; e
(Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
XII até duas Subchefias.
Secretaria-Geral da Presidência da República Art. 3º-A. À Secretaria-Geral da Presidência da
República compete assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições, especialmente: (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
Art. 7º À Secretaria-Geral da Presidência da República compete:
I assistir direta e imediatamente o Presidente da República no desempenho de suas atribuições: I - na supervisão e execução das atividades
administrativas da Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da República; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
a) na supervisão e na execução das atividades administrativas da Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da República;
II - no acompanhamento da ação governamental e do resultado da gestão dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidência da República e da Vice-Presidência da República, além de outros determinados em legislação específica, por intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
b) no acompanhamento da ação
governamental e do resultado da gestão dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidência da República e da Vice-Presidência da República, além de outros determinados em legislação específica, por intermédio da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
III - no planejamento nacional de longo prazo; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
c) no planejamento nacional de longo prazo;
IV - na discussão das opções estratégicas do País, considerada a situação atual e as possibilidades para o futuro; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
d) na discussão das opções estratégicas do País, consideradas a situação atual e as possibilidades para o futuro;
V - na elaboração de subsídios para a preparação de ações de governo; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
e) na elaboração de subsídios para a preparação de ações de governo;
VIII - na coordenação da comunicação interministerial e das ações de informação e de difusão das políticas de governo; (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
f) na comunicação com a sociedade e no relacionamento com a imprensa nacional, regional e internacional;
XIX - na coordenação, monitoramento, avaliação e supervisão das ações do Programa de Parcerias de Investimentos - PPI e no apoio às ações setoriais necessárias à sua execução; e (Incluído pela Medida Provisória nº 768, de 2017) (Produção de efeitos)
g) na coordenação, no monitoramento, na avaliação e na supervisão das ações do Programa de Parcerias de Investimentos e no apoio às ações setoriais necessárias à sua execução; e