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AULA DE

DIREITO ADMINISTRATIVO I

Profª Lúcia Luz Meyer

revisto e atualizado em 02.2010

PONTO 09 – AUTARQUIA

Roteiro de Aula (19 fls)

SUMÁRIO: 9.1. Conceito. 9.2. Características. 9.3. Espécies. 9.4. Criação e extinção. 9.5. Regime Jurídico. 9.6. Autarquias especiais: Universidade. Agência Executiva. Agência Reguladora. Associação Pública (de direito público).

Exercendo a autarquia um serviço público descentralizado, é necessário analisar a sua posição perante a pessoa política que a instituiu;

e sendo todo serviço público uma atividade de interesse geral da coletividade, importa verificar também a posição da autarquia perante os particulares.

Perante a Administração Pública centralizada, a autarquia dispõe de direitos e obrigações; isto porque, sendo instituída por lei para desempenhar determinado

serviço público, do qual passa a ser titular, ela pode fazer valer perante a Administração o direito de exercer aquela função, podendo opor-se às interferências indevidas; vale dizer que ela tem o direito ao desempenho do serviço nos limites definidos em lei.

Paralelamente, ela tem a obrigação de desempenhar as suas funções;

originariamente, essas funções seriam do Estado, mas este preferiu descentralizá-las a entidades às quais atribuiu personalidade jurídica, patrimônio próprio e capacidade administrativa; essa entidade torna-se responsável pela prestação do serviço; em conseqüência a Administração

centralizada tem que exercer o controle para assegurar que a função seja exercida. MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO - Direito Administrativo,

20ª ed, São Paulo: Atlas, 2007, pp. 400-401 – grifo original.

9.1. CONCEITO:

“Autarquia” foi um termo usado pela primeira vez por SANTI ROMANO, na Itália, em 1897, ao escrever para a Enciclopédia Italiana sobre a descentralização administrativa, buscando substituir a expressão ente autônomo quando se referia às comunas, províncias ou outros entes públicos, os quais ele considerava não gozarem, efetivamente, de autonomia absoluta.

No Brasil esse termo aparece inicialmente, e ainda então sem previsão no ordenamento jurídico, a partir de 1923, com a criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões. O Decreto-lei nº 6.016, de 22/11/1943, no art. 2º, foi o primeiro ato normativo a conceituar Autarquia no Brasil:

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personalidade de direito público, explícita ou implicitamente reconhecida por lei.

Posteriormente, veio o art. 139 da Lei n° 830, de 23/09/1949, que reorganizou o Tribunal de Contas da União - TCU, prescrever que:

Art. 139 - Consideram-se entidades autárquicas:

a) o serviço estatal descentralizado, com personalidade jurídica, custeado mediante orçamento próprio, independente do orçamento geral;

b) as demais pessoas jurídicas, especialmente instituídas por lei, para execução de serviços de interesse público ou social, custeados por tributos de qualquer natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro.

[…].

O art. 20 da Lei nº 4.717, de 29/06/1965 (Lei da Ação Civil Pública) dispõe que: Art. 20 - Para os fins desta Lei, consideram-se entidades autárquicas:

a) o serviço estatal descentralizado com personalidade jurídica, custeado mediante orçamento próprio, independente do orçamento geral;

b) as pessoas jurídicas especialmente instituídas por lei, para execução de serviços de público ou social, custeado por tributos de qualquer natureza ou por outros recursos oriundos do Tesouro Público; c) as entidades de direito público ou privado que a lei tiver atribuído competência para receber e aplicar contribuições para-fiscais.

[…].

O Decreto Lei n° 200, de 25/02/1967 (Estatuto da Reforma Federal - dispondo sobre a organização administrativa federal e estabelecendo diretrizes de reforma administrativa, com as alterações do Decreto Lei nº 900/69 e de leis posteriores) prevê:

Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado.

Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as atribuições de sua competência constitucional, legal e regulamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a Administração Federal. Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo estabelecida no artigo 46, inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo regulará a estruturação, as atribuições e funcionamento do órgãos da Administração Federal. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias; b) Emprêsas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. (Renumerado pela Lei nº 7.596, de 1987)

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

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II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,

patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.(Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente.

§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas categorias constantes dêste artigo.

§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987).

[…] (grifamos)

Para MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2007:400), autarquia é “pessoa jurídica de Direito Público, criada por lei, com capacidade de auto-administração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei”.

Segundo HELY LOPES MEIRELLES (Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed. atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho, São Paulo: Malheiros, 1.2004, pp. 333-334 – grifo original):

Autarquias são entes administrativos autônomos, criados por lei, com personalidade jurídica de Direito Público interno, patrimônio próprio e atribuições estatais específicas. (...). A autarquia é forma de descentralização administrativa, através da personificação de um serviço retirado da Administração centralizada. Por essa razão à autarquia só deve ser outorgado serviço público típico, e não atividades industriais ou econômicas, ainda que de interesse coletivo. (...). Autarquia é pessoa jurídica de Direito Público, com função própria e típica, outorgada pelo Estado. (...). A personalidade da Autarquia, por ser de Direito Público, nasce com a lei que a institui.

Vale sempre ressaltar que essa autonomia é administrativa, e não autonomia política.

CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO (Curso de Direito Administrativo, 20ª ed. São Paulo: Malheiros, 2.2006, p. 145) é de opinião que,

Sinteticamente, mas com precisão, as autarquias podem ser definidas como ‘pessoas jurídicas de Direito Público de capacidade exclusivamente administrativa’. (…). Exatamente por serem pessoas de Direito Público é que as Autarquias podem ser titulares de interesses públicos, (...).

JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (Manual de Direito Administrativo, 17ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2007, p. 405) conceitua Autarquia como sendo a “pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções que,

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despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado”.

Na mesma esteira segue WALDO FAZZIO JÚNIOR (Fundamentos de Direito Administrativo, 2ª ed, São Paulo: Atlas, 2002, p. 38) ao definir autarquia como:

Ente criado por lei específica oriunda do chefe do Poder Executivo, com personalidade jurídica de Direito Público, patrimônio e receitas próprios, tem por função desempenhar atividades administrativas típicas que demandem gestão administrativa e financeira descentralizada. São os casos do Banco Central, do INSS, do INCRA, etc.

Considerados tais conceitos, passemos ao estudo das características desse ente descentralizado.

9.2. CARACTERÍSTICAS:

São características da Autarquia:

a) seu patrimônio inicial é formado pela transferência de bens móveis e imóveis da entidade a qual se vincula;

b) seus bens e rendas são considerados patrimônio público, vale dizer, seus bens são alienáveis apenas nos termos e condições legais, insuscetíveis de usucapião, não podem ser objeto de direitos reais de garantia; em caso de extinção, esse patrimônio reincorpora-se à entidade que a criou;

c) seu orçamento é aprovado por Decreto, possuindo autonomia financeira;

d) os atos dos dirigentes equiparam-se a atos administrativos (os mesmos requisitos); e) seus contratos administrativos são sujeitos a procedimento licitatório (art. 37, XXI, da CF/88);

f) dispõe de privilégios administrativos iguais ao da Administração Direta, tais como:

f.1) vantagens tributárias – imunidade a impostos de seu patrimônio, rendas e serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (art. 150, VI, “a”, § 2º da CF/88);

f.2) prerrogativas processuais da Fazenda Pública – prescrição judicial quinqüenal de suas dívidas passivas (Decreto-lei nº 4.597, de 19/8/1942), prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188/CPC), duplo grau de jurisdição, salvo exceções (art. 475, I/CPC), dispensa de exibição de Mandato, em juízo, pelos Procuradores do quadro, para os atos ad juditia; recursos de ofício nas sentenças que julgarem improcedente a execução de seus créditos fiscais (art. 475, III – CPC; Súmula 620-STF); f.3) impenhorabilidade de bens e rendas (art. 100, § 3º, da CF/88 com

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redação da EC 20/98); créditos de pequeno valor, a ser definido em lei;

f.4) imprescritibilidade de bens – bens insuscetíveis de prescrição aquisitiva, ou seja, de aquisição por usucapião (arts. 183, § 3º e 191 da CF/88);

f.5) não onerabilidade de seus bens: seus bens não podem ser gravados com penhor, hipoteca ou anticrese (salvo se de interesse da própria Administração e mediante autorizativo legal),

f.6) créditos sujeitos à execução fiscal (art. 578 do CPC);

g) tem por finalidade (especialização dos fins), em regra, a prestação de serviço público, ou, também, o fomento ou o poder de polícia;

h) sujeição ao controle ou tutela da entidade criadora. Ver arts. 70, 74, § 2º, 127, 49, X da CF/88;

i) vinculação apenas, e tão somente, ao ente responsável por sua instituição. 9.3. ESPÉCIES:

São espécies de Autarquia:

a) segundo o tipo de atividade:

a.1) econômicas: controle e incentivo à produção, circulação e consumo de certas mercadorias (ex. IAA, ICB, IBF, etc.);

a.2) de crédito: como as antigas Caixas Econômicas (que hoje são empresas públicas);

a.3) industriais: como as antigas Estradas de Ferro (hoje também empresas públicas);

a.4) de previdência e assistência: como o INAMPS, o antigo IAPSEB, etc; a.5) profissionais ou corporativas: que fiscalizam o exercício das profissões, como a OAB, CREA, CRM, etc. Estas encontram-se em situação peculiar, envolvendo polêmicas quanto ao seu real regime jurídico (se autárquico ou não). Vale pesquisa específica a respeito.

a.6) culturais ou de ensino: em que se incluem as Universidades;

a.7) e outras que poderão ser criadas cuja atividade não seja qualquer dessas acima citadas.

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b.1) geográfica ou territorial: capacidade genérica; no Brasil, seriam apenas os Territórios Federais (que hoje não existem mas podem ser criado nos termos da CF/88). São Autarquias „especialíssimas“;

b.2) de serviço ou institucional: capacidade específica, limitada ao serviço público que lhe é atribuído.

c) segundo a estrutura:

c.1) fundacionais: as Fundações de Direito Público;

c.2) corporativas: membros que se associam para determinado fim que a eles mesmos beneficiam, como a OAB (Lei n° 8.906/94). Vale o observação anterioriormente feita.

d) segundo o âmbito de atuação:

d.1) federais: INSS, INAMPS, INCRA, IBAMA, Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários, DNOCS, UFBA, etc.

d.2) estaduais: Instituto Mauá, DETRAN, DERBA, UNEB, etc. d.3) distritais: (do DF).

d.4) municipais.

JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (2007:409) classifica as Autarquias segundo seu objeto, sua natureza jurídica (regime jurídico) e o nível federativo onde se situa:

a) segundo o objeto: que é a execução de serviços públicos de natureza social e de atividades administrativas, excluindo os serviços de atividades de cunho econômico e mercantil, elas podem ser:

a.1) assistenciais: buscam minorar desigualdades regionais e sociais; a.2) previdenciárias: cuidam da previdência social oficial;

a.3) culturais: voltadas à educação e ao ensino;

a.4) profissionais (ou corporativas ) : para inscrição e fiscalização de categorias profissionais; vide a Lei no 10.683, de 28/05/2003 que dispõe

sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, e dá

outras providências. Disponível em

<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.683.htm >. Revogou a Lei nº 9.649, de 27/5/1998 que previa no art. 58: “os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas serão exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, mediante autorização legislativa” ;

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a.6) de controle; e

a.7) associativas - a 'associação pública'. b) quanto ao regime jurídico elas podem ser:

b.1) comuns, ou de regime comum: sujeitas a disciplina jurídica sem qualquer especificidade;

b.2) especiais, ou de regime especial: com prerrogativas especiais e diferenciadas, como as Agências Reguladoras (p. ex., Lei nº 9.427/96 – ANEEL, Lei nº 9.478/97 – ANP, Lei nº 9.782/99 – ANVS, etc), as Universidades e Estabelecimentos de Ensino Superior, quando oficiais, podendo também ser Fundação de Direito Público (Lei nº 5.540, de 28/11/1968), as Agências Executivas e, tammbém, as Associações Públicas (Consórcio Público de Direito Público - Lei nº 11.107, de 06/04/05, Regulamentada pelo Decreto nº 6.017, de 17/01/07).

c) quanto ao cunho federativo: c.1) federais;

c.2) estaduais; c.3) distritais; c.4) municipais;

c.5) e, ainda, as interfederativas (especialíssimas – as associações públicas).

9.4. CRIAÇÃO E EXTINÇÃO:

A criação de uma Autarquia se faz por lei (“princípio da reserva legal”, ou “reserva de lei”), com a forma que esta determinar (art. 37, XIX da CF/88); sua organização se faz por decreto (aprova seu regulamento ou estatuto) e sua implantação se completa por atos de direção. Essa criação independe de registros públicos. Sua extinção há de ser, também, por lei (“princípio do paralelismo de formas” = criada por lei, extinta por lei).

As Autarquias, como pessoas jurídicas de Direito Público, sendo criadas por lei, têm o início de sua existência no momento em que se inicia a vigência da lei criadora, vale dizer, é a partir do início da vigência da Lei criadora que tem início a personalidade jurídica das Autarquias.

É diferente, pois, da existência das pessoas jurídicas de Direito Privado, que começam com a inscrição de seus atos constitutivos (Contrato Social, Estatuto, etc.) no órgão de registro próprio.

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A Autarquia é sempre Pessoa Jurídica de Direito Público.

Em relação à pessoa que a criou (o ente federativo - Administração Direta), apesar da autonomia administrativa, submete-se a autarquia a uma tutela ou controle com vistas a “assegurar o cumprimento de seus objetivos, harmonizar suas atividades com a política do Governo, zelar pela eficiência administrativa e por sua autonomia”.

Em relação a terceiros é equivalente à própria Administração Direta, dentro do setor da atividade que executa (art. 37, § 6º da CF/88).

Em sua relação interna os procedimentos financeiros das Autarquias são sujeitos às regras de contabilidade da Administração Direta (Lei nº 4.320, de 17/03/1964).

9.6. AUTARQUIAS ESPECIAIS: São autarquias especiais as:

a) UNIVERSIDADES públicas ( ou Estabelecimentos de Ensino Superior ) : Ver o art. 207 da CF/88:

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

Há a indicação do Reitor, com autonomia e a garantia contra demissão imotivada. b) AGÊNCIAS EXECUTIVAS :

As Agências Executivas podem ser Autarquias Especiais ou Fundações Públicas Especiais; elas têm origem no sistema norte-americano das ‘independent agencies’. A expressão “Agência Executiva” aparece pela primeira vez no Brasil no Decreto n° 2.487, de 02/02/1998, e consiste em uma qualificação que pode ser dada a Autarquias e a Fundações Públicas com vistas à melhoria da eficiência e à redução de custos dos serviços públicos, desde que sejam satisfeitos determinados requisitos legais.

A qualificação como Agência Executiva é feita através de ato da Administração Pública no exercício do poder discricionário. Uma vez concedido, tal título de Agência Executiva poderá ser suspenso ou revogado, a critério da Administração; o Decreto Presidencial qualificador é específico para cada Agência Executiva.

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Ver a Lei nº 9.649, de 27/05/98 (Dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios da Administração Pública Federal) – obs: alterada, dentre outras, pela LEI N 10.683, DE 28 DE MAIO DE 2003.

São figuras jurídicas da Reforma Administrativa de 1998 (EC nº 19/98): 1. Contratos de Gestão (Lei nº 9.637, de 15/5/98, art. 5º);

2. Organizações Sociais (Lei nº 9.937, de 15/5/98); 3. Agências Executivas (Lei nº 9.649/98)

A criação e requisitos das Agências Executivas estão previstos nos arts. 51 e 52 da Lei nº 9.649/98:

Art. 51- O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos:

I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento;

II – ter celebrado contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor;

§ 1º A qualificação como Agência Executiva será feita por ato do Presidente da República. § 2º O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão.

Art 52. Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva.

§ 1º Os Contratos de Gestão das Agências Executivas serão celebrados com periodicidade mínima de um ano e estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento.

§ 2º O Poder Executivo definirá os critérios e procedimentos para a elaboração e acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional das Agências Executivas. (grifamos)

Obs. contrato de gestão: periodicidade mínima de 01 ano.

Medidas de organização: Decreto nº 2.487, de 02/02/1998 (Dispõe sobre a qualificação de autarquias e fundações como Agências Executivas, estabelece critérios e procedimentos para a elaboração, acompanhamento e avaliação dos contratos de gestão e dos planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional das entidades qualificadas e dá outras providências).

Medidas de regularização: Decreto nº 2.488, de 02/02/1998 (Define medidas de organização administrativa específicas para as autarquias e fundações qualificadas como Agências Executivas e dá outras providências).

Dispõem o art. 24, XXIV e o PU da Lei nº 8.666/93, alterados pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998:

Art. 24 - É dispensável a licitação: (...); […].

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

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[…].

Parágrafo único – Os percentuais referidos nos incisos I e II deste artigo, serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por sociedades de economia mista, bem assim por autarquias e fundações qualificadas como Agências Executivas.

Para CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO (02.2006:166):

Este nomen juris ‘agência executiva’ ganhou status legal com o advento da Lei 9.649, de 27.5.98 (que dispôs sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios), a qual tratou da matéria em dois artigos: os artigos 51 e 52. Limitam-se a especificar que a qualificação de ‘agência executiva’ será feita por ato do Presidente da República para as autarquias ou fundações que (I) tenham um ‘plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em andamento’ e (II) hajam ‘celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor’, casos em que o Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para elas visando a lhes assegurar autonomia de gestão e disponibilidade de recursos para cumprimento das metas constantes do contrato de gestão, o qual terá um prazo mínimo de um ano.

De acordo com JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (2007:425):

(...) as Agências Executivas não apresentam qualquer peculiaridade que possam distingui-las das clássicas Autarquias, salvo, como é óbvio, a criação da então desconhecida nomenclatura que lhes foi atribuída – a de agência.

No dizer de EDMIR NETTO DE ARAÚJO (Agências Reguladoras, Coord. Alexandre de Moraes, São Paulo: Atlas, 2002, p.):

Agência Executiva é autarquia ou fundação, vinculada à Administração Direta, instituída para melhoria ou eficiência das atividades de sua área funcional, que celebra contrato de gestão com o Governo para isso, nos termos dos Decretos nº 2.487 e 2.488, de 24/2/98, mas que, com vista na sonhada autonomia, pouco efeito prático conseguiu com suas leis instituidoras e decretos regulamentares, que esbarram em obstáculos constitucionais ou legais para atribuir-lhes prerrogativas que já antes poderiam ter por atos governamentais. Talvez somente o seja a ampliação de limites da Lei nº 8.666/93 (pela Lei nº 9.648/98) para dispensa de licitação e licitação para compras, obras e serviços.

São exemplos de Agências Executivas:

- INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial;

- IBAMETRO – Instituto Baiano de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial, vinculada à Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração;

Ver a MP nº 2.157-5, de 24/08/2001 (instituição de novas Agências). c) AGÊNCIAS REGULADORAS:

As Agências Reguladoras são, conforme dito, Autarquias Especiais, e não uma nova modalidade de entidade da Administração Indireta.

Tem origem remota na Inglaterra, em 1834, com os órgãos autônomos criados pelo Parlamento para aplicação e concretização dos textos legais. A origem menos remota (1887) vem do sistema norte-americano das independent regulatory agencies; em 1946 foi editado o Administrative Procedure Act (Lei de Procedimento

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Administrativo) que uniformizou o procedimento das inúmeras Agências então já existentes. A origem no Brasil, se considerarmos no sentido de regular matéria específica a que está relacionada, vem desde início do séc. XX, p. ex., o Comissariado de Alimentação Pública (1918), a Comissão de Valores Imobiliários; Leciona MARIA D’ASSUNÇÃO COSTA MENEZELLO (Agências Reguladoras e o Direito Brasileiro, São Paulo: Atlas, 2002, p. 20) que:

O surgimento das agências reguladoras em nossa estrutura legal deve-se a uma adequação às tendências mundiais que caminham no sentido de implantar o denominado Estado Mínimo, o qual não presta mais serviços para repassá-los à iniciativa privada por meio de contratos que detêm o poder de regular com a finalidade de alcançar a eficiência administrativa, permitindo maior regulação dos agentes econômicos e dos usuários na regulação da prestação dos serviços públicos e na fiscalização das atividades econômicas consideradas de interesse público, retirando do Estado sua execução direta.

Para MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO (2007:430):

Enquanto no sistema europeu-continental, em que se inspirou o direito brasileiro, a Administração pública tem uma organização complexa, que compreende uma série de órgãos que integram a Administração Direta e entidades que compõem a Administração Indireta, nos Estados Unidos toda a organização administrativa se resume em agências (vocábulo sinônimo de ente administrativo em nosso direito), a tal ponto que se afirma que o’ direito administrativo norte-americano é o direito das agências’.

Com o PND – Plano Nacional de Desestatização (criado pela Lei nº 8.031/90, que foi revogada pela Lei nº 9.491/97, com alterações das Leis nº 9.635/98 e nº 9.700/98) que tem por objetivo reduzir o déficit público e sanear as finanças governamentais, transferindo à iniciativa privada atividades que o Estado exercia de forma dispendiosa e indevida, houve necessidade de um órgão regulador dessas entidades privadas.

Diz JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO (2007:423), sobre o Processo de Privatização, que:

Uma das formas de se implementar a referida transferência consistiu no processo de privatização, pelo qual se antevia a alienação a pessoa da iniciativa privada de direitos pertencentes ao Governo Federal que lhe asseguravam a preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade.

Para tanto, exigiu-se a instituição de órgãos reguladores, criados sob forma de autarquias (agências autárquicas ou governamentais), vale dizer, as AGÊNCIAS REGULADORAS, sendo as únicas com previsão constitucional a ANATEL - art. 21, XI da CF/88, com redação dada pela EC nº 8/95; e a ANP - art. 177, § 2º, III da CF/88, com redação também pela EC nº 8/95.

No entendimento de ALEXANDRE DE MORAES (Agência Reguladora, São Paulo: Atlas, 2002, p. 24):

No Brasil, as Agências Reguladoras foram construídas como autarquias de regime especial integrantes da administração indireta, vinculadas ao Ministério competente para tratar da respectiva atividade, apesar de caracterizadas pela independência administrativa, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade; ausência de possibilidade de demissão ad nutum de seus dirigentes e autonomia financeira”, cuja função é a “regulação da matéria

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afeta a sua área de atuação e a permanente missão de fiscalizar a eficiência na prestação dos serviços públicos pelos concessionários, permissionários e autorizatários.

O art. 173 da CF/88 prevê a atividade econômica pelo Estado. O art. 174 dispõe sobre o Estado atuando como agente normativo e regulador da atividade econômica, c/c citados arts. 21, XI e 177, § 2º, III.

Já o art. 175 da CF/88 dispõe sobre a execução da atividade adminstrativa de serviço público pelo Estado ou terceiros (concessionários ou permissionários).

Ver a importância das Emendas Constitucionais nº 5, 7, 8 e 9/95: há a troca do intervencionismo pela regulação, vale dizer, o Estado passa de Estado Intervencionista para o Estado Regulador, mais eficiente; poder de regular (através atos administrativos normativos, autorizações, homologação, etc) e poder/dever de fiscalizar (o fiel cumprimento da prestação de serviço ou a exploração da atividade regulada) e conseqüente poder/dever de aplicar sanções administrativas.

Tais Agências Reguladoras exercem funções normativas, fiscalizadoras e de adjudicação de conflitos, mas não oferece comodidades diretas aos administrados, como as Agências Executivas (que exercitam funções administrativas de execução de serviço público).

No Brasil as Autarquias especiais não são disciplinadas por Lei abstrata, exceto quanto à Gestão de Recursos: Lei nº 9.986, de 18/07/2000 (dispõe sobre a gestão de recursos humanos nas Agências Reguladoras); no geral, adota essa lei o regime celetista, mas, para certas funções especiais de direção, assessoria e atividades técnicas, pode haver cargos em comissão e efetivos submetidos ao regime estatutário. Mas, através da ADIn nº 2.310-1-DF, o STF firmou entendimento que o regime de trabalho haveria de ser estatutário.

EDMIR NETTO DE ARAÚJO (2002:xx) – aponta-lhe as seguintes características:

1. serem constituídas como autarquias de regime especial, afastando-se da estrutura hierárquica dos Ministérios e da direta influência política do Governo, com acentuado grau de independência;

2. serem dotadas de autonomia financeira, administrativa e, especialmente, de poderes normativos complementares à legislação própria do setor;

3. possuírem poderes amplos de fiscalização, operar como instância administrativa final nos litígios sobre matéria de sua competência;

4. possuírem controle de metas de desempenho fixadas para as atividades dos prestadores de serviços, segundo as diretrizes do Governo e em defesa da coletividade, às quais se acrescentam;

5. possuírem direção colegiada, sendo os membros nomeados pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal;

6. seus dirigentes possuírem mandato com prazo de duração determinado;

7. após cumprido o mandato, seus dirigentes ficarem impedidos, por um prazo certo e determinado, de atuar no setor atribuído à Agência, sob pena de incidirem em crime de advocacia administrativa e outras penalidades.

(13)

disposições atinentes à investidura e fixidez do mandato dos dirigentes destas pessoas, e que se contém nos arts. 5º e parágrafo único, 6º e 9º da Lei nº 9.986, de 18.7.2000 (que dispõe sobre a gestão dos recursos humanos das agências reguladoras), alterada pelas inconstitucionais Medidas Provisórias 2.216-37, de 31.8.2001, e 2.229-43, de 6.9.2001, e Lei nº 10.470, de 25.6.2002).

Dispõe a Lei nº 9.986/00:

Art. 5o - O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente (CD I) e os demais

membros do Conselho Diretor ou da Diretoria (CD II) serão brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados, devendo ser escolhidos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea f do inciso III do art. 52 da Constituição Federal.

Parágrafo único. O Presidente ou o Diretor-Geral ou o Diretor-Presidente será nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes do Conselho Diretor ou da Diretoria, respectivamente, e investido na função pelo prazo fixado no ato de nomeação.

Art. 6o O mandato dos Conselheiros e dos Diretores terá o prazo fixado na lei de criação de

cada Agência.

Parágrafo único. Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no art. 5o..

[...].

Art. 9º - Os Conselheiros e os Diretores somente perderão o mandato em caso de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar.

Assim os mandatos se estendem além do período governamental em que foi iniciado; os diretores não são demissíveis ad nutum.

Funções das Agências Reguladoras:

a) controle de tarifas, de modo a assegurar o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão, permissão ou autorização com as signatárias;

b) universalização do serviço público concedido, permissionado ou autorizado, estendendo-o a parcelas da população que dele não se beneficiavam por força da escassez de recursos;

c) fomento de competitividade nas áreas nas quais não haja monopólio natural;

d) fiscalização do contrato de concessão, permissão ou na autorização;

e) arbitramento de conflitos entre as diversas partes envolvidas: consumidores, poder concedente – concessionários, permissionários e autorizatários -, a comunidade como um todo, os investidores potenciais, etc; f) função reguladora de normas técnico-operacionais dos serviços públicos afetos a sua área de atuação, bem como a missão de fiscalizar a eficiência na prestação destes mesmos serviços, na observância dos padrões adotados nos regulamentos.

Quanto à Licitação: foge das formas licitatórias previstas na Lei nº 8.666/93, p. ex., a lei da ANP estabelece que a Petrobrás licitará bens e serviços nos termos definidos

(14)

por Decreto do Presidente da República. Assunto polêmico, valendo aprofundamento posterior.

Quanto à admissão de técnico em caráter temporário, fora do regime de concurso público, por até 36 meses, podendo ser prorrogado por mais 24 meses (!).

Quanto à Legislação originária das Agências Reguladoras = EC 7, 8 e 9/95, Lei Geral das Concessões de Serviços Públicos (Lei nº 8.987/95), Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/97), e a Lei do Petróleo (Lei nº 9.478/97). Criou-se um microssistema de normas denominado DIREITO REGULATÓRIO, disciplinando cada um dos setores regulados na economia brasileira. Estabeleceu-se a realização obrigatória de consultas e audiências públicas para elaboração das normas. Não realiza arbitragem, nos moldes da Lei Brasileira de Arbitragem (Lei nº 9.307/96), apenas promovendo a solução administrativa de conflitos entre os usuários e agentes econômicos, e entre estes.

Para MARIA D’ASSUNÇÃO COSTA MENEZELLO (2002:186):

Podemos dizer que o Direito Regulatório é o conjunto de normas infralegais, compulsórias, derivadas da Constituição Federal ou da legislação ordinária, de caráter multidisciplinar e produzidas pelas Agências Reguladoras, em parceria obrigatória com a sociedade, com a finalidade específica de regular determinado setor da economia afeto aos interesses públicos. As Agências Reguladoras federais:

- ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica; (antigo DNAEE – Departamento de Águas e Energia') - (Estrutura Regimental)

Lei nº 9.427, 26.12.96

- ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações; previsão constitucional: (Regulamento) art. 21, IX/CF e Lei nº 9.472, 16.7.97

- ANP - Agência Nacional de Petróleo - previsão constitucional: art. 177, §2º, III/CF e Lei nº 9.478, de 06/08/1997. (Estrutura Regimental)

Lei nº 9.478, 6.8.97

- ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - (Regulamento) Lei nº 9.782, 26.1.99

- ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar - (Regulamento) Lei nº 9.961, 28.1.00

- ANA – Agência Nacional de Águas - (Estrutura Regimental) Lei nº 9.984, 17.7.00

- ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres - (Regulamento) Lei nº 10.233, de 5.6.2001

- ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários - (Regulamento) Lei nº 10.233, de 5.6.2001

(15)

- ANCINE – Agência Nacional do Cinema - (Estrutura Regimental) Mpv 2.228-1, de 6.9.2001 -

- ADENE - Agência de Desenvolvimento do Nordeste - antiga SUDENE -

(Estrutura Regimental) Mpv 2.156-5, de 24.8.2001

- ADA - Agência de Desenvolvimento da Amazônia - (Estrutura Regimental) Mpv 2.157-5, de 24.8.2001

DNIT Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes

-(Estrutura Regimental)Lei nº 10.233, de 5.6.2001

- ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil - (Regulamento) Lei nº 11.182, 12.9.05

OBS: a ABIN – Agência Brasileira de Inteligência - Lei nº 9.883/99 - não é Agência Reguladora.

Exemplos de Agências Estaduais:

- No RJ: ASEP - Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos do Estado do Rio de Janeiro - Lei nº 2.686/97.

- No CE: ARCE – Agência reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará - Lei nº 12.786/97.

- Na BAHIA: AGERBA – Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia, autarquia, em regime especial, vinculada à Secretaria de Infra-Estrutura do Estado da Bahia, foi criada em 19 de maio de 1998, pela Lei nº 7.314, e regulamentada pelo Decreto nº 7.426, de 31 de agosto de 1998. – www.agerba.ba.gov.br; - ADAB – Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia, vinculada à Secretaria da Agricultura;

- e mais: AM – ARSAM; PA – ARCOM; RN – ARSEP; PB – ARGEEL; PE – ARPE; AL – ARASL; SE – ASES; ES – AGERSA; MT – AGEPAN, etc... - CLIQUE PARA PESQUISAR:

Agências Federais

ANA - Agência Nacional de Águas

ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica ANP - Agência Nacional do Petróleo

ANS - Agência Nacional de Saúde

ANTAQ - Agência Nacional de Transportes Aquaviários ANTT - Agência Nacional de Transportes Terrestres ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Agências estaduais

AGEEL - Agência Estadual de Energia Elétrica da Paraíba

AGEPAN - Ag. Est. de Regulação de Serviços Públicos do Mato Grosso do Sul AGER/MT - Ag. Est. Reg. dos Serv. Púb. Delegados do Estado do Mato Grosso AGERBA - Ag. Reg. Serv. Púb. de Energia, Transportes e Comunicações da BA

(16)

AGERGS - Ag. Est. Reg. dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul AGETOP - Agência Goiana de Transportes e Obras

ARCE - Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará ARCON - Ag. Estadual de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Pará ARSAL - Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Alagoas ARSAM - Ag. Reg. dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas ARSEP - Ag. Reg. Serv. Púb. do Rio Grande do Norte

ARTESP - Ag. Reg. de Serv. Púb. Del. de Transporte do Estado de São Paulo ASEP - Ag. Reg. dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Rio de Janeiro CSPE - Comissão de Serviços Públicos de Energia

Vide a ABAR – Associação Brasileira das Agências de Regulação –

www.abar.org.br - Estatuto:

ARTIGO 1º - A Associação Brasileira de Agências de Regulação, doravante denominada simplesmente ABAR, pessoa jurídica de direito privado, sob forma de associação civil que não visa lucros, apartidária e sem fins políticos, que será regida pelas disposições legais e regulamentares, pelo presente Estatuto e demais atos normativos expedidos pelos seus órgãos de administração. ARTIGO 2º - Para os fins do presente estatuto, consideram-se as seguintes definições: I. Regulação - Atividade administrativa desempenhada por pessoa jurídica de direito público consistente no disciplinamento, na regulamentação, na fiscalização e no controle do serviço público prestado por concessionários, permissionários ou autorizatários. II. Agência - Entidade que desempenha a atividade de regulação da prestação do serviço público (energia, saneamento, transporte, telefonia, correios e telégrafos, combustíveis, irrigação e quaisquer outras atividades que caracterizem a prestação de serviço público em regime de delegação à terceiros), criada e a ser criada no País; constituem outras designações: Comissão, Conselho ou ainda outras que venham a ser criadas para as funções públicas de regulação, no âmbito de suas competências legais. III. Regulador - Representante do poder público investido de autoridade para o exercício de atividades de regulação do serviço público; constituem outras designações: Comissário, Conselheiro, Diretor ou outras.

d) ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS (Consórcios Públicos de Direito Público ) : A EC nº 19/98 alterou o art. 241 da CF/88 estabelecendo que:

Art. 241 – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.

A Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005 (Lei Geral dos Consórcios Públicos) personalizou o contrato de consórcio com personalidade jurídica de direito público como uma ASSOCIAÇÃO PÚBLICA, considerada uma modalidade de Autarquia interfederativa;

Art. 1. Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências.

§ 1. O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado.

[...]. (grifamos)

Essa Lei nº 11.107/2005 altera o novo Código Civil, no seu art. 41, inciso IV, o qual passa a ter a seguinte redação:

(17)

I – ommissis II - ommissis III – ommissis

IV - as autarquias, inclusive as associações públicas. (grifo nosso)

O Decreto nº 6.017, de 17 de janeiro de 2007 regulamenta a Lei no 11.107, de 6 de

abril de 2005, que dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos, prevendo no art. 2°, I, in verbis:

Art. 2O - Para os fins deste Decreto, consideram-se:

I - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei n 11.107, de 2005o , para estabelecer relações de cooperação federativa,

inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos;

[…]. (grifamos)

Finalmente, para ODETE MEDAUAR (Consórcios Públicos – Comentários à Lei n° 11.107/2005, São Paulo: Atlas, 06-2006, pp. 26-27):

A expressão associação pública não constava do vocabulário jurídico brasileiro. Sua origem, embora com sentido diverso do empregado pela Lei Federal n. 11.107/2005, encontra-se no direito portugues. Segundo Vital Moreira, associação pública 'é o ente público corporacional cujo substrato é constituído por uma colectividade ou conjunto de particulares portadores de determinada posição ou interesse específico comum. Ficam assim de fora as corporaões territoriais e os entes corporacionais constituídos pela associação dos próprios entes públicos, entre si ou também com entidades privadas (do tipo dos 'consórcios' e figuras semelhantes)'.

Estas são as noções básicas acerca dessa figura jurídica!

DOUTRINA CITADA:

ARAÚJO, Edmir Netto de - Agências Reguladoras, Coordenado por Alexandre de Moraes e outros, São Paulo: Atlas, 2002.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio - Curso de Direito Administrativo, 20ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2.2006.

CARVALHO FILHO, José dos Santos - Manual de Direito Administrativo, 17ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2007.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella - Direito Administrativo Brasileiro, 20ª ed, São Paulo: Atlas, 2007.

FAZZIO JÚNIOR, Waldo - Fundamentos de Direito Administrativo, 2ª ed, São Paulo: Atlas, 2002.

MEDAUAR, Odete - Consórcios Públicos – Comentários à Lei n. 11.107/2005, São Paulo: Atlas, 06-2006.

MEIRELLES, Hely Lopes - Direito Administrativo Brasileiro, 29ª ed. (atualizada por Eurico de Andrade Azevedo, Délcio Balestero Aleixo e José Emmanuel Burle Filho), São

(18)

Paulo: Malheiros, 1.2004.

MENEZELLO, Maria D’Assunção Costa - Agências Reguladoras e o Direito Brasileiro, São Paulo: Atlas, 2002.

MORAES, Alexandre de - Agência Reguladora, São Paulo: Atlas, 2002. • (Fonte da legislação: < http://www.planalto.gov.br/ccivil/ >)

TEXTOS RECOMENDADOS COMO LEITURA COMPLEMENTAR:

ALVES, Eliana Calmon - Controle Judicial dos limites do poder normativo das Agências

Reguladoras, - TEXTO N° 0194. (disponível em: <

http://bdjur.stj.gov.br/dspace/bitstream/2011/3106/1/Controle_Judicial_dos_limites.pdf >)

ALVIM, J. E. Carreira – Autarquia Corporativa. Natureza Jurídica. Regime de Pessoal,

(disponível em: < http://www.ipej-rj.com.br/2006/artigos2.asp?id=15 >) - TEXTO Nº 0171.

ARAÚJO, Aldem Johnston Barbosa - Da admissibilidade de recurso hierárquico impróprio ao

Ministro da Saude contra as decisoes finais da ANVISA, (disponível em: <

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12991 >) - TEXTO N° 0256.

BARROSO, Luís Roberto – “Agências Reguladoras – Constituição, transformações do Estado e

legitimidade democrática”, (disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp? id=3209) >) - TEXTO Nº 0177.

BORGES, Alice Gonzalez – Os Consórcios Públicos e sua legislação reguladora, (disponível em:

< http://www1.jus.com.br/doutrina/texto.asp?id=7072 >) - TEXTO Nº 0 132.

CARVALHO, Cristiano Martins de - Agências reguladoras, (disponível em: <

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2654 >) - TEXTO Nº 0029.

CASTRO, Nivalde e BUENO, Daniel – As Agências Reguladoras no Brasil: Proposta para um

novo modelo, (disponível em: <

http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/eletrobras/artigos/castro11.htm >) - TEXTO Nº 0100.

COIMBRA, Márcio - O Direito Regulatório brasileiro, histórico do Direito da Regulação e as

Agências Reguladoras, (disponível em: < http://www.ambito-juridico.com.br/aj/da0033.htm >)

- TEXTO Nº 0030.

GOMES, de Joaquim B. Barbosa – Agências Reguladoras: a ‘metamorfose’ do Estado e da

Democracia – uma reflexão do Direito Constitucional e Comparado, (disponível em: <

http://www.mundojuridico.adv.br/html/artigos/documentos/texto027.htm >) - TEXTO Nº

0095.

KAUFMANN, Roberta Fragoso Menezes – As Agências Reguladoras no Direito Brasileiro,

(disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8101>) - TEXTO Nº 0150.

MADEIRA, José Maria Pinheiro – Agência Reguladora, (disponível em:

<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3339 >) - TEXTO Nº 0176.

MAIA, Zélio - Organizações Sociais - O terceiro setor e a modernização dos serviços públicos,

(disponível em: < www.vemconcursos.com.br/opiniao/index >) - TEXTO Nº 0027.

MODESTO, Paulo - Reforma do Marco Legal do Terceiro Setor No Brasil, (disponível em: <

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=474 >) - TEXTO Nº 0019.

MODESTO, Paulo - Agências Executivas: a organização administrativa entre o casuísmo e a

padronização, (disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2587 >) -

TEXTO Nº 0031.

MUSSI, Guilherme - Os limites do poder normativo das Agências Reguladoras brasileiras: a caso

do encargo da capacidade emergencial (seguro apagão), (disponível em: <

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=5274&p=4 ) >) - TEXTO N° 0195.

(19)

jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=318 >) - TEXTO Nº 0012.

PIROTTA, Fernanda de Abreu – O fenômeno da captura nas agências reguladoras, (disponível

em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=8754) >) - TEXTO Nº 0180.

SILVA, Cleber Demétrio Oliveira da – Considerações sobre a futura regulamentação dos

Consórcios Públicos, (disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7863 . >) - TEXTO Nº 0146.

Osnabrück (DE), revisto e atualizado em 27 de fevereiro de 2010 Profª LUCIA LUZ MEYER

meyer.lucia@gmail.com

Referências

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