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SECTOR DOS ÓLEOS VEGETAIS

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(1)

PNAPRI - P

LANO NACIONAL DE

P

REVENÇÃO DOS

R

ESÍDUOS

I

NDUSTRIAIS INSTITUTO NACIONAL DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA INDUSTRIAL

Lisboa

Setembro 2001

GUIA TÉCNICO

SECTOR DOS ÓLEOS VEGETAIS

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página i

FICHA TÉCNICA

Coordenação :

Engº José Miguel Figueiredo Telefone : 21 716 51 41 (ext. 2356) e-mail : Jose.Figueiredo@mail.ineti.pt

Equipa Técnica :

Engª Catarina Alexandra da Fonseca Ribeiro Telefone : 21 716 51 41 (ext. 2385)

e-mail : Catarina.Ribeiro@mail.ineti.pt

Engª Maria Leonor Camilo Sota Telefone : 21 716 51 41 (ext. 2385)

e-mail : Leonor.Sota@mail.ineti.pt

Engº Paulo Alexandre da Luz Dias Barroca Telefone : 21 716 51 41 (ext. 2382)

e-mail : Paulo.Barroca@mail.ineti.pt

INETI – Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial DMTP – Departamento de Materiais e Tecnologias de Produção Estrada do Paço do Lumiar 1649-038 Lisboa

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página ii

AGRADECIMENTOS

Para a elaboração do Guia Técnico do Sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados contámos com a preciosa colaboração de algumas entidades, sem o apoio das quais não tinha sido possível a sua realização. Assim, apresentamos o nosso agradecimento :

- à Federação das Indústrias de Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados, na pessoa do Eng.º Jaime Braga, por todo o apoio, informação e sugestões prestadas e

- às empresas que se disponibilizaram para serem visitadas e/ou preencherem o inquérito distribuído.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página iii

ÍNDICE GERAL

1.INTRODUÇÃO ...1

2.OBJECTIVOS ...2

3.CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR ...3

3.1. Subsectores Industriais e universo de estudo ...3

3.2. Distribuição Geográfica ...5

3.3. Análise da dimensão das empresas...8

3.3.1. Pessoal ao serviço...8

3.3.2. Volume de negócios ...12

3.4. Caracterização do Processo de Fabrico...13

3.4.1. Fabricação de Óleos Vegetais Brutos ...13

3.4.2. Refinação de Óleos e Gorduras...16

3.4.3. Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares...19

3.4.4. Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina ...21

3.4.5. Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção ...30

3.4.6. Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene...32

3.5. Resíduos Industriais...33

3.5.1. Análise global dos resíduos do sector...33

3.5.2. Classificação e quantificação dos resíduos...35

3.5.3. Gestão actual dos resíduos ...40

4. POTENCIAL DE PREVENÇÂO...45

4.1. Síntese do Potencial de Prevenção ...45

4.2. Tecnologias / Medidas de Prevenção ...46

BIBLIOGRAFIA ...51

LISTA GERAL DE ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E ASSOCIAÇÕES NACIONAIS E SECTORIAIS ...52

LEGISLAÇÃO ...53

ANEXOS – Hierarquização dos resíduos gerados em cada subsector por perigosidade e quantidade...55

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página iv

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Subsectores que constituem o Sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados e principais produtos associados...3

Quadro 2 – Número de empresas das quais existem dados sobre a quantidade de resíduos gerada e número total de empresas existentes (fabricantes e não fabricantes) em cada um dos 6 subsectores...4

Quadro 3 - Distribuição numérica e percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço, para os 6 subsectores...9

Quadro 4 - Volume de negócios, em 1998, dos 6 subsectores do sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados...13

Quadro 5 - Composição relativa dos diferentes tipos de produtos fabricados no subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares...19

Quadro 6 - Quantidade global de resíduos industriais perigosos e não perigosos gerada pelos 6 subsectores...35

Quadro 7 - Quantidade anual de resíduos industriais gerada pelo sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados...36

Quadro 8 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação de Óleos Vegetais Brutos e Refinação de Óleos e Gorduras e sua correlação com as operações que os geram...37

Quadro 9 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares e sua correlação com as operações que os geram...38

Quadro 10 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina e Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção e sua correlação com as operações que os geram...39

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página v

Quadro 11 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene e sua correlação com as operações que os geram...40

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página vi

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Óleos Vegetais Brutos...5

Gráfico 2 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector da Refinação de Óleos e Gorduras...6

Gráfico 3 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares...6

Gráfico 4 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina...7

Gráfico 5 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção...7

Gráfico 6 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene...8

Gráfico 7 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Óleos Vegetais Brutos...9

Gráfico 8 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Refinação de Óleos e Gorduras...10

Gráfico 9 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares...10

Gráfico 10 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina...11

Gráfico 11 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção...11

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página vii

Gráfico 12 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene...12

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página viii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Diagrama do processo de fabrico de óleos vegetais brutos...14

Figura 2 – Diagrama do processo de refinação de óleos e gorduras...18

Figura 3 – Diagrama do processo de fabrico de margarinas...21

Figura 4 – Diagrama do processo de fabrico de sabão base...23

Figura 5 – Diagrama do processo de fabrico de sabão "off"...24

Figura 6 – Diagrama do processo de fabrico de sabão "super"...25

Figura 7 – Diagrama do processo de fabrico de sabão "mole"...26

Figura 8 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes em pó atomizados...28

Figura 9 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes em pó não atomizados..29

Figura 10 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes líquidos...29

Figura 11 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes para cozinha, casa de banho e lava-tudo...30

Figura 12 – Diagrama do processo de fabrico de produtos de limpeza, polimento e protecção...31

Figura 13 – Diagrama do processo de fabrico de perfumes, cosméticos e produtos de higiene...32

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 1

1.INTRODUÇÃO

A Comunidade Europeia , através da Resolução do Conselho de Ministros da União Europeia 97/C76/01, define a actual estratégia comunitária em matéria de gestão de resíduos, numa perspectiva que visa dar prioridade à prevenção em detrimento de acções curativas. Esta posição insere-se numa estratégia mais alargada que tem por base o conceito de desenvolvimento sustentável.

Através da Resolução nº 98/97 do Conselho de Ministros, Portugal define a sua estratégia de gestão de resíduos industriais que, para além de reafirmar o princípio da responsabilidade do produtor pelo destino dos resíduos que produz, refere que uma eficiente gestão de resíduos industriais passa necessariamente pela separação dos restantes tipos de resíduos, nomeadamente os urbanos, bem como a sua separação em banais e perigosos.

De forma a dar cumprimento às resoluções referidas, surge em 1999 o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI), aprovado pelo Decreto-Lei nº516/99 de 2 de Dezembro, que define as directrizes gerais para a gestão dos resíduos industriais produzidos em Portugal.

Na sequência da implementação do PESGRI surge o Plano Nacional de Prevenção de Resíduos Industriais (PNAPRI), que consiste num conjunto de metas e acções faseadas no tempo que visam a prevenção dos resíduos industriais. Associados ao PNAPRI foram elaborados Guias Técnicos Sectoriais específicos para cada sector industrial.

Assim, surge o presente Guia Técnico, relativo ao Sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados. Este documento pretende ser um instrumento de trabalho, que auxilie as empresas na adopção de soluções de produção ecoeficiente, por forma a reduzir o quantitativo e/ou perigosidade dos resíduos actualmente produzidos pelo sector, introduzindo, simultaneamente, benefícios económicos ao nível do processo de fabrico.

Neste sentido, efectuou-se um levantamento da quantidade de resíduos industriais actualmente produzidos pelo sector, da situação das empresas no que diz respeito à prevenção de resíduos e das tecnologias e medidas de prevenção já aplicadas ou com potencial de aplicação nas empresas portuguesas.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 2

2.OBJECTIVOS

O presente Guia Técnico pretende ser um instrumento de consulta para as empresas do sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados, onde poderão encontrar referidas tecnologias e medidas de prevenção conducentes a uma minimização da quantidade e/ou da perigosidade dos resíduos actualmente produzidos, de uma forma economicamente atractiva e assim apoiar as empresas na tomada das decisões mais correctas no domínio da prevenção dos resíduos industriais por elas produzidos.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 3

3.CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR

3.1. S

UBSECTORES

I

NDUSTRIAIS E UNIVERSO DE ESTUDO

O Sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados é bastante diversificado, englobando a produção de diferentes tipos de produtos. Sendo assim, este sector está dividido nos 6 subsectores, referidos no Quadro 1, de acordo com a classificação da actividade económica das empresas que dele fazem parte.

Quadro 1 – Subsectores que constituem o Sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados e principais produtos associados.

Subsector CAE Principais produtos

Fabricação de Óleos Vegetais Brutos 15 413 Óleo de girassol; óleo de soja; farinhas para rações Refinação de Óleos e Gorduras 15 420 Óleos e azeite refinados

Fabricação de Margarinas e de Gorduras Alimentares

Similares 15 430

Margarinas; minarinas; cremes para barrar; shortenings

Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina 24 511 Sabões; detergentes para roupa e loiça

Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e

Protecção 24 512

Ceras; graxas; produtos de limpeza de chão; desengordurantes; produtos de conservação da madeira Sector dos Ó leos v e get a is, deriv a dos e equip a rados

Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de

Higiene 24 520

Produtos para cuidado da pele; shampoos;

amaciadores; perfumes; after-shaves; dentífricos; cremes para a barba

Com a colaboração da Federação das Indústrias de Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados (FIOVDE), foram seleccionadas, em cada um destes subsectores, empresas para serem visitadas.

No Quadro 2, apresenta-se, para os 6 subsectores , o número de empresas das quais foi possível obter dados reais sobre a quantidade de resíduos gerada, relativamente ao número total de empresas existentes. Os dados relativos ao número total de

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 4

empresas são o resultado da conjugação das informações fornecidas pela FIOVDE, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Ministério do Trabalho (através do Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional - DETEFP).

Verifica-se que em determinados subsectores, nomeadamente de uma forma mais acentuada nos subsectores da Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene e Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina, existem muitas empresas que exercem apenas actividade comercial, apesar de possuírem um número de CAE que as classifica como fabricantes. Para visita foram apenas seleccionadas empresas fabricantes.

Neste enquadramento é de realçar que do total de empresas fabricantes eram conhecidos valores reais da quantidade de resíduos gerados para cerca de 53% dessas empresas. A caracterização do sector é feita para o universo de todas as empresas existentes. Relativamente à quantificação dos resíduos, foi efectuada a sua extrapolação para as restantes 47% de empresas.

Quadro 2 – Número de empresas das quais existem dados sobre a quantidade de resíduos gerada e número total de empresas existentes (fabricantes e não fabricantes) em cada um dos 6 subsectores.

Nº total de empresas

Empresas para as quais existem dados sobre a quantidade de

resíduos gerada em 1998 Subsector

Fabricantes Não

Fabricantes Nº de empresas % de empresas

Fabricação de Óleos Vegetais Brutos

Refinação de Óleos e Gorduras

17 2 11 65 %

Fabricação de Margarinas e de

Gorduras Alimentares Similares 3 --- 3 100 %

Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção

28 36 11 41 %

Fabricação de Perfumes,

Cosméticos e Produtos de Higiene 36 21 19 53 %

TOTAL 84 59 44 53%

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 5

3.2. D

ISTRIBUIÇÃO

G

EOGRÁFICA

A distribuição geográfica das empresas pertencentes aos 6 subsectores que constituem o sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados é apresentada nos Gráficos 1 a 6 e é baseada nos dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho (Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional – DETEFP) relativos a 1998.

Uma vez que existe alguma diversidade no tipo de produtos fabricados pelos 6 subsectores, é representada a distribuição geográfica para cada um deles individualmente.

Dada a impossibilidade de identificar, separadamente, as empresas fabricantes e não fabricantes ambas foram consideradas para esta representação.

Centro 20% L.V.T. 50% Alentejo 10% Norte 10% Algarve 10% Açores 0% Madeira 0%

Gráfico 1 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Óleos Vegetais Brutos (CAE 15413).

Verifica-se que 50% das empresas do subsector da Fabricação de Óleos Vegetais Brutos se encontra a exercer a sua actividade industrial na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguindo-se a região Centro, onde estão localizadas 20% das empresas, distribuindo-se as restantes pelas regiões Norte, Alentejo e Algarve. Nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores não existem empresas deste subsector.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 6 Norte 14% Centro 14% L.V.T. 58% Alentejo 14% Açores 0% Madeira 0% Algarve 0%

Gráfico 2 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector da Refinação de Óleos e Gorduras (CAE 15420).

No subsector da Refinação de Óleos e Gorduras a maioria das empresas está situada na região de Lisboa e Vale do Tejo (58%), distribuindo-se as restantes, igualmente, pelas regiões Norte, Centro e Alentejo.

Norte 33% L.V.T. 67% Centro 0% Alentejo 0% Algarve 0% Madeira 0% Açores 0%

Gráfico 3 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Margarinas e de Gorduras Alimentares Similares (CAE 15430).

O subsector da Fabricação de Margarinas e de Gorduras Alimentares Similares, constituído apenas por 3 empresas, está concentrado na região de Lisboa e Vale do Tejo (2 empresas) e na região Norte (1 empresa).

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 7 Norte 45% Centro 8% L.V.T. 44% Madeira 3% Açores 0% Alentejo 0% Algarve 0%

Gráfico 4 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina (CAE 24511).

O subsector da Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina, está concentrado na região de Lisboa e Vale do Tejo e na região Norte. A região Centro tem apenas 8% das empresas existentes e a região autónoma da Madeira 3%, não existindo nenhuma empresa nas regiões do Alentejo, do Algarve e na região autónoma dos Açores.

Centro 14% L.V.T. 53% Norte 29% Madeira 0% Açores 0% Algarve 4% Alentejo 0%

Gráfico 5 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção (CAE 24512).

Mais de 50% das empresas do subsector da Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção desenvolvem a sua actividade na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguindo-se a região Norte com 29% das empresas e a região Centro com 14%.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 8 Centro 14% L.V.T. 72% Norte 12% Madeira 0% Açores 0% Alentejo 0% Algarve 2%

Gráfico 6 – Distribuição percentual das empresas por região do país no subsector de Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene (CAE 24520).

A maioria das empresas pertencentes ao subsector da Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene desempenha a sua actividade na região de Lisboa e Vale do Tejo, seguindo-se a região Centro e a região Norte, onde se situam, respectivamente, cerca de 14% e 12% do total de empresas deste subsector.

3.3. A

NÁLISE DA DIMENSÃO DAS EMPRESAS

3.3.1. Pessoal ao serviço

No Quadro 3 é indicada a distribuição, numérica e percentual, das empresas pelos vários escalões de pessoal ao serviço para os 6 subsectores estudados, tendo em conta os dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho (Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional – DETEFP) relativos a 1998.

Para cada subsector, separadamente, é apresentada graficamente essa distribuição percentual, nos Gráficos 7 a 12.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 9

Quadro 3 – Distribuição numérica e percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço, para os 6 subsectores.

Nº de empregados Subsector 1 - 9 10 - 19 20 - 49 50 - 99 100 – 499 ≥≥≥≥ 500 Nº de empresas 4 3 2 0 1 0 Fabricação de Óleos Vegetais

Brutos total de empresas % do número 40% 30% 20% 0% 10% 0%

Nº de empresas 2 2 3 0 0 0 Refinação de Óleos e Gorduras % do número total de empresas 29% 29% 42% 0% 0% 0% Nº de empresas 0 0 1 2 0 0 Fabricação de Margarinas e de Gorduras Ali % do número total de empresas 0% 0% 33% 67% 0% 0% Nº de empresas 14 11 7 0 4 0 Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina % do número total de empresas 39% 31% 19% 0% 11% 0% Nº de empresas 18 5 3 2 0 0 Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento

e Protecção total de empresas % do número 64% 18% 11% 7% 0% 0%

Nº de empresas 32 9 7 6 3 0 Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene % do número total de empresas 56% 16% 12% 11% 5% 0% Fonte : DETEFP, 1998 40% 30% 20% 0% 10% 0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 7 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Óleos Vegetais Brutos (CAE 15413).

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 10 29% 29% 42% 0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 8 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Refinação de Óleos e Gorduras (CAE 15420).

As empresas pertencentes aos subsectores da Fabricação de Óleos Vegetais Brutos e da Refinação de Óleos e Gorduras são na sua maioria pequenas ou médias empresas empregando menos de 50 trabalhadores.

0% 0% 33% 67% 0% 0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 9 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Margarinas e de Gorduras Alimentares Similares

(CAE 15430).

Relativamente ao subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares duas das empresas empregam entre 50 a 100 trabalhadores, sendo a outra empresa de menor dimensão, empregando menos de 50 trabalhadores.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 11 39% 31% 19% 0% 11% 0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 10 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina (CAE 24511).

Dentro deste subsector, empresas de grande dimensão coexistem com pequenas e médias empresas, existindo uma percentagem de 11% que empregam mais de 100 trabalhadores. Nesta representação estão incluídas empresas apenas comerciais que muito provavelmente estarão no escalão dos 0-9 trabalhadores, o que justifica a percentagem de 39% de empresas pertencentes a este escalão.

64% 18% 11% 7% 0%0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 11 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção

(CAE 24512).

No subsector da Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção todas as empresas empregam menos de 100 trabalhadores. Existem 64% de empresas com menos de 9 trabalhadores que incluem, com certeza, empresas comerciais.

(21)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 12 56% 16% 12% 11% 5% 0% 0-9 10-19 20-49 50-99 100-499 >500

Gráfico 12 – Distribuição percentual das empresas por escalão de pessoal ao serviço no subsector da Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene

(CAE 24520).

No subsector da Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene existem empresas de diferentes dimensões, coexistindo empresas com mais de 100 trabalhadores com empresas familiares, algumas com menos de 4 trabalhadores. Um grande número de empresas (56%) são pequenas empresas, com menos de 9 trabalhadores. As maiores empresas, com mais de 100 trabalhadores, representam apenas 5% do total de empresas existentes. Estas são, no entanto, as empresas mais fortes e estáveis, tendo as empresas mais pequenas tendência para desaparecerem.

3.3.2. Volume de negócios

Em 1998, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Federação das Indústrias de Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados (FIOVDE), o volume total de negócios efectuado no sector de Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados foi de 268,7 milhões de contos, distribuídos pelos 6 subsectores da forma indicada no Quadro 4. Para os subsectores de Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina e Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção não está contabilizado para cada um deles individualmente o volume de negócios, razão pela qual se apresenta o volume de negócios total dos dois subsectores.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 13

Quadro 4 – Volume de negócios, em 1998, dos 6 subsectores do sector de Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados.

Subsector CAE Volume de negócios

(milhões de contos)

Fabricação de Óleos Vegetais Brutos 15 413 60,6

Refinação de Óleos e Gorduras 15 420 34,4

Fabricação de Margarinas e de Gorduras Alimentares Similares 15 430 10,3 Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina 24 511

Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção 24 512

84,8

Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene 24 520 78,6

TOTAL 268,7

Fonte: INE ; FIOVDE (1998)

3.4. C

ARACTERIZAÇÃO DO

P

ROCESSO DE

F

ABRICO

3.4.1. Fabricação de Óleos Vegetais Brutos

Os óleos vegetais são obtidos a partir de sementes e frutos oleaginosos, sendo em Portugal as sementes mais utilizadas as de girassol e as de soja.

A semente de soja é essencialmente processada com o objectivo de obtenção de farinhas e pasta, matéria-prima essencial na indústria das rações para onde é posteriormente canalizada, tendo a produção de óleo um carácter secundário, o que se justifica pelo facto de o óleo de soja não constar tradicionalmente dos hábitos alimentares da maioria dos portugueses.

No caso do girassol assiste-se a uma situação inversa, assumindo a pasta e as farinhas obtidas no processo de extracção um carácter secundário.

O processo de fabrico de extracção do óleo destas sementes é constituído pelas operações que a seguir se descrevem de uma forma resumida e esquematizadas na Figura 1.

(23)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 14 Descasque Preparação (trituração, laminagem) Sementes Extracção mecânica Filtração Óleo bruto Óleo bruto Refinação

Extracção por solvente

Pasta Destilação Miscela Óleo bruto Refinação Dessolventização Pasta Hexano + Água

Granulação granuladaFarinha

Resíduos

Farinha

Pesagem / Limpeza

/ Armazenagem (paus, raízes, ...)

Resíduos (casca) Condensação e Separação solvente/ água Hexano Hexano + Água Efluente líquido

vapor directo vapor directo

Bolo de filtração

Figura 1 – Diagrama do processo de fabrico de óleos vegetais brutos.

Pesagem / Limpeza / Armazenagem

A semente é, inicialmente, pesada, limpa (separação de impurezas normalmente orgânicas e, por vezes, metálicas) e armazenada.

Descasque

Nalguns estabelecimentos, antes de se iniciar o processamento da semente, é efectuada uma operação de descasque para separação do miolo.

Preparação

O processamento da semente inicia-se pela sua trituração e/ou laminagem, que vai facilitar, posteriormente, a extracção do óleo.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 15 Extracção mecânica

Esta operação é apenas efectuada sobre as sementes de mais elevado teor em gordura, como é o caso das sementes de girassol, que contêm cerca de 50% de gordura, sendo estas sujeitas a uma pressão mecânica que lhes extrai cerca de 30% da referida matéria gorda. Desta operação obtém-se uma pasta, contendo ainda cerca de 20% da gordura e que é posteriormente submetida a uma extracção por solvente, e óleo bruto que é posteriormente filtrado e refinado. A extracção é efectuada após aquecimento das sementes

Extracção por solvente

As pastas e as sementes de menor teor de gordura, como é o caso das sementes de soja, são submetidas a uma extracção química por solvente. A extracção por solvente consiste na aspersão, em contra corrente, de um solvente (normalmente hexano) sobre as sementes já laminadas e secas ou sobre a pasta a uma temperatura de cerca de 60ºC (no caso das sementes de girassol). Desta operação resulta uma pasta com um teor de óleo inferior a 1% e impregnado de solvente e a miscela (mistura de óleo e solvente).

Dessolventização

A pasta é, posteriormente, submetida a um tratamento térmico, entre 70ºC a 100ºC, denominado dessolventização, através do qual é extraído o solvente por arrastamento com vapor directo. A farinha resultante desta operação pode ser posteriormente granulada, constituindo matéria prima para alimentos compostos para animais. A mistura de solvente e vapor de água é condensada, sendo o hexano, após separação da água, reutilizado no processo de extracção.

Destilação

A miscela é submetida a um processo de destilação que permite separar o solvente do óleo. O destilado de solvente e água é condensado, sendo o hexano, após separação da água, reutilizado no processo de extracção e o óleo, já isento de solvente, arrefecido e armazenado para depois ser refinado.

Do processo de extracção de óleos vegetais geram-se resíduos nas operações de limpeza, armazenagem e descasque da semente, na operação de filtração do óleo (bolos de filtração) e alguns resíduos da limpeza das próprias instalações. Estes resíduos são, normalmente, depositados em aterro. No entanto, as cascas

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 16

provenientes da operação de descasque e os bolos de filtração podem ser, incorporados nas farinhas, não constituindo neste caso um resíduo desta actividade.

3.4.2. Refinação de Óleos e Gorduras

O processo de Refinação de Óleos e Gorduras consiste numa série de operações a que estes são submetidos para remoção de impurezas e constituintes indesejáveis, de modo a torná-los aptos ao consumo humano. O processo é constituído pelas seguintes operações :

Neutralização

A operação de neutralização consiste em eliminar os ácidos gordos livres sob a forma de sabões, através da adição de soda cáustica, com posterior separação. No entanto, inicialmente, é adicionado ácido fosfórico de modo a eliminar os fosfolípidos. Para efectuar a neutralização o óleo é aquecido com vapor até cerca de 80ºC e adicionada soda cáustica em função da acidez do óleo. Após a reacção o óleo é separado da pasta de neutralização por centrifugação.

Desmargarinação

Determinados óleos, nomeadamente óleos de girassol, contêm álcoois gordos que à temperatura ambiente solidificam e precipitam e que é necessário remover. A sua remoção é efectuada por abaixamento da temperatura do óleo até cerca de 10ºC o que provoca a cristalização dos álcoois, designados por margarinas, e a sua posterior separação. Os óleos que não contêm estes compostos, como é o caso do óleo de soja, não são submetidos a esta operação.

Lavagem

Após a desmargarinação (ou neutralização) o óleo é lavado. A lavagem é efectuada em uma ou duas etapas, por adição de água à temperatura de cerca de 90ºC. Esta operação permite eliminar as substâncias alcalinas, sabão e soda em excesso, sendo as duas fases formadas separadas por centrifugação.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 17 Branqueamento

A operação de branqueamento consiste no tratamento do óleo com terras activadas por forma a adsorver pigmentos que conferem cor ao óleo. Neste tratamento eliminam-se produtos de oxidação, tais como peróxidos, aldeídos e cetonas, pigmentos, tais como carotenos e clorofila e resíduos de sabão. A quantidade de terra a utilizar depende do tipo de óleo e da cor final pretendida, que se determina numa escala (lovibond) em amarelo e vermelho. O resíduo sólido formado (terra de branqueamento com os vários produtos adsorvidos e algum óleo que é arrastado) é separado do óleo por filtração.

Desodorização

Através da operação de desodorização removem-se substâncias voláteis que conferem odor e sabor ao óleo. Esta operação realiza-se a 220-230ºC numa torre de “stripping” sob vácuo, sendo o aquecimento do óleo efectuado com vapor indirecto. É feita a introdução em vários pontos de azoto ou vapor de água, que circula em contra corrente com o óleo, por forma a arrastar todos os compostos voláteis indesejáveis. A utilização de azoto em vez de vapor gera menos águas residuais, pela inexistência de condensados.

Polimento

O óleo sofre uma operação final de arrefecimento e filtração para lhe serem retiradas quaisquer impurezas que ainda existam e é depois armazenado em tanques apropriados à sua boa conservação, para posterior embalamento.

O processo de refinação de óleos e gorduras gera resíduos sólidos (ou pastosos) constituídos por matéria gorda provenientes das operações de neutralização e desmargarinação. As terras activadas utilizadas no branqueamento constituem também um resíduo, assim como o bolos de filtração resultantes da operação de polimento. No entanto, alguns destes fluxos secundários, nomeadamente a matéria gorda proveniente da operação de neutralização e as terras activadas, podem ser incorporados nas farinhas, não constituindo neste caso resíduos desta actividade.

Na Figura 2 é apresentado o diagrama do processo de refinação de óleos, com as várias operações atrás descritas.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 18 Neutralização / Centrifugação Lavagem / Centrifugação Branqueamento / Filtração Óleo bruto Desodorização Soda cáustica

Água Efluente líquido

Terra activada Resíduo líquido Óleo refinado (condensados) Ác. fosfórico Desmargarinação / Centrifugação Enchimento Capsulagem Rotulagem Pasta de neutralização (margarinas) Resíduo (ág. de lavagem) Resíduos (garrafas, rótulos,etc) Polimento (arrefecimento/filtração) Resíduo (bolo de filtração) Vapor Embalamento Garrafas Caixas de cartão Filme retráctil tampas/cápsulas Rótulos Resíduos de material de embalamento Óleo refinado embalado Bolo de filtração

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 19

3.4.3. Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares

No subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares é possível distinguir dois grandes segmentos com características distintas ao nível do tipo de cliente e de utilização dada ao produto e que são o segmento das margarinas domésticas e o segmento das margarinas industriais.

O primeiro inclui, para além da fabricação de diversos tipos e formatos de margarina para uso culinário e/ou para barrar, cremes para barrar, minarinas (margarinas light), shortenings e gorduras hidrogenadas.

O segmento das margarinas industriais inclui a fabricação de margarinas industriais destinadas na sua maioria a incorporar, como matéria-prima, produtos como massas, folhados, pré-embalados, etc.

No Quadro 5 apresenta-se a composição relativa dos principais tipos de produtos fabricados neste subsector.

Quadro 5 – Composição relativa dos diferentes tipos de produtos fabricados no subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares

Matéria gorda Fase aquosa Sal /

Conservantes Diversos

Margarinas

(domésticas /industriais) 80% 16% 3% 1%

Minarinas <40% 60% 3% <1%

Cremes para barrar <70% 30% 3% <1%

Shortenings / Gorduras

hidrogenadas 100%

Fonte : Contrato de Adaptação Ambiental – Relatório final – Situação Económico-Financeira, Fiovde, 2000

Margarinas

As margarinas são fabricadas a partir de misturas de diferentes tipos de óleos, recebendo as empresas os óleos já refinados ou em bruto. Neste último caso, as empresas efectuam previamente a refinação dos óleos, conforme descrito anteriormente.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 20

A fabricação de margarina, esquematizada no diagrama de fabrico da Figura 3, inicia- -se com a hidrogenação de parte dos óleos já refinados, através da injecção de hidrogénio num reactor contendo a mistura de óleos e um catalizador à base de níquel. Esta reacção, realizada a quente (175ºC -190ºC) e sob pressão, promove a saturação selectiva dos ácidos gordos insaturados, aumentando o seu ponto de fusão e a sua estabilidade.

Posteriormente, é feita a preparação da Fase Gorda e da Fase Aquosa. A Fase Gorda é composta pela mistura dos óleos e diferentes aditivos nomeadamente emulsionantes, aromatizantes e corantes. A Fase Aquosa é constituída por água à qual se pode adicionar leite, salmoura, amido e, em alguns casos, ácido cítrico para correcção do pH.

Estas duas fases são em seguida misturadas num tanque de emulsão com aquecimento e agitadores de alta velocidade, fase em que se adicionam também as vitaminas.

Após a obtenção de uma mistura homogénea, esta é cristalizada por acção do frio (gerado através de um circuito fechado de amoníaco), de que resulta a solidificação das gorduras e, consequentemente, a formação da margarina. Esta é por fim cortada e embalada.

Durante os processos de embalamento e de armazenagem, as margarinas rejeitadas devido a estarem mal embaladas sofrem um processo que permite a recuperação da fase gorda e consequentemente o seu reprocessamento.

“Shortenings” e Gorduras

O processo de fabrico de “shortenings” e outras gorduras alimentares é semelhante ao processo de fabrico de margarina , divergindo somente pelo facto de estes produtos não serem emulsões , nem conterem água. Assim, o seu diagrama de fabrico difere do da margarina por não possuir fase aquosa e existir um misturador (com adição de azoto), em vez do emulsionador, para ajuste da densidade do óleo.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 21 Hidrogenação Cristalização Embalamento H2 Preparação da Fase Gorda Margarinas rejeitadas Ni (catalizador) mistura de óleos Óleos hidrogenados emulsionantes aromatizantes corantes Preparação da Fase Aquosa Emulsionamento vitaminas água leite salmoura amido NH3 Armazenagem Margarinas rejeitadas Resíduos de material de embalagem Óleos Reprocessamento interno Reprocessamento interno Resíduos de embalagem Resíduos de embalagem

Figura 3 – Diagrama do processo de fabrico de margarinas.

3.4.4. Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina

Sabão Base

O sabão é uma mistura de ésteres sódicos de ácidos gordos de cadeia longa. O sabão dispersa-se em agregados esféricos denominados micelas, cada uma das quais pode conter centenas de moléculas de sabão. Uma molécula de sabão tem uma extremidade polar (-COONa) e uma parte não polar constituída por uma longa cadeia carbonada com 12 a 18 radicais alquilo.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 22

Para produção de sabões e sabonetes utilizam-se como matérias primas óleos, ácidos gordos, hidróxido de sódio, salmoura e água. Os ácidos gordos são normalmente provenientes do desdobramento com ácido sulfúrico das massas de refinação nas operações de neutralização e de desmargarinação (matéria gorda, ceras, sabão, etc), existentes no processo de refinação de óleos.

Estas matérias primas são mantidas dentro de tanques a temperatura controlada. Através de um grupo doseador faz-se a sua alimentação ao autoclave, onde se desenvolvem, em processo contínuo e a uma temperatura de cerca de 120ºC, reacções de saponificação (com os óleos) e de neutralização (com os ácidos gordos) resultando sabões e águas glicéricas.

Em seguida, as águas glicéricas e o sabão são separados por centrifugação.

O sabão obtido é posteriormente submetido a neutralização através da adição de ácidos gordos, reduzindo-se a alcalinidade de 0,2 - 0,22 para cerca de 0,07 - 0,08.

O sabão assim obtido encontra-se no estado líquido e é denominado sabão base.

Na Figura 4 é apresentado um esquema do diagrama de fabrico com os respectivos resíduos e/ou efluentes gerados.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 23 Saponificação e Neutralização em autoclave Centrifugação Neutralização Óleos Efluente líquido Ácidos gordos Sabão Base (ág. glicéricas) Ácidos gordos H2O Salmoura NaOH

Figura 4 – Diagrama do processo de fabrico de sabão base.

Sabão “Off”

Ao sabão base líquido são adicionados diferentes aditivos. Após esta mistura o sabão é solidificado por arrefecimento. Segue-se a operação de prensagem após a qual a barra de sabão obtida é cortada à medida e, posteriormente, embalada.

É apresentado, na Figura 5, o diagrama de fabrico de sabão “off”, incluindo os resíduos e efluentes gerados.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 24 Mistura (caldeiras de fabrico) Prensagem Corte Sabão Base Efluente líquido Sabão "Off" Solidificação H2O Mistura de óleos Silicato (alcalino) Silicato (adesivo) Embalamento Resíduos de embalagem

Sabão rejeitado p/ reprocessamento

Figura 5 – Diagrama do processo de fabrico de sabão “off”.

Sabão “Super”

Para fabricação de sabão “super”, o sabão base, a 90ºC, sofre uma operação de branqueamento através da mistura de agentes branqueadores, nomeadamente persulfatos de sódio e potássio.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 25

Em seguida, o sabão é submetido a secagem sob vácuo, sendo depois prensado. Após uma prensagem preliminar e antes das prensagens intermédia e final, é-lhe adicionado um perfume. O sabão é depois cortado e embalado.

Da fabricação de sabão “super” resultam apenas resíduos da operação de embalamento.

Na Figura 6 é apresentado o diagrama de fabrico deste tipo de sabão.

Mistura (Branqueação) Prensagem Corte Sabão Base Sabão "Super" Secagem Agentes branqueadores Embalamento Resíduos de embalagem Água Perfume

Sabão rejeitado p/ reprocessamento

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 26 Sabão “Mole”

O sabão “mole” é produzido, como se observa na Figura 7, através de uma reacção de neutralização de ácidos gordos com hidróxido de potássio. Esta operação é, normalmente, realizada em descontínuo e a cerca de 80ºC. O sabão obtido, com 70% de humidade e alcalinidade residual, é em seguida arrefecido à temperatura ambiente e expedido em baldes e tambores.

Neutralização (caldeira com agitador) Ácidos gordos

Sabão "mole" KOH

Figura 7 – Diagrama do processo de fabrico de sabão “mole”.

Sabonete

Os sabonetes têm um processo de fabrico, em termos de resíduos gerados, semelhante ao do sabão super. A massa de sabão produzida é injectada em moldes de diferentes dimensões consoante o formato de sabonete pretendido e é-lhe adicionado um corante e um perfume.

Detergentes

A fabricação de detergentes pode dividir-se em 3 grandes grupos correspondentes a segmentos com diferentes processos de fabrico e funções distintas :

- Fabricação de detergentes em pó;

- Fabricação de detergentes líquidos para roupa e louça;

- Fabricação de detergentes para cozinha, casa de banho e lavatudo.

Os detergentes em pó (atomizados e não atomizados) compreendem essencialmente os detergentes para lavagem à máquina de roupa e louça.

A fabricação de detergentes líquidos engloba a fabricação de detergentes para a louça (lavagem manual), roupa e lã e detergentes para a indústria metalomecânica, nomeadamente desengordurantes.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 27

O último segmento difere dos dois primeiros pela inclusão nos produtos de álcoois com poder solvente, visto estes terem que combinar simultaneamente uma acção reforçada de limpeza e uma acção desinfectante.

Os processos de fabrico, embora diferentes para cada um dos tipos de detergentes atrás referidos, são basicamente operações simples de mistura dos vários reagentes.

Faz-se de seguida uma descrição sumária desses processos de fabrico.

Detergentes em pó atomizados

Um detergente em pó atomizado consiste numa mistura de componentes químicos, cada um dos quais com uma função específica no produto final.

As matérias primas são, de uma forma geral, líquidos ou produtos em pó solúveis em água e são, genericamente, agentes tensioactivos, coadjuvantes e aditivos.

As matérias primas líquidas são misturadas a quente (cerca de 80ºC) com as matérias primas sólidas numa proporção de acordo com a fórmula específica que se está a produzir, obtendo-se uma mistura homogénea (pasta).

Essa mistura é depois bombeada a alta pressão e atomizada numa torre de secagem. O produto seco, sob a forma de esferas, designado por pó base, é posteriormente arrefecido.

Em seguida são-lhe adicionados outros componentes sólidos termicamente sensíveis (ex. perborato de sódio, enzimas, perfume, etc), obtendo-se o pó final que é depois embalado.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 28 Mistura de matérias primas Arrefecimento Mistura Atomização Agentes tensioactivos Embalamento Coadjuvantes Pó base Pasta Pó base Pó final Aditivos Resíduos de material de embalagem Detergente em pó emblado Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes

Figura 8 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes em pó atomizados.

Detergentes em pó não atomizados

A produção de detergentes em pó não atomizados, esquematizada na Figura 9, consiste basicamente na mistura mecânica das diferentes matérias primas, as quais são na sua maioria sólidas.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 29 Mistura mecânica das m.p. Agentes tensioactivos Coadjuvantes Aditivos Embalamento Detergente em pó Detergente em pó embalado Resíduos de material de embalagem Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes

Figura 9 – Diagrama do processo de fabrico de detergentes em pó não atomizados.

Detergentes líquidos

No que respeita à fabricação de produtos líquidos, são essencialmente utilizados processos de mistura e homogeneização a partir de matérias primas na sua maioria líquidas. O processo de fabrico pode representar-se de uma forma genérica pelo diagrama da Figura 10. Mistura e homogeneização das m.p. Agentes tensioactivos Aditivos Embalamento Detergente líquido Detergente líquido embalado Resíduos de material de embalagem Enchimento / Rotulagem Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes Embalagens Rótulos

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 30 Detergentes para cozinha, casa de banho e lavatudo

O processo de fabrico deste tipo de produtos, representado na Figura 11, é semelhante ao processo de fabrico dos detergentes líquidos com a diferença de uma das matérias primas ser um álcool com poder solvente.

Mistura e homogeneização das m.p. Agentes tensioactivos Aditivos Embalamento Detergente líquido embalado Resíduos de material de embalagem Enchimento / Rotulagem Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes Embalagens Rótulos Álcoois

Figura 11 – Diagrama genérico do processo de fabrico de detergentes para cozinha, casa de banho e lava-tudo.

3.4.5. Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção

Este subsector engloba a fabricação de uma vasta gama de produtos entre os quais se podem referir ceras para o chão (líquidas e sólidas), produtos de tratamento e restauro de madeira, graxas para calçado, autobrilhantes para calçado (esponjas), blocos sanitários, desinfectantes sanitários líquidos, blocos anti-traça e insecticidas domésticos.

O seu processo de fabrico, representado na Figura 12, consiste basicamente numa mistura simples das várias matérias primas de entre as quais se podem referir ceras, parafina, corantes, perfume, solventes, óleo mineral, etc.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 31

As embalagens de enchimento dos diferentes produtos variam consoante o tipo de produto, utilizando-se, por exemplo, bolsas de plástico e frascos para ceras, latas para graxas de calçado, frascos para produtos de tratamento da madeira e suportes plásticos para blocos sanitários.

Após o enchimento do produto, as embalagens são agrupadas em conjuntos de um determinado número de unidades e colocadas em caixas de cartão, que são posteriormente envolvidas em filme plástico. Para alguns produtos não se utilizam as caixas de cartão, sendo as embalagens agrupadas e envolvidas directamente com filme plástico. Mistura das m.p. (a quente ou a frio) Embalamento em caixa de cartão ou Peliculagem Resíduos de material de embalagem Enchimento Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes Embalagens Rótulos Rotulagem ou Gravação Matérias primas

Figura 12 – Diagrama genérico do processo de fabrico de produtos de limpeza, polimento e protecção.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 32 3.4.6. Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene

O subsector da fabricação de perfumes, cosméticos e produtos de higiene pessoal compreende a fabricação de perfumes, águas de colónia, after-shaves, produtos diversos de toillete, produtos para cuidados da pele, produtos para cuidado do cabelo (champôs, cremes amaciadores, tintas, etc) e produtos de higiene bucal.

O seu processo de fabrico, que consiste basicamente numa mistura simples das várias matérias primas, pode ser esquematizado genericamente da forma indicada na Figura 13.

Formulação (mistura)

Embalamento Resíduos de material

de embalagem Enchimento Capsulagem Rotulagem Matérias Primas Tampas/Cápsulas Rótulos Filme retráctil Caixas de cartão Autocolantes Resíduos de rótulos Resíduos de cápsulas Embalagens Produto embalado

Figura 13 – Diagrama genérico do processo de fabrico de, perfumes, cosméticos e produtos de higiene.

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3.5. R

ESÍDUOS

I

NDUSTRIAIS

3.5.1. Análise global dos resíduos do sector

A inventariação do tipo e quantidade de resíduos industriais gerados por cada um dos seis subsectores e apresentada nos quadros seguintes, foi efectuada com base nos dados fornecidos pelo Instituto dos Resíduos, provenientes dos Mapas de Registo de Resíduos de 1998, em valores fornecidos pelas empresas que foram visitadas pela equipa que elaborou o presente Guia e/ou que preencheram o inquérito enviado pela referida equipa e ainda com base em extrapolações efectuadas partindo dos valores disponíveis, uma vez que não havia quantificação dos resíduos gerados por todas as empresas existentes. Com as visitas e o preenchimento do inquérito pretendeu-se também correlacionar os diferentes resíduos com as operações que os geram.

Para efectuar a quantificação e extrapolação dos resíduos gerados pelos subsectores da Fabricação de Óleos Vegetais Brutos e Refinação de Óleos e Gorduras tornou-se necessário agrupar estes dois subsectores, dado que muitas das empresas desenvolvem as duas actividades, tendo algumas delas os dois números de CAE. A extrapolação dos resíduos para estes subsectores foi efectuada com base na semelhança entre o tipo e dimensão das empresas para as quais não existiam dados (uma empresa de grande dimensão e 3 empresas de pequena dimensão) com outras para as quais estavam quantificados os resíduos.

No subsector da Fabricação de Margarinas e Gorduras Alimentares Similares existem actualmente apenas 3 empresas para as quais estavam contabilizados os resíduos gerados, não tendo sido, por isso, necessário efectuar qualquer extrapolação.

Relativamente aos subsectores de Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina e Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção, foi também necessário efectuar a extrapolação da quantidade de resíduos gerada para o total de 28 empresas fabricantes existentes em Portugal, uma vez que os dados disponíveis eram respeitantes apenas a 11 empresas. No entanto, nessa quantificação estavam contabilizados a maior parte dos resíduos, uma vez que estavam já incluídas todas as empresas de grande dimensão existentes em Portugal (7 empresas). Para além dos dados destas 7 empresas, estavam contabilizados os resíduos de 3 empresas de média dimensão e a uma empresa de pequena dimensão. Para a extrapolação das restantes 4 empresas de média dimensão e 13 de pequena dimensão considerou-se

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 34

que as empresas de grande dimensão contribuem para os resíduos com um factor de ponderação 20, as médias com um factor 5 e as pequenas com um factor 1.

O sector de Fabricação de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene compreende um universo de 36 empresas fabricantes, existindo, no entanto, um elevado número de empresas registadas com o mesmo CAE (24520) mas que são meramente comerciais e que, por essa razão, não foram consideradas para a quantificação de resíduos gerados.

A maioria das empresas deste sector são pequenas empresas, com pequenos volumes de produção e que por esta razão e pelo próprio tipo de processo geram apenas dois tipos de resíduos : resíduos urbanos mistos e resíduos de embalagens ou material de embalamento recolhidos selectivamente (papel, cartão, plástico, vidro e metal).

Estas empresas dada a sua dimensão e o tipo de equipamentos usados (pequenas cubas com agitação, apenas algumas delas com aquecimento) não fazem elas próprias a manutenção, contratando este serviço a terceiros, não sendo, por regra, responsáveis pelos resíduos de óleos usados e solventes gerados.

Segundo informação da FIOVDE pode considerar-se que as empresas deste sector produzem, em média, cerca de 20 Kg/dia de resíduos sólidos urbanos e 50 Kg/dia de resíduos recolhidos selectivamente, sendo do âmbito deste estudo apenas estes últimos. Uma vez que estas empresas trabalham em média 235 dias por ano, o universo das 36 empresas existentes contribuem com cerca de 423 ton/ano de resíduos.

No Quadro 6 são apresentadas as quantidades globais de resíduos perigosos e não perigosos, relativas ao ano de 1998, geradas em cada um dos 6 subsectores analisados. A classificação de perigosidade dos resíduos é a constante no Catálogo Europeu de Resíduos. De referir que, dado o âmbito do PNAPRI, foram apenas contabilizados os resíduos associados ao processo propriamente dito, incluindo o embalamento e alguns resíduos gerados em operações de manutenção (óleos usados, solventes e sucata), ficando excluídos desta quantificação os resíduos urbanos mistos, resíduos de jardins e parques, resíduos da prestação de cuidados de saúde e resíduos de construção e demolição.

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Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 35

Quadro 6 – Quantidade global de resíduos industriais perigosos e não perigosos

gerada pelos 6 subsectores (ano :1998).

Quantidade de resíduos (ton/ano) Subsector

Perigosos Não perigosos TOTAL

Fabricação de Óleos Vegetais Brutos (CAE 15 413)

Refinação de Óleos e Gorduras (CAE 15420)

205 919 1 124

Fabricação de Margarinas e Gorduras

Alimentares Similares (CAE 15430) 414 1 747 2 161

Fabricação de Sabões, Detergentes e Glicerina (CAE 24511)

Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção (CAE 24512)

314 2 732 3 046

Fabricação de Perfumes, Cosméticos e

Produtos de Higiene (CAE 24520) 0 423 423

TOTAL 933 5 821 6 754

Dos resíduos gerados em 1998, constata-se que cerca de 86% em peso são resíduos não perigosos.

3.5.2. Classificação e quantificação dos resíduos

Com base na análise da quantidade e do tipo de resíduos industriais gerados pelas empresas que constituem o universo deste estudo, é possível agrupar esses resíduos em 9 categorias principais (de acordo com o Catálogo Europeu de Resíduos), às quais correspondem as quantidades estimadas que são apresentadas no Quadro 7.

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Quadro 7 – Quantidade anual de resíduos industriais gerada pelo Sector dos Óleos Vegetais , Derivados e Equiparados (ano : 1998). Quantidade (ton / ano)

Código CER

Resíduo

(designação conforme o CER)

Fabricação de óleos vegetais brutos Refinação de óleos e gorduras Fabricação de margarinas e gorduras alimentares similares Fabricação de sabões, detergentes e glicerina Fabricação de produtos de limpeza, polimento e protecção Fabricação de perfumes, cosméticos e produtos de higiene TOTAL

02 00 00 Resíduos da preparação e processamento de produtos

alimentares 482 --- --- --- 482

07 00 00 Resíduos de processos químicos orgânicos 217 1 863 325 --- 2 405

10 00 00 Resíduos inorgânicos de processos térmicos 0,25 --- --- --- 0,25

13 00 00 Óleos usados 9,54 4,4 34 --- 48

14 00 00 Resíduos de substâncias orgânicas utilizadas como

solventes --- 1,2 2,7 --- 3,9

15 00 00 Embalagens, absorventes, panos de limpeza, materiais

filtrantes e vestuário de protecção 1,35 285 721 --- 1 007

16 00 00 Resíduos não especificados no CER 1,20 --- 77 --- 78,2

19 00 00

Resíduos de instalações de tratamento de resíduos, de estações de tratamento de águas residuais e da indústria da água

--- --- 752 --- 752

20 00 00 Resíduos urbanos e resíduos similares do comércio,

indústria e serviços 413 6,9 1 134 423 1 977 TOTAL 1 124 2 161 3 046 423 6 754 Gui a Té c n ic o – S e ct or dos Ól eo s V eget ai s Deri vados e E qui parado s P ági na 36

(46)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 37

Nos Quadros 8 a 11, apresenta-se a classificação e quantificação detalhada dos resíduos por subsector. Faz-se, igualmente, a sua correlação com as operações que lhes dão origem. Os resíduos cujo número CER é indicado a vermelho e itálico correspondem aos resíduos classificados como perigosos.

Quadro 8 – Classificação CER dos resíduos gerados pelos subsectores de

Fabricação de Óleos Vegetais Brutos e Refinação de Óleos e Gorduras e sua

correlação com as operações que os geram (ano : 1998).

Resíduo

(designação conforme o CER) CER

Quantidade

(ton/ano) Origem

Materiais impróprios para consumo ou

processamento da preparação e processamento de vegetais, cereais e óleos alimentares

02 03 04 482 Limpeza de matérias primas e pavimentos Lamas do tratamento local de efluentes da FFDU

de gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 02 20,4 Tratamento de efluentes Outros solventes, líquidos de lavagem e

licores-mãe orgânicos halogenados da FFDU de gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 04 4,43 Análises de laboratório Outros bolos de filtração e absorventes usados na

FFDU de gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 10 191

Refinação: Branqueamento e Polimento de óleo Outros resíduos não especificados da FFDU de

gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 99 1,00

Refinação: Branqueamento e Polimento de óleo Cinzas volantes de óleo resultantes de processos

térmicos 10 01 04 0,25

Caldeiras para produção de vapor

Óleos não clorados de motores, transmissões e

lubrificação 13 02 02 2,94 Manutenção

Outros óleos de motores, transmissões e

lubrificação 13 02 03 6,60 Manutenção

Embalagens de plástico 15 01 02 0,35 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de madeira 15 01 03 1,00

Embalamento de matéria prima e/ou produto

Outros resíduos contendo químicos orgânicos, por exemplo produtos químicos de laboratório não especificados

16 05 03 1,20 Análises de laboratório

Papel e cartão recolhidos selectivamente 20 01 01 215 Serviços administrativos e embalagens

Vidro recolhido selectivamente 20 01 02 84,1 Embalagens de matéria prima e/ou produto Plásticos de pequena dimensão recolhidos

selectivamente 20 01 03 5,70

Embalagens de matéria prima e/ou produto Outros plásticos recolhidos selectivamente 20 01 04 55,3 Embalagens de matéria

prima e/ou produto Metais de pequena dimensão recolhidos

selectivamente 20 01 05 52,4

Embalagens de matéria prima e/ou produto

(47)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 38

Quadro 9 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação de

Margarinas e Gorduras Alimentares Similares e sua correlação com as operações

que os geram (ano :1998).

Resíduo

(designação conforme o CER) CER

Quantidade

(ton/ano) Origem

Lamas do tratamento local de efluentes 07 06 02 1 138 Tratamento de efluentes Catalizadores usados contendo metais preciosos 07 06 05 8,9 Hidrogenação dos óleos Outros bolos de filtração e absorventes usados na

FFDU de gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 10 408 Refinação /

Branqueamento de óleo Outros resíduos não especificados da FFDU de

gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 99 308 Produto avariado ou fora de prazo de validade Outros óleos de motores, transmissões e

lubrificação 13 02 03 4,4 Manutenção

Outros solventes e misturas de solventes 14 01 03 1,2 Desengorduramento de peças metálicas Embalagens de papel e cartão 15 01 01 209 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de plástico 15 01 02 44 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de madeira 15 01 03 32 Embalagens de matéria

prima e/ou produto Vidro recolhido selectivamente 20 01 02 6,9 Embalagens de matéria

(48)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 39

Quadro 10 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação

de Sabões, Detergentes e Glicerina e Fabricação de Produtos de Limpeza, Polimento e Protecção e sua correlação com as operações que os geram (ano: 1998).

Resíduo

(designação conforme o CER) CER

Quantidade

(ton/ano) Origem

Outros bolos de filtração e absorventes usados 07 06 10 80 Filtração de lixívias Líquidos de lavagem e licores mãe aquosos da

FFDU de produtos químicos não especificados 07 07 01 196 Lavagem de reactores Outros solventes, líquidos de lavagem e

licores-mãe orgânicos da FFDU de produtos químicos não especificados

07 07 04 1,1 Lavagem de reactores Outros resíduos não especificados da FFDU de

gorduras, banhas, sabões, detergentes, desinfectantes e cosméticos

07 06 99 48 Produtos fora de especificação Outros óleos de motores, transmissões e

lubrificação 13 02 03 7,0 Manutenção

Outras emulsões de separadores de óleos/água 13 05 05 27 Manutenção

Outros solventes e misturas de solventes 14 01 03 2,7 Desengorduramento de peças metálicas Embalagens de papel e cartão 15 01 01 366 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de plástico 15 01 02 263 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de madeira 15 01 03 1,1 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Embalagens de metal 15 01 04 91 Embalagens de matéria

prima e/ou produto

Lotes inorgânicos não especificados 16 03 01 24

Análises de laboratório Produto acabado avariado

Outros resíduos não especificados da limpeza de tanques de transporte e de depósitos de

armazenagem

16 07 99 53

Lavagem de cisternas, tanques e embalagens de matérias primas Lamas do tratamento de águas residuais

industriais 19 08 04 752 Tratamento de efluentes

Papel e cartão recolhidos selectivamente 20 01 01 555 Embalagens / Área administrativa

Vidro recolhido selectivamente 20 01 02 1,1 Embalagens de matéria prima e/ou produto Plásticos de pequena dimensão recolhidos

selectivamente 20 01 03 269

Embalagens de matéria prima e/ou produto Outros plásticos recolhidos selectivamente 20 01 04 18 Embalagens de matéria

prima e/ou produto Outros metais recolhidos selectivamente 20 01 06 59 Manutenção Madeira recolhida selectivamente 20 01 07 232 Paletes

(49)

Guia Técnico – Sector dos Óleos Vegetais Derivados e Equiparados Página 40

Quadro 11 – Classificação CER dos resíduos gerados pelo subsector de Fabricação

de Perfumes, Cosméticos e Produtos de Higiene e sua correlação com as

operações que os geram (ano : 1998).

Resíduo

(designação conforme o CER) CER

Quantidade

(ton/ano) Origem

Papel e cartão recolhidos selectivamente 20 01 01 Vidro recolhido selectivamente 20 01 02 Plásticos de pequena dimensão recolhidos

selectivamente 20 01 03

423

Embalagens de matéria prima e/ou produto / Material de embalamento

3.5.3. Gestão actual dos resíduos

No Decreto-Lei nº239/97 de 9 de Setembro são estabelecidas as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos, nomeadamente os processos de recolha, transporte, armazenagem, tratamento, valorização e eliminação. Este Decreto-Lei atribui ainda ao produtor a responsabilidade pelo destino final dos resíduos (sem prejuízo da responsabilidade dos restantes intervenientes no seu circuito de gestão), tendo igualmente que suportar os custos inerentes ao processo.

Neste sub-capítulo faz-se uma análise geral do destino final dos resíduos produzidos pelo sector dos Óleos Vegetais, Derivados e Equiparados. Não é efectuada uma análise quantitativa uma vez que os dados existentes não eram suficientes para o fazer. Faz-se em primeiro lugar a análise da gestão efectuada aos resíduos comuns aos 6 subsectores e posteriormente a análise da gestão efectuada aos resíduos específicos de cada subsector.

Resíduos comuns aos 6 subsectores

Resíduos de papel e cartão (CER 20 01 01 e 15 01 01)

Estes resíduos têm como destino, na sua maioria (cerca de 86%), a reciclagem, sendo entregues directamente a fábricas de papel e cartão ou recolhidos por operadores intermediários. Os papeis e embalagens inutilizadas, sujas e sem recuperação são depositadas em aterro.

Referências

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