Economia Política e
Serviço Social
Karl Marx (Parte 2)
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Bruno Leonardo Tardelli Revisão Textual:
Prof
a. Esp. Márcia Ota
• Processo de Trabalho
• Composição Orgânica do Capital: Capital Constante e Capital Variável
Observe a representação visual da unidade. Na representação esquemática, poderá ter uma noção da sequência que Marx utiliza e que será trabalhada nesta unidade.
No tópico de contextualização, analisar a imagem para projetar o assunto que será estudado.
Ao longo do material teórico, leve em consideração os conceitos envolvidos nas unidades anteriores para poder seguir com mais tranquilidade.
Na atividade de sistematização, irá responder o que será pedido, com o intuito de fixar o conteúdo. São 6 atividades autocorrigíveis pelo Blackboard.
Realize a atividade de aprofundamento, que está no formato de atividade de aplicação. Está proposta uma atividade numérica para aplicação do conteúdo desta unidade.
· Nesta unidade, encerraremos o estudo marxista, a partir da obra “O Capital: crítica da economia política”.
· Além disso, abordaremos com mais detalhes a ideia da formação do capital, bem como exploraremos o conceito de mais-valia com mais detalhes.
Karl Marx (Parte 2)
Contextualização
marxismo.org.br
Processo de Trabalho
Iniciaremos esta unidade explorando sobre os componentes do processo de trabalho para podermos chegar na forma com que os capitalistas conseguem obter a mais-valia.
Posteriormente, será realizada uma discussão envolvendo as composições do capital (em capital constante e capital variável), de modo a possibilitar o entendimento da taxa de mais-valia absoluta. Um gancho será puxado deste ponto para tratarmos da mais-valia relativa.
Está perdido em meio a tantos conceitos novos? Então, vamos a cada um deles separadamente.
A unidade anterior foi finalizada com uma indagação sobre como o capitalista consegue de fato aumentar o dinheiro no final do processo de circulação, ou seja, de D, para D’. A mais- valia corresponde justamente a esse valor a mais que o capitalista consegue extrair para poder conquistar o lucro.
O primeiro passo para a compreensão de como é formada a mais-valia é entendermos o conceito de processo de trabalho.
Você Sabia ?
Processo de trabalho é o processo de elaboração de uma mercadoria da forma que vemos.
Os elementos que o compõem são: o próprio trabalho, o objeto de trabalho e o instrumental de trabalho.
O trabalho representa a parte da força-de-trabalho humana; objeto de trabalho, em termos gerais, seria a matéria-prima; e, por fim, o instrumental de trabalho representa os meios de produção, ou seja, os instrumentos necessários para auxiliar o trabalhador a transformar um objeto de trabalho em uma nova mercadoria (por exemplo, as máquinas, as ferramentas, o imóvel em que a fábrica está instalada e etc.).
Por exemplo, caso um capitalista queira produzir 10 quilos de fios de algodão poderá precisar de: 6 horas de trabalho, 10 quilos de algodão (objeto de trabalho) e uma máquina (que naturalmente se desgasta ao longo da produção dos 10 quilos de fios).
Agora que já identificamos o que seria o processo de trabalho, vamos compreender o que seria o processo de produção de mais-valia.
Exemplo de processo de trabalho ALGODÃO
MÁQUINA PRODUÇÃO DE FIOS DE ALGODÃO
FORÇA-DE-TRABALHO
Processo de produção de mais-valia
O processo de produção de mais-valia é compreender como a mais-valia é criada. Para isso, você precisa entender como a força-de-trabalho é utilizada. A interpretação de Marx (2006) é de que, assim como as máquinas (instrumentos de trabalho) e os objetos de trabalho, a força- de-trabalho, a partir do momento que é comprada, passa a poder ser utilizada da forma que o capitalista desejar.
Em Síntese
Para Marx, somos semelhantes a qualquer “coisa” que um empresário precisa para produzir. Somos apenas uma mercadoria que vai produzir outra!
Dado que a teoria marxista encara a força-de-trabalho, também como uma mercadoria, vamos a um exemplo para, agora sim, mostrar a forma com que o capitalista obtém a mais-valia.
Suponha que um capitalista queira confeccionar 10 quilos de fios de algodão, cujo tempo socialmente necessário à produção é de 6 horas e que este, corresponda ao valor da força-de-trabalho.
Atenção
Caso tenha esquecido o que significa o valor da força-de-trabalho volte à unidade anterior antes de prosseguir!
Vamos, então, a um exemplo com valores fictícios (“de mentirinha”) para ilustrarmos o processo de produção de mais-valia.
Para a produção dos 10 quilos de fios de algodão, necessita-se de:
• 10 quilos de algodão puro (objeto de trabalho) que custam 10 reais;
• uma máquina que perde 2 reais na produção de 10 quilos de fios pelo fato de estar se desgastando.
• a força-de-trabalho para 6 horas de produção.
Pense
Uma máquina, assim como o seu colchão, se desgasta a medida que é utilizada. No exemplo, estamos
considerando que o processo de se fazer 10 quilos de fios desgasta (“tira valor da máquina”) 2 reais.
A imagem apresenta uma fábrica de fios de algodão da época de Marx, ou seja, entre o final XVIII e início do século XIX.
Library of Congress/ Wikimedia Commons