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Academic year: 2021

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Carcaça

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© 2016 Josoaldo Lima Rêgo

Este livro segue as normas do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, adotado no Brasil em 2009. Coordenação Editorial Isadora Travassos Produção Editorial Eduardo Süssekind Rodrigo Fontoura Victoria Rabello Ilustração de capa Diego Dourado 2016

Viveiros de Castro Editora Ltda.

Rua Visconde de Pirajá, 580/ sl. 320 – Ipanema Rio de Janeiro | rj | cep 22410-902

Tel. (21) 2540-0076

cip-brasil. catalogação na publicação sindicato nacional dos editores de livros, rj r267c

Rêgo, Josoaldo Lima

Carcaça / Josoaldo Lima Rêgo. - 1. ed. - Rio de Janeiro : 7Letras, 2016.

isbn 978-85-421-0430-1 1. Poesia brasileira. I. Título.

16-30229 cdd: 869.91

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Sumário

finisterra

Jauára Ichê 17 Torres-García 18 Planisfério 19 Calhas 20

Planta baixa do beco 21

Distâncias 22

Os pássaros 24

Floresta 25 Fraturas 26

Viagem à Itália 29

Nos baixões de Altamira 30

Cerrado 31 Desterro 32 Natimudo 33 Mar 34 Baía 35 Nômade 36 Mediterrâneo 37 Pele 38 Inversões 39 Sorvedouro 48

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Lugar 49 Convergência 50 Carcaças 51 Alinhador de trilhos 52

motim

Eusébio 59 Dois garotos explodem no calor do canavial 60 Motins 61

5 Andaimes 73

Os betoneiros 78

Alguma fome 79

Memória do corpo submerso 80

Imagino os arredores da cidade e o circo numa maré 81 Ka’apor 83

anotações

64 Títulos 87

ensaios

Antifesta 93 Pedra da memória 94 Limites 95 Esvaído 96 Sombra 97

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Velocidade 98

O jogo 99

Mercator 100

Quando um italiano desaparece 101

A terra de Polifemo 102

Esquecer o retorno 103

Identificações 104

Goethe se dirige ao sul 106

Qualquer 108 Carbono 109 Germinação 110 Matagal 111 Ninguém 1 112 Ninguém 2 113 Pedra de cantaria 114 Entrevero 115 Alteridades 116 Notas de viagem 117 Ladrilho 121 Transparência 122 Emergências 123 Mistura 124 Rumor 125 Árvores 126 [Tilacino...] 127

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uma espera inversa

por Júlia Studart

O lance é mais ou menos assim, como está em Benito

Cereno, quando o negro Babo e o negro Atufal, seu

aju-dante, jogam três homens ao mar, vivos e amarrados, bem na frente de seu capitão. A imagem que dá começo a um motim, retirada do texto forte de Herman Melville, sugere uma aventura política: é o crime contra a disci-plina, é a revolta, a desobediência. E é principalmente a imagem de um levante, o que também compõe este livro como uma espécie de grito silencioso de quem caminha devagar entre um passo que oscila e um passo firme. Uma pergunta é como podemos tomar posição diante desse

Carcaça de Josoaldo Lima Rêgo, um poeta-geógrafo,

enquanto cada um de seus poemas provoca e produz sem parar reimpressões errantes desse mundo que se anuncia para nós, aparentemente, quase sempre em ordem.

Dividido em 4 partes – Finisterra, Motim, Anotações,

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retomada desde a epígrafe, “Passa, qual fora o coração das trevas /Agitado no meio do universo!”, o livro sugere uma “espera inversa” como a que está no desenho do mapa de uma América do Sul de ponta cabeça feito por Torres García. E assim ele escreve no poema que tem como título o nome do artista-pensador uruguaio:

se a espera é inversa do mar do sul ao do norte em círculo, recusa e conversão o que domina a pais agem é uma es

pécie de capitão-do-mato comedor de pequenas ilusões espaciais

Essa desestrutura, desnorte e revirada, que vem na imagem de uma ossada, estrutura acabada ou abando-nada, esse corpo vazio e sem alma expandido para algu-mas “ilusões espaciais”, nos convida a ler e ver uma poesia sem mesura em meio a uns enganos centralizadores do que se costuma chamar ainda nacionalmente de “brasi-leira” e, ao mesmo tempo, nos aponta também um cará-ter de “verdade parcelada”, a que não tem extremidades de língua, margem, litoral, sombra e imaginação crítica. Perder a ideia de centro – “deixar todo centro vazio e dis-ponível” – é um pouco do que vem no gesto de Josoaldo com o poema. Como propõe o que lhe aparece linha a linha como um rosto distante exatamente no desvio que esse desenho de Torres García nos projeta como impasse num jogo com o horizonte.

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Assim, o que temos, como livro, é uma série de recomposição do esqueleto e das vísceras em poemas portáteis, não apenas porque pequenos ou rápidos, quase todos, mas porque são forjados com uma força e uma intermitência do mínimo, quando “a poesia ema-ranhada na cultura” dispara modulações e contrastes ainda impensados e quase invisíveis. Tanto é que quase no início do livro ele aponta, no pequeno Planisfério, para essa viragem:

O múltiplo das pequenas coisas – a pergunta que é trama e espuma na pena capital.

Josoaldo, com esse livro agora, esse Carcaça, numa partilha com seus 3 livros anteriores, reelabora mais uma vez e como sempre tem procurado fazer, de outra maneira, uma postura política silenciosa, leve e muito pertinente com os artifícios de um pensamento que vem não só de suas pesquisas como professor do curso de Geografia [ufma], mas também a partir delas para reani-mar os sentidos do poema com experiências desobedien-tes que abrem e reabrem a língua contra essa forma batida de apenas dizer sem inventar outra terra, outros mundos. Por isso o seu fare la festa diante do poema tem outros encantos e todos os seus livros, assim como esse agora [e daí vem a ideia dessa “carcaça”, como sobra e distância], são aberturas muito sensíveis com as formas de ler e de imaginar perspectivas para alguma ou qual-quer esperança possível, por mínima e invisível que nos

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seja. Em Antifesta nos apresenta um bom exemplo dessa “espera inversa”:

Deve ser pouco, mais ou menos isso, o que sobra e não tem mais solução O que está claro de imaginar. A boca em desamparo, sem reflexo e ainda cheia de possibilidades Leves, vazios, achados em

círculos e carregados duma potência de existir, terra arrasada, os lugares imaginários de qualquer infância Por querer sempre mais. Muitos quixotes atrás do método de recom posição das sombras

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Passa, qual fora o coração das trevas Agitado no meio do universo!

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jauára ichê

O mundo não acaba em tuas mãos A borda da dobra é frouxa

Da Anatólia vês o Piauí Do Pantanal, a Antuérpia

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torres-garcía

se a espera é inversa do mar do sul ao do norte em círculo, recusa e conversão

o que domina a pais agem é uma es

pécie de capitão-do-mato comedor de pequenas ilusões espaciais

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planisfério

O múltiplo das pequenas coisas – a pergunta que é trama e espuma na pena capital

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calhas

Algumas peças caem sobre o pátio do colégio e as calhas enchem A máquina des monta A chuva é o começo

Referências

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