• Nenhum resultado encontrado

ACUMULAÇÃO DE M I C R O N U T R I E N T E S PELO SORGO SACARINO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "ACUMULAÇÃO DE M I C R O N U T R I E N T E S PELO SORGO SACARINO"

Copied!
14
0
0

Texto

(1)

ACUMULAÇÃO DE MICRONUTRIENTES PELO SORGO SACARINO *

C.A. ROSOLEM ** E. MALAVOLTA ** J . R. MACHADO **

RESUMO

Amostras de plantas de dois cultiva-res de sorgo sacarino (Brandes e Rio) cultivados em um Latossol R o x o , foram colhidas de 20 em 20 d i a s , e foram rea¬

lizadas analises de B, C u , F e , Mn e Zn nas diversas partes da p l a n t a .

Os estádios fisiológicos em que ocor-reram as maiores velocidades de absor¬

* Parte da tese de doutoramento do primeiro a u t o r , com apoio financeiro do BNDE e FINEP. Entregue para publicação em 2 9 / 0 6 / 1 9 8 1 .

** Departamento de Agricultura e S i l v i c u l t u r a , FCA/UNESP, Botucatu, S P . Com bolsa do CNPq. *** Departamento de Q u í m i c a , Ε.S.A. "Luiz de Q u e i r o z " , U S P .

(2)

ção não foram coincidentes para os dois cultivares para a maioria dos mi¬ cronutrientes. O sorgo sacarino de-monstrou uma alta absorção de Fe na

fase de crescimento vegetativo para a cv. Rio ( 3 5 g/ha dia) e na fase do em¬ borrachamento até florescimento para o cultivar Brandes (47 , 5 g/ha d i a ).

INTRODUÇÃO

A despeito da importância do conhecimento das curvas de acumulação de nutrientes para um programa de adubaçao, no

ca-so do sorgo sacarino nao foram encontrados relatos

específi-cos sobre o assunto na literatura.

BRAWAND ε HOSSNER ( 1 9 J 6 1 relatam que os teores de Ν , Ρ>

Ca e Mg nas folhas dos sorgos em geral podem crescer,

decres-cer ou permanecer constantes durante o intervalo entre o

eru-bor rachamento e 50¾ de f l o r e s c i m e n t o , havendo diferenças n e s

-te comportamento e m função do ano de cultivo. Os -teores de Κ

geralmente decrescem no intervalo considerado, sugerindo o transporte para outras partes das plantas.

Alguns estudos foram feitos com a cultura do sorgo gra nffero (LANE δ W A L K E R , 1 9 6 1 ; BOX, 1 3 7 1 ; VANDELIΡ, 1 9 7 2 ; ROY £ W R I G H T , 1 9 7* 0 , onde foram determinadas as curvas de acumula

çao de matéria seca e macronutrientes em diversas condições.

No caso do sorgo s a c a r i n o , ROSOLEM & MALAVOLTA (1 9 8 1 ) ,

em trabalho anterior estudaram a absorção e redistribuiçao do macronutrientes na planta.

(3)

MATERIAL Ε MÉTODOS

0 presente estudo foi realizado com dois cultivares de

sorgo sacarino (Brandes e R i o ) , em condições de campo, e m

so-lo classificado como Latossol Roxo, contendo 2 , 0 7 ¾ de M.O.;

6 , 0 ; e em m e q/ 1 0 0 g TFSA: 3 - 3 6 de H + , 0 . 1 6 de Al3+, 0 . 2 7 de K+

, 5 . 5 2 de C a + +

, 2 . 0 8 de M g2 +

, 0 . 0 7 de Ρθ1~, no ano agrícola de 1 9 7 7 / 7 8 .

As plantas de s o r g o sacarino receberam adubaçao na dose de 1 50 , 200 e 100 kg/ha de Ν , P2O5 e

^ 0 , respectivamente, nas

formas de sulfato de amônio, superfosfato simples e cloreto de potass io.

Foram feitas amostragens a intervalos de 20 dias, a par

tir do vigésimo dia após a emergência das plantas. Em cada a-mostragem as plantas eram cortadas junto ao solo e divididas em colmo, folhas, ráquis e g r ã o s , dependendo do estádio fi-siológico. As diversas partes das plantas foram secadas em es tufa, pesadas e a seguir foram realizadas análises de B , F e , Cu, Mn e Zn.

Períodos e máxina absorção de mícronutri entes

Para o cálculo dos dados apresentados na Tabela 1 , refe

rentes a velocidade de absorção dos nutrientes * admi tiu-se que as regressões fossem lineares dentro de cada perfodo permitin

do que se chegasse a um valor médio para os períodos

conside-rados .

Pode-se notar pela referida tabela q u e para o cultivar Rio as maiores velocidades de absorção de K , Fe e Zn,

ocorre-ram antes do aparecimento do prímórdio da p a n f c u l a , e as maio res velocidades de absorção de Β , Cu e Mn ocorreram após o fio rescimento. 0 cultivar Brandes se comportou de maneira dife-rente.

(4)

RESULTADOS Ε DISCUSSÃO

Acumulação de ferro:

Pela Figura 1 , pode-se notar que existiram diferenças

entre os cultivares quanto a teores de Fe e acumulação de Fe nas partes das plantas de sorgo sacarino. Diferenças entre ge

nótipos com relação a absorção e translocaçao de Fe sio

rela-tivamente comuns e BROWN et alii ( 1 9 7 2 ) citam alguns exemplos

onde as diferenças foram devidas ã controle genético da absor çao ou translocaçao de Fe na planta.

Nota-se pela Figura 1 que os teores de Fe nas folhas do cultivar Brandes foram muito mais altos do que os do cultivar Rio nos estágios iniciais da culturam e ainda que a taxa de a cumulaçio de Fe parece ter sido maior no cultivar Brandes. Es tes fatos vêm explicar a maior sensibilidade do cultivar Bran des a deficiência de F e , notada no ensaro em casa de

vegeta-ção .

JONES ( 1 9 7 2 1 cita alguns trabalhos em que os teores de

Fe nos estágios iniciais das culturas em questão foram considerados muito altos decrescendo em seguida, econclui que e s -tes valores altos devem ser devido a contaminações por parte do s o l o . Os valores considerados altos foram da ordem de 4 0 0 p p m d e Fe na matéria seca. No presente trabalho o cultivar Brandes

a-presentou 2151 ppm de Fe aos 20 dias de idade, e o cultivar R i o

aproximadamente 600 ppm de Fe nas folhas. Nao deve ter ocorrido

contaminações, pois a diferença entre os cultivares foi grande

e a metodologia uti1izada foi a mesma para ambas.

A acumulação de Fe foi praticamente linear durante todo

o ciclo das plantas (Figura 1 Í , e nao se notaram evidências

de redistribuiçao de Fe, 0 Fe ê apresentado como nutriente in

termediárío q u a n t o a redistribuiçao na planta (EPSTEIN, 1 9 7 5 ; H A L A V O L T A , 1 9 7 6 ) .

Acumulação d e cobre:

(5)
(6)
(7)

JONES ( 1 9 7 2 ), citando trabalhos de Gorsline e Jones S

Medeski , re i at a q u e os teores de Cu nas folhas de m i l h o f

o r a m relativamente estáveis durante o ciclo da cultura, e nas f o lhas de soja estes teores decresceram rapidamente nos p r i m e i -ros 10 d i a s , permanecendo constantes a partir deste ponto. A N

-DRADE et alii (.1977) encontraram tendências que concordam,

em geral, com o relato de JONES ( 1 9 7 2 ) . No presente t r a b a l h o ,

estas tendências nao foram observadas.

0 cultivar Brandes apresentou nos colmos teores de C u ,

nos primeiros estágios, que segundo JONES ( 1 9 7 2 1 s e r i a m tóxi-cos para outras culturas (30 p p m ) .

0 cultivar Brandes apresentou maior absorção e maior ta

xa de absorção de Cu do que o cultivar Rio (Figura 9 ) .

0 cobre apresenta normalmente pouca redistribuiçio I n

-terna na planta (EPSTEIN, 1 9 7 5 ; MALAVOLTA, 1 9 7 6 ) , e no presen

te caso, como se pode observar na Figura 9 , parece ter ocorri

do pequena translocaçao de Cu nas folhas para os grãos de sor go sacarino para os dois cultivares.

Acumulação de manganês:

Pode-se notar pela Figura 3, que houve alguma semelhan-ça entre os cultivares para teores e padrões de acumulação de Mn em função da idade da planta.

A ocorrência de aumentos nos teores de Mn nas folhas d[

fere dos resultados obtidos por ANDRADE et alii ( 1 9 7 2 ) com a

cultura do milho. Os teores encontrados situaram-se dentro da

faixa média de suficiência indicada por JONES ( 1 9 7 2 1 .

0 Mn é tido como nutriente de pouca redistribuição na

planta (EPSTEIN, 1 9 7 5 ) , mas no presente trabalho notou-se

pe-quena translocaçao do Mn dos colmos para os grãos de cultivar Brandes (Figura 1 0 ) .

Acumulação de zinco:

Pela Figura k pode-se notar que os padrões de

(8)
(9)

para os dois culttvares, e os teores encontrados situaram-se dentro da faixa média de suficiência definida por JONES

( 1 9 7 2 ) .

Segundo EPSTEIN 0 9 7 5 ) , o Zn é u m nutriente medianamen-te move 1 da planta. No presenmedianamen-te trabalho parece medianamen-ter ocorrido, alguma trans locação de Zn das folhas para os g r ã o s , apenas no

cultivar Rio (Figura 4 ) , que apresentou cerca de k vezes mais

Zn nos grãos do que o cultivar Brandes.

0 cultivar Rio demonstrou uma diminuição na taxa de ab-sorção na época compreendida entre a diferenciação da panfcu-la e o início de enchimento dos g r ã o s , c o m aumento subsequen-te desta t a x a , o que não ficou evidensubsequen-te para o cultivar Bran des (Figura 4 ) .

Acumulação de boro:

Nota-se pela Figura 5 que houve diferença entre os c u l -t i vares.

Os teores de Β nas folhas cresceram com a idade da plan

ta de maneira diferente entre os cultivares. JONES 0 9 7 2 )

ci-ta alguns trabalhos relacionando diferenças semelhantes para

o milho com as características genéticas de p l a n t a , existindo também certa variabi1idade.

Nota-se pela Figura 5 que parece ter ocorrido transloca ção de B, em certas é p o c a s , do colmo para as folhas e grãos no cultivar R i o , embora EPSTEIN ( 1 9 7 5 1 classifique o Β como

nutriente imóvel ria planta.

No cultivar Brandes parece ter o c o r r i d o uma parada na a cumulação de Β antes do emborrachamento (.60 a 8CL d i a s ) , e o u

-tro no final do ciclo, embora a equação de regressão ajustada

não tenha evidenciado estas variações q u e parecem ter ter s i -do u m a conseqüência das variações nos teores de Β dos colmos

(10)
(11)
(12)

SUMMARY

ACCUMULATION OF ΜICRONUTRIENTS BY SWEET SORGHUM UNDER FIELD CONDITIONS.

Samples of two cultivars of sweet sorghum (Brandes and Rio) grown on a Dark Red Latosol (Latossolo Roxo, Barra

Boni-t a , SP.) were collecBoni-ted aBoni-t inBoni-tervals of 20 days during their

(13)

U s u a l l y t h e p h y s i o l o g i c a l s t a g e s i n w h i c h t h e r a t e of a b s o r p t i o n was h i g h e r were not t h e same f o r b o t h v a r i e t i e s .

LITERATURA CITADA

ANDRADE, A . G . d e ; HAAG, Η . P . ; O L I V E I R A G . D . d e ; SARRUGE, J . R . ,

1 9 7 7 . Acumulação diferencial de nutrientes e m cinco

culti-vares de milho, F u n d a ç ã o C a r g g i l e d . , P i r a c i c a b a , 106 p. BOX, J . , 1 9 7 1 . S o i l management - f e r t i l i t y . Em: G r a i n sorghum

r e s e a r c h i n T e x a s , 1 9 7 0 , C o n s o l i d a t e PR 2 9 3 8 - 2 9 4 9 . T e x a s A

& Μ U n i v e r s i t y , p. 1 1 2 - 1 1 5 .

BRAWAND, Η ,; HOSSNER, L . R . , 1 9 7 6 . N u t r i e n t c o n t e n t o f sorghum

l e a v e s and g r a i n a s i n f l u e n c e d by l o n g - t e r m c r o p r o t a t i o n , and f e r t i l i z e r s t r e a t m e n t , A g r o n . J . 6 8 : 2 7 7 - 2 8 0 .

BROWN, J . C . ; AMBLER, J . E . ; CHANEY, R . L . ; F O Y , C D . , 1 9 7 2 . D i f f e r e n t i a l r e s p o n s e s of p l a n t g e n o t y p e s t o m i c r o n u t r ie n t

Em: MORTVEDT, J ,J . ; P . M . GIORDANO e W . L . L I N D S A Y . M i c r o

-n u t r i e -n t s i -n A g r i c u l t u r e , S o i l S c i . S o c . A m e r i c a , I -n c . M a d i s o n , 3 8 9.-418.

E P S T E I N , E . , 1 9 7 5. Nutrição mineral de plantas - princípios e

perspectivas, t r a d , e n o t a s de Ε . MALAVOLTA, R i o de J a n e i ¬ r o , L i v r o s T é c n i c o s e C i e n t í f i c o s , S ã o P a u l o , e d . da U S P ,

344 p.

J O N E S , J . B . , J R . , 1 9 7 2 . P l a n t t i s s u e a n a l y s i s f o r micronutrients. Em: MORTVEDT, J . S . ; P.M. GIORDANO e W . L , L I N D S A Y .

M i c r o n u t r i e n t s i n a g r i c u l t u r e . S o i l S c i5 Soc. A m e r i c a , I n c ,

M a d i s o n , p. 3 1 9- 3 4 6 .

LANE, H . C . ; WALKER, H , J . , 1 9 6 1 . M i n e r a l a c c u m u l a t i o n and

d i s t i b u t i o n i n g r a i n s o r g h u m . M P- 5 3 3 , T e x a s A g r i c , E x p .

S t a , , 9 p .

(14)

ROSOLEM, C.A.; MALAVOLTA, Ε . , 1 9 8 1 . Acumulação de matéria

se-ca e macronutrientes pelo sorgo sase-carino. An. Esc. Sup. Agric. "Luiz de Queiroz" 38:

ROY, R.N.; WRIGHT, B.C., 1974. Sorghum growth and nutrient

uptake in relation to soil fertility. II : Ν, Ρ and Κ uptake pattern by various plant parts. Agron. J, 6 0( 1 ) : 5 - 1 0 .

Referências

Documentos relacionados

Da categoria-fonte de fazer (Vpredicador pleno) decorrem duas categorias semi-gramaticais, que, em certas predicações, se interligam e até se sobrepõem: (a) marcador causativo

4.4 - A CONTRATADA deverá manter disponível todos os materiais, ferramentas e equipamentos (teste, aferição, medição e etc.) necessários à realização de

A análise da “transmissividade” no conjunto das três fotos leva-nos à seguinte conclu- são: A utilização dos produtos Bayer, que é líder de mercado, e que emprega a mais moderna

O Ensino de História na Escola Técnica Getúlio Vargas, da cidade de São Paulo criada pelo Decreto 2.118-B de 28 de setembro de 1911, não teve a disciplina de História no seu início,

A análise conduzida neste trabalho se configura como uma abordagem econômica e quantitativa dos efeitos da adoção de práticas agrícolas conservacionistas (terraços, plantio em

Realizamos medidas de espectroscopia Raman, utilizando como excitação lasers em 514nm e 568nm para todas as amostras em filme para identificar a presença ou não

Segundo Lukács, a consciência de classe seria a situação limite em que cada classe pode conhecer sobre sua posição, na totalidade concreta, sem chocar-se com seus próprios

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente de 41 anos de idade, vítima de agressão física em setembro de 2014, apresentando fratura de osso