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Impacto das importações chinesas na indústria têxtil de Santa Catarina

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA NATASCHA PACHECO PEGORARO

O IMPACTO DAS IMPORTAÇÕES CHINESAS NA INDÚSTRIA TÊXTIL DE SANTA CATARINA

Florianópolis 2013

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NATASCHA PACHECO PEGORARO

O IMPACTO DAS IMPORTAÇÕES CHINESAS NA INDÚSTRIA TÊXTIL DE SANTA CATARINA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de graduação em Relações Internacionais, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para aprovação na disciplina de TCC I.

Orientador: Prof. José Baltazar Salgueirinho Osório de Andrade Guerra, Dr.

Florianópolis 2013

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais que foram sem dúvidas as pessoas mais importantes durante minha trajetória acadêmica, onde foi possível superar cada dificuldade encontrada, com apoio e motivação de suas partes, além de familiares que estavam sempre preocupados com meus compromissos acadêmicos.

Aos professores, que ao longo do curso conheci, pela importância de transmitir seus conhecimentos aos acadêmicos e os responsáveis pela sabedoria adquirida.

Aos colegas e amigos e fiz durante o curso e espero manter em minha vida.

E ao meu orientador, professor José Baltazar Andrade Guerra, no qual sem a sua orientação, este trabalho não estaria concluso.

Assim encerro meus agradecimentos a todos que fizeram parte da minha vida acadêmica e pessoal.

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RESUMO

O presente estudo tem por objetivo analisar determinados impactos causados pelas importações provenientes da China na indústria têxtil catarinense. Foram realizadas pesquisas bibliográficas, descritivas e exploratórias, visando assim o reconhecimento do setor têxtil catarinense. Desta forma, a pesquisa explora assuntos como globalização e comércio exterior como forma de contextualização do tema. Na sequência, identifica os objetivos específicos do trabalho, primeiramente apresentando o histórico do setor e, em seguida, demonstrando os acordos nos quais o setor se insere. Para definir os principais impactos e suas consequências no setor, foi realizada uma análise de dados e compreendida a conjuntura do mesmo, para assim, listar os impactos ocasionados no segmento. Por fim, constatou-se a extrema importância que o segmento têxtil e de vestuário possuem para o crescimento social e econômico do Estado de Santa Catarina e para a continuidade da cadeia global têxtil.

Palavras-chave: Setor têxtil. Importações chinesas. Impactos. Economia

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ABSTRACT

The purpose of this work is to analyze certain impacts caused by imports from China in the textile industry in Santa Catarina. Bibliographic, descriptive and exploratory researches were performed aiming the recognition of the textile sector of Santa Catarina. This way the research explores themes such as globalization and foreign trade as a way of contextualizing the topic. In sequence it identifies the specific objectives of the work, first by presenting the history of the industry, and then demonstrating the agreements in which the sector operates. To define the impacts and their consequences in the sector, an analysis of data was carried out, that understood its situation, listing the impacts caused in the segment. Finally was found the extreme importance that the textile segment and clothing have for the social and economic growth of the State of Santa Catarina and for the continuity of the textile global chain.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...7

1.1 EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA ...8

1.2 OBJETIVOS ...10

1.2.1 Objetivo geral ...10

1.2.2 Objetivos específicos...10

1.3 Justificativa...10

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...11

1.4.1 Classificação da pesquisa quanto à natureza ...12

1.4.2 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos ...13

1.4.3 Característica de pesquisa quanto aos procedimentos...13

1.4.4 Característica de pesquisa quanto à abordagem ...14

1.5 ESTRUTURA DA PESQUISA ...15 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...16 2.1 GLOBALIZAÇÃO...16 2.2 COMÉRCIO EXTERIOR ...21 2.2.1 Protecionismo...25 2.3 Balança Comercial ...27 2.3.1 Importação ...28 2.3.2 Exportação ...30

2.4 Organização Mundial do Comércio ...31

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...41

3.1 SETOR TÊXTIL CATARINENSE ...41

3.2 BREVE HISTÓRICO ECONÔMICO DA CHINA...50

3.3 ACORDOS TÊXTEIS INTERNACIONAIS...56

3.5 IMPACTOS DA CHINA na INDÚSTRIA TÊXTIL CATARINENSE...58

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1 INTRODUÇÃO

O mundo hoje está passando por diversas modificações que afetam diretamente o comércio mundial. As transações internacionais vêm crescendo constantemente, promovendo assim, o surgimento de novos acordos comerciais entre diferentes países.

O livre comércio definido pelos economistas Adam Smith e, posteriormente, David Ricardo, traria muitas vantagens comerciais para a troca, sendo julgado o melhor instrumento para a comercialização e promoção de desenvolvimento, porém, séculos mais tarde, houve uma intensa modificação tendo em vista a liberdade de comércio, onde a variação de livre comércio e o protecionismo é relacionada ao progresso econômico (CARVALHO, 2007).

No Brasil, segundo Barral (2002), surgiram diversos conceitos políticos e econômicos quanto à liberdade comercial e protecionismo em diferentes etapas políticas. Na Velha República (1889 -1930) compreendia um liberalismo ingênuo, partindo para um forte protecionismo após 1930, avançando para o governo Dutra (1946 - 1951) com fragmentos de livre comércio, chegando ao Regime Militar (1964 – 1985) onde houve a substituição de importações, voltando assim para o forte protecionismo. Depois de mudanças constantes quanto à política comercial adotada, eis que, em 1990, a abertura comercial foi retomada com força no Governo Collor (1990 – 1992).

Neste cenário nacional a indústria desenvolveu-se em um ambiente onde a competitividade era mínima, devido à política de substituição de importações que vigorou durante 60 anos (1930 – 1990). Foi necessário que o Brasil reabrisse o mercado expondo assim, as empresas domésticas à forte concorrência das estrangeiras. (BARRAL 2002)

Este cenário interferiu na sobrevivência de empresas nacionais. Em específico, este trabalho apresenta o setor têxtil catarinense, cujas empresas deveriam se reestruturar diante do cenário, que exigia melhorias como, modernizações técnicas, qualificação na mão de obra, eficiência na demanda, entre outros ajustes necessários não só pelas indústrias, mas também pelo governo através de incentivos para o setor, tornando-o assim mais competitivo diante das empresas internacionais.

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Este trabalho visa também demonstrar os impactos relacionados à forte concorrência da China, o país líder do setor para com a produção feita no Estado de Santa Catarina. O setor têxtil atual é liderado por este país em particular, o qual possui subsídios e outros fatores que o transformaram em líder de produção e exportação do segmento. Portanto, o setor têxtil e de vestuário catarinense sofre forte concorrência especificamente deste país. Neste contexto, a pesquisa científica realizada pretende analisar os principais impactos causados na indústria têxtil catarinense, uma vez que, o setor têxtil possui grande relevância no processo de industrialização do Estado e um papel de destaque na economia do mesmo. Tendo em vista as diretrizes apontadas, consegue-se obter uma compreensão maior em relação à conjuntura na qual o setor se encontra.

1.1.EXPOSIÇÃO DO TEMA E DO PROBLEMA

O presente trabalho analisa o setor têxtil catarinense, relacionando o seu histórico ao quadro atual, nas regiões que compreendem o polo têxtil do estado.

Sendo assim, a exposição do tema inicia-se com a importância do setor para a economia brasileira, uma vez que, a indústria têxtil de Santa Catarina é responsável por 21,36% (2011) da indústria catarinense, 22% (2011) do setor têxtil e 29% (2011) do setor vestuário no Brasil, estabelecendo assim sua importância na economia de ambos. Por isso, esta exposição abrange o cenário da indústria têxtil como um todo (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA, 2012a).

O setor têxtil está passando por intensas modificações ao longo das décadas, como a abertura de mercados em 1990 que consequentemente consolidou a entrada agressiva de produtos importados no país, resultando assim, numa instabilidade para as empresas nacionais do setor. Muitos são os problemas enfrentados, porém, o foco do trabalho tem por intuito apontar os problemas causados pelo crescimento das importações oriundas da China. Estas e outras importações podem ser desencadeadas pela valorização cambial, que por sua vez ocasionou-se pela crise econômica mundial tornando assim um dos principais motivos pelo qual o setor vem sofrendo alterações em

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sua balança comercial (Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, 2012a).

Segundo Valor Econômico (2012):

A valorização agravou problemas crônicos, em detrimento da indústria. A licença para se proteger que o Brasil pede já existe de alguma forma e ela deveria se voltar prioritariamente contra a China, cuja mágica de formação dos preços dos bens exportados é poderosa. Toda a estrutura de defesa comercial deveria ser aperfeiçoada e agilizada para barrar a concorrência desleal de prosperar. Os instrumentos disponíveis para isso não são usados intensamente.

A indústria têxtil nacional, antes de 1990, usufruiu de certas vantagens que possuía em relação às internacionais, garantindo desta maneira, seu crescimento e sua fixação no mercado interno. Estas vantagens eram possíveis devido às barreiras protecionistas impostas pelo governo. Porém, a partir daí, com a abertura comercial realizada pelo governo Collor (1990), este setor acaba sofrendo impactos ocasionados pela concorrência externa, concorrência esta estimulada pela redução das alíquotas de importação, eliminação de algumas barreiras e a falta de incentivo para as empresas (GOULARTI, 2002).

Neste contexto econômico, a indústria têxtil não foi a única a ser atingida pela abertura de mercados, porém a que mais apresentou queda na produção e venda entre as indústrias do estado. A partir daí as empresas catarinenses deste ramo passaram por um período de reestruturação para que não perdessem sua produção e vendas para os importados, todavia muitas não conseguiram confrontar os preços praticados pelas importações sendo levadas à falência.

Para Pupo (2012).

Nos últimos anos este departamento busca medidas protecionistas para o setor contra a concorrência desleal chinesa, que desde 2005 vem atrapalhando o setor. A entrada de produtos provenientes da China fez com que a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) buscasse medidas protecionistas como forma de obter novamente uma vantagem para os produtores locais contra as importações de fato desleais.

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A falta de medidas protecionistas e a inserção das importações chinesas no estado acarretaram em uma série de impactos neste setor, criando assim o problema apontado no tema em questão. Destarte, a pergunta a ser indagada ao longo desta pesquisa é: “Quais são os principais impactos causados pelas importações provenientes da China no setor têxtil catarinense?”.

1.2 OBJETIVOS

Para responder o problema da pesquisa, na sequência, seguem os objetivos gerais e específicos.

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral é analisar os principais impactos causados pelas importações oriundas da China no setor têxtil catarinense.

1.2.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos que este trabalho apresenta estão na sequência.

a) Apresentar o desenvolvimento do setor têxtil catarinense.

b) Apresentar dados sobre o comércio de produtos têxteis e identificar a participação das importações chinesas no mercado catarinense no período entre 2009 e início de 2013.

c) Apontar os impactos das importações da China sobre a indústria têxtil catarinense.

1.3 JUSTIFICATIVA

Este trabalho apresenta conceitos importantes para o estudo do comércio exterior, além de aspectos da economia catarinense que se mostram necessários para a economia brasileira, visto que atualmente os produtos

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chineses têm sido o grande alvo do mercado internacional, impactando em diferentes mercados mundiais.

A importância da pesquisa está ligada à crise atual na qual as importações provenientes da China estão afetando a produção nacional, demonstrando assim a fragilidade do setor têxtil brasileiro.

No Brasil, o segmento têxtil vem sendo prejudicado por estas importações. A indústria doméstica, muitas vezes, acaba fechando ou diminuindo sua participação no mercado devido a essa concorrência desleal, imposta pela China.

As indústrias do setor em questão são responsáveis por um mercado importante para a população, a partir dela é que se trata de diferentes áreas como, por exemplo, a moda, tornando-se importante para diferentes cursos que envolvem economia, moda, comércio, direito entre outros.

A relevância do tema se dá também por ser uma indústria com grande contribuição econômica não só para o estado, mas também para o país, além de ajudar as empresas que sofrem com estes impactos a compreenderem a situação em que estão inseridas.

Os impactos causados pelas importações refletem na balança comercial brasileira, causando grandes perdas para o comércio exterior e para as exportações catarinenses, portanto o tema aborda impactos causados pelas importações chinesas dentro da indústria nacional têxtil, mas que poderá ser identificados em outras indústrias demonstrando assim a fragilidade dos recursos nacionais utilizados para proteger a indústria doméstica.

Para a aluna, o tema proposto amplia seu conhecimento em relação ao comércio exterior, a economia do estado, e as indústrias que nele estão inseridas e consequentemente as políticas econômicas que ocasionam todo contexto analisado.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo tem por finalidade realizar a análise dos procedimentos metodológicos que serão utilizados para a realização do Trabalho de

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Conclusão de Curso, iniciado pelo projeto de pesquisa, aqui estruturado. É fundamental, elencar-se os tipos de pesquisa utilizados, que estarão divididos por tópicos.

Primeiramente é de suma importância o entendimento do que é metodologia e por que deve ser aplicado neste trabalho, para, daí, dar sequência as técnicas de pesquisas utilizadas.

Serão expostos conceitos de diferentes autores para este assunto, para uma melhor compreensão.

O método científico é o processo sistemático que deverá ser utilizado para encontrar o resultado desejado levando em consideração o objeto de pesquisa do investigador.

“Método científico quer descobrir a realidade dos fatos e esses, ao serem descobertos, deve por sua vez, guiar o uso de métodos.” (BERVIAN; CERVO, 1996, p. 21).

É necessário que o pesquisador selecione o que deve ser investigado, a partir de algum problema encontrado, dando continuidade em sua pesquisa.

Para Andrade (1997, p. 101), “pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseada no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para o problema proposto, mediante utilização de métodos científicos”.

A metodologia sofreu modificações com o passar dos anos, além disso, novos métodos também foram criados, para Bunge, apud Lakatos e Marconi (2000, p. 51) os objetivos serão alcançados se o pesquisador cumprir as determinadas etapas:

(1) Descobrimento do problema; (2) Colocação precisa do problema;

(3) Procura do conhecimento ou instrumento relevante ao problema; (4) Tentativa de solução do problema com auxilio dos meios identificados;

(5) Invenção de novas ideias; (6) Obtenção de uma solução;

(7) Investigação das consequências da solução obtida; (8) Comprovação da solução;

(9) Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção de solução incorreta.

Estas etapas são caracterizadas como determinantes da metodologia atual, sendo necessárias para alcançar o objetivo da pesquisa.

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Visto tais proposições, conclui-se que é necessária a aplicação de uma pesquisa realizada através dos métodos científicos, para assim obter êxito na realização do trabalho acadêmico.

1.4.1 Classificação da pesquisa quanto à natureza

O trabalho apresentado não possui caráter original, porém apresenta características científicas, sendo nomeado como resumo de assunto, uma vez que, os métodos podem ser os mesmos, porém a finalidade é diferente (BARROS; LEHFELD, 2000).

Pesquisa, em seu sentido amplo consiste em procurar respostas para questionamentos elaborados. Já a pesquisa cientifica é a realização de uma investigação feita através de procedimentos metodológicos, para solucionar o problema proposto e cumprir os objetivos desejados (ANDRADE, 1997).

“Na pesquisa pura ou básica, o pesquisador tem como meta o saber buscando satisfazer uma necessidade intelectual pelo conhecimento” (BERVIAN; CERVO,1996, p. 47).

Diante este conceito, a pesquisa realizada trata-se de uma pesquisa básica, pois é produzida para aumentar o conhecimento sobre o problema, sem que se tenha uma aplicação prática imediata, porém envolve verdades e interesses para a economia do país, sendo assim fornece o conhecimento sem que seja necessária a prática imediata para solução do problema.

1.4.2 Classificação da pesquisa quanto aos objetivos

Quanto aos objetivos, o trabalho apresenta pesquisa exploratória e descritiva.

A primeira consiste em conhecer o assunto, estando apto, ao final da pesquisa, a construir hipóteses relacionadas ao problema investigado. Como todas as pesquisas, esta também necessita de uma pesquisa bibliográfica, pois se torna impossível começar uma pesquisa sem nenhuma fonte ou análise para que se estimule a compreensão do problema exposto (SANTOS, 2011).

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“A pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma” (BREVIAN; CERVO, 1996, p. 49).

Já a descritiva, analisa e relaciona os problemas a serem investigados, sem a interferência do pesquisador. Buscando conhecer os fatos que levaram ao problema, e as influências provocadas pelo mesmo, podendo afetar a política, economia e sociedade. Formando uma nova visão para determinado assunto já conhecido, contribuindo para novas pesquisas podendo tornar-se fonte para elas.

A pesquisa descritiva para Barros e Lehfeld (2000, p. 70) “Procura descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua natureza, característica, causas, relações e conexões com outros fenômenos”.

1.4.3 Característica de pesquisa quanto aos procedimentos

Para realização do trabalho, utiliza-se pesquisa bibliográfica. Através de referências bibliográficas é possível realizar a pesquisa diante de outras pesquisas já elaboradas, ou seja, são realizadas por meio de fontes primárias ou secundárias. Tendo como objetivo recolher informações e adquirir conhecimento do assunto a ser pesquisado. Assim tentar consolidar o problema com a busca da resposta que só será fornecida através dos conhecimentos fornecidos por livros, artigos, documentos entre outras fontes de pesquisas bibliográficas.

Com este tipo de pesquisa ocorre a coleta de dados, a localização de informações, anotações relativas à pesquisa e a escolha do tema também que poderá ser estimulado em virtude do que foi apresentado em pesquisas bibliográficas e geraram interesse ao pesquisador, como é o caso do presente trabalho.

A pesquisa bibliográfica tem como finalidade fundamental conduzir o leitor a determinado assunto e proporcionar a produção, coleção, armazenamento, reprodução, utilização e comunicação das informações coletadas para o desempenho da pesquisa.

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Também foi utilizada a pesquisa documental, pois foram utilizadas informações sobre as importações realizadas pelo estado, ou seja, são dados fornecidos por órgãos governamentais.

Fachin (2003, p.136) propõem que “a pesquisa documental corresponde a toda a informação oral, escrita ou visualizada. Ela consiste na coleta, classificação, seleção difusa e utilização de toda espécie de informações, compreendendo também as técnicas e os métodos que facilitam a sua busca e sua identificação”.

A diferença deste tipo de procedimento para o bibliográfico está na natureza da fonte, pois a pesquisa bibliográfica refere-se a documentos científicos, já a documental é realizada através de documentos ou relatórios sem caráter científico.

1.4.4 Característica de pesquisa quanto à abordagem

De acordo com Oliveira (1997, p. 116), “com relação ao emprego do método ou abordagem qualitativa, esta difere do quantitativo pelo fato de não empregar dados estatísticos como centro do processo de análise de um problema”.

A pesquisa realizada é de caráter qualitativo, sendo esta a pesquisa que busca trabalhar com descrições, análises comparações e interpretações, podendo assim, o pesquisador direcionar para onde pretende levar a pesquisa, tornando-a mais participativa.

Esta pesquisa sugere ao investigador iniciar o assunto de forma mais ampla e depois se definem os pontos específicos do tema, permitindo ao leitor ter uma visão mais ampla do trabalho.

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1.5. ESTRUTURA DA PESQUISA

A estrutura do trabalho está dividida em dois capítulos. O primeiro refere-se à fundamentação teórica do tema, que consiste em assuntos que se tornam importantes para o entendimento geral do que irá ser discorridos ao longo desta produção acadêmica, conceitos tais como; globalização, comércio exterior, protecionismo e por fim importações, divididas em seções secundárias e terciárias.

Num seguinte momento é apresentado o desenvolvimento da pesquisa, dividida em quatro seções.

a) Setor têxtil catarinense;

b) Breve histórico econômico da China c) Breve histórico dos acordos têxteis;

d) Impactos da China na indústria têxtil catarinense.

O primeiro explora o desenvolvimento da indústria têxtil em Santa Catarina, como iniciou prolongando-se até os dias de hoje, juntamente à análise de dados do setor.

Já o segundo tópico aborda um histórico econômico chinês juntamente com o setor têxtil da China.

Em sequência o terceiro tópico trata dos acordos internacionais referentes à comercialização dos têxteis e vestuários, suas aplicações e reflexos do seu término.

Por fim, a seção que responde ao que pretende o cerne do objetivo geral do trabalho, pois define os impactos causados pela China sobre a indústria têxtil e vestuário do Estado de Santa Catarina.

Deste modo, estrutura-se o presente trabalho, para que sejam objetadas as pontuações identificadas.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O capítulo pretende expor o conteúdo a ser apresentado no decorrer do trabalho. Consiste na teoria que precede os tópicos abordados na presente pesquisa.

2.1. GLOBALIZAÇÃO

A globalização é o processo de integração mundial, que atinge diversos fatores como, o fluxo internacional de ideias, compartilhamento de culturas, a criação de uma sociedade civil global, o movimento ambiental mundial, o fluxo internacional de tecnologias e relações políticas entre Estado. Esse fenômeno mundial permitiu a facilidade de comunicação e relações comerciais entre diversos países, pessoas, governos e empresas (STIGLITZ, 2007).

A integração mundial vem alcançando grande proporção, isso numa velocidade significativa, decorrente das mudanças nas últimas décadas, alterando assim, a totalidade da estrutura comercial e causando reflexos em todos os mercados mundiais.

Com essa nova etapa, muitos mecanismos econômicos sofreram alterações radicais, e assim o capital financeiro começa a se movimentar com liberdade no cenário mundial (SOROS, 2003).

Através do desenvolvimento de blocos econômicos, foi possível obter-se as trocas de mercadorias e serviços, com redução, ou até mesmo, eliminação de determinadas barreiras impostas ao comércio internacional, demonstrando assim o interesse econômico diante as relações internacionais (MAIA, 2004).

Não há um consenso em que época a globalização teve seu início, porém, alguns autores afirmam que sua expansão se deu após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945), com uma rodada de negociações comerciais tarifárias, em 1947, e com 23 países em acordo, estabeleceram o General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), que entrou em vigor no ano seguinte. Este acordo foi de suma importância para as relações comerciais internacionais, pois, estabeleceu princípios para as negociações, além de uma

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tentativa para criação de uma organização especial para o comércio internacional, que poderia estabelecer regras relativas aos instrumentos comerciais utilizados por cada Estado. No entanto, a criação não foi conclusiva, e o GATT atuou sozinho frente ao comércio internacional durante 47 anos, mesmo não sendo uma organização.

Segundo Soros (2003), no fim da Segunda Guerra Mundial, a maioria dos países mantinham controles rigorosos sobre as transações globais, assim observou-se a importância da criação de instituições internacionais para facilitar operações comerciais e financeiras no exterior, tendo em vista que, os fluxos de capital privado naquele período eram limitados.

Para Elíbio; Manoel; Matos (2006, p. 90):

A globalização, que, segundo alguns estudiosos pode ser considerada “ocidentalização” ou “transnacionalização”, está refazendo as noções de Estado Nacional, de fronteiras, de identidades e reorganizando o processo de produção capitalista. O aumento dos fluxos de investimentos, o capital especulativo, a difusão de tecnologias e informações, a comercialização em escala global são algumas das características do mundo contemporâneo pós-guerra Fria “globalizado”.

Contudo, o controle dos fluxos de comercialização internacional foi se ajustando e sendo eliminado aos poucos, abrindo os mercados financeiros para o mundo. Por meio da ajuda dessas instituições, como o GATT, foi possível instituir alguns regimes internacionais, que em princípio, deveriam ser obedecidos por todos os países signatários num comum acordo. Assim, foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial (BM) entre outros criados no decorrer das décadas (STIGLITZ, 2007).

Nesta conjuntura, é notável que a globalização e o desenvolvimento do comércio exterior estão interligados. A cada crescimento das relações internacionais, nota-se uma forte influência da globalização.

No Brasil, de acordo com Lanzana; Vasconcellos; Silber (2006, p.27).

A globalização oferece grandes possibilidades de aumentar a capacidade produtiva doméstica por meio do investimento direto estrangeiro e pela sua capacidade de ampliar o acesso ao mercado externo para produtos que o Brasil apresenta vantagens comparativas, dada à alta propensão exportadora das empresas multinacionais.

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Assim, além de investimento estrangeiro direto, a globalização proporciona a troca de informação entre países, possibilitando então conhecimento de novas tecnologias, criando novas oportunidades, ampliando e acelerando inovações tecnológicas. Tornando, deste modo, o mercado mais competitivo. Sendo assim, a capacidade de trocar informações, compartilhar mão de obra e adquirir investimentos externos só pode ser vista a partir deste processo global (STIGLITZ, 2007).

A internacionalização da atividade econômica mundial mostra que as políticas comerciais de abertura econômica e fatores independentes como a amplitude tecnológica nos dias de hoje, encontradas principalmente nos transportes e nas comunicações internacionais, geram uma prosperidade à economia mundial. Esse processo se dá em decorrência da globalização e o grande desafio dos países emergentes como o Brasil é fazer parte deste mercado competitivo (RICUPERO, 2004).

O processo de globalização envolve diversas atividades e decisões que são tomadas. O comércio internacional é o mais antigo e mais evidenciado entre os resultados deste processo, pois, a simples atitude de viajar para outro país faz parte deste processo, visto que, a pessoa irá levar e buscar conhecimentos diversos, culturas diferentes, entre outros. Assim no dia a dia, por meio de um e-mail, de uma pesquisa em um site internacional, estamos efetuando a globalização e assim cada vez mais o processo de globalização torna-se mais intenso (SOROS, 2003).

Entretanto, devido ao atual contexto global, observam-se países com diferentes etapas de industrialização, trazendo concorrência maior e prejudicial a países que obtiveram a industrialização mais tarde. Países nos quais já eram industrializados anteriormente podem competir com custos menores, pois sua produção obteve com o tempo aperfeiçoamento em novas tecnologias, qualificação de mão de obra, além de negociar custos com fornecedores e trabalhadores, gerando assim a necessidade de transformações dentro das indústrias de países emergentes, causando então, conflito entre diversos Estados, obrigando os mesmos a regulamentarem suas regras em relação ao comércio internacional (DIAS, 1996).

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A globalização trouxe para muitos, a perspectiva de então poder elevar o padrão de vida para a população de diversos países, além de abrir o mercado para que países em desenvolvimento pudessem exportar seus produtos e importar produtos nunca vistos antes, trazendo possibilidades de estes receberem investimentos externos. Porém, durante este processo muitas barreiras foram encontradas, em um mundo mais competitivo, a concorrência desleal começa a existir. Países enriquecem, mas a população continua desfavorecida, demonstrando assim falhas no processo de integração global.

Contudo, em 1999 houve o primeiro grande protesto contra a globalização, isto porque operários fabris nos Estados Unidos sentiram-se ameaçado pela concorrência da China, subsídios americanos ameaçavam empregos de agricultores de países em desenvolvimento, ambientalistas viam a globalização destruir projeto de décadas sobre regulamentações para a preservação da natureza. A economia poderia estar em crescimento mais outros valores estavam sendo prejudicados e muitos não estavam satisfeitos com o progresso da globalização (STIGLITZ, 2007).

O processo de globalização pode gerar para muitos países a dependência econômica entre eles, assim quando um país sofre uma crise, sintomas podem ser notados em outros países que possuem relações econômicas e comercias com o mesmo. Como afirma Santos (2001, p. 35)

O processo da crise é permanente, o que temos são crises sucessivas. Na verdade, trata-se de uma crise global, cuja evidencia tanto se faz por meio de fenômenos globais como de manifestações particulares, neste ou naquele país, neste ou naquele momento, mas para produzir o novo estágio de crise.

Assim ocorreu na crise de 20081 no setor mobiliário dos Estados

Unidos, onde o sistema global foi afetado e levou diversos países a recorrerem ao Fundo Monetário Internacional, devido ao endividamento acarretado por esta crise, ou seja, a crise não afeta exclusivamente um país, torna-se

1A crise de 2008 foi deflagrada a crise das hipotecas imobiliárias nos Estados Unidos, com a

quebra do banco Lehman Brothers. Basicamente os problemas começaram porque as

instituições financeiras emprestaram dinheiro demais para quem não podia pagar. Isso levou à falência de bancos e à intervenção governamental para evitar o colapso do sistema financeiro e uma recessão mais aguda (ASSALVE, 2011).

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finalmente, de caráter mundial devido à interdependência gerada pelo processo da globalização.

Outro fator muito importante a ser salientado, além das crises, é a expansão da democracia, com estratégias políticas diferentes em cada parte do mundo. Todavia, as mídias sociais atuais repercutem as manifestações que ocorrem em diferentes regiões e estas se expandem mundialmente, chegando a outros países.

No Brasil existe um exemplo claro referente à globalização. Como por exemplo, o caso envolvendo a hidrelétrica de Belo Monte, que está sendo construído sobre o Rio Xingu. Este tem causado divergências nos vários eixos da sociedade, organizações sociais e ambientalistas de várias partes do mundo se opõem à construção e defendem a tese de que a obra irá promover inúmeros impactos ambientais e socioeconômicos na região (CABRAL, 2010).

A partir destes exemplos pode-se observar que o mundo está interligado, através das mídias sociais, promovidas pela expansão da globalização, permitindo assim a união mundial de indivíduos que buscam muitas vezes o mesmo ideal.

O progresso do fenômeno global acabou por subtrair o conceito do Estado como único ator da sociedade internacional dando lugar às Organizações Internacionais, blocos econômicos, empresas entre outros, em relação à Sociedade Internacional (STIGLITZ, 2007).

Contudo, constituíram-se no decorrer dos anos diversas Organizações Internacionais com objetivos e áreas divergentes, para que facilitasse a integração e desenvolvimento das relações internacionais.

Neste sentido, as Organizações internacionais são entidades formadas por Estados e que possuem personalidade jurídica no Direito Internacional, que resultam do aumento das relações internacionais e da necessidade de cooperação entra os Estados (BARRETO, 2007) .

Assim confirma Elíbio; Manoel; Matos (2006, p. 64).

O Estado, mesmo sendo ainda um dos principais eixos de manutenção da Sociedade Internacional, mantém o controle da agenda internacional e dos interesses inerentes a sua responsabilidade. Por outro lado, muitas funções e decisões internacionais estão sendo compartilhadas por organismos de origem

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internacional, onde visam objetivos conjuntos para a sociedade mundial.

Apesar da difusão rápida de tecnologias de informação e comunicação na sociedade internacional, muitas inovações não chegam a determinadas regiões do mundo, e por isso as opiniões em relação aos benefícios e malefícios da integração mundial divergem. Portanto, para países em desenvolvimento essa interação muitas vezes ocorre mais lentamente e em menor proporção em relação aos desenvolvidos.

Não é difícil compreender nesta conjuntura, que países em desenvolvimento como o Brasil, padeceu, padece e padecerá, com os ajustes necessários para concorrer no âmbito internacional. Porém, essa globalização também oferece oportunidades para se posicionarem na esfera internacional, como é o caso das constantes internacionalizações de empresas brasileiras e investimentos externos no Brasil, devido ao aumento de exportações e importações da indústria brasileira. Portanto, existem riscos e oportunidades para países que não possuem hegemonia neste contexto.

2.2. COMÉRCIO EXTERIOR

Para dar início neste segmento é necessário evidenciar a diferença de comércio exterior e comércio internacional.

Para Luna (2000, p. 34), o comércio internacional refere-se ao:

Fluxo do intercâmbio de bens e serviços entre países ou empresas desses países, resultantes em grande proporção da divisão internacional do trabalho, as relações que integram as entidades econômicas internacionais e a harmonização dos interesses dos países entre si no campo do comércio.

Ou seja, o comércio internacional envolve as transações comerciais e as movimentações de capitais efetuadas entre países, estas organizadas e disciplinadas internacionalmente através de organizações internacionais, acordos ou tratados.

No entanto, a definição do comércio exterior para Maluf (2000, p. 23) “É a relação direta de comércio entre dois países ou blocos. São as

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normatizações com que cada país administra seu comércio com os demais, regulando as formas, métodos e deliberações para viabilizar este comércio”.

A partir dessa definição, conclui-se que as políticas, leis, normas e regulamentos que os países aplicam para realizar o intercâmbio de mercadorias e serviços resultam e totalizam a definição de comércio exterior.

Com o conhecimento da diferença entre os dois comércios entende-se o início e a importância do comércio internacional para a integração mundial. O comércio internacional constituiu-se desde as grandes navegações e desenvolveu-se com a ambição de ganhos com este comércio dos mercantilistas. Estes a fim de organizar os negócios nacionais e internacionais para daí obter um saldo favorável na balança comercial, assim os mesmos defendiam a regulamentação do comércio, com tarifas, cotas e outras políticas comerciais como medidas protecionistas (CARBAUGH, 2004).

Os mercantilistas acreditavam que o Estado deveria estimular o comércio e a indústria. Uma vez que, estas obtinham maior índice de exportações e era considerado por eles, o principal modo de acrescentar o volume de metais preciosos dentro do país, pois os pagamentos destes negócios eram recebidos em ouro e prata, encorajando assim, as exportações e desencorajando as importações provenientes de outros países, para desta forma possuir uma boa reserva de capital, podendo assim vender seus produtos a valores mais altos, pois, para eles a economia era estática e seus pensamentos eram de que se uma nação obtinha lucros com um comércio a outra não poderia obter lucros em seu favor mutuamente e a acumulação se tornava uma necessidade (CARVALHO, 2007).

Apesar de ver os benefícios deste comércio de uma forma muito limitada, esta visão prevaleceu por muitos anos.

O mercantilismo foi de suma importância para a consolidação de uma economia mundial além de contribuir para a criação e fortalecimento dos Estados nacionais, que refletem até hoje a situação global. Muitos autores relatam este período como a “Revolução Comercial”, pois a partir daí houve a integração de diversos continentes no sistema econômico mundial (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001).

Séculos mais tarde, a Teoria das Vantagens Absolutas onde A Riqueza das nações, obra de Adam Smith de 1776, impõe uma visão sobre o

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comércio entre os países criticando a visão dos mercantilistas quanto à ideia de economia estática, pois estes não perceberam que uma troca pode ser benéfica para ambos (CARVALHO, 2007).

O economista Adam Smith procurou explicar em sua teoria que uma nação que possui vantagem natural ou adquirida para produção de um determinado bem poderá produzir mais a um custo menor que outro país, tornando-se assim mais competitivo neste segmento sendo assim, o comércio internacional entre dois países será realizado quando um país for mais competitivo em um segmento em relação a outro que terá a mesma característica, porém em outro segmento, assim sendo ambos os países terão benefícios através do intercâmbio entre os mesmos, sabendo que é necessário que cada nação se especialize na produção em que possua maior competitividade (CARVALHO, 2007).

Podendo uma nação ser mais competitiva que outra, David Ricardo apresentou uma nova teoria em sua obra Princípios de Economia Política e Tributação, que complementa a de Smith. A teoria conhecida como Teoria das Vantagens Comparativas, afirma que, mesmo quando um país possui vantagem absoluta em ambos os produtos, poderá ainda haver comércio internacional entre eles, basta o país que possui desvantagem nesta produção especializar-se no produto que a desvantagem absoluta for menor e o país com vantagem absoluta, especializar-se na produção na qual é mais eficiente, sendo assim, essa teoria demonstra que o livre comércio torna possível um país possuir diferentes mercadorias independentemente do seu nível de desenvolvimento em toda sua amplitude (RICARDO, 1996).

Teoricamente a tese do economista David Ricardo demonstra que se todos os países utilizassem seus recursos exclusivamente para o que melhor produzem necessariamente seriam importadores exclusivos dessas mercadorias, uma vez que a competitividade iria diminuir nesse setor, porém a necessidade de ser competitivo em todos os mercados faz com que essa teoria não se aplique na prática. (CARVALHO, 2007)

Para Silveira (2007, p. 51)

Contudo, na prática isto não ocorre. Na maioria das vezes, os países elegem sua política comercial por intermédio de interesses próprios, normalmente condicionados por interesses de grandes grupos

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econômicos. Assim, as políticas comerciais são, na prática, dominadas por grupos de interesse (“lobbies”), que pressionam os governos para adotarem políticas restritivas para o comércio internacional. Desta forma, há a intervenção do Estado no comércio internacional por meio de suas políticas internas.

Assim, os conceitos dos economistas Smith e Ricardo sugerem não ocorre na prática, pois cada país administra suas politicas comercias de acordo com suas necessidades e interesses e acabam por não focar seus recursos e especializar-se naquilo que melhor produz, querendo tornar-se competitivo em diversas áreas de produção.

Duas convenções servem como fonte básica no que se refere aos negócios internacionais, são elas a Convenção de Haia (1964) e a Convenção de Viena (1980). Apesar de suas diferenças no âmbito de aplicação, ambas configuram condições para definir quando uma compra ou venda é internacional, definindo a formação de contratos e as obrigações das partes destes (SOARES, 2004).

A integração mundial gerada pela globalização, citada anteriormente, acarretou no comércio internacional, que consiste na integração comercial dos países. O comércio internacional se constitui através das relações jurídicas e econômicas do Direito Internacional e Economia Internacional, sendo assim as forças econômicas influem nas relações jurídicas dos Estados (CAMPOS, 1990).

Portanto, o comércio internacional, é de suma importância para a balança comercial de um país tanto na entrada de novos produtos, quanto na saída de produtos nacionais. Entretanto, é necessário que haja uma ponderação entre ambos para que não afetem diretamente o mercado nacional, sempre havendo suprimento de produtos nacionais e não afetando de forma brusca a atividade de uma indústria pela forte concorrência de produtos importados.

A principal razão para a existência do comércio internacional é a constatação simples de que nenhum país é autossuficiente o bastante para produzir todos os bens e serviços de que sua população necessita. (KEEDI, 2010).

O comércio exterior é fortemente influenciado pelas normas comerciais de cada país, uma vez que, estes possuem estruturas e

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regulamentações próprias, mas sempre de acordo com as regras internacionais. As normas do comércio internacional são provenientes de acordos internacionais ou organizações internacionais, que possuem a intenção de facilitar os tramites da comercialização, através da harmonização e padronização das normas (MALUF, 2000).

As Organizações Internacionais executam tarefas de fundamental importância para o comércio internacional, onde estas auxiliam e favorecem os fluxos internacionais, contribuindo para uma vasta relação entre diferentes países, além de cooperar para o desenvolvimento do comércio internacional (HERZ; HOFFMANN, 2004).

Atualmente o comércio internacional é supervisionado pela Organização Mundial de Comércio (OMC), que será abordado no decorrer da pesquisa.

Por fim é notável que o comércio exterior surja para suprir as necessidades, geradas pincipalmente pela falta de recursos naturais, ou até mesmo e desigualdades de produção que alguns países sofrem, por isso, a importância do comércio internacional para a compra de bens e serviços indisponíveis em alguns Estados.

Para proteger o comércio internacional de práticas desleais é necessária a compreensão do protecionismo e suas aplicações. Para isso a próxima seção irá abordar o protecionismo e suas medidas no comércio internacional.

2.2.1 Protecionismo

Em toda sua amplitude o protecionismo é visto pelo comércio internacional como a forma de um Estado proteger sua indústria nacional.

Neste entendimento Barral (2002, p. 14) propõem,

Entende-se protecionismo como a utilização de medidas visando à modificação de um fluxo comercial, geralmente buscando favorecer produtores nacionais. Nesta ótica o protecionismo se contrapõe à liberalização do fluxo de comércio, cujo fundamento é a eficiência pela concorrência no mercado, capaz de promover o crescimento e o bem-estar econômico.

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As medidas protecionistas podem ser divididas em barreiras tarifárias e não tarifárias que será exposto a seguir. Para dar início a este assunto, é necessária a compreensão sobre o conceito de tarifa.

“Tarifa é um imposto de importação incidente sobre um produto quando este cruza fronteiras nacionais” (CARBAUGH, 2004, p.78).

A tarifa possui duas funções para a economia de um país, podendo ser uma tarifa imposta pelo governo para proteção da indústria nacional ou para simplesmente gerar receita. A primeira não tem por finalidade impedir a importação, mas sim criar certa desvantagem competitiva para com o produto nacional, não desrespeitando um dos princípios da Organização Mundial de Comércio (OMC), sobre o tratamento nacional onde o mesmo impõe que produtos importados devem receber o mesmo tratamento que produtos nacionais, já a segunda consiste em uma tarifa imposta nas importações ou exportações tendo por finalidade a arrecadação tributária para complementar a receita de um país (CARVALHO, 2007).

Existem outras formas de proteger o comércio nacional, incluindo os subsídios, ou as múltiplas taxas de câmbio, nesta o governo atua no mercado de câmbio criando uma taxa para controlar as importações, ainda existe as licenças de importação, este é gerado licenças para controlar as importações quando o país enfrente déficit na balança comercial e por último as quotas de importação, que são barreiras não tarifárias onde o país determina a quantidade a ser exportada por um país e importada por ele (CARBAUGH, 2004).

As barreiras alfandegárias acontecem quando o governo eleva os impostos alfandegários para que os produtos estrangeiros não entrem no mercado interno, assim elevam os preços dos importados. As quotas de importações são utilizadas, quando a indústria nacional não produz o suficiente para suprir a demanda interna, assim o governo permite a importação somente do que é necessário para suprir as necessidades do mercado nacional. Outra forma de protecionismo utilizada é a taxa de câmbio, mantendo o controle do câmbio, aumentando a taxa cambial tornando o valor do produto importado elevado para competir com o preço nacional. Assim descreve Maia (2004) sobre os meios de proteção a indústria nacional.

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O protecionismo pode ser agressivo, defensivo e moderado. O primeiro pode provocar uma guerra comercial entre países, o segundo tem o intuito de proteger a indústria nacional do dumping, podendo se utilizar as medidas antidumping e o terceiro quando utilizado de forma moderada e equilibrada, utilizando de barreiras apenas se necessárias para o desenvolvimento econômico (MAIA, 2004).

Para Silva (2001, p. 44)

O protecionismo econômico é uma doutrina que defende a tese de que o Estado deve ter um papel crucial na definição e implementação de uma política desenvolvimentista. Ao Estado cabe, entre outras funções importantes, o controle das importações, a promoção das exportações e a proteção da indústria nacional contra a concorrência dos produtos estrangeiros.

Diante desta definição entende-se que cabe ao Estado promover medidas protecionistas para proteger sua indústria nacional.

O modelo de protecionismo depende da politica externa de cada Estado, pois é somente esse que controla a entrada e saída de mercadorias, para exercer uma politica de desenvolvimento da indústria nacional (RATTI, 2001).

A prática de medidas protecionistas podem levar países que, por alguma razão se sentirem prejudicados cometer represália, sendo esta ilegal e violando os direitos econômicos internacionais (SILEVEIRA, 2007).

A proteção à indústria nacional é importante para o crescimento da mesma, pois, qualquer forma de competitividade desleal, devasta a produção nacional, provocando o desequilíbrio industrial.

2.3. BALANÇA COMERCIAL

A balança comercial registra todas as transações referentes somente às exportações e importações de mercadorias (SILVA, 2001).

Quando a balança comercial registra um superávit isto quer dizer que as exportações foram maiores que as importações naquele período. Já o resultado inverso é chamado de déficit, ou seja, o saldo da balança comercial é

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o resultado das exportações menos as importações ocorridas em um determinado período por aquele país. (SILVA, 2001)

Se o saldo da balança comercial é negativo, cabe ao governo recorrer às reservas do Estado caso o Estado não tiver em caixa, recorre-se aos empréstimos internacionais, podendo assim se transformar em divida externa. Quanto mais favorável o saldo da balança comercial, mais atrai investimento estrangeiro para o país. (AMARAL, 2001)

Assim, com o país sendo superavitário, contribui com o aumento de empregos, pois quanto maior o número de produtos que saem do país, mais recursos estrangeiros são injetados na economia nacional, estimulando a produção nacional atendendo então a demanda externa (AMARAL, 2001).

As importações embora estimulem a concorrência dos produtos nacionais, podem causar reflexos negativos na economia, uma vez que, se torne maior que as exportações.

Para a compreensão da balança comercial e a importância do comércio internacional para a economia de um país, é fundamental ter o conhecimento do que são as importações e exportações, para que servem e como ocorrem. Para isso será abordado na sequência esses dois assuntos.

2.3.1 Importação

Importação, nada mais é que a operação de entrada de uma mercadoria no país, tendo em contrapartida, geralmente, uma saída de divisas. Simplificando tal fato, é a compra de mercadorias de um país por outro (LABATUT, 1983).

A importação ocorre quando um país não possui capacidade de produção de um determinado segmento ou não possui produção do mesmo, a partir daí deve-se importar este produto ou serviço. Além disso, muitas empresas importam produtos simplesmente por estes disporem de preços mais atrativos para serem comercializados.

As importações se tornam importantes para a obtenção na diversificação de mercado, além de tornar produtos nacionais e importados competitivos, forçando assim um aprimoramento tecnológico, a renovação e uma melhor qualificação dentro da produção nacional. Para que isto ocorra é

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necessária também a ampliação na quantidade de fornecedores que se torna possível com as importações, reduzindo a possibilidade de esgotamento do mesmo no mercado.

Assim Hermann (2011, p. 17) define a importação como:

Um fenômeno de origem econômica que possui intrincada conotação fiscal. Trata-se de um setor de grane importância e necessidade para a vida tanto dos países em desenvolvimento quanto dos países desenvolvidos.

Diversas vezes o custo de um produto importado é menor do que se produzido internamente. Como é o caso dos produtos chineses, devido à mão de obra local, torna-se mais barato a importação de um produto lá produzido, ou até mesmo instalar-se nesta localidade, podendo produzir com preços mais atraentes para o mercado externo.

“O comércio exterior não é apenas vender mais, é também comprar bem; não permitir que práticas predatórias destruam a nossa indústria”. (MAIA, 2004, p. 25).

No Brasil as importações se destacaram a partir de 1990, quando o país modificou sua política internacional e deu início a abertura comercial. Deste modo, muitas barreiras tarifárias e não tarifárias que dificultavam a entrada de importados, foram eliminadas, causando impactos que refletiram em na instabilidade à indústria nacional.

A abertura comercial possibilitou ao Brasil consolidar novos parceiros e acordos internacionais, assim o país participa de alguns blocos políticos e econômicos na esfera internacional.

Os principais parceiros comerciais do Brasil são a China, Estados Unidos e Argentina, até janeiro de 2013. (BRASIL, 2013a).

A Argentina tornou-se um grande parceiro comercial brasileiro, pois ambos fazem parte do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), facilitando então as negociações comerciais, pois esse bloco tem como objetivo reduzir os custos financeiros de transações comerciais entre os países membros, além de ser uma União Aduaneira, que visa a integração dos países participantes, através da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos. (BRASIL, 2013a).

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O Brasil faz parte de muitos blocos políticos e econômicos que são relacionados pelo governo brasileiro, são eles: (1) Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP); (2) Agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul (BRICS); (3) G-20; (4) G-15; (5) Cúpula Iberoamericana; (6) Aliança de Civilizações; (7) Cúpula América Latina, Caribe e União Europeia (ALC-EU); (8) Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS); (9) Cúpula América do Sul e África (ASA); (10) Fórum de Cooperação América Latina – Ásia do Leste (Focalal); (11) Cúpula América do Sul – Países Árabes (Aspa); (12) MERCOSUL (BRASIL, 2013a).

Além dos blocos relacionados, existem acordos internacionais dos quais o Brasil participa individualmente ou com o MERCOSUL, que não estão relacionados anteriormente.

2.3.2 Exportação

A exportação, em sua essência é a saída regulamentar de mercadorias para além da fronteira territorial de um país, ou seja, qualquer mercadoria que estiver em conformidade com as regras do comércio exterior que passar por fronteiras territoriais estará inserida no contexto de comércio internacional. Sendo o país de onde a mercadoria saiu o exportador e, o país de entrada o importador.

É possível exportar bens ou serviço, onde bens se referem à transferência de mercadorias entre países e serviços é a venda de assessoria, consultoria, conhecimentos entre outros. (KEEDI, 2010).

A comercialização de bens e serviços para o exterior decorre de diferentes necessidades. A exportação de bens se dá geralmente devido à falta de recursos naturais, terras e clima que um país possui e o outro não, entre outros fatores onde ocorre a exportação de manufaturas ou produtos finais. Já a exportação de serviço acontece pela abundância do exportador em de fatores de produção, vasto desenvolvimento tecnológico e diversos conhecimentos, assim a exportação de serviço é a transferência de informações, tecnologias, mão de obra e outros.

Existem maneiras de serem realizadas as exportações, são elas, direta, indireta, definitiva ou temporária.

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A primeira implica na venda de mercadorias para o exterior do próprio fabricante do produto, este conduz todo o processo de exportação, desde o contrato até a conclusão da operação, não havendo nenhuma intermediação neste processo. A segunda se refere à exportação indireta, onde o exportador não é o produtor da mercadoria, assim envolve a participação de intermediários, como trading companies, ou outros. A forma definitiva ocorre quando a mercadoria exportada passa a ser no país importador uma mercadoria nacional para todos os efeitos legais, e só poderá sair deste em uma operação de exportação. Diferentemente do que ocorre na forma temporária, quando a mercadoria é enviada por tempo determinado, são comuns quando são feitas feiras internacionais, exposições entre outros motivos que necessitam da mercadoria no exterior para que depois a mesma retorne a seu país de origem. (KEEDI, 2010)

Além das formas citadas anteriormente a exportação possui implicações quanto ao pagamento das mercadorias comercializadas, onde o pagamento deve ser feito com ou sem cobertura cambial, isso quer dizer, com cobertura cambial haverá a contratação de câmbio, onde a venda é feita em moeda estrangeira e recebida pelo exportador em moeda nacional e sem cobertura cambial envolve o não pagamento do importador ao exportador, assim não há remessa de divisas do exterior para o pagamento da mercadoria e quando necessário será processado em forma de transferência financeira. (BRASIL, 2013b)

São muitas as regras de circulação de mercadorias para o exterior, a maior parte destas necessárias para a harmonização e desenvolvimento saudável do comércio internacional.Porém, outrora a indústria nacional obtinha proteção oriunda de barreiras que atualmente não existem mais, assim é possível notar uma maior competitividade no mercado interno, pois, muitas empresas estrangeiras podem concorrer com as empresas internas dentro do território nacional.

A exportação é essencial para o desenvolvimento de uma empresa, pois possibilita a diversificação e mercados, aumentando assim a oferta e demanda de sua produção. Assim os riscos de crise no mercado reduzem, deixando esta de atuar tão somente no mercado interno (KEEDI, 2010).

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Assim a internacionalização de empresas leva ao maior desenvolvimento das empresas nacionais, pois, obriga estas a modernizar-se, para preservar o mercado interno, conquistar novos mercados e se tornarem mais competitivas.

Em suma a exportação é importante para o desenvolvimento de um país, pois, agrega significativamente na formação do Produto Interno Bruto (PIB) do mesmo, que possui tendência exportadora, contribuindo assim para o desenvolvimento socioeconômico do país.

2.4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO

Para compreender o comércio internacional e suas regras é necessário conhecer a Organização Mundial do Comércio (OMC), para isto está seção explica como esta surgiu e seus fundamentos.

Tendo em vista a necessidade de reconstruir a economia mundial pós-segunda Guerra Mundial, uniu esforços de diversos países aliados, reunindo-se na chamada conferência de Bretton Woods. Nessa conferência ficou estabelecido um sistema de regras para regular a política econômica internacional criando assim três instituições internacionais, sendo elas; o Fundo Monetário Internacional (FMI); o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e por fim a Organização Internacional do Comércio (OIC). As duas primeiras instituições começaram suas atividades logo após o término da Segunda Guerra Mundial (1945), porém a OIC não se estabeleceu. (SILVEIRA, 2007)

Assim, foi negociado um Acordo Provisório para regular tarifas e regras para o comércio internacional que passou a ser chamado General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), que vigoraria até a conclusão da OIC, porém esta organização não foi implantada e o GATT regulou as regras do comércio internacional mesmo não sendo um órgão internacional. (THORSTENSEN, 2003)

Ao longo dos anos foi sendo estabelecido o sistema de regras do comércio internacional, mas para que isso fosse possível foram necessárias algumas rodadas de negociações entre os países que aderiram ao GATT. Em seu início, este acordo possuía 23 países signatários e, ao longo das rodadas

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outros países foram aderindo-o, ao total foram oito rodadas durante o GATT e mais a Rodada de Doha, já com a OMC formalizada.

Assim o Quadro 1, a seguir apresenta as rodadas que aconteceram e ainda acontecem, o período que elas ocorreram, o número de países participantes de cada uma e os temas dos quais foram abordados durante cada rodada.

Quadro1 – Rodadas de Negociações do GATT e OMC

Rodada Período Países Participantes Temas cobertos

Genebra 1947 23 Tarifas

Annecy 1949 13 Tarifas

Torquay 1950 – 1951 38 Tarifas

Genebra 1955 – 1956 26 Tarifas

Dillon 1960 -1961 26 Tarifas

Kennedy 1964 – 1967 62 Tarifas e antidumping.

Tóquio 1973 – 1979 102 Tarifas, Medidas não tarifárias, Cláusula de Habilitação.

Uruguai 1986 – 1993 123 Tarifas, Agricultura, Serviços, Propriedade Intelectual, Medidas de Investimento, novo marco jurídico, criação da OMC.

Doha 2001 - ? 149 Tarifas, Agricultura,

Serviços, Facilitação de Comércio, Solução de Controvérsias, “Regras”.

Fonte: BRASIL, (2013c) Elaboração da autora, 2013

São essas as rodadas que tiveram importância fundamental para as negociações efetivadas durante o GATT e até mesmo para a criação da então Organização Mundial do Comércio.

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A OMC foi criada diante de conflitos internacionais no âmbito comercial em 1995. E alguns países desenvolvidos com interesses distintos dos países em desenvolvimento, portanto surge a partir deste agravante, a necessidade da criação de uma rodada de negociações para tratar de temas diversos em relação ao comércio internacional e não apenas sobre tarifas e barreiras como se verifica no Quadro 1.

Em decorrência dos diversos interesses estabeleceu-se a oitava rodada, a Rodada Uruguai, que incluiu alguns setores como agricultura, têxteis, serviços e propriedade intelectual. Estes, que antes existiam como regras especiais no comércio internacional conservando o protecionismo de cada país para estes setores. Assim essa rodada resultou na criação da Organização Mundial do Comércio, que já possui uma nova rodada de negociações chamada Doha, a qual teve início em 2001 e não obteve conclusão até hoje (THORSTENSEN, 2003).

Assim que entrou em vigência, a OMC instituiu alguns acordos que regulamentaram o sistema multilateral de comércio, estes estabelecem algumas regras para o comércio internacional, a organização é responsável pela fiscalização do cumprimento destes acordos.

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FIGURA 1 – ACORDOS ESTABELECIDOS PELA OMC:

Fonte: THORSTENSEN, (2003) Elaboração da autora, 2013

 ACORDO SOBRE AGRICULTURA

 ACORDO SOBRE APLICAÇÃO DE MEDIDAS SANITÁRIAS E FITOSANITÁRIAS

 ACORDO SOBRE TEXTÊIS E VESTUÁRIOS

 ACORDO SOBRE BARREIRAS TÉCNICAS AO COMÉRCIO

 ACORDO SOBRE MEDIDAS DE INVESTIMENTO RELACIONADAS AO COMÉRCIO

 ACORDO SOBRE INSPEÇÃO PRÉ-EMBARQUE

 ACORDO SOBRE REGRAS DE ORIGEM

 ACORDO SOBRE PROCEDIMENTO PARA LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO

 ACORDO SOBRE SUBSÍDIOS E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS

 ACORDO SOBRE SALVAGUARDAS

 ENTENDIMENTO RELATIVO ÀS NORMAS E PROCEDIMENTOS SOBRE

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A maioria destes acordos visa uma maior liberalização do comércio internacional, entretanto, existem acordos que dificultam este comércio, estabelecendo algumas barreiras.

Nota-se, portanto que foram muitos os fatores do cenário internacional que permitiram e estabeleceram a necessidade da criação de uma Organização Internacional para tratar o comércio mundial.

O GATT permaneceu como um dos acordos sobre comércio, e outros dois acordos foram criados também, o Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços (GATS) e o Acordo sobre aspectos do Direito da Propriedade Intelectual (TRIPS). Esses são os três acordos sobre o comércio que fazem parte do Anexo 1 da OMC (PEREIRA, 2005).

Esta organização tem como sede Genebra, na Suíça e é conduzida por um diretor geral, atualmente também possui 159 países membros, sendo a adesão do Brasil em 1995 e da China em 2001.( ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO, 2013a)

Durante as negociações da Rodada Uruguai ficou estabelecido que apenas fosse membros da OMC, os países que aceitassem todos os acordos estabelecidos durante as negociações como um conjunto não dissociável. (BARRAL, 2002)

Segundo a Organização Mundial do Comércio (2013a):

O objetivo principal é ajudar o fluxo comercial a ser o mais livre possível - desde que não haja efeitos colaterais indesejáveis – pois isso é importante para o desenvolvimento econômico e o bem estar. Quem em parte significa remover obstáculos. É, igualmente, assegurar que os indivíduos, as empresas e os governos não sabem o que as regras do comércio ao redor do mundo, e dando-lhes a confiança de que não haverá mudanças bruscas da política. Em outras palavras, as regras têm de ser "transparentes" e previsíveis. De tal modo, entende-se como o principal objetivo da Organização diante o comércio internacional garantindo aos países e suas empresas o conhecimento das regras e um comércio mais aberto e transparente.

Por sua vez, segundo Silveira (2007), a OMC tem como objetivos: (a) Servir de foro de negociações; (b) Resolver os conflitos comerciais; (c) Administrar e aplicar os acordos comerciais; (d) Examinar e supervisionar as políticas comerciais.

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Assim, com a OMC administrando o comércio internacional, as práticas desleais no mercado externo, não deveriam existir.

Para Stiglitz (2007, p. 157) “o aspecto mais importante é que, pela primeira vez, existiu um mecanismo efetivo, ainda que limitado”.

Mesmo com falhas em algumas medidas tomadas, a tentativa de estabelecer regras modela o sistema de comércio global, possibilitando execuções de politicas comerciais semelhantes entre países, diminuindo a complexidade entre eles, e formando novos parceiros comerciais.

A OMC não pune diretamente o país infrator, porém autoriza os países que sofreram prejuízos decorrentes da violação de normas estabelecidas pela OMC a impor restrições comerciais sobre o país infrator, com a retorsão, que corresponde a uma medida coercitiva que não fere o direito internacional econômico, onde o país que se sinta ofendido aplica esta medida no país ofensor, podendo esta ser através do aumento de tarifa de um determinado produto alfandegário (SILVEIRA, 2007).

A estrutura orgânica da OMC, segundo Silveira (2007) é formada por:

a) Conferência Ministerial, na qual é o órgão de maior poder, onde Ministro das Relações Exteriores de todos os países-membros, se reúnem a cada 2 anos para decidir sobre acordos multilaterais.

b) Conselho Geral, é o órgão-diretor da organização, devem reunir-se uma vez por mês;

c) Órgão de Soluções de Controvérsias é formado pelo Conselho Geral, e exerce a função de solucionar conflitos entre os membros;

d) Órgão de Revisão da Politica Comercial, formado pelo Conselho Geral, e possui a função de examinar periodicamente as políticas comercias dos Estados garantindo assim o princípio de previsibilidade da organização;

e) Conselho para bens, serviços e propriedade intelectual; f) Comitês;

g) Secretariado;

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FIGURA 2 – Estrutura organizacional da OMC:

Fonte: Organização Mundial do Comercio (2013b) Elaboração da autora, 2013. Comitê de Serviços Financeiros Grupo de Trabalho sobre Serviços Profissionais Grupo de Trabalho sobre Normas de AGSC Comitê de Compromissos Específicos Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias Comitê de Barreiras Técnicas ao Comércio Comitê de Práticas Antidumping Comitê de Regras de Origem Comitê de Subsídios e Medidas Compensatórias Conselho do Comércio de Mercadorias Comitê de Acesso aos Mercados Conselho de Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio Comitê de Agricultura Comitê de Supervisão de Têxteis Comitê de Invest. Relacionados ao Comércio Comitê de Valoração Aduaneira Comitê de Licença de Importação Comitê de Salvaguarda Grupo de Negociações sobre telecomunicação Básica Grupo de Negociações sobre Serviços de transportes Marítimos Comitê de Comércio de Aeronaves Civis Conselho de Compras Públicas Conselho Internacional de Carne Comitê de Comércio e Meio Ambiente Comitê de Comércio e Desenvolvimento Comitê de Restrições por Balanço de Pagamentos Comitê de Assuntos orçamentários, Financeiros e Administrativos Conferência Ministerial Órgão de Exame de Politicas Comerciais Conselho Geral Órgão de Solução de Controvérsias Órgão Permanente de Apelação Grupos especiais de Solução de Controvérsias Conselho do Comércio de Serviços

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Conforme exposto na figura 2, entende-se a estrutura organizacional da OMC e suas funções, a estrutura é responsável pelas funções de cada órgão dentro da organização.

Desta maneira, como é importante conhecer a estrutura da organização, é importante também conhecer os países-membros da mesma, uma vez que, as regras e negociações realizadas pela OMC só tem validade para seus países signatários.

Na figura 3 foram relacionados os países que fazem parte da OMC atualmente:

Figura 3 – Membros, Não Membros e Observadores da OMC

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